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StuDocu is not sponsored or endorsed by any college or university Frequência Direito Internacional Público Direito Internacional Público (Universidade Lusófona de Humanidades e Technologias) StuDocu is not sponsored or endorsed by any college or university Frequência Direito Internacional Público Direito Internacional Público (Universidade Lusófona de Humanidades e Technologias) Downloaded by Ana Ivashenko (anaivashenko@gmail.com) lOMoARcPSD|18330830 https://www.studocu.com/en-us?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=frequencia-direito-internacional-publico https://www.studocu.com/en-us/document/universidade-lusofona-de-humanidades-e-technologias/direito-internacional-publico/frequencia-direito-internacional-publico/26157326?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=frequencia-direito-internacional-publico https://www.studocu.com/en-us/course/universidade-lusofona-de-humanidades-e-technologias/direito-internacional-publico/3386767?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=frequencia-direito-internacional-publico https://www.studocu.com/en-us?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=frequencia-direito-internacional-publico https://www.studocu.com/en-us/document/universidade-lusofona-de-humanidades-e-technologias/direito-internacional-publico/frequencia-direito-internacional-publico/26157326?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=frequencia-direito-internacional-publico https://www.studocu.com/en-us/course/universidade-lusofona-de-humanidades-e-technologias/direito-internacional-publico/3386767?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=frequencia-direito-internacional-publico Frequência Direito Internacional Público I- Incorporação do direito internacional no direito interno 1.1- Sistema dualista 1.2- Sistema monista II- Hierarquia dos direitos (infra ou supraconstitucional) III- Fontes de direitos (convenções, costume, princípios gerais e atos unilaterais) 3.1- Diferenças entre Fontes formais e fontes materiais 3.2- As convenções internacionais o Etapas de conclusão das convenções internacionais 3.3- O costume 3.4- Os princípios gerais do Direito IV- Ato jurídico unilateral V- Sujeitos (Estado, elementos do estado) 5.1- População 5.2- Soberania 5.3- Governo 5.4- Território VI- Formas de reparação VII- Condições de Validade das Convenções Internacionais 7.1- Capacidade das partes 7.2- Regularidade do consentimento o Erro o Dolo o Corrupção o Coação 7.3- Licitude do objeto VIII- Regime de nulidade das Convenções Internacionais 8.1- Relativa (erro, dolo e corrupção) 8.2- Absoluta (coação) IX- Responsabilidade internacional subjetiva, feito por alguém que vincule o Estado X- Responsabilidade dos Estados por atos ilícitos XI- Causa da exclusão da ilicitude 11.1- consentimento 11.2- legítima defesa 11.3- contramedidas 11.4- perigo extremo 11.5- estado de necessidade 11.6- força maior XII- As Organizações Internacionais 12.1- ÓRGÃOS DA ONU o Secretário-geral o Conselho de segurança o Assembleia geral o Conselho económico-social o Conselho de tutela o T.I.J. XIII- Sistemas de proteção dos Direitos Humanos 13.1- Universal – ONU 13.2- Europeu – EUROPA 13.3- Comunitário 13.4- Americano 13.5- Africano 13.6- A pessoa humana 1 Downloaded by Ana Ivashenko (anaivashenko@gmail.com) lOMoARcPSD|18330830 https://www.studocu.com/en-us?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=frequencia-direito-internacional-publico Frequência Direito Internacional Público Incorporação do direito internacional no direito interno O primeiro sistema configurável de receção do Direito Internacional na ordem interna dos Estados é aquele em que o Estado aceita, sem restrições, a vigência do Direito Internacional na ordem interna. Num tal caso, estamos perante uma cláusula de receção ou incorporação automática das ordens internacionais, sendo que estas, independentemente do seu objeto, vigoram internamente na qualidade de normas de Direito Internacional, e não enquanto normas internas. A receção automática trata-se de uma incorporação tributária de uma conceção monista - uma versão mais apropriada do monismo com primado do Direito Internacional - no que concerne às relações entre o Direito Internacional e o direito interno. No segundo sistema pensável, pelo contrário, o Estado opõe-se à vigência do Direito Internacional na ordem jurídica interna; daí que a Constituição exija que o legislador ordinário reproduza a norma internacional através de um ato normativo da sua competência, designando-se este procedimento por técnica da transformação . Desta feita, as normas internacionais perdem essa qualidade, passando a vigorar na ordem interna como normas internas. Neste sistema são visíveis as influências das soluções dualistas, a propósito das relações intercorrentes nas ordens internacional e interna, porquanto se parte do princípio de que, sendo estas absolutamente distintas uma das outra, o Direito Internacional só poderá adquirir vigência no plano interno quando transformado em direito interno. O terceiro e último sistema é um sistema misto, que assenta numa distinção entre as normas surgidas no espaço internacional em função do seu conteúdo. Assim, as normas internacionais respeitantes a certas matérias, vigoram automaticamente no plano interno; as demais, com um conteúdo diverso, só mediante um ato de transformação adquirem relevância internamente. Encontramo-nos aqui perante uma cláusula de receção semiplena. A receção semiplena do Direito Internacional tem subjacente uma conjugação entre as conceções monistas e dualistas, acerca do relacionamento entre a ordem internacional e a interna. Sistema dualista: no dualismo, não existe conflito entre direito internacional e direito interno uma vez que estes devem ser aplicados em universos diferentes que não se tocam. O direito internacional trata de questões entre Estados e o direito interno trata de questões em âmbito nacional. Assim, uma norma de direito internacional não cria uma norma de direito interno. Para que uma norma de tratado vire uma norma de direito interno, é necessário que ela seja incorporada expressamente. Há também o dualismo radical, isto é, a norma de direito internacional tem uma cláusula de transformação complexa, sendo exigido o processo de incorporação comum a qualquer norma de direito interno para que seja feita a sua adesão ao ordenamento. O dualismo moderado, por sua vez, tem uma cláusula de transformação mais simples. Se o Estado for dualista, não existe conflito entre normas de direito internacional e direito interno. O juiz interno aplicará a norma vigente no direito interno. O Estado que foi prejudicado pelo descumprimento do tratado, entretanto, pode tomar medidas legais de direito internacional contra o Estado que o descumpriu. Podemos perceber, portanto, que existe uma responsabilidade do Estado dualista perante o Estado com quem firmou o tratado. Sistema monista: interno, fazemos referência à legislação ordinária, não à constituição. Monismo com prevalência de direito internacional: o juiz interno deve aplicar a lei de direito internacional. Há responsabilidade internacional. Não podemos adotar o critério cronológico nesses casos. O grande entusiasta desse modelo foi Kelsen. Monismo sem prevalência: as normas de direito internacional são incorporadas com a mesma força de direito interno. Nesses casos, é aplicado o critério cronológico. Se uma lei interna revoga o tratado, haverá a responsabilidade internacional. Monismo com prevalência de direito interno: foi muito adotadopelos países comunismos e tem um caráter nacionalista. As normas de direito internacional são automaticamente incorporadas, mas com menos força do que a norma de direito interno. Foi pouco adotado. 2 Downloaded by Ana Ivashenko (anaivashenko@gmail.com) lOMoARcPSD|18330830 Frequência Direito Internacional Público Hierarquia dos direitos (infra ou supraconstitucional) No que diz respeito á hierarquia/incorporação de normas internacionais no plano interno, o direito internacional convencional (particular) têm um caráter supralegal, sendo superior á ordem jurídica interna, as normas que resultam das convenções internacionais vigoram no plano interno de Portugal produzindo efeitos, após a sua publicação como previsto no Art.º 119 da CRP, e ficam em vigor conforme a sua vivência no plano internacional, enquanto vigorarem no plano internacional vigoram também no plano interno Art.º 8 nº2 CRP. Em relação é constituição, são infraconstitucionais uma vez que as normas resultantes das convenções internacionais estão sujeitas á fiscalização constitucional, devem estar sempre em conformidade com a constituição Art.º 277 e 278 da CRP. Tendo uma incorporação automática condicionada, pela publicação e pela vinculação do estado português a tais normas. Fontes de direitos (convenções, costume, princípios gerais e atos unilaterais) o Diferenças entre Fontes formais e fontes materiais - As fontes materiais são os elementos que provocam o aparecimento das normas jurídicas, influenciam a sua criação e conteúdo. Estas fontes demonstrar a necessidade importância da formulação de preceitos jurídico, que regulam certas situações. As fontes formais são o modo de revelação e exteriorização da norma jurídica e dos valores que pretende tutelar, representa das pelo Direito Positivo. Em primeiro lugar, encontramos no Estatuto do Tribunal Internacional de justiça, no artigo 38º um elenco de fontes formais de Direito Internacional: o As convenções internacionais são os acordos celebrados entre os membros da comunidade internacional que têm por objetivo a produção de efeitos no Direito; Uma convenção internacional é uma manifestação de vontades concordantes entre dois ou mais sujeitos de Direito Internacional, destinada a vincular juridicamente a conduta desses sujeitos (vínculos para as partes), é regulada pelo Direito Internacional, mas também pelo Direito Interno dos Estados quanto a certos aspetos do seu regime (principalmente no procedimento de conclusão das Convenções Internacionais). Ou seja, é um encontro de vontades, que irão disciplinar a conduta dos sujeitos intervenientes nesse acordo, da qual resultam certas normas obrigatórias para as partes concorrentes. Constituem o instrumento mais antigo do relacionamento entre Estados. - Quem são os sujeitos? Normalmente Estados mas também pode ser entre Estado e Organizações Internacionais. - Distinguem-se dos Acordos Cavalheiros, concluídos entre estados mas em nome pessoal e resultam vínculos jurídicos para os Estados. Critérios de Classificação: - Qualidade das partes: • Concluídas entre Estados • Concluídas entre Estados e Organizações • Concluídas entre Organizações Internacionais - Número de partes: • Convenções bilaterais, concluídas por 2 partes • Convenções multilaterais, celebradas por mais de 2 partes • Convenções multilaterais gerais ou abertas, possuí um número elevado de partes; são designadas por convenções universais e qualquer Estado pode aderir (número de Estados ilimitados) • Convenções multilaterais restritas ou fechadas, possuí um número de partes relativamente reduzido; não são convenções universais e nem todos os Estados podem aderir (número de Estados limitados) Ex: acordo ortográfico - Critério do procedimento de conclusão: • Tratado Solenes, exige ratificação (é o processo pelo qual uma legislação ou tratado passa a ter efeito legal vinculativo para as suas entidade signatárias) 3 Downloaded by Ana Ivashenko (anaivashenko@gmail.com) lOMoARcPSD|18330830 https://www.studocu.com/en-us?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=frequencia-direito-internacional-publico Frequência Direito Internacional Público • Acordos em forma simplificada, não carecem de ratificação - Atualmente verifica-se uma maior afluência de Acordos em detrimento dos Tratados, visto que os Acordos são mais rápidos e menos embaraçosos - Quanto à forma: • Escrita • Oral - Normalmente são escritas. o etapas de conclusão das convenções internacionais • 1ª Etapa, Negociação: - É nesta fase que se discute e se organiza o texto da futura convenção (pelos delegados governamentais (C.R.P- 197º 1,b)); - Artigo 7, n 2- Convenção Viena; - Os tratados apresentam uma estrutura própria e dividem-se em 3 partes: 1. Preâmbulo: o preâmbulo indica por ordem alfabética as partes; local e data de elaboração; numera os Estados e os motivos fundamentais da celebração da convenção. Não tem força jurídica obrigatória mas é muito importante em sede de interpretação. 2. Corpo ou Dispositivo: é o “corpo” articulado da Convenção ou seja, a parte nuclear; tem forma jurídica obrigatória; é constituída pelas clausulas finais da convenção. 3. Anexos: são disposições de caráter técnico que figuram à parte do dispositivo ou seja vem completar o “corpo” devido à sua especificidade, facilita a leitura da Convenção não a tornando tão pesada; possui força jurídica obrigatória. • 2ª Etapa, Autentificação/assinatura: - Momento em que os Estados assinam a convenção (é necessário que a convenção seja assinada); - Difere os seus efeitos consoante se trate de um tratado solene ou de um acordo de forma simplificada; - A este ato asseguram-se 3 efeitos ou 4 em casos específicos (tratados solenes): Inalterabilidade do texto; Estados signatários têm dever de boa-fé (não praticar atos que privem a convenção do seu fim); É também criado para os Estados-partes o direito de praticar atos em defesa da convenção; No caso do 4º só se produz nos acordos em forma simplificada. A autentificação equivale a consentimento de vinculação as disposições- Nos tratados solenes não é assim, pois têm de ser ratificadas. • 3ª Etapa, Aprovação: - Todas as convenções têm de ser aprovadas (ou pelo Governo ou pela Assembleia da república); - Serve para permitir que a Convenção possa produzir os seus efeitos. E possuir eficácia internacional; - Artigo 10,12 e 18 da Convenção de Viena; - O Governo aprova os Acordos que não forem competência da Assembleia da República (art. 161º); - A Assembleia aprova tratados solenes, os acordos que versem matéria da sua competência reservada e acordo que o Governo lhe submeta aprovação (art 164, 165). - Acordo em forma simplificada aprovado pelo Governo em Conselhos de Ministros através de um Decreto simples. Esse Decreto vai ser assinado pelo 1º Ministro e pelo Ministro competente em razão da matéria (em determinados casos). Depois é enviado ao Presidente da República para assinar e seguidamente devolvido ao Governo para referenda. Só depois é publicado no Diário da República; - O tratado solene é negociado pelo governo. Depois, em Conselho de Ministros o Governo aprova uma proposta de resolução enviada para a Assembleia da República, que aprova o Tratado através da Resolução. Uma vez aprovado é assinado pelo Presidente da Assembleia da República e enviado para o presidente da República, que o vai assinar e ratificar. • 4ª Etapa, Ratificação (tratados solenes): - Em Portugal é feita pelo Chefe de Estado (art 135º b) ); - A ratificação consiste num ato pelo qual o Presidente declara a vontade do Estado português em vincular-se no plano internacional às disposições de um tratado solene; - Manifestação do consentimento à vinculação aquele tratado; 4 Downloaded by Ana Ivashenko (anaivashenko@gmail.com) lOMoARcPSD|18330830 Frequência Direito Internacional Público- Pode acontecer que o Presidente da República ratifique sem se aperceber que para trás foi violada alguma norma da Convenção Internacional (ratificação imperfeita); • 5ª Etapa, Entrada em Vigor (pág.113): - É o momento em que entra no Direito Positivo; - Com base nos artigos 24º e 25º da Convenção de Viena, a vigência pode estar estipulada na própria convenção ou então quando todos os Estados participantes, manifestem o seu consentimento à vinculação; - Adquire vigência e começa efetivamente os seus efeitos; - Se não houver disposições à razão da entrada, entra em vigor segundo acordo de partes. Se não houver acordo entra em vigor quando ambas o tiverem ratificado. • 6ª Etapa, Registo e Publicação da Convenção: - As Convenções Internacionais devem ser registadas junto ao secretariado das Nações Unidas (Guterres) - Se não for registada não afeta nem a validade nem eficácia mas não pode ser invocada ou levada ao conhecimento dos órgãos da Nações Unidas (é como se não existisse); - A publicação em Portugal tem de ser feita no Diário da República e, caso isso não seja feito, as normas inscritas no mesmo tratado não produzem o seu efeito jurídico. o O costume é a forma de proceder, uniforme e constante, adotada pelos membros da comunidade internacional nas suas relações mútuas, porque é socialmente necessária e, portanto, considerar obrigatória. - Costume internacional: fonte mais utilizada pela comunidade internacional até à Segunda Guerra Mundial, é resultado da prova de prática geral entre estados que passa a ser aceite como direito. O costume serve como norma jurídica para determinar algumas situações, mas atualmente está a ser de certo modo abandonado em detrimento do tratados internacionais. - Existem vários tipos de costumes: • Selvagem (período moderno) • Costume objetivo (período clássico) • Costume subjetivo (período clássico) CLÁSSICO: costume e os tratados bilaterais. O costume que era um processo espontâneo de formação de normas jurídicas, em que num determinado tempo e espaço, os Estados tomam certos comportamentos e reveste-os de obrigatoriedade jurídica, esta fonte ganhou peso, devido ao facto de se investir numa sociedade descentralizada. Já os tratados são acordos de vontade entre dois ou mais sujeitos do Direito Internacional, dirigidos à produção de efetividade de direito e regulados maioritariamente pelo Direito Internacional; são bilaterais quando é entre duas partes e baseavam a sua leg no princípio de reciprocidade (do ut des). Tratava-se de um regime consuetudinário, baseava-se em costumes e não no processo legislativo. MODERNO: houve também uma expansão dinâmica graça ao modelo da Carta das Nações Unidas. De facto, a acrescentar às fontes do modelo clássico (Costume e Tratados bilaterais), juntaram-se o costume selvagem, os tratados/convenções multilaterais e os atos jurídicos unilaterais das organizações internacionais (resoluções das organizações internacionais). O costume selvagem distingue-se do anterior costume pois existe uma inversão no processo formativo, assim, primeiro surge um sentimento de obrigatoriedade jurídica afirmado(elemento subjetivo) e só depois a conjugação do elemento material, a prática. Já as convenções internacionais cessam de ser apenas bilaterais, devido ao recurso cada vez mais frequente aos tratados multilaterais ao longo do desenvolvimento do Direito Internacional Moderno. Por fim, entraram também para as fontes do Direito os atos jurídicos unilaterais dos Estados e das organizações, neste caso com o nome resoluções. Os atos jurídicos unilaterais dos Estados ganham mais relevância enquanto os das organizações internacionais criam autoritariamente Direito Internacional. o Os princípios gerais do Direito são as grandes orientações da ordem jurídica que exprimem diretrizes, critérios ou valores que traduzem exigências fundamentais feitas a todo o ordenamento jurídico. 5 Downloaded by Ana Ivashenko (anaivashenko@gmail.com) lOMoARcPSD|18330830 https://www.studocu.com/en-us?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=frequencia-direito-internacional-publico Frequência Direito Internacional Público - São aqueles aceites por todos os ordenamentos jurídicos, como por exemplo a boa-fé, respeito à coisa julgada, princípio do direito adquirido e o do pacta sunt servanda. Consistem em princípios consagrados nos sistemas jurídicos dos Estados, ainda que não tenham aceitação plena internacional, bastando que um número suficiente de estados a consagrem para que esta seja passível de gerar lei. • No entanto as fontes do direito não se restringem a esta lista. Existem também fontes auxiliares, as quais não criam normas, sendo as opiniões ou pareceres emitidos pelos jurisconsultos: - Jurisprudência (decisões dos tribunais superiores); - Doutrina Ato jurídico unilateral Entende-se por ato unilateral aquele manifestado por sujeito de direito internacional público (estado ou organização internacional) que se apresenta suficiente para a produção de efeitos jurídicos. ... e ainda, tal manifestação de vontade deve ter como objetivo a criação de uma regra de direito, são atos não escritos e não previstos pelo TIJ. Sujeitos (Estado, elementos do estado) Sujeito de direito internacional -> No âmbito dos sujeitos de Direito Internacional verificam-se a existência de sujeitos primários e sujeitos secundários. Sujeitos de D.I. atualmente (modelo moderno): São todos os entes ou entidades as quais as normas de D.I.P. são atribuídas. Apenas podem ser considerados os sujeitos de D.I. as entidades que sejam destinatárias e diretas de normas internacionais sendo por isso titulares de uma situação jurídica subjetiva que deriva dessa norma. Nessa conformidade, verificamos inquestionáveis diferenças entre os vários sujeitos de D.I., quer se refere a sua natureza, quer se refere a amplitude dos seus direitos. Neste sentido, podemos reconhecer uma maior importância do Estado enquanto sujeito de D.I. quanto os demais, porquanto é o único sujeito de Direito que beneficia de uma característica específica: a soberania exercendo de forma duradoura , plena e estável autoridade exclusiva sobre um determinado território. Os demais sujeitos (sujeitos secundários) em virtude da sua capacidade jurídica ser mais limitada, mas também porque resultam de uma decisão dos sujeitos primários, permanecem submetidos a vontade dos seus criadores. Em maior e menor grau: Ex.: sujeitos primários temos os Estados, os povos não-autónomos e os insurretos. Sujeitos secundários temos: organizações internacionais e o indivíduo. CARACTERÍSTICAS DO ESTADO: Estado: é uma estrutura juridicamente a luz das comunidades internacionais. O Estado corresponde a uma organização política de uma determinada sociedade composta por vários elementos: -população -soberania -governo -território o O Estado corresponde também a uma coletividade de pessoas, não existindo estado sem nação. Há Estados com população reduzida (microestados) e há Estados com um maior nº de população. Esse vínculo têm de representar de uma ligação estável, têm que ser efetiva e genuína. Associadas por vezes à nação ( o A soberania no âmbito do Direito Internacional é o exercício de autoridade, que reside no povo e nos seus órgãos internacionais representados do direito em termos sucintos, a soberania significa que um Estado pode exercer no seu território as suas competências de fonte plena e exclusiva. 6 Downloaded by Ana Ivashenko (anaivashenko@gmail.com) lOMoARcPSD|18330830 Frequência Direito Internacional Público o O governo para haver Estado é necessário ter um poder executivo. o O território não há Estado sem território. A população está estabelecida dentro das fronteiras de seu território. Pode ter pequenas ou grandes dimensões, é indispensável que o governo o controle numa parcela significativa. Nestefaz parte o território terrestre, o domínio fluvial, o domínio marítimo, o domínio aéreo e o domínio pelo lago. O domínio terrestre pode ser limitado pelo domínio de fronteiras naturais ou territoriais. Formas de reparação O dever de reparação de danos como consequência da violação de um compromisso constitui um princípio geral de direito, aplicável também no ordenamento jurídico internacional. Acontece, todavia, que a reparação não exibe um figurino uniforme, antes variando em função do tipo de prejuízo sofrido. Daí que sejam três as modalidades de reparação a considerar. Desejavelmente, esta reparação deve, tanto quanto possível, apagar as consequências do facto ilícito; só a restitutio in integrum permite a total obliteração dos efeitos emergentes da comissão de factos ilícitos, pelo que é ela a consequência normal do incumprimento de obrigações internacionais. Nem sempre, porém, se revela exequível esta forma de reparação dos danos. Com efeito, não faltam ocasiões em que, seja pela circunstância de o ato jurídico ilícito em causa haver já produzido efeitos irreversíveis, seja pelo facto de os danos materiais terem redundado num prejuízo definitivo para o Estado vítima, não resta outra alternativa senão partir em busca de outra modalidade de reparação. Ora, a reparação por equivalente ou indemnização é a mais frequente modalidade de reparação de danos. Consiste no pagamento de uma quantia pecuniária ao Estado vítima, correspondente ao valor que teria a restituição em espécie. Mas os danos emergentes da violação de uma obrigação internacional podem ser de carácter puramente moral. Em tal caso, não é a indemnização a forma mais adequada de assegurar uma compensação pelo mal sofrido; só uma reparação, também ela de carácter moral, o poderá garantir: a satisfação. A expressão pública de pesar, um pedido oficial de desculpas por parte do Estado responsável, a cominação de sanções internas ao agente autor do facto ilícito ou até uma simples declaração de ilicitude proferida por um tribunal internacional são comportamentos em que se pode materializar a satisfação. Condições de Validade das Convenções Internacionais Regra basilar - princípio da especialidade do fim: capacidade de uma O.I. Para concluir C.I. Não é plena, é limitada. Para ter capacidade para a celebrar deve respeitar o fim desse O.I., ou seja deve existir uma correspondência entre o objeto da convenção e o objeto fim da O.I. Licitude do objeto - para o objeto ser ilícito não viola as leis da C.I. Objeto da convenção - matéria sobre o qual versa tal convenção Ilicitude - objeto que viola as normas -A validade significa a conformidade da validade com as normas jurídicas. Para uma convenção internacional ser valida são necessários 3 requisitos: Capacidade das partes: é preciso que as partes tenham capacidade jurídica para concluir a convenção internacional. Regularidade do consentimento: é necessário que o consentimento ou a vontade das partes a ficarem obrigadas pelo tratado seja manifestado de forma regular, ou seja, de modo que o direito o considere legitimo. Licitude do objeto: é necessário que o objeto da convenção (é o assunto que se trata da convenção) seja ilícito. É lícito quando esta em conformidade com os princípios fundamentais do Direito Internacional. 7 Downloaded by Ana Ivashenko (anaivashenko@gmail.com) lOMoARcPSD|18330830 https://www.studocu.com/en-us?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=frequencia-direito-internacional-publico Frequência Direito Internacional Público o Capacidade das partes -Apenas os sujeitos de Direito Internacional têm capacidade para celebrar tratados – O Estado e as Organizações Internacionais. Em situações muito pontuais os povos não autónomos também podem concluir certos tipos de Convenções Internacionais, por exemplo acordos de independência. -De acordo com o artigo 6º da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, “todo o Estado tem capacidade para concluir tratados”, no entanto, encontramos poucas situações que tutelam a sua incapacidade: -Protetorado: tem a ver com uma situação específica, um estado protetor e um estado protegido, o estado protetor passa a representar o estado protegido no plano internacional. Um estado protegido não tem capacidade jurídica para celebrar uma convenção internacional. -Um estado federado dentro de um estado federal: ou seja, a participação de entidades descentralizadas. Por exemplo os EUA são uma federação de Estados, o Brasil igual. Neste caso o estado do Rio de Janeiro não pode concluir um tratado internacional em nome do Brasil a menos que a constituição permita. -A capacidade de uma Organização Internacional para concluir Convenções Internacionais não é plena, é limitada. Cada organização Internacional tem determinadas atribuições/finalidades a perseguir, logo não pode concluir convenções internacionais que não se enquadrem nas suas atribuições, estão limitadas pelo Princípio da especialidade do fim. Por exemplo uma organização internacional de caráter ambiental não pode celebrar convenções internacionais em matéria económica. -Se um sujeito do Direito Internacional concluir uma convenção internacional não tendo capacidade jurídica para o fazer a consequência é a invalidado da convenção sobre forma de nulidade absoluta. -Quando não estão envolvidos sujeito de Direito Internacional, o ato exercido será o de inexistência jurídica devido à sua maior gravidade de incapacidade. o Regularidade do consentimento -Se o consentimento não estiver manifestado de forma regular estamos perante vícios de vontade ou do consentimento. Esses vícios são formais ou substanciais. Ocorrendo um vício, está em causa o lado interno da declaração, o qual conduziu a uma deformação da vontade durante o seu processo formativo: a vontade viciada diverge da vontade que o declarante teria tido sem a deformação -Vícios formais são por exemplo as ratificações imperfeitas, o “excesso de forma” – artigo 46º da convenção de Viena // tem a ver com às formalidades. -Já as regularidades substanciais são (pág. 138-142): Erro, artigo 48º da C.V.: (2 requisitos fundamentais) - o erro pressupõe uma representação inexata da realidade e tem de ser essencial e desculpável para causar nulidade. É essencial quando incide sobre um elemento base do consentimento do Estado ou tratado. É desculpável, se o Estado não contribuiu para ele através de um comportamento descuidado, negligente ou sem cautela. Deve mostrar-se que se não fosse o dito erro, o Estado não consentiria ao tratado ou teria disposto de maneira diferente ou ser um mero erro acidental. Dolo, artigo 49º da C.V.: (2 requisitos) erro provocado/induzido pela contraparte do tratado, ou seja pelo Estado com quem se realiza a convenção. Têm de ser intencional, é necessário haver intenção de se prejudicar o outro Estado. Corrupção, artigo 50º da C.V.: A corrupção implica que um delegado governamental coloque intencionalmente os seus interesses acima dos interesses do seu próprio Estado a troca de algum proveito pessoal. Coação, artigo 51º E 52º da C.V.: Quando a vontade de um estado é viciada mediante o uso ou a ameaça do uso da força física, moral ou psicológico para o Estado, representante do Estado ou para Estados terceiros. É considerado o vicio mais grave, pode ser exercida sobre um representante de um Estado ou sobre o Estado em si. 8 Downloaded by Ana Ivashenko (anaivashenko@gmail.com) lOMoARcPSD|18330830 Frequência Direito Internacional Público -O erro, o dolo e a corrupção provocam nulidade relativa. A coação provoca nulidade absoluta. A nulidade absoluta pode ser provocada também pela incapacidade das partes e a ilicitude do objeto. o Licitude do objeto Significa que o objeto da convenção internacional não pode infringir os princípios fundamentais do Direito Internacional. Objeto:sobre o qual versa a matéria. Se o objeto da convenção não for ilícito estaremos perante uma nulidade absoluta da convenção internacional. Artigos 53º e 54º da Convenção de Viena. Ex.: França e Espanha querem invadir a Alemanha – ilícito Regime de Nulidade das Convenções Internacionais -Distinção entre nulidade relativa e absoluta(144-150): o Relativa: estado vítima pode invocar – sanável (elimina certas disposições do tratado através do artigo 44 nº 3); o Absoluta: qualquer estado pode invocar – insanável. 1º Direito de arguir o vicio: invocação do vício, quando se trata de uma nulidade relativa, apenas o Estado vítima pode invocar (em caso de erro é Estado errante, em caso de dolo é estado enganado e em caso de corrupção é Estado vítima) e no caso da nulidade absoluta, qualquer eStado parte pode invocar. 2º Problema de Sanação: refere-se à possibilidade de apagar/desculpar o vício aceitando a continuação da vigência da Convenção apesar do erro. No caso de se tratar de uma nulidade relativa é sanável, sendo por isso impossível recorrer à sanação. 3º problema de divisibilidade: na nulidade absoluta o tratado é indivisível, na nulidade relativa tratado já e divisível (3 condições previstas n artigo 44º nº 3 da C.V.), ou seja, nas nulidades relativas pode-se anular apenas certas disposições do tratado, não sendo necessário a anulação de todo o tratado. 3 CONDIÇÕES: art. 44º nº 3 c.v. EFEITOS DA NULIDADE DAS CONVENÇÕES INTERNACIONAIS: -Não há prazo de decadência para as partes adquirem a nulidade de uma convenção internacional, artigos 65º, 66º, 67º da C.V.. -A declaração de nulidade de uma convenção internacional tem efeitos retroativos. Isto quer dizer que o tratado é considerado nulo desde o momento da sua conclusão e não apenas quando é declarada a nulidade. No entanto existem duas atenuações aos efeitos da retroatividade da declaração: -São salvaguardados os atos praticados de boa-fé (artigo 69º nº 2, alínea B da c.v.) -E no que toca à supervivência de uma norma imperativa de direito internacional geral (artigo 64º da C.V.) é verificar efeitos ex nunc. responsabilidade internacional subjetiva, feito por alguém que vincule o Estado Cabe agora dedicar os considerandos subsequentes à responsabilidade objetiva ou pelo risco, derivada de atividades (lícitas) não proibidas pelo Direito Internacional. Pegando na teoria do risco, pode afirmar-se que quem utiliza em seu proveito coisas intrinsecamente perigosas (que comportam riscos), deve suportar as eventuais consequências prejudiciais do respetivo emprego. No plano internacional, os progressos da ciência e da técnica trouxeram consigo o desenvolvimento de atividades, em si mesmas não proscritas pelo ordenamento jurídico, mas suscetíveis de causar graves danos ao homem e ao meio ambiente. Daí que tenham sido criados, através de instrumentos convencionais, alguns regimes jurídicos de responsabilidade pelo risco, na qual, evidentemente, o dever de reparação não se funda já na ilicitude do facto praticado (que agora não se verifica), mas tão-só no mero nexo de causalidade que seja possível estabelecer entre a atividade levada a cabo e os danos sobrevindos. 9 Downloaded by Ana Ivashenko (anaivashenko@gmail.com) lOMoARcPSD|18330830 https://www.studocu.com/en-us?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=frequencia-direito-internacional-publico Frequência Direito Internacional Público responsabilidade dos Estados por atos ilícitos A prática de um ato internacionalmente ilícito constituiu o pressuposto essencial da responsabilidade internacional subjetiva. E tal verificar-se-á sempre que um Estado viole, por ação ou omissão, uma obrigação internacional a cuja observância esteja vinculado. Daqui resulta, pois, ser necessário, em segundo lugar, demonstrar o nexo de imputação do referido facto ilícito ao Estado. Isto é, o comportamento em causa deverá ser atribuído ao Estado por haver sido adotado por pessoas ou órgãos que o representam e estão, por consequência, sob a sua autoridade efetiva. Pouco importam, aliás, a natureza desses órgãos e o carácter das funções ou atividades do agente ou agentes infratores. Por força de uma ligação mais estreita à atividade dos particulares, é a função administrativa aquela que, mais frequentemente, oferece ocasião para o surgimento de uma responsabilização internacional do Estado perante cidadãos estrangeiros, em especial, no âmbito dos contratos de concessão, relativamente aos quais ocorre, por vezes, a violação das obrigações contratuais e do princípio dos direitos adquiridos. Mas também da atuação dos órgãos legislativos (ou da ausência dela) poderá advir a responsabilidade internacional do Estado. Assim, por exemplo, a adoção de uma lei que contrarie ou colida com obrigações internacionais previamente assumidas não deixará de produzir esse resultado. O mesmo sucederá no caso de omissão: a não promulgação de uma lei indispensável ao cumprimento de certos compromissos internacionais em matéria de justiça e segurança. Quanto ao aparelho jurisdicional, a denegação de justiça, ou seja, a violação da obrigação internacional (costumeira) que injunge os Estados a conferirem uma adequada proteção judiciária aos estrangeiros que se encontrem sob a sua jurisdição constitui, porventura, o principal facto ilícito internacional. O terceiro pressuposto da responsabilidade internacional subjetiva reconduz-se danos a terceiros. Quer dizer: é essencial que a conduta do Estado, violadora do Direito Internacional, cause danos (materiais ou morais) na esfera jurídica de terceiros. A não verificação de danos guindará a responsabilidade a um plano meramente teórico ou platónico, visto que, em tal caso, nenhum dever de reparação impenderá sobre o autor do facto ilícito; como, reciprocamente, ao Estado vítima não assistirá qualquer direito subjetivo de exigir essa reparação. Por fim, um Estado só incorrerá em responsabilidade internacional estabelecido que esteja o nexo de causalidade entre determinado comportamento e os danos sobrevindos. Estes devem, portanto, resultar ou ser consequência, do facto praticado pelo agente. Uma vez verificados os pressupostos supra-aludidos, pode dizer-se que o Estado se torna incurso em responsabilidade internacional. Muitos autores apontam como sendo próprio da responsabilidade internacional o surgimento de uma relação jurídica nova (bilateral) entre o Estado autor do facto ilícito e o Estado lesado por essa infração à ordem internacional. Ao direito subjetivo deste de exigir a reparação dos danos que lhe hajam sido causados corresponde o dever daquele de proceder à respetiva reparação. Uma corrente minoritária da doutrina considera ainda a sujeição do Estado autor a sanções (decretadas por organizações internacionais ou até pelo próprio Estado vítima - revestindo, neste último caso, a natureza de contramedidas) como integrando o conteúdo da referida relação jurídica nova sobrevinda à prática de um facto ilícito internacional. causa da exclusão da ilicitude As causas de exclusão de ilicitude são ou correspondem a situações que é afastado a ilicitude de um comportamento de um Estado, ou seja, em virtude de determinada circunstância o ato praticado pelo estado deixa de ser ilícito. o consentimento ESTADO VÍTIMA autorizou a prática do ato ilícito, o consentimento corresponde em termos simples a uma autorização por parte do Estado vítima - autorização com conformidade, a prática do ato ilícito pelo Estado responsável, isto é, se o Estado dite ou autorize a prática do ato, afasta a respetiva ilicitude. Todavia é necessário que se verifiquem preenchidas certas condições nomeadamente o consentimento do estado pelo estado vítima deve ser testado de forma regular. (Prestado vícios - sem erro, sem dolo, sem coação e corrupção) o consentimento deve ser claro e inequívoco ou seja não pode restardúvidas quanto ao sentido de alcance deste consentimento. 10 Downloaded by Ana Ivashenko (anaivashenko@gmail.com) lOMoARcPSD|18330830 Frequência Direito Internacional Público -O consentimento não pode ser presumido. Significa que o estado responsável não pode resumir o consentimento do estado vítima. -O consentimento também só é válido dentro dos limites temporais e substantivos que o Estado vítima tenha delimitado ou determinado. Nos mesmos termos, é irrelevante o consentimento para a prática de um ato que consista na violação do JUS COGENS significa que o consentimento do estado para a prática de um ato que viole norma ou normas imperativas do direito internacional não produz efeitos - e por isso não afasta a ilicitude. o legítima defesa Vem consagrada no artigo 51º da carta das Nações Unidas. Constitui também uma exceção ao princípio - do recurso a força. Deve respeitar requisitos de atualidade e de proporcionalidade. A legítima defesa pode se usada ex.: causa de exclusão de ilicitude para responder a um ataque armado. o contramedidas As contra medidas podem ser de dois tipos - retorsões e represaras, as contramedidas são reações — do direito internacional aos atos ilícitos. Ex.: retorsão - estado declarar uma pessoa como persona não grata. o perigo extremo O perigo extremo refere-se a uma situação em que um órgão do Estado adota um comportamento contrário a uma obrigação internacional por, em certo momento, não ter tido outro meio de salvar-se ou de salvar pessoas sob a sua custódia. o estado de necessidade Trata-se de situações em que um Estado vê um seu interesse especial ameaçado por um perigo grave e iminente, não lhe restando outra alternativa, em ordem a salvaguardar tal interesse, que não seja adotar, em face de outro Estado, um comportamento que infringe uma obrigação internacional. o força maior Constitui traço essencial de ambas a existência de uma situação em que um Estado se vê inexoravelmente compelido a desrespeitar uma obrigação internacional que sobre si impendia, por ação de uma força irresistível ou de um acontecimento exterior imprevisto, que o colocam perante a impossibilidade material de atuar de outra forma; muitas vezes até, de se aperceber que está a adotar um comportamento que viola o Direito Internacional. As Organizações Internacionais ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS (NATO, ONU…) As organizações internacionais são associações voluntárias de Estados, criadas por tratado, dotadas de uma estrutura orgânica permanente e possuidoras de uma personalidade jurídica internacional distinta da dos Estados membros. + importante - Organização das Nações Unidas ONU -> em termos sucintos, é uma organização ou associação de Estados, criada por tratado que se designa por tratado constitucional carta/pacto. É uma estrutura interestadual com caráter para-universal. Foi criada no pós-segunda guerra mundial, e com o objetivo principal da manutenção da paz e a segurança internacional. Tem órgãos próprios com caráter permanente, que representam a organização e exprimam a sua vontade. ÓRGÃOS DA ONU 11 Downloaded by Ana Ivashenko (anaivashenko@gmail.com) lOMoARcPSD|18330830 https://www.studocu.com/en-us?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=frequencia-direito-internacional-publico Frequência Direito Internacional Público o secretário-geral das nações unidas é o António Guterre, órgão de caráter administrativo muito importante no quadro político e diplomático mas também acima de tudo no que concerne a pacífica de conflitos internacionais. o Conselho de segurança: é composto por 15 membros, 10 dos quais se denominam de membros não- permanentes (alteram-se) e eleitos no período de 2 anos e 5 por membros permanentes a saber o EUA, China, França, Reino Unido e Rússia. Tem competências sobretudo que verse sobre a manutenção da paz e da segurança social. o Assembleia geral o Conselho económico-social o Conselho de tutela o T.I.J. O conselho de segurança delibera por maioria qualificada de 9 de 15 votos. As deliberações podem versar sobre questões materiais e procedimentais. No âmbito das questões materiais, 9 votos têm de estar incluídos os votos dos 5 membros permanentes. Se não estiver incluído, a deliberação não é adotada. Ou seja, nas questões materiais os membros permanentes são dotados do poder ou direito de veto -> significa poder de paralisar ou impedir uma tomada de decisão e que uma deliberação do conselho seja adotada. Por outro lado, para a questão procedimental são necessários já mencionados 9 votos de quaisquer que sejam os membros. Por vias das dúvidas, se uma questão é procedimental ou material [NESSA QUESTÃO] - 1º} existindo dúvida sobre a natureza da questão a apreciar o conselho terá que decidir a questão e essa qualificação é feita uma votação prévia. Natureza da questão Material-2º veto duplo veto Uma vez que na questão material tem o direito do veto, basta um estado-membro se abster ou votar negativamente nas questões matérias para levar á não adoção da questão Art.27 nº 3. Neste órgão vigora um sistema de duplo veto, apenas quando se trata de dúvidas sobre a natureza jurídica das questões. Sistemas de proteção dos Direitos Humanos o Universal – ONU DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM- 10 de dezembro de 1948- tem um efeito declarativo - visa reconhecer que determinado direito existe. É com a declaração que temos a introdução da pessoa humana no espaço que era antes reservado para os Estado. Dois contributos essenciais: 1. Internacionalização dos direitos do homem (antes reservada aos estados) 2. Universalização dos direitos do homem DIFERENÇA - reconhecer no âmbito do Direito Internacional o dever e tutela dos direitos humanos; portanto há uma dimensão internacional do direitos humanos. Estrutura-se nestes 4 tipos de direitos humanos previsto na D.U.D.H.: 1. Direitos pessoais - direito a vida, direito a liberdade, direito a segurança, direito a personalidade jurídica e integridade pessoal. Concebidos a cada ser humano, na sua singularidade. 2. Direitos comunitários - direito a intimidade, direito ao casamento, direito a cidadania, propriedade, liberdade de circulação e deslocação e liberdade religiosa. Atinentes a inserção do individuo num círculo de relações comunitárias. 12 Downloaded by Ana Ivashenko (anaivashenko@gmail.com) lOMoARcPSD|18330830 Frequência Direito Internacional Público 3. Direitos políticos - liberdade de pensamento e de reunião, direito de sufrágio (eleito e eleger), acesso a cargos públicos e a administração. Os quais idealizam na relação da comunidade com o poder público. 4. Direitos económicos e sociais - direito ao trabalho, a justa retribuição, direito ao repouso e assistência na saúde. o Europeu – EUROPA Conselho da Europa: convenção internacional anterior a adesão de Portugal. o Comunitário o Americano 22 de novembro de 1969, oferece a seguinte sistematização: Parte I- deveres dos Estados e direitos protegidos Parte II- meios de proteção Parte III-disposições gerais e transitórias embora sendo o mais relevante, tal tratado internacional não consome a totalidade dos textos internacionais americanos de proteção dos direitos do homem, sendo ainda de referir alguns outros, de relevância desigual. o Africano O mais tardio de todos, 27 de julho de 1981 com sede em Addis-Abeba capital da Etiópia. o A pessoa humana A pessoa humana - não é um ator do direito internacional. Há duas dimensões provenientes do conceito de proteção internacional dos direitos do homem: -dimensão da proteção diplomática - nacional e um estado que se encontra por exemplo no estrangeiro (ou o inverso); pode ter algumas licitudes: ex.: dupla nacionalidade; protege o cidadão, ex.: se ele está a ser protegido pelo estado A não pode recorrer a proteção do estado B. Relação nacional: pessoa – estado nacional Ius soli- possui a nacionalidade através donascimento no local Ius sanguini- possui a nacionalidade da descendência através do sangue -dimensão da proteção humanitária - os direitos humanos (direito internacional humanitário); só se aplica em casos de guerra. PROJETO DA COMISSÃO DE DIREITO INTERNACIONAL DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE PROTEÇÃO DIPLOMÁTICA - artigo 1 e 4 - vínculo genuíno Admissão e expulsão de não nacionais - cabe o Estado decidir quem entra e quem sai; Lei do asilo - estipula condições na qual é possível ou não o direito do asilo. Princípios fundamentais: -Ordem publica -Princípio da localidade -Princípio fundamental da não discriminação (com base na nacionalidade) Art. 14 e 15 - caso da possibilidade do estado (projeto de comissão do D.I.) 13 Downloaded by Ana Ivashenko (anaivashenko@gmail.com) lOMoARcPSD|18330830 https://www.studocu.com/en-us?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=frequencia-direito-internacional-publico Frequência Direito Internacional Público 14 Downloaded by Ana Ivashenko (anaivashenko@gmail.com) lOMoARcPSD|18330830
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