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Claudia Pêgo | UAB | MACROECONOMIA UAB MACROECONOMIA Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Conteúdo Dicionário de Variáveis .......................................................................................................................................................... 5 Sites de apoio ......................................................................................................................................................................... 9 Capítulo 1 .............................................................................................................................................................................. 10 Introdução ........................................................................................................................................................................ 11 Objetivo da Macroeconomia e Tipos de mercado .......................................................................................................... 12 Teoria neoclássica ............................................................................................................................................................ 13 Teoria Keynesiana ............................................................................................................................................................ 14 Ciclo económico ................................................................................................................................................................ 15 Capítulo 2 .............................................................................................................................................................................. 16 Procura efetiva ................................................................................................................................................................. 17 Variação de stocks ............................................................................................................................................................ 18 Equilíbrio na variação de stocks....................................................................................................................................... 19 Consumo ........................................................................................................................................................................... 20 Poupança .......................................................................................................................................................................... 21 Propensão média a consumir e a poupar ........................................................................................................................ 22 Limiar da poupança .......................................................................................................................................................... 23 Outras teorias da função consumo .................................................................................................................................. 24 Teoria do ciclo da vida .................................................................................................................................................. 25 Principais hipóteses da Teoria do ciclo da vida ........................................................................................................... 26 Moldes da Teoria do ciclo de vida ............................................................................................................................... 27 Extensões da Teoria do ciclo de vida ........................................................................................................................... 28 Teoria do Rendimento permanente ............................................................................................................................ 29 Moldes da Teoria do Rendimento permanente .......................................................................................................... 30 Considerações sobre a Teoria do Rendimento permanente ...................................................................................... 31 Teoria do Rendimento relativo .................................................................................................................................... 32 Moldes da Teoria do Rendimento relativo .................................................................................................................. 33 Modelo do passeio aleatório do consumo .................................................................................................................. 34 Investimento..................................................................................................................................................................... 35 Investimento e viabilidade de projeto ............................................................................................................................ 36 Função investimento keynesiana .................................................................................................................................... 37 Modelo a dois setores ...................................................................................................................................................... 38 Variáveis / Equação de equilíbrio universal ................................................................................................................ 39 Paradoxo da poupança ................................................................................................................................................. 40 O multiplicador ............................................................................................................................................................. 41 Modelo a três setores ...................................................................................................................................................... 42 Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Rendimento de equilíbrio ............................................................................................................................................ 43 Função poupança / PMC / PMS ................................................................................................................................... 44 Rendimento disponível e impostos ............................................................................................................................. 45 Transferências .............................................................................................................................................................. 46 Gastos públicos ............................................................................................................................................................. 47 Economia fechada – 𝑻 e 𝑻𝒓 autónomos ...................................................................................................................... 48 Economia fechada – 𝑻 induzido e 𝑻𝒓 autónoma ........................................................................................................ 49 Economia fechada – 𝑻 e 𝑻𝒓 induzidos ......................................................................................................................... 50 Equação de equilíbrio universal ................................................................................................................................... 51 Multiplicadores no rendimento – gastos públicos ...................................................................................................... 52 Multiplicadores no rendimento – transferências / impostos ..................................................................................... 53Multiplicadores no SO – gastos públicos ..................................................................................................................... 54 Multiplicadores no SO – transferências / impostos .................................................................................................... 55 Multiplicadores no SO – taxa imposto / investimento ............................................................................................... 56 Orçamento .................................................................................................................................................................... 57 Incompatibilidade entre variáveis objetivo ................................................................................................................ 58 Teorema de Haavelmo ................................................................................................................................................. 59 Orçamento de pleno emprego ..................................................................................................................................... 60 Estabilizadores automáticos ........................................................................................................................................ 61 Estabilizadores automáticos ........................................................................................................................................ 62 Estabilizadores automáticos / vantagens e desvantagens ......................................................................................... 63 Modelo a quatro setores .................................................................................................................................................. 64 Rendimento de equilíbrio ............................................................................................................................................ 65 Variáveis e equações .................................................................................................................................................... 66 Balança corrente........................................................................................................................................................... 67 Variáveis estratégicas ................................................................................................................................................... 68 Multiplicadores no rendimento – gastos públicos ...................................................................................................... 69 Multiplicadores no rendimento – transferências / impostos ..................................................................................... 70 Multiplicadores no rendimento – investimentos / imp/exp ...................................................................................... 71 Multiplicadores no saldo da BC – export. / import. .................................................................................................... 72 Multiplicadores no saldo da BC – ALFA ....................................................................................................................... 73 Capítulo 3 .............................................................................................................................................................................. 74 Mercado de ativos financeiros ......................................................................................................................................... 75 Riqueza ............................................................................................................................................................................. 76 Equilíbrio no mercado de ativos financeiros ................................................................................................................... 77 Moeda ............................................................................................................................................................................... 78 Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Procura real de moeda ..................................................................................................................................................... 79 Preferência pela liquidez .................................................................................................................................................. 80 Teorias de Tobin e Baumol ............................................................................................................................................... 81 Procura da moeda por motivo transação .................................................................................................................... 82 Procura da moeda por motivo transação (problemas) ............................................................................................... 83 Procura da moeda por motivo precaução ................................................................................................................... 84 Procura da moeda por motivo especulação ................................................................................................................ 85 Teoria quantitativa da moeda ......................................................................................................................................... 86 Oferta de moeda .............................................................................................................................................................. 87 Base monetária................................................................................................................................................................. 88 Indicadores monetários – coeficiente circulação-depósitos .......................................................................................... 89 Indicadores monetários – taxa de reservas..................................................................................................................... 90 Fatores da taxa de reserva ............................................................................................................................................... 91 Fatores do multiplicador base monetária e casos extremos .......................................................................................... 92 Casos extremos do multiplicador da base monetária ..................................................................................................... 93 Instrumentos de controlo monetário .............................................................................................................................. 94 Open market ..................................................................................................................................................................... 95 BCE e Eurosistema ............................................................................................................................................................ 96 Capítulo 4 .............................................................................................................................................................................. 97 Mercado real: a função IS ................................................................................................................................................ 98 Inclinação da IS ............................................................................................................................................................. 99 Deslocação da IS ......................................................................................................................................................... 100 Mercado monetário: a função LM .................................................................................................................................101 Inclinação da LM ......................................................................................................................................................... 102 Deslocação da LM ....................................................................................................................................................... 103 Equilíbrio do modelo ...................................................................................................................................................... 104 Ponto de equilíbrio e variáveis ...................................................................................................................................... 105 Multiplicadores no rendimento – gastos públicos ........................................................................................................ 106 Multiplicadores no rendimento – impostos autónomos .............................................................................................. 107 Multiplicadores no rendimento – exportações autónomas ......................................................................................... 108 Multiplicadores no SO – gastos públicos ....................................................................................................................... 109 Multiplicadores no SO – investimentos ......................................................................................................................... 110 Multiplicadores no saldo da BC ..................................................................................................................................... 111 Alterações do ponto de equilíbrio ................................................................................................................................. 112 Caso keynesiano ............................................................................................................................................................. 113 Caso neoclássico ............................................................................................................................................................. 114 Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Interseção da IS com as três zonas da LM ..................................................................................................................... 115 O financiamento do défice orçamental ......................................................................................................................... 116 Capítulo 5 ............................................................................................................................................................................ 117 Procura agregada – AD ................................................................................................................................................... 118 Variáveis da AD........................................................................................................................................................... 119 Inclinação da AD ......................................................................................................................................................... 120 Deslocação da AD ....................................................................................................................................................... 121 Oferta agregada – AS...................................................................................................................................................... 122 A procura de trabalho ................................................................................................................................................ 123 A oferta de trabalho – caso neoclássico .................................................................................................................... 124 A oferta de trabalho – caso keynesiano .................................................................................................................... 125 A função de produção ................................................................................................................................................ 126 Zonas da função de produção .................................................................................................................................... 127 Dedução da AS – caso neoclássico ............................................................................................................................. 128 Dedução da AS – caso keynesiano ............................................................................................................................. 129 Produto potencial e taxa natural de desemprego .................................................................................................... 130 Deslocação da AS ........................................................................................................................................................ 131 Equilíbrio do modelo ...................................................................................................................................................... 132 Capítulo 6 ............................................................................................................................................................................ 133 Tema ................................................................................................................................................................................... 134 Tema ................................................................................................................................................................................... 135 Tema ................................................................................................................................................................................... 136 Tema ................................................................................................................................................................................... 137 Tema ................................................................................................................................................................................... 138 Tema ................................................................................................................................................................................... 139 Tema ................................................................................................................................................................................... 140 Tema ................................................................................................................................................................................... 141 Tema ................................................................................................................................................................................... 142 Tema ................................................................................................................................................................................... 143 Tema ................................................................................................................................................................................... 144 Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Dicionário de Variáveis Variável Descrição ℎ (sem designação – mede a variação da procura real de moeda por motivo especulação) 𝑘 (sem designação – mede a variação da procura real de moeda) 𝑑 (sem designação – mede a variação das transferências) 𝑧 (sem designação – mede a variação dos gastos públicos) ℎ̅ (sem designação – parte autónoma da procura real de moedapor motivo especulação) 𝑁 Anos de trabalho 𝐵𝐶 Balança corrente 𝐻 Base monetária 𝐶𝑚 Circulação monetária 𝑐𝑑 Coeficiente circulação-depósitos 𝐶 Consumo 𝐶̅ Consumo autónomo 𝐶𝐶 Créditos 𝑐 Custo associado à detenção de moeda por motivo de transação (teorias de Tobin e Baumol) 𝑏 Custo de corretagem unitário 𝐶𝐹 Custos fixos 𝐶𝑉 Custos variáveis 𝐷𝑂 Depósitos à ordem 𝐷𝑃 Depósitos a prazo 𝑇 Determinado momento da vida (na hipótese do ciclo da vida) 𝜀 Erro aleatório (situações imprevisíveis que alteram o consumo) 𝐿 Esperança de vida (na hipótese do ciclo da vida) �̅� Exportações autónomas 𝑋 Exportações da economia em bens e serviços 𝑄(𝑁) Função de produção Monitor Margarita Carvalho Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA 𝐺 Gastos públicos (ou despesas públicas ou consumo público) �̅� Gastos públicos autónomos 𝜎 Grau de incerteza relativamente aos pagamentos que serão efetuados no período considerado �̅� Importações autónomas 𝑍 Importações de bens e serviços da economia �̅� Imposto autónomo 𝑇 Impostos 𝑃 Índice de preços 𝐼𝑁 Instrumentos negociáveis 𝐼 Investimento 𝐼 ̅ Investimento autónomo 𝐼𝑝 Investimento planeado (= 𝐹𝐵𝐶𝐹, formação bruta capital fixo) �̅� Massa monetária, controlada pelo banco central 𝑚𝑚 Multiplicador da base monetária 𝑀 Nível de moeda (nominal) detida pelo indivíduo 𝑀 Oferta nominal de moeda (ou stock de moeda ou massa monetária) 𝑉𝑆 Oferta real de títulos 𝑆 Poupança 𝑆̅ ou −𝐶̅ Poupança autónoma 𝑝 Preço de venda unitário 𝑃(𝑀, 𝜎) Probabilidade de falta de liquidez durante o período considerado 𝐷 Procura agregada (ou despesa agregada) 𝐿 Procura real de moeda 𝐿𝑠 Procura real de moeda por motivo especulação 𝐿𝑡 Procura real de moeda por motivos transação e precaução 𝑉𝐷 Procura real de títulos 𝑃𝑚𝑔 Produto marginal 𝑎 Propensão marginal a consumir da riqueza (=( 1 𝐿−𝑇 )) 𝑐 Propensão marginal a consumir do rendimento disponível (=( 𝑁−𝑇 𝐿−𝑇 )) Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA 𝑐𝜃 Propensão marginal a consumir do rendimento permanente (=( 𝛿𝐶 𝛿𝑌 )) 𝑚 Propensão marginal a importar 𝑒 Propensão marginal a investir 𝑠 Propensão marginal a poupar (= (1 − 𝑐)) 𝑃𝑀𝐶 Propensão média a consumir (taxa de consumo) 𝑃𝑀𝑆 Propensão média a poupar (taxa de poupança) 𝑅 Receita 𝑌 Rendimento 𝑍 Rendimento anual (também indicado para o rendimento disponível, na hipótese do ciclo da vida) 𝑌𝑝𝑒 Rendimento de pleno emprego 𝑌𝑑 Rendimento disponível 𝑌′𝑑 Rendimento disponível máximo do passado 𝑍𝑁 Rendimento global (na hipótese do ciclo da vida) 𝑌1𝑝 Rendimento no limiar da poupança 𝑌𝑛 Rendimento nominal 𝑌𝑝 Rendimento permanente 𝑅 Reservas (oferta de moeda) 𝑅𝑟 Reservas legais (ou de caixa ou obrigatórias) 𝑅𝑙 Reservas livres (ou facultativas ou voluntárias) 𝑊 ou 𝑤 Riqueza nominal do indivíduo / salário nominal médio do trabalhador 𝑊 𝑃⁄ Riqueza real / Salário real 𝑊 Riqueza real no momento 𝑇 (na hipótese do ciclo da vida) 𝑤 Salário nominal médio 𝑆𝑂 Saldo orçamental 𝑆𝑂𝑝𝑒 Saldo orçamental de pleno emprego 𝑡 Taxa de imposto ou taxa marginal de imposto 𝑖 Taxa de juro 𝑖𝐷 Taxa de redesconto ou de desconto 𝑟 Taxa de reservas Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA 𝑟𝑟 Taxa de reservas legais (ou de caixa ou obrigatórias) 𝑟𝑙 Taxa de reservas livres (ou facultativas ou voluntárias) 𝐷𝑒𝑝 Total de depósitos 𝑇𝑟̅̅ ̅ Transferência autónoma 𝑇𝑟 Transferências 𝑉 Velocidade de circulação da moeda 𝑊𝐷 Índice de salários nominais 𝑃𝑀 Produto médio Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Sites de apoio Macro 1 – https://youtu.be/ldaQgmOb-Ec Análise macroeconómica - https://www.youtube.com/playlist?list=PLDDd-2Q_r10qRpMKsbLAqwYQ6TpKkLyY7 Banco de Portugal - https://www.bportugal.pt/ Glossário Banco de Portugal - https://www.bportugal.pt/glossario/a Banco central europeu - https://www.ecb.europa.eu/ecb/legal/1341/1343/html/index.pt.html BP e Eurosistema - https://www.bportugal.pt/page/eurosistemasebc Khan academy - https://www.khanacademy.org/economics-finance-domain/ap-macroeconomics/national-income-and- price-determinations/multipliers-ap/v/mpc-and-multiplier Econ Course Companion / Macroeconomic videos - https://www.youtube.com/channel/UCAgqv4n_23LscxFoN- EXoRg/playlists?view=50&sort=dd&shelf_id=2 Modelo IS-LM - https://www.youtube.com/channel/UCNuwntxM6SuckBZCotYewzQ/videos Comissão Europeia - https://ec.europa.eu/commission/index_pt Portal da União Europeia - https://europa.eu/european-union/index_pt Comunicação da Comissão Europa 2020 - http://www.eurocid.pt/pls/wsd/wsdwcot0.detalhe_area?p_cot_id=4810 Objetivos da estratégia Europa 2020 - https://ec.europa.eu/info/business-economy-euro/economic-and-fiscal-policy- coordination/eu-economic-governance-monitoring-prevention-correction/european-semester_en Monitor Margarita Carvalho https://youtu.be/ldaQgmOb-Ec https://www.youtube.com/playlist?list=PLDDd-2Q_r10qRpMKsbLAqwYQ6TpKkLyY7 https://www.bportugal.pt/ https://www.bportugal.pt/glossario/a https://www.ecb.europa.eu/ecb/legal/1341/1343/html/index.pt.html https://www.bportugal.pt/page/eurosistemasebc https://www.khanacademy.org/economics-finance-domain/ap-macroeconomics/national-income-and-price-determinations/multipliers-ap/v/mpc-and-multiplier https://www.khanacademy.org/economics-finance-domain/ap-macroeconomics/national-income-and-price-determinations/multipliers-ap/v/mpc-and-multiplier https://www.youtube.com/channel/UCAgqv4n_23LscxFoN-EXoRg/playlists?view=50&sort=dd&shelf_id=2 https://www.youtube.com/channel/UCAgqv4n_23LscxFoN-EXoRg/playlists?view=50&sort=dd&shelf_id=2 https://www.youtube.com/channel/UCNuwntxM6SuckBZCotYewzQ/videos https://ec.europa.eu/commission/index_pt https://europa.eu/european-union/index_pt http://www.eurocid.pt/pls/wsd/wsdwcot0.detalhe_area?p_cot_id=4810 https://ec.europa.eu/info/business-economy-euro/economic-and-fiscal-policy-coordination/eu-economic-governance-monitoring-prevention-correction/european-semester_en https://ec.europa.eu/info/business-economy-euro/economic-and-fiscal-policy-coordination/eu-economic-governance-monitoring-prevention-correction/european-semester_en Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Capítulo 1 Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Introdução Monitor Margarita Carvalho Data 12 de março de 2019 Livro de Adam Smith: “Riqueza das Nações” Livro de Keynes: “The General Theory of Employment, interest and rate” Utilização de recursos de forma eficiente Objetivos da Macroeconomia • Produto • Desemprego • Nível de preços Alguns autores (Belbute, 2003) referem ainda um quarto objetivo – comércio internacional e a temática da estabilidade cambial Produto Segundo Keynes, o rendimento da economia é inferior ao rendimento de pleno emprego. Rendimento de pleno emprego (ou produto potencial) é o rendimento correspondente à produção máxima possível de uma economia, utilizando totalmente os recursos existentes (terra, trabalho e capital), para a tecnologia em vigor nessa economia. 1776 • Economia enquanto ciência • Pai da ciência económica - Adam Smith • Outros autores: David Ricardo, Jean Baptiste Say Séc. XIX • Autores neoclássicos: Jevons, Menger, Walras, Marshal • Estudo do comportamento de pequenos agentes económicos (famílias, empresas) 1929-1930 • John Maynard Keynes • Diferenciação entre microeconomia e macroeconomia (Teoria Keynesiana) Sumário / Fonte: 1.1 – Osobjetivos da Macroeconomia (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Objetivo da Macroeconomia e Tipos de mercado Monitor Margarita Carvalho Data 12 de março de 2019 Rendimento efetivo da economia é medido pelo PIB (Produto Interno Bruto) Objetivos da política macroeconómica • Tentar alcançar a produção máxima • A taxa de crescimento do produto também deve ser elevada, de forma a alcançá-la no menor espaço de tempo possível • Reduzir a taxa de desemprego até ao mínimo (= taxa natural de desemprego / rendimento de pleno emprego) • Nível de emprego elevado / Taxa de desemprego baixa • Um nível de produto mais elevado, para a mesma tecnologia, significa que se estão a utilizar mais recursos (análise de curto prazo) • Estabilidade do índice de preços • A taxa de inflação (medida pela taxa de crescimento do Índice de Preços no Consumidor – IPC) deve ser baixa Sumário / Fonte: 1.1 – Os objetivos da Macroeconomia (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Teoria neoclássica Monitor Margarita Carvalho Data 12 de março de 2019 Laissez faire, laissez passer Algumas hipóteses da teoria neoclássica o Lei de Say – “a oferta cria a sua própria procura” (análise pelo lado da produção/oferta) o As empresas não precisam planear o que produzir o Os equilíbrios nos três mercados da economia são parciais o Tendem para o equilíbrio o Os três mercados da economia são totalmente compatíveis o A quantidade transacionada no mercado de bens e serviços é produzida com a força de trabalho de equilíbrio do mercado de trabalho e adquirida com a quantidade de moeda de equilíbrio do mercado monetário o Basta determinar um dos pontos de equilíbrios para que os restantes estejam determinados o O equilíbrio é sempre de pleno emprego o Não há desemprego o Não intervenção governamental o Liberalismo económico – o Estado deve circunscrever-se às atividades como defesa e segurança nacionais o O Estado não vai fixar preços de venda Sumário / Fonte: 1.2 – As abordagens neoclássicas e keynesiana (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Teoria Keynesiana Monitor Margarita Carvalho Data 12 de março de 2019 Algumas hipóteses da teoria Keynesiana o Rejeição da Lei de Say o A análise deve ser feita pelo lado da procura o Surge conceito de procura agregada planeada o Lei psicológica de Keynes o Valorização do consumo o As empresas, antes de produzirem, devem estimar qual o consumo das famílias para o próximo período e produzir em conformidade o Os equilíbrios nos três mercados não são automaticamente compatíveis o O equilíbrio no mercado de bens e serviços (função IS), conjuntamente com o equilíbrio no mercado monetário (função LM), permitem a definição da curva de procura agregada (AD) o A conjugação do equilíbrio no mercado de trabalho com a função de produção permite a definição da curva de oferta agregada (AS) o O equilíbrio da economia (a preços variáveis) resulta da conjugação das funções procura e oferta agregadas o Considerando apenas os mercados real e monetário, é possível haver compatibilização a preços constantes (modelo IS-LM) o O equilíbrio não é necessariamente de pleno emprego o O Governo tem um papel determinante na economia – através da manobra de variáveis de política orçamental, gera-se um aumento de produto, aproximando-o dos níveis de pleno emprego o Há desemprego o Se não se está a trabalhar em pleno emprego, os fatores produtivos não estão totalmente utilizados o Há desemprego involuntário, para além do (normal) desemprego voluntário o Intervenção governamental o A intervenção é fundamental, sobretudo em períodos de recessão, pois os agentes económicos não conseguem encontrar soluções por si só o Deve ter um papel determinante na resolução de grandes problemas macroeconómicos como o desemprego e a inflação Sumário / Fonte: 1.2 – As abordagens neoclássicas e keynesiana (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Ciclo económico Monitor Margarita Carvalho Data 12 de março de 2019 A teoria keynesiana abriu caminho para o aparecimento do conceito de ciclo económico Ao contrário dos neoclássicos, que consideravam que as economias se encontravam sempre em equilíbrio ao nível do rendimento de pleno emprego, Keynes considerava que as economias tanto se aproximavam desse rendimento de equilíbrio, como se afastavam dele. Período de expansão Período de recessão (crise) • Rendimento aumenta • Cap superior do crescimento do rendimento é determinado pela barreira do pleno emprego • Rendimento diminui • Cap inferior do decréscimo do rendimento é determinado pelo rendimento mínimo de subsistência/sobrevivência A duração e amplitude de cada ciclo económico é variável, mas denota-se uma tendência crescente no modo de formação dos ciclos. Apesar dos ciclos económicos, as economias tendem para o pleno emprego, pelo que o cap superior do ciclo vai aumentando ao longo do tempo. Sumário / Fonte: 1.2 – As abordagens neoclássicas e keynesiana (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Capítulo 2 Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Procura efetiva Monitor Margarita Carvalho Data 20 de março de 2019 Ex post: “baseado em conhecimento, observação, análise, sendo fundamentalmente objetivo e factual” Para iniciar o estudo do modelo keynesiano, considere-se uma economia simples, sem setor Estado e sem setor externo. Deste modo temos: Por outro lado, a contabilidade nacional oferece uma igualdade ex post, efetiva ou observada, entre o produto, rendimento ou oferta da economia (Y) e a procura efetiva dos vários agentes (D). As empresas começam por estimar o consumo das famílias para o próximo período e produzem em conformidade com essa estimativa. O resultado pode ser: Acumulação involuntária de stock Desacumulação involuntária de stock • O consumo estimado pela empresa é maior que o consumo efetivo • As empresas produziram mais do que foi procurado, pelo que não conseguiram vender toda a sua produção • O consumo estimado é inferior ao consumo efetivo • As empresas venderam mais do que produziram nesse período, pelo que tiveram de vender parte dos seus stocks mínimos ou de segurança Qualquer das duas situações descritas anteriormente não é favorável para as empresas. O ideal é que o consumo planeado coincida com o consumo efetivo, ou seja a variação dos stocks é nula. Sumário / Fonte: 2 – O mercado real (livro Macroeconomia) 2.1 – O modelo simples (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas Procura agregada Famílias (consumo) Empresas (investimento) Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Variação de stocks Monitor Margarita Carvalho Data 20 de março de 2019Os dois casos anteriormente citados têm reflexos no investimento: 𝐼 = 𝐹𝐵𝐶𝐹 + ∆ 𝑆𝑡𝑜𝑐𝑘𝑠 𝐼 = Investimento efetivo 𝐹𝐵𝐶𝐹 = Formação bruta de capital fixo = Investimento planeado (𝐼𝑝) ∆ 𝑆𝑡𝑜𝑐𝑘𝑠 = Variação de stocks ou existências = Investimento não planeado De forma formalizada, temos: 𝐷 = 𝐶 + 𝐼𝑝 Procura agregada (ou despesa) planeada 𝑌 = 𝐶 + 𝐼 Oferta agregada efetiva 𝐼 = 𝐼𝑝 + ∆ 𝑆𝑡𝑜𝑐𝑘𝑠 Investimento total E substituindo temos: 𝑌 = 𝐶 + 𝐼 𝑌 = 𝐶 + 𝐼𝑝 + ∆ 𝑆𝑡𝑜𝑐𝑘𝑠 𝑌 = 𝐷 + ∆ 𝑆𝑡𝑜𝑐𝑘𝑠 Ou seja, ∆ 𝑺𝒕𝒐𝒄𝒌𝒔 = 𝒀 − 𝑫 Se a variável efetiva for superior à variável planeada, ou seja, a oferta>procura, então a variação de stocks é positiva; há acumulação involuntária de stocks. Se a variável efetiva for inferior à variável planeada, ou seja, oferta<procura, então a variação de stocks é negativa; registou-se uma desacumulação involuntária de stocks. Sumário / Fonte: 2.1 – O modelo simples | O mercado real (livro Macroeconomia) 2.1.1 – A procura efetiva e o nível de emprego (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Equilíbrio na variação de stocks Monitor Margarita Carvalho Data 20 de março de 2019 Estas relações só ocorrem no curto prazo A situação de equilíbrio ocorre quando a variável efetiva e a variável planeada coincidem, ou seja, quando a variação de stocks é nula. O modelo keynesiano considera que o rendimento de equilíbrio (𝑌𝑒) não coincide necessariamente com o de pleno emprego, pelo que os recursos não estão totalmente utilizados, em particular, o fator trabalho. Quanto maior for o produto de equilíbrio, mais ele se aproxima do nível de pleno emprego e, portanto, menor o desemprego. Regista-se pois, uma relação direta entre o produto da economia e o nível de emprego, ou seja, entre a procura efetiva e o nível de emprego. Por outro lado, regista-se uma relação inversa entre o rendimento da economia e o nível de desemprego. Sumário / Fonte: 2.1.1 – A procura efetiva e o nível de emprego (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas 𝑌 = 𝐷 𝐷 > 𝑌 𝐷 < 𝑌 𝐷 𝑌 𝑌𝑒 �̅� �̅� 45° Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Consumo Monitor Margarita Carvalho Data 20 de março de 2019 Keynes considerou que o consumo era função do rendimento disponível, ou seja, do rendimento líquido de impostos e adicionado das transferências do governo para os particulares. Como não se está a considerar o setor Estado, o rendimento disponível coincide com o rendimento. Normalmente, assume valores entre 0,6 e 0,9; se a economia apresentar um valor próximo de 0,9 será uma economia pouco desenvolvida, e se estiver próximo de 0,6, será uma economia muito desenvolvida A função consumo em Keynes é função direta do rendimento: 𝑪 = �̅� + 𝒄𝒀 O parâmetro �̅� representa o consumo autónomo, isto é, o consumo que não depende do rendimento. Este parâmetro traduz o consumo mínimo de subsistência ou sobrevivência da economia. 𝐶̅ ≥ 0 e não é suscetível de ser alterado no curto prazo; no longo prazo, tende a aumentar. O montante do consumo autónomo, por si só, não permite dizer se a economia está muito ou pouco desenvolvida. A interpretação do seu valor é feita através de uma análise comparativa que pode ser de dois tipos: Comparação em termos temporais • Ao longo do tempo, numa dada economia, o valor do consumo autónomo tende a aumentar Comparação em termos espaciais • Se compararmos os consumos autónomos de duas economias no mesmo período de tempo, em princípio, a economia mais desenvolvida é a que apresenta um consumo autónomo mais elevado O parâmetro 𝒄 denomina-se propensão marginal a consumir ou propensão marginal ao consumo. Traduz a inclinação ou declive da reta do consumo, pelo que corresponde ao valor da derivada do consumo em ordem ao rendimento. Apresenta valores entre 0 e 1. Traduz a lei psicológica de Keynes: “Quando o rendimento varia, o consumo varia no mesmo sentido, mas num montante menor” A comparação da propensão marginal a consumir pode ser feita de dois modos: Comparação em termos temporais • A longo prazo, tende a assumir valores mais baixos Comparação em termos espaciais • No mesmo período de tempo, comparando 2 economias, a mais desenvolvida apresentará um valor mais baixo Sumário / Fonte: 2.1.2 – As funções consumo e poupança (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Poupança Monitor Margarita Carvalho Data 21 de março de 2019 É um parâmetro estável ao longo do tempo Os valores mais usuais situam-se entre 0,1 e 0,4 O rendimento da economia não se destina apenas ao consumo; o que não é consumido é poupado. A equação de da repartição do rendimento em consumo (C) e poupança (S) é a seguinte: 𝒀 = 𝑪 + 𝑺 Desta forma, a equação de comportamento da poupança é: 𝑌 = 𝐶 + 𝑆 𝑌 = 𝐶̅ + 𝑐𝑌 + 𝑆 𝑆 = −𝐶̅ + (1 − 𝑐)𝑌 𝑺 = �̅� + 𝒔𝒀 O parâmetro �̅� (ou −�̅�) representa a poupança autónoma, a que é independente do rendimento. Assume valores negativos e é o simétrico do consumo autónomo. Quando não há rendimento na economia, há que garantir o consumo mínimo, sendo necessário um endividamento nesse mesmo montante. O parâmetro (𝟏 − 𝒄) é a propensão marginal a poupar (𝒔). Esta mede a variação da poupança quando o rendimento varia de uma unidade monetária. 1 − 𝑐 = 𝑠 = 𝑑𝑆 𝑑𝑌 A propensão marginal a poupar assume valores entre 0 e 1 e é estável no curto prazo. A interpretação deste valor é semelhante à da propensão marginal a consumir (mas inversa): • Quanto mais desenvolvida for a economia, maior será o valor • Comparando duas economias, no mesmo período de tempo, aquela que apresentar um valor mais elevado será a mais desenvolvida A soma das propensões marginais a consumir e a poupar totaliza a unidade Sumário / Fonte: 2.1.2 – As funções consumo e poupança (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Propensão média a consumir e a poupar Monitor Margarita Carvalho Data 21 de março de 2019 Propensão média a consumir Apresenta sempre valores superiores ao da propensão marginal a consumir Propensão média a poupar Apresenta sempre valores inferiores ao da propensão marginal a poupar A função poupança é o reverso da medalha da função consumo. • Para níveis baixos de rendimento (inferiores a 𝑌1), a poupança é negativa, isto é, o consumo excede o rendimento • A partir de 𝑌1, a poupança passa a ser positiva, isto é, o consumo é inferior ao rendimento Associados às funções consumo e poupança, e para além dos conceitos propensões marginais a consumir e a poupar, vêm os conceitos propensões médias a consumir e a poupar. Mede o consumo, em média, por cada unidade monetária do rendimento: 𝑃𝑀𝐶 = 𝐶 𝑌 = 𝐶̅ + 𝑐𝑌 𝑌 = 𝐶̅ 𝑌 + 𝑐 Mede a poupança, em média, por cada unidade monetária do rendimento: 𝑃𝑀𝑆 = 𝑆 𝑌 = −𝐶̅ + (1 − 𝑐)𝑌 𝑌 = − 𝐶̅ 𝑌 + (1 − 𝑐) A soma das propensões médias a consumir e a poupar totaliza a unidade Sumário / Fonte: 2.1.2 – As funções consumo e poupança (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Limiarda poupança Monitor Margarita Carvalho Data 21 de março de 2019 𝑌1𝑝 representa o rendimento correspondente ao limiar da poupança No limiar da poupança: 𝐶 = 𝑌 ⟺ 𝑃𝑀𝐶 = 𝐶 𝑌 = 1 𝑆 = 0 ⟺ 𝑃𝑀𝑆 = 𝑆 𝑌 = 0 O limiar da poupança traduz o nível de rendimento para o qual a poupança é nula, ou seja, o consumo coincide com o rendimento (𝑌 = 𝐶) Analiticamente: 𝑆 = 0 ⟺ −𝐶̅ + (1 − 𝑐)𝑌 = 0 ⟺ 𝒀𝟏𝒑 = �̅� 𝟏 − 𝒄 • Para níveis de rendimento inferiores ao rendimento correspondente ao limiar da poupança, o consumo é superior ao rendimento • A propensão média a consumir é superior à unidade, pelo que a propensão média a poupar assume valores negativos • Para níveis de rendimentos superiores ao rendimento correspondente ao limiar da poupança, verifica-se que se está na zona em que o consumo é inferior ao rendimento • A propensão média a consumir assume valores inferiores à unidade, mas positivos, e a propensão média a poupar também assume valores positivos Sumário / Fonte: 2.1.2 – As funções consumo e poupança (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas 𝑆 𝑆 𝑌 𝑌1𝑝 −𝐶̅ Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Outras teorias da função consumo Monitor Margarita Carvalho Data 29 de março de 2019 Keynes (1936) O consumo era função direta do rendimento disponível. À medida que o rendimento disponível aumenta, os valores da propensão média a consumir tendem a diminuir. Kuznets (1946) A evolução da propensão média a consumir é constante (colocando em causa a formulação keynesiana). Kaldor (1930-1950) A propensão marginal a consumir pode assumir valores diferentes consoante a origem dos rendimentos. Estes são alguns dos desenvolvimentos da função consumo keynesiana, que têm em comum o facto de nenhum deles retomar a análise neoclássica, já que não volta a abordar a questão da otimização temporal. No entanto, existem outras teorias, que serão abordadas de seguida: • Teoria do ciclo de Vida • Teoria do rendimento permanente • Teoria do rendimento relativo As duas primeiras estabelecem ligações com a teoria neoclássica. Sumário / Fonte: 2.1.3 – Outras teorias da função consumo (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Teoria do ciclo da vida Monitor Margarita Carvalho Data 29 de março de 2019 Esta hipótese foi proposta numa primeira versão (1954) por Modigliani e Brumberg, e depois desenvolvida (1963) por Modigliani e Ando. Constitui um importante marco na teoria económica, que se revela como um corte com os pressupostos neoclássicos, no que se refere ao comportamento do consumidor. Estes autores indicam que as decisões de consumo dos indivíduos têm como horizonte temporal, não uma unidade de tempo predefinida, mas sim toda a sua vida. Deste modo, os agentes económicos definem o período de vida que esperam vir a ter e decidem o modo como irão repartir o seu consumo ao longo desse período. Por outro lado, é considerado que o consumidor médio tem um fluxo de rendimentos do trabalho crescente ao longo da sua vida ativa e estacionário no período de reforma. Assim, ele vai acumular riquezas para depois utilizar neste último período, permitindo-lhe manter um determinado padrão de consumo ao longo de toda a sua vida. A forma de conciliar um fluxo estável de consumo com um fluxo irregular de rendimentos passa pela consideração do mercado de capitais. Os indivíduos podem colocar as suas poupanças no mercado, nos períodos em que o consumo é inferior ao rendimento obtido, e contrair empréstimos, quando a situação se inverte. Este raciocínio difere do keynesiano, visto que a taxa de juro volta a ter um papel significativo na análise. Sumário / Fonte: 2.1.3 – Outras teorias da função consumo (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Principais hipóteses da Teoria do ciclo da vida Monitor Margarita Carvalho Data 29 de março de 2019 Esta perspetiva segue a linha de raciocínio desenvolvida por Irving Fisher, que refere que a perspetiva intemporal segundo a qual os consumidores tomam decisões sobre os seus consumos corrente e futuros faz com que a trajetória do seu consumo ao longo da vida seja muito mais suave, comparativamente à trajetória dos consumos de curto prazo. • Cada indivíduo tem um fluxo de rendimentos típico ao longo da sua vida: o Relativamente baixo no início (produtividade baixa) o Mais elevado no auge da sua vida ativa (tem mais maturidade, experiência e qualificações profissionais) o Com tendência a decrescer quando entra na reforma • O indivíduo conhece com exatidão o número de anos que vai viver (L), e quais desses vai passar a trabalhar (N) • O primeiro ano considerado na análise é o ano em que o indivíduo vai trabalhar • O indivíduo realiza poupanças que vai gastar no período da reforma • O indivíduo não recebe nem deixa heranças – é tudo gasto em consumo • O indivíduo só aufere rendimentos do trabalho (somente enquanto se encontra no período de vida ativa) • As taxas de juro são constantes durante o período em análise • O indivíduo pretende ter um padrão de consumo homogéneo ao longo da sua vida, ou então assegurar um crescimento constante Sumário / Fonte: 2.1.3 – Outras teorias da função consumo (livro Macroeconomia) https://www.slideshare.net/kkjjkevin03/16 Ideias gerais Notas Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Moldes da Teoria do ciclo de vida Monitor Margarita Carvalho Data 29 de março de 2019 Consumo global (durante a sua vida) = Rendimento global Consumo nos anos de vida que lhe restam = Riqueza que o indivíduo possui + rendimentos acumulados do trabalho 𝐶𝐿 = 𝑍𝑁 𝐶 = 𝑍𝑁/𝐿 𝐿 = Esperança de vida 𝑁 = Anos de trabalho (espera-se que 𝐿 > 𝑁, e que viva aposentado por 𝐿 − 𝑁 anos) 𝑍𝑁 = Rendimento global (assumindo que o rendimento anual será 𝑍, e que é oriundo exclusivamente do seu trabalho 𝐶 = Consumo em cada ano, que é uma percentagem 𝑁/𝐿 do rendimento desse período (𝑍) 𝐶(𝐿 − 𝑇) = 𝑊 + (𝑁 − 𝑇)𝑍 𝐶 = 1 𝐿 − 𝑇 𝑊 + 𝑁 − 𝑇 𝐿 − 𝑇 𝑍 ⟺ 𝐶 = 𝑎𝑊 + 𝑐𝑍 ⟺ 𝑪 = 𝒂𝑾 + 𝒄𝒀𝒅 𝑇 = Determinado momento da sua vida 𝑊 = Riqueza real no momento 𝑇 𝑎 = parâmetro que substitui ( 1 𝐿−𝑇 ), e reflete a propensão marginal a consumir da riqueza; mede a variação do consumo quando a riqueza real varia de uma unidade monetária, mantendo o rendimento disponível constante. Assume valores entre zero e um e não se altera no curto prazo 𝑐 = parâmetro que substitui ( 𝑁−𝑇 𝐿−𝑇 ), e reflete a propensão marginal a consumir do rendimento disponível; mede a variação do consumo quando o rendimento disponível varia de uma unidade monetária, mantendo a riqueza real constante. Assume valores entre zero e um e não se altera no curto prazo 𝐶 = Consumo num dado período de tempo 𝑍 = Rendimento do trabalho, ou seja, o rendimento disponível (𝑌𝑑) Sumário / Fonte: 2.1.3 – Outras teorias da função consumo (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIAExtensões da Teoria do ciclo de vida Maior crítica Monitor Margarita Carvalho Data 29 de março de 2019 Principal crítica à Hipótese do ciclo de vida O modelo em causa trabalha com hipóteses simplificadoras muito fortes e, como tal, poder-se-ia pensar que estas iria distorcer a realidade. Assim, o modelo pode ser ampliado, retirando-se algumas dessas hipóteses. Mas mesmo assim, não se alterarão as particularidades da expressão analítica. Extensões ao modelo • A poupança rende juros e, no futuro, o capital poupado é superior ao atual • Os indivíduos não têm a certeza absoluta do número de anos que vão viver e podem querer deixar heranças; neste caso, apenas iriam planear uma parte dos seus recursos, deixando o resto como herança • Pode existir alterações à composição do agregado familiar ao longo do tempo que leva à ampliação do modelo: o Maior número de filhos o Mais pessoas a trabalhar o Membros do agregado que entram na reforma o Etc. • Existe incerteza quanto aos rendimentos do trabalho auferidos ao longo da vida ativa do indivíduo Ideias gerais Notas Sumário / Fonte: 2.1.3 – Outras teorias da função consumo (livro Macroeconomia) https://prezi.com/tggij0rxclsh/life-cycle-hypothesis/ Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Teoria do Rendimento permanente Monitor Margarita Carvalho Data 30 de março de 2019 Modigliani vs. Friedman Os objetivos dos consumidores são semelhantes nas hipóteses de Modigliani e Friedman, que consideram que os indivíduos pretendem maximizar a sua utilidade, mantendo um fluxo de consumo tão estável quanto possível. Por outro lado, Friedman não define o horizonte temporal como Modigliani, mas este será considerado igual (período de vida do consumidor), visto que as teorias são semelhantes). Esta hipótese foi apresentada por Milton Friedman, em 1957 e retoma os fundamentos neoclássicos da teoria económica, afastando-se da teoria keynesiana e, nomeadamente, da importância dada ao rendimento corrente na determinação do consumo. Considera como hipótese de base que os indivíduos pautam o seu consumo pelo seu rendimento permanente, ou seja, o rendimento de longo prazo (ao contrário das análises de curto prazo, que consideravam que o consumo era função do rendimento disponível). O indivíduo recebe o seu rendimento num determinado momento (dia da semana ou mês) e não o gasta todo nesse momento; vai reparti-lo ao longo do período em causa (semana ou mês). Principais hipóteses da Teoria • Os consumidores planeiam consumir uma percentagem do seu rendimento permanente (depende de vários fatores, como o gosto dos consumidores e a taxa de juro) • O consumo e o rendimento de cada período podem ser decompostos em duas parcelas distintas: o Rendimento = rendimento permanente + rendimento transitório o Consumo = consumo permanente/planeado + consumo transitório • Não há ligação entre as parcelas transitórias das duas variáveis, nem entre os valores permanentes e transitórios dentro das mesmas variáveis. o Apenas se estabelece uma relação entre consumo e rendimento permanente (únicas variáveis relevantes para o consumidor) Sumário / Fonte: 2.1.3 – Outras teorias da função consumo (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Moldes da Teoria do Rendimento permanente Monitor Margarita Carvalho Data 30 de março de 2019 Função consumo 𝐶 = 𝑐𝑌𝑝 𝑌𝑝 = rendimento (disponível) permanente 𝐶 = consumo num determinado período 𝑐 = parâmetro que representa a propensão marginal a consumir; mede a variação do consumo resultante da variação de uma unidade monetária no rendimento permanente. É um valor estável no curto prazo e assume valores entre zero e um • Rendimentos como horas extraordinárias, rendimentos de jogos e lotarias não são rendimentos permanentes, pois a probabilidade de ocorrência é praticamente nula • Promoções no emprego ou aumentos de vencimento são rendimentos permanentes A estimativa do rendimento permanente pode ser considerada como o rendimento passado acrescido de uma fração da diferença de rendimentos entre o ano em curso e o ano anterior. Críticas ao procedimento: • A medida leva a que seja estabelecida uma relação entre as parcelas permanente e transitória do rendimento e entre o consumo e o rendimento transitórios, o que contraria algumas das hipóteses básicas do modelo • Não está de acordo com as hipóteses de comportamento do consumidor que suportam esta teoria, na medida em que os seus fundamentos não podem ser encontrados na microeconomia tradicional Sumário / Fonte: 2.1.3 – Outras teorias da função consumo (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas O que é o rendimento permanente Como medir o rendimento permanente Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Considerações sobre a Teoria do Rendimento permanente Monitor Margarita Carvalho Data 30 de março de 2019 Expressão analítica do rendimento permanente 𝑌𝑝 = 𝑌−1 + 𝜃(𝑌 − 𝑌−1) = 𝜃𝑌 + (1 − 𝜃)𝑌−1 𝜃 assume valores entre zero e um. O rendimento permanente aparece como uma média ponderada entre rendimentos passado e presente. Quando 𝜃 é igual à unidade, o rendimento permanente coincide com o rendimento atual. Foram considerados muitos períodos (visto que a estimativa de apenas dois períodos é muito fraca), e foram atribuídos ponderadores aos mesmos. • Os rendimentos de períodos passados devem ter menor influência, comparativamente aos rendimentos mais recentes • O rendimento corrente deve ter um peso inferior à unidade, a fim de se poder incluir na estimativa do rendimento permanente, os rendimentos de períodos anteriores Inserindo a equação do rendimento permanente na função consumo, temos: 𝐶 = 𝑐𝑌𝑝 ⟺ 𝐶 = 𝑐[𝜃𝑌 + (1 − 𝜃)𝑌−1] ⟺ 𝑪 = 𝒄𝜽𝒀 + 𝒄(𝟏 − 𝜽)𝒀−𝟏 A propensão marginal a consumir do rendimento permanente (𝛿𝐶/𝛿𝑌) é dada por 𝑐𝜃, assumindo valores mais baixos que a propensão marginal a consumir no longo prazo, que é designada por 𝑐. No longo prazo, não há alteração do rendimento, pelo que os rendimentos atuais e passados são praticamente iguais: 𝐶 = 𝑐𝑌 ou seja 𝐶 = 𝑐𝑌𝑑 Sumário / Fonte: 2.1.3 – Outras teorias da função consumo (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Teoria do Rendimento relativo Monitor Margarita Carvalho Data 30 de março de 2019 Principal crítica à teoria: assimetria de comportamentos de consumo Esta hipótese foi desenvolvida em 1949 por James Duesenberry. O objetivo deste autor era tentar conciliar as funções consumo de curto e longo prazos. Esta teoria (ao contrário da anterior) preocupa-se, não com a manutenção dum nível constante ou crescente de consumo, mas sim com o facto de os indivíduos não pretenderem baixar o seu padrão de consumo face a níveis já alcançados no passado. Quando o rendimento baixa, os consumidores só efetuam um pequeno ajustamento relativamente a esta situação. No entanto, quando o rendimento sobe, o consumo aumenta de imediato, levando à adoção de um padrão de consumo mais elevado. Modelos de Modigliani e de Friedman Modelo de Duesenberry• Baseiam-se na escolha do consumidor • Consideram que o consumidor tem um comportamento racional, maximizando a sua utilidade (função dos níveis de consumo intemporais), face à restrição do valor atual dos seus rendimentos ao longo do tempo • Só se considera o consumo individual • Os indivíduos estão preocupados, não com o valor absoluto do rendimento, mas com a sua posição relativa na distribuição do rendimento global da economia em que se encontram inseridos • O nível de consumo atual não depende apenas do rendimento do período e desse rendimento relativamente ao da restante população; depende igualmente dos níveis máximos de consumo atingidos no passado É difícil para um consumidor reduzir os seus níveis de consumo, comparativamente a níveis já alcançados no passado. É mais fácil reduzir a poupança. Sumário / Fonte: 2.1.3 – Outras teorias da função consumo (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Moldes da Teoria do Rendimento relativo Monitor Margarita Carvalho Data 30 de março de 2019 Propensão média a poupar Expressão analítica da propensão média a consumir Relação entre a poupança e o rendimento (disponível) = rácio entre o rendimento do período e o nível máximo de rendimento do passado 𝑆 𝑌𝑑 = 𝑎0 + 𝑎1 𝑌𝑑 𝑌′𝑑 𝑌′𝑑 = nível máximo de rendimento (disponível) do passado 𝑎0 e 𝑎1 = parâmetros da função consumo; apresentam valores entre zero e um Se o rendimento presente for superior ao nível máximo do mesmo atingido em períodos anteriores, então a propensão média a poupar (𝑆/𝑌𝑑) aumentará. Sabendo que a soma das propensões médias a consumir e a poupar totaliza a unidade, podemos deduzir: 𝑃𝑀𝐶 = 1 − 𝑃𝑀𝑆 ⟺ 𝐶 𝑌𝑑 = 1 − 𝑆 𝑌𝑑 ⟺ 𝑪 𝒀𝒅 = (𝟏 − 𝒂𝟎) − 𝒂𝟏𝒀𝒅 𝒀′𝒅 Se o rendimento se expandir ao longo da tendência de longo prazo, então o valor máximo do rendimento é sempre do ano transato, pelo que o rácio 𝑌𝑑/𝑌′𝑑 será igual a (1+taxa de crescimento do rendimento), em que essa taxa assume valores entre zero e um. Então, a propensão média a consumir será constante, tal como Kuznets tinha concluído. Resolvendo a equação em ordem ao consumo temos: 𝐶 = (1 − 𝑎0)𝑌𝑑 − 𝑎1 𝑌𝑑2 𝑌′𝑑 Sumário / Fonte: 2.1.3 – Outras teorias da função consumo (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Modelo do passeio aleatório do consumo Monitor Margarita Carvalho Data 30 de março de 2019 De acordo com a hipótese do ciclo de vida e da teoria do rendimento permanente, os consumidores pretendem maximizar a utilidade ao longo da sua vida, tendo como restrição orçamental ao longo desse vida o facto de que o somatório de todos os seus consumos tem de igualar o somatório dos rendimentos mais a riqueza. No entanto, as utilidades marginais não são conhecidas. Num período 𝑡, as utilidades marginais de (𝑡 + 1) ⋯ (𝑡 + 𝐿) são desconhecidas. Modernamente, a regra foi modificada, utilizando-se não as utilidades marginais, mas sim os valores esperados das mesmas. No entanto o problema mantém-se, já que estes últimos também não são observáveis. Robert Hall, nos finais da década de 70, aplicou a teoria das expectativas racionais na resolução deste problema, naquilo a que se designou por modelo do passeio aleatório de Hall: 𝐶𝑡+1 = 𝐶𝑡 + 𝜀 𝜀 = erro aleatório, ou seja, contempla as situações imprevisíveis que irão alterar o consumo Os consumidores vão reajustar o seu consumo em função das informações que dispõem em cada momento e só alteram o seu consumo quando ocorrem situações inesperadas/não planeadas. Sumário / Fonte: 2.1.3 – Outras teorias da função consumo (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Investimento Monitor Margarita Carvalho Data 30 de março de 2019 A função investimento keynesiana depende inversamente da taxa de juro do mercado. Keynes definiu esta função a partir da análise do modo como nas empresas se aprovam projetos de investimento. Elementos de um projeto de investimento Investimento associado ao projeto (I) • Considera-se que as despesas de investimento se realizam todas no período zero ou atual • As despesas englobam o estudo de pré-viabilidade do projeto, a aquisição do terreno, a construção da fábrica, compra de equipamentos, etc. • As despesas repartem-se ao longo de um período de 2 a 7 anos Número de anos considerado para a análise (n) • É fundamental definir o horizonte temporal do estudo de viabilidade • É em função do período de tempo que se irão estimar as receitas e despesas de exploração do projeto Cash-flows de exploração do projeto (R-C) • Receitas e despesas de exploração do projeto • Repartem-se ao longo do período de exploração previamente definido Períodos Investimento Cash-flows de exploração 0 𝐼 1 𝑅1 − 𝐶1 2 𝑅2 − 𝐶2 ⋯ ⋯ 𝑛 𝑅𝑛 − 𝐶𝑛 Sumário / Fonte: 2.1.4 – A função investimento (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Investimento e viabilidade de projeto Monitor Margarita Carvalho Data 30 de março de 2019 𝒆𝒎𝒄 > 𝒊 Os valores do quadro anterior não são comparáveis, visto que se reportam a períodos de tempo diferentes. Para se poder tirar conclusões sobre a viabilidade do projeto, importa reportar tudo ao mesmo período de tempo, pois uma unidade monetária hoje não tem o mesmo valor amanhã e vice-versa. Reportando todos os valores ao mesmo período (e escolhendo o ano base ou período atual), temos: Períodos Investimento Cash-flows de exploração 0 𝐼 1 𝑅1 − 𝐶1 1 + 𝑟 2 𝑅2 − 𝐶2 (1 + 𝑟)2 ⋯ ⋯ 𝑛 𝑅𝑛 − 𝐶𝑛 (1 + 𝑟)𝑛 A partir daqui já se podem comparar os valores: 𝐼 = 𝑅1 − 𝐶1 1 + 𝑟 + 𝑅2 − 𝐶2 (1 + 𝑟)2 + ⋯ + 𝑅𝑛 − 𝐶𝑛 (1 + 𝑟)𝑛 𝑟 = taxa interna de rentabilidade (TIR) ou, como Keynes lhe chamou, a eficiência marginal do capital (emc). É a taxa de remuneração dos capitais investidos no projeto. É fixa para cada projeto e depende dos mesmos três fatores que caracterizam o projeto, já mencionados acima. Para se decidir a implementação ou não do projeto vai-se comparar a eficiência marginal do capital desse projeto com a taxa de juro de mercado (que resulta da média ponderada das várias taxas de juro das diferentes aplicações financeiras, e é designada por 𝑖). Só são implementados projetos para os quais a eficiência marginal do capital seja superior à taxa de juro do mercado. Sumário / Fonte: 2.1.4 – A função investimento (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Função investimento keynesiana Monitor Margarita Carvalho Data 30 de março de 2019 Função investimento keynesiana 𝐼 = 𝐼 ̅ − 𝑒𝑖 A função keynesiana considera que a taxa de juro afeta inversamente o investimento Instabilidade da função investimento 𝐼 ̅ = investimento autónomo, independente da taxa de juro de mercado; engloba os investimentos de substituição e de produtividade. Assume valores positivos e pode ser alterável no curto prazo,sendo essa decisão da competência das empresas. 𝑒 = propensão marginal a investir; mede a variação do investimento quando a taxa de juro varia de um ponto percentual. É um valor positivo e estável no curto prazo Determinantes da função investimento Taxa de juro de mercado • Afeta inversamente a função investimento Eficiência marginal do capital • Esta afeta diretamente o investimento, ceteris paribus o P. ex., se a eficiência aumenta, o investimento total aumenta Expectativa dos empresários • Se as expectativas forem favoráveis, independentemente da taxa de juro de mercado, o investimento aumenta • Se as expectativas forem desfavoráveis, independentemente da taxa de juro de mercado, o investimento diminui A expectativa dos empresários são o fator responsável por se considerar que a função investimento é uma função instável. No entanto, pode-se tentar minimizar as expectativas desfavoráveis e reforçar as favoráveis, através de manobras na taxa de juro de mercado: Pode-se descer as taxas de juro para contrabalançar os efeitos negativos das expectativas desfavoráveis e reforçar as expectativas favoráveis. Sumário / Fonte: 2.1.4 – A função investimento (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas 𝐼 𝑖 𝐼 𝐼/̅𝑒 Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Modelo a dois setores Monitor Margarita Carvalho Data 30 de março de 2019 Vamos considerar que a propensão marginal a investir (𝑒) é nula, ou seja, o investimento é todo autónomo Uma vez analisados os dois elementos que integram a despesa agregada ou procura agregada (D) numa economia fechada e sem setor Estado, já se pode escrever a forma estrutural representativa do modelo referente ao mercado de bens e serviços ou mercado real com dois setores. 𝑌 = 𝐷 Equação de equilíbrio 𝐷 = 𝐶 + 𝐼 Equação de definição 𝐶 = 𝐶̅ + 𝑐𝑌 Equação de comportamento 𝐼 = 𝐼 ̅ Equação de comportamento A forma estrutural dá a estrutura ao modelo. Permite Não permite • identificar o mercado em estudo • Identificar os setores considerados (no caso do mercado de bens e serviços) • Identificar as equações de comportamento consideradas • Identificar variáveis objetivo e variáveis estratégicas • Quantificar o impacto da alteração de uma variável estratégica sobre uma variável objetivo, ou seja, calcular o respetivo multiplicador • (tal só pode ser feito com a determinação da forma reduzida do modelo) 𝑌 = 𝐷 ⟺ 𝑌 = 𝐶̅ + 𝑐𝑌 + 𝐼 ̅ ⟺ 𝒀 = �̅� + �̅� 𝟏 − 𝒄 Sumário / Fonte: 2.1.5 – Determinação do rendimento de equilíbrio num modelo a dois setores: definição e equações (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Variáveis / Equação de equilíbrio universal Monitor Margarita Carvalho Data 30 de março de 2019 Equação de equilíbrio universal num modelo a dois setores As variáveis objetivo são aquelas para as quais se pretendem alcançar determinados valores. As variáveis estratégicas, de política económica ou instrumentais são variáveis que afetam o cálculo das variáveis objetivo (em particular o rendimento) e podem ser alteradas no curto prazo por uma entidade. Na forma reduzida do modelo verifica-se que há cinco variáveis que afetam o cálculo do rendimento, mas só há uma que pode ser alterada no curto prazo – investimento autónomo. O equilíbrio ocorre no ponto 𝐸; todos os pontos acima ou abaixo de 𝐸 são de desequilíbrio (respetivamente 𝑌 < 𝐷 e 𝑌 > 𝐷). A alteração de qualquer uma das equações de comportamento da forma estrutural vai gerar uma nova forma reduzida. Deste modo surge a necessidade de se deduzir uma equação que traduza o equilíbrio neste modelo, mas que seja independente das equações de comportamento do modelo. Na sua dedução só se podem utilizar equações de definição e a equação de equilíbrio. 𝑌 = 𝐷 𝑌 = 𝐷 𝐷 = 𝐶 + 𝐼 𝐶 + 𝑆 = 𝐶 + 𝐼 𝑌 = 𝐶 + 𝑆 𝑰 = 𝑺 Sumário / Fonte: 2.1.5 – Determinação do rendimento de equilíbrio num modelo a dois setores: definição e equações (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas 𝑌 = 𝐷 𝐸 𝐷 = 𝐶 + 𝐼 𝐷, 𝐶, 𝐼 𝑌 𝑌𝑒 𝐼 ̅ 𝐼 𝐶̅ + 𝐼 ̅ �̅� 𝐶 Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Paradoxo da poupança Monitor Margarita Carvalho Data 30 de março de 2019 O paradoxo da poupança ou da parcimónia diz que, quando a poupança varia, o rendimento de equilíbrio da economia varia em sentido inverso. Este paradoxo está em conformidade com os princípios da teoria keynesiana, em que a análise é feita do lado da procura e dando particular ênfase a uma das suas componentes, o consumo. Se as empresas estimam que as famílias vão consumir menos (isto é, poupar mais), então elas vão reduzir a sua produção; consequentemente será menor o rendimento de equilíbrio da economia. Verificando-se um exemplo em que apenas a poupança autónoma se alterou, verifica-se que um aumento da poupança (𝑆2 > 𝑆1) gera uma diminuição do rendimento de equilíbrio 𝑌2 < 𝑌1). Sumário / Fonte: 2.1.5 – Determinação do rendimento de equilíbrio num modelo a dois setores: definição e equações (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas 𝑆2 𝐼, 𝑆 𝑌 𝑌2 −𝐶2̅ 𝑆1 𝐼 𝑌1 𝐼 ̅ −𝐶1̅ Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA O multiplicador Monitor Margarita Carvalho Data 30 de março de 2019 Definição genérica de multiplicador A forma reduzida da forma estrutural anteriormente considerada é: 𝑌 = 𝐶̅ + 𝐼 ̅ 1 − 𝑐 Tal como já mencionado, a forma estrutural permite várias identificações e relações, mas não permite a quantificação da relação, sendo que esta é essencial no modelo keynesiano, e foi designada por multiplicador. Esta quantificação é feita a partir da forma reduzida do modelo. Multiplicador de uma variável estratégica numa dada variável objetivo mede as variações da variável objetivo quando a variável estratégica considerada varia de uma unidade (monetária ou percentual), mantendo constantes as demais variáveis estratégicas do modelo. No modelo em estudo, há somente uma variável objetivo (rendimento) e uma estratégica (investimento autónomo), pelo que só há um multiplicador: multiplicador do investimento autónomo. Este mede as variações do rendimento quando o investimento autónomo varia de uma unidade monetária. ∆𝑌 ∆𝐼 ̅ = 𝑑𝑌 𝑑𝐼 ̅ = 1 1 − 𝑐 ∆𝑌 = ∆𝐼 ( 1 1 − 𝑐 ) Este é uma derivada e o inverso da propensão marginal a poupar. É sempre maior que a unidade (pois é o inverso de um valor que está entre zero e um). Quando o investimento autónomo varia de uma unidade, o rendimento varia mais do que uma unidade e essa variação será tanto maior, quanto maior o valor do multiplicador. Depende exclusivamente do valor da propensão marginal a consumir e na razão direta. Sumário / Fonte: 2.1.6 – O multiplicador: noções e aplicações (livro Macroeconomia) Ideias gerais Notas Claudia Pêgo | UAb | MACROECONOMIA Modelo a três setores Monitor Margarita Carvalho Data 30 de março de 2019 Keynes é um forte defensor da intervenção governamental, como meio de regulação da economia, pelo que importa considerar um modelo mais adequado à realidade,
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