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DIREITO INTERNACIONAL

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Direito Internacional
Conceito: É um conjunto de normas definido pela humanidade através de seus representantes, que auxilia na regulação das relações externas e na boa convivência entre as nações. Ele pode ser um direito objetivo, no qual compreende os princípios de justiça que governam as relações entre povos ou positivos, caracterizado por ser concretamente aplicado a partir de acordos ente os sujeitos. 
Subdivisão: A- Direito internacional Público (DIP) – Denomina-se quando tratar das relações jurídicas de direitos e deveres entre estados (externos). B- Direito Internacional Privado – Aplicação das leis civis, comerciais ou penais sobre particulares, sejam pessoas físicas ou jurídicas, de outro estado (país).
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
· Sendo uma tentativa de reger as relações entre nações, não há marco exato para o nascimento do Direito Internacional. Há registros de regras sobre relações internacionais desde a Antiguidade, entre os Hititas, em 1272 a.C. Aponta-se que o Direito Internacional tornou-se ramo autônomo do Direito Público no século XVII, com o tratado de Westfalia (1648) que contou com a participação ativa do holandês Hugo Grotius, que então ficou conhecido como o “pai do Direito Internacional”. 
 Pode-se distinguir duas fases no Direito Internacional Público: 
1 - A fase clássica (até a II Guerra Mundial), centrada nas relações entre os Estados soberanos, na qual o DIP se ocupava principalmente do Direito à Guerra e das questões relacionadas à colonização.
2 - Fase moderna ou contemporânea (após a II Guerra Mundial), focada na proteção dos direitos humanos e construção de uma sociedade mundial mais justa, em que surgem questões como limitação ao poder soberano dos Estados, regulação do uso da força, Direito Humanitário e o surgimento de Organizações Internacionais temáticas e/ou regionais de criação e aplicação de normas internacionais.
A SOCIEDADE INTERNACIONAL 
1. A sociedade internacional é universal, ou seja, abrange o mundo inteiro, ainda que o nível de integração de alguns de seus membros às suas dinâmicas não seja tão profundo. Deste modo, ainda que um certo Estado adote uma política externa isolacionista deverá, no mínimo, se relacionar com o Estado com o qual tem fronteira. 2. A sociedade internacional é heterogênea, havendo a integração de atores que podem apresentar significativas diferenças entre si, de cunho econômico, cultural etc. A maior ou menor heterogeneidade influenciará decisivamente o processo de negociação e de aplicação das normas internacionais, que poderá ser mais ou menos complexo. 
3. Parte da doutrina defende que a sociedade internacional é interestatal, ou seja, composta meramente por Estados. Todavia, este entendimento se tornou ultrapassado desde que as organizações internacionais se firmaram como sujeitos de Direito Internacional. Outrossim, atualmente há participação de empresas, ONGs e até mesmo de indivíduos nas relações internacionais. 
4. A sociedade internacional é descentralizada, não havendo um poder central internacional ou um governo mundial, mas vários centros de poder, como os próprios Estados e as organizações internacionais, não subordinados a qualquer autoridade maior. Logo, a sociedade internacional é caracterizada não pela subordinação, mas sim pela coordenação de interesses entre seus membros.
Ubi societas, ibi jus (onde há sociedade, há o direito) → constitucionalização
P: O que se entende por Constitucionalização do Direito Internacional? 
R: É importante observar que a expansão quantitativa do Direito internacional – com a elaboração de diversos tratados – preparou uma expansão qualitativa, com a criação de inúmeros tribunais internacionais e órgãos quase-judiciais que fornecem uma interpretação imparcial e concretizam o dever de cumprimento das normas internacionais. Há, na atualidade, uma proliferação dos próprios mecanismos de solução de controvérsia, gerando a constitucionalização do Direito internacional. Deste modo, tem-se a constitucionalização do Direito Internacional, que consiste em um fenômeno pelo qual o Direito internacional adapta institutos outrora reservados ao Direito Constitucional, como, por exemplo, criação de tribunais, proteção de direitos fundamentais, rule of law, acesso direto de indivíduos, julgamento de indivíduos no campo penal (até com pena de caráter perpétuo), entre outros.
PINCÍPIOS DO DIP BRASILEIRO
A própria Constituição da República Federativa do Brasil, em seu artigo 4o, faz menção às relações internacionais desta nação e enumera os princípios que devem informá-la: I - independência nacional;
 II - prevalência dos direitos humanos; 
III - autodeterminação dos povos;
 IV - não-intervenção;
 V - igualdade entre os Estados; 
VI - defesa da paz; 
VII - solução pacífica dos conflitos; 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
 IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
 X - concessão de asilo político.
 Outrossim, o parágrafo único do citado artigo, afirma-se que a “República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações”.
Como o Direito Interno vê o Direito Internacional? Há duas correntes, são elas a teoria monista cuja é subdivida entre duas correntes (nacionalista e internacionalista) e a teoria dualista.
TEORIA DO MONISMO: D Interno e Internacional integram uma mesma ordem jurídica, sendo apenas ramos distintos. Para monismo nacionalista, em caso de conflito prevalece o D interno. No internacionalista (Kelsen), há o primado do DIP, ao qual se ajustam as ordens internas. Este é o adotado pelo art. 27 da CVDT/1969. → Promulga a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, concluída em 23 de maio de 1969, com reserva aos Artigos 25 e 66 . Artigo 27 Direito Interno e Observância de Tratados: Uma parte não pode invocar as disposições de seu direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado.
TEORIA DUALISTA: Dualismo (Triepel): Dois ordenamentos distintos. Um para regular relação entre Estados e outro para regular relações entre indivíduos ou entre estes e o Estado. Necessária a transformação do direito internacional pelo direito interno, por meio de incorporação, transformação ou recepção, para que haja aplicação no plano interno e obrigação a indivíduos. No dualismo, não há falar em conflito entre normas internas e internacionais, dado o distinto âmbito de aplicação. Para o dualismo radical, é necessária a edição de lei distinta para incorporação do tratado. No dualismo moderado, prescinde-se de lei, embora haja um procedimento de incorporação complexo, com aprovação congressional e promulgação presidencial.
QUAL A POSIÇÃO DO BRASIL?
Cabe verificar na Constituição de cada Estado a visão interna da norma internacional. No Brasil, a incorporação de tratados se dá por meio de decreto presidencial, cf. STF (costume constitucional, pois CF é omissa), motivo pelo qual Nádia de Araújo aponta que a opção do STF é dualista. A hierarquia dos tratados se equipara à lei, à exceção dos tratados de direitos humanos (status supralegal ou de emenda constitucional, este dependendo do rito das PECs).
Como o Direito Internacional vê o Direito Interno?
A prática reiterada dos Estados e das Cortes Internacionais é de considerar a norma interna um “mero fato”, que expressa a vontade do Estado (caso Polônia vs. Alemanha, “Fábrica de Chorzów”, CPJI - link do caso ao final). Atos normativos internos são expressões da vontade de um Estado, que devem ser compatíveis com seus engajamentos internacionais anteriores, sob pena de ser o Estado responsabilizado no plano internacional. Norma interna, incluindo a Constituição, não pode ser alegada para justificar descumprimento de tratado (artigo 26 da Convenção de Viena).
Direito Internacional possui suas próprias fontes normativas. Estado é considerado “uno” perante a comunidade internacional, não podendo ser alegada autonomia de entes federados. D. Interno só será utilizado se a norma internacionala ele fizer remissão, como no caso da violação de norma essencial sobre competência para celebrar tratados (art. 46 CVDT/1969). Para DIP, não importa se o Estado se considera monista ou dualista. Há de cumprir as normas internacionais, sob pena de responsabilização.
Princípios regentes da relação do Direito Interno com o Direito Internacional
Há diversas alternativas hermenêuticas de conciliação entre as normas internas e os tratados internacionais. O eixo maior da visão hermenêutica adotada por ANDRÉ RAMOS é: 1. princípio da cooperação leal e conforme aos tratados (decorre dos dispositivos que estabelecem estado democrático de direito, dos que mencionam cooperação para progresso da humanidade e dos que fazem referência a tratados).
 Os demais princípios a serem considerados pelos operadores do Direito no Brasil para concretizar cooperação e lealdade entre o D Interno e o DIP são os seguintes:
2. Princípio da interpretação interna amiga do Direito Internacional - que reclama a utilização da interpretação oriunda da argumentação jurídica usada pelo próprio DIP. O principal princípio decorrente da cooperação leal entre o Direito Interno e o Direito Internacional é o princípio da interpretação internacionalista (conformidade com interpretação dos órgãos internacionais.
3.Princípio do espaço constitucional de conformação aos tratados internacionais - que consiste em interpretar os dispositivos da Constituição de modo a permitir, conciliatoriamente, um espaço de conformação aos comandos impostos pelos tratados. Ex: proibição de “extradição” de brasileiro nato não impede “entrega” ao TPI.
4.Princípio da presunção de aplicação dos tratados preexistentes em face das leis posteriores - o Legislador, conhecedor dos tratados vigentes, ao editar uma nova lei, presumidamente elaborou seus dispositivos de modo a não violar os encargos internacionais assumidos.
“(E)stamos vivendo em uma época histórica de grandes transformações, que ocorrem simultaneamente de modo contraditório impedindo que se possa discernir o seu rumo. Acrescenta-se ainda que a ‘Constituição Aberta’ mostra estar o estado inserido em uma sociedade internacional. Na verdade, a própria palavra ‘Estado’ só tem sentido em uma sociedade internacional.” (CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO).
“Constituição brasileira e o D. Internacional”:
CF/88 não contesta a expansão e institucionalização do DIP. Dispositivos constitucionais fazem referência genérica a temas abarcados pelo DIP (proteção do meio ambiente, direitos humanos etc). Cláusulas constitucionais abertas que permitem a compatibilidade do Direito Constitucional face ao DIP. Diversas normas internacionais produzidas, então, são justificadas como “densificação normativa” de sentimentos constitucionais amplos (ANDRÉ RAMOS).
FONTES DO DIP
 Fontes do Direito nada mais é do que a origem do Direito, suas raízes históricas, de onde se cria (fonte material) e como se aplica (fonte formal), ou seja, o processo de produção das normas. No DIP, nos deparamos com as seguintes fontes: 
As fontes materiais são as circunstâncias, ideias, fatos e necessidades da sociedade global que culminam na elaboração da norma internacional. 
As fontes formais são os meios através dos quais se expressam as regras internacionais.
No âmbito da regulamentação internacional, o art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça traz o rol principal das fontes formais de Direito Internacional Público, o qual é não exaustivo: 
Artigo 38 - A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará: a. as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; b. o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito; c. os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas; d. sob ressalva da disposição do Artigo 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito. A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex aequo et bono, se as partes com isto concordarem.
 Ex aequo et bono é uma expressão jurídica latina. No contexto da arbitragem, ela é utilizada quando as partes optam por conferir aos árbitros o poder de decidir o conflito, com base em seu leal saber e entender.
→ Há ainda aquelas fontes não previstas no Estatuto da Corte, podendo-se citar as “soft law” (indicar a espécie de norma flexível e, nessa visão, não obrigatória.), as decisões e atos das organizações internacionais e os atos jurídicos unilaterais.
TRATADOS
De acordo com o art. 2º da Convenção de Viena (convenção dos tratado) de 1969: “tratado significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica”. Apesar de não haver menção no citado artigo da Convenção de Viena, as Organizações Internacionais também possuem capacidade para celebrar tratados internacionais.
COSTUME INTERNACIONAL
De acordo com o art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, costume internacional seria uma “prática geral aceita como direito”. O costume possui dois elementos: um objetivo, que é a prática reiterada, uniforme e geral de determinados atos em situações semelhantes; e um subjetivo, que é a convicção da justiça e obrigatoriedade daquela prática geral (opinio juris, ou juris sive necessitatis). ATENÇÃO: É importante ressaltar a existência da “teoria do objetor persistente” (persistente objector), segundo a qual, se um Estado persistentemente se opõe à aplicação de determinado costume em relação a si, estaria desonerado de cumprir tal norma costumeira diante das relações internacionais.
- Caso Fisheries (1951) – Caso da pesca Anglo-norueguesa (revisar)
PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO
Os princípios gerais de direito seriam aquelas normas gerais positivadas na maior parte das nações civilizadas que transmitem os valores mais elevados dos sistemas jurídicos. Como exemplo, pode-se citar o princípio da boa-fé, o pacta sunt servanda e a primazia da dignidade da pessoa humana.
JURISPRUDÊNCIA
Mazzuoli afirma que a jurisprudência não é fonte do Direito porque “não cria o direito, mas sim o interpreta mediante a reiteração de decisões no mesmo sentido. Sendo ela uma sequência de julgamentos no mesmo sentido, nada mais é do que a afirmação de um direito preexistente, ou seja, sua expressão. Além do mais, as decisões de tribunais não criam normas propriamente jurídicas, o que demanda abstração e generalidade, requisitos sem os quais não se pode falar na existência de uma regra de direito stricto sensu”.
PERGUNTA: JURISPRUDÊNCIA CRIA DIREITO? Em qualquer caso, as decisões judiciais também criam direito, ainda que apenas entre as partes em litígio.
Nesse sentido, o artigo 59 do Estatuto da CIJ determina que: 
“A decisão da Corte só será obrigatória para as partes litigantes e a respeito do caso em questão”. 
TODAVIA, com o aumento das atividades das cortes e tribunais internacionais, vem ficando cada vez mais claro que os julgados anteriores servem como referência para julgamentos posteriores.
ATOS UNILATERAIS
Apesar de não estarem previstos como fonte de Direito Internacional no Estatuto da Corte Internacional de Justiça, são considerados pela doutrina internacional mais moderna como fontes de Direito Internacional Público, já que geram efeitos jurídicos no cenário da sociedade internacional e, no mínimo, criam obrigações para os entes que os editam. Por serem unilateralmente pelos entes estatais, não precisam da aceitação ou manifestação de vontade de qualquer outro sujeito de Direito Internacional para que tenham eficácia.] Exemplos: silêncio, notificação, protesto, renúncia, promessa.
DELIBERAÇÕES DAS ORGANIZAÇÕES INTERNAS
Também não constam como fonte de Direito Internacional no Estatutoda Corte Internacional de Justiça, pois, à época da edição do referido Estatuto, na década de 1920, as organizações internacionais ainda eram incipientes – PRINCIPIANTE. Este fato só veio a mudar a partir de 1945, a partir da criação das Nações Unidas. Todavia, hoje não se pode negar a eficácia jurídica normativa dos atos emanados das organizações internacionais, sendo que tais atos são modernamente considerados fontes de Direito Internacional pela doutrina majoritária.
ANALOGIA E EQUIDADE
Mazzuoli definiu a analogia como “a aplicação a determinada situação de fato de uma norma jurídica feita para ser aplicada a caso parecido ou semelhante”, apontando-a como resposta à falta ou inutilidade de preceito existente para regular caso concreto. A analogia refere-se, portanto, à forma de regular relações sociais que não sejam objeto de norma jurídica expressa por meio do emprego de regras aplicáveis a casos semelhantes. A equidade é a aplicação de considerações de justiça a uma relação jurídica, quando não exista norma que a regule ou quando o preceito cabível não é eficaz para solucionar, coerentemente e de maneira equânime, um conflito. É, como afirma Mazzuoli, “a aplicação dos princípios de justiça a um caso concreto sub judice”.
Normas Imperativas. Jus Cogens.As regras imperativas (jus cogens) são as normas que impõem aos Estados obrigações objetivas, que prevalecem sobre quaisquer outras. Assim, o jus cogens compreende o conjunto de normas aceitas e reconhecidas pela comunidade internacional, que não podem ser objeto de derrogação pela vontade individual dos Estados, de forma que essas regras gerais só podem ser modificadas por outras de mesma natureza.
A noção de jus cogens é definida pelo artigo 53 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, que estabelece que: 
“É nulo um tratado que, no momento de sua conclusão, conflite com uma norma imperativa de Direito Internacional geral. Para os fins da presente Convenção, uma norma imperativa de Direito Internacional geral é uma norma aceita e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados como um todo como norma da qual nenhuma derrogação é permitida e que só́ pode ser modificada por norma ulterior de Direito Internacional geral da mesma natureza”.
A norma de jus cogens é, portanto, uma norma de Direito Internacional a qual a sociedade internacional atribui importância maior e que, por isso, adquire primazia dentro da ordem jurídica internacional, conferindo maior proteção a certos valores entendidos como essenciais para a convivência coletiva.
As normas de jus cogens são também conhecidas como “normas imperativas de Direito Internacional” ou “normas peremptórias de Direito Internacional”, e devem valer em todo o âmbito da sociedade internacional.
→ Um exemplo reconhecido de "jus cogens" é a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU de 1948, que apesar de não ser uma norma formalmente cogente, já que não é um tratado, possui obrigatoriedade material, uma vez que foi votada na assembleia geral das nações unidas.
A principal característica do jus cogens é a imperatividade de seus preceitos, ou seja, a impossibilidade de que suas normas sejam confrontadas ou derrogadas por qualquer outra norma internacional, inclusive aquelas que tenham emergido de acordos de vontades entre sujeitos de Direito das Gentes, exceto quando substituídas por outras normas imperativas de Direito Internacional. O jus cogens configura, portanto, restrição direta da soberania em nome da defesa de certos valores vitais. 
Outra característica importante do jus cogens é a aplicabilidade de suas normas para todos os Estados, ainda que estes não tenham expressamente manifestado sua anuência a respeito, o que se deve a sua importância maior para o desenvolvimento da vida da comunidade internacional.
SOFT LAW
O “soft law” (direito flexível) consiste no conjunto de normas que não ostentam caráter jurídico vinculante, mas orientam condutas no plano do Direito Internacional. Traduz uma intenção ou compromisso da parte; porém, caso descumprido, esse compromisso não pode ser exigido da parte declarante, posto que desprovido de caráter vinculante. As normas de soft law se aproximam de um “programa de ação” e são elaboradas nos mais variados âmbitos do Direito Internacional, como fóruns internacionais e organizações internacionais.
EXEMPLO DE SOFT LAW NA ARBITRAGEM INTERNACIONAL: “As ferramentas de soft law são construídas no âmbito de organizações também especializadas em conceber, discutir, negociar e monitorar soluções para tornar a arbitragem um mecanismo cada vez mais eficiente de resolução de disputas (CCI, IBA, UNCITRAL, CIArb, CPR, SCC, ICDR etc.) 
TRATADOS
Conceito – Segundo Portela, consistem em acordos escritos, firmados por Estados e organizações internacionais dentro dos parâmetros estabelecidos pelo Direito Internacional Público, com o objetivo de produzir efeitos jurídicos no tocante a temas de interesse comum.
Conceito – Convenção de Viena art. 2.1, “a” (CVDT), “’tratado’ significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica.
De acordo com a Convenção de Viena sobre Direitos dos Tratados entre Estados e Organizações Internacionais ou entre Organizações Internacionais, de 1986 (ainda pendente de ratificação para o Brasil), também são tratados os acordos escritos celebrados entre um ou mais Estados e uma ou mais organizações internacionais, ou entre organizações internacionais. Ainda que se aceite a personalidade internacional de entes como o indivíduo, os tratados só podem ser celebrados por Estados, organizações internacionais e outros entes de direito público externo, como a Santa Sé e os blocos regionais.
ATENÇÃO: Os tratados não são meras declarações de caráter político, pois visam a gerar efeitos jurídicos, ensejando a possibilidade de sanções por seu descumprimento; revestem-se, pois, de caráter obrigatório.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA – DOS TRATADOS
Há registros de que os tratados vêm regulando situações específicas da convivência internacional desde a Antiguidade, havendo evidências de seu uso por povos como os egípcios e os gregos. Historicamente, predominavam os tratados bilaterais. Entretanto, a partir do século XIX, a maior percepção da existência de interesses comuns a vários Estados e as exigências de praticidade levaram ao aparecimento dos tratados multilaterais, cujo marco inicial foi o Congresso de Viena, em 1815.
No passado, era comum que os tratados se tornassem obrigatórios apenas com um ato dos soberanos ou de seus enviados; entretanto, a necessidade de maior controle ou de reduzir os riscos criou o instituto da ratificação, pelo qual a validade de um tratado ficava sujeita à confirmação posterior daquele que encarnasse a figura do atual chefe de Estado. Também no século XIX, boa parte dos Estados abandonava concepções absolutistas e adotava regimes dentro dos quais o poder era mais limitado (SEPARAÇÃO DOS TRÊS PODERES). Com isso, tornava-se comum a exigência do envolvimento de “órgãos estatais de representação popular” (expressão de Rezek), o que deu origem às etapas internas do processo de elaboração de tratados.
RESUMO: Até o século XX, as normas internacionais eram predominantemente costumeiras; após, intensificou-se o uso dos tratados. Em 1969 e 1986, foram celebradas as Convenções de Viena.
CLASSIFICAÇÃO
1) Quanto ao número de partes: os tratados podem ser bilaterais ou multilaterais. 
2) Quanto ao procedimento de conclusão: os tratados podem empregar a forma solene (há várias etapas de verificação da vontade do Estado, tais como negociação, assinatura, ratificação, promulgação) ou simplificada (requer menos etapas, como os acordos executivos). O Brasil adota predominantemente a forma solene, admitindo a simplificada quando o ato não trouxer compromissos gravosos ao Estado brasileiro (art. 49, I, CRFB/88).
3) Quanto à execução: os tratados são transitórios (criamsituações que perduram no tempo, mas cuja realização é imediata, a exemplo dos acordos de fronteiras) ou permanentes (cuja execução se consuma durante o período em que estão em vigor, como tratados de direitos humanos).
 4) Quanto à natureza das normas: podem ser tratados-contrato (criam obrigações e benefícios recíprocos, visando a conciliar interesses divergentes) ou tratados-lei (estabelecem normas gerais de Direito Internacional, a partir da vontade convergente dos signatários).
5) Quanto aos efeitos: podem ser restritos às partes signatárias ou gerar consequências a entes que não participaram do processo de conclusão (ex.: Carta da ONU).
 6) Quanto à possibilidade de adesão: podem ser abertos (permitem adesão posterior, limitada – como no Mercosul – ou ilimitadamente – como na ONU) ou ainda fechados, não permitindo adesão posterior.
TERMINOLOGIA. 
São várias as terminologias adotadas. No entanto, a denominação não interfere no caráter jurídico do instrumento. a) “ato internacional” – expressão sinônima de tratado, adotada pelo Ministério das Relações Exteriores; b) “tratado” – para alguns, além de gênero, é espécie aplicável a compromissos de caráter mais solene e de maior importância política; c) “acordo” – concebida para atos internacionais com reduzido número de participantes e menor importância política. d) “acordo por troca de notas” – em regra empregado para assuntos de natureza administrativa e para alterar ou interpretar cláusulas de tratados já concluídos. No Brasil, dispensa aprovação congressual, se não acarretar compromissos gravosos; e) “ajuste complementar” ou “acordo complementar” – visa a detalhar ou a executar outro tratado de escopo mais amplo; f) “ato” ou “ata” – refere-se a uma forma de tratado que estabelece regras de Direito. No entanto, pode haver também atos que têm mera força política e moral; g) “carta” – tratado que cria organizações internacionais, estabelecendo seus objetivos, órgãos e modo de funcionamento. h) “compromisso” – modalidade de tratado que determina a submissão de um litígio a um foro arbitral; i) “concordata” – um dos poucos tipos de tratado de emprego criterioso, aplicando-se apenas aos compromissos firmados pela Santa Sé em assuntos de interesse religioso; j) “convenção” – normalmente empregado para acordos multilaterais que visam a estabelecer normas gerais de Direito Internacional em temas de grande interesse mundial. Frequentemente usado como sinônimo de tratado;
k) “convênio” – destina-se a regular a cooperação bilateral ou multilateral de natureza econômica, comercial, cultural, jurídica, científica e técnica, normalmente em campos mais específicos; l) “declaração” – usada para consagrar princípios ou afirmar a posição comum de alguns Estados acerca de certos fatos. ATENÇÃO: Pode não vincular juridicamente, quando for percebida como mera enunciação de preceitos gerais, o que a excluiria da lista de tipos de tratados; m) “memorando de entendimento” – modalidade de ato internacional voltada a registrar princípios gerais que orientarão as relações entre os signatários; definir a situação das partes enquanto estas não avançam em outros entendimentos;
n) “modus vivendi” – forma de tratado destinada a instrumentos de menor importância e de vigência temporária, normalmente servindo para definir a situação das partes enquanto estas não avançam em outros entendimentos; o) “pacto” – refere-se a tratados que se revestem de importância política, mas que sejam mais específicos no tratamento da matéria que regulam; p) “pacto de contraendo” – (Celso de Albuquerque Mello), tipo de acordo concluído pelo Estado com o compromisso de concluir um acordo final sobre determinada matéria, funcionando como verdadeiro “tratado preliminar”;
q) “pactum de negotiando” – ainda segundo Celso de Albuquerque Mello, gera a obrigação das partes de iniciar negociações de boa-fé com a finalidade de concluir um tratado; r) “protocolo” – modalidade de ato internacional que, normalmente, é complementar ou interpretativa de tratados anteriores.
ATENÇÃO: O acordo de cavalheiros (gentlemen's agreement) consiste em modalidade de avença celebrada não pelos Estados, mas por autoridades de alto nível, em nome pessoal, e que é regulada por normas morais. Visam normalmente a estabelecer “programas de ação política” e não são juridicamente vinculantes.
Acordos internacionais só podem ser estabelecidos entre países e assinados pelos seus presidentes?
Acordos internacionais podem ser estabelecidos entre dois ou mais Estados ou entre um ou mais Estados e uma organização internacional. No Brasil, estão autorizados a assinar acordos internacionais apenas o Presidente da República, o Ministro das Relações Exteriores e os Embaixadores chefes de missões diplomáticas do Brasil no exterior. Além disso, outras autoridades podem assinar tratados, desde que tenham uma Carta de Plenos Poderes (treaty making power (poder de celebrar tratados)), assinada pelo Presidente da República e referendada pelo Ministro das Relações Exteriores.
 O que acontece se um país descumprir um acordo internacional?
Caso um país descumpra um acordo internacional, seu parceiro iniciará consultas para conhecer, em detalhe, os motivos do descumprimento. Caso esse país esteja enfrentando dificuldades, mas deseje cumprir o acordo, ambos podem negociar estratégia que permita seu cumprimento, o que pode incluir tanto estender prazos e modificar o acordo original quanto celebrar um novo acordo. Caso esse país deseje não mais fazer parte do acordo, notificará, então, seu parceiro dessa decisão, e o acordo será cancelado (denunciado). Alguns acordos contêm regras mais elaboradas para resolver descumprimentos. // Esse é o caso dos acordos entre membros da Organização Mundial do Comércio (OMC): se um país entender que foi prejudicado por outro, pode solicitar que a OMC julgue o caso.
Existe acordo internacional secreto?
A Organização das Nações Unidas (ONU) proíbe acordos secretos. Dessa forma, todos os países membros da ONU são obrigados a tornar públicos seus acordos internacionais, conforme determina o Artigo 102 da Carta da ONU.
Um acordo internacional entra em vigor no dia em que for assinado?
● Alguns acordos, por tratar de assuntos mais simples e por não criar custos financeiros aos seus signatários, entram em vigor na data de assinatura, sem necessidade de confirmação posterior pelos países que os assinarem. 
● Outros acordos, por tratarem de assuntos mais complexos ou por criarem custos financeiros aos seus signatários, só entram em vigor depois de esses signatários confirmarem seu compromisso em cumpri-los (ratificação). No caso do Brasil, a ratificação só é feita, na grande maioria dos casos, se o acordo for aprovado pelo Congresso Nacional. Exceções incluem, por exemplo, contratos de empréstimo, que só precisam de aprovação pelo Senado Federal.
Por que o Congresso precisa aprovar alguns acordos internacionais para que eles entrem em vigor? acordos internacionais que criarem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional têm de ser aprovados pelo Congresso antes de entrarem em vigor, conforme determina o Artigo 49.I da Constituição Federal.
Depois que o Congresso aprova um acordo internacional, esse acordo passa a valer imediatamente? Depois que o Congresso aprova um acordo internacional, ainda são necessárias algumas etapas para que o acordo entre em vigor no Brasil: 
1. o país informa seu(s) parceiro(s) de que a aprovação ocorreu e, assim, confirma seu compromisso em cumprir o acordo (ratificação); 2. seu(s) parceiro(s) também confirma(m) esse compromisso, caso ainda não tenha(m) feito isso; 3. o presidente da República assina Decreto que determina o cumprimento pelo Brasil do acordo (promulgação).
É possível que acordos internacionais aprovados pelo Congresso nunca entrem em vigor? Acordos internacionais aprovados pelo Congresso podem nunca entrar em vigor se a(s) outra(s) parte(s) nunca confirmar(em) o compromisso de cumprir o acordo. Outra possibilidade é o Presidente decidir não confirmar o Brasil como parte do acordo,em razão de mudanças nos interesses do país e na conjuntura internacional.
Gênese. Negociação e competência negocial.
O tratado é elaborado por meio de um processo cuja observância condiciona sua validade. Há etapas internacionais e internas; ETAPA INTERNA: enquanto compete a cada Estado definir o procedimento de incorporação do tratado à ordem interna, ETAPA INTERNACIONAL: as etapas internacionais foram determinadas no âmbito do Direito Internacional.
Tratados internacionais
CVDT estabelece tratado como acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo DI, quer conste de instrumento único, quer de dois ou mais conexos, qualquer que seja a sua denominação específica. Somente com a CV de 1986 conferiu-se, explicitamente, às OI’s o poder de concluir tratados (que já era feito na prática). 
Características principais: a) tratados não podem violar as normas jus cogens; b) termo “tratado” é gênero, que incorpora várias espécies (convenção, acordo, pacto, protocolo); c) possuem caráter obrigatório.
CONDIÇÕES DE VALIDADE
A) CAPACIDADE 
A.1) Entes autorizados a celebrar tratados: (i) sujeitos tradicionais de DIP, que são Estados e OI; (ii) entes sui generis/despersonalizados que, a despeito de não serem sujeitos de DIP, podem celebrar tratados: Santa Sé, Movimentos de Libertação Nacional (ex: a OLP, Organização de Libertação da Palestina), beligerantes; ente federado, desde que autorizado pelo Estado (um Estado da federação brasileira não pode celebrar tratados, cabendo à União a conclusão de tratados, porém, podem celebrar contratos com entidades internacionais, como o Banco Mundial e o BIRD), os blocos regionais e o Comitê da Cruz Vermelha. 
ATENÇÃO 1: As Oi’s podem celebrar tratados relativos a seus objetos, sua capacidade de concluir tratados é derivada, enquanto que a capacidade dos Estados é primária ou originária. 
ATENÇÃO 2: Os indivíduos, empresas e ONGs não podem celebrar tratados, mas apenas contratos internacionais. 
A.2) Habilitação dos Agentes ou Treaty Making Power. Não basta que a parte seja capaz, mas também que o agente encarregado de representar tenha o chamado treaty making power, ou seja, o poder de celebrar tratados. Rol de agentes capazes de celebrar independente de comprovação dos poderes: Chefe do Estado, Chefe de Governo e Ministro das Relações Exteriores: todos os atos; Chefes de Missão Diplomática: para adoção do texto de um tratado entre o Estado acreditante e o Estado junto ao qual estão acreditados; Chefes de Missões Permanente: junto a organismos internacionais para a adoção do texto de um tratado entre o Estado que representa e essa organização; Representantes acreditados pelos Estados perante uma conferência ou organização internacional: a um de seus órgãos, para a adoção do texto de um tratado em tal conferência, organização ou órgão. Carta de Plenos Poderes: Outros agentes podem celebrar tratados, desde que investidos de plenos poderes. 
B) OBJETO 
 Objeto lícito e possível, não colidente com normas imperativas de dir. internacional (jus cogens).
C) VONTADE 
Os vícios de consentimento podem ser decorrentes de: a) erro: há falta de informação sobre o objeto do tratado ou quando esse objeto não condiz com a verdade, gerando divergência entre a vontade e sua manifestação, uma vez que o Estado supõe uma situação que não existe. O erro é de fato, não de direito. b) dolo é a informação distorcida intencionalmente por meio ardil, manobra ou artifício; c) coação, que pode ser contra representante, quando sofre ameaças, ou contra o Estado, no caso específico de emprego de força armada.
 Os vícios de consentimento podem ser decorrentes de: d) corrupção do representante de um estado: ação direta ou indireta do outro Estado negociador.
RESERVAS OU SALVAGUARDAS
Reservas (ou salvaguardas): trata-se de uma declaração unilateral feita por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do tratado em relação ao Estado. RESERVAS - CARACTERÍSTICAS 
A) É aplicável especialmente em tratados multilaterais (alguns autores como Mazzuoli, não aceitam as reservas em tratados bilaterais; outros, como Portela, aceitam; embora a não aceitação da reserva acarrete a não conclusão do tratado); B) reservas podem ser formuladas em qualquer momento durante a elaboração do tratado, embora possam sofrer restrições (art. 19 da CVDT – a reserva não poderá ser feita se proibida pelo tratado ou incompatível com sua finalidade); C) reserva não modifica as disposições do tratado quanto às demais partes do compromisso; D) a reserva, sua aceitação expressa ou objeção devem ser formuladas por escrito (assim como as retiradas de uma reserva ou de uma objeção à reserva); E) uma reserva formulada quando da assinatura do tratado, condicionada à futura ratificação ou aceitação, deve ser formalmente confirmada pelo Estado quando manifestar seu consentimento definitivo;
 VI. as reservas podem ser exclusivas (excluem os efeitos de certas cláusulas) ou interpretativas (o Estado declara a forma como dadas cláusulas devem ser aplicadas a ele).
 RESERVAS Regra: reserva é unilateral. Exceções (reserva depende de anuência das outras partes): a) quando se infere do número limitado de Estados ou do objeto do tratado que a aplicação do acordo na íntegra entre todas as partes é condição essencial para cada uma das partes obrigarem-se pelo acordo; b) quando o tratado é ato constitutivo de uma OI, caso em que a reserva deverá ser aceita pelo órgão competente.
ENTRADA EM VIGOR
Tratado entra em vigor na forma e data prevista nele ou conforme acordado pelos Estados negociadores (art. 24, §1 e 2 da CVDT). A) Tratados Bilaterais: ambas as partes precisam ratificar as trocas de informações entre si, através dos procedimentos de notificação de ratificação e troca dos instrumentos de ratificação. A entrada em vigor poderá ser no dia em que for feita a última notificação de ratificação, no dia em que houve a troca dos instrumentos, ou, ainda, em data posterior, se o acordo assim estabelecer. 
B) Tratados Multilaterais: desenvolveram-se procedimentos diferenciados em relação aos bilaterais, entre eles: I. o estabelecimento de um depositário, o qual será um Estado ou uma OI que receberá os instrumentos de ratificação e informará as partes que assinam o tratado a respeito - o depositário não precisa ser parte no tratado; II. a exigência de um número mínimo de ratificações, de modo que o tratado somente entra em vigor na data do recebimento da última ratificação exigida; III. após certo prazo estabelecido no acordo.
PUBLICAÇÃO E REGISTRO.
Carta da ONU (art. 102) determina que todo tratado concluído por qualquer um de seus Estados Membros deverá ser registrado e publicado pelo Secretariado Geral da ONU, para que possa ser invocado perante o órgão das Nações Unidas. 
ATENÇÃO: a vigência do acordo independe do registro na ONU. Por fim: os tratados não necessitam de aprovação das Nações Unidas para entrarem em vigor. CONCLUSÃO: O registro é mera condição para que uma norma seja invocada nos órgãos das Nações Unidas (no mesmo sentido, o art. 80 da CVDT).
MODIFICAÇÃO
Emenda: A emenda é o meio pelo qual o teor dos atos internacionais é revisto, levando ao acréscimo, à alteração ou à supressão do conteúdo normativo. Ela é geralmente regulada no próprio texto do tratado e deve ser objeto de acordo entre as partes (ou um número mínimo de signatários, num compromisso multilateral).
MODIFICAÇÕES POR EMENDAS Duplicidade de Regimes Jurídicos. Em geral, as emendas não têm o condão de obrigar todas as partes do tratado, mas apenas aquelas que concordaram com as mudanças que foram feitas. Todavia, os entes que aprovaram a emenda e os que não a aprovaram continuam vinculados entre si pelo tratado original; haverá uma “duplicidade de regimes jurídicos”.
EXIGIBILIDADE E EFETIVIDADE.
● Entrada em vigor marca início da exigibilidade. 
● Exigíveis apenas pelos Estados. → (i) Exigibilidade quanto às partes: o tratado se aplica, em princípio, apenas paraas partes que o ratificaram. Exceções: a) prejuízo indireto a terceiros; b)benefício indireto a terceiros; c) previsão no próprio tratado. Ex.: cláusula de nação mais favorecida (OMC). → (ii) Exigibilidade quanto ao tempo: os tratados geram, em regra, efeitos ex nunc, não retroagindo,salvo disposição em contrário. É com base em tal ideia que o STF (ADPF 153), alegou que a Convenção contra a Tortura de 1984, por ter entrado em vigor no Brasil apenas em 1989, não poderia ser aplicada aos agentes estatais acusados da prática de tortura durante o período de exceção (a partir de 1964), não afetando, portanto, a Lei de Anistia.
NULIDADES
Conceito de nulidade por Accioly: A nulidade ocorre em virtude de erro, dolo, corrupção do representante do estado, coerção exercida sobre o referido representante e coerção decorrente de ameaça ou emprego de força, além da adoção de tratado com desconhecimento do jus cogens. 
● possuem efeitos ex tunc. Em relação a nulidade por vício de competência, o art. 46, item II da CVDT estabelece que um tratado é nulo quando violar dispositivo interno fundamental sobre competência para celebrar tratado. Assim, a normativa interna de um Estado pode influenciar a validade de um Tratado Internacional.
SUSPENSÃO
A suspensão do tratado ocorre quando o ato internacional deixa de gerar efeitos jurídicos em caráter temporário, de forma parcial ou total. A possibilidade de suspensão do tratado deve estar prevista nele ou ser objeto de acordo entre as partes(que pode ser posterior). → Suspensão devido a violação substancial do tratado. Violação substancial autoriza a suspensão/extinção do tratado, que significa: (a) rejeição do tratado não sancionada pela CVDT; ou (b) violação de disposição essencial para o objeto ou finalidade do tratado. EXTINÇÃO
Tratado pode ser extinto pela: a) execução integral; b) vontade comum das partes (ab-rogação), a qual pode ser prévia (pré-determinação ab-rogatória, quando o tratado traz cláusula prevendo o seu lapso temporal de vigência) ou posterior (decisão ab-rogatória superveniente), esta pode ser expressa ou tácita; c) impossibilidade de execução (não pode ser alegada por quem deu causa à impossibilidade); d) mudança imprevisível de circunstâncias fundamentais (cláusula rebus sic stantibus): EXTINÇÃO e) superveniência de jus cogens que o torne nulo; f) cumprimento de dada condição resolutiva; g) ato unilateral, que é a denúncia, a qual só será permitida nos tratados que preveem essa possibilidade,salvo se puder extrair da natureza do tratado ou as partes acordem nesse sentido. No caso da denúncia permitida, há a cláusula de pré-aviso: a parte deverá notificar, com pelo menos doze meses de antecedência, a sua intenção de denunciar ou de se retirar de um tratado. O presidente precisa consultar o congresso para fazer a denúncia de um tratado. Os efeitos da extinção são ex nunc, ou seja, da data da extinção em diante.

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