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Artigo ETE na cidade de Caraúbas (1) (1)

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II-001 - CONCEPÇÃO DE UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO NA CIDADE DE CARAÚBAS-RN: ANÁLISE DE UM SISTEMA DE LODOS E LAGOA DE MATURAÇÃO.
 RESUMO
 Estação de Tratamento de Esgoto - ETE é o conjunto de unidades de tratamento, cuja sua função é remover parâmetros físicos, químicos e biológicos presentes no efluente, antes que seja lançado em seu corpo receptor. Diante disto, o conjunto das unidades de uma ETE busca economia, tecnologia e que o efluente tratado atinja os padrões de qualidade determinados pelo CONAMA. Neste sentido, o objetivo do trabalho é elaborar um estação de tratamento de esgoto doméstico na cidade de Caraúbas-RN, por meio de um sistema convencional de lodos ativados em conjunto com uma lagoa de maturação, através de uma pesquisa qualitativa. A concepção do sistema adotado necessitou da análise de alguns fatores, como escolha da cidade a ser contemplada, quantidade de habitantes para poder estimar a vazão, propriedades do efluente e a classe do corpo receptor, através de pesquisas bibliográficas e normas. Portanto, o resultado da pesquisa apontou que meta está sendo satisfatória baseada nas indicações utilizadas, conseguindo uma remoção superior a 80% de DBO, e estimando que o efluente suporte uma demanda inferior a 60 mg/l, além de conseguir por meio de de uma matriz swot estabelecer as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças que cada unidade da ETE realiza. 
 PALAVRAS-CHAVE: Estação de Tratamento de Esgoto, Lodos ativados, Lagoa de Maturação, Matriz Swot.
 INTRODUÇÃO
O sistema de esgoto teve um significativo avanço em 1842, em Hamburgo, na Alemanha. Mas este fato só se tornou concreto após a cidade ser destruída por um incêndio, o que levou a realização pela primeira vez de um novo sistema de coleta e transporte de esgotos, sendo projetado de acordo com as modernas teorias da época, que atendia as contribuições de águas pluviais e domésticas, ficando conhecido como sistema unitário (SPERLING, 1996). 
Portanto, com o avanço da teoria e obtendo um bom desempenho após o seu desenvolvimento, o sistema de unitário foi rapidamente sendo implementado em diversas cidades, como a do Rio de Janeiro em 1857. Consequentemente, o avanço dos estudos na área e notando que um sistema unitário acarreta elevados custos na sua implementação em determinadas localidades, viu a necessidade de coletar e transportar o esgoto doméstico e as águas pluviais separadamente, onde ficou denominado de sistema separador. Para Sperling (1996), o sistema separador é adotado predominantemente no Brasil, onde é reconhecido por apresentar diversas vantagens na sua elaboração.
Desta maneira, a NBR 96448 (1986) define um sistema separador sendo o “Conjunto de condutos, instalações e equipamentos destinados a coletar, transportar, condicionar e encaminhar somente o esgoto sanitário a uma disposição final conveniente, de modo contínuo e higienicamente seguro”. 
Apesar dos avanços tecnológicos e teóricos, ainda existe deficiência no sistema de saneamento básico no Brasil, principalmente quando se trata do Sistema Esgotamento Sanitário - (SES) e em conjunto a Estação de Tratamento de Esgoto - (ETE), o que remete à população a exposição de doenças, ocasionado pela má disposição do esgoto bruto ou tratado, de forma que não atinja os padrões de lançamento em corpos receptores.
O SES é necessário após a água ser utilizada em diversas atividades domésticas, pois o lançamento do esgoto doméstico é composto por cerca de 99,9% de água, sendo que a fração remanescente inclui sólidos orgânicos e inorgânicos, suspensos e dissolvidos, bem como microorganismos, tornando inapropriada para consumo humano e que retorne sem os padrões pré estabelecidos ao meio ambiente.
 
De acordo com o SNIS (2021), o Brasil apresenta cerca de 61,9% da população urbana abrangida pelo serviço de esgotamento sanitário, e apenas cerca de 49,1% do esgoto coletado recebe um tratamento adequado por meio de uma Estação de Tratamento de Esgoto- ETE. No nordeste esse índice já cai para menos da metade, onde cerca de 28,3% da população tem acesso à coleta de esgoto.
A NBR 12209 (1992), define uma ETE como, “Conjunto de unidades de tratamento, equipamentos, órgãos auxiliares, acessórios e sistemas de utilidades cuja finalidade é a redução das cargas poluidoras do esgoto sanitário e condicionamento da matéria residual resultante do tratamento”. Assim, um sistema de tratamento de esgoto é composto por etapas, como tratamento preliminar, primário, secundário e terciário, cuja finalidade é a remoção de alguns parâmetros físicos, químicos e biológicos antes do lançamento no corpo receptor. 
Logo, o conjunto desse sistema busca algumas exigências, sejam tecnológicas, econômicas, ambientais e uma área onde possa ser disposta sem interferir nos anseios da comunidade, além de buscar sempre atingir os padrões de qualidade associado às características ou a classe de determinado corpo receptor. 
Nota-se que muitos municípios brasileiros se encontra em uma situação preocupante, quando se refere à Estação Tratamento de Esgoto, caso que se encontra a cidade de Caraúbas-RN, localizada no Estado do Rio Grande do Norte e pertence à microrregião da Chapada do Apodi e Médio Oeste potiguar, onde não há rede coletora de esgoto e nenhum tipo de tratamento coletivo das águas residuárias. 
Diante da contextualização acerca da importância de haver um sistema de tratamento de esgoto em uma cidade, o objetivo desta pesquisa é elaborar uma estação de tratamento de esgoto que contemple a área urbana da cidade de Caraúbas-RN, por meio de um sistema convencional de lodos ativados, juntamente com a lagoa de maturação. 
MATERIAL E MÉTODOS
De acordo com Campos (1999), para se realizar um bom dimensionamento/escolha de uma ETE se faz necessário a análise de diversos fatores, tornando assim bastante complexa a tomada de decisão, alguns fatores primários são: impacto ambiental na área circunvizinha, área para a ETE, custo da ETE, operacionalidade, entre outros. Todavia devido as limitações de acesso a informações mais detalhadas impossibilitando assim estudos mais aprofundados, a ETE representada a seguir levará em consideração apenas alguns fatores.
Para o desenvolvimento da ETE deste trabalho precisou-se inicialmente de dados iniciais, como a escolha da cidade, quantidade de habitantes, quantidade e propriedades do esgoto e tipo/classe do manancial que irá receber o esgoto tratado, para que fossem assim adotadas medidas de controle e de qualidade com base nessas informações iniciais, medidas essas estabelecidas em virtude dos parâmetros existentes na literatura atual, como artigos científicos e normas técnicas. 
Os parâmetros contemplam a classe do manancial que irá receber o esgoto tratado, ou seja, leva-se em consideração o quanto o esgoto deve ser tratado antes que desague no manancial, definindo assim, quais os processos deverão estar presentes na estação de tratamento, assim como também a quantidade de volume e carga de esgoto que é produzida pela cidade escolhida, que leva em consideração a quantidade de habitantes daquela região.
A escolha para a localização da ETE, foi a cidade de Caraúbas/RN, que fica localizada na região do semiárido Nordestino, mais precisamente no estado do Rio Grande do Norte a cerca de 300km da capital Natal e a 70km do segundo maior polo do estado, Mossoró. Tal escolha foi fundada devido a proximidade da cidade para com a vivência da maioria da população do estado, que é a de cidades com um baixo índice demográfico e que possuem açudes como responsáveis pelo abastecimento de parte da sua população. Segue a baixo a imagem 1 ilustrando a localização do município com relação a capital potiguar: 
Imagem 1: Localização da cidade de Caraúbas-RN.
Fonte: Google maps.
Como indicado por Campos (1999), a primeira medida para se iniciar o levantamento de dados para a elaboração de uma ETE é determinar a quantidade e a qualidade do esgoto que será encaminhado para a estação de depuradora. Com a escolha da cidade, agora se faz necessário saber a quantidadede volume de esgoto e o teor de matéria que compõem o mesmo. Para o volume foi consultada a Tabela 1 da NBR 7229, onde informa a contribuição média de cada habitante com relação ao volume de esgoto gerado. Segue a baixo a imagem 2 da tabela:
Imagem 2: Tabela de contribuição diária deesgoto(C) e lodo fresco(lf) por tipo de prédio e ocupante.
Fonte: NBR 7229.
Para esse estudo optou-se pelo uso de 130 L/hab (ocupantes permanentes, padrão médio), devido a cidade de Caraúbas não possuir fabricas e ser composta em sua grande maioria de residências familiares, por não se possuir informações mais precisas escolheu-se “padrão médio” devido ser uma média quando comparado aos seus semelhantes. Outro fator importante para se calcular a vazão é o número de habitantes que compõem a cidade de Caraúbas, que, de acordo com dados recolhidos a partir do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE são de 20.541 pessoas, no ano de 2020.
Baseando-se na fórmula a seguir indicada pela NBR 9649 da ABNT, e seus coeficientes (K1 e K2), tempos as seguintes vazões:
Onde: 
q - quota per capita de esgoto (l/hab.dia),
C - Coeficiente de retorno,
K1- coeficiente de dia de maior consumo, é igual a 1,20,
K2- coeficiente de hora de maior consumo é igual a 1,50.
Adotou-se o coeficiente de retorno como sendo igual a 1 devido ao valor de contribuição de esgoto escolhido ter sido retirado da tabela 1 a NBR 7229 da ABNT, tabela que indica a contribuição direta de esgoto per capita. 
Como resultado das vazões, obteve-se:
Tabela 1: Vazão média, máxima diária, máxima horária.
	(l/s)
	(l/s)
	(l/s)
	30,90
	37,08
	46,36
 Fonte: dos autores.
	
Segundo Campos (1999), o levantamento das vazões máximas é necessário pois a uma variação delas ao longo do dia, devido ao habito da população. Outros levantamentos podem serem feitos, buscando uma real aproximação da realidade, como estudo do horizonte de projeto, vazão mínima, taxa de infiltração, comportamento da população ao longo do ano etc.
Além da necessidade do estudo das vazões, é necessário também realizar uma perfeita análise da composição dos esgotos, por meio de coleta e exames de amostras representativas. De acordo com Campos (1999), os esgotos são constituídos em sua avassaladora maioria de água, cerca de 98%, o restante são: sólidos suspensos, compostos orgânicos, nutrientes, metais, sólidos dissolvidos inorgânicos, sólidos inertes, sólidos grosseiros, compostos não biodegradáveis, organismos patogênicos e, ocasionalmente, contaminantes tóxicos decorrentes de atividades industriais ou acidentais.
Como nesse trabalho não se obteve estudos baseados em coletas, optou-se, diante de vários parâmetros utilizar como dados, organismos coliformes e o valor médio da faixa de DBO que são os valores normalmente encontrados. A variação, geralmente ocorre entre 150 e 600 mg/l (CAMPOS, 1999). Assim sendo, optou-se por uma DBO de 375mg/l. Já com relação ao NMP de coliformes por 100 ml, característico dos esgotos sanitários variam entre e NMP/100ml, adotou-se como para esse estudo NMP/ml.
Por fim, o estudo das características do manancial que irá receber o esgoto tratado. Esse ponto se torna um dos mais importantes devido a ser ele quem irá de certa forma ditar a qualidade com que o esgoto deverá ser tratado, baseando-se na sua quantidade de oxigênio, volume e etc. “lançar, por exemplo os esgotos de uma cidade de 10.000 habitantes no rio Amazonas é algo completamente diferente de lança-los em um pequeno córrego com 0,50m de largura. No primeiro caso, os efeitos na vida aquática são quase desprezíveis, porém, no segundo, são catastróficos.” (CAMPOS, 1999). Desta forma, deve-se determinas a carga máxima que poderá ser lançada no manancial, não provocando alterações sérias no mesmo.
Baseando-se na classificação das águas doce estabelecida pelo CONAMA (2005), adotou-se como o açude presente na cidade de Caraúbas sendo da classe III. Essa classificação baseia-se com relação ao uso da água:
- Classe 3: águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado;
b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;
c) à pesca amadora;
d) à recreação de contato secundário; e
e) à dessedentação de animais.
Como não se possui analises quantitativas com relação a manancial, se torna impraticável do ponto de vista técnico, por não assumir diligências estabelecidas por normas e leis, adotar um valor específico de quantidade de DBO e de coliformes que o manancial adotado poderá suportar, sendo assim, seguindo a diretriz superficial indicada por Campos (1999), de que de maneira geral deve-se buscar uma remoção superior a 80% de DBO ou procurar ter um efluente inferior a 60mg/l.
Agora, com todos os dados possíveis estabelecidos, se torna mais viável a determinação de quais unidades de tratamento serão necessárias na ETE, de forma a trazer um nível de tratamento satisfatório para com os parâmetros que foram apresentados. Sendo assim, a Estação de Tratamento de Esgoto escolhida contempla em suas etapas o sistema de lodos ativados como segunda etapa de processo da ETE e o sistema de lagoa de maturação como terceira etapa, juntamente com as etapas preliminares e primaria, que serão melhores apresentadas a seguir.
 PRELIMINAR
Ao ser a primeira etapa para o tratamento de efluentes, o tratamento preliminar tem como propósito a remoção de sólidos grosseiros e de areias, com a utilização de mecanismos fisicos, a fim de proteger as tubulações e o sistema de bombeamento das proximas etapas do processo. 
O tratamento prelimar será dividido em três etapas, de acordo com as nossas necessidades, onde o efluente passará pela grade, a caixa retentora de areia e um medidor de vazão, como mostra a Figura 1. 
Imagem 3 - Ilustração de um sistema preliminar, lagoa anaeróbicas convencionais
Fonte 1- Prosab, 1999.
1. Grade
 No processo de gradeamento, o material com dimensões maiores são retidos pelas barras com espaçamentos menores. Existem grades grossas, medias e finas, nessa ordem para a melhor retenção do material. 
De acordo com Marcos Von (1996), as principais finalidades da remoção dos sólidos grosseiros são:
· Proteção dos dispositivos de transporte dos esgotos (bombas e tubulações);
· Proteção das unidades de tratamento subsequentes;
· Proteção dos corpos receptores. 
 O material retido deverá ser removido o quanto antes para que evite o represamento do efluente no canal a montante, consequentemente evitando o elevamento do nível e o aumento da velocidade do líquido com arraste do material sólido, a remoção do material retido pode ser manual ou de forma mecânica, nesse caso de forma mecânica.
2. Caixa de Areia
A areia na qual existe nos efluentes, em sua grande maioria, consistem em materiais minerais, são eles: areia, pedrisco, escória, cascalho entre outros. Também podem conter em quantidades menores de matéria orgânica putrescível, como: vegetais, gorduras, entre outros.
O seu mecanismo de remoção é a sedimentação, como os grãos de areia possuem densidade e dimensões mariores, eles vão para o fundo do tanque, enquanto a matéria orgânica, como possui uma sedimentação mais lenta, permanecem em suspensão, caminhando para as seguindes etapas.
Marcos Von (1996) afirma que, existe uma diversidade de processos para a retirada e o transporte de areia sedimentada, desde os manuais até os complemente mecanizados. As finalidades básicas da remoção de areia são:
· Evitar abrsão nos equipamentos e tubulações;
· Eliminar ou reduzir a possibilidade de obstrução em tubulações, tanques, orifícios, sifões, etc;
· Facilitar o transporte líquido, principalmente a transferência de lodo, em suas diversas fases.
3. Medidor de Vazão 
O medido de vazão possuirá uma calha Parshall, que por sua vez é um acessório que serve para medir a vazão do esgoto que aflui na estação de tratamento. A medição da vazão na calha Parshall é feita visualmente através do nível do líquido em relação a uma régua graduada que existe na própriacalha.
 PRIMÁRIO
Após passado pelo o tratamento preliminar, o esgoto ainda possui sólidos em suspensão não grosseiros, no qual podem ser relativamente removidos, na unidade de sedimentação. Uma boa parte desses solidos em suspensão é captada pela matéria orgânica que está em suspensão. Como destina-se ao tratamento secundario, a remoção por processos simples como a sedimentação, implica na redução da carga de DBO, tendo assim uma remoção com um processo mais demorado.
O tanque de decantação utilizado é de forma circular, como mostra a Figura 2. Os esgotos fluem vagarosamente através dos decantadores, permitindo a que os sólidos em suspensão, possuindo uma densidade maior do que a do líquido circundante, sedimentem gradualmente no fundo. Essa massa de sólidos é denominada lodo primário bruto. Em estações de tratamento de esgotos, ela é retirada por meio de uma tubulação única em tanques de pequenas dimensões ou através de raspadores mecânicos e bombas em tanques maiores. Materiais flutuantes, como graxas e óleos, tendo uma menor densidade que o líquido circundante, sobem para a superfície dos decantadores, onde são coletados e removidos do tanque para posterior tratamento (MARCOS VON, 1996).
Imagem 4 - Esquema de um decantador primário circular.
 
Fonte - Marcos Von, 1996.
 SECUNDÁRIO 
Baseando-se em uma remoção na faixa de 35% da DBO (valor máximo de redução de DBO a partir de decantadores primários) por parte do decantador primário, se obtém uma DBO de 244 mg/l, ou seja, como enfatizado por Jordão e Pessôa (2011), a matéria orgânica remanescente do tratamento primário deverá ser removida no tratamento secundário.
Para o sistema secundário adotou-se o sistema de lodos ativados convencionais, que consiste na utilização de um tanque de aeração (reator), e um tanque de decantação (decantador secundário). O tanque de aeração é responsável pelas reações bioquímicas de remoção da matéria orgânica através do consumo de biomassa (lodo) inserido nele através de um sistema de recirculação ligado ao decantador secundário. No decantador secundário é onde, como citado, ocorre a sedimentação da biomassa, que por sua vez irá em partes para o tanque de aeração. A Imagem 3 a seguir ilustra o processo de recirculação do lodo:
Imagem 5: Sistema de lodos ativados.
	
Com base nas circunstâncias exigidas pelo contexto apresentado ao longo dessa pesquisa, a utilização do sistema de lodos ativados se encaixa perfeitamente, pois além de exigir um pequeno espaço para a sua implantação, ainda traz uma grande eficácia com relação a redução de poluentes, sendo assim um ponto chave para a sua escolha, devido ao manancial escolhido para a descarga do esgoto tratado ser um açude, com uma volumetria de água baixa, se comparada a outros corpos d’água convencionais para o despejo do esgoto tratado, como rios e mares. O sistema de lodo ativado é utilizado para o tratamento de efluentes sanitários e industriais principalmente quando o efluente possui alta carga poluidora e se deseja que haja uma elevada qualidade no efluente tratado (VON SPERLING,1997).
De acordo com Amorim (2014), para a verificação da eficiência da diminuição da DBO, se faz necessário fazer um comparativo entre a DBO que entra no sistema e a DBO que sai. A remoção de DBO em sistemas de lodos ativados costumam atingir uma média de 90%. Para o nosso sistema, essa taxa de eficiente reduz a quantidade de DBO para 24,4mg/l. Ocasionando em um valor de DBO admissível para os parâmetros apresentados.
 TERCIÁRIO
O tratamento terciário é fundamentado em processos biologicos realizados em fases decorrentes denominadas de nitrifucação e desnitrificação, na qual reduz a concentração de nitrogênio e fósforo. A remoção de fosforo tambem é feita por um processo químico, com sulfato de aluminio.
O nitrogênio, na fase da nitrificação leva a forma de nitrato, e logo em seguida na desnitrificação é levado à realização de , especialmente o que é volatizado para o ar.
O tratamento produz lodo, que é adensado, digerido, secado e dispoto convenientemente. Como o sistema de tratamento envolve disposição de lagoas de estabilização, tem-se a capacidade de reduzir consideravelmente o numero de patogênicos, que ainda restam para finallizar o tratamento do esgoto, descartando, assim, um sistema de desinfecção mais especifico. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise do projeto de concepção de uma ETE na cidade de Caraúbas/RN, permitiu listar uma sequência de pontos que são estratégicos em sua implantação, de acordo com as características de cada sistema que foram escolhidos. Então, para isso foram construídas duas matrizes SWOT conforme observado nos Quadros 1 e 2.
Quadro 1 – Matriz SWOT (Sistema de Lagoa de Maturação)
Fonte: Os autores, 2021.
Com base na análise dos pontos fortes, a escolha do sistema de lagoa de maturação ocorreu devido a mínima necessidade de manutenção, pois a mesma se resume, quando necessário, apenas ao corte regular da grama que brota no talude e remoção da escuma presente em sua superfície. Quanto a remoção dos organismos patogênicos, nota-se que a mesma possui uma considerável e maior eficiência quando comparada aos outros processos de tratamento. 
Como oportunidade, as lagoas demonstram capacidade de suporte não só dos choques provenientes de sobrecargas hidráulicas, como também das sobrecargas orgânicas. E devido ao longo tempo de detenção, a existência de diluição torna-se suficiente para fazer face a curtas sobrecargas. 
Nos pontos fracos, tem-se a necessidade de uma área extensa para a sua implantação e a observação de que os resíduos podem ser tratados de forma inconsistente dependendo das condições climáticas existentes, pois é um fator que influencia bastante nesse processo. 
A emanação de odores e a possível contaminação das águas subterrâneas são as principais ameaças observadas. 
Quadro 2 – Matriz SWOT (Sistema de Lodos Ativados)
Fonte: Os autores, 2021.
Para a escolha do sistema de lodo ativado observou-se que dentre os seus pontos fortes, tem-se um maior controle operacional que funciona de forma mais precisa e flexível. Onde os seus resultados independem das condições climáticas predominantes na região de implantação.
Nas oportunidades, pode desempenhar um papel importante na remoção dos nutrientes, pois além da remoção da matéria orgânica, esse sistema também pode ser utilizado na remoção de fósforo, nitrogênio e na estabilização do lodo existente. Nesse caso, é necessária pouca área para a implantação deste tipo de sistema.
Como pontos fracos tem-se a grande produção de lodo excedente e a baixa eficiência no que se diz respeito a remoção de patógenos. 
A complexidade deste sistema é observado como uma possível ameaça, pois é necessário um alto grau de mecanização devido a sua sofisticação. Além disso, há uma maior demanda por consumo de energia elétrica, além de operadores qualificados. Por esta motivo, acaba sendo considerado um tipo de tratamento com um maior custo quando comparado a outros tratamentos.
A realização de um correto tratamento dos efluentes, é uma ferramenta de preservação dos corpos hídricos e o solo da cidade de Caraúbas/RN, proporcionando a população uma melhor qualidade de vida e prevenção de doenças. O controle das atividades e dos registros das ações executadas de esgotamento sanitário são medidas indispensáveis, pois é uma forma de identificar as demandas da comunidade e a partir disso estabelecer as prioridades na execução dos serviços a curto, médio e longo prazo, visando a sua otimização.
 CONCLUSÕES
Tendo em vista que o sistema está de acordo com a literatura pesquisada, pois o mesmo é um sistema de tratamento de esgoto composto pelas seguintes etapas, tratamento preliminar, primário, secundário e terciário, ele carrega a finalidade de promover a remoção de alguns parâmetros físicos, químicos e biológicos antes do lançamento no corpo receptor e buscar cumprir algumas exigências, tecnológicas, econômicas, ambientais e uma área onde possa ser disposta sem interferirnos anseios da comunidade, além de buscar sempre atingir os padrões de qualidade associado às características ou a classe de determinado corpo receptor, fora tudo isso, ainda pode sofrer também a influência de vários fatores em suas condições hidráulicas e biológicas como os que foram citados na literatura por D’Alessandro, E. B., & Saavedra, N. Katia (2018), em concordância com Von Sperling (2012) como temperatura, radiação solar, precipitação, velocidade dos ventos, vazão, carga orgânica. (D’Alessandro, E. B., & Saavedra, N. katia, 2018, apud VON SPERLING, 2012). 
Então para o devido atendimento que enquadre todos estes pontos abordados foi escolhido um sistema composto por grade, caixa de areia e medidor de vazão para cumprir a função na etapa preliminar que segundo o autor BORSOI, Z. et al (1997) deve remover grandes sólidos como por exemplo a areia, já para a primaria etapa foi escolhido um sistema de decantador primário capaz de remover os sólidos não grosseiros, sobre esta etapa BORSOI, Z. et al (1997) diz que a mesma e responsavel por eliminar eliminar 30% do DBO em média e neste processo os sólidos em suspensão de densidade maior sedimente no fundo e os materiais flutuantes são removidos na superfície, é nela que surge o lodo ativado bruto que será reaproveitado na etapa seguinte que é a secundaria, cuja função é remover os sólidos através do lodo ativado capaz de reduzir a matéria orgânica não sedimentáveis, nesta fase se faz de suma importância a eliminação do DBO em 90 %, com isso a quantidade de DBO decresce ate 24 mg/l se tornando adimissivel perante os padrões citados anteriomente, inclusive acontece a obtenção de um maior controle, BORSOI, Z. et al (1997) ao explanar este sistema declara o mesmo como método acelerador do processo de digestão da matéria orgânica, por último na terceira etapa preferimos utilizar o sistema de lagoa de maturação, tendo como funções a eliminação de bactérias, a redução de nitrogenio e de fosforo, os autores D’Alessandro, E. B., & Saavedra, N. katia. (2018) compactuando com WHO (1987) confirmam que o uso dessas lagoas serve para remoção de organismos patogênicos e de nutrientes, eles ainda observam que seu efeito bactericida se deve a vários fatores naturais, incluindo sedimentação, radiação solar ultravioleta, altos valores de temperaturas e de pH, predadores, toxinas liberadas por alguns microrganismos que nela vivem. (D’Alessandro, E. B., & Saavedra, N. katia. 2018, apud WHO, 1987). E o escritor Von Sperling, (1996) ressalta o valor baixo do método. (SPERLING, 1996).
Para a cidade de Caraúbas RN, o estudo de implementação desta ETE gerou uma sequencia de pontos positivos e negativos, posteriormente analisados concluiu-se a necessidade de utilização de duas matrizes SWOT, onde a primeira conteplou o sitema de lagoas de Maturação e o segundo contemplou o sistema de lodos ativados, pois os mesmos requerem mais atenção quando porque foi buscado a garantia do bom funcionamento nessas etapas. Levando em consideração tudo que já foi explanado anteriormente como o fato de a cidade ser de padrão médio, gerar uma vazão média de 30,90 l/s e não dispor de informações suficientes a respeito do corpo hídrico no qual será lançado o efluente tratado, nossa meta está sendo comprida se baseando nas indicações utilizadas no âmbito geral onde foi buscada uma remoção superior a 80% de DBO e procurou-se ter um efluente inferior a 60mg/l, com isso podemos observar que os resultados da ETE estão sendo satisfatórios. 
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a professora da disciplina pelo conhecimento adquirido durante o decorrer desta unidade
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE O SANEAMENTO <SNIS - PAINEL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO> Acesso em: 4 de Maio de 2021
2. TSUTIYA, Milton Tomoyuki; ALEM SOBRINHO, Pedro. Coleta e transporte de esgoto sanitário. 2. ed. São Paulo: Departamento da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2000. 547 p
3. Projeto de estações de tratamento de esgoto sanitário.1992 <12209 (licenciadorambiental.com.br)> Acesso em: 4 de Maio de 2021
4. VON SPERLING, Marcos. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 2 ed, Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental. Universidade Federal de Minas Gerais; 1996.
5. Tratamento de esgotos sanitários por processo anaeróbio e disposição controlada no solo / José Roberto Campos (coordenador). -- Rio de Janeiro: ABES, 1999. 464 p. : il. Projeto PROSAB
6. Soares, Wilker Fernandes. Projeto do sistema de esgotamento sanitário da área urbana do município de Campo Grande – RN / Wilker Fernandes Soares . - 2020. 107 f. : il. 
7. JORDÃO, E. P.; PESSÔA, C. A. Tratamento de Esgotos Domésticos. 6 ed. Rio de janeiro: ABES, 2011.
8. <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rn/caraubas> Acesso em: 7 de Maio de 2021
9. http://licenciadorambiental.com.br/wp-content/uploads/2015/01/NBR-9.649-Projeto-de-Redes-de-Esgoto.pdf> Acesso em: 7 de Maio de 2021
10. http://mz.pro.br/DesProjeto/04_normasABNT/NBR_7229.pdf> Acesso em: 8 de Maio de 2021
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12. https://www.icmbio.gov.br/cepsul/images/stories/legislacao/Resolucao/2005/res_conama_357_2005_classificacao_corpos_agua_rtfcda_altrd_res_393_2007_397_2008_410_2009_430_2011.pdf> Acesso em: 7 de Maio de 2021.
13. SAAE – Serviço autônomo de Água e Esgoto, Sistemas de Tratamento de Esgoto, Aracruz, junho de 2006.<https://www.saaeara.com.br/arquivos/outros/Tratamento_de_Esgoto.pdf> Acesso em: 7 de Maio de 2021
14. D’Alessandro, E. B., & Saavedra, N. katia. (2018). COMPORTAMENTO DE UMA LAGOA DE MATURAÇÃO: ESTUDO DE CASO. Geoambiente On-Line, (32). https://doi.org/10.5216/revgeoamb.v0i32.49535
15. BORSOI, Z. et al. Tratamento de esgoto: tecnologias acessíveis. Informe Infra-Estrutura: Área de Projetos de Infra-Estrutura, n. 16, 1997.
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18. <http://www.fec.unicamp.br/~bdta/esgoto/lodosativados.html> Acesso em 08 de Maio de 2021
19. DUTRA, G. H. L. (2014). AVALIAÇÃO TÉCNICO-ECONÔMICA DE ALTERNATIVAS DE LODOS ATIVADOS NO TRATAMENTO DE ESGOTOS DOMÉSTICO. <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/131762/TCC_Gustavo_FINAL.pdf?sequence=1&isAllowed=y> Acesso em 08 de Maio de 2021
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21. IBIAPINO, R. P. (2017) PROBLEMÁTICA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO NA CIDADE DE MONTEIRO – PB: APLICAÇÃO DA MATRIZ SWOT. < https://www.ibeas.org.br/congresso/Trabalhos2017/IX-027.pdf> Acesso em 08 de Maio de 2021
STRENGTHS (PONTOS FORTES)
- Necessidade de manutenção mínima;
- Remoção de organismos patogênicos de forma considerável.
OPPORTUNITIES (OPORTUNIDADES) 
- Capacidade de suportar bem não só os choques de sobrecargas hidráulicas como das orgânicas. 
 
THREATS (AMEAÇAS)
 
- Pode emanar odores;
- Pode contaminar as águas subterrâneas.
WEAKNESS (PONTOS FRACOS)
- Requer área extensa para implantação;
- Trata os resíduos de forma inconsistente dependendo das condições climáticas.
STRENGTHS (PONTOS FORTES)
- Controle operacional de forma precisa e flexível;
- Resultados que independem das condições climáticas.
OPPORTUNITIES (OPORTUNIDADES) 
- Oportunidade para remoção de nutrientes e estabilização do lodo;
- Exige pouca área para implantação.
 
THREATS (AMEAÇAS)
 
- Operação mais complexa.
WEAKNESS (PONTOS FRACOS)
- Grande produção de lodo excedente;
- Baixa eficiência na remoção de patógenos.
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