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28 Tipos de Tratamentos de Esgotos

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TIPOS DE TRATAMENTOS DE ESGOTOS 
 
1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Tratamento de Água e Esgoto 
A água oferecida à população é submetida a uma série de tratamentos apropriados que vão reduzir a 
concentração de poluentes até o ponto em que não apresentem riscos para a saúde. Cada etapa do 
tratamento representa um obstáculo à transmissão de infecções. 
A primeira dessas etapas é a COAGULAÇÃO, quando a água bruta recebe, logo ao entrar na estação 
de tratamento, uma dosagem de sulfato de alumínio. Este elemento faz com que as partículas de 
sujeira iniciem um processo de união. 
Segue-se a FLOCULAÇÃO, quando, em tanques de concreto, continua o processo de aglutinação 
das impurezas, na água em movimento. As partículas se transformam em flocos de sujeira. 
A água entra em outros tanques, onde vai ocorrer a DECANTAÇÃO. As impurezas, que se 
aglutinaram e formaram flocos, vão se separar da água pela ação da gravidade, indo para o fundo 
dos tanques ou ficando presas em suas paredes. 
A próxima etapa é a FILTRAÇÃO, quando a água passa por grandes filtros com camadas de seixos 
(pedra de rio) e de areia, com granulações diversas e carvão antracitoso (carvão mineral). Aí ficarão 
retidas as impurezas que passaram pelas fases anteriores. 
A água neste ponto já é potável, mas para maior proteção contra o risco de infecções de origem 
hídrica, é feito o processo de DESINFECÇÃO. É a cloração, para eliminar germes nocivos à saúde e 
garantir a qualidade da água até a torneira do consumidor. Nesse processo pode ser usado o 
hipoclorito de sódio, cloro gasoso ou dióxido de cloro. 
O passo seguinte é a FLUORETAÇÃO, quando será adicionado fluossilicato de sódio ou ácido 
fluorssilícico em dosagens adequadas. A função disso é previnir e reduzir a incidência de cárie 
dentária, especialmente nos consumidores de zero a 14 anos de idade, período de formação dos 
dentes. 
A última ação nesse processo de tratamento da água é a CORREÇÃO de pH, quando é adicionado 
cal hidratado ou barrilha leve (carbonato de sódio) para uma neutralização adequada à proteção da 
tubulação da rede e da residência dos usuários. 
Entre a entrada da água bruta na ETA e sua saída, já potável, decorrem cerca de 30 minutos. 
 
TRATAMENTO DE ESGOTO 
 
O tratamento dos esgotos domésticos tem como objetivo, principalmente: remover o material sólido; 
reduzir a demanda bioquímica de oxigênio; exterminar micro-organismos patogênicos; reduzir as 
substâncias químicas indesejáveis. 
As diversas unidades da estação convencional podem ser agrupadas em função das eficiências dos 
tratamentos que proporciona. 
Assim temos: 
Tratamento preliminar: gradeamento, remoção de gorduras e remoção de areia. 
Tratamento primário: tratamento preliminar, decantação, digestão do lodo e secagem do lodo. 
Tratamento secundário: tratamento primário, tratamento biológico, decantação secundária e 
desinfecção. 
 
DOENÇAS CAUSADAS POR ÁGUA CONTAMINADA 
 
Doenças Causadas por Parasitas 
Amebíase: O contágio se dá através de água contaminada com cistos provenientes de fezes 
humanas. 
 
Esquistossomose: O contágio se dá através do contato direto com água onde há larvas provenientes 
de caramujos contaminados. 
 
Ascaridíase: O contágio se dá com o consumo de água onde há o parasita Áscaris Lumbricoides. 
 
Giardíase: O contágio se dá com o consumo de água onde há o parasita Giárdia Lamblya. 
TIPOS DE TRATAMENTOS DE ESGOTOS 
 
2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Doenças Causadas por Vírus 
 
Hepatite Viral tipo A e Poliomielite: O contágio se dá ao contato (consumo ou banho) com água 
contendo urina ou fezes humanas. 
 
Doenças causadas por Bactérias 
 
Meningoencefalite: O contágio se dá pelo contato (consumo ou banho) com àguas contaminadas. 
 
Cólera: O contágio se dá com o consumo de água contaminada por fezes ou vômito de algum 
indivíduo contaminado. 
 
Leptospirose: A água contaminada por urina de ratos é a principal causa da doença, cuja incidência 
aumenta com chuvas fortes e enchentes. Apresenta maior perigo em águas próximas a depósitos de 
lixo e em áreas sem esgotamento sanitário. 
 
Febre Tifoide: O contágio se dá pela ingestão de água ou alimentos contaminados (a contaminação 
de alimentos ocorre ao se lavar alimentos com água contaminada). 
 
Gastroenterites: a ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes causam muita variedade de 
distúrbios gástricos, geralmente associados a fortes diarreias. 
 
Desinteria Bacilar: Uma série de bactérias causam, através da ingestão de água sem tratamento, 
severas formas de diarreias, formando um quadro de febre, dores e mal-estar geral. 
Etapas do processo de tratamento de esgoto 
Uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) é responsável por tratar a água poluída e devolvê-la ao 
meio ambiente em forma de água tratada, formando um ciclo de reaproveitamento sustentável. O 
esgoto captado por tanques é submetido a uma série de etapas que incluem floculação, separação 
de impurezas, filtragens, cloração até que a água poluída esteja apta a ser reutilizada ou devolvida 
sem ser uma ameaça à saúde e ao meio em que vivemos. 
As etapas do tratamento de esgoto incluem: 
Gradeamento: Resíduos sólidos grandes são retidos por grades com espaçamentos entre cinco e dez 
centímetros, servindo de uma primeira filtragem para facilitar a condução do esgoto por meio de 
bombas e tubulações. 
 
Gradeamento. Foto: teraambiental 
Desaneração: É a separação dos organismos menores, dos organismos maiores. A areia vai para o 
fundo de um tanque e o material orgânico permanece na superfície. 
Decantador primário: São tanques que misturam o material orgânico sólido para sedimentá-lo no 
fundo do tanque até assumir a forma de lodo. 
Peneira rotativa: O material sólido é submetido a uma espécie de peneira que serve como uma nova 
filtragem e separação para que o líquido seja armazenado em caçambas. 
Tanque de aeração: É onde a matéria serve de alimento para micro-organismos através de um 
processo químico que converte resíduos orgânicos em gás carbônico. 
TIPOS DE TRATAMENTOS DE ESGOTOS 
 
3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
 
Decantação. Foto: infoaqua 
Decantador secundário: Tanques separam sólidos em suspensão através de sedimentação e 
reduzem mais matéria sólida em lodo. 
Adensamento do lodo: O lodo é filtrado de forma a reduzir o volume de água para transparecer o 
material sólido, que por sua vez é submetido a outros processos de filtragem. 
Digestão anaeróbica: Toda a matéria em forma de lodo é estabilizada por meio de processo químico, 
incluindo a eliminação de bactérias e gases nocivos, além de ser reutilizado também como adubo. 
Condicionamento químico do lodo: A matéria passa por um processo de coagulação e desidratação. 
Filtro prensa de placas: O lodo é filtrado através de placas prensadas que fazem todo o líquido 
restante ser eliminado. 
Secador térmico: Por fim, o lodo restante é submetido à evaporação através de altas temperaturas, 
eliminando significantemente mais líquido. 
Após a remoção de todos os poluentes através de um processo químico, físico e biológico, a água 
tratada pode finalmente ser reutilizada para fins industriais ou agrícolas, não sendo ainda água 
potável. Por isso não é indicada para beber, a não ser com a utilização de filtros ou então que ela 
seja fervida antes. É interessante acrescentar também o que poucas pessoas sabem, na realidade, o 
processo de tratamento do esgoto visa “turbinar” o processo natural de limpeza da água, uma vez 
que o próprio curso d’água possui bactérias que se alimentam do material orgânico disponível no 
esgoto, ajudando a eliminar parte da sujeira. 
Qualidade de Controle Aplicada a Estações de Tratamento de Água 
1. Introdução 
O aumento da população urbana gerou uma maior demanda de água nas cidades. Dados recentes 
mostram que a população mundial está crescendo aproximadamente a taxa de 80 milhões de 
pessoas por ano (Muthukumaran et al., 2011). Até 2030, o número de habitantes nas cidades deverá 
ultrapassar 60% da população mundial, o que geraráuma necessidade de investimentos na infra- 
estrutura de abastecimento de água urbano (UNESCO, 2009). 
Outro aspecto importante na geração de água em sistemas de saneamento é a poluição de águas 
superficiais por substâncias químicas e a eutrofização de rios e lagos devido ao excesso de 
nutrientes. Ambos temos sido objetos de estudo e preocupação (Iscen et al., 2008; Ouyanga et al., 
2006). Isto tem acarretado a necessidade de uma maior segurança quanto aos aspectos de qualidade 
da água tratada e distribuída. 
Para que os serviços de abastecimento possam garantir o fornecimento de água com características 
e especificações de qualidade adequadas, devem-se prover métodos para controle e redução das 
variabilidades existentes. 
Gráficos de controle (Aizenchtadt, 2008) e suas várias modificações visam determinar causas de 
TIPOS DE TRATAMENTOS DE ESGOTOS 
 
4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
variação para minimizar a variabilidade dos parâmetros de controle de um processo. Neste contexto, 
um processo pode ser definido como uma distribuição de probabilidade que representa uma 
qualidade característica constante ao longo do tempo. 
Esses gráficos são importantes para demonstrar que o processo está em um estado de controle 
estatístico (Shamsuzzaman, 2006). Enquanto a variação está presente virtualmente em todos os 
processos, apenas a variação natural ou randômica está presente em processos de controle 
adequados. Em contraste, apenas condições específicas devido a presença de causas especiais 
podem sinalizar que um processo está sem controle (Woodall, 2000; Cook et al., 2006). 
As razões para utilização de gráficos de controle para WTP são a melhoria da produtividade, 
prevenção de problemas operacionais, necessidade de ajustes no processo e informações do 
diagnóstico. 
Este trabalho aplica técnicas de controle estatístico em uma Estação de Tratamento de Água 
localizada na cidade Londrina para estabelecer um melhor controle quanto a procedimentos 
operacionais e qualidade do produto. 
2. Materiais e Métodos 
2.1 Características da ETA 
A Estação de Tratamento de Água (ETA) estudada está localizada na cidade Londrina-Brasil, na sub- 
bacia do Ribeirão Limoeiro. A vazão média de operação é de 1.25 m3.s-1, cujo manancial utilizado é 
o rio Tibagi. 
2.2 Source of Data Methodology 
Os dados da estação de tratamento de água dos anos de 2007, 2008 e 2009 foram utilizados para 
análise e métodos estatísticos de controle de qualidade. Os dados disponíveis foram levantados no 
processo produtivo diariamente. As variáveis utilizadas foram: Turbidez produzida da água e pH 
produzido. 
Para análise dos valores das variáveis foi considerado como valor significativo ± 0.01. 
2.3 Qualidade de Controle 
Foi aplicada inicialmente estatística descritiva por meio de médias, desvio padrão, coeficiente de 
variação e normalidade. 
Testes para verificação de normalidade foram utilizados, dentre eles o de D’Agostino-Pearson, 
Anderson-Daling e Ryan-Joiner. A constatação da normalidade em apenas um dos testes foi à 
condição utilizada para uso dos métodos estatísticos de controle de qualidade. No caso de nenhum 
dos testes apontarem normalidade, foram analisados os pontos extremos para verificação da 
normalidade. 
Para a aplicação de técnicas de controle estatístico de processos é necessário que os dados estejam 
distribuídos normalmente. Os dados foram analisados temporalmente de forma anual, trimestral e 
mensal para avaliação da normalidade. 
2.4 Gráficos de Controle 
Foram utilizados para este trabalho os gráficos de controle de Shewhart. Estes gráficos permitem 
detectar a ocorrência de causas de variabilidade específicas para permitir uma ação corretiva. 
Foram definidos critérios para verificação do não controle do processo (Smeti, 2007; Benneyan, 1998) 
pela existência de: 
Teste 1: um ponto com valor maior do que 3 vezes o desvio padrão; Teste 2: 2 de 3 pontos com 
valores maiores do que 2 vezes o desvio padrão; Teste 3: 6 subgrupos consecutivos com tendência 
de crescimento ou decaimento. 
TIPOS DE TRATAMENTOS DE ESGOTOS 
 
5 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Os limites superiores e inferiores apresentados nesses gráficos foram calculados pelas eq. 1 e 2. 
 
Onde LCS é o limite superior de controle, LCI é o limite inferior de controle, μ é a média e o é o desvio 
padrão. 
2.5 Índice de Capacidade do Processo 
Foram calculados o índice de capacidade potencial (Cp) e o índice de desempenho (Cpk) do 
processo para a estação de tratamento de água para avaliar se a qualidade de água produzida 
atende as especificações normativas. 
O Cp considera que o processo está centrado no valor nominal da especificação e é definido pela 
equação 3. 
 
Onde: UEL é o limite superior de especificação e LEL é o limite inferior de especificação. 
1.1 Limites de Especificação 
Os limites de especificação (UEL and LEL) foram estabelecidos utilizando a portaria nº 518 de 25 de 
março de 2004, do Ministério da Saúde, que dispõe sobre o padrão de potabilidade. 
2. Resultados 
No Brasil a maioria das estações de tratamento de água são convencionais, ou seja, possuem 
processos físico-quimicos: coagulação, floculação, sedimentação, filtração e desinfecção. 
2.1 Estatística Descritiva 
Utilizou-se um software estatístico para determinação de µ, o, do coeficiente de variação (CV). A 
Tabela 1 apresenta os valores obtidos. 
Tabela 1 - Estatística Descritiva pH e turbidez referentes ao anos 2007, 2008 e 2009. 
 
O valor médio de pH foi de 6,58±0,14 que está acima do valor mínimo recomendado de 6,0 (Portaria 
518/2004). O CV médio foi de 2,21%, que pode ser considerado baixo. 
O valor médio da turbidez foi de 0,44±0,14 NTU. Este valor está abaixo do valor máximo de 1,0 NTU 
(Portaria 518/2004). Porém, o CV médio foi de 32,11%, que pode ser considerado alto. O valor 
máximo médio para o mês de janeiro é de 0,61 NTU e o valor mínimo médio para o mês de agosto é 
de 0,34 NTU. 
2.6 Normalidade 
Para as variáveis pH, turbidez e cloro foi constatada normalidade em todos os meses por pelo menos 
TIPOS DE TRATAMENTOS DE ESGOTOS 
 
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um dos métodos: D’Agostino-Pearson, Anderson-Daling e Ryan-Joiner. 
2.7 Análise dos Limites Superiores e Inferiores de controle 
O estudo de LCS e LCI é importante em uma estação de tratamento de água visando delimitar a faixa 
de operação dos processos relativos a água produzida. Nesta análise pode-se observar a variação da 
qualidade da água durante o ano. A Tabela 2 apresenta os limites de controle calculados e amplitude 
do pH e turbidez. 
Tabela 2 - Limites de Controle e amplitude pH e turbidez. 
 
Para os valores de pH, tanto o LCS quanto o LCI possuem variações pequenas em relação a média, 
sendo menores que 5%. Neste caso, o pH não apresenta variação significativa durante o ano. O valor 
médio para LCS foi de 7,02 e para LCI foi de 6,15. 
A turbidez foi quem apresentou uma maior variação para LCS e LCI. A covariação foi de 20.3% para 
LCS e mais de 100% para LCI, esta última devido a pequena magnitude dos valores. 
Os maiores valores de turbidez são encontrados em janeiro, fevereiro e março, que correspondem 
aos meses de maior amplitude. Isto pode ser explicado pelo regime de chuvas da região, com 
precipitações maiores nestes meses, o que causa um aumento na concentração de sólidos 
suspensos da água bruta (Zhang et al., 2009). 
1.1 Gráficos de Controle 
O pH da água produzida é importante para controle de incrustação e corrosão em sistemas de 
distribuição de água e como parâmetro de qualidade de água. Foram realizados os testes 1, 2 e 3 
para os dados de água produzida na ETA. 
Para o teste 1, apenas o mês de outubro (Fig. 1) apresentou um ponto fora do limite superior, com 
valor de 7,05. Analisando o pH da água in natura e da água coagulada, não foram encontradas 
causas atribuídas aos valores observados que justifiquem essa alteração. Apesar disso, esses 
valores ainda se encontram dentro dos limites estabelecidos pela portarianº 518/2004. 
 
Fig. 1 - Gráfico de controle de pH do mês de outubro com outlier (Test 1). 
TIPOS DE TRATAMENTOS DE ESGOTOS 
 
7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
O mês de abril apresentou confirmação para hipótese do teste 2. Este teste indica um estreitamento 
da faixa limite para análise de controle de processo em ETA. 
Para o teste 3, os meses de abril, julho, novembro e dezembro, apresentaram confirmação da 
hipótese. Este teste é importante para indicar uma tendência no gráfico de controle, o que pode ser 
observado pelo aumento do pH de 6,44 a 6,91 (Fig. 2). 
 
Fig. 2 - Gráfico de controle pH do mês de abril (Teste 3). 
Na análise de turbidez, verificou-se pelo teste 1 (Figura 03), que o mês de julho está fora de controle 
estatístico com turbidez de 0,80 NTU. Este ponto está acima da LCS devido ao aumento repentino da 
turbidez da água in natura, de 169 para 358 NTU em um dia. Observa-se também, a pequena 
amplitude (0,67 NTU) ocorrida nos valores de turbidez. 
 
Fig. 3 - Gráfico de controle de turbidez do mês de julho com outlier (Teste 1). 
Para o teste 2 foi verificada a confirmação da hipótese para o mês de novembro, devido ao aumento 
da turbidez máxima in natura de 78,5 para 151 NTU. Já para o teste 3, houve confirmação para o 
mês de maio. 
2.8 Índice de capacidade potencial do processo e Índice de Desempenho 
Para o cálculo de Cp e Cpk foram utilizados os limites da Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde 
do Brasil. O Cp do pH encontrado para todos os meses foi de processo potencialmente capaz, ou 
seja, a variação do pH para esta estação de tratamento de água está dentro dos limites de 
especificação. 
O menor Cp obtido foi de 3,21 para o mês de julho. Este valor pode ser considerado alto comparado 
com empresas que possuem processos produtivos com alta capacidade de atendimento que utilizam 
Cp maior que 2,0 (MONTGOMERY, 1997). 
O Cpk do UEL é potencialmente capaz para todos os meses, pois o valor do UEL é relativamente alto 
se comparado com a média. O menor Cpk do UEL obido foi de 5,32 no mês de julho. O Cpk do LEL 
foi 50% potencialmente capaz e 50% aceitável ou relativamente capaz. 
TIPOS DE TRATAMENTOS DE ESGOTOS 
 
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Pode-se observar que apesar do Cp indicar que o processo é potencialmente capaz, o Cpk indica que 
a capacidade do processo relativa ao limite de especificação inferior é aceitável. Isto ocorre porque a 
média do pH é de 6,58, ou seja, próxima do LEL. 
Os resultados de Cp para a turbidez foram 41,67% potencialmente capaz, 33,33% aceitável e 25% 
incapaz. 
Os meses de janeiro, fevereiro e março apresentaram resultado incapaz para Cp e Cpk do UEL. Isto 
pode ser explicado pelos valores de turbidez média mensal da água bruta que variaram de 48 a 149 
NTU, com valores relativamente altos para 2007. Para os outros meses o Cpk do UEL foi 
potencialmente capaz. 
Para o Cpk do LEL, 58,33% é aceitável e 41,67% é incapaz. Esse valor está associado a 
probabilidade de exceder valores menores que 0, ou seja, esses resultados não possuem inferência 
real no processo. 
3. Conclusão 
Neste trabalho foram aplicadas técnicas de controle estatístico em uma ETA para as variáveis pH e 
turbidez. Pode-se observar que a analise de dados é dependente da escolha de intervalo de tempo 
(mensal, trimestral e anual) e da variação da qualidade da água bruta. 
Os gráficos de controle são importantes para determinação de intervalos de operação e valores 
limites de atuação em WTP, principalmente para sistemas automatizados. Na operação, a turbidez é 
um parâmetro que deve ser utilizado como referência para controle do processo. 
Os valores de LCS e LCI da água produzida podem ser comparados com os valores especificados 
por normas ou legislações de água potável. O cálculo de Cp e Cpk permite avaliar o desempenho do 
processo quanto a produção de água potável dentro dos valores limites especificados. 
Assim, técnicas de controle estatístico de qualidade podem ser usadas para monitoramento do 
processo em ETAs, permitindo detectar causas de variabilidade e implementar ações corretivas. 
Tipos de tratamento 
Lodo ativado: É um tratamento biológico utilizado nas estações de maior capacidade de tratamento. 
O processo convencional tem como objetivo a remoção da matéria orgânica com uma eficiência de 
aproximadamente 90% e consiste em duas fases: líquida e sólida. 
Na fase líquida, após o processo de decantação e degradação da matéria orgânica em tanques de 
aeração, o efluente está clafiricado e pronto para ser devolvido ao meio ambiente. 
A fase sólida diz respeito ao tratamento e disposição da massa biológica, chamada de lodo gerada 
durante o tratamento. Nesta etapa do tratamento são adicionados produtos químicos ao lodo para 
condicionamento e desaguamento e disposição em centrífugas ou filtros prensas para aumentar o 
teor de sólidos para transporte e disposição final em aterros sanitários aprovados pelo órgão 
ambiental. 
Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente (RAFA) – É um reator fechado. O tratamento biológico ocorre 
por processo anaeróbio, isto é, sem oxigênio. A decomposição da matéria orgânica é feita por 
microorganismos presentes num manto de lodo. 
O esgoto sai da parte de baixo do reator e passa pela camada de lodo que atua como um filtro. A 
eficiência atinge de 65% a 75% e, por isso, é necessário um tratamento complementar que pode ser 
feito através da lagoa facultativa. 
Lagoa facultativa – Tem de 1,5 a 3 metros de profundidade. O termo "facultativo" refere-se à mistura 
de condições aeróbias e anaeróbias (com e sem oxigenação). Em lagoas facultativas, as condições 
aeróbias são mantidas nas camadas superiores das águas, enquanto as condições anaeróbias 
predominam em camadas próximas ao fundo da lagoa. 
TIPOS DE TRATAMENTOS DE ESGOTOS 
 
9 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Embora parte do oxigênio necessário para manter as camadas superiores aeróbias seja fornecido 
pelo ambiente externo, a maior parte vem da fotossíntese das algas, que crescem naturalmente em 
águas com grandes quantidades de nutrientes e energia da luz solar. 
As bactérias que vivem nas lagoas utilizam o oxigênio produzido pelas algas para oxidar a matéria 
orgânica. Um dos produtos finais desse processo é o gás carbônico, que é utilizado pelas algas na 
sua fotossíntese. 
Este tipo de tratamento é ideal para comunidades pequenas, normalmente situadas no Interior do 
Estado. 
Lagoa anaeróbia – Neste caso, as lagoas são profundas, entre 3 e 5 metros, para reduzir a 
penetração de luz nas camadas inferiores. Além disso, é lançada uma grande carga de matéria 
orgânica, para que o oxigênio consumido seja várias vezes maior que o produzido. 
O tratamento ocorre em duas etapas. Na primeira, as moléculas da matéria orgânica são quebradas e 
transformadas em estruturas mais simples. Já na segunda, a matéria orgânica é convertida em 
metano, gás carbônico e água. 
 
Lagoa aerada – O processo necessita de oxigênio e a profundidade das lagoas varia de 2,5 a 4,0 
metros. Os aeradores servem para garantir oxigênio no meio e manter os sólidos bem separados do 
líquido (em suspensão). A qualidade do esgoto que vem da lagoa aerada não é adequada para 
lançamento direto, pelo fato de conter uma grande quantidade de sólidos. Por isso, são geralmente 
seguidas por lagoas de decantação para remoção dos sólidos. 
Baias e valas de infiltração – Trata-se de um tratamento complementar que consiste na passagem do 
esgoto por um filtro instalado no solo, formado por pedregulho e areia. 
Flotação – É um processo físico-químico, no qual uma substância coagulante ajuda na formação de 
flocos. Com isso, as partículas ficam mais concentradas e fáceis de serem removidas. Para ajudar no 
tratamento, a água é pressurizada, formando bolhas que atraem as partículas, fazendo com que elas 
flutuem na superfície. O lodo formado é removido e enviado para disposição final. 
Processos de tratamento de esgoto sanitário 
Existem inúmeros Processos de Tratamento de Esgoto Sanitárioe a escolha do processo ideal 
baseia-se principalmente no nível de eficiência desejado (consequência da qualidade do efluente 
final, compatível com a necessidade do corpo receptor), na área disponível para sua implantação, no 
custo e na complexidade de implantação e operação de cada processo, nas condicionantes 
ambientais relativas à locação da unidade, na produção e disposição de lodos e na dependência de 
insumos externos. 
O tratamento dos esgotos é usualmente classificado em níveis de eficiência: preliminar, primário, 
secundário ou terciário. Estes podem ser complementares em uma ETE, facilitando sua execução em 
etapas de eficiência, caso os recursos financeiros disponíveis para sua construção não sejam 
suficientes e o enquadramento do corpo receptor permita a utilização de metas intermediárias. Por 
exemplo: pode-se construir e operar, primeiramente, a ETE com nível de tratamento primário e, 
depois, de acordo com o planejamento, complementar a construção e operação com o nível 
secundário ou terciário. É preciso salientar que essa possibilidade deve estar de acordo com a 
legislação vigente e ser negociada previamente com o órgão de recursos hídricos e órgão ambiental, 
quando da outorga de uso de recursos hídricos e do licenciamento ambiental do empreendimento. 
O Tratamento preliminar é responsável pela remoção de sólidos grosseiros e areia presentes no 
esgoto afluente. Tem como objetivo evitar o acúmulo de sólidos grosseiros e material inerte e 
abrasivo nas tubulações e demais unidades da ETE. Sempre que possível, recomenda-se mecanizar 
e automatizar essa etapa, o que alia alta eficiência à continuidade operacional, associadas à proteção 
à saúde dos trabalhadores. A mecanização dispensa qualquer contato físico do pessoal operacional 
com o esgoto e os detritos afluentes. A concepção de realizar a operação e limpeza dessas unidades 
de forma manual aumenta o risco de contato dos empregados com o esgoto, implicando riscos à 
saúde. 
TIPOS DE TRATAMENTOS DE ESGOTOS 
 
10 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
No Tratamento Preliminar, os sólidos são removidos por processos mecânicos ou físicos. Na etapa de 
gradeamento, os sólidos grosseiros são removidos e suas características e dimensões variam de 
acordo com o espaço livre entre as grades. Sua remoção pode ser manual ou mecanizada. Esses 
materiais são removidos do fluxo líquido de forma a evitar entupimentos e obstruções nas unidades 
subsequentes. Usualmente são encaminhados para disposição final em aterros sanitários municipais, 
sem qualquer tipo de transformação. 
Os sólidos predominantemente inorgânicos, como a areia e a terra, são removidos em unidades 
denominadas desarenadores ou caixas de areia. Esses sólidos constituídos por siltes, argilas, 
pequenas pedras e outros materiais inorgânicos sedimentam a velocidades relativamente altas. Essa 
característica faz com que as caixas de areia sejam dimensionadas com tempos de retenção 
pequenos com fim de selecionar o material sedimentado. A areia removida geralmente é recolhida em 
caçambas, que são encaminhadas para disposição final em aterro sanitário. 
O Tratamento Primário envolve unidades de tratamento que adotam decantadores primários, 
processos exclusivamente de ação física que promovem a sedimentação das partículas em 
suspensão, ou lagoas anaeróbias/reatores anaeróbios, que se utilizam das bactérias que proliferam 
em ambiente anaeróbio para a decomposição da matéria orgânica presente no esgoto. Vale ressaltar 
que alguns autores classificam as lagoas anaeróbias ou reatores anaeróbios como tratamento 
secundário. 
O tratamento secundário, por sua vez, destina-se à degradação biológica de compostos carbonáceos 
nos chamados reatores biológicos. Esses reatores são normalmente constituídos por tanques com 
grande quantidade de micro-organismos aeróbios. De maneira geral, a maioria das estações 
construídas alcança apenas o nível de tratamento secundário, pois proporciona um reduzido nível de 
poluição por matéria orgânica, podendo, na maioria dos casos, lançar seu efluente diretamente no 
corpo receptor. 
O efluente líquido (clarificado, ou seja, após passar por um processo de decantação) do tratamento 
secundário ainda possui altos níveis de nutrientes como nitrogênio e fósforo. A emissão em excesso 
destes pode acarretar o fenômeno chamado eutrofização, que proporciona o crescimento excessivo 
de algas e cianobactérias. Por causa desse crescimento excessivo, a luz do sol não consegue 
penetrar na água e, consequentemente, a maior parte dessas algas acaba morrendo. A 
decomposição das algas remove o oxigênio da água, causando a morte biológica do corpo hídrico, 
incluindo os peixes. O fenômeno ocorre normalmente em ambiente lêntico, isto é, ambiente que se 
refere à água parada, com movimento lento ou estagnado, como lagos, reservatórios, lagoas, açudes 
etc. 
Quando o tratamento secundário não remove nitrogênio e fósforo nos percentuais exigidos pelo órgão 
ambiental, utiliza-se o tratamento terciário. A remoção de nitrogênio é normalmente realizada no 
processo de lodos ativados. Geralmente, a remoção de fósforo é realizada por meio de tratamento 
químico, utilizando-se sulfato de alumínio, cloreto férrico ou outro coagulante. 
 
Reator Biológico (tanque de aeração), uma das unidades que pode compor uma ETE 
Considera-se também tratamento terciário aquele que se destina à remoção de organismos 
patogênicos, a chamada desinfecção. Sistemas de tratamento que envolvem disposição no solo ou 
lagoas de estabilização, em muitos casos, já têm a capacidade de efetuar redução considerável no 
número de patogênicos, dispensando, assim, um sistema específico para desinfecção. Nos outros 
casos, faz-se necessária a previsão de instalações para a desinfecção, que geralmente é efetuada 
por meio do uso do cloro, ozônio e, mais recentemente, radiação ultravioleta. 
TIPOS DE TRATAMENTOS DE ESGOTOS 
 
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Após esses esclarecimentos básicos, para o entendimento das diversas etapas de eficiência em 
Estações de Tratamento de Esgoto, segue apresentação e descrição sucinta de alguns dos principais 
sistemas de tratamento de esgoto sanitário. 
• Fossas sépticas: são unidades de tratamento primário de esgoto doméstico nas quais são feitas a 
separação e a transformação da matéria sólida contida no esgoto. 
• Reator anaeróbio de fluxo ascendente: também conhecido por reator anaeróbio de manta de lodo 
e pelas siglas UASB (do inglês Upflow Anaerobic Sludge Blanket), Reator Anaeróbio de Fluxo 
Ascendente – RAFA e Reator Anaeróbio de Leito Fixo – RALF. O reator UASB é uma unidade que 
pode operar sem necessidade de qualquer equipamento móvel ou fonte de energia externa. 
• Lodo ativado convencional: o processo por lodos ativados foi dos primeiros processos de 
tratamento de esgoto que teve seu desenvolvimento baseado no uso de tecnologia e conhecimento 
científico. Mundialmente consagrado, apresenta elevada eficiência no tocante à remoção de matéria 
orgânica e sólidos em suspensão. 
• Lodo ativado aeração prolongada: variante do processo de lodos ativados convencional, 
normalmente utilizado em unidades de tratamento de pequeno/médio porte, por se tratar de uma 
versão mais simples e robusta em termos operacionais. Apresenta, em contrapartida, o inconveniente 
de requerer maior consumo de energia externa, elevando consideravelmente o custo operacional da 
unidade. 
• Reator UASB seguido de lodo ativado: combina uma primeira etapa anaeróbia (UASB), com uma 
segunda etapa aeróbia, utilizando o tradicional processo de lodos ativados. A principal consequência 
da inclusão da etapa anaeróbia é a redução da demanda de energia elétrica na fase aeróbia, gerando 
maior economia no custo operacional da planta. 
• Reator UASB seguido de filtro percolador: combina uma primeira etapa anaeróbia (UASB) com 
uma etapa aeróbia, através do uso de um filtro percolador, conhecido como “Trickling Filter” nos 
países de língua inglesa. O Filtro Percolador, a exemplodo processo de lodos ativados, foi 
desenvolvido na primeira metade do século XX, sendo reconhecido no setor de saneamento como 
um processo biológico robusto e confiável. 
• Reator UASB seguido de flotação: combina uma primeira etapa anaeróbia (UASB) com uma etapa 
físico-química, em tanque de flotação. A flotação é um processo de tecnologia consagrado, em 
constante desenvolvimento, proporcionando unidades mais compactas e eficientes. 
• Lagoa facultativa seguida de lagoa de estabilização (c/ células de polimento/maturação): o 
processo de lagoas de estabilização vem sendo largamente utilizado no País, devido aos seus baixos 
custos de implantação, operação e manutenção. Entretanto, por se tratar de um sistema natural, esse 
processo demanda um significativo tempo de retenção e, por conseguinte, maior extensão de área, o 
que pode ser um fator limitante para muitos centros urbanos. 
• Reator UASB seguido de lagoas aeradas: combina uma primeira etapa anaeróbia (UASB) com a 
tecnologia de lagoas aeradas em série, apresentando taxas de aeração decrescentes. Quando a 
disponibilidade de área é pequena para implantar o processo de lagoas convencionais, é preciso 
reduzir a área de construção da lagoa. Nessa condição, a capacidade de geração de oxigênio pelo 
processo de fotossíntese não é mais suficiente para estabilizar toda a matéria orgânica afluente. 
Assim, a alternativa existente é fornecer oxigênio ao meio líquido através de aeração mecanizada. 
• Lagoa anaeróbia seguida de lagoa facultativa: também conhecida como sistema australiano, é 
uma das soluções técnicas mais econômicas quando se dispõe de grandes áreas. Na primeira lagoa, 
onde predomina o processo anaeróbio, ocorre a retenção e a digestão anaeróbia do material 
sedimentável e, na segunda, com processo aeróbio, onde se atribui às algas a função da produção e 
a introdução da maior parte do oxigênio consumido pelas bactérias, ocorre a degradação dos 
contaminantes solúveis e contidos em partículas suspensas muito pequenas. 
• Lagoa aerada seguida de lagoa de decantação: quando não se dispõe de área suficiente para a 
implantação de sistemas de lagoas de estabilização naturais, mas se dispõe ainda de área 
considerável, podem-se utilizar sistemas constituídos por lagoa aerada seguida por lagoa de 
decantação. 
TIPOS DE TRATAMENTOS DE ESGOTOS 
 
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O PROCESSO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS – UMA BREVE INTRODUÇÃO 
O processo de tratamento de esgotos tem por finalidade separar a fase líquida da fase sólida, 
tratando-se separadamente e de forma adequada cada uma destas fases, objetivando reduzir ao 
máximo a carga poluidora. Ao final do processo, tanto a fase líquida quanto a sólida devem estar 
aptas, segundo legislação ambiental específica em vigor, a saber, Resolução nº 355, de 19 de julho 
de 2017, do Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONSEMA), Secretaria do Meio Ambiente, 
Estado do Rio Grande do Sul – a serem descartadas nos corpos hídricos receptores (fase líquida), 
aterro sanitário ou outra aplicação específica (fase sólida), sem prejuízo ao meio ambiente. 
Adicionalmente à legislação ambiental federal Resolução CONAMA nº 430, de 13 de maio de 2011, 
do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) o Estado do Rio Grande do Sul possui 
legislação específica (Resolução CONSEMA nº 355, de 19/07/2017). 
O PROCESSO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS DENOMINADO LODOS ATIVADOS 
A função das ETE’s consiste em reproduzir, através de processos físicos, químicos e/ou biológicos, 
em curto período de tempo, condições necessárias e suficientes, normalmente encontradas na 
natureza (em corpos hídricos receptores tais como rios, lagos e banhados), para promover a 
decomposição da matéria orgânica presente nos esgotos. Por exemplo, em ETE’s que utilizam a 
tecnologia denominada lodos ativados, a decomposição acelerada da matéria orgânica presente no 
esgoto é realizada por um conjunto de bactérias aeróbias. A adequada operação da ETE consiste em 
promover e assegurar as condições propícias para a existência dessas bactérias. 
O sistema de tratamento denominado lodos ativados é um sistema de tratamento de efluentes 
líquidos que apresenta elevada eficiência de remoção de matéria orgânica presente em efluentes 
sanitários e industriais. O processo de tratamento é exclusivamente de natureza biológica, onde a 
matéria orgânica é depurada, por meio de colônias de microrganismos heterogêneos específicos, na 
presença de oxigênio (processo exclusivamente aeróbio). Essas colônias de microrganismos formam 
uma massa denominada de lodo (lodo ativo, ativado ou biológico). 
O sistema de tratamento de esgotos denominado lodos ativados é mundialmente utilizado tanto para 
o tratamento de efluentes sanitários (fezes, urina e águas de lavagem em geral) quanto de origem 
industrial. É um sistema que necessita de um alto grau de mecanização quando comparado a outros 
sistemas de tratamento, implicando em uma operação mais sofisticada e, consequentemente, exige 
maior consumo de energia elétrica. 
Algumas características do sistema de tratamento por lodos ativados são: 
1. Necessidade de pequena área física disponível para sua implantação (a tecnologia exige requisitos 
mínimos de área). 
2. Elevado grau de eficiência de remoção de matéria orgânica e nitrogenada. 
3. Flexibilidade de operação. 
4. Necessidade de análises físico-químicas e microbiológicas frequentes para monitoramento e 
controle do processo. 
5. Exige operadores qualificados para a operação. 
6. Os custos operacionais estão associados ao consumo de energia elétrica (alto grau de 
mecanização e automação), consumo de produtos químicos (alcalinizantes, por exemplo) e 
capacitações periódicas dos responsáveis pela operação. 
Basicamente, os componentes de um sistema de tratamento de lodos ativados são: tanque de 
aeração ou reator biológico, sistema de aeração, tanque de decantação e sistema para recirculação 
de lodo, conforme se apresenta a seguir. 
A Figura 1 apresenta os componentes básicos de um sistema de tratamento de esgotos constituído 
de lodos ativados 
TIPOS DE TRATAMENTOS DE ESGOTOS 
 
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Figura 1. Representação esquemática simplificada de um sistema de tratamento de esgotos do tipo 
lodos ativados, destacando seus componentes principais: tanque de aeração ou reator biológico, 
sistema de aeração, tanque de decantação e sistema para recirculação de lodo. 
1. Tanque de aeração ou reator biológico: tanque onde ocorrem as reações e os processos de 
(bio)degradação ou depuração da matéria orgânica presente no esgoto. 
2. Sistema de aeração: sistema responsável pelo fornecimento de oxigênio necessário para que 
ocorram as reações e os processos de (bio)degradação ou depuração da matéria orgânica presente 
no esgoto. 
3. Tanque de decantação: tanque onde ocorre a separação da fase líquida sobrenadante da 
(bio)massa formada e que se deposita ao fundo do tanque formando o lodo. 
4. Sistema para recirculação de lodo: sistema responsável pela recirculação do lodo formado para o 
interior do tanque de aeração ou reator biológico com o objetivo de aumentar a concentração da 
(bio)massa, ou seja, aumentar a concentração dos microrganismos responsáveis pela 
(bio)degradação ou depuração da matéria orgânica. 
Conforme mencionado anteriormente, como o processo de degradação da matéria orgânica no 
sistema de tratamento do tipo lodos ativados ocorre na presença de oxigênio (há consumo de 
oxigênio) – processo de natureza aeróbia – torna-se importante apresentar, de modo simplificado, a 
reação química responsável pela respiração aeróbia, a qual está expressa através da reação (1). 
C6H12O6 + 6O2 → 6CO2 + 6H2O + ENERGIA (1) 
A energia liberada na reação química (1) é responsável pela formação de (bio)massa, ou seja, novas 
células de microrganismos durante o processo de lodos ativados. 
O PROCESSO DE TRATAMENTO DE ESGOTO DENOMINADO LODOS ATIVADOS REGIME 
INTERMITENTE OU BATELADA 
Os sistemas de tratamento de esgotos denominadoslodos ativados convencional e aeração 
prolongada, são exemplos de sistemas de tratamento que apresentam fluxo contínuo. Em outras 
palavras, à medida que o esgoto bruto alimenta o sistema, o tratamento está sendo realizado. Há 
sempre fluxo (movimento) no sistema – esgoto bruto alimentando e esgoto tratado deixando o 
sistema. 
No processo de tratamento de esgoto denominado lodos ativados regime intermitente ou batelada, há 
uma diferença, onde se tem apenas um único tanque que serve tanto de reator biológico (quando 
aeração acionada) quanto de tanque de decantação (quando aeração desligada). Desta forma, as 
etapas de aeração e decantação, necessárias para o tratamento do esgoto, tornam-se apenas 
sequências no tempo e não são mais unidades físicas distintas construídas em separado. Assim 
sendo, a incorporação de todas as unidades, operações e processos normalmente associados ao 
tratamento convencional de lodos ativados, sejam elas decantação primária, oxidação biológica e 
decantação secundária, em um único tanque, é o princípio do processo de lodos ativados conhecido 
como regime intermitente ou batelada. 
A Figura 2 apresenta esquematicamente um sistema de tratamento de esgotos constituído de lodos 
ativados regime intermitente. 
TIPOS DE TRATAMENTOS DE ESGOTOS 
 
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Figura 2. Representação esquemática simplificada de um sistema de tratamento de esgotos lodos 
ativados do tipo regime intermitente. 
O sistema de tratamento de esgotos do tipo lodos ativados intermitente pode ser utilizado tanto na 
modalidade convencional como também na aeração prolongada, sendo que nesta última, o tanque 
único passa a agregar adicionalmente a unidade de digestão do lodo. 
Conforme mencionando anteriormente, este processo consiste em um reator de mistura completa 
onde acontecem todas as etapas do tratamento. Isso é alcançado porque no fluxo intermitente, o 
sistema de lodos ativados possui ciclos bem definidos de operação, sendo eles: 
1. Enchimento (entrada de esgoto bruto ou decantado para o interior do reator). 
2. Reação (aeração/mistura da massa líquida contida no reator). 
3. Sedimentação (sedimentação e separação dos sólidos em suspensão da fase líquida 
sobrenadante do esgoto tratado). 
4. Esvaziamento (retirada do esgoto tratado do interior do reator). 
5. Repouso (ajuste de ciclos e remoção do lodo excedente). 
A massa biológica permanece no reator durante todos esses ciclos, eliminando assim a existência de 
tanques decantadores como unidades físicas separadas. A duração usual de cada ciclo pode sofrer 
alterações em função das variações da vazão afluente, das características do esgoto, das 
necessidades do tratamento e da biomassa no sistema. 
No ciclo denominado repouso é onde geralmente ocorre o descarte do lodo excedente, mas como 
o descarte é opcional, tendo em vista que sua função é permitir o ajuste entre os ciclos de operação 
de cada reator, ele pode se dar também em outras fases do processo. Existem algumas modificações 
nos sistemas intermitentes, relacionadas à forma de operação e à sequência e duração dos ciclos 
associados a cada fase do processo. Com estas variações permitem-se a simplificação adicional no 
processo ou a remoção biológica de nutrientes. 
O PROCESSO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS DA ETE MUNDO NOVO - COMUSA 
A ETE da COMUSA é responsável por receber e tratar o esgoto bruto de aproximadamente cinco mil 
habitantes, moradores do condomínio Mundo Novo, localizado no Bairro Canudos, município de Novo 
Hamburgo, Rio Grande do Sul. 
O sistema de tratamento adotado pela COMUSA é do tipo lodos ativados – regime intermitente, o 
qual foi apresentado e discutido anteriormente (em linhas gerais) encontrando-se ilustrado através da 
Figura 2. 
A vazão volumétrica média de esgoto bruto proveniente do condomínio e que sofre tratamento é 
aproximadamente da ordem de 6 litros por segundo ou 520 metros cúbicos por dia. 
TIPOS DE TRATAMENTOS DE ESGOTOS 
 
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Através da rede coletora pública, o esgoto descartado por este condomínio é conduzido à estação, 
onde será tratado com a finalidade principal de remover significativamente carga orgânica, expressa 
em termos de demanda bioquímica de oxigêncio (DBO) e demanda química de oxigênio (DQO); e 
carga bacteriológica, expressa em termos de coliformes totais (CT) e coliformes fecais (CF) –
 Escherichia coli. A remoção de carga orgânica e bacteriológica é típica em efluentes de origem 
doméstica/sanitária em função das características destes efluentes que são basicamente constituídos 
de urina, fezes e águas de lavagens em geral. 
De um modo simplificado, o efluente sanitário bruto proveniente do condomínio é recebido por uma 
elevatória, constituída de um gradeamento grosseiro (para retenção de sólidos grosseiros), caixa de 
remoção de areia e duas bombas centrífugas (uma principal e outra na condição de reserva). Quando 
a elevatória atinge determinado nível, automaticamente uma das bombas é acionada bombeando o 
efluente sanitário bruto para uma canaleta. Torna-se importante mencionar que tanto o gradeamento 
quanto a caixa de remoção de areia são importantes, pois impedem que sólidos grosseiros e areia 
sejam transportados para as etapas subsequentes do tratamento prevenindo danos aos 
equipamentos mecânicos presentes nestas etapas. 
O efluente sanitário bruto bombeado para a canaleta passa através de uma calha Parshall (medição 
de vazão) e por um gradeamento fino (retenção de sólidos mais finos que não foram retidos pelo 
gradeamento grosseiro). Após passagem pelo gradeamento fino, este efluente sanitário bruto 
alimenta o tanque que está aerando (tanque de aeração ou reator biológico). Conforme discutido nas 
secções anteriores, é nesse tanque que ocorrem as reações bioquímicas para a depuração da 
matéria orgânica e da matéria nitrogenada. 
Com relação às análises de natureza físico-química e microbiológica, a ETE apresenta um laboratório 
local, onde são realizadas as análises de rotina operacional. Os resultados destas análises de rotina 
são utilizados para tomadas de decisão quanto à operação da estação e para o monitoramento e 
controle da eficiência do processo de tratamento. As análises de rotina compreendem os parâmetros 
físico-químicos: vazão, temperatura, pH, sólido sedimentáveis e oxigênio dissolvido (OD). Outros 
parâmetros, tais como: DBO, DQO, CT, CF, entre outros, são analisados no Laboratório de Controle 
de Qualidade da COMUSA. 
As coletas das amostras para a realização das análises são feitas pelos técnicos da estação, os quais 
coletam amostras do efluente sanitário bruto, aerado (proveniente dos tanques na condição de 
tanque de aeração) e tratado (proveniente dos tanques na condição de tanque de decantação). 
Desta forma, a ETE da COMUSA transforma o efluente sanitário bruto (desprovido de qualquer tipo 
de tratamento) que chega a sua estação, em efluente sanitário tratado, ou seja, com características 
adequadas (conforme legislação ambiental vigente) para ser corretamente descartado e/ou disposto 
no corpo hídrico receptor (no caso o Arroio Wiesenthal). 
O Controle do Uso do Solo para Proteção dos Mananciais 
A Grande São Paulo supre suas necessidades de água potável recorrendo aos recursos hídricos da 
Região Metropolitana e importando água de bacias vizi- nhas. 
Estes recursos são utilizados também para geração de energia elétrica, atra- vés da reversão dos rios 
Tietê e Pinheiros, do bombeamento de suas águas para a represa Billings, e do lançamento destas 
águas, serra abaixo, para geração de energia elétrica em Cubatão. 
Mas nem todos recursos hídricos da regiãó são utilizáveis para abastecimento de água: mais da 
metade, 51%, "encontram-se inutilizados para abastecimento de água e lazer devido, principalmente, 
aos elevados índices de poluição atingidos". (São Paulo, Assembléia Legislativa, 1975) 
Os demais recursos hídricos encontram-se ameaçados pela expansão urbana da Grande São Paulo. 
Os corpos de água sãoalterados: a quantidade de matéria estranha é maior do que sua capacidade 
de assimilação. O ciclo hidrológico é alterado: a remoção da cobertura vegetal natural — a Mata 
Atlântica — reduz a evapotranspiração e por via de conseqüência a umidade presente no ar; a 
impermeabilização do solo reduz a infiltração, e consequen- temente o volume de água armazenado 
no subsolo; a impermeabilização da superfície e a canalização dos cursos de água aumenta a 
velocidade de escoamento e afasta as águas da região. 
TIPOS DE TRATAMENTOS DE ESGOTOS 
 
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Este quadro de uso múltiplo dos recursos hídricos e de expansão urbana na direção dos mananciais 
determinaram a política pública de proteção dos ma- nanciais da Região Metropolitana de São Paulo. 
A Disputa pelos Recursos Hídricos 
A Região Metropolitana de São Paulo contém em seu território as cabeceiras dos rios Tietê, Paraíba 
do Sul e Juquiá. Destas a bacia do Alto Tietê é a principal; compreende o rio Tietê e seus afluentes, 
desde suas cabeceiras até a barragem de Pirapora. Nesta bacia, 20% dos recursos hídricos são 
utilizados para abastecimento de água. 
Desde 1975 (governo Paulo Egídio) foram implementadas políticas de proteção dos recursos hídricos 
da Região Metropolitana de São Paulo: foi instaurado o controle de uso e ocupação do solo nas 
vertentes tributárias dos mananciais metropolitanos — a legislação de proteção dos mananciais; 
foram ativadas as obras do sistema de tratamento de esgotos de São Paulo, o controvertido 
SANEGRAN; foram realizadas obras de separação entre a represa Billings e seu braço do rio Grande 
que abastece a região do ABC; recentemente, dis- posição transitória da Constituição Estadual 
estabelece prazo para cessar o recalque de substâncias poluentes para a represa Billings. 
Mas até 1982 (governo Montoro), os recursos hídricos estavam predom inante- mente comprometidos 
com a produção de energia elétrica: 87 m3/segundo seguiam para as usinas geradoras de energia 
elétrica da Eletropaulo em Cubatão, e 3 m3/segundo seguiam Tietê abaixo (São Paulo, Assembléia 
Le- gislativa, 1975). A partir de 1982, foram implementadas políticas de gestão dos recursos hídricos 
da bacia do Alto Tietê, principalmente para controle de cheias e de poluição. Preliminarmente, toda 
vazão dos rios Tietê e Pinheiros, e por conseqüência toda carga poluidora desses rios, foi 
descarregada sobre o Médio Tietê (operação saneamento) para reduzir a poluição da represa 
Billings. 
Após essa vazão média, e a correspondente carga poluidora desses rios, foi dividida em partes iguais 
entre as represas Billings e Pirapora (opera- ção balanceada). No período de cheias é acionada toda 
capacidade de bom- beamento para a Billings e liberada toda capacidade de vazão para o Médio 
Tietê (operação enchente). Recentemente (governo Quércia), no período de estiagem, toda vazão do 
rio Tietê a montante do rio Pinheiros é desviada através do rio Pinheiros para a represa Billings, a fim 
de facilitar as obras de aprofundamento da calha do rio Tietê. 
Entretanto, essas políticas de uso múltiplo dos recursos hídricos da bacia do Alto Tietê não são 
compatíveis entre si. Do lado do abastecimento de água, a legislação dos mananciais pretende 
proteger todos os recursos hídricos utilizá- veis para abastecimento da metrópole paulistana, visando 
destiná-los ao abas- tecimento de água. Do lado da energia elétrica a política pública preservava — 
até o advento da nova Constituição paulista — o recalque das águas poluídas do rio Pinheiros para a 
represa Billings, um dos mananciais protegidos por lei. Do lado do tratamento de esgotos a política 
pública prévia — até o advento da nova Constituição paulista — o despejo de efluentes de estação de 
tratamento de esgotos, da região do ABC sobre a represa Billings, um dos mananciais protegidos por 
lei. 
Esta é a questão dos mananciais metropolitanos de São Paulo: a disputa entre abastecimento de 
água e energia elétrica (outros usuários são pouco relevan- tes em face desses) pelos recursos 
hídricos da bacia do Alto Tietê. 
A represa Billings condensa esta questão: faz parte do sistema de geração de energia elétrica da 
Eletropaulo em Cubatão, como reservatório receptor das águas — poluídas — dos rios Pinheiros e 
Tietê; é recurso hídrico protegido pela legislação dos mananciais; deverá receber o efluente de 
estação de tratamento de esgotos da região do ABC. 
Enquanto persistir o bombeamento do rio Pinheiros para a Billings — proibido pela Constituição 
Estadual a partir de outubro de 1992 — a carga poluidora despejada neste reservatório continuará 
elevada, inviabilizando sua utilização como manancial abastecedor de água da Grande São Paulo. E 
o interesse por este bombeamento não é pequeno! O sistema de alimentação de energia elétrica da 
Região Metropolitana, cuja capacidade de transmissão encontra-se praticamente saturada, depende 
da geração de energia elétrica em Cubatão, e por conseqüência depende do bombeamento das 
águas poluídas dos rios Pinheiros e Tietê para a represa Billings. 
E a possibilidade de um bombeamento de águas não poluídas é remota! A médio prazo o projeto de 
TIPOS DE TRATAMENTOS DE ESGOTOS 
 
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tratamento de esgotos da Grande São Paulo — o SANEGRAN, limitado ao tratamento de 7,2 
m3/segundo, apenas evitará o agravamento da poluição dos rios Pinheiros e Tietê. Mesmo em sua 
capacida- de máxima, estes rios continuarão poluídos, pois o volume de água distribuído, e 
conseqüentemente de esgotos gerados, ainda é maior do que a capacidade máxima do tronco 
interceptor. 
A Expansão Urbana na Direção dos Mananciais 
A cidade de São Paulo extravasou os limites do município. Veio a compor o que o Padre Lebret 
denominou Grande São Paulo (SAGMACS, 1958), e que a Lei Federal institucionalizou como Região 
Metropolitana de São Paulo. Seu cresci- mento populacional foi intenso: atingiu 15 milhões de 
habitantes em 1985 (S. Paulo, Estado, 1985), e ainda continua a crescer. 
Desde 1975, os estudos para a Região Metropolitana, o Diagnóstico 75 (César et al., 1975), 
alertavam para a tendência da expansão urbana na direção dos mananciais. Com base neste estudo, 
a exposição de motivos do projeto de lei 241/75 apresentava um negro prognóstico desta expansão 
urbana: "a curto prazo será perdido para o abastecimento público o Baixo Cotia ... e na seqüên- cia, o 
Guarapiranga e a Billings que totalizam uma disponibilidade de 24 m3/s e - gundo" (São Paulo, 
Assembléia Legislativa, 1975) 
Essa expansão urbana de fato ocorreu, como demonstram os estudos de Sócrates, Grostein e 
Tanaka que comparam a extensão da mancha urbana de São Paulo nos anos de 1972 e 1983; e 
como demonstra o mapa elaborado pela Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São 
Paulo — EMPLASA, sob o título de Expansão da Área Urbanizada na Região Metropolitana de São 
Paulo. 
Essa expansão urbana foi localizada principalmente no entorno da área já urbanizada. Atinge, na 
área de proteção dos mananciais, o entorno da represa Guarapiranga e o vale do rio Juquerí. 
Mas a proporção da área de proteção dos mananciais ocupada pela urbaniza- ção ainda é muito 
pequena em relação à extensão da área protegida — quase 55% da Região Metropolitana. 
A Legislação de Proteção dos Mananciais 
Diante da disputa pelos recursos hídricos da Região Metropolitana, e da expansão urbana na direção 
dos mananciais, o governo do estado de São Paulo optou pela proteção dos mananciais. 
Na federação brasileira os estados não decidem sobre a destinação dos recursos hídricos, que é 
competência privativa da União (Constituição Federal, Art. 21). Mas, os estados tem competência 
para legislar sobre saúde — inclusive a proteção dos recursos hídricos (Constituição Federal, Art. 23) 
e mais recentemente sobre proteção de meio ambiente (Constituição Federal, Art. 24). 
As leis estaduais 898/75, 1.172/76, 2.177/77 e 3.286/82, regulamentadas pelos decretos estaduais 
9.717/77. 12.219/78 e 15.037/80,e dispositivos da Consti- tuição Estadual de 1989 concretizam a 
proteção aos mananciais metropolita- nos de São Paulo. 
A lei 898/75 identifica os recursos hídricos protegidos e define seu instrumento: o controle 'dos 
projetos de arruamentos, loteamentos, edificações e obras, bem assim a prática de atividades 
agropecuárias, comerciais, industriais e recreativas" (Art. 39, parágrafo único), nas bacias de 
drenagem dos mananciais protegidos (Art. 39, caput), mediante restrições a serem estabelecidas em 
lei (Art. 11). 
A lei 1.172/76, modificada pela leis 2.177/79 e 3.286/82, define algumas destas restrições: a 
delimitação da área de proteção dos mananciais e das áreas de maior e menor restrição, a imposição 
de normas relativas ao uso e à ocupação do solo, ao parcelamento e arruamento, à 
impermeabilização do solo, ao desmatamento, à coleta e disposição de esgotos e resíduos sólidos. 
Os decretos 9.714/77 e 12.219/78 definem as atribuições dos agentes esta- duais gestores destas 
normas (Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano, Empresa Metropolitana de 
Planejamento da Grande São Paulo — EMPLASA, Companhia Estadual de Tecnologia de 
Saneamento Básico e De- fesa do Meio Ambiente — CETESB, Secretaria do Meio Ambiente), e 
autorizam convênios, com os municípios da Região Metropolitana, para exame, adapta- ção e 
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aprovação de projetos de residências unifamiliares na área de proteção dos mananciais. 
A nova Constituição do Estado de São Paulo proíbe o lançamento de efluentes de esgotos em 
qualquer corpo de água, sem o devido tratamento (Art. 208), e estabelece o prazo de 3 anos para o 
poder público impedir o bombeamento de águas servidas, dejetos e outras substâncias poluentes 
para a represa Billings (Art. 46 das disposições transitórias) 
A Política de Proteção dos Mananciais 
De um ponto de vista estritamente técnico, a escassez de recursos hídricos, bem como os efeitos da 
urbanização da bacia de drenagem dos mananciais protegidos, e ainda a disputa pelos recursos 
hídricos da bacia do Alto Tietê, poderiam ser solucionados. 
Para tanto, basta mobilizar os recursos da sociedade e do poder público para despoluição dos 
recursos hídricos da bacia do Alto Tietê, para implantação de infra-estrutura urbana — especialmente 
sanitária — nas áreas já ocupadas pela expansão urbana, e para substituição das fontes de energia 
elétrica que abastecem a Grande São Paulo. 
Entretanto, a questão não é meramente técnica. As instalações dos sistemas de abastecimento de 
água, de afastamento de esgotos e de geração energéti- ca, são meios de consumo coletivo, isto é, 
são "suportes materiais de ativida- des destinadas à reprodução ampliada de uma força de trabalho 
social" (Lojkine, 1972, p. 3) E como meios de consumo coletivo, que integram o meio urbano, essas 
instalações "estão no centro da contradição atual entre as novas exigências do progresso técnico — 
essencialmente em matéria de formação ampliada das forças produtivas humanas — e as leis de 
acumulação do capital" (Lojkine, 1981, p. 121) E nessa condição participam da divisão social peculiar 
à cidade capitalista. 
A política pública condensa as relações de forças de grupos em conflito ou contradição com a 
participação do Estado. No caso, a política pública de proteção dos mananciais, não resolve a disputa 
pelos recursos hídricos da bacia do Alto Tietê, mas interfere nessa disputa. De fato, essa política 
pública não decide que parte dos recursos hídricos em questão serão destinados ao abastecimento 
de água, à diluição de esgotos, à geração de energia elétrica, e a outros usos. Mas essa política 
pública evita que os mananciais sejam poluí- dos, e assim garante a presença do sistema de 
abastecimento de água como disputante desses recursos hídricos. 
A política pública de proteção dos mananciais expressa a decisão do Estado de escolher, como 
objeto de intervenção, a preservação da qualidade das águas, independentemente de seu uso. 
Expressa, também, a decisão do Estado de definir como partes em conflito — os usuários dos 
recursos hídricos destináveis ao abastecimento de água (Sabesp), em confronto com os usuá- rios 
das bacias de drenagem adjacentes; e mais recentemente, os interessa- dos no bombeamento de 
águas poluídas para a represa Billings, em confronto com os interessados na qualidade das águas. 
A dimensão planificadora da proteção dos mananciais 
O governo estadual materializou a política pública de proteção dos mananciais, pela disciplina das 
atividades humanas nas bacias de drenagem dos manan- ciais protegidos, e mais especificamente 
pelo controle do uso e da ocupação do solo, e pelo controle das condições de coleta, transporte e 
destino final de esgotos e resíduos sólidos. Apenas recentemente, a constituinte estadual opta 
também pelo controle do bombeamento de águas poluídas para a Billings. 
Outras intervenções para proteção dos mananciais foram desconsideradas. Outras possibilidades de 
disciplina das atividades humanas na bacia de drena- gem dos mananciais protegidos foram 
desconsideradas. Mesmo a tradicional desapropriação da bacia contribuinte foi considerada 
ultrapassada, econo- micamente inviável, e descartada — exceto em casos excepcionais. 
Assim, a política pública de proteção dos mananciais, reduziu-se a uma política pública de disciplina 
das atividades de terceiros nas bacias de drenagem dos mananciais protegidos; e a uma política de 
controle do bombeamento para a represa Billings. 
A dimensão operacional da proteção dos mananciais 
O instrumental de implantação da política pública de proteção dos mananciais revela uma concepção 
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jurisdicista de Estado. O instrumento de controle da qualidade das águas definido pela legislação de 
proteção dos mananciais é a polícia administrativa do uso do solo e da coleta, transporte e disposição 
de resíduos sólidos. Por sua vez, o instrumento de controle da qualidade das águas, determinado 
pela Constituição Estadual, é polícia administrativa do bombeamento de dejetos para a Billings. 
Ambos, são instrumentos legais reguladores de atividades de terceiros: proprietários e usuários da 
área de proteção dos mananciais; operadores do sistema de recalque do rio Pinheiros para a Billings 
(Eletropaulo); e operadores da futura estação de tratamento de esgotos da região do ABC (Sabesp), 
com peculiaridade desses últimos integra- rem o aparelho de Estado. 
Essa concepção jurisdicista trata a sociedade como se todos os seus membros fossem iguais. Assim 
ignora (ou faz vistas grossas) à derrogação da lei, freqüentemente praticada pelos produtores de 
parcelamentos irregulares. Ou seja, ignora o acordo tácito entre produtores de loteamentos 
clandestinos, agentes públicos responsáveis pela sua fiscalização, e compradores dos lotes, de não 
denunciar as ilegalidades, na expectativa da futura anistia das irregula- ridades do parcelamento. Tal 
acordo ocorre pela ascendência das classes dominantes sobre-o aparelho de Estado, e pelo 
interesse do poder público de se legitimar junto às classes subalternas. 
Essa concepção jurisdicista ignora também (ou faz vista grossa também) a derrogação da lei, 
freqüentemente praticada pela população mais pobre na produção de suas edificações. Ou seja, 
ignora o acordo tácito entre produtores de edificações e agentes públicos responsáveis pela sua 
fiscalização, de não denunciar a desobediência à lei, na expectativa da futura anistia das irregulari- 
dades. 
Por outro lado o uso desse instrumental apresenta limitações. Há limitações peculiares ao exercício 
do poder de polícia administrativa, a saber: a necessi- dade de uma fiscalização intensa e 
permanente, sempre sujeita à corrupção; a constatação tardia das situações irregulares, quando os 
danos são dificilmente reparáveis; a ineficácia da notificação e da sanção administrativas para sustar 
procedimentos irregulares; a morosidade de procedimentosjudiciais que obri gam os infratores a 
sustar procedimentos irregulares e a reparar danos ao meio ambiente. 
Há ainda limitações peculiares à formação social, a saber: a capacidade de derrogação da lei, 
peculiar aos proprietários imobiliários das classes dominan- tes; e a impossibilidade de controle das 
condições de uso e ocupação do solo da população mais pobre, habituada a viver na clandestinidade. 
O efeito sobre a expansão urbana 
O efeito do discurso e do instrumental de disciplina do uso do solo na área de proteção dos 
mananciais é aparentemente contraditório. De um lado, houve expansão urbana da Grande São 
Paulo na área protegida, predominantemente no entorno da represa Guarapiranga, e no vale do rio 
Juquerí. De outro lado, a extensão da área de proteção dos mananciais ocupada pela urbanização, é 
muito pequena em relação à extensão total da área protegida. 
Olhando a questão do lado da pequena proporção da área protegida, que foi ocupada pela 
urbanização, é possível afirmar que a legislação de proteção dos mananciais atingiu seu objetivo de 
conter a expansão urbana na área protegi- da. Entretanto, é preciso considerar que no período pós-
legislação de manan- ciais, houve desaceleração do crescimento demográfico da Grande São Paulo, 
assim como a desaceleração do crescimento econômico pós "milagre brasilei- ro", aos quais 
corresponde a desaceleração do crescimento da área urbani- zada e dos negócios im obiliários. É 
preciso considerar também que o crescimento urbano dos 15 anos pós-legislação de proteção dos 
mananciais é muito pequeno perante a extensão da área de proteção dos mananciais — 55% da 
Grande São Paulo. 
Nessas condições, a contenção da expansão da mancha urbana na direção dos mananciais é 
atribuível, principalmente, à desaceleração do crescimento da Grande São Paulo e, subsidiariamente, 
à legislação de proteção dos ma- nanciais, já que essa legislação não foi eficaz nas áreas de grande 
pressão para urbanização — o entorno da área urbanizada. 
Desfeita assim a aparente contradição, é possível afirmar que a legislação de proteção dos 
mananciais foi insuficiente para conter a expansão urbana na área protegida. Parte da área protegida 
já se encontrava preparada para a urbanização, por ocasião da legislação de proteção dos 
mananciais. Trata-se de área com menor qualificação urbana devido à precariedade dos sistemas 
públicos de água, esgotos, vias e transportes. Essa área foi ocupada pela população de baixa renda. 
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A produção de áreas diferenciadas pela qualificação urbana, é, segundo Cas- tells, a "estratificação 
urbana correspondendo ao sistema de estratificação social" (1982, p. 210) É também, segundo 
Lojkine, a "expressão da divisão material e intelectual do trabalho, que resume a contradição entre a 
exigência do desenvolvimento do trabalho e a acumulação capitalista, e que tende a restringir ao 
máximo o desenvolvimento do trabalho" (Lojkine, 1981, p. 321) 
Essa segregação urbana, segundo Lojkine, é operada pela renda fundiária urbana (1981, p. 166), que 
engendra a distribuição desigual das habitações, o subequipamento dos bairros dos trabalhadores e 
a crise dos transportes cole- tivos (Lojkine, 1981, p. 222), e que destina às áreas de menor renda 
diferencial aos guetos urbanos (Harvey, 1980) e, pelo menos em São Paulo, às classes operárias. 
(Bonduki e Rolnik, 1979) 
Assim, considerando a preparação (para urbanização) da área contígua à área urbanizada, a baixa 
qualificação dessa área, e a destinação das áreas menos qualificadas à população pobre, era 
inevitável sua ocupação pela população de baixa renda, já que sua menor qualificação afastava 
outros estratos sociais. 
A ocupação dessa área pela população mais pobre é predatória para os mananciais, pela carência 
generalizada de equipamentos e serviços urbanos 
— é território de baixa qualificação urbana; pelas dimensões reduzidas dos lotes — para serem 
acessíveis à população de baixa renda; e pela impossibili- dade dessa população autofinanciar as 
condições de preservação do ambiente. 
O efeito sobre a área urbanizada 
O efeito da política pública de proteção dos mananciais, sobre a área urbaniza- da foi transferir os 
encargos da proteção aos proprietários e usuários da área protegida. 
De fato, a disciplina de uso do solo, predominantemente com restrições à urbanização e à edificação, 
reduz as possibilidades de aproveitamento das propriedades urbanizáveis e urbanizadas, impedindo 
a valorização e frustando expectativas de lucro imobiliário. 
O grau de conflito entre os interessados na proteção dos mananciais e os proprietários e usuários da 
área preservada, é determinado pela intensidade da desvalorização imobiliária, que por sua vez é 
decorrência da intensidade das restrições impostas ao uso e à ocupação do solo. Ou seja, o conflito 
na proteção dos mananciais não é apenas uma decorrência da proteção, mas é também decorrência 
do modo de proteção adotado. 
Nas áreas de maior restrição, as áreas de primeira categoria, que correspon- dem às faixas marginais 
aos corpos de água protegidos, às matas e todas as formas de vegetação primitiva, e aos declives 
superiores a 60%, a política pública de proteção dos mananciais pretende impedir o uso urbano e 
obrigar seus proprietários a preservar a vegetação nelas existente sem qualquer utilidade para eles. 
Seu efeito é a desocupação das áreas de primeira ca- tegoria, expondo-as às invasões, bem como a 
destruição das matas, na expec- tativa de descaracterizar a restrição, apesar das bonificações pela 
sua preservação, pelo efeito irrisório das bonificações. 
Nas áreas de menor restrição, as áreas de categoria classe "A" que corres- pondem às áreas já 
urbanizadas por ocasião da promulgação da legislação dos mananciais, a política pública de proteção 
dos mananciais estabelece restrições urbanísticas predominantemente compatíveis com os padrões 
da periferia. Seu efeito é a ocupação dessas áreas, segundo padrões de ocupa- ção correntes na 
periferia metropolitana, aceitos pela legislação de proteção dos mananciais. 
Nas demais áreas, áreas de segunda categoria classes "B" e "C" que corres- pondem à maior parte 
da área protegida, a política pública de proteção dos mananciais estabelece restrições urbanísticas 
muito exigentes relativamente aos padrões da área urbanizada. O efeito do discurso e do 
instrumental foi o descontrole da expansão urbana das áreas de segunda categoria classes "B" e "C" 
nas imediações das áreas já urbanizadas — inclusive o entorno dos mananciais protegidos, e a dos 
loteamentos preexistentes à legislação de proteção dos mananciais. 
Conclusão 
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O discurso da proteção da qualidade das águas através da disciplina das atividades humanas nas 
áreas adjacentes aos mananciais protegidos, e seu instrumental de desqualificação dessas áreas 
para fins urbanos, não foram suficientes para conter a expansão urbana no entorno da área já 
urbanizada. 
Isto ocorreu, principalmente, pelo instrumental de intervenção desconsiderar a prévia preparação 
para urbanização da faixa contígua à área urbanizada, sua baixa qualificação, e sua destinação à 
população de baixa renda. 
Nesse contexto não é simplesmente a atividade humana que determina 'o regime quantitativo e 
qualitativo da água drenada e, por conseqüência quanti- dade e qualidade da água do manancial" 
(São Paulo, Assembléia Legislativa, 1976), como pretende o discurso da proteção dos mananciais, 
mas, principal- mente, a forma como essa atividade humana ocorre. 
Também não é a urbanização que conduzirá "a inutilização das disponibilida- des restantes e 
comprometerá os esquemas de reversão previstos" (São Paulo, Assembléia Legislativa, 1975), como 
pretende o discurso da proteção dos mananciais, mas, principalmente a forma com que essa 
urbanização ocorre. 
Assim, não é qualquer atividade humana que depreda o meio ambiente,nem é qualquer urbanização 
a origem dos problemas de meio ambiente. É preciso referenciar os danos causados ao meio 
ambiente, é preciso "articulá-los com os diferentes processos da estrutura social"que os produzem. 
(Castells, 1983, p. 236) 
É preciso reconhecer que diferentes formas de urbanização têm diferente impacto sobre o meio 
ambiente, e que essas formas são determinadas pela qualificação urbana das áreas. 
Ou seja, se a sociedade e o poder público provessem áreas melhor qualifica- das para assentamento 
da população mais pobre; e provessem melhor qualifi- cação das áreas urbanas preservadas, 
teríamos muito menos a temer em termos de impacto sobre o meio ambiente e de poluição dos 
mananciais. 
A Geração de Resíduos Industriais e sua Destinação Final 
Devido às mudanças decorrentes da globalização e revolução tecnológica, novos paradigmas 
emergem, entre eles o do desenvolvimento sustentável, hoje incorporado pelas grandes empresas. O 
maior desafio, no final deste século, passou a ser para a indústria, conciliar competitividade e gestão 
ambiental, ou, em outras palavras, produzir com responsabilidade social e ecológica. 
Com a entrada em vigor da série ISO 14.000, as normas ambientais transcendem as fronteiras 
nacionais e colocam a gestão ambiental no mesmo plano já alcançado pela gestão da qualidade. 
Cria-se, assim, mais um condicionante para o êxito da empresa que exporta e disputa sua posição 
num mercado globalizado. Conciliar as características ambientais dos produtos com os paradigmas 
da conservação ambiental será, por isso e cada vez mais, um requisito essencial para as empresas 
serem competitivas e manterem posições comerciais arduamente conquistadas. As empresas que 
vêm na qualidade ambiental não um empecilho mas um fator de sucesso para se posicionarem no 
mercado têm, nas normas ISO 14.000, a oportunidade para valorizarem-se internacionalmente. 
O Sistema de Gestão Ambiental fornece um processo estruturado para a melhoria contínua, 
constituindo uma ferramenta que permite à organização alcançar, e sistematicamente controlar, o 
nível de desempenho ambiental que ela mesma estabelece. O ciclo de atuação da Gestão Ambiental, 
para que essa seja eficaz, deve cobrir, desde a fase de concepção do projeto até a eliminação efetiva 
dos resíduos gerados pelo empreendimento depois de implantado, durante toda a sua vida útil (Valle, 
1995). 
O gerenciamento de resíduos perigosos tem-se transformado, nas últimas décadas, em um dos 
temas ambientais mais complexos. O número crescente de materiais e substâncias identificados 
como perigosos e a produção desses resíduos em quantidade cada vez maiores têm exigido 
soluções mais eficazes e investimentos maiores por parte de seus geradores e da sociedade de uma 
forma geral. Além disso, com a industrialização crescente dos países ainda em estágio de 
desenvolvimento, esses resíduos passam a ser gerados em regiões nem sempre preparadas para 
processá-los ou, pelo menos, armazená-los adequadamente. Serão necessárias então mudanças 
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adequadas no processo de produção ou até a redefinição do próprio produto a ser obtido, para ajudar 
a fazer um melhor uso das matérias-primas e da energia utilizadas, compensando eventuais 
despesas extras com a preservação do meio ambiente. Isto, pelo fato dos resíduos perigosos 
resultarem quase sempre da produção ou da utilização de outros produtos e possuírem um ou mais 
compostos que podem ser perigosos para a saúde humana ou para o meio ambiente. 
Sendo a ISO 14000: uma opção, não obrigatória, diferencia-se de tudo que já existiu em termos de 
controle ambiental, a velocidade das certificações será ditada pela pressão das vendas. Se é o 
mercado quem exige produtos com compatibilidade ambiental, a opção pela normalização será muito 
diferente, pois a sua aceitação é voluntária. 
1. OS RESÍDUOS 
Os resíduos são a expressão visível e mais palpável dos riscos ambientais. Segundo uma definição 
proposta pela Organização Mundial de Saúde, um resíduo é algo que seu proprietário não mais 
deseja, em um dado momento e em determinado local, e que não tem um valor de mercado (Valle, 
1995). 
Há que ter em conta, entretanto, que um resíduo não é, por definição, algo nocivo. Alguns processos 
químicos geram simultaneamente dois ou mais produtos, em quantidades fixas, que se destinam a 
mercados com demandas distintas e obedecem as regras de formação de preços com elasticidades 
diferentes. Pode também ocorrer que um resíduo de difícil disposição e de características nocivas 
passe a ser utilizado como um novo produto, como resultado da introdução de modernas tecnologias. 
Uma vez caracterizados, os resíduos poderão ser cadastrados e classificados, identificando- se a 
solução mais adequada, caso a caso, para o seu tratamento ou disposição final. A norma brasileira 
de resíduos sólidos, NBR 10004, classifica-os em três classes distintas: resíduos perigosos, resíduos 
não inertes e resíduos inertes. Essa divisão decorre da constatação de que, de todo o volume de 
resíduos gerados pelo homem, somente uma parcela relativamente pequena requer maior rigor em 
seu monitoramento e controle. Os resíduos não perigosos podem ser classificados como inertes e 
não inertes e sua disposição é relativamente simples e pouca onerosa. Os resíduos domiciliares e 
uma parcela importante dos resíduos industriais são resíduos não perigosos. Os resíduos sólidos 
perigosos são aqueles resíduos ou mistura desses, que em função de suas características, podem 
apresentar risco à saúde pública, provocando ou contribuindo para um aumento de mortalidade ou 
incidência de doenças, podendo ainda trazer efeitos adversos ao meio ambiente, quando 
manuseados ou dispostos de forma inadequada. 
O conceito de resíduo perigoso se baseia, portanto no grau de nocividade que representa para o 
homem e o meio ambiente e pode variar de acordo com a legislação ambiental estabelecida em cada 
país. 
Diversas expressões têm sido utilizadas para designar esses resíduos que requerem maior cuidado: 
resíduos tóxicos, resíduos especiais, resíduos químicos, resíduos perigosos. Esta última é a mais 
difundida e tem sido utilizada em documentos internacionais como “hazardous waste”. Alguns 
resíduos perigosos são tratados separadamente pela legislação da maioria dos países e recebem 
denominação próprias, como resíduos hospitalares (que incluem resíduos infectantes e resíduos 
farmacêuticos) e os resíduos radioativos. 
Solventes, pesticidas e suas embalagens usadas, lodos de estações de tratamento, cinzas e alguns 
tipos de escórias, produtos farmacêuticos e tóxicos, tintas, pigmentos inorgânicos, combustíveis, 
alcatrões, sais de têmpera com cianetos, substâncias contendo chumbo, mercúrio e outros metais 
pesados são alguns exemplos de materiais que se enquadram na classificação de resíduos perigosos 
(Souza, 1996). 
As indústrias possuem um grande potencial de geração de resíduos perigosos, sendo que dentre as 
várias famílias de poluentes químicos temos: metais pesados, hidrocarbonetos aromáticos, 
compostos organo-halogenados como o DDT, os PCB’s que se incluem nesta categoria, além das 
dioxinas e furanos. 
2. RISCOS AMBIENTAIS 
Os riscos ambientais constituem uma nova preocupação que deve estar presente nas decisões dos 
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empresários e nos programas de imagem institucional das empresas. 
A legislação ambiental, como hoje está colocada, pode punir severamente as indústrias que 
transgridam os padrões de qualidade em suas descargas de resíduos para o meio ambiente, a níveis 
maiores que os padrões permitidos na legislação. Trata-se de enfrentar os riscos, muitos maiores, de 
uma interdição, com os lucros cessantes decorrentes, e até de um descomissionamento ou interdição 
definitiva da instalação. 
Os riscos de contaminação de comunidades vizinhas podem assumir proporções que excedem as 
previsões mais pessimistas.

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