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O_USO_DE_APLICATIVOS_ebook-3

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O USO DE APLICATIVOS 
EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS:
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
Ana Valéria Barbosa da Silva, André Luiz Lopes de Araujo,
Carla Lira Mendes dos Santos, Cristiane Samária Gomes da Silva,
Everton Odair dos Santos, Fabiana Vicente de Carvalho
Leandro Wendel Martins, Liliane Noga, Luís Gustavo Dias da Silva
Marisa Garbellini Sensato, Priscila Lopes Garcia de Oliveira Gengo, 
Tânia Filomena Knittel, Tatsuo Iwata Neto, Verônica Martins Cannatá
Organização: Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida
Copyright © 2022 by Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida
Cultura Acadêmica
Praça da Sé, 108
01001-900 - São Paulo/SP
Tel.: (11) 3242-7171
www.culturaacademica.com.br
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD 
 
 
 
 
 
 U86 O uso de aplicativos em práticas pedagógicas [recurso eletrônico] : 
possibilidades metodológicas / vários autores ; organizado por Maria Elizabeth 
Bianconcini de Almeida. - São Paulo : Cultura Acadêmica Editora, 2022. 
 173 p. ; ePUB ; 5472 KB. 
 
Inclui bibliografia. 
 ISBN: 978-65-5954-258-1 (Ebook) 
 
 1. Educação. 2. Práticas pedagógicas. 3. Aplicativos. 4. Tecnologia. I. 
Almeida, Maria Elizabeth Bianconcini de. II. Título. 
 
 
 
 2022-2594 
 
 CDD 370 
 CDU 37 
 
Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410 
 
 Índice para catálogo sistemático: 
1. Educação 370 
2. Educação 37 
 
 
 
 
O USO DE APLICATIVOS 
EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS:
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
Ana Valéria Barbosa da Silva, André Luiz Lopes de Araujo,
Carla Lira Mendes dos Santos, Cristiane Samária Gomes da Silva,
Everton Odair dos Santos, Fabiana Vicente de Carvalho
Leandro Wendel Martins, Liliane Noga, Luís Gustavo Dias da Silva
Marisa Garbellini Sensato, Priscila Lopes Garcia de Oliveira Gengo, 
Tânia Filomena Knittel, Tatsuo Iwata Neto, Verônica Martins Cannatá
Organização: Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida
Comitê Editorial
Ana Valéria Barbosa da Silva, Carla Lira Mendes dos Santos, Fabiana Vicente de Carvalho, 
Liliane Noga, Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, Marisa Garbellini Sensato, Verônica 
Martins Cannatá
Organização
Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida
Autores
Ana Valéria Barbosa da Silva, André Luiz Lopes de Araujo, Carla Lira Mendes dos Santos, 
Cristiane Samária Gomes da Silva, Everton Odair dos Santos, Fabiana Vicente de Carvalho, 
Leandro Wendel Martins, Liliane Noga, Luis Gustavo Dias da Silva, Priscila Lopes Garcia de 
Oliveira Gengo, Tânia Filomena Knittel, Tatsuo Iwata Neto, Verônica Martins Cannatá
Projeto gráfico e capa
Yanderson Rodrigues - Gráfica e Editora Ideal
Revisão Crítica
Alessandra Rodrigues, Beatriz dos Santos Souza, George Ricardo Stein, Gerlane Perrier, Irani 
Ferreira da Silva Gerab, Juliana Caetano, Luci Ferraz
Revisão ortográfica
Márcia Maria Rodrigues Uchôa
Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo
Coordenação: Alípio Márcio Dias Casali
Vice-coordenação: Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida
Corpo Docente
Alípio Márcio Dias Casali, Ana Maria Aparecida Saul Pinto, Antonio Chizzotti, Branca 
Jurema Ponce, Fernando José de Almeida, Maria da Graça Moreira da Silva, Maria Elizabeth 
Bianconcini de Almeida, Marcos Tarciso Masetto, Marina Graziela Feldmann, Mere 
Abramowicz, Nadia Dumara Ruiz Silveira, Neide de Aquino Noffs, Maria Aparecida da Silva 
Abi Rached (Assistente de Coordenação)
Conselho Editorial
Alessandra Rodrigues, Irani Ferreira da Silva Gerab e Maria da Graça Moreira da Silva
Aos educadores, 
por suas narrativas e 
estratégias inovadoras.
Agradecimentos
Os autores Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida e 
Leandro Wendel Martins agradecem ao CNPQ – Conselho 
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – pelo 
apoio no desenvolvimento de suas pesquisas.
Os autores Ana Valéria Barbosa da Silva, André Luiz 
lopes de Araujo, Everton Odair dos Santos, Fabiana Vicente 
de Carvalho, Liliane Noga, Luís Gustavo Dias da Silva, 
Marisa Garbellini Sensato, Tatsuo Iwata Neto e Verônica 
Martins Cannatá agradecem à CAPES (Coordenação de 
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e à FUNDASP 
(Fundação São Paulo) pelo apoio no desenvolvimento de suas 
pesquisas.
A autora Carla Lira Santos agradece ao Sesc – Serviço 
Social do Comércio e ao Diretor do Departamento Regional 
no Estado de São Paulo, pelo apoio no desenvolvimento de 
suas pesquisas.
A autora Verônica Martins Cannatá ao Colégio Dante 
Alighieri, pelo apoio no desenvolvimento de suas pesquisas.
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................................10
Prof. Dr. Alípio Casali
CONTEXTO DE PRODUÇÃO DO E-BOOK 
USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: 
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS .......................................................15
Profa. Dra. Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida
A CONEXÃO DE SABERES ...........................................................................18
Profa. Dra. Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida
Profa. Dra. Ana Amélia Carvalho
PREFÁCIO .........................................................................................................19
Prof. Dr. Bento Duarte da Silva
USOS DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: 
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS .......................................................33
Carla Lira Santos
O USO DO STORYJUMPER NO FAVORECIMENTO DA ESCRITA 
COLABORATIVA .............................................................................................41
Carla Lira Santos, Priscila Lopes Garcia de Oliveira Gengo e 
Verônica Martins Cannatá
1. Introdução .................................................................................................... 41
2. Storyjumper e nosso relato de experiências ........................................ 45
3. As TDIC para além da experiência vivida com o StoryJumper na 
produção de histórias coletivas ................................................................... 52
4. Considerações finais .................................................................................. 54
STOP MOTION: APRENDIZAGEM E DIVERSÃO .....................................57
Cristiane Samária Gomes da Silva, Fabiana Vicente de Carvalho e 
Tânia Filomena Knittel
1. Introdução .................................................................................................... 57
2. RRI - Pesquisa e Inovação Responsáveis (Responsible Research and 
Innovation) ....................................................................................................... 60
3. Práticas Pedagógicas ................................................................................. 73
3.1. Oficina durante a aula ...................................................................... 50
3.2. Atividade Interdisciplinar (Arte e Tecnologia): 
animação quadro a quadro - imagens e movimentos ........................ 53
3.2.1. Metodologia ........................................................................... 54
3.2.2. Desenvolvimento .................................................................. 54
4. Proposta de Atividade ............................................................................... 57
4.1. Energia acessível e limpa ................................................................. 57
5. Considerações finais .................................................................................. 61
6. Glossário ....................................................................................................... 73
7. Filmografia ...................................................................................................74
A TÉCNICA DO STOP MOTION APLICADO 
A EDUCAÇÃO MUSICAL ...............................................................................76
André Luiz Lopes de Araujo
1. Introdução .................................................................................................... 76
2. Referencial teórico ..................................................................................... 79
2.1. Breve histórico da animação e as origens do stop motion ....... 79
2.2. Stop Motion e o potencial pedagógico em 
diversas disciplinas ................................................................................... 81
2.3. Uso de tecnologias na Educação musical ..................................... 84
3. Considerações finais .................................................................................. 92
ROBÓTICA PEDAGÓGICA: DO PRESENCIAL AO VIRTUAL NO 
ENSINO REMOTO...........................................................................................96
Everton Odair dos Santos e Liliane Noga 
1. Introdução .................................................................................................... 96
2. Robótica Presencial.................................................................................... 98
2.1. Aplicação: EZ-Robots ...................................................................... 100
3. Robótica Virtual ........................................................................................ 104
3.1. Aplicação: CyberRobotics .............................................................. 105
3.2. Aplicação: RobotMind Academy ................................................... 106
4. Robótica Virtual e Gameficação ............................................................ 108
4.1. Aplicação: Robotics ......................................................................... 109
5. Considerações finais ................................................................................ 110
- 9 -
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
GAMIFICAÇÃO E KAHOOT!: DISCUTINDO UMA 
METODOLOGIA DE ENSINO .................................................................... 115
Everton Odair dos Santos e Liliane Noga 
1. Introdução .................................................................................................. 115
2. Metodologias Ativas: Gamificação ........................................................ 116
3. Kahoot! uma possibilidade de recurso digital 
para a gamificação. ....................................................................................... 119
4. Considerações finais ................................................................................ 123
EXPLORANDO O ESCAPE ROOM EDUCATIVO ................................... 126
Leandro Wendel Martins e Marisa Garbellini Sensato 
1. Introdução .................................................................................................. 126
2. Caminhos de estudo ................................................................................ 127
3. Em que consiste o jogo? .......................................................................... 129
3.1. Breve apanhado sobre jogos educativos .................................... 131
4. Mão na massa: desenvolvimento do jogo ............................................ 132
5. Passo a passo para a criação do jogo .................................................... 136
6. Considerações finais ................................................................................ 138
PBL – PROBLEM BASED LEARNING: METODOLOGIA 
E TECNOLOGIA ............................................................................................ 141
Ana Valéria Barbosa da Silva, Luis Gustavo Dias da Silva e Tatsuo Iwata Neto
1. Introdução .................................................................................................. 141
2. No que consiste o Problem Based Learning (PBL)? ........................... 144
3. Onde entram as tecnologias? ................................................................ 149
4. Atividade Prática ...................................................................................... 150
5. Resultados ................................................................................................. 157
6. Considerações finais ................................................................................ 158
A PRODUÇÃO COLETIVA E ON-LINE NO MICROSOFT SWAY ....... 162
Liliane Noga e Verônica Martins Cannatá 
1. Introdução .................................................................................................. 162
2. O Sway e possibilidades educacionais .................................................. 164
3. Considerações finais ................................................................................ 166
4. Apêndice: para saber mais sobre o Sway ............................................. 166
OS AUTORES ................................................................................................ 170
- 10 -
O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
APRESENTAÇÃO1
Alípio Casali
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo 
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
 A dedicatória deste livro dá o tom do que virá: Aos 
educadores, por suas narrativas e estratégias inovadoras. O que 
está em questão é a inovação pedagógica, por mediação de 
narrativas (digitais). Não há como não entrar nesse estimulante 
jogo pedagógico.
Trata-se do registro de relatos de experiências formativas, 
em ambiente colaborativo, em que uma professora-pesquisadora 
e seus alunos-pesquisadores (mestrandos e doutorandos), de 
um Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo, em 
ambiente web 2.0, manejando variadas plataformas de ensino 
remoto, exploram o uso integrado de aplicativos por meio de 
metodologias ativas.
1 Fonte: Pixabay License, Grátis para uso comercial. Atribuição não requerida. Disponível em: 
<https://pixabay.com/pt/illustrations/smartphone-tecnologia-multim%c3%addia-6701409/> 
Acesso em: 29 abr. 2022.
https://pixabay.com/pt/illustrations/smartphone-tecnologia-multim%c3%addia-6701409/
- 11 -
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
StoryJumper, Stop Motion, Robótica Pedagógica, Escape 
Room Educativo – ERE, Problem Based Learning – PBL, Gamificação... 
variados dispositivos foram explorados nessas experiências. Até 
poderia parecer que os educadores-pesquisadores estariam em 
busca de alguma solução de excelência dentre os dispositivos, 
talvez uma substância única que condensasse todas as funções 
pedagógicas do ensinar-aprender, mas não, o que já se mostra 
no começo do caminho e resplandece ao final do texto é que o 
vigor do pedagógico se realiza justamente nas combinações da 
variedade de dispositivos, recursos e metodologias, contanto 
apenas que, ademais da qualidade dos aplicativos, essa prática 
seja colaborativa, integrada, relacionada à vida – portanto, ao 
interesse dos estudantes.
Eu diria que o principal segredo do sucesso do bom uso 
desses dispositivos-aplicativos, relatado neste e-Book, está no 
fato de que eles mobilizam qualidades e capacidades que nos 
reconectam com modos de funcionamento ancestrais da condição 
humana (p.ex., a gamificação), ao mesmo tempo em que nos 
mantêm ligados no estabelecimento de novas conexões com o que 
ainda está por vir (p.ex., a robótica). Trata-se de um paradoxo: o 
novo ganha eficácia quanto mais se ancora no mais ancestral, dirá 
a Antropologia. É o caso mais primário e imediato, por exemplo, da 
gamificação: a combinação de competitividade com colaboração 
é garantia de interesse perene. É sempre o caso de todo ‘lúdico’ 
em geral: pois convoca múltiplas inteligências (H. Gardner) 
simultaneamente, de modo ativo, colaborativo, interdisciplinar; e 
dispara fantasias, mobiliza sinergias, produz resultados concretos. 
Se há uma substância daquilo a que chamamos de ‘pedagógico’, 
ela está por aí, nesse campo.
Não penso, portanto, que seja um exageroidentificar, 
nesse conjunto de atividades atravessadas pelo conhecimento, 
http://p.ex
http://p.ex
- 12 -
O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
a possibilidade de uma completa reinvenção da Pedagogia! Se 
assim for, para que tenha seu acabamento, requerer-se-á apenas 
que ela em breve venha a se cumprir finalmente na escola pública! 
Sabemos que a falta de recursos (leia-se: falta de políticas públicas 
rigorosamente democráticas) é uma barreira ao acabamento dessa 
reinvenção. Por isso, nesse entretanto, as escolas particulares 
podem (devem) seguir cumprindo sua função laboratorial de 
produzir inovação, de demarcar referências de qualidade para as 
futuras políticas públicas – para quando as mesmas se tornarem 
efetivas, pois hoje já não faltam intenções, nem formulações.
Enquanto isso não ocorre, é ainda uma pequena parcela 
de estudantes que têm acesso a essas oportunidades; e essa 
disparidade entre a escola pública e as instituições privadas segue 
servindo, infelizmente, para agudizar ainda mais o já inaceitável 
elitismo-desigualdades no acesso à qualidade pedagógica.
Tudo isso nos remete a um conceito discretamente presente 
no título deste e-Book: “uso de aplicativos”. A ideia de ‘uso’ 
parece banal, de tão presente no nosso cotidiano. Ocorre que a 
mentalidade hegemônica da ‘era da técnica’ reduziu o conceito de 
‘utilidades’ estritamente àquilo que esteja no campo da produção 
ou do consumo (fazendo concessões a outras ‘utilidades’, como 
a do lazer, por exemplo, mas apenas quando esse lazer se fizer 
em ambiente de mercado, mediante consumo de mercadorias 
e serviços, é claro). Nesse ambiente ‘utilitarista’, o ‘pensar’ tem 
grande chance de ser posto na caixinha das ‘inutilidades’.
Nas experiências pedagógicas descritas neste e-Book, 
esta é a principal ameaça ao entendimento adequado do ‘uso’ de 
aplicativos referido no título da obra. Até porque, no alvorecer da 
Economia 4.0, os ‘aplicativos’ têm estado entre as ferramentas 
mercadológicas por excelência. Como toda mercadoria, destinados 
a usar e descartar. Não por acaso, nas intencionalidades do seu 
- 13 -
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
processo produtivo, o ‘uso pedagógico’ dos aplicativos tem 
parecido demasiado com os pretextos para a sua vendabilidade, 
independentemente do fato de que esses aplicativos comportam, 
efetivamente, notáveis potencialidades pedagógicas. Por isso, 
aqui nesta sala de aula da Profa. Maria Elizabeth B. de Almeida 
– e não poderia ter sido de outro modo – a prática coletiva de 
pesquisa foi disparada a partir dessa reversão metamórfica dos 
aplicativos: eles foram tomados substancialmente como objetos 
culturais pedagógicos, não obstante seu caráter mercantil. E 
o seu ‘uso’ se fez do modo mais apropriado desse conceito: 
mediante processos de sua incorporação como sendo elementos 
potencialmente vitais do currículo – portanto, igualmente vitais 
para os educadores-pesquisadores. O vocábulo ‘vital’ aqui não é 
um exagero: pois se trata de dispositivos componentes do jogo de 
ensino-aprendizagem – e este jogo é vital.
Narrativas, estórias, música, cinema, tudo se mostrou 
inerentemente interdisciplinar (usando-se estória com um tema 
com potencial de concreto: ‘síntese de múltiplas determinações’), 
de modo a gerar ganhos de mais autonomia aos estudantes. 
Segundo as experiências aqui descritas, essa potencialidade 
estaria relacionada à combinação de mídias disponibilizadas pela 
cultura digital com as narrativas digitais. E tudo acessível pelo 
smartphone.
Com efeito, os relatos das experiências aqui apresentadas 
confirmam: novos aplicativos estimulam e potencializam 
desdobramentos variados (praticamente infinitos) de ‘usos’. Vale 
lembrar que nossos ancestrais não precisaram de tais estímulos 
tecnológicos para inventar suas estórias e narrativas mágicas, as 
quais nada devem em criatividade às narrativas digitais atuais. 
Pergunta que não quer calar: o quanto a mente e a imaginação 
dos estudantes contemporâneos não poderá resultar dependente 
- 14 -
O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
dessas estimulações tecnológicas para se exercer? Não temos 
resposta (ainda). Poderá ser efeito de gerações, não de apenas 
uma história de um indivíduo. As pesquisas no futuro dirão.
Enquanto isso, a importante e oportuna lição das 
experiências deste grupo de pesquisadores é clara: usar aplicativos 
em práticas pedagógicas em sua máxima potencialidade e 
positividade, mobilizando suas inteligências coletivamente, em 
modo intensamente colaborativo, dialógico, compartilhado, 
pode contribuir para a reinvenção da Pedagogia. Juntar-se nesse 
caminho, a esse percurso (currículo), é aprendizagem e inovação 
na certa.
Referência
ALMEIDA, Maria Elizabeth B. (Org). O uso de aplicativos em práticas 
pedagógicas: possibilidades metodológicas. São Paulo: PUC-SP, 2022. e-Book.
Voltar ao 
Sumário
- 15 -
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
CONTEXTO DE PRODUÇÃO DO E-BOOK2 
USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS 
PEDAGÓGICAS: POSSIBILIDADES 
METODOLÓGICAS 
Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida
Vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo 
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
O presente texto tem o propósito de expor sobre o 
contexto e o processo de produção do e-book de título Uso de 
Aplicativos em práticas pedagógicas: possibilidades metodológicas, 
que representa a análise de professores/pesquisadores sobre a 
experiência educativa diante do contexto pandêmico da Covid-19 
e suas contribuições para práticas pedagógicas na realidade da 
pós-pandemia ou em sua cauda longa. 
Os capítulos deste e-book incorporam diversas tecnologias, 
aplicativos, mídias digitais e multiletramentos nas experiências 
2 Fonte: Pixabay License, Grátis para uso comercial. Atribuição não requerida. Disponível em: 
<https://pixabay.com/pt/illustrations/homem-cabe%c3%a7a-silhueta-tingir-3591573/> 
Acesso em: 17 mai. 2022.
https://pixabay.com/pt/illustrations/homem-cabe%c3%a7a-silhueta-tingir-3591573/
- 16 -
O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
narradas pelos autores sobre práticas pedagógicas desenvolvidas 
com vistas a propiciar a autoria por meio da produção de vídeos, 
animações, textos em hipermídia, criação de objetos robóticos e 
jogos, que impulsionam a expressão criativa, o desenvolvimento 
da criticidade em processos de representação do pensamento e a 
atribuição de significados ao conhecimento. Orienta-se, assim, por 
abordagens educacionais baseadas na ação, na reflexão sobre a 
ação, no diálogo em rede de compartilhamento de experiências e 
na produção colaborativa de conhecimento, segundo a espiral da 
aprendizagem (VALENTE, 2002). 
Este processo de criação representa o desenvolvimento de 
um currículo integrado com as tecnologias digitais de informação 
e comunicação, no qual a professora responsável pela disciplina 
(autora desta apresentação) e os estudantes, mestrandos e 
doutorandos, compõem web currículos (ALMEIDA, 2019) à 
medida que realizam as atividades propostas no âmbito de uma 
disciplina do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo, 
da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Brasil. 
A disciplina, denominada Currículo, tecnologia e pesquisa em 
tempos de isolamento social, foi oferecida em modo remoto, com 
suporte em ambientes virtuais e plataformas computacionais da 
Internet, com vistas a estudar a reconfiguração das práticas em 
distintos contextos educacionais diante da pandemia e propiciar 
aos participantes aprender, ensinar e desenvolver o currículo em 
rede (DIAS, 2019). 
Inspirados no e-book organizado pela Professora Ana Amélia 
Carvalho (2020), da Universidade de Coimbra, sobre aplicações 
para dispositivos móveis e estratégias inovadoras, publicado pelo 
Ministério da Educação de Portugal, a proposta da atividade da 
disciplina da PUC-SP visava experienciar na prática pedagógica o 
uso de aplicativos,analisar suas potencialidades educacionais e, a 
- 17 -
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
partir da análise da prática, identificar as contribuições ao ensino, 
à aprendizagem e ao currículo. 
Por conseguinte, os capítulos versam sobre a análise 
de práticas pedagógicas encetadas por duplas de estudantes/ 
pesquisadores/professores que as conceberam, realizaram, 
narraram e aprimoraram em um processo de revisão colaborativo 
constituído em distintas etapas. Primeiramente cada capítulo foi 
analisado por outros pares, colegas da disciplina, e retornado aos 
autores para os ajustes. Em seguida, foi feita uma revisão pela 
professora responsável e novo retorno aos autores. A terceira 
etapa tratou de uma revisão por pares mais experientes, pós-
doutorandos e doutores egressos do Programa de Pós-Graduação 
em Educação: Currículo, da PUC-SP, com a devida devolutiva. Por 
fim, o conteúdo foi submetido à revisão geral de coesão textual, 
linguagem, normas e referências bibliográficas. Isto posto, o 
processo de produção dos capítulos representa um exercício 
fundamental de colaboração entre pares, de autoria e de formação 
de jovens pesquisadores/ professores. 
Espera-se que o encanto comprometido com a ação dos 
autores cujas vozes são expressas nos capítulos deste e-book, assim 
como nas relevantes apresentações iniciais e prefácio, possam 
inspirar outros professores na proposição de práticas pedagógicas 
autorais. Afinal, cabe ao professor selecionar e criar metodologias 
apropriadas aos seus contextos de trabalho, aos objetivos de 
aprendizagem, às características e necessidades dos estudantes, 
que se mostram ávidos por atividades que propiciem o diálogo, a 
participação, a autoria, a aprendizagem e o desenvolvimento. Desse 
modo, constrói-se uma educação voltada à formação integral do ser 
humano crítico, criativo, respeitoso da diversidade, cidadão do século 
XXI comprometido com a transformação social, a solidariedade e a 
convivência harmoniosa com as diferenças e os diferentes. 
Voltar ao 
Sumário
- 18 -
O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
A CONEXÃO DE SABERES3
Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida4 Ana Amélia Carvalho5 
3 Fonte: Pixabay License, Grátis para uso comercial. Atribuição não requerida. Disponível em: 
<https://pixabay.com/pt/vectors/jogar-%c3%adcone-jogador-bot%c3%a3o-contorno-2297762/> 
Acesso em: 17 maio 2022.
4 Fonte: Pixabay License, Grátis para uso comercial. Atribuição não requerida. Disponível em: 
<https://pixabay.com/pt/illustrations/brasil-bandeira-c%c3%adrculo-colorido-1524451/> 
Acesso em: 29 abr. 2022.
5 Fonte: Pixabay License, Grátis para uso comercial. Atribuição não requerida. 
Disponível em: <https://pixabay.com/pt/illustrations/portugal-bandeira-pa%c3%ads-
na%c3%a7%c3%a3o-2332868/> Acesso em: 29 abr. 2022.
Voltar ao 
Sumário
PREFÁCIO6
Bento Duarte da Silva
Professor Catedrático do Centro de Investigação em Educação 
no Instituto de Educação da Universidade do Minho (Braga/ 
Portugal). Membro do Grupo de Investigação Tecnologia, 
Multiliteracias e Curriculum
Quando a Professora Maria Elizabeth de Almeida me 
convidou para fazer o prefácio deste livro, e me enviou exemplar, 
de imediato, ao deparar-me com seu título “O uso de aplicativos 
em práticas pedagógicas: possibilidades metodológicas”, respondi 
afirmativamente, pois aborda um tema que muito pode contribuir 
para dar resposta aos desafios que a sociedade digital coloca à 
educação escolar. 
Tendo-me sido dada a possibilidade de optar por um texto 
na linguagem escrita ou na linguagem áudio, depois de ler o livro, 
adaptando diversos estilos cognitivos de leitor (ora contemplativo, 
mas também imersivo e ubíquo), entrando no sentido da escrita 
6 Fonte: Pixabay License, Grátis para uso comercial. Atribuição não requerida. Disponível em: 
<https://pixabay.com/pt/photos/gaivota-portugal-algarve-voar-c%c3%a9u-2444497/>. 
Acesso em: 29 abr. 2022.
https://drive.google.com/uc?export=view&id=1h7SYn2d2SiimMwOwB4Sc1KTIfKEFPuou
https://drive.google.com/uc?export=view&id=1oCOJ230jTZFl58ADc15tNu7oDxIXho36
https://pixabay.com/pt/vectors/jogar-%c3%adcone-jogador-bot%c3%a3o-contorno-2297762/
https://pixabay.com/pt/illustrations/brasil-bandeira-c%c3%adrculo-colorido-1524451/
https://pixabay.com/pt/illustrations/portugal-bandeira-pa%c3%ads-na%c3%a7%c3%a3o-2332868/
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https://pixabay.com/pt/service/license/
https://pixabay.com/pt/photos/gaivota-portugal-algarve-voar-c%c3%a9u-2444497/
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POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
PREFÁCIO6
Bento Duarte da Silva
Professor Catedrático do Centro de Investigação em Educação 
no Instituto de Educação da Universidade do Minho (Braga/ 
Portugal). Membro do Grupo de Investigação Tecnologia, 
Multiliteracias e Curriculum
Quando a Professora Maria Elizabeth de Almeida me 
convidou para fazer o prefácio deste livro, e me enviou exemplar, 
de imediato, ao deparar-me com seu título “O uso de aplicativos 
em práticas pedagógicas: possibilidades metodológicas”, respondi 
afirmativamente, pois aborda um tema que muito pode contribuir 
para dar resposta aos desafios que a sociedade digital coloca à 
educação escolar. 
Tendo-me sido dada a possibilidade de optar por um texto 
na linguagem escrita ou na linguagem áudio, depois de ler o livro, 
adaptando diversos estilos cognitivos de leitor (ora contemplativo, 
mas também imersivo e ubíquo), entrando no sentido da escrita 
6 Fonte: Pixabay License, Grátis para uso comercial. Atribuição não requerida. Disponível em: 
<https://pixabay.com/pt/photos/gaivota-portugal-algarve-voar-c%c3%a9u-2444497/>. 
Acesso em: 29 abr. 2022.
https://pixabay.com/pt/service/license/
https://pixabay.com/pt/photos/gaivota-portugal-algarve-voar-c%c3%a9u-2444497/
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O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
hipertextual de alguns capítulos do livro, acabei por considerar 
que o usa da linguagem áudio era o mais adequado.
Nesse sentido, gravei quatro podcasts usando o aplicativo 
dictafone do smartphone (iphone), e, como hoje entramos na 
Primavera, esses episódios foram feitos no ritmo das quatro 
estações de Vivaldi, expondo, em cada um, as razões porque 
considero que este presente livro é deveras relevante para uma 
Educação Digital em Rede. Intitulei os episódios da seguinte 
forma:
1. Processo: inovar com pedagogia do web currículo 
2. Formato: a potência da linguagem hipertextual 
3. Smartphone: o dispositivo para educação digital 
4. Apps: aplicativos para renovar e inovar nas práticas 
pedagógicas 
 A concluir, uma palavra sobre os públicos alvos deste livro. 
Naturalmente, que este livro, pelos temas tratados, tem nos 
professores/as e nos/as estudantes o público privilegiado. Pela 
riqueza das narrativas das experiências pedagógicas pode ser 
uma inestimável fonte de inspiração para que estes destinatários 
façam uma utilização inovadora das tecnologias móveis, com 
seus aplicativos, no processo educativo. Mas, além deste público-
alvo, o livro também deveria chegar aos pais e mães dos jovens 
estudantes, pois muitos ainda são céticos, adotam uma atitude 
incrédula, descrente e desconfiada do uso dos smartphones na 
educação escolar. Ao se depararem com o valor pedagógico deste 
dispositivo móvel, junto a seus aplicativos de aprendizagem, pode 
ser que suas atitudes se transformem e passem a confiar mais 
nos seus usos para tornar a aprendizagem, de seus filhos/as, mais 
enriquecida.
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POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
A terminar, uma palavra final para dar os parabéns à 
organizadora e aos treze autores/as deste livro, todos merecendo 
ser mencionados pelo seu nome neste prefácio. Assim, para a 
Professora Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, organizadora 
do livro, e aos autores dos nove capítulos do livro, Ana Valéria 
Barbosa da Silva, André Luiz Lopes de Araujo, Carla Lira Mendes 
dos Santos, Cristiane Samária Gomes da Silva, EvertonOdair dos 
Santos, Fabiana Vicente de Carvalho, Leandro Wendel Martins, 
Liliane Noga, Luis Gustavo Dias da Silva, Priscila Lopes Garcia 
de Oliveira Gengo, Tânia Filomena Knittel, Tatsuo Iwata Neto e 
Verônica Martins Cannatá, um BEM HAJAM pelo precioso presente 
que nos oferecem com este livro. 
1. Processo: inovar com pedagogia do web currículo 
Da leitura dos nove capítulos do livro “O uso de aplicativos 
em práticas pedagógicas: possibilidades metodológicas”, percebe-
se que o mesmo foi concebido no seio da disciplina “Seminários 
Integrados de Pesquisa: tecnologia e inovação em educação”, 
lecionada em modo remoto devido à pandemia provocada pelo 
coronavírus que levou ao encerramento das atividades presenciais 
em todos os países do mundo, durante o ano de 2020. O mesmo 
aconteceu na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 
Então, a professora Maria Elizabeth de Almeida 
juntamente com seus estudantes, pesquisadores do “Programa 
de Pós-Graduação Educação: Currículo”, da PUC de São Paulo, 
propuseram-se a refletir sobre contextos de aprendizagem com 
usos de aplicativos de tecnologias móveis
Partiram dos estudos da obra Aplicações para dispositivos 
móveis e estratégias inovadoras na educação, organizada pela 
https://drive.google.com/uc?export=view&id=1lmt0ZlQfGrDe7DiZetG9JEJc_rQ-8DQM
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O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
Professora Ana Amélia Carvalho, da Universidade de Coimbra, 
publicada em 2020 pela Direção-Geral da Educação do Ministério 
da Educação de Portugal.
No âmbito da disciplina mencionada, a professora Maria 
Elizabeth de Almeida convidou os estudantes a exercerem o papel 
de pesquisadores, em processo de pesquisa-formação.
A escrita dos textos que compõem o livro deu-se a partir de 
um processo formado por etapas.
Primeiro, no estudo dos capítulos da obra organizada pela 
Professora Ana Amélia Carvalho
Depois, na apresentação das análises efetuadas em 
seminários, mas também na realização de oficinas sobre os 
aplicativos estudados e na reflexão sobre a experiência do 
uso desses aplicativos, alguns dos quais em escolas do ensino 
fundamental e médio do estado de São Paulo.
Por fim, na escrita dos textos para produzir o livro, em 
formato e-book, recorrendo a um aplicativo para produção de 
e-book.
Todo este processo revelou a importância de uma pedagogia 
dialógica e transformadora, tal como Paulo Freire preconizou 
na sua obra Pedagogia da Autonomia, proporcionando que o 
educando se torne sujeito de sua própria aprendizagem.
Este processo trouxe à cena a valorização da pedagógica 
dialógica, tema central de Paulo Freire, que está presente em 
todos os seus escritos, nas dimensões da ação e da reflexão 
fundamentais para uma práxis transformadora.
Ação, na experiência subjetiva que os estudantes tiveram 
com os textos, mas que se prolongou na reflexão, na interpretação 
coletiva dos temas, em seminários, e na praxis transformadora que 
- 23 -
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
se manifestou na abordagem de aplicativos que nem constam da 
obra estudada, nas atividades realizadas nas oficinas pedagógicas, 
nas escolas dos ensinos fundamental e médio, e que se manifestou 
com toda a força na produção dos capítulos que compõem este 
livro.
Se Paulo Freire fosse vivo, ainda frequentasse fisicamente 
a PUC, onde foi professor, no regresso ao Brasil em 1980, depois 
de quase 20 anos de exílio, lecionando no Programa de Educação 
e Currículo, estaria muito feliz por verificar que o seu legado 
está bem vivo nestas práxis de docência, de aprendizagem e de 
pesquisa-formação.
Paulo Freire, seria, com certeza, um dos animadores da ideia 
de um Web Currículo e suas práticas pedagógicas inovadoras, 
constructo idealizado pela Profª Maria Elizabeth de Almeida 
(ALMEIDA, 2014) ao colocar as Tecnologias Digitais de Informação 
e Comunicação, as TDIC, a dialogarem com o Currículo, trazendo-
lhe abertura, plasticidade, a possibilitar que se expanda para além 
das fronteiras espaços temporais da sala de aula e das instituições 
educativas, supere a prescrição regulatória, estabeleça ligações 
com os diferentes espaços do saber e acontecimentos do cotidiano, 
e torne públicas as experiências, os conhecimentos e os valores 
educativos.
Ou seja, um currículo com práticas pedagógicas inovadoras 
que se organizam e se desenvolvem em redes hipertextuais abertas 
ao estabelecimento de novas ligações (entre outras escolas e 
outros agentes educativos, independentemente do local físico 
em que se encontrem), que integra conhecimentos previamente 
elaborados e conhecimentos em construção pelos aprendizes 
(sejam eles estudantes, professores ou outras pessoas).
- 24 -
O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
Todos estes processos, inerentes a uma visão de web 
currículo inovador, estão bem presentes no modo, no processo, 
como a docência desta disciplina foi orientada, culminando na 
produção deste livro.
2. Formato: a potência da linguagem hipertextual
A segunda razão pela qual considero que o livro é relevante 
tem a ver com a linguagem da sua escrita. Naturalmente que o 
e-book é um texto escrito, mas na maioria dos seus capítulos tem 
uma escrita hipertextual, com ligações a outros textos, a outros 
lugares, a outros autores, para além das do próprio texto do livro.
E isso é uma riqueza imensa num livro pedagógico, 
convidando o leitor a visitar outras fontes, outros textos, outros 
sítios, outros autores, que muito ajudam a compreender os 
fundamentos das metodologias pedagógicas possibilitadas pelos 
aplicativos.
Não se trata portanto de um e-book produzido num pdf 
fechado, mas uma obra aberta que desafia os leitores a irem para 
além do livro.
Assim, o livro tem uma escrita não sequencial, é um texto 
que bifurca, que permite ao leitor eleger diferentes itinerários. 
Aproxima-se do que Roland Barthes, na obra S-Z, apresenta como 
texto ideal. Dizia o autor:
Nesse texto ideal, as redes são múltiplas e atuam entre 
si sem que alguma possa impor-se às outras; este texto 
é uma galáxia de significantes, não uma estrutura de 
significados; não tem princípio; é reversível; acede-se 
por diversas entradas, sem que alguma delas possa 
https://drive.google.com/uc?export=view&id=1SlrJTZMPwtbDSBxEeCN68B3YVIewwIw1
- 25 -
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
ser declarada de principal; os códigos que mobiliza 
estendem-se até donde alcança a vista […] neste texto, 
absolutamente plural, os sistemas de signos podem 
impor-se, mas o seu número nunca está limitado, já que 
está baseado na infinidade da linguagem (BARTHES, 
1970, p.12).
 Deste modo, o livro “O uso de aplicativos em práticas 
pedagógicas: possibilidades metodológicas” convida os leitores a 
praticar os estilos cognitivos de leitura propostos pela Professora 
Lucia Santaella, também professora da PUC São Paulo. 
Convida os leitores a terem não só uma leitura de tipo 
contemplativo, concentrado, solitário e silencioso no contato 
íntimo com o livro, mas também a uma leitura movente, saltando 
entre o texto e as imagens dos aplicativos e das experiências 
pedagógicas descritas no livro, desafiando ainda a uma leitura 
imersiva, pois, graças às hiperligações contidas no texto, o leitor 
pode navegar entre nós e conexões, ou seja, ir para além do texto, 
aceder a outras informações, voltando, sempre que entender, ao 
próprio texto do livro. 
Este tipo de leitura, se feita num dispositivo móvel, faz 
entrar o leitor no terreno da leitura ubíqua. O livro passa a estar 
em mobilidade podendo ser transportado para qualquer espaço, 
mantendo a conexão com a internet. Os jovens estão entre os 
usuários ubíquos com mais visibilidade, pois são eles quem mais 
interagem entre si através da mediação dos dispositivos móveis, 
estando conectados o tempo todo e em todos os lugares.
Cada perfil de leitoraciona habilidades cognitivas específicas, 
mas os tipos de leitura não se substituem, complementam-se.
Pela minha parte, enquanto leitor, iniciei com uma 
experiência de leitura contemplativa, concentrada e procurando 
entrar em contato com as ideias dos autores dos capítulos, mas, 
- 26 -
O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
logo que compreendidos os propósitos do livro, passei a uma leitura 
de prática imersiva, indo a outras fontes primárias sugeridas, aos 
sítios dos aplicativos, ver outras experiências pedagógicas com os 
aplicativos, um exercício movente da leitura que tornou o ato de 
ler mais compreensivo e mais prazeroso.
Caberá a cada leitor adotar o seu estilo ao ato de ler, na 
certeza porém que o formato deste livro tem a potência da 
linguagem hipertextual que permite que cada usuário adote não 
só o seu estilo de leitura preferido, mas também experimentar 
outros estilos que lhe permitam alcançar uma maior riqueza 
compreensiva dos temas abordados neste livro.
3. Smartphone: o dispositivo para educação digital
Ao falar-se de aplicativos depreende-se que os mesmos serão 
usados em dispositivos móveis, e, de entre estes, o destaque maior 
vai para os smartphones, o verdadeiro dispositivo móvel que pelas 
suas caraterísticas melhor responde aos desafios da Educação 
Digital. 
A criação do celular, em meados da década de 90 do século 
XX, foi uma verdadeira revolução no ato de comunicarmos a 
distância através da voz, libertando-nos dos telefones fixos 
analógicos. Desde então, a comunicação por voz passou a ser feita 
em mobilidade.
No entanto, a revolução mais profunda aconteceu no início 
do século XXI, em 2007, com a invenção dos celulares inteligentes 
(smartphones), indo muito para além da voz e mensagens escritas 
pois passaram a possibilitar a convergência de uma grande 
variedade de serviços que potenciam o uso da plasticidade da 
https://drive.google.com/uc?export=view&id=1Oq7KR3LLR4_tGMK55TMWMkyP5CiRutL_
- 27 -
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
linguagem hipermídia, materializada na produção de textos, 
imagens, vídeos, entre outras, e, estando dotados de sinal digital 
adaptado à internet, passaram a estar acessíveis em qualquer local 
e a qualquer momento devido à conexão em redes sem fio. Desde 
aí, os seres humanos ganharam noção da sua ubiquidade, podendo 
comunicar de qualquer lugar para qualquer lugar, a qualquer hora, 
desde que esses lugares tivessem conectividade à Internet.
Desde a primeira versão do smartphone, em 2007, aos dias 
de hoje, a evolução verificada nestes celulares inteligentes tem 
sido impressionante.
O autor Dias Figueiredo, em texto intitulado “Que futuro 
para a educação pós-pandemia? Um balanço projetivo”, integrado 
no livro “Estado da Educação 2020”, editado pelo Conselho 
Nacional da Educação, de Portugal, resume a versatilidade da 
seguinte forma:
Para além de permitir a comunicação oral, o smartphone
É livro, dicionário, enciclopédia, biblioteca, câmara 
fotográfica, laboratório de fotografia, câmara de 
vídeo, estúdio de cinema, sala de aula, oficina de 
artes gráficas, scanner de texto e imagem, redação de 
jornal, sala de reuniões, museu, calculadora científica 
e gráfica, ambiente matemático, sistema de gestão de 
bases de dados, processador de texto, folha de cálculo, 
ferramenta de comunicação, instrumento de medida, 
simulador, medidor de dados biológicos, identificador 
de animais, plantas e minerais, diagnóstico de doenças, 
mapa, atlas, bússola, localizador GPS, ferramenta de 
navegação. A lista é interminável!… “ (FIGUEIREDO, p. 
255)
Acresce que a sua popularização fez baixar consideravelmente 
o seu preço, podendo hoje ser adquirido por poucas centenas de 
- 28 -
O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
reais. Como é referido num dos textos do livro, muitos alunos, que 
frequentam escolas públicas, oriundos de meios mais vulneráveis 
em termos financeiros, já possuem um aparelho móvel.
A integração plena na vida quotidiana deste dispositivo 
móvel faz dele o instrumento de apropriação cultural plena, sendo 
o “mediador mais poderoso que alguma vez existiu entre humanos 
e o mundo” (Figueiredo, 2021, p. 256).
A acompanhar esta transformação, também assistimos, 
desde a entrada do século XXI a profundas mudanças no sistema 
de informação mais popular de acesso à internet, a World Wide 
Web (conhecido pelas expressões Web ou WWW).
Se na primeira fase (década de 90 do século XX), a Web esteve 
muito focalizada em dispositivos da pesquisa de informação, 
neste momento já estamos a vivenciar a existência de uma Web 
Ubíqua (a Web 4.0), que permite o acesso a serviços da internet 
em qualquer lugar e em qualquer hora. 
Assim, quinze anos após o lançamento do primeiro 
smartphone e vinte e dois anos após a criação da Web, torna-se 
inquestionável que vivemos num momento de aprofundamento 
da sociedade digital marcado pelo forte pendor da mobilidade e 
ubiquidade. “Conectividade, Mobilidade e Ubiquidade” são as três 
marcas comunicacionais do atual momento societário.
Há diversas investigações sobre a relação dos jovens 
com as tecnologias digitais que nos dizem que o smartphone é 
imprescindível para os jovens, que estes não concebem o dia-a-dia 
sem o seu uso, tendo desenvolvido um verdadeiro caso de amor 
como este dispositivo móvel.
Comprovamos essa relação amorosa, dos jovens com os 
celulares, em pesquisa que realizámos nos inícios do século XXI 
(numa região do Norte de Portugal). Os jovens argumentaram 
- 29 -
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
que o celular permitia-lhes estar online, permanentemente 
contactáveis, a todos os momentos, mesmo durante o período 
noturno.
A realidade mostra, e pesquisas comprovam-no, que 
dificilmente os adolescentes concebem a vida sem Internet, e que 
o acesso a esta rede de comunicação é feito, preferencialmente, 
através do smartphone. Seria bom que os professores, e os pais, 
se convencessem disso.
Infelizmente, o uso do smartphone nas escolas, foi durante 
muito tempo proibido por determinações de políticas educativas 
de muitos países, invocando motivos de distração dos estudantes, 
e mesmo de desrespeito pela privacidade, pelo facto de poderem 
gravar ações ocorridas na sala de aula (SILVA, RAMOS; LENCASTRE, 
BENTO, 2020).
No entanto, em vez de proibir, seria bem melhor ter-se 
optado por lançar um programa de apropriação do smartphone 
para a prática pedagógica, passando pelo desenvolvimento das 
competências dos professores para a exploração dos currículos 
escolares e de pedagogias de educação digital com recurso regular 
aos smartphones e seus aplicativos com finalidades educativas!
Quão diferente teria sido a transição do ensino presencial 
para o remoto, devido ao encerramento das escolas provocado 
pela pandemia covid-19, se já tivesse havido aprendizagem do uso 
pedagógico desse dispositivo móvel, um verdadeiro computador 
que professores e alunos trazem em suas mãos.
Esta deve ser uma das lições a retirar para o período pós-
pandemia. A educação escolar não pode estar desligada dos 
cenários ciberculturais do século XXI. A ação curricular tem nas 
TDIC, de modo muito particular nos smartphones, um forte aliado 
- 30 -
O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
para criar uma verdadeira “sala de aula interativa”, decorra está de 
modo presencial, online ou híbrido. 
4. Apps: aplicativos para renovar e inovar nas práticas 
pedagógicas
Chegamos à quarta razão pela qual considero que o livro é 
relevante: os aplicativos, muitas vezes designados pela abreviatura 
de apps, ou “apps learning” quando usados com finalidades 
educativas.
O crescimento da utilização de dispositivos móveis, como 
smartphones e tablets, tem contribuído para a criação de diversos 
tipos de aplicativos, a serem instaladosno sistema operacional 
do dispositivo móvel, alguns dos quais são criados de raiz com 
finalidades pedagógicas.
Trazer para este livro a descrição de experiências educativas 
com uso de aplicativos, em atos curriculares e pedagógicos, 
práticas de web currículo, torna-se condição fundamental para 
se compreender de que forma os dispositivos móveis podem 
ser utilizadas de forma inovadora em diferentes contextos do 
processo educativo, propiciando experiências de enriquecimento 
das aprendizagens.
Cada um dos nove capítulos deste livro descreve o respectivo 
aplicativo estudado, exemplificando a sua integração nas práticas 
pedagógicas em contextos reais de educação, formação e pesquisa.
Entre os aplicativos estudados, destaque para o storyjumper, 
stop motion, robotics, kahoot, escape room, tricider e sway, 
os quais possibilitam metodologias pedagógicas inovadoras, 
ativas, como a escrita colaborativa, a narrativa digital, a robótica 
https://drive.google.com/uc?export=view&id=1JZxcNl2k5j40GdreLGAakkyCEq8CEsHx
- 31 -
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
educativa (presencial e virtual), o pensamento computacional, a 
pesquisa científica, o jogo educativo e a gamificação, a resolução 
de problemas, e a produção de e-books, de forma colaborativa 
com narrativas hipermidiáticas.
Estas metodologias ativas, inovadores, possibilitadas por 
estes aplicativos, colocam o “desafio à escola e aos professores 
de capacitar o aluno a dar sentido às coisas, compreendê-las e 
contextualizá-las em uma visão mais integradora, ampla, ligada à 
sua vida”, citando um extrato de um texto do livro que aborda esta 
temática. 
Em cada capítulo, os autores partilham suas reflexões 
epistemológicas e experiências pedagógicas inovadoras para 
a consolidação de uma educação de qualidade com uso dos 
aplicativos.
É nosso desejo e esperança que estas narrativas possam 
inspirar novos e ousados atos de currículo, pesquisas e processos 
de ensino e aprendizagem consolidando a visão inovadora do web 
currículo.
Referências
ALMEIDA, Maria Elizabeth. Bianconcini de. Integração currículo e tecnologias: 
concepção e possibilidades de criação de web currículo. In: ALMEIDA, Maria 
Elizabeth. Bianconcini de; ALVES, Dom Robson Medeiros, OSB, LEMOS, Silvana 
Donadio Vilela (orgs.). Web Currículo: aprendizagens, pesquisa e conhecimento 
com uso de tecnologias digitais. Rio de Janeiro, Letra Capital, p. 22-40, 2014. 
Disponível em: https://issuu.com/letracapital/docs/web_curr__culo
BARTHES, Roland. S/Z. Paris, Ed. du Seuil, 1970.
FIGUEIREDO, António Dias de (2021). Que futuro para a educação pós pandemia? 
Um balanço projetivo. In: Estado da Educação 2020. Lisboa, Conselho Nacional 
https://issuu.com/letracapital/docs/web_curr__culo
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O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
de Educação, p. 252-259, 2021. Disponível em: https://www.cnedu.pt/pt/
noticias/cne/1617-estado-educacao-2020
Pereira, Maria da Graça; Silva, Bento. A Tecnologia vista pelos jovens e família e 
sua integração no currículo. Actas do IV Colóquio Sobre Questões Curriculares, 
Universidade de Santa Catarina (Florianópolis / Brasil), 2008. Disponível em 
http://hdl.handle.net/1822/10019 
SANTAELLA, Lucia. O leitor ubíquo e suas consequências para a educação. In: 
Torres, Patrícia Lupion (org.). Complexidade: redes e conexões na produção do 
conhecimento. Curitiba: SENAR - PR., p. 27-44, 2014.
Silva, Bento; RAMOS, Maria Altina; LENCASTRE, José Alberto; BENTO, Marco. 
Utilização inovadora de dispositivos móveis no processo educativo. In: Torres. 
Patrícia Lupion (org.). Ciência, Inovação e Ética: tecendo redes e conexões para a 
produção do conhecimento, Curitiba, SENAR-PR, pp. 331-357, 2020. Disponível 
em: http://hdl.handle.net/1822/70061 
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Sumário
https://www.cnedu.pt/pt/noticias/cne/1617-estado-educacao-2020
https://www.cnedu.pt/pt/noticias/cne/1617-estado-educacao-2020
http://hdl.handle.net/1822/10019
http://hdl.handle.net/1822/70061
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POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
USOS DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS 
PEDAGÓGICAS: POSSIBILIDADES 
METODOLÓGICAS7
Carla Lira Santos
A circunstância do isolamento social, decorrente da 
pandemia do novo Coronavírus (COVID-19), ocasionou a migração 
do espaço escolar para as mais diferentes plataformas de ensino 
remoto. Com salas de aulas ocorrendo no ambiente web 2.0, 
educadores e aprendizes se viram desafiados a viver uma nova 
rotina na qual os usos dos aplicativos, por meio das tecnologias 
com conexão à Internet, trouxeram novas abordagens e 
perspectivas nos processos de aprendizagens e contribuíram para 
que as mais diversas partes do mundo pudessem se tornar locais 
de desenvolvimento de atividades pedagógicas. 
7 Imagem: Pixabay License, Grátis para uso comercial. Atribuição não requerida. Disponível 
em: <https://pixabay.com/pt/illustrations/meios-de-comunica%c3%a7%c3%a3o-sociais-
conex%c3%a3o-3758364/ > Acesso em: 18 jan. 2022.
https://pixabay.com/pt/illustrations/meios-de-comunica%c3%a7%c3%a3o-sociais-conex%c3%a3o-3758364/
https://pixabay.com/pt/illustrations/meios-de-comunica%c3%a7%c3%a3o-sociais-conex%c3%a3o-3758364/
https://drive.google.com/uc?export=view&id=1Q5gWFSglKBlb7tkwSzbhYYK8w9kf47hO
- 34 -
O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
No decorrer das últimas décadas, as Tecnologias Digitais 
de Informação e Comunicação (TDIC) provocaram mudanças nos 
espaços educativos. Como ferramenta colaborativa, as TDIC estão 
cada vez mais incorporadas às práticas docentes, proporcionando 
aos educadores novas possibilidades no desenvolvimento de 
metodologias ativas, “justamente para colocar esse aluno na 
situação de protagonista da sua aprendizagem” (VALENTE, 2019, 
p. 99).
Os usos das tecnologias ocasionaram a aproximação dos 
conteúdos trabalhados em sala de aula à realidade dos estudantes, 
contribuindo com práticas pedagógicas voltadas para formação 
crítica, colaborativa e criativa das pessoas. Essas tecnologias 
desempenharam “um papel essencial no desenvolvimento de 
competências e das múltiplas literacias, indispensáveis para 
enfrentar os desafios e as mudanças inerentes a uma sociedade 
cada vez mais digital” (PEDROSO, 2020, p.9).
Para composição de novas perspectivas curriculares, faz-
se oportuno considerar o saber fazer dos sujeitos como base na 
construção de conhecimentos. Assim, como pontua a professora 
Ana Amélia A. Carvalho, “saber usufruir do que temos à nossa 
disposição exige competências de cidadania digital a todos os 
cidadãos, que têm de ser ajustadas à medida que a tecnologia 
evolui” (CARVALHO, 2020, p. 12).
Embora a produção de conhecimento tenha dimensão 
individual, foi no coletivo que se consolidou as reflexões sobre a 
relação ensino e aprendizagem em ambiente remoto enquanto 
ação problematizadora. Nesse cenário, a professora Dra. Maria 
Elizabeth Bianconi de Almeida juntamente com seus alunos, 
pesquisadores do Programa de Pós-Graduação Educação: 
- 35 -
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
Currículo, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-
SP), cursantes da disciplina Seminários Integrados de Pesquisa: 
tecnologia e inovação em educação, debruçaram-se a refletir sobre 
contextos de aprendizados colaborativos, no qual consideraram 
os usos de aplicativos na formação de professores em um atual 
contexto de ensino remoto e híbrido.
Composto por textos reflexivos sobre os usos das TDIC 
em diferentes propostas educativas, esse e-book reúne relatos 
narrativos de experiências formativas, a partir dos estudos da 
obra Aplicações para dispositivos móveis e estratégias inovadoras 
na educação, organizado por Ana Amélia A. Carvalho (2020). Ao 
longo da realização desse projeto, a professora Maria Elizabeth 
Bianconcini de Almeida convidou os seus alunos a exercerem o 
papel de pesquisadores e participantes, levando em conta a ação 
que contempla a ressignificação das práticas docentes por meio 
do estabelecimento de uma rede de trocas e diálogos.Nesse 
caso, estar inserido em uma relação dialógica, proporcionou 
ao pesquisador-educador tornar-se sujeito de sua própria 
prática pedagógica. Essa ação, levou em conta a interação entre 
professores e alunos em um ambiente universitário, contribuindo 
para a concepção de um currículo em que o gosto pela pesquisa, 
base fundamental da docência, pudesse decorrer do próprio do 
processo característico da construção de saberes (APPLE, 2016).
A escrita dos textos que compõem o e-book se deu a partir de 
um processo formado por etapas, as quais consistiram no estudo 
dos capítulos da obra organizada por Ana Amélia A. Carvalho 
(2020), na apresentação de seminários, realização de oficinas e 
reflexão sobre a experiência de uso das ferramentas estudadas. 
As atividades práticas, por sua vez, foram pautadas pela realização 
de exercícios, possibilitando, dessa forma, o desenvolvimento de 
trabalhos considerando a produção de significação de conteúdo 
- 36 -
O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
de acordo com conhecimentos prévios e vivência de cada sujeito 
envolvido nas oficinas.
No decorrer dos seminários realizados, verificamos a 
interação entre apresentadores e participantes das oficinas, de 
modo que o envolvimento e a contribuição ativa do grupo no 
processo de aprendizagem colaborativo foram vivenciados em 
cada apresentação (TORRES; AMARAL, 2011 apud CARVALHO, 
2015, p. 10347). As atividades práticas tiveram por objetivo 
fornecer subsídios para que o grupo em formação pudesse 
apreender formas como esses aplicativos podem ser utilizados 
em diferentes contextos de aprendizagem. Essas atividades 
possibilitaram reflexões sobre as relações entre suas práticas com 
vistas à colaboração para a construção de um projeto de cidadania 
digital, a partir da articulação ulterior desse conhecimento e sua 
inclusão em um diálogo cultural mais amplo (PORTELLI, 2016). 
Nessa perspectiva, frente ao contexto de isolamento social, 
somado às propostas de retomada das atividades educacionais, 
propor um e-book que tenha por objetivo compartilhar 
experiências e reflexões, a partir das possíveis práticas de usos dos 
aplicativos em um ambiente educativo, no qual a web 2.0 assumiu 
parte constituinte de uma sala de aula, tornou-se de fundamental 
importância no que compete a preparação e sujeitos envolvidos 
nesta nova realidade.
O fortalecimento das narrativas sobre práticas na formação 
docente, revelou a importância de um ensino democrático, que 
vai além das fronteiras nacionais, em que a construção de uma 
tradição nos estudos da educação deverá ser empreendida 
sobretudo por grupos, cujo pensamento crítico se situa na base 
do processo reflexivo sobre as ações exercidas no espaço escolar. 
As intersecções feitas, evidenciadas nos textos apresentados 
nesse e-book, com as práticas realizadas pelo Programa de Pós-
- 37 -
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
Graduação em Educação: Currículo e do Laboratório de Tecnologia 
Educativa, Universidade de Coimbra (LabTE), perpassam por 
ações políticas ancoradas em valores e compromissos éticos, que 
relacionaram o fazer pedagógico, levando em consideração a 
experiência e emancipação humana na construção de um currículo 
(ALMEIDA, SILVA, p. 6, 2011).
A compreensão acerca do processo de aprendizagem 
constitui um aspecto importante para a realização de atividades 
coerentes com os conhecimentos prévios dos estudantes, suas 
expectativas, necessidades e potencial de desenvolvimento. Em 
uma abordagem que remete aos conceitos de uma educação 
humanizadora, não obstante, a professora Maria Elizabeth B. 
de Almeida levou em consideração essa concepção, a partir da 
interação com os estudantes com as apresentações realizadas, 
nas quais ocorreram a integração das experiências do humano 
adquiridas ao longo de sua formação. Logo,
Um dos meios que suscita a motivação interna dos 
alunos é a aprendizagem por problemas ou por 
situações problemas, nas quais a formação de conceito 
se vincula diretamente à sua experiência, a seu dia-
a-dia, a contextos da criação científica, tecnológica e 
social. Os alunos ficam mais motivados ao constatarem 
a utilidade prática de seus conhecimentos na atividade 
produtiva ou criativa (NÚÑEZ, 2009 apud SOUZA; 
JÓFOLI, p. 7, 2011)
E em uma metalinguagem, a realização dessas oficinas 
proporcionaram experiências ímpares, que compartilhadas em 
um ambiente remoto, foram base e motivações para a produção 
de uma narrativa reflexiva em formato e-book. Durante o 
desenvolvimento das atividades nesse período díspar, nos quais 
os alunos (os que apresentaram e aqueles que participaram das 
- 38 -
O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
oficinas) tiveram a oportunidade de vivenciar epidermicamente 
um contexto que envolve um processo de (re)construção 
curricular. A leitura dos capítulos da obra de Ana Amélia Carvalho 
(2020) proporcionou colocarmos em evidência as reconfigurações 
de espaços educativos e seus potenciais para o desenvolvimento 
de novos cenários de aprendizagem. Nesse sentido, estabelecer 
conexão entre as análises apresentadas pelos estudantes com a 
produção curricular digital, possibilitou a recriação de significados 
e a ampliação de repertórios acerca dos usos das TDIC. 
No contexto de aprendizagem, a atribuição de 
significado tem origem na interação social com 
as pessoas, experiências presentes e passadas, 
instituições, tecnologias e objetos culturais e por 
meio da negociação intersubjetiva (ALMEIDA, 2009), 
caracterizando-se como um contexto socio-histórico 
(VYGOTSKY, 1989). (ALMEIDA; VALENTE, 2014, p. 
1165) 
Nesse sentido, os debates tecidos ao longo das aulas 
ministrada pela professora Elizabeth de Almeida tornou-se de 
fundamental importância para uma formação que possibilitou a 
inclusão das TDIC de forma crítica nas ações educativas, na qual 
os alunos -pesquisadores passaram ter acesso aos conhecimentos 
necessários para exercer a mediação nos usos das tecnologias 
na formação de educadores. Diante dos avanços tecnológicos, 
a apropriação dos usos das tecnologias digitais possibilitou a 
ampliação de novas perspectivas e abordagens em uma construção 
curricular. Logo, a partilha desses saberes configurou-se como 
um momento de comunhão entre alunos e professora, no qual 
o exercício de (re)fazer-se fundamenta uma prática baseada no 
processo reflexivo e crítico (FREIRE, 1989).
- 39 -
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
Referências 
ABRAMOVICZ, Mere. A importância dos grupos de formação reflexiva docente 
no interior dos cursos universitários. In: CASTANHO, Sérgio ; CASTANHO, Maria 
Eugênia (orgs.) Temas e Textos em Metodologias do Ensino Superior. Campinas: 
Papirus, 2001 (Coleção Magistério Formação e Trabalho Pedagógico).
ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de; VALENTE, José Armando. Currículo e 
contextos de aprendizagem: integração entre o formal e o não formal por meio 
de tecnologias digitais. Revista e-Curriculum, São Paulo, n. 12 v. 02 maio/out. 
2014, Programa de Pós-graduação Educação: Currículo – PUC-SP. Disponível 
em: http://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum. Acessado em 19 dez. 2020.
ALMEIDA, Maria Elizabeth B. de; SILVA, Maria da Graça Moreira da. Currículo, 
tecnologia e cultura digital. Revista e-curriculum, São Paulo, v. 7 n. 1, Abr. 2011. 
Disponível em: http://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum. Acessado em 19 
dez. 2020.
APPLE, Michael. Prefácio à edição de 25º aniversário (terceira edição). In: 
Ideologia e Currículo. Rio Grande do Sul: Artmed, 2016.
CARVALHO, Ana Amélia. A. Aplicações para dispositivos móveis e estratégias 
inovadoras na educação. Disponível em: https://erte.dge.mec.pt/sites/default/
files/noticias/app_para_dispositivos_moveis.pdf. Acessado em 20 out. 2020.
CARVALHO, Célia Regina de. A escrita colaborativa no ensino superior. In: 
Educere – XII Encontro Nacional de Educação. Paraná: Outubro/2015. Disponível 
em: https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/18364_7990.pdf.Acessado 
em 19 dez. 2020.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 
1989.
PEDROSO, José Vítor. A. Preâmbulo. In: Ana Amélia A. Carvalho (Org.). 
Aplicações para dispositivos móveis e estratégias inovadoras na educação. 
Lisboa: Ministério da Educação, Direção Geral da Educação, p. 9. 2015.
PORTELLI, Alessandro. História oral como arte da escuta. São Paulo: Letra e 
Voz, 2016.
SOUZA, Rosangela Vieira de; JÓFOLI, Zélia Maria Soares. Galperin no Ensino 
de Ciências: uma Sequência Didática Enfocando a Puberdade. In: VIII ENPEC - 
http://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum
http://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum
http://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum
http://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum
https://erte.dge.mec.pt/sites/default/files/noticias/app_para_dispositivos_moveis.pdf
https://erte.dge.mec.pt/sites/default/files/noticias/app_para_dispositivos_moveis.pdf
https://erte.dge.mec.pt/sites/default/files/noticias/app_para_dispositivos_moveis.pdf
https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/18364_7990.pdf
https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/18364_7990.pdf
- 40 -
O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
Encontro Nacional de Pesquisa. Campinas: Dezembro/2011. Disponível em: 
http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/viiienpec/resumos/R1490-1.pdf. Acessado 
em 19 dez. 2020.
VALENTE, José Armando. Tecnologias e Educação à Distância no Ensino 
Superior: uso de metodologias ativas na graduação. Trabalho & Educação, v.28, 
n.1, p.97-113, jan-abr de 2019.
Voltar ao 
Sumário
http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/viiienpec/resumos/R1490-1.pdf
http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/viiienpec/resumos/R1490-1.pdf
- 41 -
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
O USO DO STORYJUMPER NO 
FAVORECIMENTO DA ESCRITA 
COLABORATIVA8
Carla Lira Santos, Priscila Lopes Garcia de Oliveira Gengo e 
Verônica Martins Cannatá
5. Introdução 
Partindo de uma noção do currículo como uma produção 
polissêmica, os usos das Tecnologias Digitais de Informação e 
Comunicação (TDIC) proporcionam a reflexão sobre o processo 
ético que envolve a construção de uma vida escolar também 
digital. Considerando as dimensões sociais, culturais, políticas, 
econômicas, dentre outras, para composição de um currículo que 
abarque a construção da cidadania também digital, há que se 
delinear um percurso no qual a compreensão desses elementos 
8 Imagem: Pixabay License, Grátis para uso comercial. Atribuição não requerida. Disponível em: 
<https://pixabay.com/pt/illustrations/livro-cachorro-contos-de-fadas-794978/> Acesso em: 
18 jan. 2022.
https://pixabay.com/pt/illustrations/livro-cachorro-contos-de-fadas-794978/
https://drive.google.com/uc?export=view&id=1rQ8xEyYCoEx5hrdJ-JiuoEZX1Dvi1tVg
- 42 -
O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
torna-se de fundamental importância para a composição de um 
projeto pedagógico. Diante desse cenário, o pensar sobre as 
práticas, representa um ato de “contínuo indagar sobre o homem 
e o mundo para melhor entendê-los, criticamente” (ABRAMOVICZ, 
2001, p. 138).
A vida escolar nos tempos atuais exige aprendizagem 
constante, no qual o uso das TDIC na web 2.0 encontra suportes 
pertinentes em aplicativos e ferramentas que aproveitam os 
efeitos das redes no desenvolvimento da inteligência coletiva 
(DEMO, 2011). Para proposição de planos de aula dinâmicos, 
abrangentes e que despertem a inclinação para o desenvolvimento 
de trabalhos coletivos entre os alunos, requer um ambiente 
educativo composto por currículo flexível e agregador de novas 
habilidades e competências (GUIMARÃES, 2020, p. 33)
No capítulo do livro organizado por Ana Amélia Carvalho 
(2020), com o título Storyjumper – escrita colaborativa em 
forma de e-book, Daniela Guimarães, em capítulo, apresenta 
a necessidade dos educadores se atentarem aos usos de 
tecnologias, no sentido de potencializar o trabalho colaborativo 
no processo de aprendizagem da leitura e escrita. Dessa forma, 
o professor assumiria o papel de mediador utilizando os recursos 
da tecnologia “como uma forma de responder de modo efetivo 
e capaz aos desafios atuais da escola (...) em uma geração que se 
encontra em permanente conectividade” (GUIMARÃES, 2020, p. 
21).
Apresentando uma breve reflexão sobre a prática coletiva 
no campo educativo, Guimarães (2020) contextualiza a importância 
do uso do aplicativo Storyjumper, de modo que essa opção de 
ferramenta tecnológica passe a fazer parte de um processo 
formativo, cuja problematização dos usos das tecnologias, que 
incentivam a escrita colaborativa, seja feita de modo criativo 
- 43 -
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
pelo professor. Isto é, uma análise crítica sobre a prática é a base 
fundamental da formação que envolve o processo educativo 
consciente para a sociedade do tempo presente e também 
do futuro: “é preciso equipar os alunos com as habilidades de 
que precisam para se tornarem cidadãos ativos, responsáveis 
e engajados” (OECD, 2018, p. 4 apud GUIMARÃES, 2020, p.21). 
Segundo Almeida (2016)
o que antes era considerado ciberespaço digital 
se entrelaça com o espaço físico, convergindo 
com o movimento da vida no cotidiano (JENKINS, 
2008) e criando um espaço híbrido intersticial de 
hipermobilidade (SANTAELLA, 2007) e multimodalidade 
pela combinação de palavras, sons, imagens, animações 
e vídeos, que influi nas concepções de conhecimento 
e nos processos de aprender, fazendo surgir o que 
Santaella (2013) denomina aprendizagem ubíqua. 
(ALMEIDA, 2016, p. 528)
Estas ferramentas, ao fomentar o desenvolvimento do 
trabalho colaborativo em um ambiente híbrido, figuram um 
papel essencial no desenvolvimento de competências e das 
múltiplas habilidades, “indispensáveis para enfrentar os desafios 
e as mudanças inerentes a uma sociedade cada vez mais digital 
(PEDROSO, 2015, p.9).” Nesse contexto, a tecnologia se estabelece 
de modo confluente entre escola e currículo, ligando os alunos 
ao mundo real e proporcionando-os condições para lidarem com 
situações e problemas, 
[...] de modo que estes [os alunos] sejam capazes de 
pensar de forma autónoma, resolver problemas e, 
acima de tudo, saberem liderar ou reconhecerem 
noutros a capacidade de liderança, que lhes permita o 
desenvolvimento do pensamento crítico e do trabalho 
colaborativo” (GUIMARÃES, 2016, p. 241, 242).
- 44 -
O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
Logo, as potencialidades dos usos da tecnologia encontram-
se no desafio de seus usos em atividades diversas que permitam 
inter-relacionar o currículo escolar com o contexto de vida dos 
alunos e com o mundo, como na criação de um livro escrito 
colaborativamente utilizando uma ferramenta disponibilizada em 
ambiente de web 2.0. 
O exercício proposto pela professora doutora Maria 
Elizabeth B. de Almeida, na disciplina Seminário de Pesquisa, 
ministrada no segundo semestre de 2020 no Programa de Pós-
Graduação em Educação: Currículo (PUC-SP), convidou seus alunos 
a colocarem em prática os usos das tecnologias em um espaço 
educativo e a analisarem as potencialidades desses usos. A partir 
dos estudos sobre aplicativos e dispositivos móveis e inovações 
tecnológicas abordados na obra organizada pela professora 
Ana Amélia A. de Carvalho (2020), as autoras ao escolherem 
experimentar junto com os seus colegas o aplicativo StoryJumper, 
aceitaram o desafio de produzir uma escrita colaborativa, por 
meio de oficinas organizadas ao longo das aulas, em tempos de 
isolamento social e em uma sala de aula funcionando apenas em 
ambiente remoto, onde cada aluno e aluna encontravam-se em 
locais distintos fisicamente.
 Nesse contexto, o tripé “ação-reflexão-ação” (MOREIRA; 
SILVA,1994) foi colocado em prática, proporcionando aproximações 
e entrelaçando os participantes com uma proposta crítico-
emancipatória que, por sua vez, ao considerar a relação professor 
e aluno pautada na horizontalidade, considerando a construção 
de conhecimentosrealizado de modo colaborativo como parte 
integrante das práticas diárias. 
A apresentação da ferramenta e a reflexão acerca de 
seus usos em um ambiente educativo, motivaram os alunos a 
participarem ativamente da atividade desenvolvida, reconhecida 
- 45 -
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
por contribuir para o despertar no aluno o desejo de ser autor e 
não apenas o leitor de histórias.
6. Storyjumper e nosso relato de experiências 
Storyjumper é um aplicativo hospedado no domínio 
https://www.storyjumper.com/ que fornece aos seus usuários um 
conjunto de ferramentas intuitivas para escrever e ilustrar histórias 
literárias. Em um ambiente virtual, esse aplicativo proporciona a 
potencialização dos usos dos recursos oferecidos pela Web 2.0, 
estimulando a produção de livros de forma coletiva, despertando 
nos envolvidos o desejo de não serem apenas leitores, mas também 
de contribuírem no papel de autores, ilustradores ou até mesmo 
narradores de suas histórias. Nesse contexto, o educador torna-
se mediador do grupo nos processos de ensino-aprendizagem 
que envolvem a produção textual e conteúdos relacionados ao 
processo de uma escrita significativa para o aluno.
O aplicativo permite importar salas já cadastradas no Google 
Classroom, porém a escola ou instituição educativa precisam 
estar inscritas no GSuite9 for Education, ou buscar a criação de 
uma sala própria no ambiente da ferramenta de forma gratuita. 
A sua interface é intuitiva e de fácil manuseio, na qual apresenta 
um tutorial em formato de vídeo para iniciantes, permitindo ao 
usuário utilizar o repertório de imagens e gráficos oferecidos 
pelo próprio aplicativo, e também fazer o upload de seu arquivo 
pessoal para integrar algo ao texto em construção.
Dentre suas diversas funcionalidades, o aplicativo possibilita 
a criação de portfólios digitais e registros das disciplinas, como 
também diários de bordo e memoriais reflexivos que contemplem 
um histórico das atividades, dos eventos e das ações realizadas 
9 Conjunto de serviços gratuitos Google.
https://www.storyjumper.com/
https://www.storyjumper.com/
- 46 -
O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
ao longo de um período; produções artísticas, bilíngues, makers 
(se pensarmos também no registro de protótipos e etapas de 
produção). Na construção de um portfólio o aplicativo permite 
que cada aluno seja responsável por uma página, ou que parte dos 
alunos sejam responsáveis pela escrita e outros pela narrativa e 
ilustração. Para além da escrita colaborativa com a supervisão e 
mediação do professor, o Storyjumper possibilita o recurso de voz 
que permite a inserção da narração da história, isso o diferencia 
de outras plataformas e apps de colaboração. 
O aplicativo também oferece um guia do autor para que os 
alunos tenham acesso a uma biblioteca de e-books já produzidos 
e com informações úteis de utilização, bem como oferece aos 
docentes um guia do professor com sugestões de planejamento, 
criação, compartilhamento e impressões das produções. Ao finalizar 
a publicação os autores podem optar por fazer um download do 
e-book no formato pdf, gratuitamente, ou solicitar a impressão do 
e-book com um custo. É possível compartilhar o e-book produzido 
e publicado na plataforma apenas com os colegas de turma e 
professor, com o público usuário do storyjumper, com a família e 
com amigos via e-mail ou link, como também postar nas Mídias 
Sociais: Facebook, Pinterest ou Twitter.
Com políticas estruturadas nos códigos e condutas 
baseadas na Children’s Online Privacy Protection Act (COPPA) 
[Lei de Proteção à Privacidade Online das Crianças], busca-se 
preservar crianças e adolescentes, seja com a criação de contas 
pelo educador, por meio da consolidação da sala virtual; ou de 
um responsável, com custos financeiros, para crianças menores 
de 13 anos. Segundo seus termos e políticas, “StoryJumper 
está empenhada em fornecer um lugar colaborativo, seguro e 
encorajador para seus membros escreverem e compartilharem 
- 47 -
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
suas histórias. Para garantir isso, os membros da comunidade 
StoryJumper são responsáveis pelos conteúdos que postam” 
(http://www.storyjumper.com/main/rulesofconduct). A figura 1, 
a seguir, trata-se do slide da apresentação realizada na disciplina 
Seminários Integrados de Pesquisa: tecnologia e inovação em 
educação. Logo abaixo da imagem está o hiperlink de acesso ao 
conteúdo da apresentação:
Figura 1: Apresentação 
Fonte: Elaborado pelas autoras (2020) a partir do layout disponível em 
https://www.slidescarnival.com/ 
Para a atividade realizada com o Storyjumper, convidamos 
os estudantes da disciplina, por meio do Qr Code, a seguir, a 
participarem de uma oficina exploratória do aplicativo, e também 
discutimos algumas das possibilidades de uso pedagógico em 
sala de aula, seja ela presencial, remota ou híbrida, por meio de 
uma apresentação sob o prisma de uma aprendizagem ativa e 
colaborativa dos estudantes e de uma concepção de educação 
para uma sociedade digital.
http://www.storyjumper.com/main/rulesofconduct
https://www.slidescarnival.com/pt-br/modelo-de-apresentacao-gratis-quintus/1424
https://www.slidescarnival.com/
- 48 -
O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
Figura 2: QRCode 
QR Code para visualização completa da apresentação Seminários de Projetos Integrados
De acordo com Guimarães (2016, p. 20), o aplicativo 
estudado permite a reflexão sobre as novas gerações de pessoas 
que valorizam “a utilização da tecnologia e com a qual estão em 
permanente interação, pelo que a aprendizagem ativa e interativa 
não só ajuda a focar a atenção dos alunos como os ajuda a 
aprender.” 
Cabe ressaltar que o aplicativo não pode ser entendido 
apenas como produtor de textos, sem intencionalidade 
pedagógica. Embora todos os seus recursos sejam divertidos e 
engajem os alunos, a grande possibilidade de um aprendizado 
efetivo está na intencionalidade do professor, que pode utilizar-
se desse recurso para envolver os alunos em uma aula dinâmica e 
atrativa para uma geração conectada e imersa na cultura digital. Ao 
mesmo tempo que confere ao professor autonomia para gerir de 
forma flexível o processo de aprendizado, o aplicativo possibilita 
centrar o trabalho docente no desenvolvimento de competências 
e habilidades que preparem os alunos para situações colaborativas 
e produções autorais.
Iniciamos esta atividade discorrendo sobre a importância 
de verificarmos os termos e condições de uso do aplicativo. Feito 
https://docs.google.com/presentation/d/1OleK2WvhcWw97OVUBvZ4Yx08QoFASpsw-luMuQpzvhE/edit?usp=sharing
- 49 -
POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS
isso, propusemos o acesso ao site do Storyjumper, conforme a 
figura 3:
Figura 3: Página Inicial do Storyjumper
Em seguida, solicitamos que efetuassem o login para que 
criássemos juntos um e-book colaborativo da turma, conforme 
mostra a figura 4: 
Figura 4: Capa do livro colaborativo 
Fonte: Elaborado pelas autoras (2020)
- 50 -
O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
Através do compartilhamento de tela, conforme a figura 5, 
pudemos fazer uma navegação de orientação, apresentando os 
templates e demais funcionalidades. 
Figura 5: Possibilidade de gravação
Fonte: Elaborado pelas autoras (2020)
No decurso de realização daquela atividade, discutimos 
sobre a necessidade de um planejamento por parte do professor 
para que a atividade vá para além da simples operacionalidade do 
site, e que a ferramenta possa ser um meio de aprendizado daquilo 
que é proposto, utilizando-se da potencialidade de um trabalho 
criativo: Qual é a temática da aula? Qual o conteúdo do livro? Quais 
as competências que pretendo desenvolver nesta atividade? Qual 
a narrativa? Qual a questão a ser respondida? Essas são perguntas 
que podem promover uma reflexão ao professor antes de lançar a 
proposta de construção do e-book.
Ao final da aula, debatemos

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