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PRECONCEITO LINGUÍSTICO Trabalho de COMUNICAÇÂO

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PRECONCEITO LINGUÍSTICO
O preconceito linguístico é toda forma de reprovação as variantes linguísticas de menor valor social e está ligado diretamente ao preconceito regional, cultural e socioeconômico.
Essa opinião desfavorável que não é baseada em dados objetivos, mas que é baseada unicamente em um sentimento hostil motivado pelo julgamento dos falantes às variações de fala e escrita de menor prestígio dentro da língua, ocorre quando um falante utiliza conhecimentos a respeito da norma culta gramatical para se colocar como superior a um falante que não utiliza ou conhece essas normas.
O preconceito linguístico está ligado a muitos outros preconceitos presentes na sociedade, como:
Preconceito regional: sujeitos de regiões mais ricas do país apresentam aversão aos costumes e sotaques típicos de regiões mais pobres e menos desenvolvidas. Como a xenofobia, que ocorre com indivíduos nascidos no norte e no nordeste do Brasil.
Preconceito socioeconômico: relacionado ao poder econômico, ao acesso à renda e, principalmente, à posição social. Esse tipo de preconceito retrata a aversão de pessoas com maiores privilégios e prestígios sociais a indivíduos com menores condições econômicas e sociais.
Preconceito cultural: discriminação à pessoa marginalizada com a justificativa de elitismo cultural. É uma forma de preconceito que conversa muito com o racismo estrutural, discriminação voltada contra grupos ou classes sociais historicamente desfavorecidas.
Racismo: é o conjunto de crenças que considera uma raça superior a outra e, assim, melhor e mais merecedora por conta de uma “hierarquia entre raças”. Atinge, principalmente, os povos negros, e mesmo camuflado, no Brasil, os negros são o grupo com menor nível de escolaridade e com menor renda até os dias atuais.
Homofobia: representa a ódio e a opressão aos indivíduos pertencentes ao grupo LGBTQIA+. Coloca, principalmente, o sujeito homossexual, numa condição de inferioridade, baseado nos princípios da heteronormatividade.
Qualquer tipo de preconceito afeta a qualidade de vida de um indivíduo. O preconceito linguístico pode levar, principalmente, ao não desenvolvimento escolar e social. Além disso, pode gerar inúmeros tipos de violências, como as verbais, as físicas e desencadear, muitas vezes, problemas psicológicos decorrentes dessa discriminação social.
Umas das regiões mais afetada pelo preconceito linguístico é a região Nordeste do Brasil, por ter uma migração muito grande de nordestinos para os estados do sudeste, especificamente para São Paulo, por procura de uma melhor condição de vida. Essa condição se dá desde do Brasil colônia, que ao longo da época o Nordeste deixou de ser uma região próspera, pois os portugueses habitaram e tinha o cultivo de cana-de-açúcar e do Pau Brasil, e isso era economicamente importante nessa região.
A região sudeste não tinha tal relevância, pois era pouco explorada. Somente após a mineração e cultivo do café e a transferência da Capital de Salvador para o Rio de Janeiro é que o Sul e Sudeste do Brasil passou a ter relevância. 
A região sudeste do país torna-se a grande promessa de melhores condições de vida. A industrialização causa um fluxo de migração dos nordestinos para essa área, pois o Nordeste era caracterizado como sinônimo de atraso. A representação do Nordeste é sempre associada ao atraso, à pobreza, à miséria e na outra ponta, o Sudeste, que representava o motor da economia, a imagem da modernidade, camuflou a dinâmica regional que permite a compreensão da mobilidade dos nordestinos para São Paulo (GOMES, 2006, p. 143).
O preconceito não se limitava apenas no caráter econômico, mas também no aspecto
linguístico, pois o analfabetismo dos nordestinos cria uma comunicação particular entre eles, como também acirra o preconceito com as demais regiões do Brasil. O analfabetismo é um problema que marca o sertão, e criando a sua própria linguagem eles conseguem se comunicar, mesmo fora dos padrões da norma culta. Os folhetins traziam os versos de cordel, mas como a maioria da população era analfabeta, os narradores contavam as histórias: “Um Nordeste construído com narrativas de ex-escravos, de pessoas sem sobrenomes, com histórias ouvidas na infância, histórias de cangaceiros, de coronéis, de milagres, do sertão místico” (ALBUQUERQUE JÚNIOR, 2009, p. 130).
Segundo Bagno (apud Costa et al., 1999), a fala nordestina passa a ser retratada como
algo grotesco, rústico, atrasado, criado para criar risos entre as pessoas. O choque cultural acaba causando o preconceito linguístico entre as duas culturas. O Sudeste é considerado como o lado moderno, industrializado, por isso o restante do país precisa se adequar ao padrão estabelecido. Costa et al (2011) aponta que:
A migração traz como consequência uma modificação e incorporação de novos elementos à cultura local, onde esse contato provoca a absorção de uma cultura pela outra, gerando uma nova cultura com traços da cultura inicial e da absorvida. Assim a cultura nordestina procura se adequar ao modelo sudeste.
De fato, existe muito preconceito com as pessoas do nordeste, e quem pode ter começado isso pode ter sido a mídia, por expor personagens com sotaques regionais de forma cômica, e sempre colocando como pessoas pobres, sofridas e sem estudo. Porque muitas das vezes quem está formando opinião das pessoas é a própria mídia, influenciando assim a julgarem certas regiões especificas do país, como eles querem que há vejam, de modo que, o telespectador aceita essa ideia sem mesmo pesquisar ou procurar entender melhor do assunto, tomando como base personagens fictícios de novelas, filmes, etc., (Elzinga, Diogo). Sem saber que aquela linguagem é característica da região onde se vive, e julgando como forma errada de se comunicar ao ponto de vista da regra da gramática normativa.
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. A invenção do Nordeste e outras artes. São Paulo: Cortez, 2009.
BAGNO, Marcos. A norma oculta: língua e poder na sociedade brasileira. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.
BAGNO, Marcos. A Língua de Eulália: novela sociolinguística, 15 ed. São Paulo: Contexto, 2006.
COSTA, Adriana Freitas da Silva et al. Dos falares do Brasil ao falar do Nordeste. 2011. Disponível em: Acesso em: 08 de novembro de 2021.
Elzinga, Diogo. O Brasil PRECISA DO NORDESTE SIM, explicada por Diogo Elzinga. Canal Elzinga, Youtube. Publicado há 2 anos (sem data informada). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=GBhHeDytJgk . Acesso em: 08 de novembro 2021.

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