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Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital Autor: Ricardo Torques Aula 06 17 de Agosto de 2021 07221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 1 162 Sumário Proteção a minorias e demais grupos vulneráveis.............................................................................................. 4 Proteção à mulher ............................................................................................................................................... 5 1 - Introdução ................................................................................................................................................. 5 1.1 - O Caso Maria da Penha ...................................................................................................................... 7 2 - Lei Maria da Penha ................................................................................................................................... 8 2.1 - Gênero; violência de gênero; violência contra as mulheres ............................................................... 9 2.2 - Formas de violência doméstica e familiar contra a mulher.............................................................. 10 2.3 - Assistência à mulher em situação de violência ................................................................................ 10 2.4 - Atendimento Policial ........................................................................................................................ 12 2.5 - Procedimentos .................................................................................................................................. 14 2.6 - Regras Finais da Lei ......................................................................................................................... 17 3 - Atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual ................................... 17 4 - Violência Obstétrica ................................................................................................................................ 19 5 - Diretrizes Nacionais para o Abrigamento de Mulheres em Situação de Risco e de Violência .............. 20 6 - Redes e Políticas contra a Violência ....................................................................................................... 20 6.1 - Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e Rede de Atendimento à Mulher em Situação de Violência ............................................................................................................................... 20 6.2 - Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres .............................................. 21 Combate ao Racismo........................................................................................................................................ 21 1 – Introdução ............................................................................................................................................... 21 Estatuto da Igualdade Racial ............................................................................................................................ 24 1 - Introdução ............................................................................................................................................... 24 2 - Direitos Fundamentais ............................................................................................................................ 27 Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 2 162 2.1 - Direito à Saúde ................................................................................................................................. 27 2.2 - Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer ...................................................................... 28 2.3 - Direito à Liberdade de Consciência, de Crença e o Livre Exercício de Culto ................................. 30 3 - Acesso à terra e à moradia adequada ...................................................................................................... 31 3.1 - Acesso à Terra .................................................................................................................................. 31 3.2 - Moradia ............................................................................................................................................ 34 4 - Trabalho .................................................................................................................................................. 34 5 - Meios de Comunicação ........................................................................................................................... 35 6 - SINAPIR ................................................................................................................................................. 35 7 - Disposições finais ................................................................................................................................... 36 Crimes resultantes de raça ou de cor ................................................................................................................ 36 Proteção aos LGBTTTI .................................................................................................................................... 38 1 - Conceito .................................................................................................................................................. 39 2 - Proteção Internacional da Liberdade Sexual ........................................................................................... 39 3 - Liberdade Sexual no ordenamento jurídico nacional .............................................................................. 41 3.1 - Reconhecimento e qualificação da união homoafetiva como entidade familiar .............................. 42 4 - Transgênero e o Direito ao nome ............................................................................................................ 44 4.1 - Nome Social e uso de banheiro nas escolas ..................................................................................... 48 5 - Combate à discriminação de grupos LGBTTTI em privação de liberdade ............................................ 49 Proteção às pessoas portadoras de transtornos mentais e legislações específicas ........................................... 49 1 - Internação Voluntária , Involuntária e Compulsória (Lei n. 10.216/01) ................................................ 50 2 - Política Nacional para a população em situação de rua (Decreto Federal n. 7.053/09) ......................... 53 3 - Consultórios na Rua (Portarias do Ministério da Saúde n. 122 e n. 123 de 2012) ................................. 55 Legislação Destacada ....................................................................................................................................... 56 Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 3 162 Estatuto da Igualdade Racial ........................................................................................................................ 56 Resumo ............................................................................................................................................................. 57 Introdução ..................................................................................................................................................... 57 Lei Maria da Penha ......................................................................................................................................57 Atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual ......................................... 60 Combate ao Racismo .................................................................................................................................... 62 Estatuto da Igualdade Racial ........................................................................................................................ 62 Crimes resultantes de raça ou de cor ............................................................................................................ 65 Proteção aos LGBTTTI ................................................................................................................................ 67 Lista de Questões com Comentários ................................................................................................................ 69 FGV .............................................................................................................................................................. 69 Outras Bancas ............................................................................................................................................... 71 Lista de Questões sem Comentários .............................................................................................................. 135 FGV ............................................................................................................................................................ 135 Outras Bancas ............................................................................................................................................. 136 Gabarito .......................................................................................................................................................... 162 Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 4 162 GRUPOS VULNERÁVEIS (PARTE 01) PROTEÇÃO A MINORIAS E DEMAIS GRUPOS VULNERÁVEIS O estudo dos direitos humanos invariavelmente remete à defesa das pessoas que se encontram em posição desprivilegiada na comunidade. Essa é uma realidade comprovada pelo curso histórico. Dois exemplos bem ilustram esses fatos: os judeus na Alemanha nazista e o escravagismo Africano e indígena no Brasil Colonial. Tanto os judeus como os negros e índios ocupavam, nas respectivas comunidades posição desfavorável, o que propiciou a exploração e, consequentemente, a violação dos seus direitos mais básicos. Sobre o assunto leciona Sidney Guerra1: Pensar os direitos humanos na atualidade consiste em articular uma ótica intrincada e imbricada de valores, perpassada por contextos que atingem de forma variada certos segmentos e grupos sociais. O pluralismo é um dos aspectos que caracterizam o modelo de sociedade democrática brasileira. A diversidade faz parte do meio social em que vivemos e é um elemento essencial para o desenvolvimento da comunidade. Partindo desse raciocínio, pode-se observar a importância da proteção das minorias e dos grupos vulneráveis. A vulnerabilidade é algo natural á condição humana. Não há pessoa invulnerável, todos são, em grupo grau, vulneráveis. Todos estão sujeitos, em alguma medida, a violações dos seus direitos mais básicos. É necessário, contudo, aferir na prática, no dia a dia, grupos de pessoas que se encontram em situação de maior vulnerabilidade. Nesse contexto, trazemos à discussão a ideia de igualdade em sentido material. Vulnerabilidade e desigualdade são conceitos correlacionados. É necessário constatar faticamente pessoas que possuem menor capacidade de enfrentar violações aos seus direitos mais básicos. É o que ocorreu com os judeus e com os negros e índios, acima citados. Por consequência, é papel central da disciplina de Direitos Humanos identificar e proteger pessoas que estejam em condições desfavoráveis. Essa proteção está, a um só turno, tanto em normas internacionais como em normas internas. Desse modo, estudar a situação jurídica internacional de minorias e grupos vulneráveis nada mais é do que compreender as normas criadas para defesa daquelas pessoas cujos direitos são constantemente vilipendiados. 1 GUERRA, Sidney. Direitos Humanos: Curso Elementar, 2ª edição, São Paulo: Editora Saraiva, 2014, p. 230. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 5 162 Antes de iniciarmos, contudo, o estudo específico da proteção às mulheres, é importante diferenciarmos minorias de grupos vulneráveis. As minorias constituem o grupo de pessoas que ocupam posição não dominante na sociedade, embora sejam organizados e com sentimento de autodeterminação e solidariedade entre os integrantes dos grupos. Os grupos vulneráveis, por sua vez, constituem o conjunto de pessoas dotado formalmente de direitos, contudo, destituídos de poder. Desse modo, desorganizações, os grupos vulneráveis encontram uma série de dificuldades para exigir seus direitos. Em que pese a distinção acima, para fins do nosso concurso, não é necessário adentramos em maiores detalhes quanto à diferenciação. Ok? Vamos ao que realmente interessa? PROTEÇÃO À MULHER 1 - Introdução Ao longo da História, as mulheres foram constantemente submetidas a abusos, atrocidades e violências diversas. Em determinadas comunidades, inclusive, foram vistas como coisa, como mero instrumento de deleite masculino. Felizmente, a sociedade contemporânea tem empreendido esforços no sentido de superar tais mazelas, entretanto, certos ranços persistem, o que exige um tratamento diferenciado. Nesse contexto, veja o que nos ensina a doutrina de Flávia Piovesan2: Com o processo de especificação do sujeito, mostra-se insuficiente tratar o indivíduo de forma genérica, geral e abstrata. Torna-se necessária a especificação do sujeito de direito, que passa a ser visto em suas peculiaridades e particularidades. Nessa ótica, determinados sujeitos de direito, ou determinadas violações de direitos, exigem uma resposta específica, diferenciada. Nesse sentido, as mulheres devem ser vistas nas especificidades e 2 PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos, 6ª edição, São Paulo: Editora Saraiva, 2012, 314. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 6 162 peculiaridades de sua condição social. Importa o respeito à diferença e à diversidade o que lhe assegura um tratamento especial. Vamos, na sequência do nosso estudos, avaliar as normas que envolvem a proteção concedida à mulher, tanto na esfera internacional, como nacional. No âmbito internacional esse tratamento diferenciado é notado especialmente em razão de alguns diplomas relevantes. Destaca-se no âmbito internacional: (i) A Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW, pela sigla internacional). Esse documento deu importante passo para o reconhecimento da valorização da dignidade da mulher. Nesse sentido, leciona a doutrina3: A Convenção enaltece o papel da mulher na sociedade e para o bem-estar de uma família, ressaltando que, para que haja desenvolvimento pleno de um país, bem-estar no mundo e paz, a participação da mulher deve ser plenamente reconhecida nas mesmas condições que os homens. Não obstante tratar-se do principal diploma específico do Sistema Global de Direitos Humanos, voltado à proteção dos direitos humanos da mulher, a CEDAW recebeu crítica contundente, na medida em que impõe o imperialismo cultural e a intolerância religiosa. De certo modo, a CEDAW traz o contexto de direitos pretendido à mulher no Ocidente, sem considerar peculiaridades culturais.Além disso, essa Convenção não disciplina a questão da violência contra a mulher, mas tão somente aspectos voltados à proteção contra discriminação. É justamente em face disso que a Recomendação nº 19 do Comitê da CEDAW ampliou o conceito de discriminação para abranger também as situações de violência. Paralelamente à Convenção, existe o Protocolo Facultativo à Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher, que viabilizou a possibilidade de vítimas, pessoalmente ou por intermédio de organizações, peticionar ao Comitê para denunciar violações os direitos das mulheres prescritos na CEDAW. 3 GUERRA, Sidney. Direitos Humanos: Curso Elementar, p. 231. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 7 162 (ii) No âmbito da OEA é importante conhecermos a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, denominada de Convenção de Belém do Pará. Esse documento é o primeiro a reconhecer a violência contra a mulher como um fenômeno comum na sociedade, assunto que exige atenção da comunidade internacional e dos Estados. Essa Convenção específica influenciou o surgimento da Lei nº 11.340/2006, denominada Lei Maria da Penha. (iii) Outros documentos específicos de relevo são Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial Mulheres e Crianças. No âmbito nacional, embora constatada certa evolução, ainda persistem violações aos direitos das mulheres. Tal come leciona Flávia Piovesan4: A realidade brasileira revela um grave padrão de desrespeito aos mais elementares direitos humanos de que são titulares as mulheres, mais da metade da população nacional. Destacam-se, no quadro das graves violações aos direitos humanos nas mulheres: a) a violência contra a mulher; b) a discriminação contra as mulheres; e c) a violação aos direitos sexuais e reprodutivos. Estes são os principais vértices que compõem a agenda feminista brasileira no contexto da consolidação democrática. Internamente, sempre tivemos poucas de proteção da mulher. Na Constituição as regras são esparsas. Assegura-se a igualdade entre homens e mulheres (art. 5º, I), a proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante políticas públicas específicas (art. 7º, XX) e a redução em cinco anos para a aposentadoria por idade quando comparada aos homens (art. 40, III, “a” e “b”; e art. 201, §7º, I e II). Na esfera infraconstitucional não havia norma específica, apenas algumas regras difusas. Somente em 2006, essa realidade modificou-se. 1.1 - O Caso Maria da Penha Em 1998, Maria da Penha Maia Fernandes, juntamente com duas organizações não-governamentais (CEJIL- Brasil e CLADEM-Brasil) encaminharam à Comissão Interamericana petição contra o Estado brasileiro, reclamando a defesa dos seus direitos humanos, em face das violações domésticas sofridas. Relata-se que a Maria Penha sofreu diversas agressões e ameaça do seu ex-marido, sendo, inclusive, vítima de tentativa de homicídio com dois tiros nas costas enquanto dormia, o que a deixou paraplégica. O agressor tentou eximir-se da culpa e, duas semanas após, em nova tentativa de homicídio, seu ex-marido tentou eletrocutá-la durante o banho. Não mais aguentando a situação, superou as ameaças, o medo e separou-se. 4 PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos, 6º Edição, São Paulo: Editora Saraiva, 2013, p. 333/334. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 8 162 Houve o ingresso da ação penal, com a produção de diversas provas dando conta da autoria dos fatos pelo ex-marido, contudo, mesmo após 15 anos, o agressor ainda permanecia em liberdade, não havendo decisão definitiva. Em face disso, Maria da Penha, juntamente com a CEJIL-Brasil5 e com a CLADEM-Brasil6, ingressou contra o Brasil na Comissão Interamericana, denunciando o padrão sistemático de omissão e negligência em relação à violência doméstica e familiar contra as mulheres brasileiras. Após o trâmite do procedimento internacional, o Estado brasileiro foi condenado por negligência, omissão e tolerância em relação à violência doméstica contra as mulheres, fazendo uma série de recomendações, entre as quais: • Finalizar a apuração da autoria dos delitos praticados contra a Sra. Maria da Penha; • Apurar a responsabilidade pelo atraso injustificado no trâmite processual interno; e • Adotar políticas públicas voltadas à prevenção, punição e erradicação da violência contra a mulher. Sobre a importância do caso Maria da Penha, ensina Flávia Piovesan7: À luz desse contexto, o caso Maria da Penha permitiu, de forma emblemática, romper com a indivisibilidade que acoberta este grave padrão de violência de que são vítimas tantas mulheres, sendo símbolo de uma necessária conspiração contra a impunidade. Em 2002, houve a prisão do réu, encerrando-se o longo ciclo de impunidade que envolveu o presente caso. Posteriormente, em razão desse caso paradigmático, foi votada e aprovada a Lei nº 11.340/2006, que ficou denominada de Lei Maria da Penha. Vamos, na sequência, estudar a referida lei, em detalhes. 2 - Lei Maria da Penha Trata-se de norma que criou mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Essa norma busca fundamento no art. 226, §8º, da CF, e em diversos diplomas internacionais. A nossa Constituição assegura assistência estatal à família na pessoa de cada um dos que a integram, devendo- se criar mecanismos para coibir a violência no âmbito das relações familiares. A Lei, já no seu início, reitera os direitos e garantais fundamentais das mulheres, afirmando que deve ser assegurado uma vida digna, livre de qualquer violência. Para que isso seja assegurado, o Poder Público deve desenvolver uma série políticas públicas (ações afirmativas), a fim de assegurar os direitos as mulheres e 5 O Centro pela Justiça e o Direito Internacional é organização não-governamental, constituída em 1991 que tem por finalidade implementar as normas de direitos humanos nos países da América Latina e do Caribe. 6 Trata-se do Centro Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher. 7 PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos, p. 337. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 9 162 coibir toda e qualquer prática que possa implicar em negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão contra mulheres. Didaticamente, podemos afirmar que a norma tempo por finalidade: coibir e prevenir a violência doméstica familiar; criar os Juizados de Violência Doméstica e Familiar; e adotar medidas de assistência e proteção às vítimas de violência doméstica e familiar. Além disso, a Lei Maria da Penha deixa claro no que esse dever não é apenas do Estado, mas constitui obrigação da família e da sociedade. Assim... 2.1 - Gênero; violência de gênero; violência contra as mulheres Vamos iniciar o tópico com a compreensão do que é considerado “violência doméstica” pela Lei 11.340/2006. De acordo com o art. 5º, a violência doméstica e familiar se configura quando a mulher sofre qualquer ação ou omissão baseada no gênero que possa causar morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, praticada: no âmbito doméstico, no âmbito familiar ou em razão de alguma relação íntima de afeto. Note que o conceito é amplo, mas o “tom” diferenciador da violência doméstica ou familiar é a conduta comissiva ou omissiva baseada no gênero. Todas as condutas acima, se praticadas em função de qualqueroutro motivador, ainda que perpetrado contra mulheres, não recebe a guarida específica que aqui estudamos. As unidades domésticas são espaços de convívio permanente com ou sem vínculo familiar, inclusive unidades esporádicas. Família é a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados por laços naturais, afinidade ou vontade expressa. Relação íntima de afeto é aquela em que há convivência, independentemente da coabitação. De qualquer forma, a Lei deixa claro que as relações pessoais independem de orientação sexual. Para a prova... A RESPONSABILIDADE POR GARANTIR UMA VIDA DIGNA ÀS MULHERES, LIVRE DE QUALQUER FORMA DE VIOLÊNCIA É do Estado da família da sociedade Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 10 162 A violência doméstica constitui – como deixa claro o art. 6º da Lei 11.340/2006 – violação de direitos humanos, por se tratar de violência de gênero. 2.2 - Formas de violência doméstica e familiar contra a mulher O art. 7º da Lei Maria da Penha trata das formas de violência doméstica, explicitadas na legislação. São cinco as formas previstas: A violência física é entendida como qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal. Violência psicológica é aquela que causa dano emocional e diminuição da auto-estima ou que prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar as ações, comportamentos, crenças e decisões da vítima. Violência sexual é qualquer conduta que constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada. Violência patrimonial é aquela que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos. Violência moral é a conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. 2.3 - Assistência à mulher em situação de violência A partir do art. 8º, vamos analisar regras voltadas para as vítimas de violência doméstica. Define a lei: medidas integradas de prevenção; e VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ação/omissão baseada no gênero que possa causar morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, praticada no âmbito doméstico, familiar ou em decorrência de relação de afeto. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER física psicológica sexual patrimonial moral Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 11 162 assistência à vítima. Além de medidas preventivas e de políticas assistenciais à vítima, a Lei define regras referentes ao atendimento pela autoridade policial. Vamos iniciar com as medidas protetivas. Medidas integradas às vítimas de violência doméstica e familiar No art. 8º e seguinte da Lei, temos regras que preveem a adoção de medidas integrada às vítimas de violência doméstica e familiar. De acordo com o caput o Poder Público deve desenvolver uma política pública voltada a coibir a violência doméstica e familiar. Essa política é conceituada como um conjunto de ações a serem adotadas por todos os entes que compreendem nossa federação e, também, por ações não governamentais. Em síntese essas medidas buscam: integração entre as esferas (Judiciário, MP e Defensoria com segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação); atendimento policial especializado; campanhas educativas e de prevenção da violência doméstica e familiar; e capacitação permanente da rede de atuação. Vamos apenas sintetizar as diretrizes das medidas: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 12 162 Sigamos! Assistência à mulher vítima de violência doméstica As medidas integradas são estabelecidas para evitar a violação de direitos, ao passo que as medidas assistenciais, definidas no art. 9º, tem por finalidade reparar violações já perpetradas. De acordo com o caput do art. 9º da Lei, haverá um corpo integrado de serviços que serão disponibilizados à vítima. Esse corpo integrado envolve o SUAS (Sistema Único de Assistência Social), o SUS (Sistema Único de Saúde) e o Sistema Único de Segurança Pública. O acesso a esses serviços será determinado pelo juiz, por prazo por ele determinado assegurando-se: acesso prioritário à remoção, caso a vítima seja servidora pública; e manutenção do vínculo de trabalho por até seis meses, se necessário o afastamento. Analisadas as medidas protetivas e assistenciais, vejamos as regras relativas ao atendimento policial, que foram modificadas pela Lei 13.505/2017. 2.4 - Atendimento Policial A pretensão do legislador com a Lei 13.505/2017, que alterou a Lei Maria da Penha, foi estabelecer atendimento especializado à vítima de violência doméstica. Por se tratar de uma mazela recorrente, notadamente em áreas rurais, busca-se criar um atendimento especializado, ininterrupto e prestado por policiais e delegadas capacitadas. • integração entre os órgãos públicos que estão envolvidos direta e indiretamente com a proteção dos direitos das crianças e mulheres; • promoção de estudos, pesquisas e estatíticas com a finalidade de aferir a perspectiva de gênero a frequência da violência doméstica e familiar; • difusão do respeito, valores éticos e sociais para coibir papéis esteotipados que levem à violência doméstica; • implementação de atendimento policial especializado para as mulheres; • promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da violência doméstica e familiar contra a mulher; • a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros instrumentos de promoção de parceria para erradicar a violência doméstica e familiar • capacitação das pessoas que tratabalham na área de segurança pública • promoção de programas educacionais que respeitem valores éticos e a dignidade na perspectiva de gênero e de raça ou etnia • conteúdos relativos aos direitos humanos, à eqüidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a mulher DIRETRIZES DAS MEDIDAS INTEGRADAS Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 13 162 São três as diretrizes relativas ao atendimento policial: salvaguarda da integridade física; não contato com investigados e suspeitos; e evitar a revitimização. Quanto à revitimização, cumpre acrescentar algumas observações. Primeiramente, devemos compreender o significado da palavra. A revitimização implica em tornar vítima novamente quem já é vítima de violação de direitos. No caso da violência doméstica, por se tratar crime sensível, intrinsicamente relacionado com a intimidade da pessoa, a necessidade de declinar os fatos para as autoridades policiais implica em reviver as violações, vitimizando-a novamente. Desse modo, algumas cautelas devem ser tomadas com a finalidade de evitar a revitimização: inquirição em recinto especialmente criado para esse fim; quando necessário, acompanhamento por profissionais especializados em violência doméstica e familiar; e registro eletrônico ou magnético do depoimento. A partir dessas orientações gerais, a Lei contém regras que se aplicam à autoridade policial no atendimento à mulher em situação de violência e no procedimento policial respectivo. No que diz respeito ao atendimento à mulher em situação de violência, prevê o art. 11 da Lei as seguintes ações: garantia de proteção policial; encaminhamento para atendimento médico; fornecimento de transporte, estendendo o benefício a dependentes da vítima de violência; garantir apoio policial para a vítima buscar pertences do local da ocorrência ou do domicílio; e informação quanto aos direitos. Em relação ao procedimento inquisitorial, a autoridade policial deverá adotar uma série de procedimentos. Embora se refiram a condutas condizentes com a condução do Processo Penal, vamos, listar de forma resumidas as ações a serem adotadas: ouvir a ofendida; lavrar boletim de ocorrência; Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 14 162 tomar a representação a termo; colher provas (inclusive, oitiva de testemunhas); remeter os autos ao juiz no prazo de 48 horas para adoção de medidas protetivas de urgência requeridas pela vítima; determinar exames periciais e corpo de delito; ouvir agressor (que deverá ser identificado e juntado aos autos a folha de antecedentes); e remeter o inquérito ao juiz e Ministério Público no prazo legal. Seguindo com o estudo da Lei, vamos analisar os dispositivos que reportam-se aos procedimentos judiciais. 2.5 - Procedimentos Em relação aos procedimentos, necessário estudar os arts. 13 a 28 da Lei Maria da Penha. Além de algumas disposições gerais, vamos analisar regras relativas à adoção de medidas protetivas de urgência, requeridas pela autoridade policial; regras atinentes à autuação do Ministério Público, bem como regras relativas à assistência judiciária. Regras gerais Quanto aos procedimentos judiciais que envolvam vítimas de violência doméstica ou familiar devem ser aplicadas as regras que estudaremos. Contudo, como as normas processuais são breve e objetivas, os códigos processuais são aplicados de forma subsidiária. De acordo com o art. 13 da Lei Maria da Penha, aplicam-se, subsidiariamente: o CPP; o NCPC; e regras processuais existentes no ECA ou no Estatuto do Idoso. Em relação á prática de atos processuais, como forma de facilitar o trâmite das ações, há previsão específica de que tais atos podem ser praticados no período noturno. Em relação à fixação do juízo competente para os procedimentos judiciais cíveis, o art. 15 estabelece regra que tem por objetivo facilitar o acesso à justiça pela vítima. Desse modo, ela poderá optar entre um dos seguintes foros: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 15 162 O artigo 16 da Lei prevê que as ações penais relativas à violência doméstica são públicas e condicionadas à representação da ofendida. Oferecida a representação, a renúncia é admissível sob as seguintes condições: 1ª – manifestação de vontade perante autoridade judicial; 2ª – manifestação em audiência especialmente designada para a renúncia; 3ª – manifestação antes do recebimento da denúncia; e 4ª – prévia oitiva do membro do Ministério Público. Ainda, o art. 17 veda aplicação de sanções penais consistentes em prestação de cesta básica ou apenas pecuniárias ou substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa. Medidas Protetivas Na sequência nos deparamos com o art. 18, que arrola as medidas protetivas de urgência que podem ser aplicadas por ordem judicial. Essas medidas são adotadas judicialmente a pedido da vítima ou do Ministério Público. Cabe ao juiz decidi-las no prazo de 48 horas a contar do requerimento formulado. Além disso, são medidas provisórias, vale dizer, podem ser alteradas ou revogadas a qualquer tempo durante o curso do inquérito ou do processo penal. FOROS COMPETENTES PARA AÇÃO CÍVEL EM RAZÃO DA LEI MARIA DA PENHA foro do domicílio ou da residência; foro do lugar do fato em se baseou a demanda; ou foro do domicílio do agressor à escolha da vítima Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 16 162 Vistas essas regras gerais em relação às medidas, vamos citar os arts. 22 a 24, que trazem medidas protetivas que obrigam o agressor e à vítima de violência. medidas que obrigam o agressor: Essas medidas não excluem outras previstas na legislação em vigor. A execução das medidas pode ser realizada com auxílio de força policial. medidas protetivas de urgência à ofendida: Particularmente em relação à proteção de bens da ofendida, as seguintes medidas podem ser determinadas: • requerimento da vítima ou do membro do Ministério Público; • decisão judicial no prazo de 48 horas; • são provisórias; • possibilidade de prisão preventiva do agressor. MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA: • suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente; • afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida; • proibição de determinadas condutas, entre as quais: aproximação da ofendida, familiares e testemunhas, fixado limite mínimo de distância; contato com a ofendida, familiares e testemunhas; frequentação de determinados lugares; restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores; e prestação de alimentos provisionais ou provisórios. MEDIDAS QUE OBRIGAM O AGRESSOR: • encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento; • determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio, após afastamento do agressor; • determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos; • determinar a separação de corpos. MEDIDAS PROTETIVAS DA OFENDIDA: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 17 162 O descumprimento das medidas acima constitui crime. Nesse sentido, a Lei 13.641/2018, que alterou a Lei Maria da Penha, estabelece que constitui crime descumprir decisão judicial que defere medida protetiva e, em razão dela, aplica-se pena de detenção de 3 meses a 2 anos. A medida pode ter sido determinada por juiz de competência civil ou criminal. Cabe fiança em caso de prisão em flagrante. Ministério Público e assistência judiciária Para encerrar, reunimos dois pontos específicos em um só. O MP, quando não for parte, atuará nos procedimentos judiciais envolvendo violência doméstica ou familiar na condição de fiscal da ordem jurídica. E, em razão disso, poderá requisitar força policial e serviços públicos, fiscalizar estabelecimentos públicos ou particulares de atendimento à mulher ou cadastrar casos de violência. Quanto à assistência judiciária, esse instrumento de acesso à Justiça será assegurado mediante contratação de advogado privado ou por intermédio da Defensoria Pública ou da assistência judiciária gratuita. Com isso, encerramos a análise dos dispositivos atinentes ao acesso à justiça. 2.6 - Regras Finais da Lei Para que possamos encerrar o estudo da Lei Maria da Penha, vamos declinar algumas regras que se aplicam ao atendimento multidisciplinar, além de regras transitórias e finais, sem maior relevância para fins do nosso estudo. 3 - Atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual A Lei n. 12.845/13 trata sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual. Assim, a lei determina atenção específica às pessoas que estiverem envolvidas em tais situações. Para tanto, os hospitais devem oferecer às vítimas atendimento emergencial, integral e multidisciplinar para o controle e tratamento de pessoas submetidas a violência sexual. Qual o conceito de violência sexual para fins da Lei 12.845/2013? • restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida; • proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda elocação de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial; • suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor; • prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida. MEDIDAS PROTETIVAS PATRIMONIAIS: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 18 162 De acordo com o art. 2º, a violência sexual constitui qualquer forma de atividade sexual não consentida. Portanto... Entre os serviços que devem ser providenciados de forma OBRIGATÓRIA e IMEDIATA, temos: diagnóstico e tratamento das lesões físicas no aparelho genital e nas demais áreas afetadas; amparo médico, psicológico e social imediatos; facilitação do registro da ocorrência e encaminhamento ao órgão de medicina legal e às delegacias especializadas com informações que possam ser úteis à identificação do agressor e à comprovação da violência sexual; profilaxia da gravidez; profilaxia das DST; coleta de material para realização do exame de HIV para posterior acompanhamento e terapia; fornecimento de informações às vítimas sobre os direitos legais e sobre todos os serviços sanitários disponíveis. Esse servidor será gratuito, APENAS AOS QUE DELA NECESSITAREM. Assim: Registre-se que compete ao médico preservar os materiais que possam ser utilizados para fins de investigação. VIOLÊNCIA SEXUAL qualquer forma de atividade sexual não consentida SERVIÇOS A QUEM FOR SUBMETIDO A VIOLÊNCIA SEXUAL imediato obrigatório gratuito, a quem dela necessitar Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 19 162 4 - Violência Obstétrica A violência obstétrica constitui a apropriação do corpo e processos reprodutivos das mulheres pelos profissionais de saúde, por intermédio de tratamento desumanizado, por abuso de medicação e patologização dos processos naturais, de forma prejudicar a autonomia e capacidade de decisão sobre o corpo e sexualidade e que possa causar perda na qualidade de vida das mulheres. Em alguns países, tais como Argentina e Venezuela a violência obstétrica é tipificada penalmente. Em nosso ordenamento, temos parco arcabouço legislativo, o que dificulta a responsabilização. De toda forma, se considerarmos a legislação nacional e internacional em conjunto é possível coibir esse tipo de conduta. É direito da mulher (e também do nascituro) realizar pré-natal de qualidade, com a finalidade assegurar uma gestação saudável, com preservação do bem-estar. Essa forma específica de violência contra a mulher, abrange: • negativa, negligência ou dificultação do atendimento em postos de saúde que realizam o atendimento pré-natal; • tratamento discriminatório às gestantes por razões de cor, religião, crença, condições socioeconômica, estado civil, orientação sexual ou número de filhos; • ofensas à mulher e à família; • recomendar a realização da cesárea sem real necessidade médica (baseada em evidências científicas). No que diz respeito à proteção jurídica constante do nosso ordenamento, podemos destacar algumas normas. A Lei 11.108/2005 tem por finalidade assegurar o direito à presença de acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Importante destacar que essa regra foi novamente trazida à tona com Lei 13.257/2016, denominada Lei da Primeira Infância, que alterou o ECA para incluir a mesma obrigação. De acordo com a Lei, primeira infância compreende o período entre primeiros 6 anos completos ou 72 meses de vida da criança. Essa nova lei trouxe diversas alterações. Temos alterações no ECA, na CLT, na Lei 11.770/2008 (Programa Empresa Cidadã) e até mesmo no CPP. Nota-se um esforço da legislação em desenvolver programas e políticas de atendimento adequadas à proteção da gestação. Destaca-se: A mãe terá direito de escolher, nos últimos 3 meses da gestação, do local onde será realizado o parto. É assegurado à gestante e à parturiente o direito a um acompanhante durante o período que estiver em estabelecimento hospitalar. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 1 20 162 O Poder Público deverá atuar a fim de garantir os direitos das gestantes perante a rede pública de saúde, atuará também em posição interventiva nos contratos de emprego, preservará o direito das gestantes que estiverem em restrição de liberdade. Além de promover os direitos das gestantes e parturientes, o Estado deverá coibir práticas discriminatórias e violadoras dos direitos das gestantes. Para fins de prova você deve lembrar dessas normas e, ter em mente, a factibilidade da tutela dos direitos das mulheres que sofrem violência obstétrica, com base nos princípios que informam nosso ordenamento jurídico nacional e internacional. 5 - Diretrizes Nacionais para o Abrigamento de Mulheres em Situação de Risco e de Violência A Lei 11.340/2006 disciplina que no atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a autoridade policial deverá fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida. Além disso, na parte final da Lei, mais especificamente no art. 35, II, estabelece que compete à União, DF, Estados e Municípios a prerrogativa de criar casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes menores em situação de violência doméstica e familiar. Em 2011 foi divulgado o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência Contra a Mulher que estabeleceu que deve ser prioridade o aumento do número de serviços de abrigamento, levando em conta eventuais consórcios entre os órgãos públicos. Infelizmente não dispomos no âmbito federal ou estadual nenhum programa efetivo voltado para o abrigamento de mulheres em situação de risco e de violência, pelo que, acredita-se possui legitimidade a Defensoria Pública para ingressar com ações coletivas, com o intuito de exigir do Estado a tutela judicial específica. 6 - Redes e Políticas contra a Violência 6.1 - Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e Rede de Atendimento à Mulher em Situação de Violência Essas duas redes, referidas expressamente em edital, envolvem políticas desenvolvidas pelas instituições e órgãos governamentais voltados à proteção de mulheres expostas a situações de violência. Ambas as redes possuem 4 objetivos: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino d 21 162 Mas qual a diferença entre “rede de atendimento” e “rede de enfrentamento”? A rede de enfrentamento é conjunto de órgãos que atuam agentes governamentais e não-governamentais, formuladores, fiscalizadores e executores de políticas voltadas para as mulheres; serviços/programas voltados para a responsabilização dos agressores; universidades; órgãos federais, estaduais e municipais responsáveis pela garantia de direitos e serviços especializados e não-especializados de atendimento às mulheres em situação de violência. A rede atendimento, por sua vez, envolve o conjunto de ações e serviços que tem por objetivo ampliar a rede de atendimento às mulheres vítimas de violência. 6.2 - Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres Em sentido semelhante às redes acima estudadas, a Política Nacional de Enfrentamento à Violência tem por finalidade “estabelecer conceitos, princípios, diretrizes e ações de prevenção e combate à violência contra as mulheres, assim como de assistênciae garantia de direitos às mulheres em situação de violência, conforme normas e instrumentos internacionais de direitos humanos e legislação nacional”. COMBATE AO RACISMO 1 – Introdução A discussão em torna da discriminação racial envolve o estudo da igualdade, notadamente em sentido material. O princípio da igualdade pode ser analisado sob o aspecto formal e sob o aspecto material. Pelo aspecto da igualdade em sentido formal temos a igualdade perante a lei. Nesse caso, o conceito de igualdade é aproximado do conceito de legalidade, pois todas as normas previstas em nosso ordenamento OBJETIVO DA REDE empoderamento e construção da autonomia das mulheres defesa dos direitos humanos responsabilização dos agressores assistência qualificada às mulheres em situação de violência Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino e 22 162 jurídico atingem a todos, sem qualquer discriminação. Os direitos e os deveres estipulados se destinam a toda e qualquer etnia, seja branca ou negra. Essa concepção formal de igualdade destaca os direitos de liberdade negativa, que são os direitos de primeira dimensão que são reconhecidos em abstrato. Isso significa dizer são reconhecidos a todos sem levar em consideração quaisquer possíveis distinções entre as pessoas. Contudo, na prática, essa igualdade em sentido formal não é suficiente. Nem todas as pessoas são iguais entre si de forma que possamos tratá-las abstratamente como iguais. Dito de outra forma, se todos fôssemos do mesmo sexo, da mesma etnia e com as mesmas condições econômicas por exemplo, se justificaria tratamento igualitário em sentido abstrato, formal, genérico. Contudo, a evolução histórica da sociedade releva que não é bem assim, existem distinções fáticas que não proporcionam a igualdade fática tão somente a partir da igualdade perante a lei (igualdade em sentido formal). É nesse contexto que surge a discussão a respeito da igualdade em sentido material, também conhecida como isonomia. A partir da multiplicação dos direitos humanos, passou-se a cogitar o respeito às diferenças. Por exemplo, sabidamente uma pessoa com deficiência tem maiores dificuldades de se inserir no mercado de trabalho, o que justifica ações afirmativas no sentido de reservar ou incentivar a contratação de pessoas com deficiência. É por isso que no concurso público há reserva de vagas para as pessoas com deficiência. O intuito é corrigir a desigualdade fática, não obstante abstratamente pessoas com e sem deficiência sejam consideradas iguais perante a lei. É por intermédio de um tratamento diferenciado concedido às pessoas com deficiência, espécie de grupo vulnerável, que será possível atingir a igualdade em sentido material. O mesmo raciocínio se aplica às questões étnicas, que descambam para a discriminação racial. Assim: Compreendida a diferença entre os sentidos formal e material da igualdade, sigamos. IG U A LD A D E em sentido formal aproxima-se do conceito de legalidade igualdade abstrata e genérica igualdade perante a lei em sentido material sinônimo de legalidade igualdade na prática leva em consideração as distinções Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino f 23 162 O racismo se funda na convicção da superioridade de determinadas raças, tendo em vista motivações variadas, principalmente com relação às características físicas e outros traços do comportamento humano. Trata-se, em suma, de uma opinião pessoal sobre determinada raça humana que leva a uma posição depreciativa e, até mesmo, violenta em relação a uma coletividade. Isso é um fato e decorre da formação histórica da sociedade brasileira. Por mais que você, eventualmente, não haja dessa maneira, é uma realidade em nossa sociedade. Há uma suposição equivocada de que determinadas etnias são superiores a outras. Mesmo que hoje, formalmente sejam considerados como iguais, na prática não o são. Sustenta-se, assim, a necessidade de serem desenvolvidas regra específicas com a finalidade de proporcionar substancialmente a igualdade entre negros e brancos. O tema do combate ao racismo tem ganhado destaque tanto na seara internacional como nacional, em especial com a criminalização de tal conduta. São diversos os diplomas internacionais e nacionais que tratam do tema da discriminação racial e visam, geralmente com a concessão de direitos e opressão de práticas racistas, o combate ao racismo e conscientização da população. Internacionalmente, temos convenções internacionais gerais (como o Pacto Internacional os Direitos Civis e Políticos) e específicas que tutelam as pessoas vítimas de discriminação racial. A Convenção sobre a Eliminação da Discriminação Racial, instituída no âmbito da ONU, é o principal documento internacional específicos sobre o tema. Contudo, nosso enfoque aqui é a disciplina interna, ou seja, as normas jurídicas nacionais que tutelam esse grupo vulnerável. Primeiramente, devemos lembrar as normas constitucionais sobre o assunto: o inciso XLI do artigo 5º estabelece que qualquer discriminação atentatória a direitos e liberdades fundamentais será punida; já o inciso XLII prevê que o racismo é crime inafiançável e imprescritível, sujeito a pena de reclusão. A CF pune qualquer forma de discriminação e considera o racismo crime inafiançável, imprescritível e sujeito à pena de reclusão. Note que a CF adota um tratamento severo contra a discriminação racial. A partir daí, temos o desenvolvimento de uma série de leis infraconstitucionais que criminalizam o racismo. Além disso, temos normas de caráter promocional. DISCRIMINAÇÃO RACIAL NA CF crime inafiançável imprescritível sujeito a pena de reclusão Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 4 24 162 É importante fixar que o tratamento da desigualdade racial é, por um lado, punitiva, tal como você notou acima, mas também promocional. No aspecto promocional, temos leis específicas que têm por objetivo criar políticas públicas voltadas para a promoção da igualdade. Assim: A Lei 12.228/2010, denominado de Estatuto da Igualdade Racial, está na vertente promocional. É o que passamos a estudar de foram detalhada. ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL 1 - Introdução Atualmente, o Estatuto Nacional da Igualdade Racial (EIR) é disciplinado pela Lei 12.228/2010. Trata-se de um diploma que tutela direitos das pessoas negras. E possui os objetivos abaixo relacionados: Esses objetivos são extraídos do caput do art. 1º do Estatuto. Das finalidades acima, é importante chamar atenção à questão de defesa dos direitos étnicos. O EIR prevê que serão defendidos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos. Sabe qual a diferença entre eles? Os direitos individuais, como o próprio nome indica, representa o direito assegurado à pessoa isoladamente considerada, do qual é titular. Por exemplo, uma pessoa negra sofre discriminação racial no trabalho. Em razão desse fato que viola a esfera jurídica dessa pessoa, surge a possibilidade de ela buscar reparação jurídica. COMBATE À DISCRIMINAÇÃO RACIAL vertente punitiva tipificação de crime para o racismo vertente promocional prescrição e políticas públicas específicas OBJETIVOS DO EIR efetivação da igualdade de oportunidades aos negros defesa de direito étnicos combate à discriminação e intolerância racial Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino a 25 162 Apenas um detalhe, se essa violação por discriminação atingir uma, duas ou três pessoas,teremos uma hipótese em que acidentalmente o direito individual torna-se coletivo. Trata-se, portanto, de direito individual homogêneo. Há, entretanto, direitos que atingem grupos de pessoas ou coletividades. Os direitos difusos são aqueles que dizem respeito a todas as pessoas, independentemente de quem seja, em razão de uma circunstância de fato. Por exemplo, os negros. Todos que estiverem na mesma condição de fato (vale dizer, ser negro) receberá por intermédio do EIR tutela diferenciada com vistas assegurar a isonomia. Os direitos coletivos (em sentido estrito) refere-se a direitos que atingem um grupo de pessoas, mas em razão de uma relação jurídica existente entre elas. Lembra do exemplo da discriminação no ambiente de trabalho? Pois bem, se a discriminação for perpetrada contra apenas um dos funcionários negros da empresa, temos a violação de um direito individual. Por outro lado, se todos os empregados negros daquela empresa sofrem discriminação racial em razão das políticas definidas, temos um direito coletivo. O importante é que você saiba que a tutela dos direitos étnicos abrange: direitos individuais de um negro especificamente considerado; direitos difusos da comunidade negra; direitos coletivos (em sentido estrito) de determinado grupo de pessoas negras ligadas por uma relação jurídica entre si. Feito esse esclarecimento, sigamos! Ademais, em relação à parte introdutória é importante que conheçamos os conceitos adotados pelo EIR, assim esquematizados: CONCEITOS DISCRIMINAÇÃO RACIAL OU ÉTNICO- RACIAL Constitui toda forma de distinção baseada em fatores étnicos ou de descendência que impliquem na anulação ou restrição dos seus direitos humanos. DESIGUALDADE RACIAL Diferenciação injustificada no acesso e fruição de bens, serviços e oportunidade em razão de fatores étnicos ou de descendência. DESIGUALDADE DE GÊNERO E RAÇA Constatação do fosso entre as mulheres negras e demais segmentos da sociedade. Tanto as mulheres como os negros são considerados vulneráveis em razão das condições fáticas em que se encontram. No caso, mulheres negras encontram-se em situação de dupla vulnerabilidade. POPULAÇÃO NEGRA Conjunto de pessoas que se declaram negas ou pardas segundo o IBGE. Note que o que define a pessoa negra é autodeclaração como tal. Isso, evidentemente, não impede que sejam criados mecanismos com a finalidade de evitar abusos, como ocorre, por exemplo, diante de comissões especiais constituídas em concursos públicos para a reserva de vagas. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 26 162 POLÍTICAS PÚBLICAS Ações, iniciativas e programas adotados pelo Poder Público voltado para a efetivação de direitos humanos, no âmbito de suas prerrogativas institucionais. De acordo com EIR a garantia da igualdade material entre as pessoas negras e as demais etnias é dever do Estado e da sociedade. Essa igualdade pressupõe a fruição de diversas prerrogativas, especialmente a participação em atividades políticas, econômicas, empresariais, educacionais, culturais e esportivas. Além disso, devem ser respeitadas a dignidade e valores religiosos e culturais das pessoas negras. Notem: De acordo com o art. 3º, o EIR é considerado uma diretriz político-jurídica para a inclusão das vítimas de desigualdade étnico-racial, para a valorização da igualdade étnica e para o fortalecimento da identidade nacional brasileira. Fique atento! Para a execução das diretrizes, tendo em vista os deveres e objetivos assegurados às pessoas negras, deve ser promovida uma série de ações, que vem disciplinadas no art. 4º, cujo conhecimento é imprescindível para a nossa prova. Essas ações são exemplificativas e prioritárias. Isso significa dizer que devem ser adotadas preferencialmente, entre outras que podem ser implementadas. São as seguintes as ações previstas: DEVER do Estado e da sociedade Igualdade de participação na comunidade. Respeito à dignidade. Respeito à religião e cultura próprios. EIR É DIRETRIZ POLÍTICO-JURÍDICA PARA inclusão de vítimas de desigualdade étnico- racial valorização da igualdade étnica fortalecimento da identificada nacional brasileira Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 27 162 Para a promoção dessas medidas o Estatuto criou o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (SINAPIR), cujas linhas gerais serão adiante analisadas. 2 - Direitos Fundamentais Neste tópico vamos analisar o tratamento diferenciado conferido a alguns dos direitos humanos das pessoas negras. 2.1 - Direito à Saúde A regra geral consta do art. 6º o EIR, que prevê a garantia pelo poder pública do direito à saúde da população negra mediante políticas públicas destinadas à redução do risco de doenças e outros agravos. O segmento da população negra vinculado a seguros de saúde privados deve ser tratados sem discriminação. Para tanto, o EIR institui, para a questão afeta à saúde das pessoas negras, a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Essa Política, disciplinada no art. 7º do EIR, possui as seguintes diretrizes: Ampliação e fortalecimento da participação de movimentos sociais em defesa da saúde da população negra nas áreas de controle social do SUS. Produção de conhecimento científico e tecnológico em saúde da população negra. Informação, comunicação e educação para a redução das vulnerabilidades da população negra. O dispositivo seguinte estabelece os objetivos da referida Política, quais sejam: Promoção da saúde, com objetivo de reduzir desigualdades étnicas e combate à discriminação nas instituições e serviços do SUS. • inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento econômico e social; • adoção de medidas, programas e políticas de ação afirmativa; • modificação das estruturas institucionais do Estado para o adequado enfrentamento e a superação das desigualdades étnicas ; • promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o combate à discriminação étnica e às desigualdades étnicas em todas as suas manifestações individuais, institucionais e estruturais; • eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais e institucionais que impedem a representação da diversidade étnica nas esferas pública e privada; • estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas oriundas da sociedade civil direcionadas à promoção da igualdade de oportunidades e ao combate às desigualdades étnicas; • implementação de programas de ação afirmativa destinados ao enfrentamento das desigualdades étnicas . AÇÕES PARA PROMOÇÃO DA IGUALDADE: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 28 162 Melhorias na qualidade de informação do SUS no que tange à coleta, ao processamento e à análise dos dados desagregados por cor, etnia e gênero. Fomento à realização de estudos e pesquisas sobre racismo e saúde da população negra. Inclusão do conteúdo da saúde dos negros nos processos de formação e educação permanente dos trabalhadores da área de saúde. Adoção dos temas relacionados à saúde da população negra nos processos de formação política das lideranças de movimentos sociais para o exercício da participação e controle social no SUS. Em relação à comunidade quilombola, prevê ainda o dispositivo acima citado, o tratamento especialíssimo, relativamente à saúde, prevendo a melhorias de condições ambientais, saneamento básico, segurança alimentar e nutricional e atenção integral à saúde. 2.2 - Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer Em relação aos direitos de segunda dimensão, especificamente à educação, cultura e lazer, temos o dever deo Estado adotar políticas públicas a fim de viabilizar a prestação desses direitos, como forma de integração da população negra. Para efetivar esse direito, o Poder Público deve adotar uma série de medidas. Note que a responsabilidade de adotar essas providências é dos governos Federal, estaduais e municipais. Em relação às providências, lembre-se: Vejamos, na sequência, alguns aspectos pontuais relativos a cada um dos direitos mencionados. Educação Entre os assuntos a serem abordados nos currículos escolares é obrigatório, segundo EIR, o estudo da história geral da África e da história da população negra no Brasil, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. • Promoção de ações o acesso da população negra ao ensino e às atividades esportivas e de lazer. • Apoio às entidades que mantenham espaço para promoção social e cultural da população negra. • Desenvolvimento de campanhas educativas para integração da comunidade negra. • Implementação de políticas públicas para o fortalecimento da juventude negra brasileira. COMPETE AO PODER PÚBLICO ADOTAR UMA SÉRIE DE PROVIDÊNCIAS NO QUE DIZ RESPEITO À EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 29 162 Pretende-se, com o ensino de tais assuntos, resgatar a contribuição decisiva da comunidade negra para o desenvolvimento social, econômico, político e cultural do País. Para tanto, é essencial a formação dos professores e a elaboração de material didático específico para a disseminação desses conhecimentos. Do mesmo modo, a pesquisa e desenvolvimento voltados para temas referentes às relações étnicas, aos quilombos e às questões pertinentes à população negra será incentivado pelos órgãos federais. O Poder Público pode ainda criar incentivos a pesquisas e programas de estudos voltados para temas referentes às relações étnicas, quilombos e outras questões pertinentes à população negra. Nesse contexto, segundo dispõe o art. 13, o Poder Executivo deverá: Resguardar os princípios da ética em pesquisa e apoiar grupos, núcleos e centros de pesquisa, que desenvolvam temáticas de interesse da população negra. Incorporar nas matrizes curriculares dos cursos de formação de professores, assuntos que incluam valores concernentes à pluralidade étnica e cultural da sociedade brasileira. Desenvolver programas de extensão universitária destinados a aproximar jovens negros de tecnologias avançadas. Estabelecer programas de cooperação técnica, nos estabelecimentos de ensino públicos, privados e comunitários, com as escolas de educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e ensino técnico, para a formação docente baseada em princípios de equidade, de tolerância e de respeito às diferenças étnicas. Além disso nos arts. 14 a 16, são estabelecidos mais deveres específicos aos poderes públicos. Em síntese: Cultura Em relação aos direitos culturais da população negra, destaca-se do EIR o reconhecimento das culturas específicas desse segmento social, com a preservação de seus usos, costumes, tradições e religião. Nesse sentido, o poder público deve reconhecer as sociedades negras, clubes e outras formas de manifestação coletiva da população negra, com trajetória histórica comprovada, como patrimônio histórico e cultural. O que se busca com o EIR é preservar e fomentar esses aspectos da formação histórica da nossa sociedade. • estimular e apoiar ações socioeducacionais realizadas por entidades do movimento negro que desenvolvam atividades voltadas para a inclusão social, mediante cooperação técnica, intercâmbios, convênios e incentivos, entre outros mecanismos. • adotar programas de ação afirmativa. • acompanhar e avaliar os programas voltados à defesa dos direitos das pessoas negras. OUTRAS ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS CONFERIDAS AO PODER PÚBLICO Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 30 162 Há forte preocupação também com a manutenção das reminiscências históricas dos quilombolas, por isso os quilombos têm o direito à preservação de seus usos, costumes, tradições e manifestos religiosos sob a proteção do Estado. Particularmente, os documentos e sítios detentores de reminiscências dos antigos quilombos estão tombados por previsão constitucional expressa do artigo 216, § 5º. O samba e outras manifestações culturais de matriz africana têm suas personalidades e datas comemorativas celebradas pelo Estado. Ademais, está previsto o respeito à capoeira como bem de natureza imaterial e de formação da identidade cultural brasileira que será divulgado internacionalmente como tradição da cultura brasileira. Sigamos! Esporte e Lazer A população negra deve ter seu acesso a práticas desportivas fomentado pelo poder público. O esporte e o lazer são reconhecidos como direitos sociais. No que diz à capoeira, para além dos aspectos que nós vimos acima, também é um esporte de criação nacional. Em relação à capoeira, destaca-se: ➢ Será reconhecida como esporte, luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território nacional. ➢ Faculta-se o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e formalmente reconhecidos. 2.3 - Direito à Liberdade de Consciência, de Crença e o Livre Exercício de Culto Como expressão dos direitos de liberdade, assegura-se ao negro o direito de expressar consciência e crenças própria, tanto em relação aos seus costumes e cultura como também em relação ao credo. Sobre a liberdade de consciência e de crença, o art. 24 do EIR estabelece quais seriam as manifestações protegidas, rol não taxativo. Em suma, a liberdade de consciência abrange: A prática de cultos, reuniões e a fundação e manutenção, por iniciativa privada, de lugares reservados para tais fins. A celebração de festividades e cerimônias. A fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de instituições beneficentes ligadas às respectivas convicções religiosas. A produção, a comercialização, a aquisição e o uso de artigos e materiais religiosos adequados aos costumes e às práticas. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 31 162 A produção e a divulgação de publicações relacionadas ao exercício e à difusão das religiões de matriz africana; A coleta de contribuições financeiras de pessoas naturais e jurídicas de natureza privada para a manutenção das atividades. O acesso aos órgãos e aos meios de comunicação para divulgação das respectivas religiões. A comunicação ao Ministério Público para abertura de ação penal em face de atitudes e práticas de intolerância religiosa nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais. Temos na CF a garantia de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva, abrangendo inclusive a assistência quanto aos praticantes de religiões de matrizes africanas, conforme estabelece o art. 25 da CF. Além de assegurar a liberdade de culto, ao Poder Público é conferida a atribuição de combater a intolerância religiosa, atendendo, em relação aos cultos professados pela população negra, os seguintes objetivos: coibir a utilização dos meios de comunicação social para a difusão de proposições, imagens ou abordagens que exponham pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados na religiosidade de matrizes africanas. inventariar, restaurar e proteger os documentos, obras e outros bens de valor artístico e cultural, os monumentos, mananciais, flora e sítios arqueológicos vinculados às religiões de matrizes africanas. assegurar a participação proporcional de representantesdas religiões de matrizes africanas, ao lado da representação das demais religiões, em comissões, conselhos, órgãos e outras instâncias de deliberação vinculadas ao poder público. Finalizamos, assim, mais um grupo específico de direitos no âmbito do Estatuto. Note que essa parte relativa aos direitos fundamentais é um pouco cansativa de se estudar. Além disso, são temas um pouco menos frequentes em prova, contudo, podem ser cobrados no contexto da sua prova, o que requer um esforço extra. Certamente, caso um tema específico relacionado aos direitos fundamentais seja cobrado, você terá conseguido se destacar frente aos demais candidatos, o que representará os pontos necessários à aprovação. Portanto, com vigor, vamos tratar do aceso à terra e à moradia. 3 - Acesso à terra e à moradia adequada 3.1 - Acesso à Terra As comunidades remanescentes de quilombos têm a propriedade definitiva das terras tradicionalmente ocupadas, de acordo com o art. 31 do EIR. Veja que, ao contrário das terras indígenas, que são de propriedade da União, as terras quilombolas pertencem às próprias comunidades. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 32 162 No que diz respeito ao acesso a propriedades produtivas pelas comunidades negras, prevê o EIR que o Estado deverá promover políticas públicas voltadas específicas. Desse modo, além de propiciar condições para o acesso à terra, compete ao Poder Público incentivar o desenvolvimento de atividades produtivas no campo, notadamente por intermédio do financiamento agrícola, com facilitação de crédito, fortalecimento da logística e infraestrutura. Está previsto, ainda, a educação e a orientação profissional dos trabalhadores negros para o melhor desenvolvimento de suas atividades. No que diz respeito ao acesso à terra pelos quilombolas, prevê o Estatuto regramento específico para preservar-lhes as propriedades de origem. Afinal, você sabe o que são essas comunidades quilombolas? Notamos, em relação aos quilombolas, um tratamento especialíssimo, na medida que em constituem grupos ainda mais vulneráveis dentro da temática estudada na presente aula. Os quilombolas são espécie de comunidades tradicionais. Essas comunidades constituem grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, com formas próprias de organização social ocupantes de territórios e recursos naturais para manutenção da comunidade. Citam-se como exemplo de comunidades tradicionais os quilombolas, os indígenas, as comunidades ciganas e de terreiro. Em relação aos quilombolas, vejamos o que nos ensina Daniel Sarmento8: As marcas deixadas por séculos de escravidão negra no país estão longe de cicatrizar. A escravidão e a posterior omissão do Estado e da sociedade brasileira em adotar medidas de inclusão social do negro são responsáveis por um quadro desalentador, de profunda desigualdade entre as etnias. A tarefa que hoje se impõe ao país, e que tem firme apoio na Constituição de 88, não se esgota na redução dos desníveis socioeconômicos existentes entre as raças. Ela é mais profunda, e inclui também o respeito e a valorização da cultura afro-brasileira e o reconhecimento, despido de preconceitos e estereótipos, da identidade dos negros. O aspecto principal de discussão no cenário jurídico atual é o acesso à terra, cuja diretriz normativa consta do Estatuto Nacional da Igualdade Racial, por nós analisado. Conforme destacam os especialistas, a terra para essas comunidades não é apenas um bem econômico. O espaço ocupado por tais comunidade é, para além de um bem material, fundamental para as relações sociais, econômicas, culturais, justificando a proteção especial conferida pelo Estatuto. 8 CANOTILHO, J. J. Gomes [et. al.]. Comentários à Constituição do Brasil, versão eletrônica. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 33 162 Nesse contexto, prevê o art. 68 dos ADCT que aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos. Para a prova: Os quilombolas constituem grupos e comunidades que adotam a prática do sistema de uso comum da terra, entendida como espaço coletivo e indivisível a ser ocupado e explorado por meio de regras consensuais aos grupos familiares que as compõem. As relações são orientadas pela solidariedade e ajuda mútua entre os integrantes da comunidade. Há um conceito regulamentar, conferido pelo Decreto nº 4.887/2003, cujo conhecimento é importante: Art. 2o Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste Decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de auto-atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida. Segundo a doutrina para o conceito de quilombo, quatro elementos devem ser analisados. Vamos explorar um pouco mais esses elementos: No que diz respeito ao primeiro elemento, deve ser verificado se a comunidade é marcada por uma trajetória histórica específica, relacionada à resistência e opressão contra os negros. Ademais, é fundamental que essa comunidade possua traços culturais próprios, como modos de criar, fazer e viver peculiares. CONCEITO DE GRUPOS QUILOMBOLAS Grupos que desenvolveram práticas de resistência na manutenção e reprodução de seus modos de vida característicos num determinado lugar. ELEMENTOS PARA CARACTERIZAÇÃO DE UMA COMUNIDADE QUILOMBOLA Passado histórico de resistência à opressão racial Cultura própria Relação especial com a terra (territorialidade) Autoatribuição Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 34 162 No que diz respeito à territorialidade, traço distintivo dessas comunidades, é a existência de uma relação próxima do quilombo com a terra, para além do aspecto meramente econômico do imóvel. Finalmente, no que atine à autoatribuição, refere-se à percepção dos integrantes da comunidade têm em relação à própria identidade étnica. Vale dizer, reconhecem-se como uma comunidade quilombola, nos termos que definimos acima. Definido quem são om quilombolas, cumpre compreender que o Estado confere proteção especial a esse grupo. Inicialmente destaca-se o dispositivo dos ADCT já citado, que reconhece a propriedade definitiva às comunidades quilombolas que estejam ocupadas, caracterizando-as como direito fundamental. Essa regra específica é endossada pela proteção especial conferida aos povos indígenas, constantes do art. 231 e 232 da CF, mencionados no tópico anterior. Paralelamente há o Decreto nº 4.887/2003, em atenção ao art. 68, dos ADCT, que regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos. 3.2 - Moradia O tratamento jurídico da moradia é bastante semelhante ao tratamento conferido ao acesso à terra. Fixa-se ao Poder Público o dever de estabelecer políticas específicas para assegurar o direito fundamental à moradia, especialmente àqueles que vivem em situações degradantes, como favelas, cortiços, áreas urbanas subutilizadas etc. O direito à moradia, de acordo com o art. 35, inclui entre os deveres do Estado: 1. o provimento habitacional; 2. garantia da infraestrutura urbana ; 3. garantia de equipamentos comunitários associados à função habitacional; 4. assistência técnica e jurídica para a construção, a reforma ou a regularização fundiária da habitação em área urbana. Conforme art.36 do EIR, essas políticas serão desenvolvidas no âmbito do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), tendo em vistas as peculiaridades sociais, econômicas e culturais da população negra. Agentes financeiros públicos e privados podem promover ações para viabilizar financiamentos habitacionais da população negra. Sigamos! 4 - Trabalho O trabalho, enquanto direito social fundamental, vem expressamente disciplinado no Estatuto. Nesta atuação, cabe ao Poder Público levar em consideração, além das normas previstas no Estatuto da Igualdade Racial, as normas internacionais de direito do trabalho. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 35 162 Ainda, confere-se ao Poder Público, do mesmo modo, o dever de implementar políticas públicas voltadas à igualdade material no trabalho para as pessoas negras. As principais medidas estatais de proteção do trabalho da população negra são as seguintes: Adoção de políticas de formação profissional, de emprego e geração de renda. O poder público incentivará o setor privado a adotar medidas de igualdade material. Essas ações políticas devem tomar em conta a proporcionalidade de gênero. O poder público deve promover campanhas de sensibilização contra a marginalização da mulher negra no trabalho artístico e cultural. O poder público deve ações voltadas a elevar a escolaridade e qualificação profissional dos setores da economia que contem com alto índice de ocupação por trabalhadores negros de baixa escolarização. Envolvem, ainda, políticas voltadas para o mercado trabalho dos negros: financiamento para constituição e ampliação de pequenas e médias empresas e de programas de geração de renda, contemplarão o estímulo à promoção de empresários negros. atividades voltadas ao turismo étnico com enfoque nos locais, monumentos e cidades que retratem a cultura, os usos e os costumes da população negra. É o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) o órgão que formula políticas, programas e projetos voltados à inclusão da população negra no mercado de trabalho, orientando a destinação de recursos para o financiamento. No setor público, o Poder Executivo federal pode utilizar critérios de reprodução proporcional da distribuição étnica nacional na ocupação de cargos em comissão e funções de confiança. 5 - Meios de Comunicação Quanto aos meios de comunicação destaca-se: Valorização da herança cultural e a participação da população negra na história do País. Prática de conferir oportunidades de emprego para atores, figurantes e técnicos negros, vedada toda e qualquer discriminação de natureza política, ideológica, étnica ou artística. 6 - SINAPIR Quanto ao Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, vejamos apenas as regras mais relevantes, em forma de tópicos. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 36 162 No âmbito do SINAPIR o Poder Público instituirá mecanismos e instrumentos para a defesa da igualdade racial, notadamente por intermédio de recebimento e encaminhamento de denúncias relatando preconceitos e discriminação fundados na etnia ou cor. Para tanto, assegura-se o acesso às Defensorias Públicas e demais órgãos jurídicos estatais. Para além do acesso à Justiça deve-se observar as regras relativas à proteção desse grupo vulnerável, contra a violência policial incidente sobre a população negra. Entre as práticas adotadas pelo Estado, devem ser implementadas ações de ressocialização e proteção da juventude negra em conflito com a lei e exposta a experiências de exclusão social. Desse modo, chegamos ao final do tratamento relativo ao Estatuto Nacional da Igualdade Racial. Vimos os principais dispositivos, destacando aqueles que possuem relevância para a nossa prova. Agora vamos às disposições finais do EIR. 7 - Disposições finais Aqui interessa apenas observar as medidas que foram instituídas pela Lei não excluem outras que tenham sido criadas em prol da população negra. Além disso, o Poder Executivo federal deve criar mecanismos de aferição da eficácia social das medidas por meio de monitoramento constante, com emissão e divulgação de relatórios periódicos. CRIMES RESULTANTES DE RAÇA OU DE COR Os crimes resultantes de raça ou de cor estão disciplinados por uma lei específica, a Lei 7.716/1989. Muita atenção às situações que o legislador decidiu tipificar nesta lei. Veja, portanto, com atenção: • promover a igualdade étnica e o combate às desigualdades sociais resultantes do racismo, inclusive mediante adoção de ações afirmativas. • formular políticas destinadas a combater os fatores de marginalização e a promover a integração social da população negra. • descentralizar a implementação de ações afirmativas pelos governos estaduais, distrital e municipais. • articular planos, ações e mecanismos voltados à promoção da igualdade étnica. • garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados para a implementação das ações afirmativas e o cumprimento das metas a serem estabelecidas. OBJETIVOS DO SINAPIR Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 37 162 Desse modo, toda vez que uma pessoa praticar crime de discriminação racial ou de preconceito em razão de raça, cor, étnica, religião ou procedência nacional poderá sofrer um processo penal que poderá levá-la à cadeia. O que faz a Lei 7.716/1989 é expor cada uma dessas condutas ilícitas e penalmente puníveis. Todas elas geram a reclusão. Não se trata de prisão simples, não se trata de detenção. Cada modalidade de pena tem uma regra específica, a ser estudada em Direito Penal. Em nossa matéria, devido o caráter humanístico, devemos ter em mente que a penalidade será de reclusão tão somente. O examinador não nos exigirá maiores detalhes. Note, ainda, que entre as hipóteses mencionadas não está a conduta de discriminação ou preconceito em razão do sexo ou do estado civil. Esse esclarecimento é importante, pois no contexto dessas leis penais específicas, temos a Lei 7.437/1985. Essa Lei é anterior à Lei 7.716/1989 (que ora estudamos) e ela prevê a cominação de contravenção penal para práticas discriminatórias ou preconceituosas em razão da raça, da cor, do sexo e do estado civil. Nesse ponto temos um problema. Por um lado, uma lei prevê que a discriminação ou preconceito em razão da raça ou da cor é contravenção penal, por outro, essas mesmas condutas são consideradas crimes. Qual aplicar? Aplicamos a Lei 7.716/1989 (que ora estudamos), que é lei posterior. Logo, as condutas tipificadas na outra Lei, a Lei 7.437/1985, é aplicável apenas em relação à discriminação e ao preconceito em razão do sexo e do estado civil, mas não em relação à raça e à cor, cuja disciplina segue a lei 7.716/1989. Feito isso, o que temos que fazer efetivamente é estudar cada uma das hipóteses penais previstas. Para fins da nossa prova, é importante conhecer os crimes tipificados nesta legislação específica, sem necessidade de aprofundar em maiores detalhes. A cobrança tende a ser objetiva e literal. Por isso, vamos auxiliar na compreensão das hipóteses legais. Antes de começar lembre-se: QUASE TODAS AS SANÇÕES SÃO DE RECLUSÃO, apenas com variação o tempo mínimo e máximo. A fim de facilitar a absorção dos tipos penais específicos, confira: A LEI 7.716/1989 TIPIFICADA AS CONDUTAS RESULTANTES DE raça cor etnia religião procedência nacional Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 38 162 ❑ Impedir ou obstar acessoa cargo da Administração Pública Direta ou Indireta em razão de discriminação (reclusão de 2 a 5 anos); ❑ Negar ou obstar emprego em empresa privada, não conceder equipamentos de EPIs em igualdade de condições, impedir o progresso na carreira ou benefício profissional ou proporcionar condições diferenciadas de trabalho (reclusão de 2 a 5 anos) ❑ Anúncios de emprego discriminatórios ou preconceituosos (multa + PSC) ❑ Recusar acesso ou atendimento a estabelecimento comercial (reclusão de 1 a 3 anos); ❑ Recursar, negar ou impedir inscrição ou acesso em escola, pública ou privada (reclusão de 3 a 5 anos) ✓ se praticada contra menor de 18 anos → pena agravada em 1/3 ❑ Impedir ou recursar hospedagem em hotel (reclusão de 3 a 5 anos) ❑ Impedir ou recusar acesso a restaurantes e “assemelhados” (reclusão de 1 a 3 anos) ❑ Impedir ou recusar atendimento em estabelecimento esportivo ou locais de diversão (reclusão de 1 a 3 anos) ❑ Impedir ou recusar acesso a cabelereiros ou barbearias e “assemelhados” (reclusão de 1 a 3 anos) ❑ Impedir ou acesso a entradas sociais de prédios públicos ou privados (reclusão de 1 a 3 anos) ❑ Impedir o acesso ou uso de transporte público (reclusão de 1 a 3 anos) ❑ Impedir ou obstar o acesso às Forças Armadas (reclusão de 2 a 4 anos); ❑ Impedir ou obstar o casamento ou convivência familiar e social (reclusão de 2 a 4 anos); ❑ Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito (reclusão de 1 a 3 anos + multa) ✓ se praticado nos meios de comunicação social ou decorrer de publicação (reclusão de 2 a 5 anos + multa) ❑ Veicular propaganda que utilize a suástica, símbolo nazista (reclusão de 2 a 5 anos e multa) Importante registrar, ainda, que se algum dos crimes acima for praticado por servidor público no exercício das suas funções, ele, em regra, não perderá o cargo como efeito automático da condenação transitada em julgado. Significa dizer que após o término do processo penal, se o servidor for considerado agente culpado pela conduta discriminatória ou preconceituosa, somente haverá perda do cargo público se houver motivação expressa nesse sentido na sentença. Além disso, na hipótese de o crime praticado envolver atividade empresarial, o estabelecimento terá o seu funcionamento suspenso por prazo não superior a 3 meses. PROTEÇÃO AOS LGBTTTI Primeiramente vamos compreender a sigla: LGBTTTI envolve: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 39 162 • Lésbicas • Gays • Bissexuais • Travestis • Transexuais • Transgêneros • Pessoas em situação de intersexo. 1 - Conceito O sexo refere-se às características biológicas de um ser: homem ou mulher. O gênero, por sua vez, consiste no conjunto de aspectos sociais, culturais, políticos relacionados a diferenças percebidas entre os papéis masculinos e femininos em uma sociedade. Assim, o travesti e o transexual referem-se à identidade de gênero de uma determinada pessoa. O transexual, portanto, apresenta uma incompatibilidade com o sexo e o gênero, de modo que a pessoa se enxerga como sendo do sexo oposto e se comporta de forma diferente. 2 - Proteção Internacional da Liberdade Sexual O fundamento de proteção aos direitos humanos dos transexuais reporta-se à Magna Carta de 1215 ao se assegurar o direito à liberdade. Extrai-se também da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão que as pessoas põem fazer tudo o que não afetar a liberdade dos demais. Desse modo, o direito à liberdade é complementar do direito à vida, que corresponde, portanto, à faculdade tomar as próprias decisões, optar entre valores e ideias, de afirmar do modo que melhor lhe aprouver a individualidade e a personalidade. A liberdade é um valor inerente à dignidade do ser humano. Na medida em que o legislador não consegue prever todas as possibilidades de ações, reconhece implicitamente todas as condutas desde que não restringidas ou vedadas pelo ordenamento. Forma-se, assim, uma categoria de condutas "facultativas", as quais, podem, ou não, ser realizadas, de acordo, única e exclusivamente, com a vontade do indivíduo diretamente interessado. Respeito à homossexualidade, nesse contexto, consectário do direito à liberdade, não se justificando a imposição de limites, sob pena de violação à intimidade e vida privada dos homossexuais. Não há Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 40 162 manifestação maior da vida privada que a autodeterminação sexual. Assim a todos é assegurada a liberdade de viver a sua própria sexualidade, afirmando-a como signo distintivo próprio, a sua identidade sexual, que engloba a temática do homossexualismo, do intersexualismo e do transexualismo, bem assim da livre escolha de seus parceiros e da oportunidade de manter relações sexuais. Insere-se na liberdade sexual a prerrogativa da pessoa não apenas definir a orientação sexual, como também de externá-la por intermédio de seu comportamento e aparência. Tanto no Sistema Global como nos sistemas regionais de proteção aos direitos humanos não há instrumentos normativos específicos voltados para a proteção dos direitos humanos voltados para a liberdade sexual. De todo modo, aplica-se a base normativa geral, que maximiza a importância da liberdade e autonomia privadas. Desse modo para a nossa interessa analisar, em sede constitucional, de algumas manifestações relevantes em defesa dos direitos de liberdade sexual nas cortes internacionais. Nesse sentido, vejamos os ensinamentos de Flávia Piovesan9 ao mencionar os avanços obtidos na proteção internacional dos homossexuais: Esses avanços têm sido obtidos, sobretudo, na arena jurisprudencial do sistema global e regionais – o que, por si só, vem a revelar a ausência de um consenso normativo global e regional concernente aos direitos da diversidade sexual. No âmbito do Sistema Europeu destacam-se uma série de julgados interessantes, entre eles: Caso Davis Norris versus Irlanda. A Irlanda editou legislação interna criminalizando práticas homossexuais consensuais entre adultos. Davis insurgiu-se à Corte Europeia de Direitos Humanos alegando violações à privacidade. Alegou, ainda, violação à saúde, dado o agravamento de seu estado clínico de depressão ante os abusos, ameaças e violência sofridos em razão da criminalização da conduta. Levado a julgamento, a Corte acolheu o pedido com fundamento de que em respeito à vida privada não se justifica a criminalização pretendida pela Irlanda. Caso Perkins e R versus UK e Bazeley versus UK. Ambos as situações envolvem a demissão de pessoas das forças armadas do Reino Unido em razão da condição de homossexual. Sem sucesso com as respectivas demandas internas, ingressaram na Corte a fim de fazerem cessar a discriminação em razão da orientação sexual. A Corte Europeia acolheu ambas as pretensões, condenando o Reino Unido por violar o respeito à vida privada e a proibição de discriminação. Caso Christine Goodwin versus UK. O objeto do referido caso foi a mudança do sexo masculino para feminino, bem como a dispensa de tratamento diferenciado nas esferas trabalhista e previdenciária. Em que pese tenha feito a cirurgia de mudança de sexo Christine, na esfera legal, era tratada como homem, sendo obrigada às regras trabalhistas e normatizações previdenciárias masculinas. Em tal caso, a Corte concluiu por uma interpretação dinâmica e evolutiva de forma que o Estado deveria garantir o tratamento real à Christine, como gênero feminino que é. 9 PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos, 6º edição, São Paulo: Editora Saraiva, 2013, p. 407. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino41 162 Caso Fretté versus France. Assegurou-se a um casal homossexual o direito de adotar criança. Internamente o pedido de adoção foi indeferido sob o argumento de que o casal não apresentava um modelo estável de maternidade. A decisão da Corte entendeu que o tratamento conferido foi discriminatório. No âmbito do sistema Interamericano de Direitos Humanos destaca-se o caso Atala Riffo y niñas versus Chile. Trata-se de um caso inédito, levado à Corte Interamericana, no qual os postulantes alegaram tratamento discriminatório e interferência estatal indevida na vida privada e familiar. O bojo da ação discute direito de família. Karen Atala e Ricardo Jaime tiverem três filhas. Após a separação, as filhas permaneceram com a genitora que iniciou uma relação homoafetiva com Emma de Ramon. O genitor das crianças ingressou junto aos tribunais chilenos, cuja decisão conferiu a guarda das crianças ao pai, sob o argumento de que a orientação sexual materna poderia expor as filhas à discriminação e lhes causar confusão psicológica. Levada para análise na Corte Interamericana ficou assentado que a decisão judicial interna transgrediu os princípios igualdade e da não discriminação previstos no artigo no Pacto de São José da Costa Rica. Afirmou-se a vedação ao tratamento discriminatório, já bastando a opressão social sofrida pelos homossexuais. Ademais, entendeu-se que a decisão chilena violou a proteção à vida privada dos indivíduos, que inclui a vida sexual e o direito de estabelecer e desenvolver relações com outros seres humanos. Em razão disso o Estado Chileno foi condenado a: prestar assistência médica e acesso psicológico ou psiquiátrico às vítimas, publicar o resumo do julgamento, realizar ato público de reconhecimento da responsabilidade internacional pelos fatos, continuar a implementar programas e cursos de educação e formação para os funcionários públicos e pagar compensação por danos materiais e morais e reembolsar os custos e despesas. Dos julgados mencionados, o que se extrai é a importância dada e imperatividade do princípio da igualdade e da não discriminação. É necessário reforçar a proteção com vistas a proibir a discriminação fundada na orientação sexual e assegurar por intermédio da legislação políticas públicas protetivas. 3 - Liberdade Sexual no ordenamento jurídico nacional A CF ao consagrar o direito à igualdade proíbe a discriminação em razão da inclinação sexual. A discriminação é constitucionalmente vedada, do que se extrai do art. 3º, IV, da CF, uma vez que compete ao Estado promover o bem de todos, vedada qualquer discriminação. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 42 162 Nesse sentido, segundo Maria Berenice Diniz10: A orientação sexual adotada na esfera de privacidade não admite restrições, o que configura afronta a liberdade fundamental, a que faz jus todo ser humano, no que diz com sua condição de vida. Como todos os segmentos alvo do preconceito e discriminação social, as relações homossexuais se sujeitam à deficiência de formação jurídica, sendo deixados à margem da sociedade e à míngua do Direito. Nesse contexto destacam-se alguns assuntos relevantes, tais como família e afetividade, a homoafetividade e as respectivas uniões, bem como o direito à diferença. Não compete a nossa disciplina estender a análise desses assuntos, pois estaríamos adentrando na análise do direito de família, matéria de Direito Civil. De todo modo, dada a relevância da matéria, vamos trazer a análise do STF a respeito do reconhecimento das uniões homoafetivas. 3.1 - Reconhecimento e qualificação da união homoafetiva como entidade familiar A união homoafetiva é a união contínua e duradoura de pessoas do mesmo sexo. A CF e a legislação civil não abordaram o texto de forma expressa. O tratamento tradicional equipara o referido instituto às sociedades de fato. Contudo, a lacuna legislativa não impedia que a parcela da doutrina incluísse a união homoafetiva como espécie do gênero família. Afirma-se que o art. 226 da CF é cláusula geral protetora da família e as espécies ali relacionadas (família constituída pelo casamento, união estável e a família monoparental). Desse modo não restam esgotadas as todas as formas de convívio merecedoras de tutela. Argumenta-se, ainda, que com fundamento no princípio da dignidade da pessoa humana - elemento axiológico da Constituição e vetor interpretativo – reconhece-se o direito de autodeterminação de cada pessoa, em especial o direito à orientação sexual. Afirma-se, também, que o princípio da igualdade impõe que as diferenciações sejam dotadas de razoabilidade. Após a progressiva evolução da jurisprudência sobre o tema, o STF conferiu interpretação conforme ao art. 1.723, CC para excluir do dispositivo em causa qualquer significado que impeça o reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre pessoas do mesmo sexo como família. Reconhecimento que é de ser feito segundo as mesmas regras e com as mesmas consequências da união estável heteroafetiva. 10 DINIZ, Maria Berenice. Liberdade de Orientação Sexual na Sociedade Atual, disponível em http://www.mariaberenice.com.br/uploads/53_-_liberdade_de_orienta%E7%E3o_sexual_na_sociedade_atual.pdf, acesso em 24/6/2016. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 43 162 Nesse contexto, ficou assentado11: O STF – apoiando-se em valiosa hermenêutica construtiva e invocando princípios essenciais (como os da dignidade da pessoa humana, da liberdade, da autodeterminação, da igualdade, do pluralismo, da intimidade, da não discriminação e da busca da felicidade) – reconhece assistir, a qualquer pessoa, o direito fundamental à orientação sexual, havendo proclamado, por isso mesmo, a plena legitimidade ético-jurídica da união homoafetiva como entidade familiar, atribuindo-lhe, em consequência, verdadeiro estatuto de cidadania, em ordem a permitir que se extraiam, em favor de parceiros homossexuais, relevantes consequências no plano do Direito, notadamente no campo previdenciário, e, também, na esfera das relações sociais e familiares. A extensão, às uniões homoafetivas, do mesmo regime jurídico aplicável à união estável entre pessoas de gênero distinto justifica-se e legitima-se pela direta incidência, dentre outros, dos princípios constitucionais da igualdade, da liberdade, da dignidade, da segurança jurídica e do postulado constitucional implícito que consagra o direito à busca da felicidade, os quais configuram, numa estrita dimensão que privilegia o sentido de inclusão decorrente da própria CR (art. 1º, III, e art. 3º, IV), fundamentos autônomos e suficientes aptos a conferir suporte legitimador à qualificação das conjugalidades entre pessoas do mesmo sexo como espécie do gênero entidade familiar. O postulado da dignidade da pessoa humana, que representa – considerada a centralidade desse princípio essencial (CF, art. 1º, III) – significativo vetor interpretativo, verdadeiro valor-fonte que conforma e inspira todo o ordenamento constitucional vigente em nosso País, traduz, de modo expressivo, um dos fundamentos em que se assenta, entre nós, a ordem republicana e democrática consagrada pelo sistema de direito constitucional positivo. O princípio constitucional da busca da felicidade, que decorre, por implicitude, do núcleo de que se irradia o postulado da dignidade da pessoa humana, assume papel de extremo relevo no processo de afirmação, gozo e expansão dos direitos fundamentais, qualificando- se, em função de sua própria teleologia, como fator de neutralização de práticas ou de omissões lesivas cuja ocorrência possa comprometer, afetar ou, até mesmo, esterilizar direitos e franquias individuais. Assiste, por isso mesmo, atodos, sem qualquer exclusão, o direito à busca da felicidade, verdadeiro postulado constitucional implícito, que se qualifica como expressão de uma ideia-força que deriva do princípio da essencial dignidade da pessoa humana. 11 ADI 4.277 e ADPF 132, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 5-5-2011, Plenário, DJE de 14-10-2011, extraído de http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/constituicao.asp, acesso em 21/4/2016. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 44 162 Vejamos, ainda12: Proibição de discriminação das pessoas em razão do sexo, seja no plano da dicotomia homem/mulher (gênero), seja no plano da orientação sexual de cada qual deles. A proibição do preconceito como capítulo do constitucionalismo fraternal. Homenagem ao pluralismo como valor sócio-político-cultural. Liberdade para dispor da própria sexualidade, inserida na categoria dos direitos fundamentais do indivíduo, expressão que é da autonomia de vontade. Direito à intimidade e à vida privada. Cláusula pétrea. O sexo das pessoas, salvo disposição constitucional expressa ou implícita em sentido contrário, não se presta como fator de desigualação jurídica. Proibição de preconceito, à luz do inciso IV do art. 3º da CF, por colidir frontalmente com o objetivo constitucional de ‘promover o bem de todos’. Silêncio normativo da Carta Magna a respeito do concreto uso do sexo dos indivíduos como saque da kelseniana ‘norma geral negativa’, segundo a qual ‘o que não estiver juridicamente proibido, ou obrigado, está juridicamente permitido’. Reconhecimento do direito à preferência sexual como direta emanação do princípio da ‘dignidade da pessoa humana’: direito a autoestima no mais elevado ponto da consciência do indivíduo. Direito à busca da felicidade. Salto normativo da proibição do preconceito para a proclamação do direito à liberdade sexual. O concreto uso da sexualidade faz parte da autonomia da vontade das pessoas naturais. Empírico uso da sexualidade nos planos da intimidade e da privacidade constitucionalmente tuteladas. Autonomia da vontade. Cláusula pétrea. (...) Ante a possibilidade de interpretação em sentido preconceituoso ou discriminatório do art. 1.723 do CC, não resolúvel à luz dele próprio, faz-se necessária a utilização da técnica de ‘interpretação conforme à Constituição’. Isso para excluir do dispositivo em causa qualquer significado que impeça o reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre pessoas do mesmo sexo como família. Reconhecimento que é de ser feito segundo as mesmas regras e com as mesmas consequências da união estável heteroafetiva. Vamos analisar na sequência a questão do nome social. 4 - Transgênero e o Direito ao nome Esse tema envolve o reconhecimento do nome social, em razão da identidade de gênero a pessoas travestis e transexuais. Primeiramente devemos saber o que é identidade de gênero e o que se entende por nome social. Para fins de prova... 12 RE 477.554-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 16-8-2011, Segunda Turma, DJE de 26-8-2011.) No mesmo sentido: ADI 4.277 e ADPF 132, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 5-5-2011, Plenário, DJE de 14-10-2011, extraído de http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/constituicao.asp, acesso em 20.01.2015. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 45 162 Assim, a alteração do nome social decorre da necessidade de identificar o gênero da pessoa em conformidade com a forma com a qual a pessoa se relaciona em sociedade. O gênero, portanto, é uma prática social, sem relação direta com o sexo atribuído no nascimento. Nesse contexto, a sociedade e, também, o Poder Público devem passar a compreender o nome social como a forma mais adequada (e humana) de representar a pessoa na sociedade, sob pena de discriminação fulcral à sua dignidade, na medida em que se apresenta como determinada pessoa, mas documentalmente consta como outra. Ademais deve ser rechaçado toda utilização de expressões pejorativas e discriminatórias para se referir às pessoas travestis ou transexuais. Cumpre observar que no âmbito do Poder Executivo Federal foi aprovado o Decreto 8.727/2016 que reconhece o nome social e a identidade de gênero perante a administração pública federal, direta ou indireta. Veja o que determina o art. 2º do referido diploma infralegal: os órgãos da administração federal devem adotar o nome social da pessoa travesti ou transexual mediante requerimento. É vedado o uso de expressões pejorativas ou discriminatórias para se referir a essas pessoas. Não há, em nosso ordenamento jurídico pátrio, norma primária disciplinando a matéria. Contudo, mesmo diante dessa realizada, encontramos decisões de magistrados pelo país que concediam a possibilidade de mudança do nome com fundamento no princípio da intimidade e da privacidade. Nesse sentido, confira jurisprudência do STJ sobre o assunto, que constitui referência das tutelas judiciais relativas ao tema atualmente: DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TRANSEXUAL SUBMETIDO À CIRURGIA DE REDESIGNAÇÃO SEXUAL. ALTERAÇÃO DO PRENOME E DESIGNATIVO DE SEXO. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. - Sob a perspectiva dos princípios da Bioética ? de beneficência, autonomia e justiça ?, a dignidade da pessoa humana deve ser resguardada, em um âmbito de tolerância, para que a mitigação do sofrimento humano possa ser o sustentáculo de decisões judiciais, no NOME SOCIAL designação pela qual a pessoa travesti ou transexual se identifica e é socialmente reconhecida. IDENTIDADE DE GÊNERO dimensão da identidade de uma pessoa que diz respeito à forma como se relaciona com as representações de masculinidade e feminilidade e como isso se traduz em sua prática social, sem guardar relação necessária com o sexo atribuído no nascimento. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 46 162 sentido de salvaguardar o bem supremo e foco principal do Direito: o ser humano em sua integridade física, psicológica, socioambiental e ético-espiritual. - A afirmação da identidade sexual, compreendida pela identidade humana, encerra a realização da dignidade, no que tange à possibilidade de expressar todos os atributos e características do gênero imanente a cada pessoa. Para o transexual, ter uma vida digna importa em ver reconhecida a sua identidade sexual, sob a ótica psicossocial, a refletir a verdade real por ele vivenciada e que se reflete na sociedade. - A falta de fôlego do Direito em acompanhar o fato social exige, pois, a invocação dos princípios que funcionam como fontes de oxigenação do ordenamento jurídico, marcadamente a dignidade da pessoa humana ? cláusula geral que permite a tutela integral e unitária da pessoa, na solução das questões de interesse existencial humano. - Em última análise, afirmar a dignidade humana significa para cada um manifestar sua verdadeira identidade, o que inclui o reconhecimento da real identidade sexual, em respeito à pessoa humana como valor absoluto. - Somos todos filhos agraciados da liberdade do ser, tendo em perspectiva a transformação estrutural por que passa a família, que hoje apresenta molde eudemonista, cujo alvo é a promoção de cada um de seus componentes, em especial da prole, com o insigne propósito instrumental de torná-los aptos de realizar os atributos de sua personalidade e afirmar a sua dignidade como pessoa humana. - A situação fática experimentada pelo recorrente tem origem em idêntica problemática pela qual passam os transexuais em sua maioria: um ser humano aprisionado à anatomia de homem, com o sexo psicossocial feminino, que, após ser submetido à cirurgiade redesignação sexual, com a adequação dos genitais à imagem que tem de si e perante a sociedade, encontra obstáculos na vida civil, porque sua aparência morfológica não condiz com o registro de nascimento, quanto ao nome e designativo de sexo. - Conservar o ?sexo masculino? no assento de nascimento do recorrente, em favor da realidade biológica e em detrimento das realidades psicológica e social, bem como morfológica, pois a aparência do transexual redesignado, em tudo se assemelha ao sexo feminino, equivaleria a manter o recorrente em estado de anomalia, deixando de reconhecer seu direito de viver dignamente. - Assim, tendo o recorrente se submetido à cirurgia de redesignação sexual, nos termos do acórdão recorrido, existindo, portanto, motivo apto a ensejar a alteração para a mudança de sexo no registro civil, e a fim de que os assentos sejam capazes de cumprir sua verdadeira função, qual seja, a de dar publicidade aos fatos relevantes da vida social do indivíduo, forçosa se mostra a admissibilidade da pretensão do recorrente, devendo ser alterado seu assento de nascimento a fim de que nele conste o sexo feminino, pelo qual é socialmente reconhecido. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 47 162 - Vetar a alteração do prenome do transexual redesignado corresponderia a mantê-lo em uma insustentável posição de angústia, incerteza e conflitos, que inegavelmente atinge a dignidade da pessoa humana assegurada pela Constituição Federal. No caso, a possibilidade de uma vida digna para o recorrente depende da alteração solicitada. E, tendo em vista que o autor vem utilizando o prenome feminino constante da inicial, para se identificar, razoável a sua adoção no assento de nascimento, seguido do sobrenome familiar, conforme dispõe o art. 58 da Lei n.º 6.015/73. - Deve, pois, ser facilitada a alteração do estado sexual, de quem já enfrentou tantas dificuldades ao longo da vida, vencendo-se a barreira do preconceito e da intolerância. O Direito não pode fechar os olhos para a realidade social estabelecida, notadamente no que concerne à identidade sexual, cuja realização afeta o mais íntimo aspecto da vida privada da pessoa. E a alteração do designativo de sexo, no registro civil, bem como do prenome do operado, é tão importante quanto a adequação cirúrgica, porquanto é desta um desdobramento, uma decorrência lógica que o Direito deve assegurar. - Assegurar ao transexual o exercício pleno de sua verdadeira identidade sexual consolida, sobretudo, o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, cuja tutela consiste em promover o desenvolvimento do ser humano sob todos os aspectos, garantindo que ele não seja desrespeitado tampouco violentado em sua integridade psicofísica. Poderá, dessa forma, o redesignado exercer, em amplitude, seus direitos civis, sem restrições de cunho discriminatório ou de intolerância, alçando sua autonomia privada em patamar de igualdade para com os demais integrantes da vida civil. A liberdade se refletirá na seara doméstica, profissional e social do recorrente, que terá, após longos anos de sofrimentos, constrangimentos, frustrações e dissabores, enfim, uma vida plena e digna. - De posicionamentos herméticos, no sentido de não se tolerar ?imperfeições? como a esterilidade ou uma genitália que não se conforma exatamente com os referenciais científicos, e, consequentemente, negar a pretensão do transexual de ter alterado o designativo de sexo e nome, subjaz o perigo de estímulo a uma nova prática de eugenia social, objeto de combate da Bioética, que deve ser igualmente combatida pelo Direito, não se olvidando os horrores provocados pelo holocausto no século passado. Recurso especial provido. O STF reconheceu a repercussão geral do tema13: DIREITO CONSTITUCIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO SOB O REGIME DA REPERCUSSÃO GERAL. DIREITO DE TRANSEXUAIS A SEREM TRATADOS SOCIALMENTE DE ACORDO COM A SUA IDENTIDADE DE GÊNERO. 13 RE 845779, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, julgado em 03/05/2016, publicado em PROCESSO ELETRÔNICO DJe-091 DIVULG 05/05/2016 PUBLIC 06/05/2016. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 48 162 Transexuais são pessoas que se identificam com o gênero oposto ao seu sexo de nascimento, sentindo geralmente que o seu corpo não é adequado à forma como se percebem. A igualdade, enquanto “política de reconhecimento”, visa a proteger grupos que possuam menor estima e prestígio social, em razão de padrões culturais enraizados que os inferiorizam, como é o caso dos transexuais. O tratamento social em conformidade com a sua identidade de gênero consiste em medida necessária ao reconhecimento dos transexuais e, assim, à tutela do seu direito à igual consideração e respeito, corolário natural do princípio da dignidade em sua dimensão de atribuição de valor intrínseco a todo e qualquer ser humano. Solução diversa implicaria, ainda, gravíssima restrição à liberdade individual, porque impediria os transexuais de desenvolverem plenamente a sua personalidade, vivendo de acordo com a sua identidade de gênero. A violação à liberdade, no caso, afetaria escolhas existenciais, relacionando-se, assim, também à dignidade humana, mas, agora, na vertente da autonomia. É possível que a convivência social e a aceitação (ou respeito) de identidades de gênero que fogem ao padrão culturalmente estabelecido gerem estranheza e até constrangimento em grande parte das pessoas. Afinal, trata-se de uma realidade que passou a ser abertamente exposta e debatida há relativamente pouco tempo. Vivemos, porém, em um Estado Democrático de Direito, o que significa dizer que a maioria governa, mas submetida à necessária observância aos direitos fundamentais – de quem quer seja, qualquer que seja sua identificação de gênero. Provimento do recurso extraordinário para a reforma do acórdão recorrido e consequente manutenção da sentença. Afirmação, em sede de repercussão geral, da seguinte tese: “Os transexuais têm direito a serem tratados socialmente de acordo com a sua identidade de gênero, inclusive na utilização de banheiros de acesso público”. Provimento do recurso extraordinário. 4.1 - Nome Social e uso de banheiro nas escolas A Resolução 12/2015 do Conselho Nacional LGBT estabelece parâmetros para a garantia de condições de acesso e permanência de pessoas travestis e transexuais nos sistemas de instituições de ensino. Toda vez que o nome civil não refletir a identidade de gênero, prevê a Resolução que deve ser assegurado o reconhecimento e adoção do nome social, pelas instituições e rede de ensino. Para exequibilidade desse mandamento, a Resolução sugere: adoção de formulários com campo para o nome social; utilização do nome social como regra; Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 49 162 utilização de banheiros, vestiários e demais espaços de acordo com a identidade de gênero; facultar a opção pelo uniforme, caso haja distinção entre sexos. 5 - Combate à discriminação de grupos LGBTTTI em privação de liberdade Esse assunto é disciplinado pela Resolução Conjunta n. 01/2014 do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária/ Ministério da Justiça e Conselho Nacional de Combate à Discriminação da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. De acordo com a Resolução quem se enquadrar no LGBTTTI e estiver em privação de liberdade tem o direito de ser chamada pelo seu nome social, de acordo com o seu gênero. Além disso, prevê a Resolução que deve ser assegurado a esse grupo locais específicos de vivência, com tratamento isonômico, sem o empregode violência. É assegurado também ao grupo vulnerável em privação de liberdade o uso de roupas femininas ou masculinas, conforme o gênero, e a manutenção de cabelos compridos, se o tiver, garantindo seus caracteres secundários de acordo com sua identidade de gênero. Assegura-se também o direito à visita íntima, bem assim, a atenção à saúde, capacitação profissional continuada. Encerramos, com isso, mais uma parte relevante dessa aula. PROTEÇÃO ÀS PESSOAS PORTADORAS DE TRANSTORNOS MENTAIS E LEGISLAÇÕES ESPECÍFICAS Ainda na aula de hoje vamos tratar da proteção especial conferida às pessoas portadoras de transtornos mentais. Trata-se de um grupo vulnerável que recebe menos proteção, quando comparado aos outros grupos vulneráveis já estudados. Internacionalmente, temos a Declaração dos Direitos dos Deficientes Mentais, aprovada na ONU em 1971, que teve por finalidade principais apoiar os portadores de transtornos mentais a desenvolverem suas aptidões nas diversas atividades e a sua incorporação na vida social. Em 1991, foi aprovada a Resolução 46/119 na Assembleia Geral da ONU, que tratou da proteção das pessoas com doenças mentais e a melhoria da assistência à saúde mental. Essa resolução é resultado das ações de implementação da Declaração dos Direitos dos Deficientes Mentais. A partir da análise de relatórios, constatou-se diversos abusos e violações de direitos na área de psiquiatria contra pessoas com transtornos mentais. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 50 162 No âmbito da OEA, embora não tenhamos diplomas internacionais de destaque tutelando a matéria, o assunto ganhou relevância na temática de Direitos Humanos não apenas em razão da vulnerabilidade dos direitos envolvido, mas devido à discussão acerca do caso Damião Ximenes. Em novembro de 1999 foi apresentado perante a Corte Internacional Americana o Caso nº 12.237. A situação fática envolvida reporta-se ao Senhor Damião Ximenes Lopes, portador de doença mental, que foi assassinado em 1999, enquanto esteve na custodiado na Casa de Repouso de Guararape. Sabe-se que durante o período de internação Damião sofreu diversas violações aos seus direitos humanos. Por se tratar de um sujeito vulnerável, com dificuldades de expressar sentimentos e em razão da debilidade mental, era tratado de forma desumana. Além disso, há relatos de que os medicamentos eram ministrados sem controle, as situações de higiene e de salubridade do local eram precárias. Após a morte de Damião, a família ingressou com ações judiciais cíveis e criminais perante o Judiciário brasileiro. Contudo, diante da demora de tais ações, a família ingressou com ação junto à Comissão Internacional de Direitos Humanos, alegando violação do direito à vida, integridade psíquica dos familiares, pela ausência de punição aos autores do homicídio, bem como pela violação do devido processo legal dada a mora do Poder Judiciário brasileiro. A sentença da Corte reconheceu a violação aos direitos alegados e, em consequência, fixou diversas obrigações de fazer e de reparar ao Estado brasileiro. O caso é paradigmático, pois foi o primeiro julgado envolvendo pessoas com deficiência perante o Sistema Americano de Direitos Humanos. Esse fato evidenciou as dificuldades enfrentadas para respeitar e promover os direitos de comunidades vulneráveis. Em razão da sentença, o Brasil passou a desenvolver políticas para o desenvolvimento da saúde mental, a assistência e a promoção de ações de saúde aos portadores de transtornos mentais, com a devida participação da sociedade e da família. Na sequência, vamos analisar os diversos diplomas específicos. Temos, uma lei federal e várias outras normas infralegais, que tratam da temática. Vamos, por razões de hierarquia normativa iniciar a análise com a Lei 10.216/2001. 1 - Internação Voluntária , Involuntária e Compulsória (Lei n. 10.216/01) A principal norma, que decorreu diretamente o caso acima explicado é a Lei nº 10.216/2001, que zela pelos direitos e atendimento das pessoas com transtornos mentais. O atendimento a essas pessoas deve ser prestado por estabelecimentos próprios, compreendidas como instituições ou unidades que ofereçam assistência em saúde aos portadores de transtornos mentais. A finalidade dessas instituições é propiciar, num primeiro momento a garantia dos direitos das pessoas com transtorno mental e, em segundo, a reinserção social do paciente em seu meio. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 51 162 Lembre... Em termos de atendimento, prefere-se o atendimento ambulatorial à internação. A internação é medida excepcional e somente deverá ocorrer mediante indicação médica e quando os meios ambulatoriais disponíveis se mostrarem insuficientes ou não efetivos. De todo modo, quando necessária a internação deve propiciar assistência integral ao portador de transtorno mental, incluindo serviços médicos, de assistência social, psicológicos, ocupacionais, de lazer, e outros. Pois bem, o artigo 1º afirma que os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental são assegurados SEM QUALQUER FORMA DE DISCRIMINAÇÃO. O art. 2º fixa uma série de direitos específicos das pessoas portadoras de transtorno mental. Para auxiliar a memorização, vejamos um esquema: FINALIDADE DAS INSTITUIÇÕES DE ASSISTÊNCIA ÀS PESSOAS COM TRANSTORNO MENTAL garantia dos direitos humanos reinserção social do paciente Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 52 162 A garantia desses direitos é de responsabilidade do Estado, o qual deve desenvolver políticas de saúde mental e promover a assistência e a promoção de ações de saúde aos portadores de transtornos mentais, com a devida participação da sociedade e da família. O artigo 4º da Lei trata da medida de internação, que é a ação mais invasiva sobre a liberdade da pessoa com transtorno mental. Por isso, a internação SÓ será indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes. O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do paciente em seu meio. A lei veda a internação em instituições com características asilares, que são as entidades que não observam os direitos previstos na Lei. A internação psiquiátrica ocorrerá apenas mediante laudo médico, que deve indicar os motivos que a indicam. Há três tipos de internação psiquiátrica: voluntária, aquela que se dá COM o consentimento do usuário, involuntária, aquela que se dá SEM o consentimento do usuário e a pedido de terceiro, e compulsória, aquela DETERMINADA PELA JUSTIÇA. Sobre a INTERNAÇÃO VOLUNTÁRIA, o artigo 7º prevê que a pessoa que solicita ou consente com a sua internação deve assinar declaração de que optou pelo regime no momento de admissão. O término da internação ocorre por solicitação escrita do paciente ou por determinação do médico assistente. Ainda que o paciente consinta com a internação ela somente ocorrerá por intermédio de autorização médica, conforme disciplina o art. 8º. A referida autorização aplica-se tanto à internação voluntária quanto involuntária. Especificamente no caso de internação involuntária, o responsável técnico do estabelecimento deve comunicar a admissão ao Ministério Público Estadual NO PRAZO DE SETENTA E DUAS HORAS, o que também se aplica à alta do paciente. Assim... • ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde. • ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade. • ser protegida contra qualquer forma de abusoe exploração. • ter garantia de sigilo nas informações prestadas. • ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização involuntária. • ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis. • receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento. • ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis. • ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental. DIREITOS ESPECÍFICOS DAS PESSOAS COM TRANSTORNO MENTAL Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 53 162 O §2º estabelece duas formas para a cessação: solicitação escrita do familiar ou responsável legal ou quando estabelecido pelo especialista responsável pelo tratamento. Sobre a INTERNAÇÃO COMPULSÓRIA, esta é determinada pelo juiz competente, levando em conta as condições de segurança do estabelecimento quanto à salvaguarda do paciente e demais internados e funcionários. Os demais dispositivos da Lei não têm maior interesse ao nosso estudo. Vamos ao próximo assunto: 2 - Política Nacional para a população em situação de rua (Decreto Federal n. 7.053/09) O Decreto 7.053/2009 institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua e seu Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento. Esse decreto não está diretamente relacionado com a vulnerabilidade decorrente de transtorno mental, mas trata de uma questão específica de direitos humanos bastante importante: os moradores de rua. De acordo com o decreto: Quem estiver em situação de rua deve ser albergado pela proteção instituída pelo Decreto. INTERNAÇÃO INVOLUNTÁRIA comunicar o MPE em 72 horas POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA o grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 54 162 A proteção será desenvolvida de forma descentralizada e articulada entre a União e os demais entes federativos. Para tanto devem ser formados comitês gestores intersetoriais e convênios. Para fins de prova, é importante reconhecer os princípios que orientam a Política Nacional para a População em Situação de Rua: E quanto às diretrizes, temos: E temos ainda objetivos delimitados: ⚫ OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL PARA A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA: • respeito à dignidade da pessoa humana; • direito à convivência familiar e comunitária; • valorização e respeito à vida e à cidadania; • atendimento humanizado e universalizado; e • respeito às condições sociais e diferenças de origem, raça, idade, nacionalidade, gênero, orientação sexual e religiosa, com atenção especial às pessoas com deficiência. POLÍTICA NACIONAL PARA A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA: • promoção dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais; • responsabilidade do poder público pela sua elaboração e financiamento; • articulação das políticas públicas federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal; • integração das políticas públicas em cada nível de governo; • integração dos esforços do poder público e da sociedade civil para sua execução; • participação da sociedade civil, por meio de entidades, fóruns e organizações da população em situação de rua, na elaboração, acompanhamento e monitoramento das políticas públicas; • incentivo e apoio à organização da população em situação de rua e à sua participação nas diversas instâncias de formulação, controle social, monitoramento e avaliação das políticas públicas; • respeito às singularidades de cada território e ao aproveitamento das potencialidades e recursos locais e regionais na elaboração, desenvolvimento, acompanhamento e monitoramento das políticas públicas; • implantação e ampliação das ações educativas destinadas à superação do preconceito, e de capacitação dos servidores públicos para melhoria da qualidade e respeito no atendimento deste grupo populacional; e • democratização do acesso e fruição dos espaços e serviços públicos. DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL PARA A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 55 162 ➢ assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as políticas públicas de saúde, educação, previdência, assistência social, moradia, segurança, cultura, esporte, lazer, trabalho e renda; ➢ garantir a formação e capacitação permanente de profissionais e gestores para atuação no desenvolvimento de políticas públicas intersetoriais, transversais e intergovernamentais direcionadas às pessoas em situação de rua; ➢ instituir a contagem oficial da população em situação de rua; ➢ produzir, sistematizar e disseminar dados e indicadores sociais, econômicos e culturais sobre a rede existente de cobertura de serviços públicos à população em situação de rua; ➢ desenvolver ações educativas permanentes que contribuam para a formação de cultura de respeito, ética e solidariedade entre a população em situação de rua e os demais grupos sociais, de modo a resguardar a observância aos direitos humanos; ➢ incentivar a pesquisa, produção e divulgação de conhecimentos sobre a população em situação de rua, contemplando a diversidade humana em toda a sua amplitude étnico-racial, sexual, de gênero e geracional, nas diversas áreas do conhecimento; ➢ implantar centros de defesa dos direitos humanos para a população em situação de rua; ➢ incentivar a criação, divulgação e disponibilização de canais de comunicação para o recebimento de denúncias de violência contra a população em situação de rua, bem como de sugestões para o aperfeiçoamento e melhoria das políticas públicas voltadas para este segmento; ➢ proporcionar o acesso das pessoas em situação de rua aos benefícios previdenciários e assistenciais e aos programas de transferência de renda, na forma da legislação específica; ➢ criar meios de articulação entre o Sistema Único de Assistência Social e o Sistema Único de Saúde para qualificar a oferta de serviços; ➢ adotar padrão básico de qualidade, segurança e conforto na estruturação e reestruturação dos serviços de acolhimento temporários; ➢ implementar centros de referência especializados para atendimento da população em situação de rua, no âmbito da proteção social especial do Sistema Único de Assistência Social; ➢ implementar ações de segurança alimentar e nutricional suficientes para proporcionar acesso permanente à alimentação pela população em situação de rua à alimentação, com qualidade; e ➢ disponibilizar programas de qualificação profissional para as pessoas em situação de rua, com o objetivo de propiciar o seu acesso ao mercado de trabalho. Esses princípios, diretrizes e objetivos serão acompanhados pelo Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para a População em Situação de Rua, cuja análise não é necessária para a nossa prova. 3 - Consultórios na Rua (Portarias do Ministério da Saúde n. 122 e n. 123 de 2012) Para encerrar a parte teórica pertinente à aula e hoje, vamos abordar de forma objetiva as Portarias do Ministério da Saúde 122 e 123 de 2012. Ambas as portaria tratam dos Consultórios na Rua (eCR). Para fins de prova é importante que você saiba, o que são esses eCRs e qual a finalidadedeles. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 56 162 As eCR integram o componente atenção básica da Rede de Atenção Psicossocial e desenvolvem ações de Atenção Básica. São órgãos multiprofissionais e lidam com os diferentes problemas e necessidades de saúde da população em situação de rua. As atividades das eCR incluirão a busca ativa e o cuidado aos usuários de álcool, crack e outras drogas. As eCR desempenharão suas atividades in loco, de forma itinerante, desenvolvendo ações compartilhadas e integradas às Unidades Básicas de Saúde (UBS) e, quando necessário, também com as equipes dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), dos serviços de Urgência e Emergência e de outros pontos de atenção, de acordo com a necessidade do usuário. LEGISLAÇÃO DESTACADA Estatuto da Igualdade Racial art. 1º, caput, do EIR: objetivos do Estatuto Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica. art. 2º, do EIR: objetivos do Estatuto Art. 2o É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de oportunidades, reconhecendo a todo cidadão brasileiro, independentemente da etnia ou da cor da pele, o direito à participação na comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômicas, empresariais, educacionais, culturais e esportivas, defendendo sua dignidade e seus valores religiosos e culturais. art. 4º, do EIR: medidas a serem adotadas Art. 4o A participação da população negra, em condição de igualdade de oportunidade, na vida econômica, social, política e cultural do País será promovida, prioritariamente, por meio de: I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento econômico e social; II - adoção de medidas, programas e políticas de ação afirmativa; III - modificação das estruturas institucionais do Estado para o adequado enfrentamento e a superação das desigualdades étnicas decorrentes do preconceito e da discriminação étnica; Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 57 162 IV - promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o combate à discriminação étnica e às desigualdades étnicas em todas as suas manifestações individuais, institucionais e estruturais; V - eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais e institucionais que impedem a representação da diversidade étnica nas esferas pública e privada; VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas oriundas da sociedade civil direcionadas à promoção da igualdade de oportunidades e ao combate às desigualdades étnicas, inclusive mediante a implementação de incentivos e critérios de condicionamento e prioridade no acesso aos recursos públicos; VII - implementação de programas de ação afirmativa destinados ao enfrentamento das desigualdades étnicas no tocante à educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à terra, à Justiça, e outros. Parágrafo único. Os programas de ação afirmativa constituir-se-ão em políticas públicas destinadas a reparar as distorções e desigualdades sociais e demais práticas discriminatórias adotadas, nas esferas pública e privada, durante o processo de formação social do País. RESUMO Introdução A proteção especial se justifica em face da desigualdade fática entre homens e mulheres. Busca-se, por intermédio do Direito, a igualdade substancial (ou isonomia). Internacionalmente, temos várias normas protetiva à mulher. Internamente, a CF possui algumas regras esparsas e a legislação central é a Lei 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha. Lei Maria da Penha É dever do Estado adotar políticas públicas específicas (ações afirmativas) a fim de promover os direitos das mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar. Finalidade da norma: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 58 162 coibir e prevenir a violência doméstica familiar; criar os Juizados de Violência Doméstica e Familiar; e adotar medidas de assistência e proteção às vítimas de violência doméstica e familiar. Garantir vida digna à mulher, livre de violência é responsabilidade do Estado, da família e da sociedade. Violência Doméstica é conceituada “ação/omissão baseada no gênero que possa causar morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, praticada no âmbito doméstico, familiar ou em decorrência de relação de afeto”. A configuração da violência independe da orientação sexual da vítima; e A caracterização da violência independe da coabitação. A violência doméstica e familiar contra a mulher poderá ser: física psicológica sexual patrimonial moral As medidas integradas às vítimas de violência doméstica incluem: integração entre as esferas (Judiciário, MP e Defensoria com segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação); atendimento policial especializado; campanhas educativas e de prevenção da violência doméstica e familiar; e capacitação permanente da rede de atuação. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 59 162 Em relação ao atendimento policial, três diretrizes se destacam: salvaguarda da integridade física; não contato com investigados e suspeitos; e evitar a revitimização. Como forma de evitar a revitimização: a inquirição da ofendida deve ocorrer em recinto especialmente criado para esse fim; quando necessário, haverá acompanhamento por profissionais especializados em violência doméstica e familiar; e haverá registro eletrônico ou magnético do depoimento. Em relação aos procedimentos judiciais da Lei Maria da Penha: aplicação subsidiária do CPP, do NCPC e de regras processuais do ECA e do Estatuto do Idoso; possibilidade de praticar atos processuais à noite; competência cível, à escolha da vítima, entre: • foro do domicílio ou da residência; • foro do lugar do fato em se baseou a demanda; ou • foro do domicílio do agressor para admissão da renúncia da representação (em ações penais públicas incondicionadas, necessário: a) fazê-lo perante autoridade judicial; b) em audiência especialmente designada para esse fim; c) antes do recebimento da denúncia; e d) com prévia oitiva do membro do MP. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 60 162 Em relação às medidas protetivas de urgência, destaca-se: necessidade de requerimento da vítima ou do membro do Ministério Público; determinação por decisão judicial no prazo de 48 horas; são provisórias; e possibilidade de prisão preventiva do agressor. Atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual A Lei n. 12.845/13 trata sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual. Entre os serviços que devem ser providenciados de forma OBRIGATÓRIA e IMEDIATA, temos: diagnóstico e tratamento das lesões físicas no aparelho genital e nas demais áreas afetadas; amparo médico, psicológico e social imediatos; facilitação do registro da ocorrência e encaminhamento ao órgão de medicina legal e às delegacias especializadascom informações que possam ser úteis à identificação do agressor e à comprovação da violência sexual; profilaxia da gravidez; profilaxia das DST; coleta de material para realização do exame de HIV para posterior acompanhamento e terapia; fornecimento de informações às vítimas sobre os direitos legais e sobre todos os serviços sanitários disponíveis. Esses servidores será gratuito, APENAS AOS QUE DELA NECESSITAREM. VIOLÊNCIA SEXUAL qualquer forma de atividade sexual não consentida Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 61 162 Violência Obstétrica ➢ conceito: apropriação do corpo e processos reprodutivos das mulheres pelos profissionais de saúde, por intermédio de tratamento desumanizado, por abuso de medicação e patologização dos processos naturais, de forma prejudicar a autonomia e capacidade de decisão sobre o corpo e sexualidade e que possa causar perda na qualidade de vida das mulheres. Redes e Políticas contra a Violência ➢ objetivos: ➢ rede de enfretamento: agentes governamentais e não-governamentais, formuladores, fiscalizadores e executores de políticas voltadas para as mulheres; serviços/programas voltados para a responsabilização dos agressores; universidades; órgãos federais, estaduais e municipais responsáveis pela garantia de direitos e serviços especializados e não-especializados de atendimento às mulheres em situação de violência. ➢ rede atendimento: conjunto de ações e serviços que tem por objetivo ampliar a rede de atendimento às mulheres vítimas de violência. Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres – finalidade: “estabelecer conceitos, princípios, diretrizes e ações de prevenção e combate à violência contra as mulheres, assim como de assistência e garantia de SERVIÇOS A QUEM FOR SUBMETIDO A VIOLÊNCIA SEXUAL imediato obrigatório gratuito, a quem dela necessitar OBJETIVO DA REDE empoderamento e construção da autonomia das mulheres defesa dos direitos humanos responsabilização dos agressores assistência qualificada às mulheres em situação de violência Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 62 162 direitos às mulheres em situação de violência, conforme normas e instrumentos internacionais de direitos humanos e legislação nacional”. Combate ao Racismo IGUALDADE em sentido formal • aproxima-se do conceito de legalidade • igualdade abstrata e genérica • igualdade perante a lei em sentido material • sinônimo de legalidade • igualdade na prática • leva em consideração as distinções DISCRIMINAÇÃO RACIAL NA CF → crime inafiançável imprescritível sujeito a pena de reclusão COMBATE À DISCRIMINAÇÃO RACIAL vertente punitiva: tipificação de crime para o racismo vertente promocional: prescrição e políticas públicas específicas Estatuto da Igualdade Racial OBJETIVOS DO EIR efetivação da igualdade de oportunidades aos negros Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 63 162 defesa de direito étnicos combate à discriminação e intolerância racial CONCEITOS discriminação racional ou étnico racial: constitui toda forma de distinção baseada em fatores étnicos ou de descendência que impliquem na anulação ou restrição dos seus direitos humanos. desigualdade racial: diferenciação injustificada no acesso e fruição de bens, serviços e oportunidade em razão de fatores étnicos ou de descendência. desigualdade de gênero e raça: constatação do fosso entre as mulheres negras e demais segmentos da sociedade. população indígena: conjunto de pessoas que se declaram negas ou pardas segundo o IBGE. políticas públicas: ações, iniciativas e programas adotados pelo Poder Público voltado para a efetivação de direitos humanos, no âmbito de suas prerrogativas institucionais. DEVER do Estado e da sociedade de: assegurar a igualdade de participação na comunidade. respeitar a dignidade. respeitar a religião e cultura próprios. EIR É DIRETRIZ POLÍTICO-JURÍDICA PARA inclusão de vítimas de desigualdade étnico-racial valorização da igualdade étnica fortalecimento da identificada nacional brasileira DIREITOS FUNDAMENTAIS: DIREITO À SAÚDE: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 64 162 ❑ Políticas públicas universais e específicas: ✓ universais: mesmo tratamento conferido a todos, por intermédio do SUS ✓ específicas: “Política Nacional de Saúde Integral da População Negra” que possui diretrizes (art. 7º) e objetivos próprios (art. 8º). DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER: ❑ Políticas públicas universais e específicas. DIREITO DE CONSCIÊNCIA, DE CRENÇA E LIVRE EXERCÍCIO DO CULTO: ❑ preservação de cultos, festividades, cerimônias, bens, produtos e serviços relacionados à formação étnica negra no Brasil; ACESSO À TERRA: ❑ garantia do acesso à terra e às atividades produtivas do campo; ❑ reconhecimento das terras quilombolas: • MATRIZ CONSTITUCIONAL – art. 68, dos ADCT: Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos. • MATRIZ INFRACONSTITUCIONAL – art. 32, do EIR: Art. 32. O Poder Executivo federal elaborará e desenvolverá políticas públicas especiais voltadas para o desenvolvimento sustentável dos remanescentes das comunidades dos quilombos, respeitando as tradições de proteção ambiental das comunidades. DIREITO AO TRABALHO: ❑ implementação de políticas voltadas para a inclusão da população negra no mercado de trabalho MEIOS DE COMUNICAÇÃO: ❑ valorização da herança cultural e a participação da população negra Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 65 162 SINAPIR Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial Objetivos: ❑ promoção da igualdade étnica; ❑ combate às desigualdade sociais; ❑ combate à marginalização e integração social da população negra; ❑ descentralização da implementação das ações afirmativas (Estados-membros, Distrito Federal e Municípios); ❑ promoção da igualdade (planos, ações e mecanismos) ❑ garantia de eficácia dos meios adotados organização e competência de atuação do Poder Executivo Federal para fixação das diretrizes; atuação específica dos Estados e Municípios a partir das regras gerais; previsão de repasses de recursos específicos. Crimes resultantes de raça ou de cor TIPO PENA Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos. * também inclui-se no tipo penal quem, por motivo de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, obstar a promoção funcional. RECLUSÃO de 2 a 5 anos. A LEI 7.716/1989 TIPIFICADA AS CONDUTAS RESULTANTES DE raça cor etnia religião procedência nacional Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 66 162 Negar ou obstar emprego em empresa privada. * inclui quem, por motivo de discriminação de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica: a) nãoconceder equipamentos de trabalho em iguais condições; b) impedir a ascensão funcional; e c) tratar de forma discriminatória no ambiente de trabalho, em especial em relação ao salário. ** inclui quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exigências. RECLUSÃO de 2 a 5 anos. Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador. RECLUSÃO de 1 a 3 anos. Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau. RECLUSÃO de 3 a 5 anos. CUAUSA DE AUMENTO DE PENA (1/3): se praticar contra menor de 18 anos. Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem, ou qualquer estabelecimento similar. RECLUSÃO de 3 a 5 anos. Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público. RECLUSÃO de 1 a 3 anos. Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos esportivos, casas de diversões, ou clubes sociais abertos ao público. RECLUSÃO de 1 a 3 anos. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de massagem ou estabelecimento com as mesmas finalidades. RECLUSÃO de 1 a 3 anos. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou escada de acesso aos mesmos. RECLUSÃO de 1 a 3 anos. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões, navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de transporte concedido. RECLUSÃO de 1 a 3 anos. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer ramo das Forças Armadas. RECLUSÃO de 2 a 4 anos. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou convivência familiar e social. RECLUSÃO de 2 a 4 anos. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. RECLUSÃO de 1 a 3 anos. Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. RECLUSÃO de 2 a 5 anos. Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza. RECLUSÃO de 2 a 5 anos. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 67 162 Proteção aos LGBTTTI LGBTTTI envolve: • Lésbicas • Gays • Bissexuais • Travestis • Transexuais • Transgêneros • Pessoas em situação de intersexo. Transgênero e o Direito ao nome A alteração do nome social decorre da necessidade de identificar o gênero da pessoa em conformidade com a forma com a qual a pessoa se relaciona em sociedade. O gênero, portanto, é uma prática social, sem relação direta com o sexo atribuído no nascimento. Nome Social e uso de banheiro nas escolas ➢ Toda vez que o nome civil não refletir a identidade de gênero, prevê a Resolução que deve ser assegurado o reconhecimento e adoção do nome social, pelas instituições e rede de ensino. ➢ Para exequibilidade desse mandamento, a Resolução sugere: adoção de formulários com campo para o nome social; utilização do nome social como regra; utilização de banheiros, vestiários e demais espaços de acordo com a identidade de gênero; facultar a opção pelo uniforme, caso haja distinção entre sexos. NOME SOCIAL designação pela qual a pessoa travesti ou transexual se identifica e é socialmente reconhecida. IDENTIDADE DE GÊNERO dimensão da identidade de uma pessoa que diz respeito à forma como se relaciona com as representações de masculinidade e feminilidade e como isso se traduz em sua prática social, sem guardar relação necessária com o sexo atribuído no nascimento. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 68 162 Dignidade da criança em situação de intersexo: intersexo constitui termo que designa uma variedade de situações que não permite o encaixe da criança na definição típica do sexo feminino ou masculino. Combate à discriminação de grupos LGBTTTI em privação de liberdade ➢ direito de ser chamada pelo seu nome social, de acordo com o seu gênero ➢ deve ser assegurado a esse grupo locais específicos de vivência, com tratamento isonômico, sem o emprego de violência. ➢ darantia di uso de roupas femininas ou masculinas, conforme o gênero e a manutenção de cabelos compridos. ➢ o direito à visita íntima, bem assim, a atenção à saúde, capacitação profissional continuada. CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao final da nossa primeira aula que trata dos grupos vulneráveis. Como você pode perceber os assuntos são bastante específicos, o que requer atenção a tópico não muito corriqueiros em provas de concurso público. De todo modo, esperamos, com isso, dar o devido direcionamento no curso. Ricardo Torques rst.estrategia@gmail.com https://www.facebook.com/direitoshumanosparaconcursos Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 69 162 LISTA DE QUESTÕES COM COMENTÁRIOS FGV 1. (FGV/TJ-BA - 2015) A Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) configura como violência doméstica e familiar contra a mulher: a) qualquer ação que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e danos morais; b) qualquer omissão que lhe cause morte, lesão, sofrimento sexual ou psicológico e danos morais; c) qualquer ação e omissão que lhe cause morte, lesão, sofrimento sexual e danos morais; d) qualquer ação ou omissão, independentemente da relação de gênero, que lhe cause morte, lesão, sofrimento sexual e dano patrimonial ou moral; e) qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial. Comentários A alternativa A está incorreta por incompletude. Será considerada violência doméstica ou familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero, consoante dispõe o caput do art. 5º. As alternativas B, C e D estão incorretas pelo mesmo motivo apresentado acima. É necessário que seja uma ação ou omissão baseada no gênero. A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o caput do art. 5º. Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: 2. (FGV/Exame de Ordem - 2016) Você, na condição de advogado, foi procurado por um travesti que é servidor público federal. Na verdade, ele adota o nome social de Joana, embora, no assento de nascimento, o seu nome de registro seja João. Ele gostaria de ser identificado no trabalho pelo nome social e que, assim, o nome social constasse em coisas básicas, como o cadastro de dados, o correio eletrônico e o crachá. Sob o ponto de vista jurídico, em relação à orientação a ser dada ao solicitante, assinale a afirmativa correta. A) A Constituição Federal até prevê a promoção do bem sem qualquer forma de discriminação, mas não existe nenhuma norma específica que ampare a pretensão do solicitante. B) Não apenas a Constituição está orientada para a ideia de promoção do bem sem discriminação, como a demanda pleiteada pelo solicitante encontra amparo em norma infraconstitucional. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 -Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 70 162 C) O solicitante possui esse direito, pois assim está previsto na Convenção das Nações Unidas para os Direitos LGBT. D) Ainda que compreenda a demanda do solicitante, ele não possui o direito de ser identificado pelo nome social no trabalho, uma vez que é um homem que se traveste de mulher. Comentários Vejamos cada uma das alternativas. A alternativa A está incorreta. Naturalmente que não haverá regra direta tratando do assunto ao longo do Texto Constitucional. Contudo, existem princípios, que são normas jurídicas dotadas de maior plasticidade que se prestam a amoldar a situação descrita. Entre eles, destaca-se o princípio da dignidade da pessoa e da vedação à discriminação, que constituem, respectivamente, fundamento (art. 1º, III) e objetivo (art. 3º, IV) da República Federativa do Brasil. Esse é o entendimento do STJ, segundo o qual deve-se levar em consideração a realidade psicológica. A alternativa B é a correta e gabarito da questão. Além dos fundamentos constitucionais acima, o entendimento predominante é o de que após a edição da Lei 9.708/1998, que alterou a Lei 6.015 (Lei de Registros Públicos), admite-se, com fundamento no art. 58, a alteração do nome, para constar o nome social. Ainda, foi com base no Pacto de San José da Costa Rica (portanto, lei infraconstitucional), que o STF decidiu pela possibilidade de os transgêneros, que assim o desejarem, independentemente da cirurgia de transgenitalização, ou da realização de tratamentos hormonais ou patologizantes, alterarem o seu nome o seu gênero (sexo) diretamente no registro civil. A alternativa C está incorreta, não há uma convenção específica da ONU para tratar dos direitos dos Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros. Por fim, a alternativa D está totalmente incorreta, pois contraria a regra que vimos acima de respeito à realidade psicológica e não discriminação. 3. (FGV/DPE-RJ-2019) De acordo com a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, existem três tipos de internação: voluntária, involuntária e compulsória. Sobre o tema, analise as afirmativas a seguir. I. A pessoa que solicita voluntariamente sua internação, ou que a consente, deve assinar, no momento da admissão, uma declaração de que optou por esse regime de tratamento. II. A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta e duas horas, ser comunicada ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no qual tenha ocorrido, devendo esse mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta. III. A internação compulsória é determinada, de acordo com a legislação vigente, pelo juiz competente, que levará em conta as condições de segurança do estabelecimento quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e dos funcionários. Está correto o que se afirma em: a) somente I; Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 71 162 b) somente III; c) somente I e II; d) somente II e III; e) I, II e III. Comentários A assertiva I está correta. É necessária a comprovação da anuência com a internação por meio de declaração de opção pelo tratamento, de acordo com o artigo 7º da Lei: Art. 7º A pessoa que solicita voluntariamente sua internação, ou que a consente, deve assinar, no momento da admissão, uma declaração de que optou por esse regime de tratamento. A assertiva II está correta. É imprescindível a comunicação da internação involuntária ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento: Art. 8º § 1º A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta e duas horas, ser comunicada ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no qual tenha ocorrido, devendo esse mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta. A assertiva III está correta. A internação compulsória deve ser determinada judicialmente, observando-se as condições do estabelecimento de acomodar o paciente: Art. 9º A internação compulsória é determinada, de acordo com a legislação vigente, pelo juiz competente, que levará em conta as condições de segurança do estabelecimento, quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e funcionários. Já que estão corretas todas as assertivas, nosso gabarito é a alternativa E. Outras Bancas 4. (FUNDATEC/IGP-RS - 2017) De acordo com a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), assinale a alternativa correta. a) Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, aplica-se a Lei nº 9.099/1995. b) Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, a restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida não é uma das medidas que o juiz poderá, liminarmente, determinar. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 72 162 c) É possível a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa. d) Ainda que para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, não pode o juiz requisitar auxílio da força policial. e) Dentre as medidas protetivas de urgência à ofendida, poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas, determinar a separação de corpos. Comentários A alternativa A está incorreta. Não se aplica a Lei nº 9.099/95 aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher. A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 24, I, da Lei Maria da Penha, a restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida é uma das medidas que o juiz poderá, liminarmente, determinar. Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre outras: I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida; A alternativa C está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 17, da referida Lei: Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa. A alternativa D está incorreta. De acordo com o §3º, do art. 22, da Lei nº 11.340/06, para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da força policial. Por fim, a alternativa E é correta e gabarito da questão, conforme prevê o art. 23, IV, da referida Lei: Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas: IV - determinar a separação de corpos. 5. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre as previsões expressas da Lei Federal n° 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha). a) O Ministério Público atuará apenas quando for parte nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 73 162 b) Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de violência doméstica e familiar deverá estar acompanhada de advogado. c) Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser criados poderão contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar, aser integrada por profissionais especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde. d) A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher deverá ser acompanhada pela implantação das curadorias necessárias e do serviço de assistência judiciária. Comentários A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 25, da Lei nº 11.340/06, o Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher. A alternativa B está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 27, da referida Lei: Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de violência doméstica e familiar deverá estar acompanhada de advogado, ressalvado o previsto no art. 19 desta Lei. A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o 29, da Lei Maria da Penha: Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser criados poderão contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profissionais especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde. A alternativa D está incorreta. Nos termos do art. 34, da referida Lei, a instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher poderá ser acompanhada pela implantação das curadorias necessárias e do serviço de assistência judiciária. 6. (IESES/IGP-SC - 2017) De acordo com a Lei 11.340/06 - Lei Maria da Penha - são formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, dentre outras: a) A violência moral, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação. b) A violência física, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 74 162 c) A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal ou psíquica, que configure calúnia, difamação ou injúria. d) A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades. Comentários A questão exige o conhecimento dos conceitos previstos no art. 7º, da Lei Maria da Penha. Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal; II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos; IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades; V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. Visto isso, passemos à análise das alternativas. A alternativa A está incorreta, pois traz o conceito de violência psicológica, e não moral. A alternativa B está incorreta, pois traz o conceito de violência sexual, e não física. A alternativa C está incorreta, pois traz o conceito de violência moral, e não psicológica. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 75 162 A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, conforme dispõe o inc. IV. 7. (FUNDATEC/FHGV - 2017) Na interpretação da Lei nº 11.340/2006, serão considerados os fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de: a) Vulnerabilidade. b) Incapacidade. c) Violência doméstica e familiar. d) Abandono. e) Risco e perigo. Comentários Vejamos o que dispõe o art. 4º, da Lei Maria da Penha: Art. 4o Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de violência doméstica e familiar. Assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão. 8. (FADESP/COSANPA - 2017) Com relação às medidas protetivas de urgência e equipe de atendimento multidisciplinar dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, com base na Lei nº 11.340/06, é correto afirmar que a) o juiz poderá determinar a suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor, para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, devendo a ofendida levar a decisão ao cartório para que se produza os efeitos. b) é competência da equipe multidisciplinar o desenvolvimento de trabalhos de orientação voltados para a ofendida, bem como o fornecimento de subsídios e orientações ao Juiz e ao Ministério Público mediante laudos, desde que anteriores à audiência, sendo vedado o fornecimento de informações durante a sua realização. c) poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o ofendido. d) o juiz terá o prazo de 48 (quarenta e oito) horas, recebido o expediente com o pedido da ofendida, para decidir sobre as medidas protetivas de urgência, determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando for o caso, e comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis. Comentários A alternativa A está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 24, III, da Lei Maria da Penha: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - BrenaStephanie Gomes Avelino 76 162 Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre outras: III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor; De acordo com o parágrafo único, do art. 24, o juiz é quem deverá oficiar ao cartório competente. A alternativa B está incorreta. Com base no art. 30, da referida Lei, compete à equipe de atendimento multidisciplinar, mediante laudos ou verbalmente em audiência, desenvolver trabalhos de orientação, encaminhamento, prevenção e outras medidas. Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, entre outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério Público e à Defensoria Pública, mediante laudos ou verbalmente em audiência, e desenvolver trabalhos de orientação, encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o agressor e os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes. A alternativa C está incorreta, nos termos o §3º, do art. 19, da Lei nº 11.340/06: § 3o Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público. A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 18, da referida Lei: Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas: I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas de urgência; II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando for o caso; III - comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis. 9. (PUC-PR/TJ-PR - 2017) Conhecida como Lei Maria da Penha, a Lei 11.340/2006 criou mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA. a) Para evitar represálias, em casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência, a autoridade policial está expressamente proibida de ouvir o agressor e as testemunhas. b) A violência doméstica prevista na Lei Maria da Penha é unicamente a violência física, na qual o homem faz uso da força para subjugar a esposa. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 77 162 c) Para preservar a integridade física e psicológica da mulher em situação de violência doméstica, o juiz poderá assegurar, quando necessário, o afastamento da mulher do local de trabalho, por até seis meses. d) As relações pessoais que podem configurar atos de violência doméstica são necessariamente aquelas derivadas da relação entre homem e mulher, não se podendo aplicá-las a eventuais relações homoafetivas entre duas mulheres. e) A configuração de atos de violência doméstica depende necessariamente de haver coabitação entre cônjuges. Comentários A alternativa A está incorreta. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, a autoridade deverá ouvir o agressor e as testemunhas. É o que estabelece o art. 12, V, da Lei Maria da Penha: Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal: V - ouvir o agressor e as testemunhas; A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 5º, da referida Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial. A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. É hipótese de suspensão do contrato de trabalho. Vejamos o que prevê o art. 9º, §2º, II, da Lei nº 11.340/06: § 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica: II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho, por até seis meses. A alternativa D está incorreta. Com base no parágrafo único, do art. 5º, da referida Lei, as relações pessoais independem de orientação sexual. A alternativa E está incorreta. A configuração de atos de violência doméstica independe de coabitação, nos termos do art. 5º, III, da Lei Maria da Penha: Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 78 162 10. (FUNDATEC/FHGV - 2017) A Lei nº 11.340/2006, ao tratar das formas de violência contra a mulher, entre outras, determina que a violência física é entendida como qualquer conduta que ofenda: a) A moral da cidadã. b) Sua integridade ou saúde corporal. c) Psicologicamente. d) De forma verbal. e) De forma direta ou indireta. Comentários Vejamos o que dispõe o art. 7º, I, da Lei nº 11.340/06, a respeito da violência física: Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal; Dessa forma, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão. 11. (UFPA/UFPA - 2017) A Lei nº 11.340/2006, conhecida por Lei Maria da Penha, visa a coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Acerca do tema e com base na referida lei, é CORRETO afirmar o seguinte: a) nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida por violência doméstica, será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência designada com tal finalidade, somente após o recebimento da denúncia, desde que ouvido o Ministério Público. b) a autoridade policial, no atendimento de mulher em situação de violência doméstica e familiar, deverá fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida, bem como informar à ofendida os serviços disponíveis. c) poderá o Ministério Público, a requerimento da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário a proteção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvida a equipe multidisciplinar. d) é vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa, salvo, no último caso, se houver consentimento da ofendida. e) para a proteção patrimonial dos bens conjugais ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, a proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação do bem em comum, salvo expressa autorização da ofendida. Comentários Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 79 162 A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 16, da Lei nº 11.340/06,nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida por violência doméstica, será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia, e não somente após o recebimento da denúncia, como enunciado. A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, conforme os termos do art. 11, III e V, da Lei Maria da Penha: Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a autoridade policial deverá, entre outras providências: III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida; V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis. A alternativa C está incorreta. Baseado nos termos do art. 19, §3º, da Lei nº 11.340/06, é o juiz quem poderá, a requerimento do Ministério Público, ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas. A alternativa D está incorreta. Conforme o art. 17, da Lei Maria da Penha, é vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa, mesmo havendo consentimento da ofendida. A alternativa E está incorreta. De acordo com art. 24, II, para a proteção patrimonial dos bens conjugais ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, a proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação do bem em comum, salvo expressa autorização judicial. 12. (UPENET-IAUPE/UPE - 2017) A Lei Nº 11.340/06, “Lei Maria da Penha”, criou inúmeros mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA. a) A violência doméstica e familiar contra a mulher se constitui em uma das formas de violação dos direitos humanos. b) Cabe exclusivamente ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados na legislação. c) Configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral, exceto o patrimonial. d) A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio exclusivo de ações da União e dos Estados. e) A criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e criminal, é de competência da União, estando distribuídos nos Estados e no Distrito Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 80 162 Federal, para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher. Comentários A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 6º, da Lei Maria da Penha: Art. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos. A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 3º, § 2º, da Lei nº 11.340/06, não cabe exclusivamente ao poder público, criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados na legislação. Essa é uma atribuição da família, da sociedade e do poder público. A alternativa C está incorreta. Nos termos do art. 5º, da Lei Maria da Penha, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial. A alternativa D está incorreta. Conforme o art. 8º, da Lei nº 11.340/06, a política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações, não somente exclusivas da União e dos Estados, mas também do Distrito Federal, dos Municípios e de ações não- governamentais. A alternativa E está incorreta. De acordo com art. 14, da Lei Maria da Penha, os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher. 13. (CONSULPLAN/TJ-MG - 2017) Mulher que foi vítima de lesões corporais perpetradas por seu marido, firmou representação perante a autoridade policial e requereu medidas protetivas previstas na Lei 11.340/06. O Juiz, na análise das medidas protetivas requeridas, poderá determinar, EXCETO: a) Afastamento da ofendida do lar conjugal. b) Revogação das procurações conferidas pela ofendida ao agressor. c) Prestação de caução provisória, mediante depósito judicial. d) Proibição temporária de celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de propriedade em comum. Comentários A alternativa A está correta, conforme prevê o art. 23, III, da Lei nº 11.340/06. A alternativa C está correta, conforme prevê o art. 24, IV, da Lei nº 11.340/06. A alternativa D está correta, conforme prevê o art. 24, II, da Lei nº 11.340/06. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 81 162 A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 24, III, da referida Lei ocorrerá a suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor. 14. (IBFC/AGERBA - 2017) Assinale a alternativa INCORRETA considerando as disposições da Lei Federal nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), sobre a assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar. a) A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso b) O juiz determinará, por prazo incerto, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal c) O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica, acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração direta ou indireta d) O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho, por até seis meses e) A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de violência sexual Comentários A questão exige o conhecimento do art. 9º, da Lei nº 11.340/06. Visto isto, passemos à análise das alternativas. A alternativa A está correta, nos termos do art. 9º, caput: Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entreoutras normas e políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso. A alternativa B está incorreta e é o gabarito da questão. Conforme o art. 9º, §1º, o juiz determinará, por prazo certo, e não incerto, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal. A alternativa C está correta, baseada no art. 9º, §2º, I: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 82 162 § 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica: I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração direta ou indireta; A alternativa D está correta, conforme os termos do §2º, II: § 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica: II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho, por até seis meses. A alternativa E está correta, de acordo com o §3º: § 3o A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de violência sexual. 15. (IBADE/SEJUDH-MT - 2017) Visando preservar a integridade física e psicológica da mulher vítima de violência doméstica, o juiz pode assegurar, em consonância com a Lei Maria da Penha, Lei n° 11.340/2006, a manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento da vítima de seu local de trabalho, por até: a) 3 meses. b) 30 dias. c) 45 dias. d) 1 ano. e) 6 meses. Comentários A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 9º, §2º, II: § 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica: II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho, por até seis meses. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 83 162 16. (IBADE/IPERON-RO - 2017) A Lei Maria da Penha, Lei n° 11.340/2006, define no Artigo 5º violência doméstica e familiar contra a mulher “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”. Nela, a unidade doméstica é compreendida como o espaço de convívio de pessoas: a) de laços consanguíneos ou não, desde que haja convivência sistemática. b) com vinculo matrimonial. c) com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas. d) exclusivamente que tenham vinculo familiar. e) cujo convívio seja, necessariamente, frequente. Comentários A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 5º, I, da Lei Maria da Penha, a unidade doméstica é compreendida como o espaço de convívio de pessoas com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas. 17. (FUNDATEC/CRQ-5ªR - 2017) A Lei nº 11.340/2006, popularmente conhecida como Lei Maria da Penha, é reconhecida pela ONU como uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à violência contra as mulheres. Segundo dados de 2015 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), desde que entrou em vigor, já contribuiu para uma diminuição de cerca de 10% na taxa de homicídios contra mulheres praticados dentro das residências das vítimas. Assinale a alternativa correta referente aos dispositivos dessa lei. a) A violência doméstica contra a mulher só se configura quando parte de um homem. Ou seja, vítimas de parceiras em relacionamentos homoafetivos ou mesmo transexuais que se identificam como mulheres em sua identidade de gênero não são amparadas por essa lei. b) A vítima somente poderá renunciar à denúncia perante o juiz. c) Por enquanto, a lei ainda entende violência doméstica apenas quando ocorre agressão física. Sendo assim, casos em que existe calúnia, difamação, injúria, violência psicológica e violência patrimonial devem ser enquadrados nas outras leis existentes. d) Para que se enquadre na lei, a vítima tem que ter sofrido agressão por parte do marido, companheiro ou namorado. Se a agressão partir de outro homem da família, ou mesmo de outra mulher, não será configurada violência doméstica. e) Os serviços de Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita são disponibilizados apenas para mulheres de baixa renda em situação de violência doméstica e familiar. Nesses casos, deverá comprovar sua condição financeira mediante o juiz para a liberação do benefício. Comentários Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 84 162 A alternativa A está incorreta. O sujeito agressor pode ser tanto homem quanto mulher, sendo a vítima do sexo feminino, a Lei Maria da Penha é aplicável, portanto em uma relação homoafetiva a referida Lei também é válida. A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, conforme dispõe o art. 16, da Lei nº 11.340/06: Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público. Como sempre ressaltamos, infelizmente, não é raro que o examinador seja atécnico. Nessa questão, por exemplo, onde está escrito “denúncia” devemos ler “representação”, marcando a alternativa B como correta por eliminação. A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 5º, da Lei 11.340/06, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial. A alternativa D está incorreta. A Lei Maria da Penha visa garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares. A Lei não prevê um rol taxativo de sujeitos ativos. A alternativa E está incorreta. Conforme o art. 28, da Lei 11.340/06, é garantido a toda mulher em situação de violência doméstica e familiar o acesso aos serviços de Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da lei, em sede policial e judicial, mediante atendimento específico e humanizado. 18. (IBFC/AGERBA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre a espécie de violência que a Lei Federal nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha) indica, em termos expressos e precisos, como qualquer conduta contra a mulher que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima, que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento, que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça. a) Violência psicológica b) Violência moral c) Violência imaterial d) Violência uxória e) Violência extra corporal Comentários A questão traz o conceito de violência psicológica, conforme prevê o art. 7º, II, da Lei Maria da Penha: Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 85 162 II - a violência psicológica, entendida como qualquerconduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; Desse modo, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão. 19. (PUC-PR/TJ-MS - 2017) “A Lei Maria da Penha (Lei 11.340), sancionada no dia 7 de agosto de 2006, completa 11 anos de vigência em 2017. Ferramenta essencial para o enfrentamento da violência de gênero, a norma tem sido aplicada de forma progressiva. Apesar de os índices de violência ainda serem alarmantes, é possível perceber que as mulheres estão, cada dia mais, abrindo a porta de suas casas para a entrada da Justiça. De acordo com levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado em março de 2015, a Lei Maria da Penha fez diminuir em cerca de 10% a taxa de homicídios contra as mulheres dentro das residências. A norma disciplinou diversas questões, como medidas de prevenção, medidas protetivas de urgência, assistência judiciária e até mesmo atendimento multidisciplinar.” Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA. a) Para os efeitos dessa Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause lesão, sofrimento físico sexual ou psicológico em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. b) O alvo da Lei Maria da Penha se limita à violência praticada por maridos contra esposas ou companheiros contra companheiras e as pessoas envolvidas têm de morar sob o mesmo teto. A vítima, contudo, precisa, necessariamente, ser mulher. c) De acordo com a Lei Maria da Penha, constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, medidas protetivas de urgência, como o afastamento do lar e a proibição de manter contato com a vítima, não podendo determinar de imediato a prestação de alimentos provisórios. d) As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os direitos da vítima forem ameaçados ou violados. Não poderá o juiz, a pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, sendo indispensável que o requerimento seja feito pelo Ministério Público. e) Não poderá o juiz determinar o afastamento da ofendida do lar, a fim de assegurar direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos, cabendo ao agressor afastar-se do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida. Comentários A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 5º, III, da Lei nº 11.340/06: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 86 162 Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. A alternativa B está incorreta. O alvo da Lei Maria da Penha não se limita à violência praticada por maridos contra mulheres ou companheiros contra companheiras. As pessoas envolvidas não têm de morar sob o mesmo teto. A vítima, contudo, precisa, necessariamente, ser mulher. A alternativa C está incorreta. Vejamos o que dispõe o art. 22, V, da referida Lei: Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras: V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios. A alternativa D está incorreta. Com base no §3º, do art. 19, da Lei nº 11.340/06, o juiz poderá, a pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência. § 3o Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público. A alternativa E está incorreta. Ao contrário do que se afirma, vejamos o que estabelece o art. 23, III, da referida Lei: Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas: III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos; 20. (CONSULPLAN/TRF-2ªR - 2017) Os dados da violência contra a mulher no Brasil comprovam a persistência do patriarcado no país, além de atestarem a ausência de políticas capazes de prevenir e enfrentar a violência. São 5 espancamentos a cada dois minutos (Fundação Perseu Abramo/2010); 1 estupro a cada 11 minutos (9º Anuário da Segurança Pública/2015); 1 feminicídio a cada 90 minutos (Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil, Ipea/2013); 179 relatos de agressão por dia (Balanço Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher/jan-jun/2015) e 13 homicídios femininos por dia em 2013 (Mapa da Violência 2015/Flasco). A Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, institui as medidas de prevenção da violência contra a mulher. Acerca dessas medidas assinale a afirmativa INCORRETA. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 87 162 a) O juiz poderá, quando necessário e sem prejuízo de outras medidas, encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento. b) A integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação. c) O destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à equidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a mulher. d) A promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às consequências e à frequência da violência doméstica e familiar contra a mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação periódica dos resultados das medidas adotadas. Comentários A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão, pois não se refere a uma medida de prevenção, e sim uma medida protetiva de urgência, conforme estabelece o art. 23, I, da Lei nº 11.340/06: Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas: I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento; As demais alternativas estão previstas nos incisos do art. 8º, da Lei Maria da Penha: Art. 8o A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações não-governamentais, tendo por diretrizes: I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, assistência social,saúde, educação, trabalho e habitação; (ALTERNATIVA B) II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às consequências e à frequência da violência doméstica e familiar contra a mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação periódica dos resultados das medidas adotadas; (ALTERNATIVA D) IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à equidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a mulher. (ALTERNATIVA C) 21. (NUCEPE/SEJUS-PI - 2017) Em relação à legislação especial é forma de violência doméstica e familiar contra a mulher: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 88 162 a) A violência moral e física, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação. b) A violência psicológica entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força. c) A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal. d) A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades. e) A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure apropriação indébita. Comentários Os conceitos estão invertidos. Vejamos o que dispõe o art. 7º, da Lei Maria da Penha: Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal; II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos; IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades; Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 89 162 V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. A alternativa A está incorreta, pois traz o conceito de violência psicológica, e não violência moral e física. A alternativa B está incorreta, pois traz o conceito de violência sexual, e não violência psicológica. A alternativa D está incorreta, pois traz o conceito de violência patrimonial, e não violência moral. A alternativa E está incorreta, pois traz o conceito errado de violência moral. Portanto, a alternativa C é correta e gabarito da questão. 22. (Fundação La Salle/SUSEPE-RS - 2017) Relativamente à Lei Maria da Penha, analise as assertivas abaixo e assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso. ( ) As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público e independente de comunicação ao Ministério Público. ( ) A ofendida deverá ser citada e intimada dos atos processuais relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do defensor público. ( ) Uma das medidas protetivas e de urgência que obrigam o agressor, segundo a legislação em comento, é a prestação de alimentos provisionais, provisórios ou definitivos à vítima. ( ) O Ministério Público intervirá, exclusivamente, quando for parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher. ( ) O juiz poderá relaxar a prisão em flagrante se, no curso do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) V — F — V — F — V. b) F — F — F — V — V. c) F — F — F — F — F. d) V — V —V — V — F e) V—V — V — V — V. Comentários Vamos analisar cada uma das afirmativas. A primeira afirmativa é falsa. De acordo com o art. 19, §1º, da Lei nº 11.340/06, as medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente comunicado. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 90 162 A segunda afirmativa é falsa. Com base no art. 21, da referida Lei, a ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao agressor. A terceira afirmativa é falsa. A prestação de alimentos definitivos à vítima, não é uma das medidas protetivas e de urgência. Vejamos o que dispõe o art. 22, V, da Lei Maria da Penha: Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras: (...) V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios. A quarta afirmativa é falsa. Nos termos do art. 25, da referida Lei, o Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher. Por fim, a quinta afirmativa também é falsa. Segundo o parágrafo único, do art. 20, da Lei nº 11.340/06, o juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. Desse modo, a alternativa C é correta e gabarito da questão. 23. (IBADE/PC-AC - 2017) Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo de outros previstos no Código de Processo Penal: I.ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se apresentada. II. determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros exames periciais necessários. III. remeter, no prazo de 72 (setenta e duas) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência. IV. ouvir o agressor e as testemunhas. Caso entenda desnecessária a oitiva do agressor, poderá o Delegado dispensá-lo ouvindo apenas a vítima e as testemunhas. Está correto o que se afirma apenas em: a) II e III. b) II e IV. c) I e III. d) I e II. e) III e IV. Comentários Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 91 162 A questão requer o conhecimento do art. 12, da Lei Maria da Penha. Visto isso, vamos analisar cada um dos itens. O item I está correto, com base no inc. I: Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal: I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se apresentada; O item II está correto, nos termos do inc. IV: IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros exames periciais necessários; O item III está incorreto. De acordo com o inc. III, o prazo é de 48 horas, e não 72 horas. III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência; O item IV está incorreto. Não existe previsão legal de dispensa de oitiva do agressor. Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão. 24. (IBADE/PC-AC - 2017) Configura violência doméstica e familiar contra a mulher, atraindo, portanto, a competência do juízo especializado na matéria, qualquer ação ou omissão que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, quando: a) baseada no gênero, salvo nas relações homoafetivas. b) baseada no gênero, em qualquer relação intima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação ou da orientação sexual. c) ocorra no âmbito da família, como por exemplo o caso do filho agride o pai. d) baseada no sexo, salvo nas relações homoafetivas. e) a ocorrência se dê no âmbito da unidade doméstica envolvendo qualquer familiar independente do sexo da vítima. Comentários A questão exige o conhecimento do art. 5º, da Lei Maria da Penha. Vejamos: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 92 162 Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial. I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual. Dessa forma, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão. 25. (IBADE/SEJUDH-MT - 2017) As medidas protetivas de urgência à mulher vítima de violência doméstica, de acordo com a Lei Maria da Penha, poderão ser concedidas: a) de imediato. b) só com a manifestação do Ministério Público c) após autorizado pelo Ministério Público. d) em 48 horas. e) dependendo da audiência das partes. Comentários De acordo com o art. 19, da Lei nº 11.340/06, as medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato. § 1o As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente comunicado. Assim, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão. 26. (MSCONCURSOS/CASSEMS - 2015) Tendo em mente a Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), analise as alternativas e marque a incorreta. a) As relações pessoais enunciadas no art. 5º da Lei Maria da Penha dependem de orientação sexual. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 93 162 b) A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos. c) São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. d) O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal. Comentários A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão. Preceitua o art. 5º, em seu parágrafo único, que as relações pessoais INDEPENDEM de orientação sexual. Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo INDEPENDEM de orientação sexual. A alternativa B está correta, pois reproduz o art. 6º, da Lei Maria da Penha. Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos. A alternativa C está correta, pois traz o entendimento do art. 7º, inciso V, da Lei. Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. A alternativa D está correta cm base no art. 9º, § 1º. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 94 162 § 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal. 27. (CONSULPAM/CRESS-PB - 2015) A Lei nº 11.340/2006 prevê as formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras como: a) A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria ao agressor. b) A violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter relação sexual desejada, sem impedimento de qualquer método contraceptivo, que desenvolva seus direitos sexuais. c) A violência física, entendida como qualquerconduta que ofenda sua integridade ou saúde psicológica, crenças e decisões. d) A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima. Comentários A questão cobra o entendimento do art. 7º da Lei Maria da Penha. A alternativa A está incorreta, pois a violência moral é entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria CONTRA A MULHER não contra o agressor. A alternativa B está incorreta, pois a relação sexual deve ser indesejada para configurar violência sexual. A alternativa C está incorreta, tendo em vista que a conduta descrita configura violência psicológica e não física. A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, conforme art. 7º, II. Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; 28. (IBFC/AGERBA - 2017) Assinale a alternativa correta, considerando as disposições da lei federal nº 12.288, de 20/07/2010 que institui o Estatuto da Igualdade Racial. a) O Poder Legislativo federal elaborará plano nacional de promoção da igualdade racial contendo as metas, princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial (PNPIR). Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 95 162 b) A elaboração, implementação, coordenação, avaliação e acompanhamento da Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial (PNPIR), bem como a organização, articulação e coordenação do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), serão efetivados pelo órgão responsável pela política de promoção da igualdade étnica em âmbito nacional. c) É o Poder Legislativo federal autorizado a instituir fórum intergovernamental de promoção da igualdade étnica, a ser coordenado pelo órgão responsável pelas políticas educacionais gerais, com o objetivo de implementar estratégias que visem à incorporação da política nacional de promoção da igualdade étnica nas ações governamentais de Estados e Municípios. d) As diretrizes das políticas nacional e regional de promoção da igualdade étnica serão elaboradas por órgão colegiado, independentemente de participação da sociedade civil. e) Os Poderes Executivos estaduais, distrital e municipais, no âmbito das respectivas esferas de competência, poderão instituir conselhos de promoção da igualdade étnica, de caráter provisório e deliberativo, compostos exclusivamente por representantes de órgãos e entidades públicas. Comentários A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 49, caput, da Lei nº 12.288/10, o plano nacional de promoção da igualdade racial será elaborado pelo Poder Executivo federal, e não pelo Poder Legislativo federal. Art. 49. O Poder Executivo federal elaborará plano nacional de promoção da igualdade racial contendo as metas, princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial (PNPIR). A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o §1º, do art. 49, da referida Lei: § 1o A elaboração, implementação, coordenação, avaliação e acompanhamento da PNPIR, bem como a organização, articulação e coordenação do Sinapir, serão efetivados pelo órgão responsável pela política de promoção da igualdade étnica em âmbito nacional. A alternativa C está incorreta. Vejamos o que dispõe o §2º, do art. 49, do Estatuto da Igualdade Racial: § 2o É o Poder Executivo federal autorizado a instituir fórum intergovernamental de promoção da igualdade étnica, a ser coordenado pelo órgão responsável pelas políticas de promoção da igualdade étnica, com o objetivo de implementar estratégias que visem à incorporação da política nacional de promoção da igualdade étnica nas ações governamentais de Estados e Municípios. A alternativa D está incorreta. Nos termos do art. 49, §3º, da Lei nº 12.288/10, as diretrizes serão elaboradas por órgão colegiado que assegure a participação da sociedade civil. § 3o As diretrizes das políticas nacional e regional de promoção da igualdade étnica serão elaboradas por órgão colegiado que assegure a participação da sociedade civil. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 96 162 A alternativa E está incorreta. Com base no art. 50, da referida Lei, os Poderes Executivos poderão instituir conselhos de caráter permanente e consultivo, compostos por igual número de representantes de órgãos e entidades públicas e de organizações da sociedade civil representativas da população negra. Art. 50. Os Poderes Executivos estaduais, distrital e municipais, no âmbito das respectivas esferas de competência, poderão instituir conselhos de promoção da igualdade étnica, de caráter permanente e consultivo, compostos por igual número de representantes de órgãos e entidades públicas e de organizações da sociedade civil representativas da população negra. 29. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre as previsões da Lei Federal n° 12.288, de 20 de julho de 2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial, quanto à educação. a) Nas datas comemorativas de caráter cívico, os órgãos responsáveis pela educação determinarão a participação de intelectuais e representantes do movimento negro para debater com os estudantes suas vivências relativas ao tema em comemoração. b) Os órgãos federais, distritais e estaduais de fomento à pesquisa e à pós-graduação deverão criar incentivos a pesquisas e a programas de estudo voltados para temas referentes às relações étnicas, aos quilombos e às questões pertinentes à população negra. c) O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos competentes, obrigará as instituições de ensino superior públicas e privadas, sem prejuízo da legislação em vigor, a resguardar os princípios da ética em pesquisa e apoiar grupos, núcleos e centros de pesquisa, nos diversos programas de pós-graduação que desenvolvam temáticas de interesse da população negra. d) Os conteúdos referentes à história da população negra no Brasil serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, resgatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social, econômico, político e cultural do País. Comentários A alternativa A está incorreta. De acordo com o §3º, do art. 11, do Estatuto da Igualdade Racial, nas datas comemorativas de caráter cívico, os órgãos responsáveis pela educação incentivarão a participação de intelectuais e representantes do movimento negro para debater com os estudantes suas vivências relativas ao tema em comemoração. A alternativa B está incorreta. Com base no art. 12, da Lei nº 12.288/10, os órgãos federais, distritais e estaduais de fomento à pesquisa e à pós-graduação poderão criar incentivos a pesquisas e a programas de estudo voltados para temas referentes às relações étnicas, aos quilombos e às questões pertinentes à população negra. A alternativa C está incorreta. Vejamos o que estabelece o art. 13, da referida Lei: Art. 13. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos competentes, incentivará as instituições de ensino superior públicas e privadas, sem prejuízo da legislação em vigor, a: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Editalwww.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 97 162 A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o §1º, do art. 11, do Estatuto da Igualdade Racial: § 1o Os conteúdos referentes à história da população negra no Brasil serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, resgatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social, econômico, político e cultural do País. 30. (IBFC/AGERBA - 2017) Assinale a alternativa INCORRETA sobre os objetivos do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), considerando as disposições da lei federal nº 12.288, de 20/07/2010 que institui o Estatuto da Igualdade Racial. a) Promover a igualdade étnica e o combate às desigualdades sociais resultantes do racismo, inclusive mediante adoção de ações afirmativas. b) Formular políticas destinadas a combater os fatores de marginalização e a promover a integração social da população negra. c) Centralizar a implementação de ações afirmativas no nível federal. d) Articular planos, ações e mecanismos voltados à promoção da igualdade étnica. e) Garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados para a implementação das ações afirmativas e o cumprimento das metas a serem estabelecidas. Comentários A questão exige o conhecimento do art. 48, do Estatuto da Igualdade Racial. Vejamos: Art. 48. São objetivos do Sinapir: I - promover a igualdade étnica e o combate às desigualdades sociais resultantes do racismo, inclusive mediante adoção de ações afirmativas; II - formular políticas destinadas a combater os fatores de marginalização e a promover a integração social da população negra; III - descentralizar a implementação de ações afirmativas pelos governos estaduais, distrital e municipais; IV - articular planos, ações e mecanismos voltados à promoção da igualdade étnica; V - garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados para a implementação das ações afirmativas e o cumprimento das metas a serem estabelecidas. Conforme se nota, centralizar a implementação de ações afirmativas no nível federal não é um dos objetivos da Sinapir. Portanto, a alternativa C é incorreta e gabarito da questão. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 98 162 31. (CPCON/UEPB - 2017) Com relação à Lei nº 12.288/10 (Estatuto da Igualdade Racial), atente às assertivas abaixo e em seguida responda ao que se pede. I- Discriminação racial ou étnico-racial compreende-se como toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada. II- A centralização para a implementação das ações afirmativas pelos governos estaduais, distrital e municipais constitui um dos objetivos do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial. III- Como população negra deve-se compreender o conjunto de pessoas que adotam auto definição preta ou parda para efeitos de fruição dos programas sociais estatuídos pela administração direta. Está CORRETO o que se afirma a) apenas na afirmativa III. b) em todas as afirmativas. c) apenas nas afirmativas I e III. d) apenas na afirmativa I. e) apenas na afirmativa II. Comentários Vamos analisar cada um dos itens. O item I está correto, nos termos do art. 1º, parágrafo único, I, da Lei nº 12.288/10: Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se: I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada; O item II está incorreto. Ao contrário do que se afirma, vejamos o que dispõe o art. 48, III, da referida Lei: Art. 48. São objetivos do Sinapir: III - descentralizar a implementação de ações afirmativas pelos governos estaduais, distrital e municipais; O item III está incorreto. De acordo com o art. 1º, parágrafo único, IV, do Estatuto da Igualdade Racial, considera-se população negra o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 99 162 quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam auto definição análoga. Assim, a alternativa D é correta e gabarito da questão. 32. (PR-4 UFRJ/UFRJ - 2017) Muitas vezes os jovens nas instituições escolares são reduzidos a estereótipos que são construídos em relação a ele e que podem promover conflitos entre estes e o mundo adulto, representado por direção, professores e funcionários da escola, bem como entre os próprios jovens. Quando os indivíduos são reduzidos aos estereótipos, a sociedade constrói teorias ou ideologias para explicar essa diferença e justificar a discriminação. Fixa-se uma imagem social do outro que ao ressaltar a diferença o transforma em problema social que assusta e incomoda. Isto acaba por justificar agressões e desrespeito ao outro. É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de oportunidades, reconhecendo a todo cidadão brasileiro o seu direito à participação na comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômicas, empresariais, educacionais, culturais e esportivas, defendendo sua dignidade e seus valores religiosos e culturais. Para isso, há leis e estatutos que asseguram estes direitos. O Estatuto da Igualdade Racial (Lei n° 12.288/2010) é destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica. Marque a opção que está em DESACORDO com o que este Estatuto considera a) Discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada. b) Desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica. c) Desigualdade de gênero e raça: simetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais. d) Políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais. e) Ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. Comentários A questão exige o conhecimento do art. 1º, do Estatuto da Igualdade Racial: Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE- Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 100 162 Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se: I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada; II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica; III - desigualdade de gênero e raça: ASSIMETRIA existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais; IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam auto definição análoga; V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais; VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. Conforme se nota, considera-se desigualdade de gênero e raça a assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais. Desse modo, a alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. 33. (MPE/SP - 2012) Julgue o item a seguir. O Estatuto da Igualdade Racial (Lei no 12.288/2010), destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica, considera Desigualdade racial: toda situação justificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica. Comentários A assertiva está incorreta. O artigo 1º, § único, inciso II, do Estatuto da Igualdade Racial diz que a situação de diferenciação deve ser injustificada para gerar desigualdade racial. II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica; Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 101 162 34. (MPE-SP - 2012) Julgue o item a seguir. O Estatuto da Igualdade Racial (Lei no 12.288/2010), destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica, considera Discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada. Comentários A assertiva está correta, uma vez que de acordo com o art. 1º, § único, inciso I, do Estatuto. Art. 1º Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica. Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se: I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada; 35. (MPE-SP - 2012) Julgue o item a seguir. O Estatuto da Igualdade Racial (Lei no 12.288/2010), destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica, considera População negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram não brancas, conforme o quesito cor ou raça usado pelos órgãos oficiais de estatística. Comentários A assertiva está incorreta, pois a população negra precisa se autodeclarar preta ou parda ou auto definição análoga. Vejamos o inciso IV, do mesmo artigo já citado. IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição análoga; 36. (MPE-SP - 2012) Julgue o item a seguir. O Estatuto da Igualdade Racial (Lei no 12.288/2010), destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica, considera Ações afirmativas: os programas Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 102 162 incentivados pelo Estado e pela iniciativa privada para a conscientização das desigualdades raciais e para a promoção dos direitos humanos. Comentários A assertiva está incorreta. As ações afirmativas não têm como fim conscientizar das desigualdades raciais, mas efetivamente corrigi-las por meio da promoção da igualdade de oportunidades. Vejamos o inciso VI, do art. 1º, § único. VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. 37. (UFPR/DPE-PR - 2014) Em relação ao racismo e à discriminação racial, o Sistema Internacional de Direitos Humanos desenvolveu normas e órgãos de supervisão e controle, tendo em vista a erradicação definitiva desse mal. Sobre o tema, julgue o item a seguir. O Estado-parte pode ser responsabilizado internacionalmente por ato racista ou discriminatório praticado por particular, caso comprovada sua omissão em adotar as medidas estabelecidas no artigo II da Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial. Comentários A assertiva está correta. Entre outros mecanismos fiscalização previstos na Convenção destacam-se as comunicações interestatais e as petições individuais, que poderão ser utilizadas para responsabilizar o estado internacionalmente. 38. (FESMIP-BA/MPE-BA - 2011) A Lei 12.288/10, que instituiu o Estatuto da Igualdade Racial, trouxe, no seu artigo primeiro, conceitos acerca de discriminação racial ou étnico-racial, desigualdade racial, população negra, políticas públicas e ações afirmativas para efeito do mencionado Estatuto. Analise os itens I, II, III, IV e V abaixo. I. ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados somente pelo Estado para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. II. políticas públicas: as ações,iniciativas e programas adotados pelo Estado e pela iniciativa privada no cumprimento de suas atribuições institucionais. III. população negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição análoga. IV. desigualdade racial: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais. V. discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 103 162 gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada. Escolha a alternativa que contempla dois itens que tratam dos conceitos que, na forma do indicado artigo de lei, tratam de discriminação racial ou étnico-racial, desigualdade racial, população negra, políticas públicas e ações afirmativas para efeito do mencionado Estatuto. a) I e II. b) I e IV. c) II e III. d) III e V. e) IV e V. Comentários A questão traz um conjunto de requisitos e pede para que sejam assinalados dois deles, que tratem de discriminação racial, étnico-racial, desigualdade racial, população negra, políticas públicas e ações afirmativas. O item I está incorreto. Ao trazer o conceito de ações afirmativas notem que há menção de que constituem ações especiais a serem adotadas “somente” pelo Estado. Conforme declinado no art. 1º, VI, do EIR, as ações afirmativas serão adotadas pelo Estado e pela iniciativa privada. O item II, do mesmo modo, está incorreto. O conceito de políticas públicas não inclui ações, inciativas ou programas adotados pela iniciativa privada, conforme o art. 1º, V, do Estatuto. O item III está correto, pois reproduz o conceito de população negra corretamente: POPULAÇÃO NEGRA Conjunto de pessoas que se declaram negas ou pardas segundo o IBGE. O item IV está incorreto, pois ao tratar do conceito de desigualdade racial a questão confunde com o conceito de desigualdade de gênero e de raça. Vejamos ambos: DESIGUALDADE RACIAL Ocorrerá quando for identificado diferenciação injustificada no acesso e fruição de bens, serviços e oportunidade em razão de fatores étnicos ou de descendência. DESIGUALDADE DE GÊNERO E RAÇA Refere-se à constatação do fosso entre as mulheres negras e demais segmentos da sociedade. Por fim, o conceito de discriminação racial ou étnico-racial retratado no item V está correto: DISCRIMINAÇÃO RACIAL OU ÉTNICO-RACIAL Constitui toda forma de distinção baseada em fatores étnicos ou de descendência que impliquem na anulação ou restrição dos seus direitos humanos. Desse modo, como apenas os itens III e V estão corretos, a alternativa D é a correta e gabarito da questão. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 104 162 39. (ESAF/MPOG - 2012) A Lei n. 12.288, de 20 de julho de 2010, instituiu o Estatuto da Igualdade Racial. Ela se destina a garantir a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica. a) Lei se refere especificamente à população negra. b) A Lei não especifica raça ou etnia, visando a combater todo tipo de discriminação. c) A Lei é de difícil aplicação porque não define discriminação racial ou étnico-racial. d) A Lei representa o coroamento das lutas contra o racismo e foi batizada como Lei Zumbi dos Palmares. e) A Lei revoga o antigo Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), instituído por decreto- lei do regime militar. Comentários Para responder à questão é importante conhecer o art 1º do EIR: Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica. Nota-se, portanto, que o EIR destina-se a proteger a população negra, conferindo-lhes igualdade de oportunidades, defesa dos direitos étnicos e o combate à discriminação e intolerância étnica. Portanto, a alternativa A é a correta e gabarito da questão. 40. (AOCP/FCP - 2014) De acordo com a Lei nº 12.288/2010, artigo 3º, além das normas constitucionais relativas aos princípios fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos direitos sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade Racial adota como diretriz política-jurídica a I. discriminação racial, desigualdade de gênero e raça e direitos étnicos individuais. II. inclusão das vítimas de desigualdade étnico-racial, valorização da igualdade étnico-racial e fortalecimento da identidade nacional brasileira. III. participação efetiva da população negra em projetos contra a desigualdade, direitos étnicos coletivos e Políticas Públicas voltadas para comunidades dos Quilombos. É correto o que está contido em a) I, apenas. b) I, II e III. c) I e III, apenas. d) II, apenas. e) II e III, apenas. Comentários Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 105 162 Vejamos o art. 3º do EIR: Art. 3º Além das normas constitucionais relativas aos princípios fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos direitos sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas de desigualdade étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e o fortalecimento da identidade nacional brasileira. Portanto, três são as diretrizes político-jurídica do Estatuto: Logo, apenas o item II está correto, de forma que a alternativa D é a correta e gabarito da questão. 41. (AOCP/FCP - 2014) Com base na Lei nº 12.288/2010, sobre o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, no que se refere a sua organização e competência, é correto afirmar que a responsabilidade de elaboração do plano nacional de promoção da igualdade racial pertence ao(à) a) Poder Executivo Federal. b) Poder Judiciário. c) Ministério Público. d) Secretaria da Cultura. e) Poder Executivo Municipal. Comentários Para responder à questão devemos conhecer o art. 49 do EIR: Art. 49. O Poder Executivo federal elaborará plano nacional de promoção da igualdade racial contendo as metas, princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial (PNPIR). Logo, a alternativa A é a correta e gabarito da questão. 42. (COPS-UEL/PC-PR - 2015) Quantos aos crimes de racismo definidos na Lei nº 7.716/1989, assinale a alternativa correta. a) A incitação pública ao racismo constitui delito de incitação ao crime definido no Art. 286 do Código Penal, não havendo na referida Lei disposição sobre tal conduta. • inclusão das vítimas de desigualdade étnico-racial • valorização da igualdade étnica • fortalecimento da identidade nacional brasileira DIRETRIZ POLÍTICO-JURÍDICA DO ESTATUTO Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 106 162 b) No caso de incitação ou induzimento ao preconceito racial praticado através da rede mundial de computadores, poderá o juiz determinara interdição da mensagem ou página de informação. c) São crimes de ação penal pública condicionada, dependendo de representação da vítima para propositura da ação penal. d) A injúria qualificada pelo preconceito racial é crime definido na referida Lei, não se aplicando o crime de injúria definido no Art. 140 do Código Penal. e) Não constitui crime definido na referida Lei o empregador que, motivado pelo preconceito racial, não conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de condições com os demais trabalhadores. Comentários A questão cobra vários diplomas legais, contudo, a alternativa correta trata de assunto tratado em nossa aula, por isso resolvemos trazer a questão e apontar apenas a alternativa correta. A alternativa A está incorreta, pois o art. 20, caput, da Lei n. 7.716/89, trata do crime de incitação à discriminação ou ao preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, com base no art. 20, § 3º, inciso III, da Lei 7.716, o qual foi alterado pela Lei n. 12.288/10. Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. § 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência: III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na rede mundial de computadores. A alternativa C está incorreta porque se trata de ação penal pública incondicionada. A alternativa D está incorreta, com base no art. 140, do Código Penal, também alterado pela Lei 9.459. § 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem: Pena: reclusão de um a três anos e multa. A alternativa E está incorreta. Segundo o art. 4º, § 1º, I, da Lei n. 7.716/89: Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada. Pena: reclusão de dois a cinco anos. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 107 162 § 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica: I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de condições com os demais trabalhadores; 43. (IBFC/PC-SE - 2014) A Lei n° 7.716/89 pune criminalmente algumas formas de preconceito e discriminação praticados contra a pessoa humana. NÃO serão punidos criminalmente por esta lei o preconceito e a discriminação decorrente de: a) Religião. b) Procedência nacional. c) Etnia. d) Orientação sexual. Comentários A questão requer o conhecimento do art. 1º, da Lei 7.716, o qual foi alterado pela Lei 9.459. Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Assim, não será considerada como crime de preconceito a discriminação decorrente de orientação sexual, por não estar previsto no artigo citado. Desta forma, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão. 44. (FUNDATEC/IGP-RS - 2017) De acordo com a Lei nº 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade Racial), “toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada” corresponde ao conceito de: a) Desigualdade racial. b) Desigualdade de gênero. c) Discriminação racial. d) Discriminação de gênero. e) Descriminalização racial. Comentários Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 108 162 De acordo com o art. 1º, parágrafo único, I, da Lei nº 12.228/10, a questão trata do conceito de discriminação racial. Vejamos: Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se: I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada; Dessa forma, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão. 45. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre o que devem ser consideradas ações afirmativas de acordo com a Lei Federal nº 12.288, de 20 de julho de 2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial. a) As políticas de tratamento absolutamente igualitário dos cidadãos. b) Os programas e as medidas especiais adotados exclusivamente pelo Estado para a proibição das desigualdades de oportunidades. c) Os programas e as medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. d) As campanhas da iniciativa privada para obtenção de vantagens pela diminuição dos tratamentos desiguais. Comentários Ações afirmativas são os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. É o que dispõe o art. art. 1º, parágrafo único, VI, do Estatuto da Igualdade Racial: Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se: VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. Assim, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão. 46. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa INCORRETA sobre a prática da capoeira de acordo com a Lei Federal n° 12.288, de 20 de julho de 2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial. a) O poder público garantirá o registro e a proteção da capoeira, em todas as suas modalidades, como bem de natureza imaterial e de formação da identidade cultural brasileira. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 109 162 b) O poder público buscará garantir, por meio dos atos normativos necessários, a preservação dos elementos formadores tradicionais da capoeira nas suas relações internacionais. c) A capoeira é reconhecida como desporto de criação nacional. d) É obrigatório o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e formalmente reconhecidos. Comentários A alternativa A está correta, conforme prevê o art. 20, do Estatuto da Igualdade Racial: Art. 20. O poder público garantirá o registro e a proteção da capoeira, em todas as suas modalidades, como bem de natureza imaterial e de formação da identidade cultural brasileira, nos termos do art. 216 da Constituição Federal. A alternativa B está correta, com base no parágrafo único, do art. 20, da Lei nº 12.288/10: Parágrafo único. O poder público buscará garantir, por meio dos atos normativos necessários, a preservação dos elementos formadores tradicionais da capoeira nas suas relações internacionais. A alternativa C está correta, pois é o que dispõe o art. 22, caput, da referida Lei: Art. 22. A capoeira é reconhecida como desporto de criação nacional, nos termos do art. 217 da Constituição Federal. A alternativa D está incorreta e é o gabarito daquestão. De acordo com o art. 22, §2º, do Estatuto da Igualdade Racial, é facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e formalmente reconhecidos. 47. (IBFC/AGERBA - 2017) Considerando as disposições da lei federal nº 12.288, de 20/07/2010 que institui o Estatuto da Igualdade Racial, assinale a alternativa correta sobre o significado da sigla SINAPIR. a) Serviço de Integração e Autopromoção Racial. b) Serviço Nacional de Apoio às Práticas de Integração Racial. c) Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial. d) Sistema Nacional de Promoção da Integração Racial. e) Sindicato Nacional de Participação Racial. Comentários O art. 47, da Lei nº 12.288/10, estabelece que SINAPIR significa Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 110 162 Art. 47. É instituído o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir) como forma de organização e de articulação voltadas à implementação do conjunto de políticas e serviços destinados a superar as desigualdades étnicas existentes no País, prestados pelo poder público federal. Portanto, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão. 48. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta de acordo com as previsões expressas da Lei Federal n° 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. a) É crime impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos b) É contravenção penal impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos c) É mero ilícito administrativo impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos d) É mero ilícito civil impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos Comentários A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos, é crime apenado com reclusão de dois a cinco anos. Vejamos o que dispõe o art. 3º, da Lei nº 7.716/89: Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, obstar a promoção funcional. Pena: reclusão de dois a cinco anos. 49. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre a pena aplicável no caso de alguém recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador de acordo com as previsões expressas da Lei Federal nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. a) Detenção de um a quatro anos b) Reclusão de um a três anos c) Detenção de dois a cinco anos Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 111 162 d) Reclusão de dois a seis anos Comentários A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 5º, da Lei nº 7.716/89: Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador. Pena: reclusão de um a três anos. 50. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre a pena aplicável no caso de alguém recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau de acordo com as previsões expressas da Lei Federal nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. a) Detenção de dois a quatro anos b) Reclusão de três a cinco anos c) Detenção de um a cinco anos d) Reclusão de dois a cinco anos Comentários Primeiramente, lembre-se que não há pena de detenção nos crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Além disso, vejamos o que dispõe o art. 6º, da Lei nº 7.716/89: Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau. Pena: reclusão de três a cinco anos. Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão. 51. (CONSULPLAN/TRF-2ªR - 2017) Nos crimes previstos na Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 – que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor –, constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular envolvido por prazo não superior a: a) 1 mês. b) 1 ano. c) 6 meses. d) 3 meses. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 112 162 Comentários Para responder essa questão, exige-se o conhecimento do art. 16, da Lei nº 7.716/89. Vejamos: Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses. Assim, a alternativa D é correta e gabarito da questão. 52. (IBFC/EMBASA - 2015) Assinale a alternativa correta considerando as disposições da lei federal n° 12.288, de 20/07/2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial. a) É assegurada a assistência religiosa aos praticantes de religiões de matrizes africanas internados em hospitais ou em outras instituições de internação coletiva, excluídos os casos de pena privativa de liberdade. b) Os conteúdos referentes à história da população negra no Brasil serão ministrados por meio de componente curricular específico, resgatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social, econômico, político e cultural do País. c) É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas formados em educação física. d) Para incentivar o desenvolvimento das atividades produtivas da população negra no campo, o poder público promoverá ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao financiamento agrícola. Comentários A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 25, da Lei nº 12.288/10, é assegurada a assistência religiosa aos praticantes de religiões de matrizes africanas internados em hospitais ou em outras instituições de internação coletiva, inclusive àqueles submetidos a pena privativa de liberdade. A alternativa B está incorreta. O §1º, do art. 11, da referida Lei, estabelece que os conteúdos referentes à história da população negra no Brasil serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, resgatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social, econômico, político e cultural do País. A alternativa C está incorreta. Com base no §2º, do art. 22, do Estatuto da Igualdade Racial, é facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e formalmente reconhecidos. A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, nos termos do art. 28, da Lei nº 12.288/10: Art. 28. Para incentivar o desenvolvimento das atividades produtivas da populaçãonegra no campo, o poder público promoverá ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao financiamento agrícola. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino ==1def4a== 113 162 53. (FAURGS/BANRISUL - 2018) Para efeito do Estatuto da Igualdade Racial, instituído pela Lei Federal nº 12.288, de 20 de julho de 2010, desigualdade racial é a) a assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre as mulheres negras e os demais segmentos sociais. b) a restrição à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana. c) a distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica. d) a situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica. e) a restrição ao exercício de direitos no campo político em razão da cor. Comentários O art. 1º, parágrafo único, II, da Lei nº 12.288/10, prevê o conceito de desigualdade racial. Vejamos: II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica; Portanto, a alternativa D é correta e gabarito da questão. 54. (UFPel-CES/UFPEL - 2016) O Estatuto da Igualdade Racial através da Lei Nº 12.288, de 20 de julho de 2010, em seu Art. 1º, Parágrafo Único, considera ações afirmativas, a) o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pelo IBGE, ou que adotam autodefinição análoga. b) a participação da população negra, em condição de igualdade de oportunidade, na vida econômica, social, política e cultural do país. c) os programas e medidas especiais adotadas pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. d) medidas para combater a assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais. e) as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais no combate à discriminação de gênero e de raça. Comentários O parágrafo único, VI, do art. 1º, da Lei nº 12.288/10, traz o conceito de ações afirmativas: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 114 162 VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. Dessa forma, a alternativa C é correta e gabarito da questão. A alternativa A está incorreta, pois trata conceito de população negra (art. 1º, Parágrafo único, IV). A alternativa B está incorreta, pois trás, apenas, a disposição do caput do art. 4º, do Estatuto, e não a definição de desigualdade social. A alternativa D está incorreta, pois trata da definição de desigualdade de gênero e raça (art. 1º, Parágrafo único, III). E a alternativa E está incorreta, pois trata do conceito de políticas públicas (art. 1º, Parágrafo único, V). 55. (IBFC/EMBASA - 2015) Considerando as disposições da lei federal n° 12.288, de 20/07/2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial, assinale a alternativa correta sobre o que a referida lei considera de forma precisa, desigualdade racial. a) Assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais. b) Toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica. c) Toda distinção baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos. d) Toda exclusão ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais. Comentários A alternativa B é correta e gabarito da questão, conforme prevê o art. 1º, parágrafo único, II, do Estatuto da Igualdade Racial: II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica; A alternativa A está incorreta, pois traz o conceito de desigualdade de gênero e raça. As alternativas C e D estão incorretas, pois trazem o conceito de discriminação racial. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 115 162 56. (IDECAN/Prefeitura de Natal-RN - 2016) De acordo com a Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010 – Estatuto da Igualdade Racial, o direito à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana NÃO compreende: a) A produção e a divulgação de publicações relacionadas ao exercício e à difusão das religiões de matriz africana. b) A fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de instituições beneficentes ligadas às respectivas convicções religiosas. c) A prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas à religiosidade e a fundação e manutenção, por iniciativa pública, de lugares reservados para tais fins. d) A comunicação ao Ministério Público para abertura de ação penal em face de atitudes e práticas de intolerância religiosa nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais. Comentários A questão exige o conhecimento do art. 24, do Estatuto da Igualdade Racial. Vejamos: Art. 24. O direito à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana compreende: I - a prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas à religiosidade e a fundação e manutenção, por iniciativa privada, de lugares reservados para tais fins; (ALTERNATIVA C) II - a celebração de festividades e cerimônias de acordo com preceitos das respectivas religiões; III - a fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de instituições beneficentes ligadas às respectivas convicções religiosas; (ALTERNATIVA B) IV - a produção, a comercialização, a aquisição e o uso de artigos e materiais religiosos adequados aos costumes e às práticas fundadas na respectiva religiosidade, ressalvadas as condutas vedadas por legislação específica; V - a produção e a divulgação de publicações relacionadas ao exercício e à difusão das religiões de matriz africana; (ALTERNATIVA A) VI - a coleta de contribuições financeiras de pessoas naturais e jurídicas de natureza privada para a manutenção das atividades religiosas e sociais das respectivas religiões; VII - o acesso aos órgãos e aos meios de comunicação para divulgação das respectivas religiões; VIII - a comunicação ao Ministério Público para abertura de ação penal em face de atitudes e práticas de intolerância religiosa nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais. (ALTERNATIVA D) Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 116 162 Conforme se nota, a alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão, por dizer que a inciativa é pública. 57. (FAURGS/BANRISUL - 2018) O Estatuto da Igualdade Racial (Leinº 12.288/2010) instituiu, como forma de organização e articulação voltadas à implementação do conjunto de políticas e serviços destinados a superar as desigualdades étnicas existentes no país: a) a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial. b) o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial. c) os Juizados Especiais Criminais. d) o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador. e) o Ministério dos Direitos Humanos. Comentários De acordo com o art. 47, da Lei nº 12.288/10, é instituído o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial como forma de organização e de articulação voltadas à implementação do conjunto de políticas e serviços destinados a superar as desigualdades étnicas existentes no País, prestados pelo poder público federal. Portanto, a alternativa B é correta e gabarito da questão. 58. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) Entende-se por ações afirmativas os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. A Lei n. 12.288/10 (Estatuto da Igualdade Racial), para garantir a participação da população negra em condições de igualdade de oportunidades, dentre algumas medidas, prioriza a implementação de programas de ação afirmativa destinados ao enfrentamento das desigualdades étnicas no tocante à educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à terra, à Justiça, e outros. Comentários A assertiva está correta, pois é o que dispõe o art. 4º, VII, do Estatuto da Igualdade Racial: Art. 4o A participação da população negra, em condição de igualdade de oportunidade, na vida econômica, social, política e cultural do País será promovida, prioritariamente, por meio de: VII - implementação de programas de ação afirmativa destinados ao enfrentamento das desigualdades étnicas no tocante à educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à terra, à Justiça, e outros. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 117 162 59. (IDECAN/Prefeitura de Natal-RN - 2016) Sobre o tratamento que a Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010 – Estatuto da Igualdade Racial dá ao esporte e lazer, analise as afirmativas. I. A capoeira é reconhecida como desporto de criação nacional, nos termos do Art. 217 da Constituição Federal. II. A atividade de capoeirista será reconhecida em todas as modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como esporte, luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território nacional. III. É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e formalmente reconhecidos. Estão corretas as afirmativas a) I, II e III. b) I e II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. Comentários A questão exige o conhecimento do art. 22, da Lei nº 12.288/10. Visto isso, vamos analisar cada um dos itens. O item I está correto, pois é o que dispõe o art. 22, caput: Art. 22. A capoeira é reconhecida como desporto de criação nacional, nos termos do art. 217 da Constituição Federal. O item II está correto, conforme prevê o §1º: § 1o A atividade de capoeirista será reconhecida em todas as modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como esporte, luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território nacional. O item III está correta, nos termos do §2º: § 2o É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e formalmente reconhecidos. Assim, a alternativa A é correta e gabarito da questão. 60. (IESES/BAHIAGÁS - 2016) A Lei n.º 12.288, de 20 de julho de 2010, instituiu o Estatuto da Igualdade Racial, que objetiva garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos, e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância, conforme dispõe o caput do artigo 1º do diploma legal em análise. Considerando os termos da lei e a mens lege, assinale a afirmação INCORRETA. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 118 162 a) O Brasil, no tocante à inclusão da população negra no mercado, tem por fundamento legal a CF, a Lei 12.288/2010, os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Convenção Internacional sobre a eliminação de todas as formas de Discriminação Racial e todos os compromissos assumidos pelo Brasil perante a comunidade internacional. b) O Estatuto da Igualdade Racial ao tratar da Cultura busca preservar as tradições remanescentes dos quilombos e o registro e proteção da capoeira, como bem de natureza imaterial e da formação da identidade cultural brasileira. c) O Estatuto da Igualdade Racial tem por objetivo único evitar a discriminação racial e o bulling social. d) O Estado tem o dever de garantir a igualdade de oportunidades, reconhecendo a qualquer cidadão brasileiro, independente da etnia ou cor da pele, o pleno direito de participação na comunidade, em todas as suas vertentes. e) A lei 12288/2010, no que trata do direito à saúde, garante tratamento igualitário da população negra, também no que diz respeito aos seguros privados de saúde. Comentários A alternativa A está correta, com base no art. 38, I, II e IV, do Estatuto da Igualdade Racial: Art. 38. A implementação de políticas voltadas para a inclusão da população negra no mercado de trabalho será de responsabilidade do poder público, observando-se: I - o instituído neste Estatuto; II - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, de 1965; IV - os demais compromissos formalmente assumidos pelo Brasil perante a comunidade internacional. A alternativa B está correta, nos termos dos arts. 18 e 20, da Estatuto da Igualdade Racial: Art. 18. É assegurado aos remanescentes das comunidades dos quilombos o direito à preservação de seus usos, costumes, tradições e manifestos religiosos, sob a proteção do Estado. Art. 20. O poder público garantirá o registro e a proteção da capoeira, em todas as suas modalidades, como bem de natureza imaterial e de formação da identidade cultural brasileira, nos termos do art. 216 da Constituição Federal. A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 1º, a Lei nº 12.288/10 é destinada a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica. A alternativa D está correta, conforme prevê o art. 2º, da referida Lei: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 119 162 Art. 2o É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de oportunidades, reconhecendo a todo cidadão brasileiro, independentemente da etnia ou da cor da pele, o direito à participação na comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômicas, empresariais, educacionais, culturais e esportivas, defendendo sua dignidade e seus valores religiosos e culturais. A alternativa E está correta, com base no §2º, do art. 6º, da Lei nº 12.288/10: § 2o O poder público garantirá que o segmento da população negra vinculado aos seguros privados de saúde seja tratado sem discriminação. 61. (CETRO/FCP - 2014) De acordocom a Lei nº 12.288/2010, artigo 3º, além das normas constitucionais relativas aos princípios fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos direitos sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade Racial adota como diretriz política-jurídica a: I. discriminação racial, desigualdade de gênero e raça e direitos étnicos individuais. II. inclusão das vítimas de desigualdade étnico-racial, valorização da igualdade étnico-racial e fortalecimento da identidade nacional brasileira. III. participação efetiva da população negra em projetos contra a desigualdade, direitos étnicos coletivos e Políticas Públicas voltadas para comunidades dos Quilombos. É correto o que está contido em : a) I, apenas. b) I, II e III. c) I e III, apenas. d) II, apenas. e) II e III, apenas. Comentários Vejamos o que dispõe o art. 3º, do Estatuto da Igualdade Racial: Art. 3o Além das normas constitucionais relativas aos princípios fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos direitos sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas de desigualdade étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e o fortalecimento da identidade nacional brasileira. Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão. 62. (IF-PB/IF-PB - 2015) De acordo com o artigo 56 da Lei nº 12.288, de 20 de julho 2010, no que se refere à implementação dos programas e das ações constantes dos planos plurianuais e dos orçamentos Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 120 162 anuais da União, deverão ser observadas as políticas de ação afirmativa a que se refere o inciso VII do artigo 4º desta Lei e outras políticas públicas que tenham como objetivo promover a igualdade de oportunidades e a inclusão social da população negra, especialmente no que tange a: I. Promoção da igualdade de oportunidades em educação, emprego e moradia. II. Financiamento de pesquisas, nas áreas de educação, saúde e emprego, voltadas para a melhoria da qualidade de vida da população negra. III. Doações de empresas privadas e organizações não governamentais, nacionais ou internacionais. IV. Incentivo à criação e à manutenção de microempresas administradas por pessoas autodeclaradas negras. Está CORRETO o que se afirma apenas em: a) I e IV. b) I e III. c) II e IV. d) I, III e IV. e) I, II e IV. Comentários A questão exige o conhecimento do art. 56, do Estatuto da Igualdade Racial. Vejamos: Art. 56. Na implementação dos programas e das ações constantes dos planos plurianuais e dos orçamentos anuais da União, deverão ser observadas as políticas de ação afirmativa a que se refere o inciso VII do art. 4o desta Lei e outras políticas públicas que tenham como objetivo promover a igualdade de oportunidades e a inclusão social da população negra, especialmente no que tange a: I - promoção da igualdade de oportunidades em educação, emprego e moradia; II - financiamento de pesquisas, nas áreas de educação, saúde e emprego, voltadas para a melhoria da qualidade de vida da população negra; III - incentivo à criação de programas e veículos de comunicação destinados à divulgação de matérias relacionadas aos interesses da população negra; IV - incentivo à criação e à manutenção de microempresas administradas por pessoas autodeclaradas negras; V - iniciativas que incrementem o acesso e a permanência das pessoas negras na educação fundamental, média, técnica e superior; Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 121 162 VI - apoio a programas e projetos dos governos estaduais, distrital e municipais e de entidades da sociedade civil voltados para a promoção da igualdade de oportunidades para a população negra; VII - apoio a iniciativas em defesa da cultura, da memória e das tradições africanas e brasileiras. O item III estabelecido pela questão não faz parte do rol presente no art. 56. Portanto, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão. 63. (MPE-SP/MPE-SP - 2013) À vista das regras contidas no Estatuto da Igualdade Racial, assinale a alternativa que contém afirmação INCORRETA. a) O Estatuto da Igualdade Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas de desigualdade étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e o fortalecimento da identidade nacional brasileira. b) Constitui meio de promover a participação da população negra, em condições de igualdade de oportunidade, na vida econômica, social, política e cultural do País a implementação de programas de ação afirmativa destinados ao enfrentamento das desigualdades étnicas no tocante à educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à terra, à Justiça e outros. c) A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, organizada de acordo com as diretrizes especificadas na Lei n.º 12.288/2010, é constituída de um conjunto de ações de saúde voltadas à população negra. d) Para o acesso da população negra à terra e às atividades produtivas no campo, caberá ao poder público assegurar à população negra, dentre outras medidas, a assistência técnica rural, a simplificação do acesso ao crédito agrícola e o fortalecimento da infraestrutura de logística para a comercialização da produção. e) Para garantia de acesso da população negra à moradia, constitui diretriz a ser observada pelos agentes financeiros, públicos ou privados, a promoção de ações para viabilizar seu acesso aos financiamentos habitacionais, observando-se a previsão legal expressa de criação de linha especial e diferenciada de crédito com juros inferiores aos praticados no mercado. Comentários Para a moradia não há a previsão de linhas especiais de financiamento público, mas apenas o que prevê o art. 37, do Estatuto da Igualdade Racial: Art. 37. Os agentes financeiros, públicos ou privados, promoverão ações para viabilizar o acesso da população negra aos financiamentos habitacionais. Portanto, a alternativa E está incorreta e é o gabarito da questão. A alternativa A está correta, conforme prevê o art. 3º, da Lei nº 12.288/10: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 122 162 Art. 3o Além das normas constitucionais relativas aos princípios fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos direitos sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas de desigualdade étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e o fortalecimento da identidade nacional brasileira. A alternativa B está correta, nos termos do art. 4º, VII, da referida Lei: Art. 4o A participação da população negra, em condição de igualdade de oportunidade, na vida econômica, social, política e cultural do País será promovida, prioritariamente, por meio de: VII - implementação de programas de ação afirmativa destinados ao enfrentamento das desigualdades étnicas no tocante à educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à terra, à Justiça, e outros. A alternativa C está correta, com base no art. 7º, do Estatuto: Art. 7o O conjunto de ações de saúde voltadas à população negra constitui a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, organizada de acordo com as diretrizes abaixo especificadas: (...) A alternativa D está correta, Vejamos o que dispõe os art. 27 ao 30, da Lei nº 12.288/10: Art. 27. O poder público elaborará eimplementará políticas públicas capazes de promover o acesso da população negra à terra e às atividades produtivas no campo. Art. 28. Para incentivar o desenvolvimento das atividades produtivas da população negra no campo, o poder público promoverá ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao financiamento agrícola. Art. 29. Serão assegurados à população negra a assistência técnica rural, a simplificação do acesso ao crédito agrícola e o fortalecimento da infraestrutura de logística para a comercialização da produção. Art. 30. O poder público promoverá a educação e a orientação profissional agrícola para os trabalhadores negros e as comunidades negras rurais. 64. (MPE-SP/MPE-SP - 2015) Para efeito da lei nº 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade Racial), considera-se discriminação racial ou étnico-racial, dentre outras ações, as seguintes: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 123 162 I - A distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada. II - A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima. III - A violência sexual, entendida como qualquer conduta que constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força. IV - A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades. V - A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. Está correto apenas o contido em: a) I, II, III e V. b) I e V. c) I, II, III e IV. d) I. e) Todos os itens estão corretos. Comentários A Lei nº 12.288/10, estabelece no parágrafo único, I, do art. 1º, o conceito de discriminação racial ou étnico- racial: I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada; Desta forma, somente o item I está correto. Os demais itens se referem à violência doméstica e familiar contra a mulher prevista na Lei nº 11.340/06. Portanto, a alternativa D é correta e gabarito da questão. 65. (IDECAN/Prefeitura de Natal-RN - 2016) Considerando o que dispõe a Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010 – Estatuto da Igualdade Racial, analise as seguintes definições para efeito do Estatuto. I. Desigualdade racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 124 162 II. Discriminação racial ou étnico-racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica. III. Desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais. IV. População negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição análoga. Estão corretas apenas as afirmativas a) I e II. b) I e III. c) III e IV. d) II, III e IV. Comentários A questão exige o conhecimento do parágrafo único, do art. 1º, da Lei nº 12.288/10. Visto isso, passemos à análise de cada um dos itens. O item I está incorreto, pois traz o conceito de discriminação racial ou étnico-racial, previsto no inc. I: I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada; O item II está também está incorreto, pois traz o conceito de desigualdade racial, estabelecido no inc. II: II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica; O item III está correto, conforme prevê o inc. III: III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais; O item IV está correto, com base no inc. IV: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 125 162 IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição análoga; Desse modo, a alternativa C é correta e gabarito da questão. 66. (IF-PB/IF-PB - 2015) A Lei n° 12.288, de 20 de julho de 2010, institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica. No parágrafo único do artigo 1º, para efeito deste estatuto, considera-se: ( ) Discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada. ( ) Desigualdade racial: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais. ( ) Desigualdade de gênero e raça: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica. ( ) Políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais. ( ) Ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. A sequência CORRETA para as assertivas acima é: a) V, F, V, V, V. b) V, F, F, F, V. c) V, F, V, V, F. d) V, F,V, F, V. e) V, F, F, V, V. Comentários A questão cobra o conhecimento do art. 1º, parágrafo único, do Estatuto da Igualdade Racial. Visto isso, vamos analisar cada uma das afirmativas. A primeira afirmativa é verdadeira, nos termos do inc. I: I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 126 162 direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada; A segunda afirmativa é falsa. De acordo com o inc. II, desigualdade racial é toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica. A terceira afirmativa também é falsa. Com base no inc. III, desigualdade de gênero e raça é a assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais. A quarta afirmativa é verdadeira, pois é o que dispõe o inc. V: V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais; Por fim, a quinta afirmativa é verdadeira, segundo o inc. VI: VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. Assim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão. 67. (FUNCAB/SEDS-TO - 2014) Com o intuito de garantir à população negra a igualdade de oportunidades e a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos, foi criado o(a): a) Padrão Nacional contra o Racismo. b) Estatuto da Igualdade Racial. c) Ação Afirmativa de Intolerância Étnica. d) Norma de Procedimento e Conduta. Comentários A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o que dispõe o art. 1º, caput, do Estatuto da Igualdade Racial: Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica. 68. (CESP/Câmara dos Deputados - 2014) Julgue o item que segue, relativo aos crimes contra as pessoas com deficiência, aos crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor e ao Estatuto da Igualdade Racial. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 127 162 De acordo com o Estatuto da Igualdade Racial, o fato de um empregado de estabelecimento comercial privado recusar atendimento a um cliente tão somente em razão de este ser negro amolda-se a desigualdade racial e não a discriminação racial, pois caracteriza-se uma situação injustificada de acesso a serviço privado em virtude de raça ou origem étnica. Comentários A assertiva está incorreta, pois o caso em comento amolda-se ao conceito de discriminação racial ou étnico- racial, conforme prevê o art. 1º, parágrafo único, I, da Lei nº 12.288/10: I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada; A desigualdade racial, diferentemente, vem definida no art. 1º, parágrafo único, II, da mesma Lei. Confiram: II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica; 69. (IBFC/SAEB-BA - 2015) Assinale a alternativa correta sobre as matérias indicadas expressamente na Lei Federal n° 12.288, de 20 de julho de 2010 (Estatuto da Igualdade Racial) como sendo de estudo obrigatório nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados. a) Estudo dos problemas brasileiros e História geral da África. b) História das populações indígenas no Brasil e História da população negra no Brasil. c) História geral da África e História da população negra no Brasil. d) História das populações indígenas no Brasil e História geral da África. e) Estudo dos problemas brasileiros e História das populações indígenas no Brasil. Comentários A questão exige o conhecimento do art. 11, do Estatuto da Igualdade Racial: Art. 11. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, é obrigatório o estudo da história geral da África e da história da população negra no Brasil, observado o disposto na Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Dessa forma, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 128 162 70. (FUNDATEC/PC-RS - 2018) O Estatuto da Igualdade Racial abarca questões tais como o livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana. Nesse sentido, pode-se afirmar que: a) O combate a intolerância com as religiões de matrizes africanas exclui de seu âmbito de proteção os mananciais a elas vinculadas. b) A pena privativa de liberdade impede a assistência religiosa aos praticantes das religiões de matriz africana que se encontram no cumprimento de tal pena c) A celebração de reuniões relacionadas a religiosidade e a fundação e manutenção, por iniciativa privada, inclusive em lugares não reservados para tais fins. d) É assegurada a possibilidade de criação de instituições beneficentes privadas ligas às convicções religiosas derivadas dos cultos de matriz africanas. e) Os representantes das religiões de matrizes africanas possuem assento paritário em relação às demais religiões em conselhos públicos. Comentários A alternativa A está incorreta. Dentro do âmbito de proteção dessas religiões incluem-se os documentos, as obras e outros bens de valor artístico e cultural, bem como os monumentos, os mananciais, a flora e os sítios arqueológicos vinculados a elas (art. 26, II, do Estatuto). A alternativa B está incorreta. A pena privativa de liberdade não impede a assistência religiosa aos praticantes de tais religiões. É o que se depreende do art. 25, do Estatuto, parte final. Art. 25. É assegurada a assistência religiosa aos praticantes de religiões de matrizes africanas internados em hospitais ou em outras instituições de internação coletiva, inclusive àqueles submetidos a pena privativa de liberdade. A alternativa C está incorreta. O Estatuto fala em “fundação e manutenção, por iniciativa privada, de lugares reservados para tais fins” (art. 24, I) e não “inclusive não reservados para tais fins”, como diz a alternativa. A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. De fato, é assegurada a possibilidade de criação de instituições beneficentes privadas ligas às convicções religiosas derivadas dos cultos de matriz africanas. Vejam o que dispõe o art. 24, III, do Estatuto: Art. 24. O direito à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana compreende: (...) III - a fundação e a manutenção, por iniciativaprivada, de instituições beneficentes ligadas às respectivas convicções religiosas; E a alternativa E está incorreta. O assento não é paritário, mas proporcional (art. 26, III). Confiram: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 129 162 Art. 26. O poder público adotará as medidas necessárias para o combate à intolerância com as religiões de matrizes africanas e à discriminação de seus seguidores, especialmente com o objetivo de: (...) III - assegurar a participação proporcional de representantes das religiões de matrizes africanas, ao lado da representação das demais religiões, em comissões, conselhos, órgãos e outras instâncias de deliberação vinculadas ao poder público. 71. (SEGPLAN-GO/SEAP-GO - 2016) De acordo com o que dispõe a Resolução Conjunta nº 1, de 15 de Abril de 2014, é correto afirmar que: a) A pessoa travesti ou transexual em privação de liberdade não tem o direito de ser chamada pelo seu nome social, de acordo com o seu gênero. b) Às travestis e aos gays privados de liberdade em unidades prisionais masculinas, considerando a sua segurança e especial vulnerabilidade, não deverão ser oferecidos espaços de vivência específicos. c) As pessoas transexuais masculinas e femininas devem ser encaminhadas para as unidades prisionais femininas. d) À pessoa travesti ou transexual em privação de liberdade será obrigatório o uso de roupas femininas ou masculinas, conforme o gênero. e) Não é permitido o direito à visita íntima para a população LGBT em situação de privação de liberdade. Comentários A alternativa A está incorreta, pois ao contrário do que diz a alternativa, o travesti ou transexual tem direito a ser chamado pelo nome social quando em privação de liberdade. Vejamos o art. 2º, da Resolução Conjunta. Art. 2º - A pessoa travesti ou transexual em privação de liberdade tem o direito de ser chamada pelo seu nome social, de acordo com o seu gênero. Parágrafo único - O registro de admissão no estabelecimento prisional deverá conter o nome social da pessoa presa. A alternativa B está incorreta. Os espaços de vivência específicos serão fornecidos aos travestis e gays. Veja: Art. 3º - Às travestis e aos gays privados de liberdade em unidades prisionais masculinas, considerando a sua segurança e especial vulnerabilidade, deverão ser oferecidos espaços de vivência específicos. A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois reproduz o art. 4º, da Resolução Conjunta. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 130 162 Art. 4º - As pessoas transexuais masculinas e femininas devem ser encaminhadas para as unidades prisionais femininas. A alternativa D está incorreta, pois contraria o art. 5º. Art. 5º - À pessoa travesti ou transexual em privação de liberdade serão facultados o uso de roupas femininas ou masculinas, conforme o gênero, e a manutenção de cabelos compridos, se o tiver, garantindo seus caracteres secundários de acordo com sua identidade de gênero. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois é garantido o direito à visita íntima, conforme art. 6º. Art. 6º - É garantido o direito à visita íntima para a população LGBT em situação de privação de liberdade, nos termos da Portaria MJ nº 1.190/2008 e na Resolução CNPCP nº 4, de 29 de junho de 2011. 72. (FMP Concursos/DPE-PA - 2015) Sobre a evolução do reconhecimento de direitos ao grupo vulnerável constituído por pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e transgêneros (LGBT), é CORRETO afirmar que: a) considerando o âmbito dos sistemas global e regional de proteção aos direitos humanos de que o Brasil é parte, ainda não existe qualquer espécie de instrumento que contemple especificamente princípios sobre a aplicação da legislação internacional de direitos humanos em relação à orientação sexual e identidade de gênero. b) o Supremo Tribunal Federal brasileiro reconhece como válida e com os efeitos de entidade familiar a união estável entre pessoas do mesmo sexo, diante do que os cartórios do Brasil não poderão recusar a celebração de casamentos civis de casais do mesmo sexo, ou deixar de converter em casamento união estável homoafetiva. c) no caso Atala Riffo y ninas versus Chile, a Corte Interamericana de Direitos Humanos, declarou que, na ponderação entre direitos dos guardiões e das crianças, a orientação sexual é fator determinante para avaliação do direito à guarda, considerando que a exposição à discriminação afeta o crescimento e o desenvolvimento emocional das crianças filhas de casais homossexuais. d) ainda não é possível a apresentação de reclamações individuais perante o sistema de proteção aos direitos humanos da ONU sobre violações a direitos humanos desse grupo, havendo, no entanto, tratativas em andamento junto ao Comitê de Direitos Humanos, vinculado ao Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos. e) segundo a jurisprudência dominante, o reconhecimento do princípio constitucional da igualdade impede a expedição de documentos oficiais às pessoas transexuais contemplando prenome que esteja em desacordo com seu sexo biológico. Comentários Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 131 162 A alternativa A está incorreta. No âmbito do Sistema Global, os Princípios de Yogyakarta proíbem a discriminação, seja de gênero, seja em função de orientação ou preferência sexual. No âmbito dos Sistemas Regionais, podemos falar da Opinião Consultiva n. 24/17, da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que, na mesma linha, trata sobre orientação sexual e identidade de gênero. A alternativa B é correta e gabarito da questão. No Brasil, apesar de não haver previsão expressa na Constituição Federal ou no Código Civil, a união estável entre pessoas do mesmo sexo foi reconhecida como constitucional por decisão do STF em 2011. Diante dessa decisão, o CNJ aprovou a Resolução n. 175/2013, que proibia que as autoridades competentes se recusassem a habilitar ou celebrar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, ou, até mesmo, converter a união estável em casamento, sob pena de comunicação ao respectivo juiz corregedor. É daí que se pode dizer que o Supremo Tribunal Federal brasileiro reconhece como válida e com os efeitos de entidade familiar a união estável entre pessoas do mesmo sexo, diante do que os cartórios do Brasil não poderão recusar a celebração de casamentos civis de casais do mesmo sexo, ou deixar de converter em casamento união estável homoafetiva. Confiram o art. 1º e o art. 2º da Resolução do CNJ: Art. 1º É vedada às autoridades competentes a recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo. Art. 2º A recusa prevista no artigo 1º implicará a imediata comunicação ao respectivo juiz corregedor para as providências cabíveis. A alternativa C está incorreta. Ao contrário, no caso ficou declarado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos que a orientação sexual não é fator determinante na avaliação do direito à guarda, em sentido contrário ao que foi decidido pela Corte chilena. A alternativa D está incorreta. No Sistema ONU é possível a apresentação de petições individuais utilizando- se dos seguintes Tratados: ✓ Protocolo Facultativo Referente ao Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos – 1966; ✓ Convenção Contra a Tortura – 1984; ✓ Protocolo Facultativo à Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher – 1999; ✓ Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial – 1965. A alternativa E está incorreta. As pessoastransexuais é concedido o direito de mudança do prenome. 73. (SEGPLAN-GO/SEAP-GO - 2015) Visando o combate à discriminação, a Resolução Conjunta N.º 1, de 15 de abril de 2014 estabelece que a) à pessoa travesti, mulher ou homem transexual em privação de liberdade, serão vedados a manutenção do seu tratamento hormonal e o acompanhamento de saúde específico. b) a transferência compulsória entre celas e alas ou quaisquer outros castigos semelhantes são considerados medida disciplinar, visando conceder tratamento humano em razão da condição de pessoa LGBT. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 132 162 c) é proibido à pessoa LGBT, em igualdade de condições, o acesso e a continuidade da sua formação educacional e profissional, mesmo sob a responsabilidade do Estado. d) não é previsto à pessoa LGBT, em igualdade de condições, o benefício do auxílio-reclusão aos dependentes do segurado recluso, inclusive ao cônjuge ou companheiro do mesmo sexo. e) à pessoa travesti ou transexual em privação de liberdade serão facultados o uso de roupas femininas ou masculinas, conforme o gênero, e a manutenção de cabelos compridos, se o tiver, garantindo seus caracteres secundários de acordo com sua identidade de gênero. Comentários A alternativa A está incorreta. De acordo com o parágrafo único, do art. 7º, da Resolução Conjunta, à pessoa travesti, mulher ou homem transexual em privação de liberdade, serão garantidos a manutenção do seu tratamento hormonal e o acompanhamento de saúde específico A alternativa B está incorreta. Com base no art. 8º, a transferência compulsória entre celas e alas ou quaisquer outros castigos ou sanções em razão da condição de pessoa LGBT são considerados tratamentos desumanos e degradantes. A alternativa C está incorreta. O acesso e a continuidade da sua formação educacional e profissional sob a responsabilidade do Estado, será garantido à pessoa LGBT, conforme dispõe o art. 9º, da Resolução Conjunta. A alternativa D está incorreta. O benefício do auxílio-reclusão aos dependentes do segurado recluso, inclusive ao cônjuge ou companheiro do mesmo sexo, será garantido à pessoa LGBT, nos termos do art. 11. A alternativa E é correta e gabarito da questão, pois se refere ao art. 5º, da Resolução Conjunta: Art. 5º - À pessoa travesti ou transexual em privação de liberdade serão facultados o uso de roupas femininas ou masculinas, conforme o gênero, e a manutenção de cabelos compridos, se o tiver, garantindo seus caracteres secundários de acordo com sua identidade de gênero. 74. (SEGPLAN-GO/SEAP-GO - 2016) Para efeitos da Resolução Conjunta nº 1, de 15 de Abril de 2014, entende-se por LGBT a população composta por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, considerando-se: I - Lésbicas: denominação específica para mulheres que se relacionam afetiva e sexualmente com outras mulheres. II - Gays: denominação específica para homens que se relacionam afetiva e sexualmente com outros homens. III - Bissexuais: pessoas que se relacionam afetiva e sexualmente com ambos os sexos. a) Somente as assertivas I e II estão corretas. b) Somente as assertivas II e III estão corretas. c) Somente as assertivas I e III estão corretas Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 133 162 d) Somente a assertiva I está correta. e) Todas as assertivas estão corretas. Comentários O parágrafo único, do art. 1º, da Resolução Conjunta nº 1/14, prevê os conceitos de lésbicas, gays e bissexuais. Vejamos: Art. 1º - Estabelecer os parâmetros de acolhimento de LGBT em privação de liberdade no Brasil. Parágrafo único - Para efeitos desta Resolução, entende-se por LGBT a população composta por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, considerando-se: I - Lésbicas: denominação específica para mulheres que se relacionam afetiva e sexualmente com outras mulheres; II - Gays: denominação específica para homens que se relacionam afetiva e sexualmente com outros homens; III - Bissexuais: pessoas que se relacionam afetiva e sexualmente com ambos os sexos; Assim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão. 75. (SEGPLAN-GO/SEAP-GO - 2015) A Resolução Conjunta N.º 1, de 15 de abril de 2014 atende os Princípios de Yogyakarta - Princípios sobre a aplicação da legislação internacional de direitos humanos em relação à orientação sexual e identidade de gênero e, além disso prevê que a) a pessoa travesti ou transexual em privação de liberdade deve ser chamada pelo seu nome que consta na certidão de nascimento. b) às travestis e aos gays privados de liberdade em unidades prisionais masculinas, deverão ser oferecidos espaços de vivência específicos, destinando-se, nesses espaços, a devida aplicação de medida disciplinar ou de qualquer método coercitivo. c) às mulheres transexuais deverá ser garantido tratamento isonômico ao das demais mulheres em privação de liberdade. d) as pessoas transexuais masculinas e femininas devem ser encaminhadas para as unidades prisionais masculinas. e) é proibido o direito à visita íntima para a população LGBT em situação de privação de liberdade, nos termos da Portaria MJ nº 1.190/2008 e na Resolução CNPCP nº 4, de 29 de junho de 2011. Comentários A alternativa A está incorreta. O travesti ou transexual tem direito a ser chamado pelo nome social. Vejamos o art. 2º, da Resolução Conjunta: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 134 162 Art. 2º - A pessoa travesti ou transexual em privação de liberdade tem o direito de ser chamada pelo seu nome social, de acordo com o seu gênero. Parágrafo único - O registro de admissão no estabelecimento prisional deverá conter o nome social da pessoa presa. A alternativa B está incorreta. Os espaços de vivência específicos serão fornecidos aos travestis e gays. Veja: Art. 3º - Às travestis e aos gays privados de liberdade em unidades prisionais masculinas, considerando a sua segurança e especial vulnerabilidade, deverão ser oferecidos espaços de vivência específicos. Conforme se nota, não há que se falar em consideração a sua segurança e especial vulnerabilidade. A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o parágrafo único, do art. 4º, da Resolução Conjunta: Parágrafo único - Às mulheres transexuais deverá ser garantido tratamento isonômico ao das demais mulheres em privação de liberdade. A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 4º, da Resolução Conjunta, as pessoas transexuais masculinas e femininas devem ser encaminhadas para as unidades prisionais femininas. A alternativa E está incorreta, pois é garantido o direito à visita íntima, conforme art. 6º, da Resolução Conjunta: Art. 6º - É garantido o direito à visita íntima para a população LGBT em situação de privação de liberdade, nos termos da Portaria MJ nº 1.190/2008 e na Resolução CNPCP nº 4, de 29 de junho de 2011. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 135 162 LISTA DE QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS FGV 1. (FGV/TJ-BA - 2015) A Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) configura como violência doméstica e familiar contra a mulher: a) qualquer ação que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e danos morais; b) qualquer omissão que lhe cause morte, lesão, sofrimento sexual ou psicológico e danos morais; c) qualquer ação e omissão que lhe cause morte, lesão, sofrimento sexual e danos morais; d) qualquer ação ou omissão,independentemente da relação de gênero, que lhe cause morte, lesão, sofrimento sexual e dano patrimonial ou moral; e) qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial. 2. (FGV/Exame de Ordem - 2016) Você, na condição de advogado, foi procurado por um travesti que é servidor público federal. Na verdade, ele adota o nome social de Joana, embora, no assento de nascimento, o seu nome de registro seja João. Ele gostaria de ser identificado no trabalho pelo nome social e que, assim, o nome social constasse em coisas básicas, como o cadastro de dados, o correio eletrônico e o crachá. Sob o ponto de vista jurídico, em relação à orientação a ser dada ao solicitante, assinale a afirmativa correta. A) A Constituição Federal até prevê a promoção do bem sem qualquer forma de discriminação, mas não existe nenhuma norma específica que ampare a pretensão do solicitante. B) Não apenas a Constituição está orientada para a ideia de promoção do bem sem discriminação, como a demanda pleiteada pelo solicitante encontra amparo em norma infraconstitucional. C) O solicitante possui esse direito, pois assim está previsto na Convenção das Nações Unidas para os Direitos LGBT. D) Ainda que compreenda a demanda do solicitante, ele não possui o direito de ser identificado pelo nome social no trabalho, uma vez que é um homem que se traveste de mulher. 3. (FGV/DPE-RJ-2019) De acordo com a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, existem três tipos de internação: voluntária, involuntária e compulsória. Sobre o tema, analise as afirmativas a seguir. I. A pessoa que solicita voluntariamente sua internação, ou que a consente, deve assinar, no momento da admissão, uma declaração de que optou por esse regime de tratamento. II. A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta e duas horas, ser comunicada ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no qual tenha ocorrido, devendo esse mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 136 162 III. A internação compulsória é determinada, de acordo com a legislação vigente, pelo juiz competente, que levará em conta as condições de segurança do estabelecimento quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e dos funcionários. Está correto o que se afirma em: a) somente I; b) somente III; c) somente I e II; d) somente II e III; e) I, II e III. Outras Bancas 4. (FUNDATEC/IGP-RS - 2017) De acordo com a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), assinale a alternativa correta. a) Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, aplica-se a Lei nº 9.099/1995. b) Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, a restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida não é uma das medidas que o juiz poderá, liminarmente, determinar. c) É possível a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa. d) Ainda que para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, não pode o juiz requisitar auxílio da força policial. e) Dentre as medidas protetivas de urgência à ofendida, poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas, determinar a separação de corpos. 5. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre as previsões expressas da Lei Federal n° 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha). a) O Ministério Público atuará apenas quando for parte nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher. b) Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de violência doméstica e familiar deverá estar acompanhada de advogado. c) Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser criados poderão contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profissionais especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde. d) A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher deverá ser acompanhada pela implantação das curadorias necessárias e do serviço de assistência judiciária. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 137 162 6. (IESES/IGP-SC - 2017) De acordo com a Lei 11.340/06 - Lei Maria da Penha - são formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, dentre outras: a) A violência moral, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação. b) A violência física, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais. c) A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal ou psíquica, que configure calúnia, difamação ou injúria. d) A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades. 7. (FUNDATEC/FHGV - 2017) Na interpretação da Lei nº 11.340/2006, serão considerados os fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de: a) Vulnerabilidade. b) Incapacidade. c) Violência doméstica e familiar. d) Abandono. e) Risco e perigo. 8. (FADESP/COSANPA - 2017) Com relação às medidas protetivas de urgência e equipe de atendimento multidisciplinar dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, com base na Lei nº 11.340/06, é correto afirmar que a) o juiz poderá determinar a suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor, para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, devendo a ofendida levar a decisão ao cartório para que se produza os efeitos. b) é competência da equipe multidisciplinar o desenvolvimento de trabalhos de orientação voltados para a ofendida, bem como o fornecimento de subsídios e orientações ao Juiz e ao Ministério Público mediante laudos, desde que anteriores à audiência, sendo vedado o fornecimento de informações durante a sua realização. c) poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o ofendido. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 138 162 d) o juiz terá o prazo de 48 (quarenta e oito) horas, recebido o expediente com o pedido da ofendida, para decidir sobre as medidas protetivas de urgência, determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando for o caso, e comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis. 9. (PUC-PR/TJ-PR - 2017) Conhecida como Lei Maria da Penha, a Lei 11.340/2006 criou mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA. a) Para evitar represálias, em casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência, a autoridade policial está expressamente proibida de ouvir o agressor e as testemunhas. b) A violência doméstica prevista na Lei Maria da Penha é unicamente a violência física, na qual o homem faz uso da força para subjugar a esposa. c) Para preservar a integridade física e psicológica da mulher em situação de violência doméstica, o juiz poderá assegurar, quando necessário, o afastamento da mulher do local de trabalho, por até seis meses. d) As relações pessoais que podem configurar atos de violência doméstica são necessariamente aquelas derivadas da relação entre homem e mulher, não se podendo aplicá-las a eventuais relações homoafetivas entre duas mulheres. e) A configuração de atos de violência doméstica depende necessariamente de haver coabitação entre cônjuges. 10. (FUNDATEC/FHGV - 2017) A Lei nº 11.340/2006, ao tratar das formas de violência contra a mulher, entre outras, determina que a violência física é entendida como qualquer conduta que ofenda: a) A moral da cidadã. b) Sua integridade ou saúde corporal. c) Psicologicamente. d) De forma verbal. e) De forma direta ou indireta. 11. (UFPA/UFPA - 2017) A Lei nº 11.340/2006, conhecida por Lei Maria da Penha, visa a coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Acerca do tema e com base na referida lei, é CORRETO afirmar o seguinte: a) nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida por violência doméstica, será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência designada com tal finalidade, somente após o recebimento da denúncia, desde que ouvido o Ministério Público. b) a autoridade policial, no atendimento de mulher em situação de violência doméstica e familiar, deverá fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida, bem como informar à ofendida os serviços disponíveis. c) poderá o Ministério Público, a requerimento da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário a proteção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvida a equipe multidisciplinar. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 139 162 d) é vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa, salvo, no último caso, se houver consentimento da ofendida. e) para a proteção patrimonial dos bens conjugais ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, a proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação do bem em comum, salvo expressa autorização da ofendida. 12. (UPENET-IAUPE/UPE - 2017) A Lei Nº 11.340/06, “Lei Maria da Penha”, criou inúmeros mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA. a) A violência doméstica e familiar contra a mulher se constitui em uma das formas de violação dos direitos humanos. b) Cabe exclusivamente ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados na legislação. c) Configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral, exceto o patrimonial. d) A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio exclusivo de ações da União e dos Estados. e) A criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e criminal, é de competência da União, estando distribuídos nos Estados e no Distrito Federal, para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher. 13. (CONSULPLAN/TJ-MG - 2017) Mulher que foi vítima de lesões corporais perpetradas por seu marido, firmou representação perante a autoridade policial e requereu medidas protetivas previstas na Lei 11.340/06. O Juiz, na análise das medidas protetivas requeridas, poderá determinar, EXCETO: a) Afastamento da ofendida do lar conjugal. b) Revogação das procurações conferidas pela ofendida ao agressor. c) Prestação de caução provisória, mediante depósito judicial. d) Proibição temporária de celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de propriedade em comum. 14. (IBFC/AGERBA - 2017) Assinale a alternativa INCORRETA considerando as disposições da Lei Federal nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), sobre a assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar. a) A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 140 162 b) O juiz determinará, por prazo incerto, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal c) O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica, acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração direta ou indireta d) O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho, por até seis meses e) A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de violência sexual 15. (IBADE/SEJUDH-MT - 2017) Visando preservar a integridade física e psicológica da mulher vítima de violência doméstica, o juiz pode assegurar, em consonância com a Lei Maria da Penha, Lei n° 11.340/2006, a manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento da vítima de seu local de trabalho, por até: a) 3 meses. b) 30 dias. c) 45 dias. d) 1 ano. e) 6 meses. 16. (IBADE/IPERON-RO - 2017) A Lei Maria da Penha, Lei n° 11.340/2006, define no Artigo 5º violência doméstica e familiar contra a mulher “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral oupatrimonial”. Nela, a unidade doméstica é compreendida como o espaço de convívio de pessoas: a) de laços consanguíneos ou não, desde que haja convivência sistemática. b) com vinculo matrimonial. c) com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas. d) exclusivamente que tenham vinculo familiar. e) cujo convívio seja, necessariamente, frequente. 17. (FUNDATEC/CRQ-5ªR - 2017) A Lei nº 11.340/2006, popularmente conhecida como Lei Maria da Penha, é reconhecida pela ONU como uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à violência contra as mulheres. Segundo dados de 2015 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), desde que entrou em vigor, já contribuiu para uma diminuição de cerca de 10% na taxa de Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 141 162 homicídios contra mulheres praticados dentro das residências das vítimas. Assinale a alternativa correta referente aos dispositivos dessa lei. a) A violência doméstica contra a mulher só se configura quando parte de um homem. Ou seja, vítimas de parceiras em relacionamentos homoafetivos ou mesmo transexuais que se identificam como mulheres em sua identidade de gênero não são amparadas por essa lei. b) A vítima somente poderá renunciar à denúncia perante o juiz. c) Por enquanto, a lei ainda entende violência doméstica apenas quando ocorre agressão física. Sendo assim, casos em que existe calúnia, difamação, injúria, violência psicológica e violência patrimonial devem ser enquadrados nas outras leis existentes. d) Para que se enquadre na lei, a vítima tem que ter sofrido agressão por parte do marido, companheiro ou namorado. Se a agressão partir de outro homem da família, ou mesmo de outra mulher, não será configurada violência doméstica. e) Os serviços de Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita são disponibilizados apenas para mulheres de baixa renda em situação de violência doméstica e familiar. Nesses casos, deverá comprovar sua condição financeira mediante o juiz para a liberação do benefício. 18. (IBFC/AGERBA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre a espécie de violência que a Lei Federal nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha) indica, em termos expressos e precisos, como qualquer conduta contra a mulher que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima, que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento, que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça. a) Violência psicológica b) Violência moral c) Violência imaterial d) Violência uxória e) Violência extra corporal 19. (PUC-PR/TJ-MS - 2017) “A Lei Maria da Penha (Lei 11.340), sancionada no dia 7 de agosto de 2006, completa 11 anos de vigência em 2017. Ferramenta essencial para o enfrentamento da violência de gênero, a norma tem sido aplicada de forma progressiva. Apesar de os índices de violência ainda serem alarmantes, é possível perceber que as mulheres estão, cada dia mais, abrindo a porta de suas casas para a entrada da Justiça. De acordo com levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado em março de 2015, a Lei Maria da Penha fez diminuir em cerca de 10% a taxa de homicídios contra as mulheres dentro das residências. A norma disciplinou diversas questões, como medidas de prevenção, medidas protetivas de urgência, assistência judiciária e até mesmo atendimento multidisciplinar.” Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA. a) Para os efeitos dessa Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause lesão, sofrimento físico sexual ou psicológico em qualquer relação Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 142 162 íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. b) O alvo da Lei Maria da Penha se limita à violência praticada por maridos contra esposas ou companheiros contra companheiras e as pessoas envolvidas têm de morar sob o mesmo teto. A vítima, contudo, precisa, necessariamente, ser mulher. c) De acordo com a Lei Maria da Penha, constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, medidas protetivas de urgência, como o afastamento do lar e a proibição de manter contato com a vítima, não podendo determinar de imediato a prestação de alimentos provisórios. d) As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os direitos da vítima forem ameaçados ou violados. Não poderá o juiz, a pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, sendo indispensável que o requerimento seja feito pelo Ministério Público. e) Não poderá o juiz determinar o afastamento da ofendida do lar, a fim de assegurar direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos, cabendo ao agressor afastar-se do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida. 20. (CONSULPLAN/TRF-2ªR - 2017) Os dados da violência contra a mulher no Brasil comprovam a persistência do patriarcado no país, além de atestarem a ausência de políticas capazes de prevenir e enfrentar a violência. São 5 espancamentos a cada dois minutos (Fundação Perseu Abramo/2010); 1 estupro a cada 11 minutos (9º Anuário da Segurança Pública/2015); 1 feminicídio a cada 90 minutos (Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil, Ipea/2013); 179 relatos de agressão por dia (Balanço Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher/jan-jun/2015) e 13 homicídios femininos por dia em 2013 (Mapa da Violência 2015/Flasco). A Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, institui as medidas de prevenção da violência contra a mulher. Acerca dessas medidas assinale a afirmativa INCORRETA. a) O juiz poderá, quando necessário e sem prejuízo de outras medidas, encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento. b) A integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação. c) O destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à equidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a mulher. d) A promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às consequências e à frequência da violência doméstica e familiar contra a mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação periódica dos resultados das medidas adotadas. 21. (NUCEPE/SEJUS-PI - 2017) Em relação à legislação especial é forma de violência doméstica e familiar contra a mulher: a) A violência moral e física, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 143 162 suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízoà saúde psicológica e à autodeterminação. b) A violência psicológica entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força. c) A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal. d) A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades. e) A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure apropriação indébita. 22. (Fundação La Salle/SUSEPE-RS - 2017) Relativamente à Lei Maria da Penha, analise as assertivas abaixo e assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso. ( ) As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público e independente de comunicação ao Ministério Público. ( ) A ofendida deverá ser citada e intimada dos atos processuais relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do defensor público. ( ) Uma das medidas protetivas e de urgência que obrigam o agressor, segundo a legislação em comento, é a prestação de alimentos provisionais, provisórios ou definitivos à vítima. ( ) O Ministério Público intervirá, exclusivamente, quando for parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher. ( ) O juiz poderá relaxar a prisão em flagrante se, no curso do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) V — F — V — F — V. b) F — F — F — V — V. c) F — F — F — F — F. d) V — V —V — V — F e) V—V — V — V — V. 23. (IBADE/PC-AC - 2017) Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo de outros previstos no Código de Processo Penal: I. ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se apresentada. II. determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros exames periciais necessários. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 144 162 III. remeter, no prazo de 72 (setenta e duas) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência. IV. ouvir o agressor e as testemunhas. Caso entenda desnecessária a oitiva do agressor, poderá o Delegado dispensá-lo ouvindo apenas a vítima e as testemunhas. Está correto o que se afirma apenas em: a) II e III. b) II e IV. c) I e III. d) I e II. e) III e IV. 24. (IBADE/PC-AC - 2017) Configura violência doméstica e familiar contra a mulher, atraindo, portanto, a competência do juízo especializado na matéria, qualquer ação ou omissão que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, quando: a) baseada no gênero, salvo nas relações homoafetivas. b) baseada no gênero, em qualquer relação intima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação ou da orientação sexual. c) ocorra no âmbito da família, como por exemplo o caso do filho agride o pai. d) baseada no sexo, salvo nas relações homoafetivas. e) a ocorrência se dê no âmbito da unidade doméstica envolvendo qualquer familiar independente do sexo da vítima. 25. (IBADE/SEJUDH-MT - 2017) As medidas protetivas de urgência à mulher vítima de violência doméstica, de acordo com a Lei Maria da Penha, poderão ser concedidas: a) de imediato. b) só com a manifestação do Ministério Público c) após autorizado pelo Ministério Público. d) em 48 horas. e) dependendo da audiência das partes. 26. (MSCONCURSOS/CASSEMS - 2015) Tendo em mente a Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), analise as alternativas e marque a incorreta. a) As relações pessoais enunciadas no art. 5º da Lei Maria da Penha dependem de orientação sexual. b) A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos. c) São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 145 162 d) O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal. 27. (CONSULPAM/CRESS-PB - 2015) A Lei nº 11.340/2006 prevê as formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras como: a) A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria ao agressor. b) A violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter relação sexual desejada, sem impedimento de qualquer método contraceptivo, que desenvolva seus direitos sexuais. c) A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde psicológica, crenças e decisões. d) A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima. 28. (IBFC/AGERBA - 2017) Assinale a alternativa correta, considerando as disposições da lei federal nº 12.288, de 20/07/2010 que institui o Estatuto da Igualdade Racial. a) O Poder Legislativo federal elaborará plano nacional de promoção da igualdade racial contendo as metas, princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial (PNPIR). b) A elaboração, implementação, coordenação, avaliação e acompanhamento da Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial (PNPIR), bem como a organização, articulação e coordenação do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), serão efetivados pelo órgão responsável pela política de promoção da igualdade étnica em âmbito nacional. c) É o Poder Legislativo federal autorizado a instituir fórum intergovernamental de promoção da igualdade étnica, a ser coordenado pelo órgão responsável pelas políticas educacionais gerais, com o objetivo de implementar estratégias que visem à incorporação da política nacional de promoção da igualdade étnica nas ações governamentais de Estados e Municípios. d) As diretrizes das políticas nacional e regional de promoção da igualdade étnica serão elaboradas por órgão colegiado, independentemente de participação da sociedade civil. e) Os Poderes Executivos estaduais, distrital e municipais, no âmbito das respectivas esferas de competência, poderão instituir conselhos de promoção da igualdade étnica, de caráter provisório e deliberativo, compostos exclusivamente por representantes de órgãos e entidades públicas. 29. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre as previsões da Lei Federal n° 12.288, de 20 de julho de 2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial, quanto à educação. a) Nas datas comemorativas de caráter cívico, os órgãos responsáveis pela educação determinarão a participação de intelectuais e representantes do movimento negro para debater com os estudantes suas vivências relativas ao tema em comemoração. b) Os órgãos federais, distritais e estaduais de fomento à pesquisae à pós-graduação deverão criar incentivos a pesquisas e a programas de estudo voltados para temas referentes às relações étnicas, aos quilombos e às questões pertinentes à população negra. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 146 162 c) O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos competentes, obrigará as instituições de ensino superior públicas e privadas, sem prejuízo da legislação em vigor, a resguardar os princípios da ética em pesquisa e apoiar grupos, núcleos e centros de pesquisa, nos diversos programas de pós-graduação que desenvolvam temáticas de interesse da população negra. d) Os conteúdos referentes à história da população negra no Brasil serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, resgatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social, econômico, político e cultural do País. 30. (IBFC/AGERBA - 2017) Assinale a alternativa INCORRETA sobre os objetivos do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), considerando as disposições da lei federal nº 12.288, de 20/07/2010 que institui o Estatuto da Igualdade Racial. a) Promover a igualdade étnica e o combate às desigualdades sociais resultantes do racismo, inclusive mediante adoção de ações afirmativas. b) Formular políticas destinadas a combater os fatores de marginalização e a promover a integração social da população negra. c) Centralizar a implementação de ações afirmativas no nível federal. d) Articular planos, ações e mecanismos voltados à promoção da igualdade étnica. e) Garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados para a implementação das ações afirmativas e o cumprimento das metas a serem estabelecidas. 31. (CPCON/UEPB - 2017) Com relação à Lei nº 12.288/10 (Estatuto da Igualdade Racial), atente às assertivas abaixo e em seguida responda ao que se pede. I- Discriminação racial ou étnico-racial compreende-se como toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada. II- A centralização para a implementação das ações afirmativas pelos governos estaduais, distrital e municipais constitui um dos objetivos do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial. III- Como população negra deve-se compreender o conjunto de pessoas que adotam auto definição preta ou parda para efeitos de fruição dos programas sociais estatuídos pela administração direta. Está CORRETO o que se afirma a) apenas na afirmativa III. b) em todas as afirmativas. c) apenas nas afirmativas I e III. d) apenas na afirmativa I. e) apenas na afirmativa II. 32. (PR-4 UFRJ/UFRJ - 2017) Muitas vezes os jovens nas instituições escolares são reduzidos a estereótipos que são construídos em relação a ele e que podem promover conflitos entre estes e o mundo adulto, Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 147 162 representado por direção, professores e funcionários da escola, bem como entre os próprios jovens. Quando os indivíduos são reduzidos aos estereótipos, a sociedade constrói teorias ou ideologias para explicar essa diferença e justificar a discriminação. Fixa-se uma imagem social do outro que ao ressaltar a diferença o transforma em problema social que assusta e incomoda. Isto acaba por justificar agressões e desrespeito ao outro. É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de oportunidades, reconhecendo a todo cidadão brasileiro o seu direito à participação na comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômicas, empresariais, educacionais, culturais e esportivas, defendendo sua dignidade e seus valores religiosos e culturais. Para isso, há leis e estatutos que asseguram estes direitos. O Estatuto da Igualdade Racial (Lei n° 12.288/2010) é destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica. Marque a opção que está em DESACORDO com o que este Estatuto considera a) Discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada. b) Desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica. c) Desigualdade de gênero e raça: simetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais. d) Políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais. e) Ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. 33. (MPE/SP - 2012) Julgue o item a seguir. O Estatuto da Igualdade Racial (Lei no 12.288/2010), destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica, considera Desigualdade racial: toda situação justificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica. 34. (MPE-SP - 2012) Julgue o item a seguir. O Estatuto da Igualdade Racial (Lei no 12.288/2010), destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica, considera Discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 148 162 35. (MPE-SP - 2012) Julgue o item a seguir. O Estatuto da Igualdade Racial (Lei no 12.288/2010), destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica, considera População negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram não brancas, conforme o quesito cor ou raça usado pelos órgãos oficiais de estatística. 36. (MPE-SP - 2012) Julgue o item a seguir. O Estatuto da Igualdade Racial (Lei no 12.288/2010), destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica, considera Ações afirmativas: os programas incentivadospelo Estado e pela iniciativa privada para a conscientização das desigualdades raciais e para a promoção dos direitos humanos. 37. (UFPR/DPE-PR - 2014) Em relação ao racismo e à discriminação racial, o Sistema Internacional de Direitos Humanos desenvolveu normas e órgãos de supervisão e controle, tendo em vista a erradicação definitiva desse mal. Sobre o tema, julgue o item a seguir. O Estado-parte pode ser responsabilizado internacionalmente por ato racista ou discriminatório praticado por particular, caso comprovada sua omissão em adotar as medidas estabelecidas no artigo II da Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial. 38. (FESMIP-BA/MPE-BA - 2011) A Lei 12.288/10, que instituiu o Estatuto da Igualdade Racial, trouxe, no seu artigo primeiro, conceitos acerca de discriminação racial ou étnico-racial, desigualdade racial, população negra, políticas públicas e ações afirmativas para efeito do mencionado Estatuto. Analise os itens I, II, III, IV e V abaixo. I. ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados somente pelo Estado para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. II. políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado e pela iniciativa privada no cumprimento de suas atribuições institucionais. III. população negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição análoga. IV. desigualdade racial: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais. V. discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada. Escolha a alternativa que contempla dois itens que tratam dos conceitos que, na forma do indicado artigo de lei, tratam de discriminação racial ou étnico-racial, desigualdade racial, população negra, políticas públicas e ações afirmativas para efeito do mencionado Estatuto. a) I e II. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 149 162 b) I e IV. c) II e III. d) III e V. e) IV e V. 39. (ESAF/MPOG - 2012) A Lei n. 12.288, de 20 de julho de 2010, instituiu o Estatuto da Igualdade Racial. Ela se destina a garantir a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica. a) Lei se refere especificamente à população negra. b) A Lei não especifica raça ou etnia, visando a combater todo tipo de discriminação. c) A Lei é de difícil aplicação porque não define discriminação racial ou étnico-racial. d) A Lei representa o coroamento das lutas contra o racismo e foi batizada como Lei Zumbi dos Palmares. e) A Lei revoga o antigo Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), instituído por decreto- lei do regime militar. 40. (AOCP/FCP - 2014) De acordo com a Lei nº 12.288/2010, artigo 3º, além das normas constitucionais relativas aos princípios fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos direitos sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade Racial adota como diretriz política-jurídica a I. discriminação racial, desigualdade de gênero e raça e direitos étnicos individuais. II. inclusão das vítimas de desigualdade étnico-racial, valorização da igualdade étnico-racial e fortalecimento da identidade nacional brasileira. III. participação efetiva da população negra em projetos contra a desigualdade, direitos étnicos coletivos e Políticas Públicas voltadas para comunidades dos Quilombos. É correto o que está contido em a) I, apenas. b) I, II e III. c) I e III, apenas. d) II, apenas. e) II e III, apenas. 41. (AOCP/FCP - 2014) Com base na Lei nº 12.288/2010, sobre o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, no que se refere a sua organização e competência, é correto afirmar que a responsabilidade de elaboração do plano nacional de promoção da igualdade racial pertence ao(à) a) Poder Executivo Federal. b) Poder Judiciário. c) Ministério Público. d) Secretaria da Cultura. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 150 162 e) Poder Executivo Municipal. 42. (COPS-UEL/PC-PR - 2015) Quantos aos crimes de racismo definidos na Lei nº 7.716/1989, assinale a alternativa correta. a) A incitação pública ao racismo constitui delito de incitação ao crime definido no Art. 286 do Código Penal, não havendo na referida Lei disposição sobre tal conduta. b) No caso de incitação ou induzimento ao preconceito racial praticado através da rede mundial de computadores, poderá o juiz determinar a interdição da mensagem ou página de informação. c) São crimes de ação penal pública condicionada, dependendo de representação da vítima para propositura da ação penal. d) A injúria qualificada pelo preconceito racial é crime definido na referida Lei, não se aplicando o crime de injúria definido no Art. 140 do Código Penal. e) Não constitui crime definido na referida Lei o empregador que, motivado pelo preconceito racial, não conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de condições com os demais trabalhadores. 43. (IBFC/PC-SE - 2014) A Lei n° 7.716/89 pune criminalmente algumas formas de preconceito e discriminação praticados contra a pessoa humana. NÃO serão punidos criminalmente por esta lei o preconceito e a discriminação decorrente de: a) Religião. b) Procedência nacional. c) Etnia. d) Orientação sexual. 44. (FUNDATEC/IGP-RS - 2017) De acordo com a Lei nº 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade Racial), “toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada” corresponde ao conceito de: a) Desigualdade racial. b) Desigualdade de gênero. c) Discriminação racial. d) Discriminação de gênero. e) Descriminalização racial. 45. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre o que devem ser consideradas ações afirmativas de acordo com a Lei Federal nº 12.288, de 20 de julho de 2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial. a) As políticas de tratamento absolutamente igualitário dos cidadãos. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 151 162 b) Os programas e as medidas especiais adotados exclusivamente pelo Estado para a proibição das desigualdades de oportunidades. c) Os programas e as medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. d) As campanhas da iniciativa privada para obtenção de vantagens pela diminuição dos tratamentos desiguais. 46. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa INCORRETA sobre a prática da capoeira de acordo com a Lei Federal n° 12.288, de 20 de julho de 2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial. a) O poder públicogarantirá o registro e a proteção da capoeira, em todas as suas modalidades, como bem de natureza imaterial e de formação da identidade cultural brasileira. b) O poder público buscará garantir, por meio dos atos normativos necessários, a preservação dos elementos formadores tradicionais da capoeira nas suas relações internacionais. c) A capoeira é reconhecida como desporto de criação nacional. d) É obrigatório o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e formalmente reconhecidos. 47. (IBFC/AGERBA - 2017) Considerando as disposições da lei federal nº 12.288, de 20/07/2010 que institui o Estatuto da Igualdade Racial, assinale a alternativa correta sobre o significado da sigla SINAPIR. a) Serviço de Integração e Autopromoção Racial. b) Serviço Nacional de Apoio às Práticas de Integração Racial. c) Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial. d) Sistema Nacional de Promoção da Integração Racial. e) Sindicato Nacional de Participação Racial. 48. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta de acordo com as previsões expressas da Lei Federal n° 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. a) É crime impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos b) É contravenção penal impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos c) É mero ilícito administrativo impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos d) É mero ilícito civil impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos 49. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre a pena aplicável no caso de alguém recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 152 162 comprador de acordo com as previsões expressas da Lei Federal nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. a) Detenção de um a quatro anos b) Reclusão de um a três anos c) Detenção de dois a cinco anos d) Reclusão de dois a seis anos 50. (IBFC/EMBASA - 2017) Assinale a alternativa correta sobre a pena aplicável no caso de alguém recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau de acordo com as previsões expressas da Lei Federal nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. a) Detenção de dois a quatro anos b) Reclusão de três a cinco anos c) Detenção de um a cinco anos d) Reclusão de dois a cinco anos 51. (CONSULPLAN/TRF-2ªR - 2017) Nos crimes previstos na Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 – que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor –, constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular envolvido por prazo não superior a: a) 1 mês. b) 1 ano. c) 6 meses. d) 3 meses. 52. (IBFC/EMBASA - 2015) Assinale a alternativa correta considerando as disposições da lei federal n° 12.288, de 20/07/2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial. a) É assegurada a assistência religiosa aos praticantes de religiões de matrizes africanas internados em hospitais ou em outras instituições de internação coletiva, excluídos os casos de pena privativa de liberdade. b) Os conteúdos referentes à história da população negra no Brasil serão ministrados por meio de componente curricular específico, resgatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social, econômico, político e cultural do País. c) É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas formados em educação física. d) Para incentivar o desenvolvimento das atividades produtivas da população negra no campo, o poder público promoverá ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao financiamento agrícola. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 153 162 53. (FAURGS/BANRISUL - 2018) Para efeito do Estatuto da Igualdade Racial, instituído pela Lei Federal nº 12.288, de 20 de julho de 2010, desigualdade racial é a) a assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre as mulheres negras e os demais segmentos sociais. b) a restrição à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana. c) a distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica. d) a situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica. e) a restrição ao exercício de direitos no campo político em razão da cor. 54. (UFPel-CES/UFPEL - 2016) O Estatuto da Igualdade Racial através da Lei Nº 12.288, de 20 de julho de 2010, em seu Art. 1º, Parágrafo Único, considera ações afirmativas, a) o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pelo IBGE, ou que adotam autodefinição análoga. b) a participação da população negra, em condição de igualdade de oportunidade, na vida econômica, social, política e cultural do país. c) os programas e medidas especiais adotadas pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. d) medidas para combater a assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais. e) as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais no combate à discriminação de gênero e de raça. 55. (IBFC/EMBASA - 2015) Considerando as disposições da lei federal n° 12.288, de 20/07/2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial, assinale a alternativa correta sobre o que a referida lei considera de forma precisa, desigualdade racial. a) Assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais. b) Toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica. c) Toda distinção baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos. d) Toda exclusão ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 154 162 56. (IDECAN/Prefeitura de Natal-RN - 2016) De acordo com a Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010 – Estatuto da Igualdade Racial, o direito à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana NÃO compreende: a)A produção e a divulgação de publicações relacionadas ao exercício e à difusão das religiões de matriz africana. b) A fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de instituições beneficentes ligadas às respectivas convicções religiosas. c) A prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas à religiosidade e a fundação e manutenção, por iniciativa pública, de lugares reservados para tais fins. d) A comunicação ao Ministério Público para abertura de ação penal em face de atitudes e práticas de intolerância religiosa nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais. 57. (FAURGS/BANRISUL - 2018) O Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288/2010) instituiu, como forma de organização e articulação voltadas à implementação do conjunto de políticas e serviços destinados a superar as desigualdades étnicas existentes no país: a) a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial. b) o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial. c) os Juizados Especiais Criminais. d) o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador. e) o Ministério dos Direitos Humanos. 58. (MPE-SC/MPE-SC - 2016) Entende-se por ações afirmativas os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. A Lei n. 12.288/10 (Estatuto da Igualdade Racial), para garantir a participação da população negra em condições de igualdade de oportunidades, dentre algumas medidas, prioriza a implementação de programas de ação afirmativa destinados ao enfrentamento das desigualdades étnicas no tocante à educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à terra, à Justiça, e outros. 59. (IDECAN/Prefeitura de Natal-RN - 2016) Sobre o tratamento que a Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010 – Estatuto da Igualdade Racial dá ao esporte e lazer, analise as afirmativas. I. A capoeira é reconhecida como desporto de criação nacional, nos termos do Art. 217 da Constituição Federal. II. A atividade de capoeirista será reconhecida em todas as modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como esporte, luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território nacional. III. É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e formalmente reconhecidos. Estão corretas as afirmativas Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 155 162 a) I, II e III. b) I e II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. 60. (IESES/BAHIAGÁS - 2016) A Lei n.º 12.288, de 20 de julho de 2010, instituiu o Estatuto da Igualdade Racial, que objetiva garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos, e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância, conforme dispõe o caput do artigo 1º do diploma legal em análise. Considerando os termos da lei e a mens lege, assinale a afirmação INCORRETA. a) O Brasil, no tocante à inclusão da população negra no mercado, tem por fundamento legal a CF, a Lei 12.288/2010, os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Convenção Internacional sobre a eliminação de todas as formas de Discriminação Racial e todos os compromissos assumidos pelo Brasil perante a comunidade internacional. b) O Estatuto da Igualdade Racial ao tratar da Cultura busca preservar as tradições remanescentes dos quilombos e o registro e proteção da capoeira, como bem de natureza imaterial e da formação da identidade cultural brasileira. c) O Estatuto da Igualdade Racial tem por objetivo único evitar a discriminação racial e o bulling social. d) O Estado tem o dever de garantir a igualdade de oportunidades, reconhecendo a qualquer cidadão brasileiro, independente da etnia ou cor da pele, o pleno direito de participação na comunidade, em todas as suas vertentes. e) A lei 12288/2010, no que trata do direito à saúde, garante tratamento igualitário da população negra, também no que diz respeito aos seguros privados de saúde. 61. (CETRO/FCP - 2014) De acordo com a Lei nº 12.288/2010, artigo 3º, além das normas constitucionais relativas aos princípios fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos direitos sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade Racial adota como diretriz política-jurídica a: I. discriminação racial, desigualdade de gênero e raça e direitos étnicos individuais. II. inclusão das vítimas de desigualdade étnico-racial, valorização da igualdade étnico-racial e fortalecimento da identidade nacional brasileira. III. participação efetiva da população negra em projetos contra a desigualdade, direitos étnicos coletivos e Políticas Públicas voltadas para comunidades dos Quilombos. É correto o que está contido em : a) I, apenas. b) I, II e III. c) I e III, apenas. d) II, apenas. e) II e III, apenas. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 156 162 62. (IF-PB/IF-PB - 2015) De acordo com o artigo 56 da Lei nº 12.288, de 20 de julho 2010, no que se refere à implementação dos programas e das ações constantes dos planos plurianuais e dos orçamentos anuais da União, deverão ser observadas as políticas de ação afirmativa a que se refere o inciso VII do artigo 4º desta Lei e outras políticas públicas que tenham como objetivo promover a igualdade de oportunidades e a inclusão social da população negra, especialmente no que tange a: I. Promoção da igualdade de oportunidades em educação, emprego e moradia. II. Financiamento de pesquisas, nas áreas de educação, saúde e emprego, voltadas para a melhoria da qualidade de vida da população negra. III. Doações de empresas privadas e organizações não governamentais, nacionais ou internacionais. IV. Incentivo à criação e à manutenção de microempresas administradas por pessoas autodeclaradas negras. Está CORRETO o que se afirma apenas em: a) I e IV. b) I e III. c) II e IV. d) I, III e IV. e) I, II e IV. 63. (MPE-SP/MPE-SP - 2013) À vista das regras contidas no Estatuto da Igualdade Racial, assinale a alternativa que contém afirmação INCORRETA. a) O Estatuto da Igualdade Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas de desigualdade étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e o fortalecimento da identidade nacional brasileira. b) Constitui meio de promover a participação da população negra, em condições de igualdade de oportunidade, na vida econômica, social, política e cultural do País a implementação de programas de ação afirmativa destinados ao enfrentamento das desigualdades étnicas no tocante à educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à terra, à Justiça e outros. c) A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, organizada de acordo com as diretrizes especificadas na Lei n.º 12.288/2010, é constituída de um conjunto de ações de saúde voltadas à população negra. d) Para o acesso da população negra à terra e às atividades produtivas no campo, caberá ao poder público assegurar à população negra, dentre outras medidas, a assistência técnica rural, a simplificação do acesso ao crédito agrícola e o fortalecimento da infraestrutura de logística para a comercialização da produção. e) Para garantia de acesso da população negra à moradia, constitui diretriz a ser observada pelos agentes financeiros, públicos ou privados, a promoção de ações para viabilizar seu acesso aos financiamentos habitacionais,observando-se a previsão legal expressa de criação de linha especial e diferenciada de crédito com juros inferiores aos praticados no mercado. 64. (MPE-SP/MPE-SP - 2015) Para efeito da lei nº 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade Racial), considera- se discriminação racial ou étnico-racial, dentre outras ações, as seguintes: Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 157 162 I - A distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada. II - A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima. III - A violência sexual, entendida como qualquer conduta que constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força. IV - A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades. V - A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. Está correto apenas o contido em: a) I, II, III e V. b) I e V. c) I, II, III e IV. d) I. e) Todos os itens estão corretos. 65. (IDECAN/Prefeitura de Natal-RN - 2016) Considerando o que dispõe a Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010 – Estatuto da Igualdade Racial, analise as seguintes definições para efeito do Estatuto. I. Desigualdade racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada. II. Discriminação racial ou étnico-racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica. III. Desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais. IV. População negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição análoga. Estão corretas apenas as afirmativas a) I e II. b) I e III. c) III e IV. d) II, III e IV. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 158 162 66. (IF-PB/IF-PB - 2015) A Lei n° 12.288, de 20 de julho de 2010, institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica. No parágrafo único do artigo 1º, para efeito deste estatuto, considera-se: ( ) Discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada. ( ) Desigualdade racial: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais. ( ) Desigualdade de gênero e raça: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica. ( ) Políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais. ( ) Ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. A sequência CORRETA para as assertivas acima é: a) V, F, V, V, V. b) V, F, F, F, V. c) V, F, V, V, F. d) V, F, V, F, V. e) V, F, F, V, V. 67. (FUNCAB/SEDS-TO - 2014) Com o intuito de garantir à população negra a igualdade de oportunidades e a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos, foi criado o(a): a) Padrão Nacional contra o Racismo. b) Estatuto da Igualdade Racial. c) Ação Afirmativa de Intolerância Étnica. d) Norma de Procedimento e Conduta. 68. (CESP/Câmara dos Deputados - 2014) Julgue o item que segue, relativo aos crimes contra as pessoas com deficiência, aos crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor e ao Estatuto da Igualdade Racial. De acordo com o Estatuto da Igualdade Racial, o fato de um empregado de estabelecimento comercial privado recusar atendimento a um cliente tão somente em razão de este ser negro amolda-se a desigualdade racial e não a discriminação racial, pois caracteriza-se uma situação injustificada de acesso a serviço privado em virtude de raça ou origem étnica. Ricardo Torques Aula 06 PM-CE - Direitos Humanos - 2021 - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 196180207221943311 - Brena Stephanie Gomes Avelino 159 162 69. (IBFC/SAEB-BA - 2015) Assinale a alternativa correta sobre as matérias indicadas expressamente na Lei Federal n° 12.288, de 20 de julho de 2010 (Estatuto da Igualdade Racial) como sendo de estudo obrigatório nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados. a) Estudo dos problemas brasileiros e História geral da África. b) História das populações indígenas no Brasil e História da população negra no Brasil. c) História geral da África e História da população negra no Brasil. d) História das populações indígenas no Brasil e História geral da África. e) Estudo dos problemas brasileiros e História das populações indígenas no Brasil. 70. (FUNDATEC/PC-RS - 2018) O Estatuto da Igualdade Racial abarca questões tais como o livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana. Nesse sentido, pode-se afirmar que: a) O combate a intolerância com as religiões de matrizes africanas exclui de seu âmbito de proteção os mananciais a elas vinculadas. b) A pena privativa de liberdade impede a assistência religiosa aos praticantes das religiões de matriz africana que se encontram no cumprimento de tal pena c) A celebração de reuniões relacionadas a religiosidade e a fundação e manutenção, por iniciativa privada, inclusive em lugares não reservados para tais fins. d) É assegurada a possibilidade de criação de instituições beneficentes privadas ligas às convicções religiosas derivadas dos cultos de matriz africanas. e) Os representantes das religiões de matrizes africanas possuem assento paritário em relação às demais religiões em conselhos públicos. 71. (SEGPLAN-GO/SEAP-GO - 2016) De acordo com o que dispõe a Resolução Conjunta nº 1, de 15 de Abril de 2014, é correto afirmar que: a) A pessoa travesti ou transexual em privação de liberdade não tem o direito de ser chamada pelo seu nome social, de acordo com o seu gênero. b) Às travestis e aos gays