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O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS Ana Valéria Barbosa da Silva, André Luiz Lopes de Araujo, Carla Lira Mendes dos Santos, Cristiane Samária Gomes da Silva, Everton Odair dos Santos, Fabiana Vicente de Carvalho Leandro Wendel Martins, Liliane Noga, Luís Gustavo Dias da Silva Marisa Garbellini Sensato, Priscila Lopes Garcia de Oliveira Gengo, Tânia Filomena Knittel, Tatsuo Iwata Neto, Verônica Martins Cannatá Organização: Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida Copyright © 2022 by Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida Cultura Acadêmica Praça da Sé, 108 01001-900 - São Paulo/SP Tel.: (11) 3242-7171 www.culturaacademica.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD U86 O uso de aplicativos em práticas pedagógicas [recurso eletrônico] : possibilidades metodológicas / vários autores ; organizado por Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida. - São Paulo : Cultura Acadêmica Editora, 2022. 173 p. ; ePUB ; 5472 KB. Inclui bibliografia. ISBN: 978-65-5954-258-1 (Ebook) 1. Educação. 2. Práticas pedagógicas. 3. Aplicativos. 4. Tecnologia. I. Almeida, Maria Elizabeth Bianconcini de. II. Título. 2022-2594 CDD 370 CDU 37 Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410 Índice para catálogo sistemático: 1. Educação 370 2. Educação 37 O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS Ana Valéria Barbosa da Silva, André Luiz Lopes de Araujo, Carla Lira Mendes dos Santos, Cristiane Samária Gomes da Silva, Everton Odair dos Santos, Fabiana Vicente de Carvalho Leandro Wendel Martins, Liliane Noga, Luís Gustavo Dias da Silva Marisa Garbellini Sensato, Priscila Lopes Garcia de Oliveira Gengo, Tânia Filomena Knittel, Tatsuo Iwata Neto, Verônica Martins Cannatá Organização: Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida Comitê Editorial Ana Valéria Barbosa da Silva, Carla Lira Mendes dos Santos, Fabiana Vicente de Carvalho, Liliane Noga, Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, Marisa Garbellini Sensato, Verônica Martins Cannatá Organização Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida Autores Ana Valéria Barbosa da Silva, André Luiz Lopes de Araujo, Carla Lira Mendes dos Santos, Cristiane Samária Gomes da Silva, Everton Odair dos Santos, Fabiana Vicente de Carvalho, Leandro Wendel Martins, Liliane Noga, Luis Gustavo Dias da Silva, Priscila Lopes Garcia de Oliveira Gengo, Tânia Filomena Knittel, Tatsuo Iwata Neto, Verônica Martins Cannatá Projeto gráfico e capa Yanderson Rodrigues - Gráfica e Editora Ideal Revisão Crítica Alessandra Rodrigues, Beatriz dos Santos Souza, George Ricardo Stein, Gerlane Perrier, Irani Ferreira da Silva Gerab, Juliana Caetano, Luci Ferraz Revisão ortográfica Márcia Maria Rodrigues Uchôa Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo Coordenação: Alípio Márcio Dias Casali Vice-coordenação: Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida Corpo Docente Alípio Márcio Dias Casali, Ana Maria Aparecida Saul Pinto, Antonio Chizzotti, Branca Jurema Ponce, Fernando José de Almeida, Maria da Graça Moreira da Silva, Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, Marcos Tarciso Masetto, Marina Graziela Feldmann, Mere Abramowicz, Nadia Dumara Ruiz Silveira, Neide de Aquino Noffs, Maria Aparecida da Silva Abi Rached (Assistente de Coordenação) Conselho Editorial Alessandra Rodrigues, Irani Ferreira da Silva Gerab e Maria da Graça Moreira da Silva Aos educadores, por suas narrativas e estratégias inovadoras. Agradecimentos Os autores Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida e Leandro Wendel Martins agradecem ao CNPQ – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – pelo apoio no desenvolvimento de suas pesquisas. Os autores Ana Valéria Barbosa da Silva, André Luiz lopes de Araujo, Everton Odair dos Santos, Fabiana Vicente de Carvalho, Liliane Noga, Luís Gustavo Dias da Silva, Marisa Garbellini Sensato, Tatsuo Iwata Neto e Verônica Martins Cannatá agradecem à CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e à FUNDASP (Fundação São Paulo) pelo apoio no desenvolvimento de suas pesquisas. A autora Carla Lira Santos agradece ao Sesc – Serviço Social do Comércio e ao Diretor do Departamento Regional no Estado de São Paulo, pelo apoio no desenvolvimento de suas pesquisas. A autora Verônica Martins Cannatá ao Colégio Dante Alighieri, pelo apoio no desenvolvimento de suas pesquisas. Sumário APRESENTAÇÃO ............................................................................................10 Prof. Dr. Alípio Casali CONTEXTO DE PRODUÇÃO DO E-BOOK USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS .......................................................15 Profa. Dra. Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida A CONEXÃO DE SABERES ...........................................................................18 Profa. Dra. Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida Profa. Dra. Ana Amélia Carvalho PREFÁCIO .........................................................................................................19 Prof. Dr. Bento Duarte da Silva USOS DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS .......................................................33 Carla Lira Santos O USO DO STORYJUMPER NO FAVORECIMENTO DA ESCRITA COLABORATIVA .............................................................................................41 Carla Lira Santos, Priscila Lopes Garcia de Oliveira Gengo e Verônica Martins Cannatá 1. Introdução .................................................................................................... 41 2. Storyjumper e nosso relato de experiências ........................................ 45 3. As TDIC para além da experiência vivida com o StoryJumper na produção de histórias coletivas ................................................................... 52 4. Considerações finais .................................................................................. 54 STOP MOTION: APRENDIZAGEM E DIVERSÃO .....................................57 Cristiane Samária Gomes da Silva, Fabiana Vicente de Carvalho e Tânia Filomena Knittel 1. Introdução .................................................................................................... 57 2. RRI - Pesquisa e Inovação Responsáveis (Responsible Research and Innovation) ....................................................................................................... 60 3. Práticas Pedagógicas ................................................................................. 73 3.1. Oficina durante a aula ...................................................................... 50 3.2. Atividade Interdisciplinar (Arte e Tecnologia): animação quadro a quadro - imagens e movimentos ........................ 53 3.2.1. Metodologia ........................................................................... 54 3.2.2. Desenvolvimento .................................................................. 54 4. Proposta de Atividade ............................................................................... 57 4.1. Energia acessível e limpa ................................................................. 57 5. Considerações finais .................................................................................. 61 6. Glossário ....................................................................................................... 73 7. Filmografia ...................................................................................................74 A TÉCNICA DO STOP MOTION APLICADO A EDUCAÇÃO MUSICAL ...............................................................................76 André Luiz Lopes de Araujo 1. Introdução .................................................................................................... 76 2. Referencial teórico ..................................................................................... 79 2.1. Breve histórico da animação e as origens do stop motion ....... 79 2.2. Stop Motion e o potencial pedagógico em diversas disciplinas ................................................................................... 81 2.3. Uso de tecnologias na Educação musical ..................................... 84 3. Considerações finais .................................................................................. 92 ROBÓTICA PEDAGÓGICA: DO PRESENCIAL AO VIRTUAL NO ENSINO REMOTO...........................................................................................96 Everton Odair dos Santos e Liliane Noga 1. Introdução .................................................................................................... 96 2. Robótica Presencial.................................................................................... 98 2.1. Aplicação: EZ-Robots ...................................................................... 100 3. Robótica Virtual ........................................................................................ 104 3.1. Aplicação: CyberRobotics .............................................................. 105 3.2. Aplicação: RobotMind Academy ................................................... 106 4. Robótica Virtual e Gameficação ............................................................ 108 4.1. Aplicação: Robotics ......................................................................... 109 5. Considerações finais ................................................................................ 110 - 9 - POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS GAMIFICAÇÃO E KAHOOT!: DISCUTINDO UMA METODOLOGIA DE ENSINO .................................................................... 115 Everton Odair dos Santos e Liliane Noga 1. Introdução .................................................................................................. 115 2. Metodologias Ativas: Gamificação ........................................................ 116 3. Kahoot! uma possibilidade de recurso digital para a gamificação. ....................................................................................... 119 4. Considerações finais ................................................................................ 123 EXPLORANDO O ESCAPE ROOM EDUCATIVO ................................... 126 Leandro Wendel Martins e Marisa Garbellini Sensato 1. Introdução .................................................................................................. 126 2. Caminhos de estudo ................................................................................ 127 3. Em que consiste o jogo? .......................................................................... 129 3.1. Breve apanhado sobre jogos educativos .................................... 131 4. Mão na massa: desenvolvimento do jogo ............................................ 132 5. Passo a passo para a criação do jogo .................................................... 136 6. Considerações finais ................................................................................ 138 PBL – PROBLEM BASED LEARNING: METODOLOGIA E TECNOLOGIA ............................................................................................ 141 Ana Valéria Barbosa da Silva, Luis Gustavo Dias da Silva e Tatsuo Iwata Neto 1. Introdução .................................................................................................. 141 2. No que consiste o Problem Based Learning (PBL)? ........................... 144 3. Onde entram as tecnologias? ................................................................ 149 4. Atividade Prática ...................................................................................... 150 5. Resultados ................................................................................................. 157 6. Considerações finais ................................................................................ 158 A PRODUÇÃO COLETIVA E ON-LINE NO MICROSOFT SWAY ....... 162 Liliane Noga e Verônica Martins Cannatá 1. Introdução .................................................................................................. 162 2. O Sway e possibilidades educacionais .................................................. 164 3. Considerações finais ................................................................................ 166 4. Apêndice: para saber mais sobre o Sway ............................................. 166 OS AUTORES ................................................................................................ 170 - 10 - O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS APRESENTAÇÃO1 Alípio Casali Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo Pontifícia Universidade Católica de São Paulo A dedicatória deste livro dá o tom do que virá: Aos educadores, por suas narrativas e estratégias inovadoras. O que está em questão é a inovação pedagógica, por mediação de narrativas (digitais). Não há como não entrar nesse estimulante jogo pedagógico. Trata-se do registro de relatos de experiências formativas, em ambiente colaborativo, em que uma professora-pesquisadora e seus alunos-pesquisadores (mestrandos e doutorandos), de um Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo, em ambiente web 2.0, manejando variadas plataformas de ensino remoto, exploram o uso integrado de aplicativos por meio de metodologias ativas. 1 Fonte: Pixabay License, Grátis para uso comercial. Atribuição não requerida. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/illustrations/smartphone-tecnologia-multim%c3%addia-6701409/> Acesso em: 29 abr. 2022. https://pixabay.com/pt/illustrations/smartphone-tecnologia-multim%c3%addia-6701409/ - 11 - POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS StoryJumper, Stop Motion, Robótica Pedagógica, Escape Room Educativo – ERE, Problem Based Learning – PBL, Gamificação... variados dispositivos foram explorados nessas experiências. Até poderia parecer que os educadores-pesquisadores estariam em busca de alguma solução de excelência dentre os dispositivos, talvez uma substância única que condensasse todas as funções pedagógicas do ensinar-aprender, mas não, o que já se mostra no começo do caminho e resplandece ao final do texto é que o vigor do pedagógico se realiza justamente nas combinações da variedade de dispositivos, recursos e metodologias, contanto apenas que, ademais da qualidade dos aplicativos, essa prática seja colaborativa, integrada, relacionada à vida – portanto, ao interesse dos estudantes. Eu diria que o principal segredo do sucesso do bom uso desses dispositivos-aplicativos, relatado neste e-Book, está no fato de que eles mobilizam qualidades e capacidades que nos reconectam com modos de funcionamento ancestrais da condição humana (p.ex., a gamificação), ao mesmo tempo em que nos mantêm ligados no estabelecimento de novas conexões com o que ainda está por vir (p.ex., a robótica). Trata-se de um paradoxo: o novo ganha eficácia quanto mais se ancora no mais ancestral, dirá a Antropologia. É o caso mais primário e imediato, por exemplo, da gamificação: a combinação de competitividade com colaboração é garantia de interesse perene. É sempre o caso de todo ‘lúdico’ em geral: pois convoca múltiplas inteligências (H. Gardner) simultaneamente, de modo ativo, colaborativo, interdisciplinar; e dispara fantasias, mobiliza sinergias, produz resultados concretos. Se há uma substância daquilo a que chamamos de ‘pedagógico’, ela está por aí, nesse campo. Não penso, portanto, que seja um exageroidentificar, nesse conjunto de atividades atravessadas pelo conhecimento, http://p.ex http://p.ex - 12 - O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS a possibilidade de uma completa reinvenção da Pedagogia! Se assim for, para que tenha seu acabamento, requerer-se-á apenas que ela em breve venha a se cumprir finalmente na escola pública! Sabemos que a falta de recursos (leia-se: falta de políticas públicas rigorosamente democráticas) é uma barreira ao acabamento dessa reinvenção. Por isso, nesse entretanto, as escolas particulares podem (devem) seguir cumprindo sua função laboratorial de produzir inovação, de demarcar referências de qualidade para as futuras políticas públicas – para quando as mesmas se tornarem efetivas, pois hoje já não faltam intenções, nem formulações. Enquanto isso não ocorre, é ainda uma pequena parcela de estudantes que têm acesso a essas oportunidades; e essa disparidade entre a escola pública e as instituições privadas segue servindo, infelizmente, para agudizar ainda mais o já inaceitável elitismo-desigualdades no acesso à qualidade pedagógica. Tudo isso nos remete a um conceito discretamente presente no título deste e-Book: “uso de aplicativos”. A ideia de ‘uso’ parece banal, de tão presente no nosso cotidiano. Ocorre que a mentalidade hegemônica da ‘era da técnica’ reduziu o conceito de ‘utilidades’ estritamente àquilo que esteja no campo da produção ou do consumo (fazendo concessões a outras ‘utilidades’, como a do lazer, por exemplo, mas apenas quando esse lazer se fizer em ambiente de mercado, mediante consumo de mercadorias e serviços, é claro). Nesse ambiente ‘utilitarista’, o ‘pensar’ tem grande chance de ser posto na caixinha das ‘inutilidades’. Nas experiências pedagógicas descritas neste e-Book, esta é a principal ameaça ao entendimento adequado do ‘uso’ de aplicativos referido no título da obra. Até porque, no alvorecer da Economia 4.0, os ‘aplicativos’ têm estado entre as ferramentas mercadológicas por excelência. Como toda mercadoria, destinados a usar e descartar. Não por acaso, nas intencionalidades do seu - 13 - POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS processo produtivo, o ‘uso pedagógico’ dos aplicativos tem parecido demasiado com os pretextos para a sua vendabilidade, independentemente do fato de que esses aplicativos comportam, efetivamente, notáveis potencialidades pedagógicas. Por isso, aqui nesta sala de aula da Profa. Maria Elizabeth B. de Almeida – e não poderia ter sido de outro modo – a prática coletiva de pesquisa foi disparada a partir dessa reversão metamórfica dos aplicativos: eles foram tomados substancialmente como objetos culturais pedagógicos, não obstante seu caráter mercantil. E o seu ‘uso’ se fez do modo mais apropriado desse conceito: mediante processos de sua incorporação como sendo elementos potencialmente vitais do currículo – portanto, igualmente vitais para os educadores-pesquisadores. O vocábulo ‘vital’ aqui não é um exagero: pois se trata de dispositivos componentes do jogo de ensino-aprendizagem – e este jogo é vital. Narrativas, estórias, música, cinema, tudo se mostrou inerentemente interdisciplinar (usando-se estória com um tema com potencial de concreto: ‘síntese de múltiplas determinações’), de modo a gerar ganhos de mais autonomia aos estudantes. Segundo as experiências aqui descritas, essa potencialidade estaria relacionada à combinação de mídias disponibilizadas pela cultura digital com as narrativas digitais. E tudo acessível pelo smartphone. Com efeito, os relatos das experiências aqui apresentadas confirmam: novos aplicativos estimulam e potencializam desdobramentos variados (praticamente infinitos) de ‘usos’. Vale lembrar que nossos ancestrais não precisaram de tais estímulos tecnológicos para inventar suas estórias e narrativas mágicas, as quais nada devem em criatividade às narrativas digitais atuais. Pergunta que não quer calar: o quanto a mente e a imaginação dos estudantes contemporâneos não poderá resultar dependente - 14 - O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS dessas estimulações tecnológicas para se exercer? Não temos resposta (ainda). Poderá ser efeito de gerações, não de apenas uma história de um indivíduo. As pesquisas no futuro dirão. Enquanto isso, a importante e oportuna lição das experiências deste grupo de pesquisadores é clara: usar aplicativos em práticas pedagógicas em sua máxima potencialidade e positividade, mobilizando suas inteligências coletivamente, em modo intensamente colaborativo, dialógico, compartilhado, pode contribuir para a reinvenção da Pedagogia. Juntar-se nesse caminho, a esse percurso (currículo), é aprendizagem e inovação na certa. Referência ALMEIDA, Maria Elizabeth B. (Org). O uso de aplicativos em práticas pedagógicas: possibilidades metodológicas. São Paulo: PUC-SP, 2022. e-Book. Voltar ao Sumário - 15 - POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS CONTEXTO DE PRODUÇÃO DO E-BOOK2 USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida Vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo Pontifícia Universidade Católica de São Paulo O presente texto tem o propósito de expor sobre o contexto e o processo de produção do e-book de título Uso de Aplicativos em práticas pedagógicas: possibilidades metodológicas, que representa a análise de professores/pesquisadores sobre a experiência educativa diante do contexto pandêmico da Covid-19 e suas contribuições para práticas pedagógicas na realidade da pós-pandemia ou em sua cauda longa. Os capítulos deste e-book incorporam diversas tecnologias, aplicativos, mídias digitais e multiletramentos nas experiências 2 Fonte: Pixabay License, Grátis para uso comercial. Atribuição não requerida. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/illustrations/homem-cabe%c3%a7a-silhueta-tingir-3591573/> Acesso em: 17 mai. 2022. https://pixabay.com/pt/illustrations/homem-cabe%c3%a7a-silhueta-tingir-3591573/ - 16 - O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS narradas pelos autores sobre práticas pedagógicas desenvolvidas com vistas a propiciar a autoria por meio da produção de vídeos, animações, textos em hipermídia, criação de objetos robóticos e jogos, que impulsionam a expressão criativa, o desenvolvimento da criticidade em processos de representação do pensamento e a atribuição de significados ao conhecimento. Orienta-se, assim, por abordagens educacionais baseadas na ação, na reflexão sobre a ação, no diálogo em rede de compartilhamento de experiências e na produção colaborativa de conhecimento, segundo a espiral da aprendizagem (VALENTE, 2002). Este processo de criação representa o desenvolvimento de um currículo integrado com as tecnologias digitais de informação e comunicação, no qual a professora responsável pela disciplina (autora desta apresentação) e os estudantes, mestrandos e doutorandos, compõem web currículos (ALMEIDA, 2019) à medida que realizam as atividades propostas no âmbito de uma disciplina do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Brasil. A disciplina, denominada Currículo, tecnologia e pesquisa em tempos de isolamento social, foi oferecida em modo remoto, com suporte em ambientes virtuais e plataformas computacionais da Internet, com vistas a estudar a reconfiguração das práticas em distintos contextos educacionais diante da pandemia e propiciar aos participantes aprender, ensinar e desenvolver o currículo em rede (DIAS, 2019). Inspirados no e-book organizado pela Professora Ana Amélia Carvalho (2020), da Universidade de Coimbra, sobre aplicações para dispositivos móveis e estratégias inovadoras, publicado pelo Ministério da Educação de Portugal, a proposta da atividade da disciplina da PUC-SP visava experienciar na prática pedagógica o uso de aplicativos,analisar suas potencialidades educacionais e, a - 17 - POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS partir da análise da prática, identificar as contribuições ao ensino, à aprendizagem e ao currículo. Por conseguinte, os capítulos versam sobre a análise de práticas pedagógicas encetadas por duplas de estudantes/ pesquisadores/professores que as conceberam, realizaram, narraram e aprimoraram em um processo de revisão colaborativo constituído em distintas etapas. Primeiramente cada capítulo foi analisado por outros pares, colegas da disciplina, e retornado aos autores para os ajustes. Em seguida, foi feita uma revisão pela professora responsável e novo retorno aos autores. A terceira etapa tratou de uma revisão por pares mais experientes, pós- doutorandos e doutores egressos do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo, da PUC-SP, com a devida devolutiva. Por fim, o conteúdo foi submetido à revisão geral de coesão textual, linguagem, normas e referências bibliográficas. Isto posto, o processo de produção dos capítulos representa um exercício fundamental de colaboração entre pares, de autoria e de formação de jovens pesquisadores/ professores. Espera-se que o encanto comprometido com a ação dos autores cujas vozes são expressas nos capítulos deste e-book, assim como nas relevantes apresentações iniciais e prefácio, possam inspirar outros professores na proposição de práticas pedagógicas autorais. Afinal, cabe ao professor selecionar e criar metodologias apropriadas aos seus contextos de trabalho, aos objetivos de aprendizagem, às características e necessidades dos estudantes, que se mostram ávidos por atividades que propiciem o diálogo, a participação, a autoria, a aprendizagem e o desenvolvimento. Desse modo, constrói-se uma educação voltada à formação integral do ser humano crítico, criativo, respeitoso da diversidade, cidadão do século XXI comprometido com a transformação social, a solidariedade e a convivência harmoniosa com as diferenças e os diferentes. Voltar ao Sumário - 18 - O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS A CONEXÃO DE SABERES3 Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida4 Ana Amélia Carvalho5 3 Fonte: Pixabay License, Grátis para uso comercial. Atribuição não requerida. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/vectors/jogar-%c3%adcone-jogador-bot%c3%a3o-contorno-2297762/> Acesso em: 17 maio 2022. 4 Fonte: Pixabay License, Grátis para uso comercial. Atribuição não requerida. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/illustrations/brasil-bandeira-c%c3%adrculo-colorido-1524451/> Acesso em: 29 abr. 2022. 5 Fonte: Pixabay License, Grátis para uso comercial. Atribuição não requerida. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/illustrations/portugal-bandeira-pa%c3%ads- na%c3%a7%c3%a3o-2332868/> Acesso em: 29 abr. 2022. Voltar ao Sumário PREFÁCIO6 Bento Duarte da Silva Professor Catedrático do Centro de Investigação em Educação no Instituto de Educação da Universidade do Minho (Braga/ Portugal). Membro do Grupo de Investigação Tecnologia, Multiliteracias e Curriculum Quando a Professora Maria Elizabeth de Almeida me convidou para fazer o prefácio deste livro, e me enviou exemplar, de imediato, ao deparar-me com seu título “O uso de aplicativos em práticas pedagógicas: possibilidades metodológicas”, respondi afirmativamente, pois aborda um tema que muito pode contribuir para dar resposta aos desafios que a sociedade digital coloca à educação escolar. Tendo-me sido dada a possibilidade de optar por um texto na linguagem escrita ou na linguagem áudio, depois de ler o livro, adaptando diversos estilos cognitivos de leitor (ora contemplativo, mas também imersivo e ubíquo), entrando no sentido da escrita 6 Fonte: Pixabay License, Grátis para uso comercial. Atribuição não requerida. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/photos/gaivota-portugal-algarve-voar-c%c3%a9u-2444497/>. Acesso em: 29 abr. 2022. https://drive.google.com/uc?export=view&id=1h7SYn2d2SiimMwOwB4Sc1KTIfKEFPuou https://drive.google.com/uc?export=view&id=1oCOJ230jTZFl58ADc15tNu7oDxIXho36 https://pixabay.com/pt/vectors/jogar-%c3%adcone-jogador-bot%c3%a3o-contorno-2297762/ https://pixabay.com/pt/illustrations/brasil-bandeira-c%c3%adrculo-colorido-1524451/ https://pixabay.com/pt/illustrations/portugal-bandeira-pa%c3%ads-na%c3%a7%c3%a3o-2332868/ https://pixabay.com/pt/illustrations/portugal-bandeira-pa%c3%ads-na%c3%a7%c3%a3o-2332868/ https://pixabay.com/pt/service/license/ https://pixabay.com/pt/photos/gaivota-portugal-algarve-voar-c%c3%a9u-2444497/ - 19 - POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS PREFÁCIO6 Bento Duarte da Silva Professor Catedrático do Centro de Investigação em Educação no Instituto de Educação da Universidade do Minho (Braga/ Portugal). Membro do Grupo de Investigação Tecnologia, Multiliteracias e Curriculum Quando a Professora Maria Elizabeth de Almeida me convidou para fazer o prefácio deste livro, e me enviou exemplar, de imediato, ao deparar-me com seu título “O uso de aplicativos em práticas pedagógicas: possibilidades metodológicas”, respondi afirmativamente, pois aborda um tema que muito pode contribuir para dar resposta aos desafios que a sociedade digital coloca à educação escolar. Tendo-me sido dada a possibilidade de optar por um texto na linguagem escrita ou na linguagem áudio, depois de ler o livro, adaptando diversos estilos cognitivos de leitor (ora contemplativo, mas também imersivo e ubíquo), entrando no sentido da escrita 6 Fonte: Pixabay License, Grátis para uso comercial. Atribuição não requerida. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/photos/gaivota-portugal-algarve-voar-c%c3%a9u-2444497/>. Acesso em: 29 abr. 2022. https://pixabay.com/pt/service/license/ https://pixabay.com/pt/photos/gaivota-portugal-algarve-voar-c%c3%a9u-2444497/ - 20 - O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS hipertextual de alguns capítulos do livro, acabei por considerar que o usa da linguagem áudio era o mais adequado. Nesse sentido, gravei quatro podcasts usando o aplicativo dictafone do smartphone (iphone), e, como hoje entramos na Primavera, esses episódios foram feitos no ritmo das quatro estações de Vivaldi, expondo, em cada um, as razões porque considero que este presente livro é deveras relevante para uma Educação Digital em Rede. Intitulei os episódios da seguinte forma: 1. Processo: inovar com pedagogia do web currículo 2. Formato: a potência da linguagem hipertextual 3. Smartphone: o dispositivo para educação digital 4. Apps: aplicativos para renovar e inovar nas práticas pedagógicas A concluir, uma palavra sobre os públicos alvos deste livro. Naturalmente, que este livro, pelos temas tratados, tem nos professores/as e nos/as estudantes o público privilegiado. Pela riqueza das narrativas das experiências pedagógicas pode ser uma inestimável fonte de inspiração para que estes destinatários façam uma utilização inovadora das tecnologias móveis, com seus aplicativos, no processo educativo. Mas, além deste público- alvo, o livro também deveria chegar aos pais e mães dos jovens estudantes, pois muitos ainda são céticos, adotam uma atitude incrédula, descrente e desconfiada do uso dos smartphones na educação escolar. Ao se depararem com o valor pedagógico deste dispositivo móvel, junto a seus aplicativos de aprendizagem, pode ser que suas atitudes se transformem e passem a confiar mais nos seus usos para tornar a aprendizagem, de seus filhos/as, mais enriquecida. - 21 - POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS A terminar, uma palavra final para dar os parabéns à organizadora e aos treze autores/as deste livro, todos merecendo ser mencionados pelo seu nome neste prefácio. Assim, para a Professora Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, organizadora do livro, e aos autores dos nove capítulos do livro, Ana Valéria Barbosa da Silva, André Luiz Lopes de Araujo, Carla Lira Mendes dos Santos, Cristiane Samária Gomes da Silva, EvertonOdair dos Santos, Fabiana Vicente de Carvalho, Leandro Wendel Martins, Liliane Noga, Luis Gustavo Dias da Silva, Priscila Lopes Garcia de Oliveira Gengo, Tânia Filomena Knittel, Tatsuo Iwata Neto e Verônica Martins Cannatá, um BEM HAJAM pelo precioso presente que nos oferecem com este livro. 1. Processo: inovar com pedagogia do web currículo Da leitura dos nove capítulos do livro “O uso de aplicativos em práticas pedagógicas: possibilidades metodológicas”, percebe- se que o mesmo foi concebido no seio da disciplina “Seminários Integrados de Pesquisa: tecnologia e inovação em educação”, lecionada em modo remoto devido à pandemia provocada pelo coronavírus que levou ao encerramento das atividades presenciais em todos os países do mundo, durante o ano de 2020. O mesmo aconteceu na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Então, a professora Maria Elizabeth de Almeida juntamente com seus estudantes, pesquisadores do “Programa de Pós-Graduação Educação: Currículo”, da PUC de São Paulo, propuseram-se a refletir sobre contextos de aprendizagem com usos de aplicativos de tecnologias móveis Partiram dos estudos da obra Aplicações para dispositivos móveis e estratégias inovadoras na educação, organizada pela https://drive.google.com/uc?export=view&id=1lmt0ZlQfGrDe7DiZetG9JEJc_rQ-8DQM - 22 - O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS Professora Ana Amélia Carvalho, da Universidade de Coimbra, publicada em 2020 pela Direção-Geral da Educação do Ministério da Educação de Portugal. No âmbito da disciplina mencionada, a professora Maria Elizabeth de Almeida convidou os estudantes a exercerem o papel de pesquisadores, em processo de pesquisa-formação. A escrita dos textos que compõem o livro deu-se a partir de um processo formado por etapas. Primeiro, no estudo dos capítulos da obra organizada pela Professora Ana Amélia Carvalho Depois, na apresentação das análises efetuadas em seminários, mas também na realização de oficinas sobre os aplicativos estudados e na reflexão sobre a experiência do uso desses aplicativos, alguns dos quais em escolas do ensino fundamental e médio do estado de São Paulo. Por fim, na escrita dos textos para produzir o livro, em formato e-book, recorrendo a um aplicativo para produção de e-book. Todo este processo revelou a importância de uma pedagogia dialógica e transformadora, tal como Paulo Freire preconizou na sua obra Pedagogia da Autonomia, proporcionando que o educando se torne sujeito de sua própria aprendizagem. Este processo trouxe à cena a valorização da pedagógica dialógica, tema central de Paulo Freire, que está presente em todos os seus escritos, nas dimensões da ação e da reflexão fundamentais para uma práxis transformadora. Ação, na experiência subjetiva que os estudantes tiveram com os textos, mas que se prolongou na reflexão, na interpretação coletiva dos temas, em seminários, e na praxis transformadora que - 23 - POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS se manifestou na abordagem de aplicativos que nem constam da obra estudada, nas atividades realizadas nas oficinas pedagógicas, nas escolas dos ensinos fundamental e médio, e que se manifestou com toda a força na produção dos capítulos que compõem este livro. Se Paulo Freire fosse vivo, ainda frequentasse fisicamente a PUC, onde foi professor, no regresso ao Brasil em 1980, depois de quase 20 anos de exílio, lecionando no Programa de Educação e Currículo, estaria muito feliz por verificar que o seu legado está bem vivo nestas práxis de docência, de aprendizagem e de pesquisa-formação. Paulo Freire, seria, com certeza, um dos animadores da ideia de um Web Currículo e suas práticas pedagógicas inovadoras, constructo idealizado pela Profª Maria Elizabeth de Almeida (ALMEIDA, 2014) ao colocar as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação, as TDIC, a dialogarem com o Currículo, trazendo- lhe abertura, plasticidade, a possibilitar que se expanda para além das fronteiras espaços temporais da sala de aula e das instituições educativas, supere a prescrição regulatória, estabeleça ligações com os diferentes espaços do saber e acontecimentos do cotidiano, e torne públicas as experiências, os conhecimentos e os valores educativos. Ou seja, um currículo com práticas pedagógicas inovadoras que se organizam e se desenvolvem em redes hipertextuais abertas ao estabelecimento de novas ligações (entre outras escolas e outros agentes educativos, independentemente do local físico em que se encontrem), que integra conhecimentos previamente elaborados e conhecimentos em construção pelos aprendizes (sejam eles estudantes, professores ou outras pessoas). - 24 - O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS Todos estes processos, inerentes a uma visão de web currículo inovador, estão bem presentes no modo, no processo, como a docência desta disciplina foi orientada, culminando na produção deste livro. 2. Formato: a potência da linguagem hipertextual A segunda razão pela qual considero que o livro é relevante tem a ver com a linguagem da sua escrita. Naturalmente que o e-book é um texto escrito, mas na maioria dos seus capítulos tem uma escrita hipertextual, com ligações a outros textos, a outros lugares, a outros autores, para além das do próprio texto do livro. E isso é uma riqueza imensa num livro pedagógico, convidando o leitor a visitar outras fontes, outros textos, outros sítios, outros autores, que muito ajudam a compreender os fundamentos das metodologias pedagógicas possibilitadas pelos aplicativos. Não se trata portanto de um e-book produzido num pdf fechado, mas uma obra aberta que desafia os leitores a irem para além do livro. Assim, o livro tem uma escrita não sequencial, é um texto que bifurca, que permite ao leitor eleger diferentes itinerários. Aproxima-se do que Roland Barthes, na obra S-Z, apresenta como texto ideal. Dizia o autor: Nesse texto ideal, as redes são múltiplas e atuam entre si sem que alguma possa impor-se às outras; este texto é uma galáxia de significantes, não uma estrutura de significados; não tem princípio; é reversível; acede-se por diversas entradas, sem que alguma delas possa https://drive.google.com/uc?export=view&id=1SlrJTZMPwtbDSBxEeCN68B3YVIewwIw1 - 25 - POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS ser declarada de principal; os códigos que mobiliza estendem-se até donde alcança a vista […] neste texto, absolutamente plural, os sistemas de signos podem impor-se, mas o seu número nunca está limitado, já que está baseado na infinidade da linguagem (BARTHES, 1970, p.12). Deste modo, o livro “O uso de aplicativos em práticas pedagógicas: possibilidades metodológicas” convida os leitores a praticar os estilos cognitivos de leitura propostos pela Professora Lucia Santaella, também professora da PUC São Paulo. Convida os leitores a terem não só uma leitura de tipo contemplativo, concentrado, solitário e silencioso no contato íntimo com o livro, mas também a uma leitura movente, saltando entre o texto e as imagens dos aplicativos e das experiências pedagógicas descritas no livro, desafiando ainda a uma leitura imersiva, pois, graças às hiperligações contidas no texto, o leitor pode navegar entre nós e conexões, ou seja, ir para além do texto, aceder a outras informações, voltando, sempre que entender, ao próprio texto do livro. Este tipo de leitura, se feita num dispositivo móvel, faz entrar o leitor no terreno da leitura ubíqua. O livro passa a estar em mobilidade podendo ser transportado para qualquer espaço, mantendo a conexão com a internet. Os jovens estão entre os usuários ubíquos com mais visibilidade, pois são eles quem mais interagem entre si através da mediação dos dispositivos móveis, estando conectados o tempo todo e em todos os lugares. Cada perfil de leitoraciona habilidades cognitivas específicas, mas os tipos de leitura não se substituem, complementam-se. Pela minha parte, enquanto leitor, iniciei com uma experiência de leitura contemplativa, concentrada e procurando entrar em contato com as ideias dos autores dos capítulos, mas, - 26 - O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS logo que compreendidos os propósitos do livro, passei a uma leitura de prática imersiva, indo a outras fontes primárias sugeridas, aos sítios dos aplicativos, ver outras experiências pedagógicas com os aplicativos, um exercício movente da leitura que tornou o ato de ler mais compreensivo e mais prazeroso. Caberá a cada leitor adotar o seu estilo ao ato de ler, na certeza porém que o formato deste livro tem a potência da linguagem hipertextual que permite que cada usuário adote não só o seu estilo de leitura preferido, mas também experimentar outros estilos que lhe permitam alcançar uma maior riqueza compreensiva dos temas abordados neste livro. 3. Smartphone: o dispositivo para educação digital Ao falar-se de aplicativos depreende-se que os mesmos serão usados em dispositivos móveis, e, de entre estes, o destaque maior vai para os smartphones, o verdadeiro dispositivo móvel que pelas suas caraterísticas melhor responde aos desafios da Educação Digital. A criação do celular, em meados da década de 90 do século XX, foi uma verdadeira revolução no ato de comunicarmos a distância através da voz, libertando-nos dos telefones fixos analógicos. Desde então, a comunicação por voz passou a ser feita em mobilidade. No entanto, a revolução mais profunda aconteceu no início do século XXI, em 2007, com a invenção dos celulares inteligentes (smartphones), indo muito para além da voz e mensagens escritas pois passaram a possibilitar a convergência de uma grande variedade de serviços que potenciam o uso da plasticidade da https://drive.google.com/uc?export=view&id=1Oq7KR3LLR4_tGMK55TMWMkyP5CiRutL_ - 27 - POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS linguagem hipermídia, materializada na produção de textos, imagens, vídeos, entre outras, e, estando dotados de sinal digital adaptado à internet, passaram a estar acessíveis em qualquer local e a qualquer momento devido à conexão em redes sem fio. Desde aí, os seres humanos ganharam noção da sua ubiquidade, podendo comunicar de qualquer lugar para qualquer lugar, a qualquer hora, desde que esses lugares tivessem conectividade à Internet. Desde a primeira versão do smartphone, em 2007, aos dias de hoje, a evolução verificada nestes celulares inteligentes tem sido impressionante. O autor Dias Figueiredo, em texto intitulado “Que futuro para a educação pós-pandemia? Um balanço projetivo”, integrado no livro “Estado da Educação 2020”, editado pelo Conselho Nacional da Educação, de Portugal, resume a versatilidade da seguinte forma: Para além de permitir a comunicação oral, o smartphone É livro, dicionário, enciclopédia, biblioteca, câmara fotográfica, laboratório de fotografia, câmara de vídeo, estúdio de cinema, sala de aula, oficina de artes gráficas, scanner de texto e imagem, redação de jornal, sala de reuniões, museu, calculadora científica e gráfica, ambiente matemático, sistema de gestão de bases de dados, processador de texto, folha de cálculo, ferramenta de comunicação, instrumento de medida, simulador, medidor de dados biológicos, identificador de animais, plantas e minerais, diagnóstico de doenças, mapa, atlas, bússola, localizador GPS, ferramenta de navegação. A lista é interminável!… “ (FIGUEIREDO, p. 255) Acresce que a sua popularização fez baixar consideravelmente o seu preço, podendo hoje ser adquirido por poucas centenas de - 28 - O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS reais. Como é referido num dos textos do livro, muitos alunos, que frequentam escolas públicas, oriundos de meios mais vulneráveis em termos financeiros, já possuem um aparelho móvel. A integração plena na vida quotidiana deste dispositivo móvel faz dele o instrumento de apropriação cultural plena, sendo o “mediador mais poderoso que alguma vez existiu entre humanos e o mundo” (Figueiredo, 2021, p. 256). A acompanhar esta transformação, também assistimos, desde a entrada do século XXI a profundas mudanças no sistema de informação mais popular de acesso à internet, a World Wide Web (conhecido pelas expressões Web ou WWW). Se na primeira fase (década de 90 do século XX), a Web esteve muito focalizada em dispositivos da pesquisa de informação, neste momento já estamos a vivenciar a existência de uma Web Ubíqua (a Web 4.0), que permite o acesso a serviços da internet em qualquer lugar e em qualquer hora. Assim, quinze anos após o lançamento do primeiro smartphone e vinte e dois anos após a criação da Web, torna-se inquestionável que vivemos num momento de aprofundamento da sociedade digital marcado pelo forte pendor da mobilidade e ubiquidade. “Conectividade, Mobilidade e Ubiquidade” são as três marcas comunicacionais do atual momento societário. Há diversas investigações sobre a relação dos jovens com as tecnologias digitais que nos dizem que o smartphone é imprescindível para os jovens, que estes não concebem o dia-a-dia sem o seu uso, tendo desenvolvido um verdadeiro caso de amor como este dispositivo móvel. Comprovamos essa relação amorosa, dos jovens com os celulares, em pesquisa que realizámos nos inícios do século XXI (numa região do Norte de Portugal). Os jovens argumentaram - 29 - POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS que o celular permitia-lhes estar online, permanentemente contactáveis, a todos os momentos, mesmo durante o período noturno. A realidade mostra, e pesquisas comprovam-no, que dificilmente os adolescentes concebem a vida sem Internet, e que o acesso a esta rede de comunicação é feito, preferencialmente, através do smartphone. Seria bom que os professores, e os pais, se convencessem disso. Infelizmente, o uso do smartphone nas escolas, foi durante muito tempo proibido por determinações de políticas educativas de muitos países, invocando motivos de distração dos estudantes, e mesmo de desrespeito pela privacidade, pelo facto de poderem gravar ações ocorridas na sala de aula (SILVA, RAMOS; LENCASTRE, BENTO, 2020). No entanto, em vez de proibir, seria bem melhor ter-se optado por lançar um programa de apropriação do smartphone para a prática pedagógica, passando pelo desenvolvimento das competências dos professores para a exploração dos currículos escolares e de pedagogias de educação digital com recurso regular aos smartphones e seus aplicativos com finalidades educativas! Quão diferente teria sido a transição do ensino presencial para o remoto, devido ao encerramento das escolas provocado pela pandemia covid-19, se já tivesse havido aprendizagem do uso pedagógico desse dispositivo móvel, um verdadeiro computador que professores e alunos trazem em suas mãos. Esta deve ser uma das lições a retirar para o período pós- pandemia. A educação escolar não pode estar desligada dos cenários ciberculturais do século XXI. A ação curricular tem nas TDIC, de modo muito particular nos smartphones, um forte aliado - 30 - O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS para criar uma verdadeira “sala de aula interativa”, decorra está de modo presencial, online ou híbrido. 4. Apps: aplicativos para renovar e inovar nas práticas pedagógicas Chegamos à quarta razão pela qual considero que o livro é relevante: os aplicativos, muitas vezes designados pela abreviatura de apps, ou “apps learning” quando usados com finalidades educativas. O crescimento da utilização de dispositivos móveis, como smartphones e tablets, tem contribuído para a criação de diversos tipos de aplicativos, a serem instaladosno sistema operacional do dispositivo móvel, alguns dos quais são criados de raiz com finalidades pedagógicas. Trazer para este livro a descrição de experiências educativas com uso de aplicativos, em atos curriculares e pedagógicos, práticas de web currículo, torna-se condição fundamental para se compreender de que forma os dispositivos móveis podem ser utilizadas de forma inovadora em diferentes contextos do processo educativo, propiciando experiências de enriquecimento das aprendizagens. Cada um dos nove capítulos deste livro descreve o respectivo aplicativo estudado, exemplificando a sua integração nas práticas pedagógicas em contextos reais de educação, formação e pesquisa. Entre os aplicativos estudados, destaque para o storyjumper, stop motion, robotics, kahoot, escape room, tricider e sway, os quais possibilitam metodologias pedagógicas inovadoras, ativas, como a escrita colaborativa, a narrativa digital, a robótica https://drive.google.com/uc?export=view&id=1JZxcNl2k5j40GdreLGAakkyCEq8CEsHx - 31 - POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS educativa (presencial e virtual), o pensamento computacional, a pesquisa científica, o jogo educativo e a gamificação, a resolução de problemas, e a produção de e-books, de forma colaborativa com narrativas hipermidiáticas. Estas metodologias ativas, inovadores, possibilitadas por estes aplicativos, colocam o “desafio à escola e aos professores de capacitar o aluno a dar sentido às coisas, compreendê-las e contextualizá-las em uma visão mais integradora, ampla, ligada à sua vida”, citando um extrato de um texto do livro que aborda esta temática. Em cada capítulo, os autores partilham suas reflexões epistemológicas e experiências pedagógicas inovadoras para a consolidação de uma educação de qualidade com uso dos aplicativos. É nosso desejo e esperança que estas narrativas possam inspirar novos e ousados atos de currículo, pesquisas e processos de ensino e aprendizagem consolidando a visão inovadora do web currículo. Referências ALMEIDA, Maria Elizabeth. Bianconcini de. Integração currículo e tecnologias: concepção e possibilidades de criação de web currículo. In: ALMEIDA, Maria Elizabeth. Bianconcini de; ALVES, Dom Robson Medeiros, OSB, LEMOS, Silvana Donadio Vilela (orgs.). Web Currículo: aprendizagens, pesquisa e conhecimento com uso de tecnologias digitais. Rio de Janeiro, Letra Capital, p. 22-40, 2014. Disponível em: https://issuu.com/letracapital/docs/web_curr__culo BARTHES, Roland. S/Z. Paris, Ed. du Seuil, 1970. FIGUEIREDO, António Dias de (2021). Que futuro para a educação pós pandemia? Um balanço projetivo. In: Estado da Educação 2020. Lisboa, Conselho Nacional https://issuu.com/letracapital/docs/web_curr__culo - 32 - O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS de Educação, p. 252-259, 2021. Disponível em: https://www.cnedu.pt/pt/ noticias/cne/1617-estado-educacao-2020 Pereira, Maria da Graça; Silva, Bento. A Tecnologia vista pelos jovens e família e sua integração no currículo. Actas do IV Colóquio Sobre Questões Curriculares, Universidade de Santa Catarina (Florianópolis / Brasil), 2008. Disponível em http://hdl.handle.net/1822/10019 SANTAELLA, Lucia. O leitor ubíquo e suas consequências para a educação. In: Torres, Patrícia Lupion (org.). Complexidade: redes e conexões na produção do conhecimento. Curitiba: SENAR - PR., p. 27-44, 2014. Silva, Bento; RAMOS, Maria Altina; LENCASTRE, José Alberto; BENTO, Marco. Utilização inovadora de dispositivos móveis no processo educativo. In: Torres. Patrícia Lupion (org.). Ciência, Inovação e Ética: tecendo redes e conexões para a produção do conhecimento, Curitiba, SENAR-PR, pp. 331-357, 2020. Disponível em: http://hdl.handle.net/1822/70061 Voltar ao Sumário https://www.cnedu.pt/pt/noticias/cne/1617-estado-educacao-2020 https://www.cnedu.pt/pt/noticias/cne/1617-estado-educacao-2020 http://hdl.handle.net/1822/10019 http://hdl.handle.net/1822/70061 - 33 - POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS USOS DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS7 Carla Lira Santos A circunstância do isolamento social, decorrente da pandemia do novo Coronavírus (COVID-19), ocasionou a migração do espaço escolar para as mais diferentes plataformas de ensino remoto. Com salas de aulas ocorrendo no ambiente web 2.0, educadores e aprendizes se viram desafiados a viver uma nova rotina na qual os usos dos aplicativos, por meio das tecnologias com conexão à Internet, trouxeram novas abordagens e perspectivas nos processos de aprendizagens e contribuíram para que as mais diversas partes do mundo pudessem se tornar locais de desenvolvimento de atividades pedagógicas. 7 Imagem: Pixabay License, Grátis para uso comercial. Atribuição não requerida. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/illustrations/meios-de-comunica%c3%a7%c3%a3o-sociais- conex%c3%a3o-3758364/ > Acesso em: 18 jan. 2022. https://pixabay.com/pt/illustrations/meios-de-comunica%c3%a7%c3%a3o-sociais-conex%c3%a3o-3758364/ https://pixabay.com/pt/illustrations/meios-de-comunica%c3%a7%c3%a3o-sociais-conex%c3%a3o-3758364/ https://drive.google.com/uc?export=view&id=1Q5gWFSglKBlb7tkwSzbhYYK8w9kf47hO - 34 - O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS No decorrer das últimas décadas, as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) provocaram mudanças nos espaços educativos. Como ferramenta colaborativa, as TDIC estão cada vez mais incorporadas às práticas docentes, proporcionando aos educadores novas possibilidades no desenvolvimento de metodologias ativas, “justamente para colocar esse aluno na situação de protagonista da sua aprendizagem” (VALENTE, 2019, p. 99). Os usos das tecnologias ocasionaram a aproximação dos conteúdos trabalhados em sala de aula à realidade dos estudantes, contribuindo com práticas pedagógicas voltadas para formação crítica, colaborativa e criativa das pessoas. Essas tecnologias desempenharam “um papel essencial no desenvolvimento de competências e das múltiplas literacias, indispensáveis para enfrentar os desafios e as mudanças inerentes a uma sociedade cada vez mais digital” (PEDROSO, 2020, p.9). Para composição de novas perspectivas curriculares, faz- se oportuno considerar o saber fazer dos sujeitos como base na construção de conhecimentos. Assim, como pontua a professora Ana Amélia A. Carvalho, “saber usufruir do que temos à nossa disposição exige competências de cidadania digital a todos os cidadãos, que têm de ser ajustadas à medida que a tecnologia evolui” (CARVALHO, 2020, p. 12). Embora a produção de conhecimento tenha dimensão individual, foi no coletivo que se consolidou as reflexões sobre a relação ensino e aprendizagem em ambiente remoto enquanto ação problematizadora. Nesse cenário, a professora Dra. Maria Elizabeth Bianconi de Almeida juntamente com seus alunos, pesquisadores do Programa de Pós-Graduação Educação: - 35 - POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS Currículo, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC- SP), cursantes da disciplina Seminários Integrados de Pesquisa: tecnologia e inovação em educação, debruçaram-se a refletir sobre contextos de aprendizados colaborativos, no qual consideraram os usos de aplicativos na formação de professores em um atual contexto de ensino remoto e híbrido. Composto por textos reflexivos sobre os usos das TDIC em diferentes propostas educativas, esse e-book reúne relatos narrativos de experiências formativas, a partir dos estudos da obra Aplicações para dispositivos móveis e estratégias inovadoras na educação, organizado por Ana Amélia A. Carvalho (2020). Ao longo da realização desse projeto, a professora Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida convidou os seus alunos a exercerem o papel de pesquisadores e participantes, levando em conta a ação que contempla a ressignificação das práticas docentes por meio do estabelecimento de uma rede de trocas e diálogos.Nesse caso, estar inserido em uma relação dialógica, proporcionou ao pesquisador-educador tornar-se sujeito de sua própria prática pedagógica. Essa ação, levou em conta a interação entre professores e alunos em um ambiente universitário, contribuindo para a concepção de um currículo em que o gosto pela pesquisa, base fundamental da docência, pudesse decorrer do próprio do processo característico da construção de saberes (APPLE, 2016). A escrita dos textos que compõem o e-book se deu a partir de um processo formado por etapas, as quais consistiram no estudo dos capítulos da obra organizada por Ana Amélia A. Carvalho (2020), na apresentação de seminários, realização de oficinas e reflexão sobre a experiência de uso das ferramentas estudadas. As atividades práticas, por sua vez, foram pautadas pela realização de exercícios, possibilitando, dessa forma, o desenvolvimento de trabalhos considerando a produção de significação de conteúdo - 36 - O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS de acordo com conhecimentos prévios e vivência de cada sujeito envolvido nas oficinas. No decorrer dos seminários realizados, verificamos a interação entre apresentadores e participantes das oficinas, de modo que o envolvimento e a contribuição ativa do grupo no processo de aprendizagem colaborativo foram vivenciados em cada apresentação (TORRES; AMARAL, 2011 apud CARVALHO, 2015, p. 10347). As atividades práticas tiveram por objetivo fornecer subsídios para que o grupo em formação pudesse apreender formas como esses aplicativos podem ser utilizados em diferentes contextos de aprendizagem. Essas atividades possibilitaram reflexões sobre as relações entre suas práticas com vistas à colaboração para a construção de um projeto de cidadania digital, a partir da articulação ulterior desse conhecimento e sua inclusão em um diálogo cultural mais amplo (PORTELLI, 2016). Nessa perspectiva, frente ao contexto de isolamento social, somado às propostas de retomada das atividades educacionais, propor um e-book que tenha por objetivo compartilhar experiências e reflexões, a partir das possíveis práticas de usos dos aplicativos em um ambiente educativo, no qual a web 2.0 assumiu parte constituinte de uma sala de aula, tornou-se de fundamental importância no que compete a preparação e sujeitos envolvidos nesta nova realidade. O fortalecimento das narrativas sobre práticas na formação docente, revelou a importância de um ensino democrático, que vai além das fronteiras nacionais, em que a construção de uma tradição nos estudos da educação deverá ser empreendida sobretudo por grupos, cujo pensamento crítico se situa na base do processo reflexivo sobre as ações exercidas no espaço escolar. As intersecções feitas, evidenciadas nos textos apresentados nesse e-book, com as práticas realizadas pelo Programa de Pós- - 37 - POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS Graduação em Educação: Currículo e do Laboratório de Tecnologia Educativa, Universidade de Coimbra (LabTE), perpassam por ações políticas ancoradas em valores e compromissos éticos, que relacionaram o fazer pedagógico, levando em consideração a experiência e emancipação humana na construção de um currículo (ALMEIDA, SILVA, p. 6, 2011). A compreensão acerca do processo de aprendizagem constitui um aspecto importante para a realização de atividades coerentes com os conhecimentos prévios dos estudantes, suas expectativas, necessidades e potencial de desenvolvimento. Em uma abordagem que remete aos conceitos de uma educação humanizadora, não obstante, a professora Maria Elizabeth B. de Almeida levou em consideração essa concepção, a partir da interação com os estudantes com as apresentações realizadas, nas quais ocorreram a integração das experiências do humano adquiridas ao longo de sua formação. Logo, Um dos meios que suscita a motivação interna dos alunos é a aprendizagem por problemas ou por situações problemas, nas quais a formação de conceito se vincula diretamente à sua experiência, a seu dia- a-dia, a contextos da criação científica, tecnológica e social. Os alunos ficam mais motivados ao constatarem a utilidade prática de seus conhecimentos na atividade produtiva ou criativa (NÚÑEZ, 2009 apud SOUZA; JÓFOLI, p. 7, 2011) E em uma metalinguagem, a realização dessas oficinas proporcionaram experiências ímpares, que compartilhadas em um ambiente remoto, foram base e motivações para a produção de uma narrativa reflexiva em formato e-book. Durante o desenvolvimento das atividades nesse período díspar, nos quais os alunos (os que apresentaram e aqueles que participaram das - 38 - O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS oficinas) tiveram a oportunidade de vivenciar epidermicamente um contexto que envolve um processo de (re)construção curricular. A leitura dos capítulos da obra de Ana Amélia Carvalho (2020) proporcionou colocarmos em evidência as reconfigurações de espaços educativos e seus potenciais para o desenvolvimento de novos cenários de aprendizagem. Nesse sentido, estabelecer conexão entre as análises apresentadas pelos estudantes com a produção curricular digital, possibilitou a recriação de significados e a ampliação de repertórios acerca dos usos das TDIC. No contexto de aprendizagem, a atribuição de significado tem origem na interação social com as pessoas, experiências presentes e passadas, instituições, tecnologias e objetos culturais e por meio da negociação intersubjetiva (ALMEIDA, 2009), caracterizando-se como um contexto socio-histórico (VYGOTSKY, 1989). (ALMEIDA; VALENTE, 2014, p. 1165) Nesse sentido, os debates tecidos ao longo das aulas ministrada pela professora Elizabeth de Almeida tornou-se de fundamental importância para uma formação que possibilitou a inclusão das TDIC de forma crítica nas ações educativas, na qual os alunos -pesquisadores passaram ter acesso aos conhecimentos necessários para exercer a mediação nos usos das tecnologias na formação de educadores. Diante dos avanços tecnológicos, a apropriação dos usos das tecnologias digitais possibilitou a ampliação de novas perspectivas e abordagens em uma construção curricular. Logo, a partilha desses saberes configurou-se como um momento de comunhão entre alunos e professora, no qual o exercício de (re)fazer-se fundamenta uma prática baseada no processo reflexivo e crítico (FREIRE, 1989). - 39 - POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS Referências ABRAMOVICZ, Mere. A importância dos grupos de formação reflexiva docente no interior dos cursos universitários. In: CASTANHO, Sérgio ; CASTANHO, Maria Eugênia (orgs.) Temas e Textos em Metodologias do Ensino Superior. Campinas: Papirus, 2001 (Coleção Magistério Formação e Trabalho Pedagógico). ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de; VALENTE, José Armando. Currículo e contextos de aprendizagem: integração entre o formal e o não formal por meio de tecnologias digitais. Revista e-Curriculum, São Paulo, n. 12 v. 02 maio/out. 2014, Programa de Pós-graduação Educação: Currículo – PUC-SP. Disponível em: http://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum. Acessado em 19 dez. 2020. ALMEIDA, Maria Elizabeth B. de; SILVA, Maria da Graça Moreira da. Currículo, tecnologia e cultura digital. Revista e-curriculum, São Paulo, v. 7 n. 1, Abr. 2011. Disponível em: http://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum. Acessado em 19 dez. 2020. APPLE, Michael. Prefácio à edição de 25º aniversário (terceira edição). In: Ideologia e Currículo. Rio Grande do Sul: Artmed, 2016. CARVALHO, Ana Amélia. A. Aplicações para dispositivos móveis e estratégias inovadoras na educação. Disponível em: https://erte.dge.mec.pt/sites/default/ files/noticias/app_para_dispositivos_moveis.pdf. Acessado em 20 out. 2020. CARVALHO, Célia Regina de. A escrita colaborativa no ensino superior. In: Educere – XII Encontro Nacional de Educação. Paraná: Outubro/2015. Disponível em: https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/18364_7990.pdf.Acessado em 19 dez. 2020. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989. PEDROSO, José Vítor. A. Preâmbulo. In: Ana Amélia A. 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Voltar ao Sumário http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/viiienpec/resumos/R1490-1.pdf http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/viiienpec/resumos/R1490-1.pdf - 41 - POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS O USO DO STORYJUMPER NO FAVORECIMENTO DA ESCRITA COLABORATIVA8 Carla Lira Santos, Priscila Lopes Garcia de Oliveira Gengo e Verônica Martins Cannatá 5. Introdução Partindo de uma noção do currículo como uma produção polissêmica, os usos das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) proporcionam a reflexão sobre o processo ético que envolve a construção de uma vida escolar também digital. Considerando as dimensões sociais, culturais, políticas, econômicas, dentre outras, para composição de um currículo que abarque a construção da cidadania também digital, há que se delinear um percurso no qual a compreensão desses elementos 8 Imagem: Pixabay License, Grátis para uso comercial. Atribuição não requerida. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/illustrations/livro-cachorro-contos-de-fadas-794978/> Acesso em: 18 jan. 2022. https://pixabay.com/pt/illustrations/livro-cachorro-contos-de-fadas-794978/ https://drive.google.com/uc?export=view&id=1rQ8xEyYCoEx5hrdJ-JiuoEZX1Dvi1tVg - 42 - O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS torna-se de fundamental importância para a composição de um projeto pedagógico. Diante desse cenário, o pensar sobre as práticas, representa um ato de “contínuo indagar sobre o homem e o mundo para melhor entendê-los, criticamente” (ABRAMOVICZ, 2001, p. 138). A vida escolar nos tempos atuais exige aprendizagem constante, no qual o uso das TDIC na web 2.0 encontra suportes pertinentes em aplicativos e ferramentas que aproveitam os efeitos das redes no desenvolvimento da inteligência coletiva (DEMO, 2011). Para proposição de planos de aula dinâmicos, abrangentes e que despertem a inclinação para o desenvolvimento de trabalhos coletivos entre os alunos, requer um ambiente educativo composto por currículo flexível e agregador de novas habilidades e competências (GUIMARÃES, 2020, p. 33) No capítulo do livro organizado por Ana Amélia Carvalho (2020), com o título Storyjumper – escrita colaborativa em forma de e-book, Daniela Guimarães, em capítulo, apresenta a necessidade dos educadores se atentarem aos usos de tecnologias, no sentido de potencializar o trabalho colaborativo no processo de aprendizagem da leitura e escrita. Dessa forma, o professor assumiria o papel de mediador utilizando os recursos da tecnologia “como uma forma de responder de modo efetivo e capaz aos desafios atuais da escola (...) em uma geração que se encontra em permanente conectividade” (GUIMARÃES, 2020, p. 21). Apresentando uma breve reflexão sobre a prática coletiva no campo educativo, Guimarães (2020) contextualiza a importância do uso do aplicativo Storyjumper, de modo que essa opção de ferramenta tecnológica passe a fazer parte de um processo formativo, cuja problematização dos usos das tecnologias, que incentivam a escrita colaborativa, seja feita de modo criativo - 43 - POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS pelo professor. Isto é, uma análise crítica sobre a prática é a base fundamental da formação que envolve o processo educativo consciente para a sociedade do tempo presente e também do futuro: “é preciso equipar os alunos com as habilidades de que precisam para se tornarem cidadãos ativos, responsáveis e engajados” (OECD, 2018, p. 4 apud GUIMARÃES, 2020, p.21). Segundo Almeida (2016) o que antes era considerado ciberespaço digital se entrelaça com o espaço físico, convergindo com o movimento da vida no cotidiano (JENKINS, 2008) e criando um espaço híbrido intersticial de hipermobilidade (SANTAELLA, 2007) e multimodalidade pela combinação de palavras, sons, imagens, animações e vídeos, que influi nas concepções de conhecimento e nos processos de aprender, fazendo surgir o que Santaella (2013) denomina aprendizagem ubíqua. (ALMEIDA, 2016, p. 528) Estas ferramentas, ao fomentar o desenvolvimento do trabalho colaborativo em um ambiente híbrido, figuram um papel essencial no desenvolvimento de competências e das múltiplas habilidades, “indispensáveis para enfrentar os desafios e as mudanças inerentes a uma sociedade cada vez mais digital (PEDROSO, 2015, p.9).” Nesse contexto, a tecnologia se estabelece de modo confluente entre escola e currículo, ligando os alunos ao mundo real e proporcionando-os condições para lidarem com situações e problemas, [...] de modo que estes [os alunos] sejam capazes de pensar de forma autónoma, resolver problemas e, acima de tudo, saberem liderar ou reconhecerem noutros a capacidade de liderança, que lhes permita o desenvolvimento do pensamento crítico e do trabalho colaborativo” (GUIMARÃES, 2016, p. 241, 242). - 44 - O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS Logo, as potencialidades dos usos da tecnologia encontram- se no desafio de seus usos em atividades diversas que permitam inter-relacionar o currículo escolar com o contexto de vida dos alunos e com o mundo, como na criação de um livro escrito colaborativamente utilizando uma ferramenta disponibilizada em ambiente de web 2.0. O exercício proposto pela professora doutora Maria Elizabeth B. de Almeida, na disciplina Seminário de Pesquisa, ministrada no segundo semestre de 2020 no Programa de Pós- Graduação em Educação: Currículo (PUC-SP), convidou seus alunos a colocarem em prática os usos das tecnologias em um espaço educativo e a analisarem as potencialidades desses usos. A partir dos estudos sobre aplicativos e dispositivos móveis e inovações tecnológicas abordados na obra organizada pela professora Ana Amélia A. de Carvalho (2020), as autoras ao escolherem experimentar junto com os seus colegas o aplicativo StoryJumper, aceitaram o desafio de produzir uma escrita colaborativa, por meio de oficinas organizadas ao longo das aulas, em tempos de isolamento social e em uma sala de aula funcionando apenas em ambiente remoto, onde cada aluno e aluna encontravam-se em locais distintos fisicamente. Nesse contexto, o tripé “ação-reflexão-ação” (MOREIRA; SILVA,1994) foi colocado em prática, proporcionando aproximações e entrelaçando os participantes com uma proposta crítico- emancipatória que, por sua vez, ao considerar a relação professor e aluno pautada na horizontalidade, considerando a construção de conhecimentosrealizado de modo colaborativo como parte integrante das práticas diárias. A apresentação da ferramenta e a reflexão acerca de seus usos em um ambiente educativo, motivaram os alunos a participarem ativamente da atividade desenvolvida, reconhecida - 45 - POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS por contribuir para o despertar no aluno o desejo de ser autor e não apenas o leitor de histórias. 6. Storyjumper e nosso relato de experiências Storyjumper é um aplicativo hospedado no domínio https://www.storyjumper.com/ que fornece aos seus usuários um conjunto de ferramentas intuitivas para escrever e ilustrar histórias literárias. Em um ambiente virtual, esse aplicativo proporciona a potencialização dos usos dos recursos oferecidos pela Web 2.0, estimulando a produção de livros de forma coletiva, despertando nos envolvidos o desejo de não serem apenas leitores, mas também de contribuírem no papel de autores, ilustradores ou até mesmo narradores de suas histórias. Nesse contexto, o educador torna- se mediador do grupo nos processos de ensino-aprendizagem que envolvem a produção textual e conteúdos relacionados ao processo de uma escrita significativa para o aluno. O aplicativo permite importar salas já cadastradas no Google Classroom, porém a escola ou instituição educativa precisam estar inscritas no GSuite9 for Education, ou buscar a criação de uma sala própria no ambiente da ferramenta de forma gratuita. A sua interface é intuitiva e de fácil manuseio, na qual apresenta um tutorial em formato de vídeo para iniciantes, permitindo ao usuário utilizar o repertório de imagens e gráficos oferecidos pelo próprio aplicativo, e também fazer o upload de seu arquivo pessoal para integrar algo ao texto em construção. Dentre suas diversas funcionalidades, o aplicativo possibilita a criação de portfólios digitais e registros das disciplinas, como também diários de bordo e memoriais reflexivos que contemplem um histórico das atividades, dos eventos e das ações realizadas 9 Conjunto de serviços gratuitos Google. https://www.storyjumper.com/ https://www.storyjumper.com/ - 46 - O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS ao longo de um período; produções artísticas, bilíngues, makers (se pensarmos também no registro de protótipos e etapas de produção). Na construção de um portfólio o aplicativo permite que cada aluno seja responsável por uma página, ou que parte dos alunos sejam responsáveis pela escrita e outros pela narrativa e ilustração. Para além da escrita colaborativa com a supervisão e mediação do professor, o Storyjumper possibilita o recurso de voz que permite a inserção da narração da história, isso o diferencia de outras plataformas e apps de colaboração. O aplicativo também oferece um guia do autor para que os alunos tenham acesso a uma biblioteca de e-books já produzidos e com informações úteis de utilização, bem como oferece aos docentes um guia do professor com sugestões de planejamento, criação, compartilhamento e impressões das produções. Ao finalizar a publicação os autores podem optar por fazer um download do e-book no formato pdf, gratuitamente, ou solicitar a impressão do e-book com um custo. É possível compartilhar o e-book produzido e publicado na plataforma apenas com os colegas de turma e professor, com o público usuário do storyjumper, com a família e com amigos via e-mail ou link, como também postar nas Mídias Sociais: Facebook, Pinterest ou Twitter. Com políticas estruturadas nos códigos e condutas baseadas na Children’s Online Privacy Protection Act (COPPA) [Lei de Proteção à Privacidade Online das Crianças], busca-se preservar crianças e adolescentes, seja com a criação de contas pelo educador, por meio da consolidação da sala virtual; ou de um responsável, com custos financeiros, para crianças menores de 13 anos. Segundo seus termos e políticas, “StoryJumper está empenhada em fornecer um lugar colaborativo, seguro e encorajador para seus membros escreverem e compartilharem - 47 - POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS suas histórias. Para garantir isso, os membros da comunidade StoryJumper são responsáveis pelos conteúdos que postam” (http://www.storyjumper.com/main/rulesofconduct). A figura 1, a seguir, trata-se do slide da apresentação realizada na disciplina Seminários Integrados de Pesquisa: tecnologia e inovação em educação. Logo abaixo da imagem está o hiperlink de acesso ao conteúdo da apresentação: Figura 1: Apresentação Fonte: Elaborado pelas autoras (2020) a partir do layout disponível em https://www.slidescarnival.com/ Para a atividade realizada com o Storyjumper, convidamos os estudantes da disciplina, por meio do Qr Code, a seguir, a participarem de uma oficina exploratória do aplicativo, e também discutimos algumas das possibilidades de uso pedagógico em sala de aula, seja ela presencial, remota ou híbrida, por meio de uma apresentação sob o prisma de uma aprendizagem ativa e colaborativa dos estudantes e de uma concepção de educação para uma sociedade digital. http://www.storyjumper.com/main/rulesofconduct https://www.slidescarnival.com/pt-br/modelo-de-apresentacao-gratis-quintus/1424 https://www.slidescarnival.com/ - 48 - O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS Figura 2: QRCode QR Code para visualização completa da apresentação Seminários de Projetos Integrados De acordo com Guimarães (2016, p. 20), o aplicativo estudado permite a reflexão sobre as novas gerações de pessoas que valorizam “a utilização da tecnologia e com a qual estão em permanente interação, pelo que a aprendizagem ativa e interativa não só ajuda a focar a atenção dos alunos como os ajuda a aprender.” Cabe ressaltar que o aplicativo não pode ser entendido apenas como produtor de textos, sem intencionalidade pedagógica. Embora todos os seus recursos sejam divertidos e engajem os alunos, a grande possibilidade de um aprendizado efetivo está na intencionalidade do professor, que pode utilizar- se desse recurso para envolver os alunos em uma aula dinâmica e atrativa para uma geração conectada e imersa na cultura digital. Ao mesmo tempo que confere ao professor autonomia para gerir de forma flexível o processo de aprendizado, o aplicativo possibilita centrar o trabalho docente no desenvolvimento de competências e habilidades que preparem os alunos para situações colaborativas e produções autorais. Iniciamos esta atividade discorrendo sobre a importância de verificarmos os termos e condições de uso do aplicativo. Feito https://docs.google.com/presentation/d/1OleK2WvhcWw97OVUBvZ4Yx08QoFASpsw-luMuQpzvhE/edit?usp=sharing - 49 - POSSIBILIDADES METODOLÓGICAS isso, propusemos o acesso ao site do Storyjumper, conforme a figura 3: Figura 3: Página Inicial do Storyjumper Em seguida, solicitamos que efetuassem o login para que criássemos juntos um e-book colaborativo da turma, conforme mostra a figura 4: Figura 4: Capa do livro colaborativo Fonte: Elaborado pelas autoras (2020) - 50 - O USO DE APLICATIVOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS Através do compartilhamento de tela, conforme a figura 5, pudemos fazer uma navegação de orientação, apresentando os templates e demais funcionalidades. Figura 5: Possibilidade de gravação Fonte: Elaborado pelas autoras (2020) No decurso de realização daquela atividade, discutimos sobre a necessidade de um planejamento por parte do professor para que a atividade vá para além da simples operacionalidade do site, e que a ferramenta possa ser um meio de aprendizado daquilo que é proposto, utilizando-se da potencialidade de um trabalho criativo: Qual é a temática da aula? Qual o conteúdo do livro? Quais as competências que pretendo desenvolver nesta atividade? Qual a narrativa? Qual a questão a ser respondida? Essas são perguntas que podem promover uma reflexão ao professor antes de lançar a proposta de construção do e-book. Ao final da aula, debatemos
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