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1Psicologia e conexões Narcisismo

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Psicologia e conexões
As nítidas transformações na sociedade contemporânea resultado dos grandes avanços tecnológicos, da industrialização, do processo de globalização, das realidades virtuais, e etc, tem influenciado tanto no social quanto no psiquismo humano, gerando novas formas de subjetivação. Em nível social aponta para: a proliferação da imagem sendo esta um produto para o Capitalismo e a publicidade que endossa o culto ao consumo, a cultura de ódio, as transformações nas famílias, educação permissiva e relações humanas nocivas e bárbaras, sem grandes intimidades, com isso a cultura acaba por imprimir na sociedade um narcisismo onipresente.
A subjetividade é formada através das crenças e valores do indivíduo, com suas experiências e história de vida, o que vemos hoje são subjetividades doentias e não autônomas.
“Uma sociedade que dá crescente proeminência e encorajamento a traços narcisistas” (Lasch, p 15), É crescente a desvalorização do passado, procura do prazer intenso, impulsivo e momentâneo, em busca de gratificação imediata. Uma valorização da imagem e do objeto. Atitudes em resposta aos problemas culturais historicamente gerados.
Segundo o artigo acadêmico: Subjetividade contemporânea: narcisismo e estados afetivos em um grupo de adultos jovens, que investigou características de narcisismo, depressão, ansiedade, desesperança e autoestima em 350 jovens adultos universitários. Como resultado destaca-se não terem sido identificadas correlações positivas entre narcisismo e sintomas de depressão e ansiedade. Ao contrário, os resultados apontam associações com os aspectos positivos da personalidade dos participantes, tal como a autoestima.
 Essas problemáticas narcísicas geram perturbações psíquicas que são valorizadas no contemporâneo, nota-se um aumento nas demandas de análise clínica psicológica, nos casos de bulimia, anorexia, borderline, uso de drogas, suicídio, problemas de relações problemáticas, ... E também uma reestruturação nas demandas de análise, dada a modificação global da nossa sociedade. Focar no “eu” não garante atendimento das necessidades próprias, o sujeito perde a capacidade de enxergar além de si, e isso diante da violência psicossocial contemporânea, seria um porto seguro, ou uma câmera de isolamento claustrofóbica. Adorno (2008, p. 30). 
A adaptação do narcisista à realidade existe por falta de esclarecimento. O bom desempenho se torna uma estrutura para o narcisismo. É retirada a ideia do ser de sociedade e gregário, e é colocada a idéia de empreendedor dele mesmo, sem se preocupar com o bem comum, o outro se torna um obstáculos que só atrapalha, ele não precisa da humanidade. Criando assim um desejo pelo “hiper-desenvolvimento autodestrutivo do interesse próprio”, (Adorno, 2008, p,19). Esse sujeito se conforma com a totalidade existente e desiste de refletir sobre outras possibilidades, sendo reforçado pela cultura atual que o leva a retirar interesse das questões políticas da coletividade . O olhar de solidariedade é retirado desse sujeito. 
A cultura do narcisismo, segundo Larsch(1983) colabora com a mutilação do Eu, dificultando também as relações entre as pessoas, e promove fantasias narcísicas, você não encontra satisfação no amor e no trabalho, mais o indivíduo está cercado de fantasias manufaturadas de gratificação total. (p, 277).
A publicidade encoraja a onipotência. A sociedade narcísica se encontra insaciavelmente faminta de experiências emocionais com as quais preenchem o vazio interior, tornando-se alvo fácil da publicidade, da indústria e do consumo capitalista. Busca- se a satisfação do prazer contínuo e linear . O narcisismo promovido pela cultura atual será também conservador da mesma ordem social injusta que o gera.
Em suma, os aspectos negativos do narcisismo estão associados com os benefícios para o próprio indivíduo, se excedidos, transformam-se em características negativas para outras pessoas, para a sociedade e para o indivíduo. 
 Existe uma crise na cultura, devido ao fato da rotina ser constantemente desafiadora e, assim, ser impossível planejar ou confiar no futuro. Se não podemos controlar o presente, como projetar-se para o futuro, isso realça a desesperança, porém, esse projetar-se é condição indispensável para gerar mudanças individuais e sociais. “Projetar-se no futuro condição indispensável de todo pensamento transformador”. Baumam, 2008,p.42

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