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FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br (OAB 2ª Fase) Ricardo, prefeito do município Delta, decide reformar a sede da prefeitura. Para tanto, pretende, dentre outras coisas, pintar a fachada do prédio com as cores do partido ao qual é filiado. Questionado, Ricardo confirma que a intenção é homenagear seu partido, que neste ano completa 40 anos de existência. Sobre a hipótese apresentada, responda o item a seguir. A) É lícita a decisão de pintar a fachada do prédio da prefeitura com as cores do partido do prefeito? A resposta é negativa. Não é lícita a decisão de pintar a fachada do prédio da prefeitura com as cores do partido do prefeito. A utilização das cores de partido político nos prédios públicos faz com que a reforma esteja associada à gestão do prefeito, ferindo assim o princípio da impessoalidade previsto no Art. 37 da CRFB/88. Obs.: também será aceita a fundamentação no princípio da moralidade FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br 4) Publicidade Art. 37. (...) § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: (...) II — o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII. X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br 4) Publicidade A Administração está obrigada a manter a transparência em relação a todos os seus atos e a todas as informações armazenadas em seus bancos de dados. CF – Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: ... XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br 4) Publicidade O administrador não pode armazenar informações para fins pessoais mas, tão somente, para preservação do interesse público. Decisão proferida pelo STF, em 20.08.2020, quando da apreciação da ADPF 722, proibiu a elaboração de dossiês sobre antifascistas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Prevaleceu o entendimento da relatora, Ministra Cármen Lúcia, de que a coleta de informações para mapear as posições políticas de determinado grupo, ou identificar opositores ao governo, configura desvio de finalidade das atividades de inteligência. Decisão proferida pelo STF em 13.03.2021 quando do julgamento da ADPF 692/DF em que a Corte concluiu que a interrupção abrupta da coleta e divulgação de importantes dados epidemiológicos, imprescindíveis para a análise da série histórica de evolução da pandemia (Covid-19), caracteriza ofensa a preceitos fundamentais da Constituição Federal (CF), nomeadamente o acesso à informação, os princípios da Publicidade e da Transparência da Administração Pública e o Direito à Saúde. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Princípio da Publicidade Exemplo Art. 37, XI, CF – teto de remuneração - STF entende que é legitima a pergunta de quanto ganham os servidores de determinados órgãos. E se houver um pedido de informações indevidamente negado? Qual o instrumento hábil a ser utilizado? Depende: - se a informação solicitada for de natureza individual (do próprio solicitante) – habeas data – art. 5o, LXXII - se a informação não for a respeito próprio, mas sim de interesse – caberá mandado de segurança. CF/88 - Art. 5o LXXII - conceder-se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Lei de Acesso à Informação – Lei 12.527/11 Abrangência da LAI (Arts. 1º e 2º) • União, Estados, DF e Municípios • Executivo, Legislativo, Judiciário + Corte de contas e MP • Administração Indireta • Entidades privadas que recebam recurso público (publicidade relativa aos recursos públicos) Diretrizes da LAI (Art. 3o) • Publicidade como preceito geral • Sigilo como exceção • Divulgação de informações de interesse público independentemente de solicitações (transparência ativa) • Utilização de meios de comunicação de TI • Fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na Administração • Desenvolvimento do controle social da Administração FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Princípios decorrentes da Publicidade na LAI • Acesso é a regra, o sigilo, a exceção (divulgação máxima) • Requerente não precisa dizer por que e para que deseja a informação (não exigência de motivação) • Hipóteses de sigilo são limitadas e legalmente estabelecidas (limitação de exceções) • Fornecimento gratuito de informação, salvo custo de reprodução (gratuidade da informação) • Divulgação proativa de informações de interesse coletivo e geral (transparência ativa) • Criação de procedimentos e prazos que facilitam o acesso à informação (transparência passiva) FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Pedido de Acesso (Art. 10) • Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos públicos da Administração Direta e Indireta (U,E,DF,M). • Por qualquer meio legítimo • Deve poder ser pela internet • Deve conter: a identificação do requerente e a especificação da informação requerida. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATOluis.margato@fmu.br FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Classificação (Art. 23) São consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: • I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do território nacional; • II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; • III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; • IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do País; ... Prazos máximos de restrição, a partir da data de sua produção: • I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; • II - secreta: 15 (quinze) anos; e • III - reservada: 5 (cinco) anos. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Quem classifica? ULTRASSECRETO (Art. 27, inc. I) • Presidente da República; • Vice-Presidente da República; • Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas; • Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e • Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior. SECRETO (Art. 27, inc. II) • As autoridades do Ultrassecreto • Titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades de economia mista = Administração Pública Indireta RESERVADO (At. 27, inc. III) • As autoridades do Ultrassecreto e do Secreto • Ocupantes de cargo de direção, comando ou chefia. Termo de Classificação da Informação. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Informações Pessoais (Art. 31) O tratamento das informações pessoais deve ser feito de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais. Acesso restrito a: • a agentes públicos legalmente autorizados • própria pessoa a que elas se referirem Independe de classificação Prazo máximo de restrição: 100 anos FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU 2021-II DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU 2021-II DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br 5) Eficiência A Administração está obrigada a manter ou ampliar a qualidade dos serviços que presta e das obras que executa sob pena de responsabilidade. Economicidade, redução de desperdícios, qualidade, rapidez, produtividade e rendimento funcional são valores encarecidos pelo princípio da eficiência. Eficiência = presteza, perfeição e rendimento funcional – não se pode violar a lei em nome da eficiência! Busca de resultados práticos de produtividade, de economicidade, reduzindo o desperdício do dinheiro público; FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU 2021-II DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br 5) Eficiência Servidores Públicos Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: ... III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. ... § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU 2021-II DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br 5) Eficiência Art. 5º LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU 2021-II DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Outros princípios relevante para o Dir. Administrativo 1) Princípio da autotutela (Art 53 – Lei 9.784/99) A administração está autorizada a rever seus próprios atos, anulando (quando ilegais) ou revogando (por razões de conveniência ou oportunidade). SÚMULA 473 - STF A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque dêles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial Quando anular os efeitos do ato devem ser eliminados (efeitos ex tunc). Quando revogar os efeitos ex nunc – efeitos são válidos até o momento da revogação. Pode-se alegar direitos adquiridos. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU 2021-II DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Outros princípios relevante para o Dir. Administrativo 2) participação (art. 37, § 3º, da CF); 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art3 FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU 2021-II DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATOluis.margato@fmu.br Outros princípios relevante para o Dir. Administrativo 3) devido processo legal formal e material (art. 5º, LIV, da CF); 4) contraditório (art. 5º, LV, da CF); 5) ampla defesa (art. 5º, LV, da CF) (Princípio do duplo grau) Lei 9.784/99 - Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito. § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU 2021-II DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Outros princípios relevante para o Dir. Administrativo 6) Princípio da razoabilidade - A Administração está proibida de fazer qualquer exigência ou aplicar qualquer sanção em medida superior àquela necessária para preservação do interesse público. Ex.: Edital de concurso – preenchimento de vaga para guarda civil metropolitana: edital exigia que o candidato tivesse no mínimo 20 dentes na boca. 7) Princípio da proporcionalidade - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. Coibir excessos no campo do Direito Administrativo sancionador, seara onde mais comumente são identificadas punições exageradas e desproporcionais. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU 2021-II DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Outros princípios relevante para o Dir. Administrativo 8) Princípio da obrigatória motivação (Art 50 Lei 9.784) 9) Princípio da responsabilidade (Conduta + dano + nexo causal) Estabelece o art. 37, § 6º, da Constituição Federal: “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa” Quanto à responsabilidade do agente público, por ser apurada somente na ação regressiva, dependerá da comprovação de culpa ou dolo (art. 37, § 6º, da CF), pelo que está sujeita à aplicação da teoria subjetiva. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Outros princípios relevante para o Dir. Administrativo 10) Princípio da presunção de legitimidade Como são praticados exclusivamente com a finalidade de aplicação da lei, os atos administrativos beneficiam- se da legitimação democrática conferida pelo processo legislativo. Assim, os atos administrativos são protegidos por uma presunção relativa (juris tantum) de que foram praticados em conformidade com o ordenamento jurídico. Por isso, até prova em contrário, os atos administrativos são considerados válidos para o Direito, cabendo ao particular o ônus de provar eventual ilegalidade na sua prática. Em razão dessa presunção, mesmo que o ato administrativo tenha vício de ilegalidade (ato nulo), fica garantida sua produção de efeitos, até o momento de sua retirada por meio da invalidação. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO Objetivos da aula 3: • Identificar o papel dos princípios no direito contemporâneo • Analisar conteúdo e consequências jurídicas dos princípios elencados no art. 37, caput, da CF • Analisar conteúdo e consequências jurídicas de outros princípios aplicáveis à Administração Pública FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br DIREITO ADMINISTRATIVO AULA 4 PODERES DA A DM I N ISTR AÇÃO FMU 2021-I DIREITO CONSTITUCIONAL PROF. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.brFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO Objetivos da aula 4: • Analisar o uso dos poderes administrativos e as situações relacionadas a sua legitimidade e ilegitimidade (abuso e omissão) • Compreender o poder regulamentar e o analisar no contexto do princípio da legalidade • Compreender os poderes hierárquico e disciplinar FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br O poder administrativo representa uma prerrogativa especial de direito público outorgada aos agentes do Estado. Cada um desses terá a seu cargo a execução de certas funções. É voltado para beneficiar a coletividade. Ao fazê-lo, dentro dos limites que a lei traçou, pode dizer-se que usaram normalmente os seus poderes. Uso do poder, portanto, é a utilização normal, pelos agentes públicos, das prerrogativas que a lei lhes confere. 1)são eles irrenunciáveis; e 2)devem ser obrigatoriamente exercidos pelos titulares. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br ABUSO DO PODER O abuso de poder é a conduta ilegítima do administrador, quando atua fora dos objetivos expressa ou implicitamente traçados na lei. Formas de Abuso: Excesso e Desvio de Poder 1)o agente atua fora dos limites de sua competência (excesso); e 2)o agente, embora dentro de sua competência, afasta-se do interesse público que deve nortear todo o desempenho administrativo (desvio de poder/finalidade). FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Efeito do Abuso de Poder Agindo com abuso de poder, por qualquer de suas formas, o agente submete sua conduta à revisão, judicial ou administrativa. O abuso de poder não pode compatibilizar-se com as regras da legalidade, de modo que, constatado o abuso, cabe repará-lo. A invalidação da conduta abusiva pode dar-se na própria esfera administrativa (autotutela) ou através de ação judicial, inclusive por mandado de segurança (art. 5º, LXIX, CF). Lei 13.869/19 DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas independentemente das sanções de natureza civil ou administrativa cabíveis. Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são independentes da criminal, não se podendo mais questionar sobre a existência ou a autoria do fato quando essas questões tenham sido decididas no juízo criminal. Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.brMaria Sylvia*i FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br poder vinculado, dá ideia de restrição, pois, quando se diz que determinada atribuição da Administração é vinculada, quer-se significar que está sujeita à lei em praticamente todos os aspectos. O legislador, nessa hipótese, preestabelece todos os requisitos do ato, de tal forma que, estando eles presentes, não cabe à autoridade administrativa senão editá-lo, sem apreciação de aspectos concernentes à oportunidade, conveniência, interesse público, equidade. Esses aspectos foram previamente valorados pelo legislador. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Poder Discricionário tem inserido em seu bojo a ideia de prerrogativa, uma vez que a lei, ao atribuir determinada competência, deixa alguns aspectos do ato para serem apreciados pela Administração diante do caso concreto; ela implica liberdade a ser exercida nos limites fixados na lei. Poder discricionário, portanto, é a prerrogativa concedida aos agentes administrativos de elegerem, entre várias condutas possíveis, a que traduz maior conveniência e oportunidade para o interesse público. (não confundir com arbitrariedade) A fisionomia jurídica da discricionariedade comporta três elementos: (1) norma de previsão aberta que exija complemento de aplicação; (2) margem de livre decisão, quanto à conveniência e à oportunidade da conduta administrativa; (3) ponderação valorativa de interesses concorrentes, com prevalência do que melhor atender ao fim da norma Lei 9.605/98 – crimes ambientais Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará: ... III - a situação econômica do infrator, no caso de multa. Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo será fixado no regulamento desta Lei e corrigido periodicamente, com base nos índices estabelecidos na legislação pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00 (cinqüenta reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais). FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br TRANSPORTE INTERMUNICIPAL. ALTERAÇÃO DE PARADAS. ATO DISCRICIONÁRIO. O usuário se insurgia quanto à alteração dos itinerários dos ônibus vindos da Baixada Fluminense que, por determinação do Município do Rio de Janeiro, não mais trafegam pelo centro da cidade. A Turma, em julgamento anterior, entendeu que o usuário tem legitimidade para atacar o ato, por ser o destinatário do serviço público e, agora, firmou tratar-se de ato discricionário, que sob o aspecto formal não apresenta nenhum defeito, não podendo o Judiciário adentrar em suas razões de conveniência. Destacou, também, que o Município tinha competência para o ato, apesar deste afetar a região metropolitana. RMS 11.050-RJ, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 22/2/2000. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br CONTROLE JUDICIAL NO PODER VINCULADO – Todos os atos administrativos podem submeter-se à apreciação judicial de sua legalidade, e esse é o natural corolário do princípio da legalidade. Em relação aos atos vinculados, não há dúvida de que o controle de legalidade a cargo do Judiciário terá muito mais efetividade. Com efeito, se todos os elementos do ato têm previsão na lei, bastará, para o controle da legalidade, o confronto entre o ato e a lei. Havendo adequação entre ambos, o ato será válido; se não houver, haverá vício de legalidade CONTROLE JUDICIAL NO PODER DISCRICIONÁRIO - Podem eles sofrer controle judicial em relação a todos os elementos vinculados, ou seja, aqueles sobre os quais não tem o agente liberdade quanto à decisão a tomar. Assim, se o ato é praticado por agente incompetente; ou com forma diversa da que a lei exige; ou com desvio de finalidade; ou com o objeto dissonante do motivo etc. Não pode o juiz entrar no terreno que a lei reservou aos agentes da Administração, perquirindo os critérios de conveniência e oportunidade que lhe inspiraram a conduta. A razão é simples: se o juiz se atém ao exame da legalidade dos atos, não poderá questionar critérios que a própria lei defere ao administrador. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br CONCEITOS JURÍDICO INDETERMINADOS X DISCRICIONARIEDADE • Ordem Pública – Polícia Ostensiva (Art 144 - § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.) • Interesse Público • Segurança Nacional FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Poder hierárquico, é o de que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal. É um poder interno e permanente exercido pelos chefes de repartição sobre seus agentes subordinados e pela administração central em relação aos órgãos públicos consistente nas atribuições de comando, chefia e direção dentro da estrutura administrativa. Assim como o disciplinar, o poder hierárquico é interno à medida que não se aplica a particulares. Mas, ao contrário daquele, o poder hierárquico é exercido permanentemente, e não em caráter episódico, como ocorre com o poder disciplinar. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br A delegação é a transferência temporária de parte da competência administrativa de seu titular a outro órgão ou agente público subordinado à autoridade delegante (delegação vertical) ou fora da linha hierárquica (delegação horizontal), revogável a qualquer tempo. Avocação de competência Diante de motivos relevantes devidamente justificados, o art. 15 da Lei n. 9.784/99 permite que a autoridade hierarquicamente superior chame para si a competência de um órgão ou agente subordinado. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Três competências administrativas são indelegáveis: a) a edição de ato de caráter normativo: isso porque os atos normativos inerentes às funções de comando dos órgãos públicos baixam regras gerais válidas para todo o quadro de agentes. Sua natureza é incompatível com a possibilidade de delegação; b) a decisão em recursos administrativos: a impossibilidade de delegação, nessa hipótese, é justificada para preservar a garantia do duplo grau, impedindo que a mesma autoridade que praticou a decisão recorrida receba, por delegação, a competência para analisar orecurso; c) as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade: são casos em que a própria natureza da matéria recomenda o exercício da competência somente pelo órgão habilitado diretamente pela legislação. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Súmula 510 - STF Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: Câmara de Itaquaquecetuba - SP Prova: VUNESP - 2018 - Câmara de Itaquaquecetuba - SP - Procurador Jurídico É correto afirmar a respeito da delegação e avocação da competência administrativa: A) as decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente essa qualidade. B) a legislação pátria permite, em certos casos, a transferência de todas as funções do delegante para o órgão delegado. C) a legislação brasileira não permite a delegação revogável ou por tempo indeterminado. D) o princípio da hierarquia, que rege a avocação, permite que a atividade avocada abranja a integralidade das competências do órgão inferior. E) praticado o ato por autoridade, que age por delegação, eventual medida judicial contra o ato deve ser ajuizada contra a autoridade delegante. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Ano: 2018 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TJ-CE Prova: CESPE - 2018 - TJ-CE - Juiz Substituto À luz da Lei n.º 9.784/1999, assinale a opção correta com relação à competência administrativa e à relação hierárquica existente no âmbito da administração pública. Alternativas A) A relação de subordinação hierárquica entre os órgãos públicos envolvidos é condição imprescindível para a delegação da competência administrativa. B) A delegação de competência de órgãos colegiados é possível, desde que não se trate de matéria de competência exclusiva, de decisão de recursos administrativos ou de edição de atos de caráter normativo. C) O ato de delegação retira a competência da autoridade delegante e confere competência exclusiva ao órgão delegado. D) A avocação temporária de competência é permitida, em caráter excepcional e por motivos justificados, entre órgãos da administração pública, independentemente da relação hierárquica estabelecida entre eles. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br OAB XXIV - João foi aprovado em concurso público promovido pelo Estado Alfa para o cargo de analista de políticas públicas, tendo tomado posse no cargo, na classe inicial da respectiva carreira. Ocorre que João é uma pessoa proativa e teve, como gestor, excelentes experiências na iniciativa privada. Em razão disso, ele decidiu que não deveria cumprir os comandos determinados por agentes superiores na estrutura administrativa, porque ele as considerava contrárias ao princípio da eficiência, apesar de serem ordens legais. A partir do caso apresentado, assinale a afirmativa correta. (A)João possui total liberdade de atuação, não se submetendo a comandos superiores, em decorrência do princípio da eficiência. (B)A liberdade de atuação de João é pautada somente pelo princípio da legalidade, considerando que não existe escalonamento de competência no âmbito da Administração Pública. (C)João tem dever de obediência às ordens legais de seus superiores, em razão da relação de subordinação decorrente do poder hierárquico. (D)As autoridades superiores somente podem realizar o controle finalístico das atividades de João, em razão da relação de vinculação estabelecida com os superiores hierárquicos. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br (OAB XIII) José da Silva é o chefe do Departamento de Pessoal de uma Secretaria de Estado. Recentemente, José da Silva avocou a análise de determinada matéria, constante de processo administrativo inicialmente distribuído a João de Souza, seu subordinado, ao perceber que a questão era por demais complexa e não vinha sendo tratada com prioridade por aquele servidor. Ao assim agir, José da Silva fez uso (A)do poder hierárquico. (B)do poder disciplinar. (C)do poder discricionário. (D)da teoria dos motivos determinantes. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br O poder disciplinar consiste na possibilidade de a Administração aplicar punições aos agentes públicos que cometam infrações funcionais. Assim, trata-se de poder interno, não permanente e discricionário. Interno porque somente pode ser exercido sobre agentes públicos, nunca em relação a particulares, exceto quando estes forem contratados da Administração. É não permanente na medida em que é aplicável apenas se e quando o servidor cometer falta funcional. É discricionário porque a Administração pode escolher, com alguma margem de liberdade, qual a punição mais apropriada a ser aplicada ao agente público. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Lei 8.112 - Das Penalidades Art. 127. São penalidades disciplinares: I - advertência; II - suspensão; III - demissão; IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; V - destituição de cargo em comissão; VI - destituição de função comissionada. Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais. Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar. *Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.* FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Estatuto do servidor público – SP (Lei 10.261) Artigo 271 — No caso dos artigos 253 e 254, poder-se-á aplicar a pena pela verdade sabida, salvo se, pelas circunstâncias da falta, fôr conveniente instaurar-se sindicância ou processo. Parágrafo único — Entende-se por verdade sabida o conhecimento pessoal e direto de falta por parte da autoridade competente para aplicar a pena. Artigo 253 - A pena de repreensão será aplicada por escrito, nos casos de indisciplina ou falta de cumprimento dos deveres. Artigo 254 - A pena de suspensão, que não excederá de 90 (noventa) dias, será aplicada em caso de falta grave ou de reincidência. *Redação modificada em 2003* Art. 5º LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusadosem geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br O poder regulamentar consiste na possibilidade de os chefes do Poder Executivo editarem atos administrativos gerais e abstratos, ou gerais e concretos, expedidos para dar fiel execução à lei. O poder regulamentar enquadra-se em uma categoria mais ampla denominada poder normativo, que inclui todas as diversas categorias de atos abstratos, tais como: regimentos, instruções, deliberações, resoluções e portarias. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Poder Regulamentar – Ao editar as leis, o Poder Legislativo nem sempre possibilita que sejam elas executadas. Cumpre, então, à Administração criar os mecanismos de complementação das leis indispensáveis a sua efetiva aplicabilidade. Essa é a base do poder regulamentar. Art. 84. (...) IV— sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para a sua fiel execução. A diretriz constitucional apresentada acaba por delinear o exato papel atribuído aos decretos e regulamentos expedidos pelo Poder Executivo, vale dizer: oferecer fiel execução à lei. Resta clara, portanto, a impossibilidade de utilização dessas espécies normativas, em um primeiro momento para inovar a ordem jurídica. Com efeito, sua edição só se justifica em vista do perfil a ela emprestado pelo dispositivo constitucional para oferecer fiel execução a uma lei existente. Em outras palavras, se determinada matéria ainda não tiver sido objeto de regulamentação, por via de lei, não se justificará a edição de decretos e regulamentos, pois não terão a que oferecer fiel regulamentação. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br A própria Constituição Federal se incumbiu de prever a sanção a ser aplicada naquelas situações em que a edição de um decreto ou regulamento extrapole os limites por ela estabelecidos. Art. 49. É da Competência exclusiva do Congresso Nacional: (...) V — sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Decreto independente ou autônomo (art. 84 inc VI): é o que dispõe sobre matéria ainda não regulada especificamente em lei. A doutrina aceita esses provimentos administrativos praeter legem para suprir a omissão do legislador, desde que não invadam as reservas da lei, isto é, as matérias que só por lei podem ser reguladas. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Poder Regulamentar (Estudo de Caso) CF - Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: ... IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Poder Regulamentar (Estudo de Caso) Lei 12.382/11 Art. 1º O salário mínimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais). Art. 2º Ficam estabelecidas as diretrizes para a política de valorização do salário mínimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1º de janeiro do respectivo ano. § 1º Os reajustes para a preservação do poder aquisitivo do salário mínimo corresponderão à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao mês do reajuste. § 4º A título de aumento real, serão aplicados os seguintes percentuais: I - em 2012, será aplicado o percentual equivalente à taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010; II - em 2013, será aplicado o percentual equivalente à taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011; III - em 2014, será aplicado o percentual equivalente à taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, será aplicado o percentual equivalente à taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013. Art. 3º Os reajustes e aumentos fixados na forma do art. 2º serão estabelecidos pelo Poder Executivo, por meio de decreto, nos termos desta Lei. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br ADI 4.568 - Ação direta de inconstitucionalidade, com pedido de medida cautelar, ajuizada pelo Partido Popular Socialista – PPS, Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB e Democratas – DEM, objetivando declaração de inconstitucionalidade do art. 3o. (caput e parágrafo único) da Lei n. 12.382, de 25.2.2011 Segundo os autores, ter-se-ia ali “indisfarçada delegação de poderes ….para que possa o Poder Executivo deter a prerrogativa de fixar, com exclusividade, o valor do salário mínimo....o Congresso Nacional não poderá se manifestar sobre o valor do salário mínimo entre os anos de 2012 e 2015” Para os Autores, a divulgação do novo quantum, a cada ano, por decreto desobedeceria o comando constitucional relativo ao tipo legislativo a se adotar para tal procedimento Poder Regulamentar (Estudo de Caso) FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br ADI 4.568 – O que se conterá no decreto presidencial é apenas a aplicação do índice e divulgação do que valorado pelo Congresso Nacional segundo fórmula, índice e periodicidade fixados na lei. Vale dizer, a Presidente da República não pode, no decreto, senão aplicar o que nos termos da lei foi posto a ser apurado e divulgado. O decreto conterá norma de mera aplicação objetiva, vinculada e formal da lei, sem qualquer inovação possível, sob pena de abuso do poder regulamentar, passível de fiscalização e controle pela via legislativa ou judicial. O que a lei impôs à Presidenta da República foi tão somente divulgar o quantum do salário mínimo, obtido pelo valor reajustado e aumentado segundoos índices fixados pelo Congresso Nacional na própria lei agora questionada. O que a lei impôs à Presidenta da República foi tão somente divulgar o quantum do salário mínimo, obtido pelo valor reajustado e aumentado segundo os índices fixados pelo Congresso Nacional na própria lei agora questionada. Carmem Lúcia Penso que os §§ 2º e 3º do artigo 2º não colocam nas mãos do Presidente da República um poder aberto, discricionário. Na verdade, uma alternativa ao INPC é um índice que haverá de ser apurado de forma científica, é um índice oficial. Luiz Fux Poder Regulamentar (Estudo de Caso) FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Maria Sylvia*i FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO Objetivos da aula 4: • Analisar o uso dos poderes administrativos e as situações relacionadas a sua legitimidade e ilegitimidade (abuso e omissão) • Compreender o poder regulamentar e o analisar no contexto do princípio da legalidade • Compreender os poderes hierárquico e disciplinar FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br DIREITO ADMINISTRATIVO AULA 5 PODER DE POL Í C IA FMU 2021-I DIREITO CONSTITUCIONAL PROF. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.brFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO Objetivos da aula 5: • Refletir sobre o fundamento da polícia administrativa a partir das noções de ordem e liberdade • Compreender o conceito de polícia administrativa • Analisar as características principais da polícia administrativa • Demonstrar a aplicabilidade da polícia administrativa nas situações do cotidiano FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Poder de polícia é definido como aquele de que dispõe a Administração para condicionar, restringir, limitar e frenar atividades e direitos de particulares para a preservação dos interesses da coletividade. O exercício desse poder encontra fundamento na supremacia do interesse público sobre o particular, que norteia todas as atividades administrativas. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Lei 16.402/16 – Município de São Paulo Art. 146. Fica proibida a emissão de ruídos, produzidos por quaisquer meios ou de quaisquer espécies, com níveis superiores aos determinados pela legislação federal, estadual ou municipal, prevalecendo a mais restritiva. (Regulamentado pelo Decreto nº 57.443/2016) § 1º As medições deverão ser efetuadas pelos agentes competentes na forma da legislação aplicável, por meio de sonômetros devidamente aferidos, de acordo com as normas técnicas em vigor. § 2º Não estarão sujeitos às proibições desta lei os sons produzidos pelas seguintes fontes: a) aparelhos sonoros usados durante a propaganda eleitoral, conforme o disposto na legislação própria; b) sereias ou aparelhos sonoros de viaturas quando em serviços de socorro ou de policiamento; c) detonações de explosivos empregados no arrebentamento de pedreiras e rochas ou nas demolições, desde que em horário e com carga previamente autorizados por órgão competente; d) manifestações em festividades religiosas, comemorações oficiais, reuniões desportivas, festejos ou ensaios carnavalescos e juninos, passeatas, desfiles, fanfarras, bandas de música, desde que se realizem em horário e local previamente autorizados pelo órgão competente ou nas circunstâncias consagradas pela tradição; e) sinos de templos, desde que os sons tenham duração não superior a 60 segundos, e apenas para a assinalação das horas e dos ofícios religiosos; e carrilhões, desde que os sons tenham duração não superior a 15 (quinze) minutos, a cada 4 (quatro) horas e somente no período diurno das 7h às 19h. § 3º A fiscalização de ruído proveniente de veículos automotores seguirá o disposto em legislação própria. http://legislacao.prefeitura.sp.gov.br/leis/decreto-57443-de-10-de-novembro-de-2016/ FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Art. 147. Os estabelecimentos que comercializem bebida alcoólica e que funcionem com portas, janelas ou quaisquer vãos abertos, ou ainda, que utilizem terraços, varandas ou espaços assemelhados, bem como aqueles cujo funcionamento cause prejuízo ao sossego público, não poderão funcionar entre 1h e 5h. (Regulamentado pelo Decreto nº 57.443/2016) § 1º A fiscalização da infração ao disposto no “caput” deste artigo independe de medição por sonômetro. § 2º Não se considera infração a abertura de estabelecimento para lavagem ou limpeza, desde que tais atos não gerem incomodidade. § 3º O estabelecimento poderá funcionar no horário referido no “caput” deste artigo, desde que providencie adequação acústica e não gere nenhuma incomodidade. http://legislacao.prefeitura.sp.gov.br/leis/decreto-57443-de-10-de-novembro-de-2016/ FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br CTN - Art. 78. Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br POLÍCIA ADMINISTRATIVA E JUDICIÁRIA A principal diferença entre as duas está no caráter preventivo da polícia administrativa e no repressivo da polícia judiciária. A primeira terá por objetivo impedir as ações antissociais, e a segunda, punir os infratores da lei penal. Outra diferença: a polícia judiciária é privativa de corporações especializadas (polícia civil e militar), enquanto a polícia administrativa se reparte entre diversos órgãos da Administração, incluindo, além da própria polícia militar, os vários órgãos de fiscalização aos quais a lei atribua esse mister, como os que atuam nas áreas da saúde, educação, trabalho, previdência e assistênciasocial. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br POLÍCIA ADMINISTRATIVA E JUDICIÁRIA Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: ... § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br atributos do poder de polícia discricionariedade - pode ser vinculado também, como nos casos de licenças o que difere das autorizações; autoexecutoriedade - possibilidade que tem a Administração de, com os próprios meios, pôr em execução as suas decisões, sem precisar recorrer previamente ao Poder Judiciário coercibilidade - execução forçada para cumprir a decisão FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Indelegabilidade: como atividade típica do Estado, o poder de polícia não pode ser delegado a particulares; é privativo de servidores investidos em cargos públicos, com garantias que protegem o exercício das funções públicas dessa natureza (conforme entendimento da jurisprudência do STF e do STJ); aceitação da possibilidade de delegação de atividades puramente materiais, que não envolvam exercício de autoridade sobre o cidadão. Limites: previstos em lei, quanto à competência, à forma, aos fins, aos motivos e ao objeto; observância das regras da proporcionalidade entre meios e fins, da necessidade e da eficácia. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br LEI Nº 10.348, DE 4 DE SETEMBRO DE 1987. DISPÕE SOBRE INSTALAÇÃO E FUNCIONAMENTO DE ELEVADORES E OUTROS APARELHOS DE TRANSPORTE, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. Art. 1º A instalação e funcionamento de elevadores e outros aparelhos de transporte no Município de São Paulo serão regidos pelas disposições da presente lei. Art. 3º O licenciamento perante a Prefeitura do Município de São Paulo dos aparelhos de transporte abrangidos por esta lei é de caráter obrigatório, ficando eles sujeitos à fiscalização municipal. § 1º Dependem de Alvará de Instalação as instalações, reinstalações e substituições de aparelhos de transporte. § 2º Nenhum aparelho de transporte poderá funcionar sem que o proprietário tenha obtido o correspondente Alvará de Funcionamento. Art. 4º O pedido de Alvará de Instalação deverá ser instruído com projeto, memorial descritivo, cálculo de tráfego, diagrama unifilar das instalações elétricas e cópias oficiais das plantas da edificação. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Art. 9º Será obrigatória a inspeção anual rigorosa dos aparelhos de transporte, a cargo do responsável pela conservação, que deverá expedir Relatório de Inspeção Anual, assinado pelo Engenheiro. Parágrafo Único. O Relatório de Inspeção Anual deverá permanecer em poder do proprietário do aparelho de transporte, para pronta exibição à fiscalização municipal, sempre que solicitado. FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br O Supremo Tribunal Federal, no dia 23 de outubro de 2020, por maioria dos ministros, examinando o tema 532 em sede de repercussão geral, concedeu a BHTrans a prerrogativa de aplicar mutas aos motoristas na capital mineira, na qual havia perdido há 11 anos no através do REsp 817.534. Decisão foi emanada no julgamento do RE 633782, sob a relatoria do Ministro Luiz Fux, com voto favorável ao recurso da entidade. A tese definida foi: “É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, às pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial.” FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATOFMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br FMU 2019-II TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS PROF. LUÍS MARGATO FMU DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Me. LUÍS MARGATO luis.margato@fmu.br Poder de Polícia como intervenção do Estado na propriedade privada; Poder de Polícia como intervenção no domínio econômico. Ex: Banco Central (fiscaliza outras instituições financeiras) e o CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica (polícia do mercado) – ex. autoriza incorporação de empresas