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Espécies de Contrato - Doação

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DIREITO CIVIL III – 4º PERÍODO
MATERIAL EXPLICATIVO
ESPÉCIES DE CONTRATO – DOAÇÃO
1. CONCEITO DE DOAÇÃO.
Nos termos do Art. 538 e 539 do Código Civil, considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra. Além disso, a aceitação da doação determina que o doador (Transfere, voluntariamente, do seu patrimônio, a coisa doada) possa fixar prazo ao donatário (Recebe a doação, se beneficiando dela), para que este declare se aceita ou não a liberalidade, e, desde que o donatário, ciente do prazo, não demostre aceitação, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.
Assim, a doação é um contrato: Unilateral; consensual, e em regra, gratuito. Trata-se de contrato unilateral, na medida em que apenas o doador contrai obrigações; Consensual, pois o consenso é suficiente para aperfeiçoar o contrato; E, é, em regra, gratuito, já que não impõe contraprestação. Porém, como toda regra tem sua exceção, aqui não seria diferente, excepcionalmente, pode haver contraprestação na doação com encargo (ou modal, ou onerosa). 
Doação com encargo é a doação acompanhada de uma obrigação prevista no contrato, para receber a vantagem. Uma vez aceita essa doação, o doador pode revogar a doação, caso o encargo não seja cumprido. Vale salientar que não pode haver equivalência entre o valor da coisa doada e o encargo, porque isso descaracterizaria a gratuidade do contrato. O encargo sempre deve ser menor do que o valor do bem recebido. 
Alguns doutrinadores entendem que a doação depende da intenção de doar e da aceitação do donatário. Contudo, admite-se aceitação tácita, salvo no caso da doação com encargo. 
2. CARACTERÍSTICAS.
Em regra, as características essenciais do contrato de doação são: 
· Natureza contratual: Refere-se ao fato de o Código Civil ter considerado a Doação como um contrato, devido ao fato de ser necessária a sua forma duas partes, o doador e o donatário.
· Gratuidade: Ser oferecido de “graça”.
· Ânimo de liberalidade: É a vontade do doador de entregar, de forma espontânea, um bem de seu patrimônio ao donatário, que obterá vantagem.
· Transferência de bens ou vantagens do patrimônio do doador para o patrimônio do donatário: É necessária e ó o elemento objeto da doação, a vantagem deve ser patrimonial e deve haver aumento de um patrimônio à custa de outro.
· Aceitação explicita ou tácita do benefício por parte do donatário. 
Quanto a sua forma, a doação pode ser feita por:
· Instrumento particular. 
Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular.
· Escritura pública, quando tiver por objeto imóvel de valor superior a 30 vezes o maior salário mínimo, ou o direito à sucessão aberta ou quinhão hereditário.
Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública.
· Verbalmente, quando se tratar de bens móveis de pequeno valor, seguindo a tradição.
Art. 541. Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição.
O dever de garantir o adquirente pela evicção ou por vícios redibitórios é próprio de negócios bilaterais. Nos negócios unilaterais, como é o caso da doação, uma vez que o credor somente tem benefícios com o ato, tal direito não existe. No entanto, no caso de doação onerosa ocorre responsabilização por vícios redibitórios e por evicção. 
Art. 552. O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito às consequências da evicção ou do vício redibitório. Nas doações para casamento com certa e determinada pessoa, o doador ficará sujeito à evicção, salvo convenção em contrário.
3. TIPOS DE DOAÇÃO.
· DOAÇÃO PURA E SIMPLES: Feita por mera liberalidade, a liberalidade resplende em sua plenitude, sem condição presente ou futura, sem encargo, sem termo e sem quaisquer restrições ou modificações para a sua constituição ou execução. Nesta espécie não há imposição de limitações ao donatário, e se ele for absolutamente incapaz dispensa-se a aceitação.
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.
Art. 543. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura.
· DOAÇÃO MERITÓRIA: Trata-se de doação realizada razão do merecimento do donatário, na qual o doador enuncia o motivo do merecimento, da consideração pela pessoa donatária. Por exemplo, Maria doa um carro ao ator Paul Walker que contracenou no filme Velozes e Furiosos 7, pois Maria é fã de Paul.
Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto.
· DOAÇÃO REMUNERATÓRIA: Ocorre quando o doador, espontaneamente, resolve fazer uma doação para aquele que lhe prestou um serviço, sem contrato que o obrigasse a tal remuneração.
Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto.
· DOAÇÃO MANUAL: Doação verbal de bens móveis de pequeno valor.
Art. 541. Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição.
· DOAÇÃO A NASCITURO: Um nascituro pode ser contemplado com doações, mas a aceitação será manifestada pelos pais ou por seu curador, no caso de falecimento dos pais, com autorização judicial. A doação somente se torna totalmente válida se o nascituro nascer com vida e presume-se que o doador reserva para si o usufruto dos bens doados até ao nascimento do donatário.
Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal.
· DOAÇÃO DE ASCENDENTE A DESCENDENTE OU ENTRE CÔNJUGES: Feita de ascendente para descendente como adiantamento de legítima (herança), não podendo exceder à quota-parte devida ao donatário ou à porção disponível do doador. A doação não depende do consentimento dos demais descendentes, pois o donatário terá de colacionar (ato pelo qual o herdeiro informa, no inventário, o recebimento de bens em vida, antecipado pelo autor da herança) o bem, já que a doação configura adiantamento da legítima. Quanto à doação entre cônjuges deve-se tomar cuidado com os seguintes regimes de bem: Comunhão Universal (A doação, neste caso, não tem validade, pois o objeto é impossível, na medida que o patrimônio já pertence ao doador, é evidente que não se pode doar para si mesmo); Separação obrigatória (Há duas correntes: 1°: Não tem validade, pois é fraude ao regime de bens; 2°: é possível, pois não se pode presumir a má-fé).
Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
· DOAÇÃO PERIÓDICA: É uma doação de trato sucessivo, em que o doador estipula rendas a favor do donatário, não se transferindo tal obrigação aos herdeiros do doador. Sua morte gera a extinção da obrigação, salvo se o doador estipular sua continuidade, porém os herdeiros só serão obrigados dentro das forças daherança.
Art. 545. A doação em forma de subvenção periódica ao beneficiado extingue-se morrendo o doador, salvo se este outra coisa dispuser, mas não poderá ultrapassar a vida do donatário.
· DOAÇÃO EM CONTEMPLAÇÃO DE CASAMENTO FUTURO: Doação feita pelos noivos entre si, ou por terceiro a um deles ou a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houver um do outro. Tem por objetivo contemplar um casamento, ou seja, esse tipo de doação tem sua eficácia condicionada a realização do casamento e ficará sem efeito se o casamento não se realizar.
Art. 546. A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro, não pode ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento não se realizar.
· DOAÇÃO COM CLÁUSULA DE REVERSÃO: Ocorre quando o doador, no ato da liberalidade, estabelece que o bem doado retorne ao seu patrimônio em caso de falecimento do donatário, porém tal cláusula não prevalece em favor de terceiro.
Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário.
Art. 547. Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro.
· DOAÇÃO UNIVERSAL: Trata-se da doação de todos os bens do doador ao donatário. Mesmo aquele que não tem herdeiros necessários, não podem doar todos os seus bens, enquanto estiver vivo, ao ponto de não possuir uma condição digna de se sustentar, se reduzindo à miséria. Sendo assim, a doação será considerada nula.
Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador.
· DOAÇÃO INOFICIOSA: É a doação de patrimônio excedente a parte disponível (50% do patrimônio), alcançando, por conseguinte, a legítima (os outros 50% restantes). Neste caso, cabe ação de redução de doação inoficiosa, visando a anulação do negócio que excedeu a parte disponível. O prazo para ajuizar a ação é de 10 anos e pode ser feita, inclusive, com o doador vivo.
Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento.
· DOAÇÃO DO CÔNJUGE ADÚLTERO AO CUMPLICE: É a doação de um cônjuge adúltero ao(a) amante. Esse tipo de doação pode ser anulada no prazo decadencial de 2 anos, contados da dissolução da sociedade conjugal pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários. 
Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.
· DOAÇÃO CONJUNTIVA: É a doação realizada a dois ou mais donatários. Em regra, presume-se a divisão igualitária, porém, sem o direito de acrescer, salvo marido e mulher. O doador manifesta de forma expressa o percentual cabível a cada um, mas não havendo essa estipulação, a lei determina que se distribua por igual o bem doado entre os donatários.
Art. 551. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-se distribuída entre elas por igual.
Art. 551. Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo.
· DOAÇÃO ONEROSA: É aquela em que o doador impõe ao donatário uma incumbência em seu benefício, em proveito de terceiro ou do interesse geral. Ademais, o encargo sempre deve ser menor do que o valor do bem recebido.
Art. 553. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral.
Art. 553. Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministério Público poderá exigir sua execução, depois da morte do doador, se este não tiver feito.
· DOAÇÃO A ENTIDADE FUTURA: Trata-se de doação feita a pessoa jurídica ainda não constituída. Há prazo decadencial de 2 anos para constituição da pessoa jurídica.
Art. 554. A doação a entidade futura caducará se, em dois anos, esta não estiver constituída regularmente.
4. REVOGAÇÃO DA DOAÇÃO.
A doação poderá ser revogada por ingratidão do donatário ou, no caso da doação modal, por inexecução do encargo. Neste cenário, é importante destacar que o doador não pode renunciar antecipadamente o direito de revogar a doação por ingratidão. Quanto a inexecução de encargo, pode ser revogada se o donatário incorrer em mora, e, caso inexista um prazo para cumprimento, poderá o doador notificar o donatário para que, em prazo razoável, cumpra a obrigação assumida.
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo.
Art. 556. Não se pode renunciar antecipadamente o direito de revogar a liberalidade por ingratidão do donatário.
Art. 562. A doação onerosa pode ser revogada por inexecução do encargo, se o donatário incorrer em mora. Não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá notificar judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo razoável para que cumpra a obrigação assumida.
A revogação por ingratidão ocorre quando o ofendido for o doador, cônjuge; ascendente; descendente, ainda que adotivo e irmão do doador. Vale ressaltar que o rol apresentado é exemplificativo.
Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações:
I – se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele;
II – se cometeu contra ele ofensa física;
III – se o injuriou gravemente ou o caluniou;
IV – se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava.
Art. 558. Pode ocorrer também a revogação quando o ofendido, nos casos do artigo anterior, for o cônjuge, ascendente, descendente, ainda que adotivo, ou irmão do doador.
A revogação deve ser pleiteada dentro de um ano, a contar de quando chegue ao conhecimento do doador em relação ao fato que autoriza a revogação. O direito de revogar a doação não se transmite aos herdeiros do doador, nem prejudica os do donatário. Entretanto, os herdeiros podem prosseguir na ação iniciada pelo doador, se este falecer depois de ajuizada a lide. Ademais, a revogação por ingratidão não prejudica os direitos adquiridos por terceiros, nem obriga o donatário a restituir os frutos percebidos antes da citação válida; mas sujeita-o a pagar os posteriores, e, quando não possa restituir em espécie as coisas doadas, a indenizá-la pelo meio termo do seu valor.
Art. 559. A revogação por qualquer desses motivos deverá ser pleiteada dentro de um ano, a contar de quando chegue ao conhecimento do doador o fato que a autorizar, e de ter sido o donatário o seu autor.
Art. 560. O direito de revogar a doação não se transmite aos herdeiros do doador, nem prejudica os do donatário. Mas aqueles podem prosseguir na ação iniciada pelo doador, continuando-a contra os herdeiros do donatário, se este falecer depois de ajuizada a lide.
Art. 563. A revogação por ingratidão não prejudica os direitos adquiridos por terceiros, nem obriga o donatário a restituir os frutos percebidos antes da citação válida; mas sujeita-o a pagar os posteriores, e, quando não possa restituir em espécie as coisas doadas, a indenizá-la pelo meio termo do seu valor.
Em se tratando de homicídio doloso, a ação caberá aos seus herdeiros, exceto se aquele houver perdoado. Além disso, existe situações na qual são vedadas a revogação por ingratidão.
Art. 561. No caso de homicídio doloso do doador, a ação caberá aos seus herdeiros, exceto se aquele houver perdoado.
Art. 564. Não se revogam por ingratidão:
I - as doações puramente remuneratórias;
II - as oneradas com encargo já cumprido;
III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural;
IV - as feitas para determinado casamento.

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