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Aula 3 - SUS e RAS (1)

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C O N C E I T O A M P L I A D O D E S A Ú D E , 
C A R T A D E D I R E I T O S D O S U S U Á R I O S 
D O S U S E A S R E D E S D E A T E N Ç Ã O À 
S A Ú D E
P R O F A N AT H Á L I A R U D E R B O R Ç A R I
D I S C I P L I N A P R O G R A M A D E I N T E G R A Ç Ã O S A Ú D E C O M U N I D A D E
C E N T R O U N I V E R S I T Á R I O F A C U L D A D E S M E T R O P O L I TA N A S U N I D A S - F M U
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Discutir o conceito ampliado de saúde;
• Identificar o que são e como as Redes de Atenção à Saúde (RAS) se estruturam;
• Discutir os princípios da Carta de Direitos dos Usuários do Sistema Único de Saúde
(SUS)
MARCO HISTÓRICO NACIONAL – 8ª CNS 
• 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986):
– Reformulação do Sistema Nacional de
Saúde: a reestruturação do sistema nacional
resultou na criação de um Sistema Único
de Saúde;
– Financiamento do setor: redistribuição justa
dos recursos financeiros;
– Saúde como direito: ampliação do conceito
de saúde.
CONCEITO AMPLIADO DE SAÚDE
• “Saúde é a resultante das condições de alimentação, educação, renda, meio
ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e
posse de terra, acesso a serviços de saúde...” (8ª Conferência Nacional de
Saúde, 1986)
• “A saúde é direito de todos e dever do estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem a redução de risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção”
(Constituição Federal Brasileira, 1988)
DESAFIOS DO CONCEITO AMPLIADO DE SAÚDE
• A medicina ainda está focada na dimensão orgânica/física;
• As estruturas das instituições da alta complexidade ainda não estão preparadas
para esta visão;
• Reformulação dos currículos e da formação de profissionais;
• Deturpação do conceito:
– diminuição dos recursos públicos
– não investimento em problemas específicos da saúde
Incorporação 
de outros 
trabalhadoresPISC
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS
• Sistema de saúde oficial brasileiro que tem
como meta torna-se um órgão de promoção
de equidade no atendimento das
necessidades de saúde da população,
oferecendo serviços com qualidade
adequado às necessidades,
independentemente do poder aquisitivo do
cidadão; propõem também a promoção à
saúde priorizando as ações preventivas e
democratizando as informações para que
a população conheça seus direitos e os riscos à
sua saúde.
O CONCEITO AMPLIADO DE SAÚDE NO SUS
• Os modelos de atenção e organização do SUS foram desenhados à partir do
referencial da saúde ampliada;
DOUTRINÁRIOS
Universalidade: acesso à saúde é um direito de todo cidadão
Integralidade: considera as pessoas como um todo. Integração
de ações (promoção da saúde, a prevenção de doenças, o
tratamento e a reabilitação).
Equidade: redução das disparidades sociais e regionais
ORGANIZATIVOS
Descentralização: responsabilidades e financiamentos
redistribuídos nas esferas federal, estadual e municipal
Regionalização e hierarquização: organização dos serviços em
níveis de complexidade
Resolubilidade: redes de serviços devem solucionar os problemas de saúde 
Participação e controle social: o cidadão tem poder de
participar ativamente as políticas de saúde
CARTA DE DIREITOS DOS USUÁRIOS DO SUS
• Seis princípios básicos de cidadania que asseguram ao cidadão o direito básico ao
ingresso digno nos sistemas de saúde, sejam eles públicos ou privados.
1º - Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e organizado 
aos sistemas de saúde: visando atendimento justo e eficaz
2º - Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efetivo 
para seu problema: visando à melhoria da qualidade dos serviços 
prestados
3º - Todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado, 
acolhedor e livre de qualquer discriminação: visando à igualdade 
de tratamento e a uma relação mais pessoal e saudável.
CARTA DE DIREITOS DOS USUÁRIOS DO SUS
• Seis princípios básicos de cidadania que asseguram ao cidadão o direito básico ao
ingresso digno nos sistemas de saúde, sejam eles públicos ou privados.
4º - Todo cidadão tem direito a atendimento que respeite a sua 
pessoa, seus valores e seus direitos: visando a preservar sua 
cidadania durante o tratamento
5º - Todo cidadão também tem responsabilidades para que seu 
tratamento aconteça da forma adequada.
6º - Todo cidadão tem direito ao comprometimento dos 
gestores da saúde para que os princípios anteriores sejam 
cumpridos.
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE - RAS
• As redes de atenção à Saúde (RAS) são arranjos
organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes
densidades tecnológicas, que integradas por meio de
sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam
garantir a integralidade do cuidado.
• É uma organização horizontal dos serviços de saúde, com o
centro de comunicação na atenção primária à saúde,
que permite prestar uma assistência contínua a determinada
população – no tempo certo, no lugar certo, com o
custo certo e com a qualidade certa - promovendo a
integração de ações e serviços com vistas à consolidação
dos princípios e diretrizes do SUS.
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE - RAS
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE - RAS
• A estrutura operacional das RAS expressa
alguns componentes principais: centro de
comunicação (Atenção Primária à Saúde);
pontos de atenção (secundária e terciária);
sistemas de apoio (diagnóstico e terapêutico,
de assistência farmacêutica, de teleassistência e
de informação em saúde); sistemas logísticos
(registro eletrônico em saúde, prontuário
clínico, sistemas de acesso regulado à atenção e
sistemas de transporte em saúde); e sistema
de governança.
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE - RAS
• Instituída pela Portara GM nº 4.279 de dezembro de 2010, a RAS apresenta 6
características:
1º FORMAR RELAÇÕES HORIZONTAIS ENTRE OS DIFERENTES 
PONTOS DE ATENÇÃO
• Os pontos de atenção são igualmente
importantes. Ex: um pronto socorro e um
centro de especialidades são igualmente
importantes, pois ambos cumprem papéis
específicos para necessidades específicas
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE - RAS
2º ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE COMO CENTRO DE 
COMUNICAÇÃO
• Mesmo em uma relação
horizontal a APS é a porta de
entrada responsável por
coordenar o caminhar dos
usuários pelos outros pontos
de atenção da rede e de
manter o vínculo com estes
usuários, dando continuidade
à atenção
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE - RAS
3º PLANEJAR E ORGANIZAR AS AÇÕES SEGUNDO AS 
NECESSIDADES DE SAÚDE DE UMA POPULAÇÃO ESPECÍFICA
• As ações, serviços e programações em
saúde devem basear-se no diagnóstico
da população adscrita à equipe de
saúde, considerando fatores e
determinantes da saúde desta
população.
• A ação das equipes deve basear-se em
evidências científicas devidamente
constatadas.
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE - RAS
4º OFERTAR ATENÇÃO CONTÍNUA E INTEGRAL 
• Os serviços e sistemas integrados poderão ser capazes de dar atenção integral
aos usuários: espera-se que, conseguindo solucionar aproximadamente 80% dos
problemas de saúde que são demandados pela APS, os outros 20% dos casos
seguem um fluxo cuja densidade tecnológica do tratamento aumenta a cada nível
de atenção que se sucede.
• Ao final, a continuidade da atenção deverá ser mantida pelas equipes da APS.
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE - RAS
• Necessidade de composição multiprofissional das
equipes porque os problemas de saúde muitas vezes
são multicausais e complexos, e necessitam de
diferentes olhares profissionais para o devido
manejo.
• A ação interdisciplinar desta equipe deve ser um
objetivo a ser estabelecido, de modo a garantir o
compartilhamento e a corresponsabilização da
prática de saúde entre os membros da equipe.
5º CUIDADO MULTIPROFISSIONAL
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE - RAS
• NASF: Núcleo de Apoio Saúde da Família
- Assistente social; profissional de Educação Física; farmacêutico;
fisioterapeuta; fonoaudiólogo; profissional com formação em arte e
educação (arteeducador); nutricionista; psicólogo; terapeuta
ocupacional; médico ginecologista/obstetra; médico homeopata;
médico pediatra; médico veterinário; médico psiquiatra; médico
geriatra; médico internista (clínica médica); médico do trabalho;
médico acupunturista; e profissional de saúde sanitarista, ou seja,
profissional graduado na área de saúde com pós-graduação em saúde
pública ou coletiva ou graduado diretamente em uma dessas áreas.
5º CUIDADO MULTIPROFISSIONAL
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE - RAS
• A equipe de saúde deve contemplar objetivos sanitários e econômicos de modo a
gerar melhor custo benefício para a população atendida:
- Promover aumento do aleitamento materno na região adscrita, maior e melhor
atendimento à população, entre outros
- Melhorar a alocação dos recursos humanos, tecnológicos e financeiros
6º COMPARTILHAR OBJETIVOS E COMPROMISSOS COM OS 
RESULTADOS, EM TERMOS SANITÁRIOS E ECONÔMICOS
REDES TEMÁTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE
• Há uma vasta gama de evidências de que
essas redes podem melhorar a qualidade
clínica, os resultados sanitários e a
satisfação dos usuários, além de reduzirem
os custos dos sistemas saúde.
• Por esse motivo, redes temáticas de
atenção à saúde no país estão sendo
implementadas nas prioridades das
agendas de saúde federal, estadual e
municipal.
REDES TEMÁTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE
I. Rede de Atenção à Urgência e Emergência:
Saúde toda hora
• Tem o objetivo de articular e integrar, no âmbito
do SUS, o acesso humanizado e integral aos
usuários em situação de urgência nos serviços de
saúde, de forma ágil e oportuna.
• Link:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/p
rt1600_07_07_2011.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt1600_07_07_2011.html
REDES TEMÁTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE
REDES TEMÁTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE
II. Rede de Atenção à Saúde da Mulher e
Saúde Infantil: Rede Cegonha
• Fundamentada nos princípios da humanização e
assistência, visa implementar uma rede de cuidados
para assegurar às mulheres o direito ao
planejamento reprodutivo e à atenção humanizada
à gravidez, ao parto e ao puerpério; e às crianças o
direito ao nascimento seguro e ao crescimento e
desenvolvimento saudáveis.
• Link:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/p
rt1459_24_06_2011.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt1459_24_06_2011.html
REDES TEMÁTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE
REDES TEMÁTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE
III. Rede de Atenção Psicossocial: Saúde conte
com a gente
• Ampliação e qualificação do acesso a ações de
tratamento e reabilitação para usuários de crack,
álcool e outras drogas. A Rede também atende
indivíduos com sofrimento ou transtornos
mentais.
• Link:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/p
rt3088_23_12_2011_rep.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.html
REDES TEMÁTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE
REDES TEMÁTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE
IV. Rede de Cuidado à Saúde da Pessoa com
Deficiência: Saúde sem limite
• Visa garantir a atenção integral às pessoas com
deficiência física, visual, auditiva, intelectual, ostomia
e múltiplas deficiências, seja ela temporária ou
permanente; progressiva, regressiva ou estável;
intermitente ou contínua, no âmbito do SUS
• Link:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/p
rt0793_24_04_2012.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0793_24_04_2012.html
REDES TEMÁTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE
REDES TEMÁTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE
IV. Rede de Atenção às Pessoas com Doenças
Crônicas
• Visa realizar a atenção de forma integral aos usuários com
doenças crônicas, em todos os pontos de atenção, com a
realização de ações e serviços de promoção e proteção à
saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento,
reabilitação, redução de danos e manutenção à saúde
• Link:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt048
3_01_04_2014.html
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt0483_01_04_2014.html
REDES TEMÁTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE
EVIDÊNCIAS DO IMPACTO DAS REDES DE ATENÇÃO 
NOS SISTEMAS DE SAÚDE
RAS
LEITURA INDICATIVA
• Reportagem: Conceito ampliado de
saúde pode ajudar a saber se uma
população é saudável (AGÊNCIA
FIOCRUZ DE NOTÍCIA).
Link: https://agencia.fiocruz.br/conceito-
ampliado-de-sa%C3%BAde-pode-ajudar-a-
saber-se-uma-popula%C3%A7%C3%A3o-
%C3%A9-saud%C3%A1vel
https://agencia.fiocruz.br/conceito-ampliado-de-sa%C3%BAde-pode-ajudar-a-saber-se-uma-popula%C3%A7%C3%A3o-%C3%A9-saud%C3%A1vel
REFERÊNCIAS
• Brasil. Ministério da Saúde. Carta dos direitos dos usuários da saúde / Ministério da Saúde. –
2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2007. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/carta_direito_usuarios_2ed2007.pdf
• Brasil. Ministério da Saúde - Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN). Redes de
Atenção à Saúde no Sistema Único de Saúde. 2012. Disponível em:
https://www.redehumanizasus.net/sites/default/files/ras_curso_completo_1.pdf
• Mendes EV. As Redes de Atenção à Saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 15(5):2297-2305, 2010.
Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/csc/2010.v15n5/2297-2305/pt
• Universidade Federal do Maranhão. UNA-SUS/UFMA. Redes de Atenção à Saúde: a atenção
à saúde organizada em redes/ Nerícia Regina de Carvalho Oliveira. - São Luís, 2016.
Disponível em:
https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/7563/1/Redes%20de%20aten%C3%A7%C3%A3o%20
%C3%A0%20sa%C3%BAde%20-
%20A%20aten%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A0%20sa%C3%BAde%20organizada%20em%20redes.
pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/carta_direito_usuarios_2ed2007.pdf
https://www.redehumanizasus.net/sites/default/files/ras_curso_completo_1.pdf
https://www.scielosp.org/pdf/csc/2010.v15n5/2297-2305/pt
https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/7563/1/Redes%20de%20aten%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A0%20sa%C3%BAde%20-%20A%20aten%C3%A7%C3%A3o%20%C3%A0%20sa%C3%BAde%20organizada%20em%20redes.pdf

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