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CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA – NP2 1 COLUNA VERTEBRAL - o esqueleto é dividido em apendicular (ossos das extremidades, como clavícula, escapula e pelve) e axial (crânio, coluna, costelas, esterno e hioide) - crânio: envolve e protege o cérebro, assim como nos olhos, ouvidos, nariz e sistema vestibular - coluna vertebral: consiste geralmente em 33 segmentos ósseos, sendo 7 cervicais, 12 torácica, 5 lombares , 5 sacrais e 4 coccígeos - curvaturas da coluna: a cifose é a curvatura primaria, presente no feto, e a lordose é um curvatura secundária, quando a criança começa a explorar o mundo Curvaturas planas sagitais - As curvaturas planas sagitais dentro da coluna vertebral também fornecem força e resiliência ao esqueleto axial, pois uma coluna vertebral reciprocamente curvada atua como um arco flexível, mas estável. -As forças de compressão quase vertical entre as vértebras são parcialmente compartilhadas pela tensão nos tecidos conjuntivos alongados e músculos localizados ao longo do lado convexo de cada curva. -Assim como ocorre com os ossos longos, como o fêmur, a força e a estabilidade da coluna vertebral são derivadas mais da sua capacidade de “ceder” ligeiramente sob uma carga, em vez de sua capacidade de suportar grandes forças de compressão estaticamente. - Linha de gravidade que passa através do corpo Ligamentos da coluna vertebral - suportada por um conjunto de ligamentos, onde os ligamentos espinhais limitam os movimentos, ajudam a manter as curvaturas naturais e, por conta de sua estabilização, protegem a medula espinhal e raízes nervosas - todos os ligamentos limitam diferentes angulos de movimento, mas atuam limitando especificadamente apenas um - ligamento longitudinal anterior limita extensão e rotações, sendo mais denso, dando estabilidade - o ligamento longitudinal posterior limita a flexão, sendo mais denso, dando estabilidade - ligamento amarelo limita a flexão, mais fino, pois apresenta muita elastina e é mais flexível - ligamentos interespinhais: entre os processos espinhosos, limitando a flexão e rotações - supraespinhais: passa pelas pontinhas dos processos espinhosos, limitam a flexão e rotações - ligamentos intertransversais: entre os processos transversos, que limitam as inclinações laterais - ligamento nucal: presente apenas na nuca Artrologia - Os processos transversos e espinhosos fornecem estabilizadores mecânicos, ou alavancas, que aumentam o efeito de alavanca mecânica de músculos e ligamentos. - As articulações apofisárias são as principais responsáveis por guiar o movimento intervertebral, tanto quanto os trilhos orientam a direção de um trem; é uma articulação sinovial, presente entre as facetas articulares - As articulações intercorporais ligam um disco intervertebral com um par de corpos vertebrais. A função primária dessas articulações é absorver e distribuir as cargas através da coluna vertebral. - os movimentos ocorrem nas facetas articulares, onde os movimentos vão mudar de vertebra para vertebra (cervical, torácica e lombar) por conta do posicionamento das facetas - para nomear o disco, usados as duas vertebras com quem ele se articula, ex: disco intervertebral L1-L2 Articulações apofisárias - são duas (direita e esquerda) por cada vertebra e são planas, apenas realizando movimentos de deslizamento - as últimas vertebras (cervicais, torácicas ou lombares) são vertebras de transição, que mudam um pouco a inclinação das suas facetas articulares para se articularem com as vertebras abaixo - a orientação do plano dentro de cada articulação afeta diretamente a cinemática em diferentes regiões através da coluna vertebral; a forma da faceta influencia na predominância do movimento - cervical: predominantemente rotações, com o axis proporcionando a maior angulação de rotação por conta do seu dente do axis - torácica: predominantemente inclinação lateral - lombar: predominantemente flexão e extensão CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA – NP2 2 Articulações intercorporais - vai da C2-C3 e L5-S1, existem 23 articulações intercorporais na coluna vertebral. - Cada articulação intercorporal contém um disco intervertebral, placas terminais vertebrais e corpos vertebrais adjacentes. Anatomicamente, essa articulação é classificada como uma sinartrose cartilaginosa Vertebras - Além de proporcionar estabilidade vertical em todo o tronco e pescoço, a coluna vertebral protege a medula espinal, as raízes nervosas ventral e dorsal, e as raízes nervosas espinais. - Acidentes ósseos: corpo vertebral, processos espinhosos, processos transversos, lâmina, processos articulares e pedículos Cervicais - menores e mais moveis, com todos os movimentos, mas principalmente com rotação (principalmente no atlantoaxial) - apresentam forame transverso e são divididas em tipicas e atípicas (atlas e axis) - articulação atlantoociptal: primeira articulação formada entre o crianio e atlas, fornecem um movimento independente do crânio em relação ao atlas e são caracterizada como elipsoide (côndilo convexo e facetas côncavas) - articulação atlantoaxial: a articulação mediana (articulação pivô) e um par de articulações apofisárias (planas) lateralmente posicionadas. - apofisárias intracervicais: vai de C2 - C7, onde as facetas são orientadas como telhas em um telhado inclinado 45 graus, aproximadamente a meio caminho entre os planos frontal e horizontal. Essa orientação aumenta a liberdade de movimento em todos os três planos. -protracao: botar a cabeça para frente -Retração: botar a cabeça para trás - rotação axial caeça-pescoço: é uma função muito importante, intimamente relacionada com a visão, audição e a segurança. Vértebras torácicas - O tórax é constituído por uma caixa torácica relativamente rígida, formada pelas costelas, vértebras torácicas e esterno. - A rigidez da região proporciona uma base estável para os músculos controlarem a região craniocervical, uma área de proteção para os órgãos intratorácicos, e um gradiente mecânico favorável para a respiração. - Se articulam com as costelas e portanto apresentam facetas costais. O movimento predominante será o de inclinações laterais. Esterno e costelas - Esterno: é dividido em três partes: o manúbrio, corpo e processo xifoide; se situa na frente do tórax e se articula com as costelas, protegendo o coração e os pulmões - existem doze pares de costelas envolvem a cavidade torácica, formando uma gaiola protetora para os órgãos cardiopulmonares, possuindo os acidentes ósseos: Cabeça, Pescoço e Tubérculo articular -A cabeça e o tubérculo se articulam com uma vértebra torácica, formando duas articulações costovertebrais sinoviais: costocorporal e costotransversária, respectivamente - A extremidade anterior de uma costela consiste em cartilagem hialina achatada. - Costelas verdadeiras: 1 a 7, pois se fixam diretamente à borda lateral do esterno através de sete articulações esternocostais. - Costelas falsas: 8 a 10, pois se ligam ao esterno por fusão com a cartilagem da costela imediatamente superior. - Costelas flutuantes: As costelas 11 e 12 são conhecidas como de “flutuação livre” porque não se fixam anteriormente ao esterno. - osteocinemática: na flexão o deslizamento é para cima, enquanto que na extensão o deslizamento é para baixo Vértebras lombares - As vértebras lombares têm corpos maciços e amplos, adequados para suportar todo o peso sobreposto da cabeça, tronco e braços. O movimento predominante será o de flexão/extensão. - osteocinemática: na flexão o deslizamento é para cima, enquanto que na extensão o deslizamento é para baixo A INFLUÊNCIA DA ORIENTAÇÃO DO PLANO DAS SUPERFÍCIES DA FACETA DENTRO DE CADA REGIÃO ATRAVÉS DA COLUNA VERTEBRAL _____________________________________________ _____________________________________________ __________________________________________________________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _____________________________________________ _________________________________________ CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA – NP2 3 Palpação muscular da coluna Grande dorsal - paciente em decúbito lateral, partindo de uma abdução de ombro completa para a adução, com o examinador aplicando resistência no punho e palpando a linha axilar posterior - origem: processos espinhosos de t7-t12, aponeurose toracolombar e crista ilíaca - inserção: sulco intertubercular do úmero - ação: extensão, hiperextensão, adução e rotação medial do braço - inervação: nervo toracodorsal Trapézio - paciente em decúbito ventral e realizando elevação da escapula - palpação feita latero-posterior do pescoço - origem: linha nucal, processo occipital externo e no processo espinhoso de c7-t12 - inserção: clavícula, acrômio e espinha da escápula. - ação: elevação, depressão e retração da escápula - inervação: nervo acessório Romboides maior e menor - paciente em decúbito ventral, procurando o bordo medial da escapula - pedir para o paciente elevar os ombro (retração), com o examinador colocando a mão entre as escapula - origem: processos espinhosos de c7-t1 (menor) e t2-t5 (maior). - inserção: bordo medial da escápula - ação: elevação e retração da escápula - inervação: nervo dorsal da escápula Eretor da espinha - agrupamento de três músculos: espinhal, longuíssimo do dorso e iliocostal (sendo o espinhal o mais medial e o iliocostal, lateral) - mais fácil de palpar na lombar por ter menos camadas musculares - origem: sacro, crista ilíaca e processos espinhosos e lombares - inserção: processo transverso e espinhais da cervical e torácica - inervação: nervos espinhais - função: estende e inclina lateralmente o tronco - palpação: paciente decúbito ventral, braços ao longo do corpo, realizar extensão de tronco (elevar as pernas e a cabeçada maca); aplicar resistência entre as escápulas Quadrado lombar - mais lateralmente ao eretor da espinha, onde identificamos primeiro as últimas costelas, crista ilíaca e coluna, palpando cerca de 4 dedos lateralmente à coluna, entre costelas e crista ilíaca. - palpação: paciente em decubito ventral ou lateral, solicitar ao paciente para tentar encostar a mão no pé, sendo o decúbito lateral mais efetivo por ser contra a ação da gravidade. - origem: 12° costela - Inserção: crista iliaca - inervação: nervos espinhais - Ação: unilateralmente atua na inclinação lateral e bilateralmente faz extensão da coluna Esplênio da cabeça - origem: ligamento nucal e processos espinhosos de C7-T4 - inserção: processo mastoide - função: bilateralmente estende a cabeça e unilateralmente roda e inclina a cabeça pro mesmo lado (homolateral) - inervação: nervos cervicais - palpação: paciente em sedestação, identificar o trapézio e ECOM, subir até abaixo do processo mastoide, entre trapézio e ECOM, pedir para o paciente realizar lateralização e rotação pro mesmo lado da cabeça, aplicando resistência na cabeça contra o movimento no mesmo lado a ser avaliado Biomecânica da respiração - a ventilação é o processo mecânico pelo qual o ar é inalado e exalado através dos pulmões e vias aéreas - esse processo ocorre 12-20 vezes por minuto em repouso e é essencial para a manutenção da vida - A ventilação só ocorre, além da diferença de pressão, pela contração do diafragma, que contrai e relaxa alterando a pressão interna Inspiração - é sempre ativa, onde o principal musculo é o diafragma, contando também com os intercostais externos, escalenos, peitoral menor, serrátil anterior, serrátil posterior superior, ECOM, com auxílio do peitoral maior e grande dorsal - há o movimento de alça de balde que ocorre laterolateralmente nas costelas, enquanto o braço de bomba ocorre no esterno, ambos com os intercostais externos - O diafragma contrai, aumentando o volume intratorácica e diminuindo a pressão, fazendo o ar entrar - O nervo frênico inerva o diafragma, tendo origem de C3-C5, mais difícil de ser lesionado CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA – NP2 4 Expiração forçada - a expiração normal ocorre de forma passiva, sem músculos, mas a forçada é ativa e com recrutamento da musculatura abdominal -intercostais internos, obliquo abdominal, reto abdominal , quadrado lombar, serrátil posterior inferior, transverso do tórax e abdominal -com o pulmão cheio de ar, a pressão intratorácica fica positiva, com maior volume, e quando ocorre a saída de ar, o volume cai assim como a pressão Articulação esternocostal - há a articulação costocondral, da costela com a cartilagem, e a articulação condroesternal, da costela com o esterno (sinovial) - As junções costocondrais constituem a transição entre osso e cartilagem das extremidades anteriores de cada costela, não havendo nenhuma cápsula ou ligamento para reforçar essas articulações, além de permitirem muito pouco movimento. - As junções condroesternais são sinoviais, permitindo leves movimentos de deslizamento com exceção da primeira junção condroesternal (primeira costela) que é uma sinartrose, fornecendo uma conexão relativamente rígida com o esterno, por conta dos diversos ligamentos dessa região. Alguns músculos e suas ações respiratórias - Serrátil posterossuperior: Aumenta o volume intratorácico elevando as costelas superiores. - Serrátil posteroinferior: Estabiliza as costelas inferiores para a contração inicial do diafragma. - Levantadores das costelas (longos e curtos): Aumentam o volume intratorácico elevando as costelas. - Esternocleidomastóideo: Aumenta o volume intratorácico elevando o esterno e as costelas superiores. - Latíssimo do dorso: Aumenta o volume intratorácico elevando as costelas inferiores; exige os braços para ser fixado. - Iliocostal torácico e cervical (eretor da espinha): Aumenta o volume intratorácico alongando o tronco. - Peitoral menor: Aumenta o volume intratorácico elevando as costelas superiores; exige ativação de músculos tais como trapézio e levantadores das escápulas para estabilizar a escápula. - Peitoral maior (cabeça esternocostal): Aumenta o volume intratorácico elevando as costelas médias e o esterno; essa ação exige os braços para ser mantido em uma posição de pelo menos 90 graus de flexão ou abdução do ombro. - Quadrado lombar: Estabiliza as costelas inferior para a contração do diafragma durante a inspiração forçada precoce. Palpação muscular do tórax Serrátil anterior - pedir para o paciente colocar a mão dele sobre o ombro do terapeuta, pedindo que ele empurre você (realizando protração) - identificar as costelas na linha axilar média-posterior, onde o grande dorsal salta primeiro, já que o serrátil é mais profundo - tem origem nas 1-9 costelas e se insere no bordo medial da escápula - inervação: nervo torácico longo - ação: protração (afastar) das escápulas Peitoral menor - paciente em decúbito dorsal ou sentado, com o terapeuta na frente - encontrar processo coracóide (inserção do peitoral menor) e descer um pouco até o ventre muscular; pedir para o paciente realizar um abaixamento do ombro - se o paciente estiver deitado, o terapeuta fica sentado ao lado do paciente e apoia o cotovelo dele em uma mão enquanto realizar a palpação com a outra - origem: 3-5 costelas - inervação: nervo peitoral medial e lateral - ação: depressão da escápula e elevação das costelas (inspiração) Esternocleidomastóideo - paciente em decúbito dorsal, cabeça em posição neutra para avaliação bilateral ou cabeça em rotação para avaliação unilateral e pedir para o paciente realizar flexão de cabeça, podendo colocar resistência na testa - origem: manúbrio e terço medial da clavícula- inserção: processo mastoide - Inervação: nervo acessório - ação: bilateralmente flexiona a cabeça, unilateralmente promove a rotação contralateral e inclinação homolateral Intercostais externos - paciente em sedestação, avaliador posteriormente a ele, identificar as costelas e espaços intercostais e pedir para o paciente inspirar e expirar - se origina na margem inferior das costelas e se insere na margem superior da costela abaixo, inervado pelos nervos intercostais e atua na elevação das costelas na inspiração. CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA – NP2 5 Escalenos - paciente em decúbito dorsal, paciente realizar flexão com rotação de cabeça para identificar ECOM, palpar acima da clavícula, paciente com cabeça em posição neutra e pedir para o paciente realizar inclinação homolateral - origem: processo transverso C4-C7 - inserção: escalenos anterior e médio na primeira costela, escaleno posterior na segunda costela - inervação: nervos cervicais - ação: inclinação lateral Diafragma - pressionar levemente logo embaixo das costelas, pedindo para o paciente inspirar e expirar - encontrar o processo xifoide e descer lateralmente um pouco - se origina nas primeiras vertebras lombares, face interna do processo xifoide e ultimas costelas e se insere no tendão central Cíngulo pélvico Vertebras sacrais - São cinco vertebras fundidas, formando um aspecto triangular, com sua base sendo o promontório e o ápice sendo a região acima do cóccix; tem a importante função de transmitir o peso da coluna para a pelve, onde tudo acima dele é transferido para a pelve através da articulação sacro- ilíaca - No sacro há o braço maior e menor nos processos auriculares,responsáveis por não permitir uma rotação direta, realizando então primeiro deslizando pra baixo, parando e deslizando para frente Articulação sacroilíaca - é a região da junção do sacro com os ossos ilíacos, através do processo auricular de ambos - são em parte uma articulação sinovial e em parte sindesmoidal, sendo rígida e com pouco movimento, mas que se move muito durante o parto - marcam a transição da extremidade caudal do esqueleto axial (sacrococcígea) com o esqueleto apendicular (ilíacos e MMII) dos membros inferiores; O sacro entre os ílios fornece uma transferência eficaz de forças potencialmente grandes entre a coluna vertebral, as extremidades inferiores e o chão. - relação da dor lombar com a articulação sacroiliaca: podem ser gerados por traumas, parto difícil por conta da não-liberação do sacro, torções repetitivas (que é normal até certo nível por conta da rotação da pelve, mas se for unilateral ou unidirecional pode causar problema), alterações posturais ou estruturais e assimetria pélvica (lordose lombar excessiva, escoliose ou pernas com comprimentos desiguais) - a pelve feminina apresenta uma formação mais larga, repercutindo em outros fatores, como a inclinação do fêmur que gera um valgo maior - o sacro sempre deve acompanhar os movimentos da coxa e do tronco Ligamentos - sacroiliaco anterior, iliolombar (como se fosse uma extensão so sacroiliaco anterior), interosseos (mais profundo, estando dentro da articulação, unindo o sacro e o ilio), sacroiliaco posterior curto (mais superiores), sacroiliaco posterior longo (mais comprido), sacrotuberal (conecta o sacro com a tuberosidade do isquio) e sacroespinhal (liga o sacro à tuberosidade espinhal do isquio) Cinemática - vão ocorrer pequenos movimentos de rotação e translação (deslizamento), onde a movimentação do sacro em relação à pelve é entre 1-4° de rotação e 1-2° de deslizamento - na pelve, temos dois estreitos, o superior (entre S2 e púbis sup.) e o inferior (entre cóccix e púbis inf.), que mudam sua abertura de acordo com os movimentos que acompanham a passagem do bebê no parto - o ideal é o sacro acompanhar os ilíacos durante o movimento, e vice- versa; quando não há essa sintonia, pode ocorrer lesões principalmente articulares - nutação e contranutação: pode ocorrer no sacro, ilíacos ou em ambos - nutação: ocorre pela rotação anterior sacroilíaca (movimento do sacro em relação ao ilíaco), rotação posterior iliosacral (movimento do ílio em relação ao sacro) ou ambos simultaneamente; - o promontório sacral vai para frente, sendo equivalente a uma flexão do sacro; na nutação, o ilíaco se posterioriza (indo para trás) sendo equivalente a uma extensão; o estreito superior fecha e o inferior abre, pois há a aproximação do promontório com o púbis - contranutação: ocorre pela rotação posterior sacroilíaca, rotação anterior iliosacral ou ambos simultaneamente; há a verticalização do sacro, podendo causar retificação da coluna em casos patológicos - o promontório sacral vai pra cima e pra trás, equivalente a uma extensão; enquanto que os ilíacos se inclinam para frente, sendo equivalente a uma flexão; o estreito superior abre e o inferior fecha, pois há o afastamento do promontório, enquanto que o sacro se aproxima do púbis --------------------- PROMONTÓRIO ILÍACOS ESTREITOS NUTAÇÃO Vai para frente Vai para trás Superior fecha; inferior abre CONTRANUTAÇÃO Vai para trás Vai para frente Superior abre; inferior fecha os movimentos de ilíacos e sacro são opostos, mas agem em sintonia - O ilíaco pode ser restringido, por exemplo, por um encurtamento do reto abdominal, puxando o púbis pra cima e impedindo-o de descer, realizando uma nutação constante e prendendo a pelve; se o sacro tentar realizar nutação, pode ocorrer uma hiperlordose lombar - na flexão de tronco, há uma contranutação da pelve, pois durante esse movimento há uma retificação da lombar, fazendo o sacro acompanhar seu movimento e se inclinando para trás - no parto, há a nutação para aumentar o espaço da cavidade pélvica, - na marcha, um ilíaco faz nutação e o outro faz contranutação, enquanto que o sacro tenta acompanhar e nivelar o movimento, inclinando levemente para cada lado CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA – NP2 6 - A estabilidade na articulação sacroilíaca vai além das estruturas e tecidos que a circundam - o torque de nutação aumenta a estabilidade nas articulações sacroilíacas, pois há a ação da gravidade e a questão do posicionamento dos processos auriculares, que aumentam a congruência (encaixe) das peças ósseas (sacro e ilíaco) - este torque é gerado por três forças: Tensão passiva dos ligamentos esticados, ativação muscular e a ação da gravidade. Ação da gravidade - A força da gravidade resultante do peso do corpo passa através das vértebras lombares (linha imaginária), girando o sacro anteriormente em relação ao ílio - Ao mesmo tempo, as cabeças femorais produzem uma força de compressão direcionada superiormente através dos acetábulos, girando o ílio posteriormente em relação ao sacro - Esse torque de nutação “bloqueia” as articulações gerando mais estabilidade, já que o fêmur influencia o ilíaco a ir para posterior, enquanto que a gravidade tende a fazer o promontório ir para frente, favorecendo a nutação. - a cabeça do fêmur influencia a rotação posterior do ilíaco, por conta da inserção horizontalizada dela (caso o fêmur fosse completamente vertical ao tronco, haveria maior compressão e riscos de lesões) Tensão passiva dos ligamentos esticados - O torque de nutação (gerado pela gravidade ou qualquer outra força) estende os ligamentos interósseos, sacroespinal e sacrotuberal, acabando por comprimir ainda mais o espaço articular e estabilizar ainda mais as articulações sacroilíacas, pois o sacro vai para frente e estica os ligamentos; os ligamentos esticados puxam o sacro para dentro, aproximando-o do iliaco (principalmente o ligamento sacrotuberal), reduzindo o espaço articular e estabilizando ainda mais a articulação Ativação muscular - Músculos do tronco, quadril e lombopélvicos reforçam e estabilizam as articulações sacroilíacas através: - geração de forças de compressão ativascontra as superfícies articulares, - aumento da magnitude do torque de nutação e acoplamento subsequente de um mecanismo de bloqueio ativo e - repuxo ou enrijecimento de tecidos conjuntivos que reforçam direta ou indiretamente as articulações. - os músculos adutores, por conta de sua origem no púbis, puxam os ilíacos para baixo, realizando contranutação - o músculo eretor da espinha e os multifidos puxam os processos espinhosos sacrais para cima, promovendo a nutação do promontório - os isquiotibiais puxam os ilíacos para baixo, realizando nutação do ilíaco - Músculos que Ajudam a Reforçar e Estabilizar a articulação Sacroilíaca: Eretor espinal e multífido lombar, músculos do diafragma e assoalho pélvico, músculos abdominais (Reto e oblíquos), músculos extensores do quadril (tais como os bíceps femorais e glúteo máximo), grande dorsal, Ilíaco e piriforme Espondilite Anquilosante - artrite inflamatória autoimune que afeta a coluna vertebral e as articulações grandes. O problema é mais comum entre os homens e, geralmente, começa no início da idade adulta. Os sintomas costumam aparecer no início da idade adulta e incluem a redução da flexibilidade na coluna. Essa flexibilidade reduzida eventualmente resulta em uma postura curvada para frente. É comum sentir dores nas costas e nas articulações. O tratamento inclui medicação, fisioterapia e, em casos raros, cirurgia. - as inflamações frequentes enrijecem a coluna, havendo calcificação anterior dos corpos ou, posterior, das facetas articulares. Geralmente se inicia na lombar, afetando diretamente a articulação sacroilíaca e vai “subindo”, causando dores na extensão de tronco. Espondilolistese - A espondilolistese ou o escorregamento vertebral é quando uma das vértebras da coluna desliza sobre a outra, caracterizando a perda do alinhamento da coluna; A listese (escorregamento) pode ocorrer em qualquer parte da coluna e é mais comum afetar a região lombar. PALPAÇÃO MUSCULAR M reto anterior do abdome - paciente em decúbito dorsal, identificar o reto abdominal, pressiona a mão levemente sobre o músculo, pedindo para o paciente realizar flexão de tronco (pedindo para ele “tentar se sentar”) - possui origem no púbis e insere-se no processo xifoide e ultimas cartilagens costais, atuando na flexão de tronco Obliquo externo do abdome - as fibras são no sentido de mão no bolso - paciente com joelho flexionado com pé na maca e com mãos na nuca, tentando encostar cotovelo no joelho oposto - o avaliador pressiona levemente nas duas laterais do abdome, onde o lado que eleva o cotovelo avalia o obliquo externo (contralateral) e o outro lado avalia o obliquo interno (homolateral) NUTAÇÃO CONTRANUTAÇÃO Eretores da coluna Quadrado lombar multifÍdos Adutores de coxa isquiotibiais ------------------ Reto abdominal -------------------- Obliquo ext. -------------------- Ob. int Ob. Ext.
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