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1 DIREITO PENAL I

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BIANCA BARBOSA 2º SEMESTRE – 2017.2
DIREITO PENAL I
THAÍS BANDEIRA – thaisdir@yahoo.com.br 
AULA 1 - 31.07.2017
1. Denominação
É possível usar as duas nomenclaturas: Direito Penal ou Direito Criminal. 
· A expressão “criminal” abarca apenas uma das espécies de infração no Brasil, o crime.INFRAÇÕES PENAIS
1. Delito \ Crime
2. Contravenção penal
· A expressão “penal”: a partir do cometimento de um crime a sanção é uma pena; mas, existem pessoas que não possuem a capacidade de receber uma pena, como no caso do doente mental, excepcionalmente, e nesse caso é utilizado uma medida de segurança.
- O menor de 18 anos não sofre uma sanção penal, pois ele é encaminhado ao ECA.
Em outros países são utilizados, em sua maioria, a expressão “Direito Criminal”, temos também, Direito Repressivo (Puglia), Direito de Proteção aos Criminosos (Dourado Monteiro), Defesa Social (Cuba).
2. Conceito \ Definição
1º - Franz Von Lizst
O Direito Penal é um conjunto de prescrições emanadas do Estado, que ligam o crime como crime como fato à uma pena como consequência. 
2º - Mezger
O Direito Penal é um conjunto de normas jurídicas que regulam o poder punitivo do Estado, ligando o delito como pressuposto à uma pena como consequência.
· O Direito Penal é um conjunto de normas jurídicas que limitam o poder punitivo do Estado que se aplicam com consequência a um cometimento de um crime.
3. DIREITO PENAL OBJETIVO E SUBJETIVO:
· OBJETIVO:
Conjunto de leis e outras normas jurídicas editadas pelo Estado que definem os crimes e que cominam (prever) penas impondo ou proibindo determinadas condutas.
PRECEITO PRIMÁRIO
Cominação de uma pena
Legislador descreve uma conduta criminosa
Art. 121 – Matar alguém 
PRECEITO SECUNDÁRIO
Pena: reclusão de 6 a 20 anos 
· SUBJETIVO: é o próprio ius puniendi
O direito de punir do Estado (possibilidade de criar e fazer cumprir).
Primeiro o Estado acusa, via de regra, 99% dos casos, devido ao “jus accusatione” (MP) e depois o Estado tem o “jus nuniendi” (JUÍZ), além disso o direito de executar a pena, “jus exequendi”, é do Estado. 
Se um agente pratica um fato antijurídico, abre-se ao Estado o poder de iniciar a “persecutio criminis in judicio” para alcançar o decreto.
	Quando o Estado concede à suposta vítima a faculdade de ingressar em juízo com uma queixa-crime, dando início a uma relação processual penal, o Estado não transfere ao querelante o ius puniendi. Só cabe ao particular o ius accusationis.
4. DIREITO PENAL COMUM, COMPLEMENTAR E ESPECIAL:
· COMUM – é aquele que está previsto no Código Penal (1940) que obteve reforma em 1984.
· COMPLEMENTAR – conjunto de novas leis que surgiram após a criação do Cód. mas que também trazem condutas criminosas.
Ex.: lei 7716/89 (antirracismo); lei 11.343/06 (antidrogas); lei 8137/90 (tributário).
· ESPECIAL – criação dos microssistemas penais, pois alem de prever novos crimes, prevê também novas regras gerais e procedimentos.D.P. Especial
novos crimes
CP Lei 11.340/06; Mª da Penha; Estatuto do idoso, do desarmanento
1º ao 120º
Parte Especial
Parte Geral
	
5. CARACTERES DO DIREITO PENAL
5.1 – Ramo do Direito Público; afeta a coletividade
5.2 – Ciência cultural, normativa (do dever ser)
5.3 – Histórico; vai sofrer modificações a partir das transformações sociais.
5.4 – Valorativo; determinadas condutas devem ser avaliadas no tempo e no espaço.virgem
Ex.: “Raptar mulher honesta para fins libidinosos” 1940		2009
5.5 – Subsidiário, pois é chamado para interferir sobre condutas que outros ramos do Direito não são capazes de tutelar.
5.6 – Sancionador, pois toda conduta prevista pelo DP à ela corresponde uma pena
5.7 – Finalista; cumpre uma finalidade.
· Para as teorias legitimadoras, o DP cumpre uma missão de proteger os bens jurídicos mais essenciais à coletividade (vida, integridade física...).
· Com o Direito Penal objetiva-se tutelar os bens que, por serem extremamente valiosos, não do ponto de vista econômico mas sim político, não podem ser protegidos pelos demais ramos do Direito.
AULA 2 – 07.08.2017
FUNÇOES DO DIREITO PENAL
6. INTRODUÇÃO:
Justificar o direito penal e a sua aplicação passa primeiramente por uma justificativa dos próprios fins da pena, sobretudo da privação de liberdade. Desta forma, estudaremos as teorias legitimadoras que buscam reconhecer os fins da pena. 
7. TEORIAS ABSOLUTAS: (retributiva)
· LEGITIMADORAS:
São chamadas teorias absolutas todas aquelas que entendem a pena como uma forma de retribuição, reprovação ou revanche pelo crime cometido. As penas representam um fim em si mesma. 
Ex: a lei do talião (olho por olho, dente por dente).
Elas tem dois momentos históricos importantes, um retributivismo moral, em Kant, e um momento retributivo jurídico, encontrado em Hegel.
7.1 – KANT:
Kant entendia apena como um “imperativo categórico”, pois alguém havia infringido princípios morais de Deus, ou seja, o sujeito era punido porque era um pecador “quia peccatur est”. 
7.2 – HEGEL
Para Hegel a retribuição representa uma reprovação do comportamento. O crime seria uma anulação do Direito, enquanto a pena seria uma anulação do crime. A pena serve para a reafirmação do direito.Crime 		Direito
Pena		Crime
8. TEORIAS RELATIVAS
As teorias relativas entendem que as imposições das penas possuem uma função de prevenção. Esta prevenção se dar para que o delinquente não venha a reincidir e para que a sociedade não cometa delitos.
8.1 – PREVENÇÃO GERAL:
Exercida sobre toda a sociedade que, em tese, é não delinquente (pessoas que ainda não foram “pegas”/selecionadas pelo Direito Penal, mas não significa que ainda não cometeram crime, como exemplo, a sonegação de impostos).
8.1.1 – Positiva: 
Uma conscientização da sociedade sobre a necessidade de respeitar/tutelar determinados bens jurídicos. Então o Estado mostra a proteção à vida quando coloca no código a lei.
8.1.2 – Negativa:
Com a criação de leis penais, o Estado tenta dissuadir e intimidar a população para que este não cometa crimes. 
8.2- PREVENÇÃO ESPECIAL:
É uma prevenção exercida sobre o sujeito que já delinquiu. Prevenção de novos delitos pelo agente.
8.2.1 – Negativa:
Neutralização ou inocuização do delinquente, ou seja, a pena privativa de liberdade cumpre o papel de afastar o sujeito da sociedade, neutralizando os efeitos do crime. 
8.2.2 – Positiva:
Ressocialização. Um atuar do Estado, enquanto o agente executa a pena para que ao seu término o agente retorne a sociedade dissuadido da ideia de praticar novos crimes. Existem críticas ao termo “resocialização” (visto que, será que o indivíduo encaixava na sociedade? E, se ele se encaixava, por que retira-lo para depois coloca-lo novamente?) utilizando então a “inserção social” ou “reintegração”. 
9. TEORIA DIALÉTICA – UNIFICADORA: (Claus Roxin)
Propõe um diálogo entre as teorias absolutas e relativas, aproveitando todas as funções para imposição da pena. Entretanto, Roxin indica que as funções são diferentes a depender do momento em que se enxerga a pena.
Não tem ninguém errado, todas as teorias podem ser utilizadas.
Existem três momentos da pena e nesses três momentos, a pena tem um limite:
	1º - Pena cominada, leiArt. 70 CP: máximo da pena de 30 anos.
	2º - Pena aplicada, a que está descrita na sentença
	3º - Pena executada, aquela que está efetivamente sendo cumprida
	Prevenção Geral
	Reprovação
	Prevenção Especial
	Proporcionalidade entre o bem jurídico que se quer resguardar e a pena prevista pelo legislador.
	Culpabilidade do indivíduo.
	Humanidade das penas. Art. 5º x 2VII, algumas penas que são vedadas do nosso código (morte, trabalhos forçados, banimento, caráter perpétuo, crueldade).
O benefício do presidiário é a remição, ou seja, para o preso que trabalha existe o abatimento de 1 dia a cada 3 dias trabalhados e 
1 dia a cada 12h de estudo.
10. TEORIA ADOTADA PELO NOSSO CP:
ART. 59 CP – DOSIMETRIA DA PENA.
Nesse artigo é visto que as penas devem ser suficientespara prevenção e reprovação do delito, ou seja, nosso código adota uma teoria mista ou eclética.
AULA 3 – 14.08.17
· TEORIAS DESLEGITIMADORAS
11. CRÍTICAS AO MODELO ATUAL:
a. A simples previsão em lei de comportamentos criminosos não consegue dissuadir as pessoas da prática criminosa. O mais importante de fato é a fiscalização e não a lei. Sendo assim, o Direito penal cumpre uma função simbólica, ou seja, ele apenas aparenta segurança à sociedade.
Ex.: Consumo de drogas e beber e dirigir mesmo prevista em lei não diminui a prática desses atos.
b. O encarceramento por si só é dessocializador, pois leva o sujeito à abandonar certas práticas sociais fazendo parte de uma subcultura. Efeito socializador do cárcere devido ao baixo número de atividades de educação e trabalho desenvolvidas entre os presos.
c. Superpopulação carcerária misturando indivíduos com diferentes tipos de delitos. 
d. Condições insalubres do sistema prisional gerando uma massa carcerária com doenças crônicas, como por exemplo, a tuberculose. 
e. Como o direito penal não cumpre a função de prevenção geral e especial acaba que cumpre apenas a função retributiva.
f. Há uma enorme quantidade de cifras ocultas da criminalidade, ou seja, o número de crimes reais não condiz com o número de crimes “oficiais”, ou seja, o Direito Penal não alcança toda a prática criminosa.Crimes reais “oficiais”
cifras ocultas
g. Existe um extremo descrédito da sociedade no Dir. Penal e na persecução penal.
h. A própria sociedade já busca os seus mecanismos de lidar com o crime e seus efeitos.
i. O Dir. Penal não se preocupa com resolução do conflito, e sim com a punição do infrator. 
- Com a persecução penal não se busca a reparação do dano a vitima, seja ele patrimonial ou de outra natureza.
- O Dir. Penal não tem estrutura para o acolhimento da vítima; ex.: sala reservada para aguardo da audiência, elevadores distintos para vitima e réu solto, local de entrada distinto para a vítima e réu solto. 
12. MINIMALISMO:
O minimalismo penal prega uma redução drástica de atuação do direito penal, devendo este ramo ser encarado de fato como “ultima ratio”, ou seja, ultima instancia de controle.
Todos os crimes sem violência e grave ameaça deveriam ser retirados do código penal.
Ex.; furto, estelionato, honra (calúnia, difamação, injúria), de perigo, bigamia. 
13. ABOLICIONISMO: - Niklas Luhman “Penas Perdidas”Niklas Luhman – “Penas Perdidas” (alemão)
Zaffaroni – “Em busca das penas perdidas” (argentino)
Reconhece que ainda que haja uma retração do Dir. Penal, seus problemas não estarão resolvidos e que é necessário um modelo alternativo para resolver o conflito. Para o abolicionismo, o minimalismo seria um primeiro passo para que a sociedade passe a conviver sem o Dir. Penal. 
14. MODELOS ALTRNATIVOS:
IMPLANTAÇÃO das penas alternativas – substituem a pena privativa de liberdade. No Brasil elas são cabíveis para crimes sem violência ou grave ameaça com condenações menores ou iguais a 4 anos. Para evitar o super encarceramento, o efeito dessocializador do cárcere. 
Ex.: a prestação de serviços comunitários, prestações pecuniárias (para a própria vítima, familiares da vítima ou para outras instituições), restritiva de direitos (como suspensão da habilitação).
APAC (associação de proteção e assistência aos condenados) – é um modelo de parceria entre o Estado e Instituições sem fins lucrativos para acolhimento do preso durante o cumprimento da pena. Prega a participação da sociedade nesse processo de ressocialização. A ideia é que seja um sistema prisional pequeno em que a própria sociedade conhece os sujeitos que estão cumprindo pena, não tem muros, com uma auto responsabilidade do indivíduo termine o cumprimento da sua pena.
JUSTIÇA RESTAURATIVA – Se baseia na mediação de conflitos com a participação da comunidade. A ideia é que autor e vítima exponham seus pontos de vista sobre o delito e que juntos encontrem um modelo de solução. Com isso, a vítima ganha, o autor ganha, o índice de reincidência diminui e a sociedade também ganha. São realizados no JeCrim (Juizado Especial de Crimes) que vai contemplar as penas menores ou iguais a 2 anos (de menor potencial ofensivo).
PRINCÍPIOS:
1 - Voluntariedade, ambos devem estar dispostos a participar dos círculos de mediação.
2 - Ausência de prazos, não existe um número delimitado de sessões.
3 - Ausência de penalidades pré-definidas. 
4 - Senso de arrependimento de infrator, ou seja, o infrator também concorda com a penalidade que está sofrendo.
5 - Os depoimentos realizados no círculo de mediação não são levados para a justiça tradicional caso a mediação seja frustrada. 
OBJETIVOS:
1. Autorresponsabilização; o Direito Penal tradicional impõe a pena ainda que o sujeito negue a ocorrência do crime ou a sua autoria, basta apenas que os fatos estejam provados no processo. A justiça restaurativa parte da ideia de que o delinquente confesse a prática criminosa e concorde com a imposição de uma sanção.
2. Reparação do dano; o Direto Penal tradicional se preocupa com a imposição de penas, mas não ampara a vítima. A justiça Restaurativa tem como objetivo a resolução do conflito em que a vítima terá seu dano reparado, seja economicamente, moralmente ou através de outros mecanismos criados para o caso concreto.
3. Evitar a reincidência a partir do processo de aceitação da sanção.
4. Reflexão e pacificação social
AULA 4 – 21.08.17
15. ANTIMOVIMENTO:
No Pós II GM, iniciaram alguns movimentos de separação de vínculos com a sociedade. E este movimento de Lei e Ordem, que surgiu nos anos 80 nos EUA, encabeçado pelo prefeito de NY Rudolph Giulliani. Ele começou a trabalhar com temas sociológicos e jurídicos com a teoria do “Fixing Broken Windows”, no qual foi realizado um experimento onde se colocou um veículo íntegro durante 15 dias em um bairro popular e violento de NY e no final desse prazo nada havia acontecido ao carro, repetiram a mesma experiência sendo que dessa vez com uma janela quebrada e o carro foi completamente saqueado. A partir dessa experiência, concluiu-se que deve haver uma intervenção máxima do Direito Penal atuando sobre mínimas condutas, pois com isso se evitam grandes crimes. Rudolph começa a atacar a prostituição, pois o local onde tem prostituição tem bebidas e concomitantemente o tráfico de drogas. Outra situação atacada foi a da mendicância, pois mendigo na rua gera furto, robô, consumo de drogas. Dessa forma começando uma empreitada de limpeza da cidade (“limpeza étnica”) no intuito de diminuir a criminalidade, o que não deu certo, somente aumentou o índice da população carcerária. 
Já na Europa, surge o Direito Penal do Inimigo, que foi explicado por Günter Jakdos. Que justifica a quebra de direitos e garantias fundamentais
· Inimigos são aqueles que rompem o contrato social, portanto para eles não deve ser aplicado o Direito Penal tradicional, mas sim um Direito Penal de Guerra. Atualmente são considerados inimigos:
1. Criminosos econômicos
2. Terroristas 
3. Crime organizado (trafico de drogas)
4. Criminosos sexuais
Não se tem uma segurança de quais são esses inimigos. Alem disso, os meios de prova em regra considerados ilícitos passam a ser possível dada à gravidade das infrações.
Ex.: tortura, interceptações telefônicas sem autorização, captação ambiental.
· A pena privativa de liberdade terá duas funções no Direito Penal do Inimigo:
1. Prevenção Especial Negativa – neutralização (prender o criminoso);
2. Função puramente Simbólica – demonstração do poder do Estado para esse tipo de crime.
· Vai pregar a existência de pena privativa de liberdade mais longa. No Brasil, a ideia é de flexibilizar o limite de 30 anos.
AULA 5 – 28.07.17
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
1. ESQUEMETAIZAÇÃO
Trabalharemos com os princípios relacionados às missões, o segundo será o fato praticado pelo agente. Já em terceiro lugar será o principio relacionado com o próprio agente, e por fim veremos os princípios relacionados com as penas.
2. PRINCÍPIOS RELACIONADOS ÀS MISSÕES
2.1EXCLUSIVA PROTEÇÃO DE BENS JURÍDICOS
O Direito Penal brasileiro adotou a corrente defendida por Claus Roxin, no sentido de entender que o Direito Penal serve para a proteção dos bens mais essenciais à sociedade, que são os denominados “bens jurídicos penais”. Para o reconhecimento desses bens jurídicos penais teremos a Constituição Federal, porem a CF representa também uma limitação do poder de punir do Estado. É uma forma de fundamentar o Direito Penal. fonte
limite
CF
2.1.1 FUNCIONALISMO TELEOLÓGICO-RACIONAL
Adotado no Brasil, proposta por Roxin. Essa corrente enxerga o Direito Penal com a missão de proteger bens jurídicos. 
· O que representa a proteção de bens jurídicos pelo o Direito Penal?
 - A existência de um bem jurídico fundamenta (função fundamentadora) a decisão política de criação de novos tipos penais. Criando esses bens então com uma fundamentação no patrimônio, no ambiente, na ordem econômica...
 - A existência de bens jurídicos penais possui também uma função sistematizadora, pois o legislador irá agrupar os crimes de acordo com os bens jurídicos que eles protegem. VIDA 			ABORTO, art. 124
			CALÚNIA, art. 138
HONRA		HOMICÍDIO, art. 121
			INJÚRIA, art. 140
 - A função interpretativa do Código Penal, pois o sujeito só pode responder por dois crimes em situação de violação a mais de um bem jurídico penal para evitar a dupla punição pelo mesmo fato, ou seja, evitar o “bis in idem”.
- A função processual: a depender do bem jurídico tutelado, o tipo de ação penal se modifica e a competência para o julgamento também. Se o processo for público, por exemplo, ele pode ser condicionado – com autorização – e incondicionado (em autorização). HOMICÍDIO 		 VIDA 		 PÚBLICA (condicionada, incondicionada)
INJÚRIA		HONRA		 PRIVADA
- A função limitadora do bem jurídico (vai casar com a primeira função): uma vez que, para a criação de tipos penais o legislador precisa reconhecer os bens jurídicos mais relevantes e precisa respeitar os limites impostos pela Constituição. 
2.1.2 FUNCIONALISMO SISTÊMICO
Proposto por Günter Jakobs. Segundo essa corrente, a noção de bem jurídico é muito ampla, o que poderia levar a uma “espiritualização do conceito”, ou seja, tudo cabe no conceito de bem jurídico, deixando a sociedade sem limites ao poder de punir do Estado. Segundo Jakobs, usar a noção de bem jurídico seria atestar que o Direito Penal Representa uma proteção tardia, ou seja, não garante o direito à vida, pois ele atua somente quando ocorre uma morte. 
Para Jakobs, o que se protege com o Dir. Penal é a própria vigência do sistema, o bem jurídico seria a norma penal. O agente ao violar a norma precisa de punição para a validação do próprio sistema. 
2.2 INTERVENÇÃO MÍNIMA / “ULTIMA RATIO”
O princípio da intervenção mínima significa dizer que o direito penal ser uma esfera gravosa de intervenção na esfera de liberdade do cidadão deve atuar de forma mínima, protegendo de forma subsidiaria e fragmentada os bens jurídicos mais relevantes para a convivência em sociedade. A ideia é utilizar o Direito Penal como última instância, ou seja, “ultima ratio”.
2.2.1 SUBSIDIARIDADE 
O Direito Penal é subsidiário, ou seja, ele é chamado a interferir sobre comportamentos que os outros ramo do Direito não são capazes de tutelar. É utilizado dessa maneira para não ser banalizado. 
2.2.2 FRAGMENTARIEDADE
O Ordenamento Jurídico é formado por diversos ramos, cada um tuteando uma parcela de interesses, porem cada um desses ramos transfere ao Direito Penal determinada parcela de tutela que eles mesmos não são capazes de realizar. 
3. PRINCÍPIOS RELACIONADOS COM O FATO
3.1 MATERIALIZAÇÃO DO FATO
Significa dizer que o Direito Penal vai punir apenas condutas externas que violem bens jurídicos ou que pelo menos os coloque sobre ameaça.
Ex.: Para chegar à consumação do crime é necessário passar pelo itinerário do crime, “Iter Criminis”. Esse “Iter Criminis” possui algumas fases: 1. Cogitação; 2. Preparação; 3. Execução; 4. Consumação.
Entende-se que de acordo com esse princípio, o ato de cogitar não admite crime. Entretanto, a execução e tentativa já concretiza o fato. 
3.2 LESIVIDADE / OFENSIVIDADEQuestão de prova
Sabendo que o Dir. Penal tem como missão a proteção dos bens jurídicos mais relevantes, o princípio da lesividade se apresenta como uma segunda etapa, ou seja, é necessário que a lesão a esses bens também seja relevante. Esse princípio nos remete ao princípio da INSIGIFICÂNCIA, que atua sobre o conceito material e crime, mostrando que a lesão não é relevante. Atualmente, para que um fato seja considerado crime é necessário uma analise formal, que é a ferificação se a conduta humana se encaixa em algum fato previsto em lei. Além disso, é necessário se avaliar o conceito material (econômico), que é a análise da relevância da lesão ao bem jurídico protegido. O principio da insignificância afasta o crime, deixando de existir devido ao conceito material.
AULA 6 – 11.09.17
3.3 LEGALIDADE Questão de prova
Está insculpido no artigo 1º do CP, que dispõe “Não há crime sem lei anterior que defina. Não há pena sem prévia cominação legal”. Mas esse princípio vai abrigar três sub princípios (desdobramentos – reserva legal. 
3.3.1 Desdobramentos
1) Reserva legal / Legalidade “stricto sensu”:
Significa dizer que apenas a lei pode definir o que é um crime e pode prever uma pena. Art. 22, I CF; é competência privativa da União (infrações graves – LEP) para legislar em matéria penal, com algumas matérias que o Estado pode legislar (Ex.: as infrações médias e leves, disciplinares).
Alguns doutrinadores questionam a ofensa ao princípio da Legalidade por força da adoção das chamadas Leis Penais em Branco, são leis que dependerão de um complemento para que seu sentido seja entendido. Ou a Norma Penal em Branco será homogênea (retirando o seu complemento de uma fonte de mesma hierarquia) ou heterogênea (retira o seu complemento de uma fonte de hierarquia inferior, pois quanto mais baixo na pirâmide normativa, melhor a especificação). A ofensa à Reserva Legal se daria com a utilização da Lei Penal em Branco Heterogênea, pois com ela a simples mudança do complemento afetaria a proibição da Lei Penal. 
Ex.: I)Excesso de exação (art. 316, § 1º CP) – homogênea, + CT. II) Art. 236 – homogênea, + CC. 				 III) Lei 11.343, art. 28 – heterogênea, + Portaria da ANVISA.
2) Taxatividade:
A Lei Penal deve ser sempre escrita e certa, ou seja, ela deve definir completamente o que se pretende incriminar, presente no art. 1º.
Alguns doutrinadores entendem que há afronta quanto a taxatividade quando as leis penais se utilizam de expressões de conteúdo aberto. Ex.: Lei 7492/86, Sistema Financeiro Nacional; art. 4º. Outro problema é a doção de elementos normativos do tipo (palavras ou expressões que precisam ser valoradas no caso concreto). A regra é que os crimes sejam formados por elementos objetivos (descrição do crime) e subjetivos (ou o dolo ou a culpa).
Ex.: Art.151 (violação de correspondência). Art. 151 - Devassar indevidamente (elemento normativo) o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem. 
3) Anterioridade
Significa dizer que a Lei Penal deve ser publicada antes da prática criminosa, em regra não podendo ser aplicada a fatos anteriores. Segundo a CF, art.5º, XL em regra a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. A lei pode ser “in melius” – para beneficiar – ou “in pejus” – para prejudicar – visto que “tempus regit actum”, lei em vigor ao tempo do seu crime.
“in mellius” “in pejus”
Lei – “novacio legis”
fato
3.3.2 Aplicação da lei penal “in mellius”
A lei que beneficia o agente deverá retroagir mesmo que haja sentença com Trânsito em Julgado (art. 2º, § único CP). Para a aplicação da lei benéfica a casos em que já houve Trânsito em Julgado, a competência será do Juiz da Vara de Execuções Penais (súmula 611 do STF).
Questão de prova
3.3.3 Crimes permanentes e continuados
No caso decrimes continuados ou permanentes a existência de uma lei penal nova ainda que mais grave, mas durante a continuidade ou permanência faz com que esta lei seja a aplicada, pois o crime ainda está ocorrendo – súmula 711 do STF. 
O crime continuado é uma repetição de padrão do comportamento, o mesmo “modus operandi”.
3.3.4 Combinação de leis penais e “tertia legis”
O juiz não pode legislar, sendo assim, não cabe a ele criar uma “tertia legis”, mesmo que favorável ao réu. 
Lei A					Lei B
2 – 12 anos			 4 – 8 anos
 “tertia legis”
JULGAMENTO
CRIME
1) Incumbi a defesa - Entendimento minoritário.
2) Analisar as dosimetrias das penas e escolhe a mais favorável.
AULA 7 – 18.09.17
3.3.5 Lei intermediária
É uma lei que não estava em vigor ao tempo do crime e nem está em vigor ao tempo da sentença, sendo ela mais benéfica, que retroagiu no primeiro momento, será ela então a aplicada. E irá ultra-agir, ou seja, vai produzir seus efeitos ainda que já revogada.
 Retroagir
				Ultra-agir
Lei C
Lei B
Lei A
1 a 5 anos = sentença=
1 a 4 anos 
2 a 5 anos =crime=
- Retroagir (Fato 	Lei)	
- Ultra-agir (Lei 	Sentença)
· Extra-atividade da lei penal 
3.3.6 “Abolitio Criminis”
É uma lei penal nova que não mais considera o fato como criminoso, ou seja, o crime é revogado do código. Todos os efeitos penais, então desaparecem (como se a infração penal nunca tivesse acontecido). Mas os efeitos extrapenais permanecem mantidos, como civis, administrativos, tributários, trabalhistas.
1º efeito penal: I) inquérito – arqivado; II) processo – extinto; III) cumprimento da pena – solta; IV) reincidente – primário.
· ANTES DE 2009			Lei 12.015/09Questão de prova
Art. 213 – estupro			art. 213 - estupro
“conjunção penal			- conjunção carnal
			- atos libidinosos
	
Art. 214 – Ato Violento ao Pudor	Art. 214 - revogado
“ato libidinoso”
Nesse caso não houve “abolitio criminis”, visto que o crime não foi revogado, ele apenas saiu de um tipo penal, conhecido com continuidade normativa do tipo/típica. 
3.3.7 Lei excepcional ou temporária
A lei temporária é um gênero do qual a lei excepcional é uma espécie. Lei temporária, então, é aquela que tem um prazo certo de vigência (A tabela de preços do Gov. Sarney, como também a lei Geral da Copa do Mundo, a qual foram criadas tipos de crime) e uma Lei excepcional é aquela que tem um prazo certo de vigência que é a duração de alguma situação peculiar, como exemplo uma guerra, calamidade pública, estado de exceção. A ideia é de que para todos os fatos praticados durante a sua vigência, será ela a aplicada, pois é ultra-ativa (art. 3º CP). 
- Alguns autores questionam a recepção ou não desse artigo 3º pela Constituição Federal de 1988, porque da retroatividade da lei benigna. 
2 a 8 * crime
Furto, 1 a 4 
4. PRINCÍPIOS RELACIONADOS AO AGENTE
4.1 PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE SUBJETIVA
Significa que o agente só pode ser responsabilizado por um fato se ele ou pratica com dolo ou culpa.
· O Dolo é a regra dos tipos penais excepcionalmente eles admitem forma culposa. OBJETIVA: conduta resultado
TIPICIDADE
SUBJETIVA: dolo, culpa
4.2 PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PESSOAL
O sujeito deve ser responsabilizado pessoalmente pelos seus atos, ao podendo lhe ser imputado fato praticado por terceiro. No caso do menor de idade, ele responde penalmente, mas não no campo civil.
Segundo o art. 5º, XLV da CF/88 a pena não passará da pessoa do condenado. 
4.3 PRINCÍPIO DA IGUALDADE
Consiste em tratar igualmente os iguais e tratar desigualmente os desiguais na medida das suas desigualdades. 
Ex.: I) 5º, XLVIII, CF/88 – separa as condenações de acordo com o delito praticado, a idade e o sexo. E o grande problema é a discussão no caso das pessoas trans, apontando que a categoria do sexo deve ser por gênero. 
II) Art. 5º, L, CF/88 – distinção para as pressas do sexo feminino no período de amamentação, por 6 meses.
4.4 PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE
Culpabilidade é uma palavra no Direito Penal que tem diversos sentidos, nesta oportunidade, culpabilidade significa grau de reprovação da conduta, ou seja, o juiz ao aplicar a pena deve avaliar a reprovabilidade de cada um dos comportamentos. 
AV. 2 
4.5 PRINCÍPIO DA PRESENÇÃO DE INOCÊNCIA
É também chamado de Princípio da Não Culpa e está previsto no art. 5º, LVII da CF/88 que dispõe “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. 
· O STF, quando julgou esse habes corpus, reinterpretando o mérito. 
AULA 8 – 02.10.17
5. PRINCÍPIO RELACIONADOS COM A PENA
5.1 DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
Segundo este princípio, a imposição de uma pena, sobretudo a privativa de liberdade deve respeitar a dignidade da pessoa humana, ou seja, existe certo limite para a execução dessa pena. 
Segundo a CF, art. 5º, XLVII; existem algumas espécies de penas vedadas do nosso ordenamento, exatamente para respeitar a dignidade da pessoa humana.
 Espécie de pena vedada: 
a. Pena de morte, salvo em caso de guerra declarada. Mas de acordo com o Pacto São José da Costa Rica afirma que nem em caso de guerra declarada. 
Direito Penal Subterrâneo: é aquele que não é declarado, no caso da pena de morte que ocorre, mas não é exposta.
b. Caráter perpétuo, alguns autores questionam em relação as empresas, pois no caso do crime ambiental ela é extinta.
c. Trabalhos forçados, determinados limites são ditados para os presos, pois segundo a LEP o trabalho de higienização das próprias roupas e da cela incumbe ao condenado. Visto que o preso que trabalha tem direito a remição de pena, sendo assim o trabalho é uma opção e a cada 3 dias de trabalho ele vai remir 1 dia de pena. 
d. Banimento, impede que o brasileiro seja expulso do território nacional e extraditado com uma ressalva na qual o brasileiro nato nunca será extraditado e nem expulso, agora o brasileiro naturalizado pode ser extraditado em duas circunstâncias: 1) se o crime foi praticado antes da naturalização; 2) se houver comprovado envolvimento em trafico de drogas
e. Caráter cruel, a LEP prevê que a cela deve ter 12m ² para abrigar 2 presos e é desrespeitadas além da insalubridade. 
Regime disciplinar disciplinado (R.D.D) – fechadíssimo, que tem o prazo de 360 dias, entende-se que ele infringe a CF. 
5.2 INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
Toda sentença penal precisa trazer a dosimetria da pena segundo circunstancias objetivas do caso e também subjetivas, ou seja, devem ser levados em conta aspectos pessoais do agente. Acontece também no momento da execução da pena, como por exemplo: definição de progressão de regime e regressão (RDD); saídas temporárias; livramento condicional (terminar o comprimento da pena solto mas com condições). 
5.3 PESSONALIDADE DA PENA
Também chamado de princípio da transcendência da pena, significa dizer que a pena não passará da pessoa do condenado. A CF complementa no art. 5º, XLV, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação de perda de bens seria estendida aos seus sucessores e contra eles executadas no limite do patrimônio transferido. A reparação de danos e perda de bens tem caráter pecuniário ($).
5.4 PROPORCIONALIDADE DA PENA
Pode ser enxergada em três momentos distintos:
5.4.1 Legislativa: a proporcionalidade entre a pena cominada e o bem jurídico resguardado. (de fato temos penas totalmente desproporcionais, principalmente a respeito do Direito Penal de emergência);
5.4.2 Sentença: pois as penas devem ser fixadas dentro da culpabilidade do indivíduo;
5.4.3 Execução: concessão dos benefícios para a execução.
Alguns autores afirmam que o principio da proporcionalidade é 3 em 1, ou seja, a proporcionalidade em stricto sensu (correlação entre a pena e o delito), adequação e necessidade (o questionamento é a função da pena no caso concreto). * necessidade
* adequação
Regimes:
Fechado 
Semi aberto
Aberto
Multa
Priv. Liberdade
Rest. de direitos
* Stricto sensu
PROPORCIONALIDADE
AULA 9 – 09.10.17
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
1. TOPOGRAFIA DO CPReserva legal
Taxatividade
AnterioridadeArt. 1º - Legalidade 
Art. 2º - “abolitio criminis”
Art. 3º - Lei excepcional/temporária
2. TEMPO DO CRIME – art. 4º
Para definir o tempo do crime, o CP adotou a Teoria da Ação ou da Atividade levando em consideração o momento da ação ou omissão independentemente do momento do resultado.  “Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)”
Aplicação prática: Definir que tem ou não capacidade de receber pena. Ex.: Ainda que outro seja o momento do resultado
09.10		12.10		15.10
	ação
17		18		morte
3. LUGAR DO CRIME – art. 6º
O Código adotou a Teoria Mista ou da Ubiquidade que considera com lugar tanto onde ocorreu a ação ou omissão quanto onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
Obs.: A Teoria do artigo 6º só é válido para os crimes à distância, que são aqueles que envolvem dois países. Visto que nenhum país vai abrir mão da sua soberania. Bum!
Brasil				Argentina
resultado
ação
4. TERRITORIALIDADE – art. 5º
Regra Geral: Para o crime cometido dentro do território nacional aplica-se a Lei Penal Brasileira. Ocorre que a teritorialidade foi mitigada pelo próprio artigo 5º, que exclui a aplicação da Lei Brasileira em casos de convenções, tratados e regras de Direito Internacional. 
4.1 CONCEITO DE TERRITORIO NACIONAL
O solo ocupado pela nação brasileira, rios, lagos, lagoas, o mar territorial (que ocupa 12milhas náuticas, para o Direito Penal, contados da costa para frente), e o recorte do espaço aéreo, que é o mesmo do solo (que vai até a estratosfera). Depois da estratosfera o espaço aéreo é ocupação universal e cosmopolita. E no mesmo recorte do solo e do mar, temos o recorte de subsolo da nação brasileira. 
4.2 TERRITORIO NACIONAL POR EXTENSÃO – art. 5º, §1º e 2º
§1º - Diz respeito às embarcações e aeronaves brasileiras. Que é dividido em duas possibilidades, podendo ser: 1) púbicas/à serviço do governo brasileiro sendo considerada território nacional onde quer que se encontre. 2) mercantes/privadas se estiverem em alto-mar serão julgadas perante a Lei Brasileira, seja navegando ou sobrevoando. 
§2º - Diz respeito as embarcações e aeronaves privadas e estrangeiras. Se um crime for praticado a bordo de uma aeronave ou embarcação estrangeira de propriedade privada e estas estiverem em mar ou porto brasileiro ou em voou ou em pouso no nosso território nacional serão julgadas segundo a lei brasileira. 
5. EXTRATERRITORIALIDADE – art. 7º
A aplicação da Lei Penal Brasileira para fatos ocorridos fora do território nacional.
Art.7º: I – incondicionada, pois a lei brasileira será tratada independentemente do atendimento de qualquer condição. 
a) Vida /liberdade do presidente da república;
b) Patrimônio (furto e dano) /fé pública (dinheiro falso) da União, dos estados, dos municípios (território, empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público);
c) Adm. Pública, por quem está à seu serviço (peculato);
d) Genocídio (contra a humanidade), quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
 II – condicionada, ou seja, aplica-se a lei brasileira, desde que seja preenchida certas condições. 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
AULA 10 – 16.10.17
§2º - vai depender do concurso das segundas condições, ou seja, as cinco alíneas devem estar preenchidas, não são alternativas entre si, mas sim cumulativas entre si. 
a) Entrar o agente no território nacional, através da extradição;
b) Ser o fato punível também no país onde ele foi praticado;
c) Estar o crime no hall pelos quais as leis brasileiras permitem a extradição. (Existe um código chamado de Estatuto de Estrangeiro que vai diferenciar os termos e os crimes que autorizam a extradição)
d) Não ter sido o agente absorvido no exterior ou não ter aí cumprido pena. (oposto do que acontece com a incondicionada). Nesse caso o Brasil entra como subsidiário;
e) O sujeito não ter sido perdoado no estrangeiro ou não estar extinta a sua punibilidade. 
Ex.: prescrição, anistia
§3º - Princípio da defesa ou da personalidade passiva e vai tratar de crime contra brasileiros no exterior. 
a) O país de origem do sujeito ativo (criminoso) não pedir extradição, ou se pedir, ter a extradição negada;
b) Requisição do nosso Ministro da Justiça. 
5.1 PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO – art. 8º
O artigo 8º serve para situações em que o sujeito é condenado no estrangeiro e no Brasil pelo mesmo fato. Para evitar o “bis in idem”, a pena que ele cumpre no estrangeiro deve surtir efeitos na pena a ser cumprida no Brasil, visto que não é permitido no Brasil o “bis in idem”, duas penas pelo mesmo fato. 
Se a pena cumprida no estrangeiro for idêntica (mesma natureza) à pena a ser cumprida no Brasil, a pena do exterior será computada (abatida) da pena brasileira. 
Se a pena cumprida no estrangeiro tiver naturezas distintas, a pena no estrangeiro funcionará com atenuante da pena brasileira, sendo representada como uma atenuante (fração de diminuição – a jurisprudência diz que a diminuição é até 1/6). 
5.2 HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA – art. 9º
O artigo 9º trata de situação em que a sentença estrangeira será aplicada integralmente no ordenamento jurídico brasileiro, para tanto, é necessário que a legislação brasileira produza para o caso os mesmos efeitos. 
Quem vai homologar as sentenças no Brasil é o STJ, artigo 105 da CF/88. 
Art. 9º: 
 Inciso I - obrigar o condenado a reparação dos danos e outros efeitos civis. 
Parágrafo único – deve haver pedido da parte interessada
Inciso II – para submeter o agente a uma medida de segurança. E para que essa medida de segurança exista, deve haver mandato de extradição entre o Brasil e o país que emanou a decisão, ou na falta do tratado deve haver requisição do Ministro da Justiça.
5.3 CONTAGEM DE PRAZOS – art. 10
· Contagem penal (artigo 10 CP): o prazo inclui o primeiro dia na contagem
· Contagem processual penal: o prazo começa a ser contado no primeiro dia útil subsequente a decisão. (Sábado e domingo conta)
5.4 FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA – art. 113 anos, 10 meses, 8 dias e 22 horas
· Privativa de liberdade
· Restritiva de direitos
Nas penas privativas de liberdade não são computadas as frações do dia. 
· Multa R$ 2.350,85
Com relação as multas, as frações do real não são computadas (centavos). 
5.5 LEGISLAÇÃO ESPECIAL – art. 12
As regras gerais do Código aplicam-se tanto para a Parte Especial quanto para a Legislação Especial Extravagante, se esta não dispuser de modo contrário. Caso a legislação traga algo diferente, que será aplicado é o exposto na Legislação Especial Extravagante. 
AULA 11 – 23.10.17
EFICÁCIA DA LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS
1. TEXTO CONSTITUCIONAL
· Artigo 5º caput e I 
Segundo o artigo 5º caput “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza” e o inciso I determina que “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações”.
O que dizer então das imunidades? 
2. IMUNIDADES: PRIVILÉGIO OU PRERROGATIVA?
O privilégio vai representar uma exceção perante a lei, tendo caráter pessoal e são anteriores a lei, visto que decorre da pessoa e não do texto normativo. Já a prerrogativa é um conjunto de precauções para que se cumpra a lei e possui caráter funcional, sendo também decorrentes da lei. 
Ex.: O advogado tem direito de ver os autos do processo, em razão da função, e não da pessoa. 
	PRIVILÉGIO
	PRERROGATIVAS
	Exceção da lei comum deduzida da situação de superioridade das pessoas em que a desfrutam 
	Conjunto de precauções que rodeiam a função e que servem para exercício dessa
	É subjetivo e anterior à lei
	É objetiva e deriva da lei
	Essência pessoal
	Anexo à qualidade do órgão
	É poder frente a lei
	É conduto para que a lei seja cumprida
3. ESPÉCIES DE IMUNIDADES
3.1 DIPLOMÁTICAa) Chefe de governo/ Estado/ estrangeiro / seus familiares/ membros da comitiva
b) Embaixador/ seus familiares
c) Corpo diplomático/ familiares
d) Membros de organizações internacionais (ONU)
O Brasil, através do Decreto Nº 5.6435/65, ratifica e promulga a Convenção de Viena sobre relações internacionais. 
As imunidades diplomáticas possui natureza jurídica absoluta (o país acreditante – visitante - e o país acreditado). Isso significa dizer que eles são sempre julgados segundo as leis do país acreditante. 
CRIME 		PUNIBILIDADE
A respeito da punibilidade, a corrente majoritária afirma que é uma causa pessoal de isenção da punibilidade. Já a corrente minoritária chama de causa impeditiva da punibilidade. Visto isso, o Estado perde o direito de punir. 
Segundo o artigo 31, 1 do Decreto 56.345 o agente diplomático terá imunidade absoluta em relação à legislação Penal do país acreditado.
· Artigo 31, 1 – O agente diplomático gozará de imunidade de jurisdição penal do Estado acreditado. 
Por conta desse artigo 31, ocorrerá o fenômeno da intraterritorialidade, ou seja, para um fato ocorrido dentro do Brasil será aplicada a legislação de um país estrangeiro (acreditante), devendo esta sempre prevalecer. 
O artigo 29, determina que o agente diplomático não poderá sofrer nenhuma forma de prisão ou detenção. Segundo o artigo 30, a inviolabilidade do agente diplomático alcança a sua residência particular, seus documentos e suas correspondências. 
· Agentes consulares
Em relação aos agentes consulares, por se entender que suas funções são meramente administrativas, a sua imunidade funcional é considerada relativa, ou seja, diz respeito apenas aos fatos praticados no exercício da função. 
3.2 PARLAMENTAR
3.2.1 ABSOLUTA/ MATERIAL/ SUBSTANCIAL
“Freedom of speech” – liberdade de discurso. Em regra, para que exista o livre exercício do mandato, o artigo 53 da CF determinou que deputados e senadores são invioláveis penalmente por suas palavras, opiniões e votos.
O limite da imunidade material vai da diplomação até o fim do mandato. 
Sempre se defendeu que a imunidade seria absolutíssima dentro das dependências do parlamento/ plenário. 
3.2.2 FORO PRIVILEGIADO
Segundo o artigo 53 §1º da CF, deputados e senadores serão julgados pelo STF. Desde o diploma até o fim do mandato. 
3.2.3 PRISÃO
Segundo o artigo 53 §2º da CF, deputados e senadores não poderão ser presos exceto em flagrante por crime inafiançável. 
Ex.: trafico de drogas, crimes hediondos, racismo. PRISÃO
Preventiva
Temporária – prazo certo
AULA 12 – 30.10.17
CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS 
1. CONCEITO 
Ocorre quando, aparentemente, mais de uma norma pode ser aplicada no caso concreto. Porém esse conflito é, como dito, aparente, uma vez que existem quatro critérios para solucioná-lo 
2. CRITÉRIOS
2.1 ESPECIALIDADE 
“Lex specialli derrogat generalli” – a lei especial derroga (não é aplicada no caso concreto, é afastada ≠ revogar) a geral. 
derroga
Art. 121 §3º			Lei 9.503/97 art. 302
Culposo 			Veículo automotor
Art. 121			Art. 123 - infanticídio
Matar alguém 		Matar – próprio filho, durante o parto ou logo após, estado puerperal
2.2 SUBSIDIARIDADE
É um critério de resolução de conflitos aparentes que determina que uma norma seja vista como um “soldado de reseva”, ou seja, o crime menos grave só será aplicável quando não ocorrer um crime mais grave. 
2.2.1 EXPRESSA
Alguns tipos penais trazem expressamente em sua redação a sua natureza subsidiária, determinando que aquele tipo penal só deva ser aplicado se o fato não constituir crime mais grave. 
Crime menos grave			Crime mais grave
Art. 314					Art. 317
Sonegação doc.				$ “vantagem indevida”
1 a 4 anos					2 a 12 anos
2.2.2 TÁCITA
Apesar de não haver disposição expressa no tipo penal, o crime menos grave é elemento integrante do crime mais grave. 
Crime menos grave			Crime mais grave
Art. 163					Art. 155 §4º I
Dano		Furto c/ rompimento obstáculo
2.3 CONSUNÇÃO OU ABSORÇÃO
Significa dizer que um tipo penal representa um rito de passagem para se chegar a outro. O agente só será punido, portanto, pela segunda figura típica. Nestes casos, existem diferentes graus de violação ao bem jurídico.
2.3.1 CRIME MEIO – CRIME FIM
O crime meio fica absorvido pelo crime fim, pois ele representa apenas uma passagem necessária. Crime meio			Crime fim
Art. 129			Art. 121
Lesão corporal Homicídio
· CRIME PROGRESSIVO – é o mesmo de crime como rito de passagem.
· PROGRESSÃO CRIMINOSA – ocorre quando o agente tem o dolo de praticar um crime X e ao longo da execução este dolo é modificado passando o agente a querer o crime Y.
2.3.2 ANTEFATO E PÓS-FATO FIM
“Iter Criminis”: 
Cogitação – Preparação – Execução – Consumação – Exaurimento
Art. 289 §1º 
Colocar em circulação
Art. 289
Moeda falsa
Art. 291
Petrechos p/ falsificação
núcleo
Pós-fato impunível
Antefato impunível
Crime meio
2.4 ALTERNATIVIDADE
Teremos um mesmo tipo penal que descreve mais de um núcleo, são tipos chamados de condutas múltiplas ou de conteúdo variado. Nos tipos alternativos se no mesmo contexto fático o sujeito pratica mais de um núcleo do tipo haverá crime único. 
Ex.: Lei 11.343/06 – art. 33 – tráfico (importar – em depósito – expor à venda – vender – entrega a consumo).
AULA 13 – 06.11.17
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
1. QUANTO AO SUJEITO QUE A REALIZA
1.1 AUTÊNTICA
É uma interpretação feita pelo próprio texto legal, ou seja, o legislador dispõe expressamente a cerca do sentido da norma. Só que essa interpretação pode ser feita de duas formas: contextual (a interpretação é dada na mesma oportunidade em que é editada a lei penal – art. 121 §2º VI) e posterior ( para dirimir duvidas e uniformizar a interpretação de determinado conceito o legislador edita uma lei posterior com caráter explicativo – caso ele trouxesse o §2º A do artigo 121 após a lei).
1.2 DOUTRINÁRIA
É realizada por estudiosos do Direito que emitem opiniões sobre determinado texto de lei. 
Ex.: Artigo 121 – Feminicídio, §7º + 1/3 a ½ , III – presença de ascendente/descendente (física/ virtual ou apenas física – discussão doutrinária). 
No caso também de uma palestra. 
Exposição de motivos – doutrinária, pois não trás conceitos e não trás interpretação no curso de processo. Depois dela há a criação da lei.
1.3 JUDICIAL
É a forma de interpretação dos operadores do Direito feita intra-autos, ou seja, no bojo do processo. É a interpretação judicial que vai gerar a jurisprudência. 
2. QUANTO AOS MEIOS EMPREGADOS
2.1 LITERAL
Ou gramatical, pois leva em consideração as palavras no sentido que elas possuem na língua portuguesa. Não é todo artigo de lei que permite isso. 
Ex.: Homicídio simples – art 121. Matar alguém. 
2.2 TELEOLÓGICA
Leva em consideração a finalidade da lei, ou seja, o seu objetivo social. Vai levar em conta que o Direito é um fenômeno cultural, portanto, a sua interpretação não pode ser estática. 
AULA 14 – 13.11.17
2.3 SISTEMÁTICA
Segundo Eros Roberto Grau o Direito não se interpreta em tiras. A interpretação sistemática pressupõe uma análise de todos os preceitos penais ao se interpretar determinado dispositivo. O tipo penal não é visto de maneira isolada.
Ex.: Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
§ único, II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
O menor, portanto, é o menor de 14 anos, pois analisando o código penal sistematicamente é possível concluir isso, visto o artigo 1.217ª – estupro de vulnerável, menor de 14 anos. 
2.4 HISTÓRICA
Os preceitos penais devem ser estudados de acordo com o momento histórico em que foram criados.
Ex.: (revogado) Art. 220 – raptar mulher honesta para fins libidinosos. Criado em 1940, em que mulher honesta significava mulher virgem. 
3. QUANTO AOS RESULTADOS
3.1 DECLARATÓRIA
O juiz ou o interprete não restringe e não amplia o sentido da norma, apenas declara o seu conteúdo. 
3.2 EXTENSIVA
O interprete consegue ampliar e alargar o alcance da norma, pois se entende que olegislador disse menos do que o que deveria.
Ex.: Art. 235 CP – bigamia. Nesse caso, a poligamia também não é permitido. 
3.3 RESTRITIVA
O interprete vai restringir o alcance de determinado tipo penal, levando sobretudo, o princípio da taxatividade. 
Ex.: Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:
Nesse caso, autoridade pública. 
4. INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA
A fórmula de redigir o tipo penal segue o seguinte padrão: uma fórmula casuística que serve como norte para o intérprete e em seguida uma formulação genérica onde caberão outras interpretações.
Ex.: Art. 121 §2º, III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
Isso só é permitido se o legislador colocar expressamente no código. 
TEORIA DO DELITO
1. CONCEITO DE CRIME
· FORMAL – conduta humana descrita em lei como tal.
· MATERIAL – uma ofensa a um bem jurídico relevante para o convívio em sociedade.
· LEGAL - trazido no artigo primeiro da Lei de Introdução ao Código Penal (LICP). 
· ANALÍTICO – aquele estudado pela ciência do Direito Penal.
1.1 CRIME x CONTRAVENÇÃO
O crime é uma infração penal que a lei comina pena de reclusão – aberto, semiaberto, fechado - ou detenção – aberto, semiaberto com penas bem mais longas - (privação de liberdade), quer isoladamente (ex.: art. 121, pena reclusão 6 a 20 anos) ou alternativa (ex.: art. 150, pena 1 a 3 meses ou multa) ou cumulativamente com a multa (ex.: art. 157 pena 4 a 10 anos e multa). 
A contravenção é uma infração penal que a lei comina, isoladamente, penas de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativamente ou cumulativamente. 
Penas 
- prisão simples isolada
- multa isolada
- alternadas
- cumuladas
	CRIME
	CONTRAVENÇÃO
	Dolo / culpa
	Dolo
	Consumada / tentada
	Consumada
	30 anos
	5 anos
	J. Estadual / J. Federal
	J. Estadual
	Ação penal pública / privada
	Ação penal pública
2. CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME
2.1 DOUTRINA MAJORITÁRIA
O crime se divide em três elementos. Para ser crime é necessário que o fato seja típico, ilícito (antijurídico) e culpável. 
TÍPICO			 ILÍCITO		 		 CULPÁVEL
Conduta	 (excludentes de ilicitude) Imputabilidade
Dolo/culpa Parte Geral (art 23 CP) Exigibilidade de conduta diversa
Resultado Estado de necessidade Potencial consciência da ilicitude
Nexo causal Legítima defesa
Tipicidade Estrito cumprimento dever legal
 Exercício regular de direito
2.2 DOUTRINA BIPARTIDA
O crime possui apenas dois elementos, ou seja, o fato precisaria ser típico e ilícito, pois tudo que se estuda na culpabilidade é pressuposto ou não de aplicação da pena.
2.3 DOUTRINA QUADRIPARTIDA
Além dos três elementos citados acima, o fato deve ser também punível. O conceito de crime nasce então, quando nasce o conceito de punibilidade para o Estado. 
 
Furto, 1 a 4

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