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Segurança Bancária e Transporte de Valores

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SEGURANÇA BANCÁRIA E 
TRANSPORTE DE 
VALORES 
PROFESSORES
Esp. Juliane Moreira Rocha
Esp. Ricardo Henrique Helbel
ACESSE AQUI 
O SEU LIVRO 
NA VERSÃO 
DIGITAL!
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/1013
EXPEDIENTE
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. ROCHA, Juliane Moreira. 
HELBEL, Ricardo Henrique.
Segurança Bancária e Transporte de Valores. 
Juliane Moreira Rocha; Ricardo Henrique Helbel.
Maringá - PR.: UniCesumar, 2020. 
152 p.
“Graduação - EaD”. 
1. Segurança 2. Banco 3. Transporte. EaD. I. Título. 
FICHA CATALOGRÁFICA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 
Coordenador(a) de Conteúdo 
Renata Cristina de Souza Chatalov
Projeto Gráfico e Capa
Arthur Cantareli, Jhonny Coelho
e Thayla Guimarães
Editoração
Sabrina Maria Pereira de Novaes
Design Educacional
Lilian Vespa e Bárbara Neves
Revisão Textual
Nágela Neves da Costa
Ilustração
André Azevedo
Fotos
Shutterstock CDD - 22 ed. 363.20 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
ISBN 978-85-459-2007-6
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional 
Débora Leite Diretoria de Graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria 
de Pós-graduação, Extensão e Formação Acadêmica Bruno Jorge Head de Produção de Conteúdos Celso 
Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos 
Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo Supervisão 
de Projetos Especiais Yasminn Zagonel
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de 
Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de 
EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi 
DIREÇÃO UNICESUMAR
BOAS-VINDAS
Neste mundo globalizado e dinâmico, nós tra-
balhamos com princípios éticos e profissiona-
lismo, não somente para oferecer educação de 
qualidade, como, acima de tudo, gerar a con-
versão integral das pessoas ao conhecimento. 
Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profis-
sional, emocional e espiritual.
Assim, iniciamos a Unicesumar em 1990, com 
dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, 
temos mais de 100 mil estudantes espalhados 
em todo o Brasil, nos quatro campi presenciais 
(Maringá, Londrina, Curitiba e Ponta Grossa) e 
em mais de 500 polos de educação a distância 
espalhados por todos os estados do Brasil e, 
também, no exterior, com dezenasde cursos 
de graduação e pós-graduação. Por ano, pro-
duzimos e revisamos 500 livros e distribuímos 
mais de 500 mil exemplares. Somos reconhe-
cidos pelo MEC como uma instituição de exce-
lência, com IGC 4 por sete anos consecutivos 
e estamos entre os 10 maiores grupos educa-
cionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos edu-
cadores soluções inteligentes para as neces-
sidades de todos. Para continuar relevante, a 
instituição de educação precisa ter, pelo menos, 
três virtudes: inovação, coragem e compromis-
so com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, 
para os cursos de Engenharia, metodologias ati-
vas, as quais visam reunir o melhor do ensino 
presencial e a distância.
Reitor 
Wilson de Matos Silva
Tudo isso para honrarmos a nossa mis-
são, que é promover a educação de qua-
lidade nas diferentes áreas do conheci-
mento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
P R O F I S S I O N A LT R A J E T Ó R I A
Esp. Juliane Moreira Rocha
Pós-graduada em Direito Civil e Processo Civil pela Faculdade SMG e Graduada em 
Direito pela Faculdade Maringá. Professora Mediadora do curso de graduação em 
Tecnólogo em Gestão de Segurança Privada, na Unicesumar desde 2019.
http://lattes.cnpq.br/9930406098352833
Esp. Ricardo Henrique Helbel
Pós-graduado em Direito Constitucional e pós-graduando em Direito Administra-
tivo pela Faculdade da Região Serrana - FARESE (2019), pós-graduando em Direito 
Previdenciário Contemporâneo e Graduado em Direito pela União de Faculdades 
Metropolitanas de Maringá (2014). Graduação de Soldado Policial Militar de 1ª 
Classe (2012) com formação complementar como Condutor de Viatura Policial 
pela Academia Policial Militar do Guatupê (2014). Tem experiência na área de 
Direito Constitucional e Administrativo, com ênfase em Direito Público.
http://lattes.cnpq.br/4504133959544048
A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A
SEGURANÇA BANCÁRIA E TRANSPORTE 
DE VALORES
Olá, caro(a) acadêmico(a), é uma satisfação apresentar a você o livro da disciplina de Segurança 
Bancária e Transporte de Valores, elaborado com carinho para que você possa conhecer o fun-
cionamento da Segurança Bancária e o Transporte de Valores. Esperamos que despertemos 
a curiosidade para completar seus estudos e ser um excelente Gestor em Segurança Privada.
O objetivo deste livro é apresentar a você o que é a Segurança Bancária e o Transporte de 
Valores. Para isso, trataremos de diversos assuntos que fazem parte do mundo da segurança 
afim de promover reflexões. Apresentamos, também, alguns caminhos que podem ser utili-
zados para aumentar as suas chances de sucesso.
Nosso livro é composto de cinco unidades. Nelas, procuramos apresentar alguns dos princi-
pais aspectos da Segurança Bancária e do Transporte de Valores.
Na Unidade 1, faremos uma breve introdução sobre o que é segurança bancária, apresen-
tando o histórico e as características da segurança privada, explicaremos que a segurança 
privada é um complemento da segurança pública, descreveremos o que é o sistema financeiro 
nacional e como a segurança bancária está inserida nesse contexto bem como apresentare-
mos o perfil do profissional da segurança bancária.
D A D I S C I P L I N AA P R E S E N TA Ç Ã O
Na Unidade 2, falaremos sobre a legislação da segurança bancária e do transporte de 
valores, apresentando a regulamentação da atividade, sendo por leis ou portarias, dis-
cutiremos sobre planejamento de medidas preventivas, tanto para a segurança bancária 
quanto para o transporte de valores e, ainda, abordaremos o que são serviços orgânicos 
de vigilância e/ou transporte de valores.
Na unidade 3, abordaremos o tema plano de segurança, conceituando o que é o plano de 
segurança, as medidas preventivas, as técnicas de avaliação de dados e a sua aplicação na 
prática, os tipos de ameaça à segurança bancária e quais providências tomar pós-fato.
Na Unidade 4, falaremos sobre os métodos para transporte de valores, como fazer a logística 
do transporte, os tipos de veículos utilizados. Explicaremos, ainda, como é a escolta armada 
em transporte de valores, o curso de formação de vigilante, a composição da equipe de escol-
ta, as técnicas operacionais, as possíveis situações adversas e o plano de segurança e reação.
Na unidade 5, explicaremos os tipos de uniforme dos vigilantes, o processo para adquirir 
material bélico, o transporte de materiais bélicos, como adquirir equipamentos de outras 
empresas, o que fazer em caso de ocorrências, envolvendo materiais controlados, e explica-
remos quais os equipamentos letais e não-letais e suas funções.
Esperamos que, ao final deste estudo, você tenha sanado suas dúvidas sobre os temas abor-
dados, mas com a curiosidade renovada para se aprofundar nos assuntos discutidos.
Bons estudos!
ÍCONES
Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece? Este ele-
mento ajudará você a conceituá-la(o) melhor da maneira mais simples.
conceituando
No fim da unidade, o tema em estudo aparecerá de forma resumida 
para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos. 
quadro-resumo
Neste elemento, você fará uma pausa para conhecer um pouco 
mais sobre o assunto em estudo e aprenderánovos conceitos. 
explorando Ideias
Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e 
transformar. Aproveite este momento! 
pensando juntos
Enquanto estuda, você encontrará conteúdos relevantes 
online e aprenderá de maneira interativa usando a tecno-
logia a seu favor. 
conecte-se
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos online. O download do aplicativo 
está disponível nas plataformas: Google Play App Store
CONTEÚDO
PROGRAMÁTICO
UNIDADE 01 UNIDADE 02
UNIDADE 03
UNIDADE 05
UNIDADE 04
FECHAMENTO
INTRODUÇÃO 
À SEGURANÇA 
BANCÁRIA
10
LEGISLAÇÃO DA 
SEGURANÇA 
BANCÁRIA E 
TRANSPORTE DE 
VALORES
34
64
PLANO DE 
SEGURANÇA
92
MÉTODOS PARA 
TRANSPORTE DE 
VALORES
116
MATERIAL BÉLICO E 
EQUIPAMENTOS
141
CONCLUSÃO GERAL
1
INTRODUÇÃO À
SEGURANÇA
BANCÁRIA
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se as aulas que você estudará nesta unidade: • Histórico e características da se-
gurança privada • Segurança privada como complemento da segurança pública • Sistema financeiro 
nacional • Segurança bancária • Profissional da segurança bancária.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
• Compreender o conceito e a importância da segurança bancária • Apresentar o sistema de segurança 
pública • Demonstrar o que é o sistema financeiro nacional • Sintetizar a segurança bancária • Descrever 
o profissional da segurança bancária.
PROFESSORA 
Esp. Juliane Moreira Rocha
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) ao estudo da disciplina de Segu-
rança Bancária e Transporte de Valores. Esta é a nossa primeira unidade e, 
nela, você compreenderá o contexto histórico que gerou a necessidade da 
criação da segurança privada e a segurança bancária. Vale ressaltar, neste 
momento, que a segurança bancária se insere na segurança privada, bem 
como as legislações que organizam e administram esses setores. Apresen-
taremos, também, os órgãos que cuidam da segurança privada, a funcio-
nalidade de cada um e como são organizados.
Os temas abordados, nesta unidade, têm o intuito de demonstrar a 
situação do país que gerou a necessidade da criação da segurança privada, 
restringindo, assim, o controle da segurança pública.
Além disso, apresentaremos, superficialmente, o Sistema Financeiro 
Nacional, sua finalidade e funcionalidade, destacando, principalmente, a 
diferença entre a instituição financeira e a agência bancária. Demonstrare-
mos a sua ligação direta com a segurança bancária e o transporte de valores.
Cabe destacar que, nesta unidade, introduziremos o tema “a segurança 
bancária”, discutiremos o papel do Gestor em Segurança, as legislações per-
tinentes, os documentos necessários para aprovação do plano de segurança 
das agências e os trâmites para a regularização junto à Polícia Federal.
Discutiremos o tópico do profissional da segurança bancária, obser-
vando a legislação que o cria, e o perfil profissional exigido pela lei, bem 
como as principais características de um bom profissional em segurança 
bancária e o transporte de valores que deve possuir.
Desejo a você, acadêmico(a), um aprendizado com reflexões e uma 
leitura proveitosa dos assuntos apresentados nesta unidade.
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HISTÓRICO E 
CARACTERÍSTICAS 
DA SEGURANÇA PRIVADA 
Para iniciarmos o estudo da segurança bancária, precisamos entender a situação 
do país, no momento de sua origem, responsável pela necessidade da criação da 
segurança privada, e, nesta, a segurança bancária.
A segurança privada se originou no Brasil, entre as décadas de 60 e 70, devido 
a ataques criminosos, realizados pelos revolucionários contrários ao Regime da 
Ditadura existente, nessa época, em nosso país. Ataques esses, principalmente, em 
bancos. Necessitou-se, desse modo, da aprovação do governo para constituição 
de uma Lei que regulamentasse a segurança particular dessas instituições.
Na maior parte do mundo, os serviços de segurança privada são regulados e 
controlados pelo Estado (entende-se por Estado a União e/ou Governo Federal), 
por meio de legislação específica e agência reguladora, normalmente, um órgão 
da administração pública, ligado ao setor de Justiça e/ou Segurança (geralmente, 
forças policiais), que funciona como centro normatizador e fiscalizador da ativi-
dade (ZANETIC, 2006). O Brasil segue a mesma linha de funcionamento, desde 
os anos 60, e conta com legislação específica e órgãos ligados à segurança pública 
para controlar e regular a segurança privada.
Em 21 de outubro de 1969, o governo militar outorgou o Decreto-Lei Federal 
n. 1.034 (BRASIL, 1969, on-line), uma das primeiras legislações a respeito do 
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tema segurança privada. Nele, constava a obrigação das instituições financeiras, 
manter sua própria segurança. Ela poderia optar por uma segurança terceiriza-
da ou interna. Esse decreto legalizou a atividade de vigilante, considerada uma 
atividade paramilitar. 
 “ Contemporâneo da criação da Polícia Militar, o Decreto-Lei nº. 1.034 foi parte da política de Segurança Nacional do governo mi-litar que procurava combater o crescimento dos assaltos a bancos 
praticados por grupos opositores do regime ditatorial (CALDEIRA, 
2003, p. 196; MUSUMECI, 1998, p. 4; HERINGER, 1992, p. 36).
Esse Decreto deu uma ideia de quais serviços as empresas de segurança privada 
deveriam operacionalizar, atentando-se para o histórico político dos vigilantes. 
 “ O controle e a fiscalização da atividade ficaram a cargo de três ins-tâncias: o Banco Central ficou responsável pela fiscalização das ins-tituições financeiras; o Ministério do Exército deveria controlar as 
armas através do Serviço de Fiscalização de Importação, Depósito 
e Tráfico de Produtos Controlados, e as Secretarias Estaduais de 
Segurança Pública e chefes das polícias civis ficaram responsáveis, 
respectivamente, pela normatização e fiscalização do setor e pelo 
treinamento dos vigilantes (CALDEIRA, 2003, p. 196-7).
Fica claro que, no Brasil, inicialmente, existiu um padrão de regulação mínima, em 
que cada unidade federal realizava sua regulação e controle (estrutura institucional 
de controle descentralizada), e três órgãos fiscalizadores (controle fragmentado). 
Isso, no entanto, mudou, em 20 de julho de 1983, com a promulgação da Lei Federal 
n. 7.102 (BRASIL, 1983a, on-line), regulamentada pelo Decreto n. 89.056, de 24 de 
novembro de 1983 (BRASIL, 1983b, on-line). A referida lei revogou as leis anterio-
res, alterou as regras da segurança bancária, regulamentou a profissão de vigilante 
e seu treinamento foi transferido para o setor privado, passando, agora, a existir 
o segmento de cursos de formação de vigilantes e a centralização. Dessa forma, a 
normatização e o controle ficaram sob responsabilidade do Ministério da Justiça.
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A profissão do vigilante surgiu em 1820, nos Estados Unidos, e foi criada por Allan Pinker-
ton, quando reuniu um grupo de homens com o intuito de proteger o presidente Abrah-
am Lincoln. Mais tarde, considerou-se o dia 19 de junho como o dia do vigilante.
Fonte: a autora.
explorando Ideias
Inicialmente, a Lei n. 7.102/83 (BRASIL, 1983a, on-line)tratou, exclusivamente, 
da segurança dos estabelecimentos financeiros, regulando o segmento de vigi-
lância patrimonial, transporte de valores e os cursos de formação. Em meados 
da década de 90, aconteceu um marco regulador mais abrangente em relação às 
instituições de controle especializado, com a promulgação da Lei n. 8.863, em 28 
de março de 1994 (BRASIL, 1994, on-line); da Lei n. 9.017, em 30 de março de 
1995 (BRASIL, 1995a, on-line); e do Decreto n. 1.595, em 10 de agosto de 1995 
(BRASIL, 1995b, on-line). As duas primeiras leis trouxeram mudanças significa-
tivas na Lei n. 7.102/83 (BRASIL, 1983a, on-line), e o decreto alterou o anterior n. 
89.056/83 (BRASIL, 1995b, on-line) para regulamentar a nova segurança privada.
A Lei n. 8.863/94 (BRASIL, 1994, on-line) foi sancionada para acrescentar novas 
normativas à segurançaprivada, sendo esta lei a mais singular e exigente, quanto ao 
funcionamento das empresas de segurança. A lei trouxe, também, um rol de atividades 
de segurança privada, além da vigilância patrimonial de estabelecimentos financeiros, 
do transporte de valores e dos cursos de formação. O Estado passou a administrar todos 
os serviços fornecidos pelos estabelecimentos públicos e estabelecimentos privados, em 
geral, no que se refere à prestação de serviços de vigilância patrimonial, à segurança de 
pessoas físicas e à segurança no transporte de cargas de qualquer tipo. Criou, ainda, os 
serviços orgânicos de segurança, que, até o momento, não eram regulados. Dessa forma, 
evidenciou-se o aumento da regulamentação e da administração acerca da segurança 
privada no Brasil, aumentando a amplitude da regulação e do controle.
A Lei n. 9.017/95 (BRASIL, 1995a, on-line), para complementar as normas 
anteriores citadas, atribuiu à Polícia Federal a exclusividade pela normatização, 
controle e fiscalização da segurança privada; institui taxas para a prestação dos 
serviços, conforme consta nos Arts. 16 e 17 da referida lei, vejamos:
 “ Art. 16. As competências estabelecidas nos arts. 1º, 6º e 7º, da Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983, ao Ministério da Justiça, serão exercidas pelo Departamento de Polícia Federal.
Art. 17. Fica instituída a cobrança de taxas pela prestação dos ser-
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viços relacionados no anexo a esta lei, nos valores dele constantes.
(BRASIL, 1995a, on-line).
A autorização da Lei ,para cobrança das taxas, possibilitou à Polícia Federal criar 
um setor especializado para exercer as novas atribuições, que, na época, denomi-
nou-se Divisão de Controle de Segurança Privada (DCSP).
O DCSP teve sua primeira sede em Brasília, com a responsabilidade de regular, 
coordenar e controlar toda a segurança privada no território nacional. Atualmente, 
esse órgão chama-se Coordenação-Geral de Controle de Segurança Privada (CG-
CSP). Para auxiliar o DCSP, criou-se os órgãos cuja principal função era executar 
as atividades. Esses órgãos denominaram-se Delegacias de Controle de Segurança 
Privada (DELESP). Cada Estado possuía a sua, por isso, regionalizada e vinculada às 
Superintendências Regionais e à Polícia Federal, incumbidas de fiscalizar e contro-
lar a segurança privada de seu próprio Estado. Criou-se, também, as Comissões de 
Vistoria (CV), que funcionavam dentro das Delegacias de Polícia Federal, para au-
xiliar as vinte e sete DELESP, criadas para fiscalizar e controlar a segurança privada.
No ano de 2016, havia, no Brasil, oitenta e duas Comissões de Vistoria, distribuídas 
pelos vinte e sete Estados da federação. Cada Comissão é responsável pelo controle 
e fiscalização da segurança privada em uma circunscrição específica. Essa estrutura 
foi criada pela Portaria n. 73, de 10 de dezembro de 1996. Entre os períodos de pro-
mulgação da Lei n. 9.099/95 (BRASIL, 1995c, on-line) e a Portaria n. 73/96, o controle 
da segurança privada ficou, provisoriamente, a cargo do extinto Departamento de 
Organização Política e Social (DOPS), do Departamento de Polícia Federal.
Figura 1 - Organograma estrutura organizacional do controle de segurança privada.
Fonte: Brasil (2016).
COORDENAÇÃO-GERAL DE CONTROLE 
DE SEGURANÇA PRIVADA
CGCSP/DIREX/PF
DAS 101.4
DIVISÃO DE ESTUDOS, 
LEGISLAÇÃO E PARECERES
DELP/CGCSP/DIREX/PF
DAS 101.2
DIVISÃO NACIONAL 
DE CONTROLE DE 
ARMAS DE FOGO
DARM/CGCSP/DIREX/PF
DAS 101.2
DIVISÃO DE CONTROLE 
E FISCALIZAÇÃO
DE SEGURANÇA PRIVADA
DICOF/CGCSP/DIREX/PF
DAS 101.2
DIVISÃO DE CONTROLE 
DE PRODUTOS QUÍMICOS
DCPQ/CGCSP/DIREX/PF
DAS 101.2
DIVISÃO DE PROCESSOS
AUTORIZATIVOS DE
SEGURANÇA PRIVADA
DPSP/CGCSP/DIREX/PF
DAS 101.2
SERVIÇO DE CONTROLE
ADMINISTRATIVO
SECOAD/DCPQ/CGCSP/DIREX/PF
DAS 101.1
NÚCLEO DE CONTROLE DE
INSTRUTORES DE TIRO,
ARMEIROS E PSICÓLOGOS
NARM/DARM/CGCSP/DIREX/PF
FG-3
NÚCLEO DE GERENCIAMENTO
DE SISTEMAS E
EMISSÃO DE DOCUMENTOS
NUDOC/DARM/CGCSP/DIREX/PF
FG-3
NÚCLEO DE CADASTRO
E LICENÇA
NUCAL/SECOAD/DCPQ/CGCSP/DIREX/PF
FG-3
NÚCLEO DE CONTROLE
OPERACIONAL
NUCOP/DCPQ/CGCSPDIREX/PF
FG-3
SETOR DE APOIO
ADMINISTRATIVO
SAD/CGCSP/DIREX/PF
FG- 2
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No intuito de normatizar e controlar a segurança privada, o Ministério da Justiça 
criou um órgão colegiado, incumbido de criar políticas para o setor e julgar pro-
cessos punitivos instaurados pela Polícia Federal contra as empresas de segurança.
Além do presidente do órgão estatal de controle, este colegiado compôs-se por 
representantes de entidades de classe patronal e laboral, do setor de segurança privada, 
e, também, por representantes de órgãos públicos, exercentes de atividades correlatas. 
A primeira formação desse colegiado ocorreu em 1986 e, na época, denominava-se 
Comissão Executiva para Assuntos de Vigilância e Transportes de Valores, criada 
pela Portaria n. 601, de 12 de dezembro de 1986, baixada pelo Ministério da Justiça e 
substituída pela Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), 
em 25 de fevereiro de 1991, conforme a Portaria n. 73, do Ministério da Justiça.
Hoje, a CCASP é composta por treze membros, são eles:
1. Diretor-Executivo do DPF – preside a comissão.
2. Representante do Comando do Exército.
3. Representante do Instituto Resseguros do Brasil (IRB).
4. Representante da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN).
5. Representante da Confederação Nacional de Bancários (CNB).
6. Representante da Federação Nacional dos Sindicatos das Empresas e de 
Vigilância e Transporte de Valores (FENAVIST).
7. Confederação Nacional dos Trabalhadores em Vigilância (CNTV).
8. Associação Brasileira dos Cursos de Formação e Aperfeiçoamento dos 
Vigilantes (ABCFAV).
9. Associação das Empresas de Transporte de Valores (ABTV).
10. Sindicato dos Empregados no Transporte de Valores e Similares do Dis-
trito Federal (SINDVALORES-DF).
11. Associação Brasileira de Empresas de Vigilância e Segurança (ABREVIS).
12. Federação Nacional dos Empregados, em Empresas de Vigilância, Trans-
porte de Valores e Similares (FTRAVEST). 
13. Associação Brasileira de Profissionais em Segurança Orgânica (ABSO).
Evidencia-se que a CCASP é um órgão bipartite, uma vez que os participantes se di-
videm entre representantes do poder público e do setor de segurança privada. Hoje, 
ainda, o Brasil utiliza a estrutura normativa e institucional descrita anteriormente. 
Conclui-se, desse modo, que a estrutura normativa e institucional, para o controle 
da segurança privada, existente no Brasil, caracteriza-se por apresentar um padrão 
de regulação abrangente e uma estrutura de controle centralizada e responsiva.
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O Art. 144, da Constituição Federal do Brasil, estabelece que:
 “ CAPÍTULO IIIDA SEGURANÇA PÚBLICAArt. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabili-
dade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da in-
columidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
[...] 
(BRASIL, 1988).
Conforme a citação acima, evidencia-se os órgãos responsáveis pela segurança 
pública e a obrigação do Estado. Entretanto, nas últimas décadas, a violência 
urbana e as dificuldades para sua prevenção e controle, por parte dos órgãos de 
segurança pública, fez crescer a sensação de insegurança na sociedade, motivando 
a população a procurar outras formas de se precaver da violência, fato que levou 
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SEGURANÇA PRIVADA COMO 
COMPLEMENTO DA 
SEGURANÇA PÚBLICA 
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O gestor de segurança bancária, além de preocupar-se em garantir a segurança do local, 
tem que se atentar, também, na segurança dos funcionários, colaboradores, clientes e na 
sua própria segurança.
pensando juntos
a um significativo crescimento das atividades de segurança privada, como forma 
de preservar a incolumidade das pessoas e do patrimônio.
Levando-se em conta que, na atualidade, a segurança pública não atende a 
interesses pessoais ou particulares, mas à sociedade como um todo, e que não 
possui condições de suprir, completamente, suas tarefas de proteção de pessoas 
e patrimônios, aqueles que possuem melhores condições econômicas ou maior 
necessidade de proteção, devido, por exemplo, à função que exercem, buscam a 
segurança privada para suprir.
Por isso, as atividades de segurança privada vieram com o intuito de comple-
mentar a segurança pública, como bem estabelece o Art. 1º, § 1º da Portaria n. 
387/2006 da Polícia Federal:
 “ Art. 1º A presente portaria disciplina, em todo o território nacio-nal, as atividades de segurança privada, armada ou desarmada, desenvolvidas pelas empresas especializadas, pelas que possuem 
serviço orgânico de segurança e pelos profissionais que nelas 
atuam, bem como regula a fiscalização dos planos de segurança 
dos estabelecimentos financeiros.
§ 1° As atividades de segurança privada serão reguladas, autorizadas 
e fiscalizadas pelo Departamento de Polícia Federal - DPF e serão 
complementares às atividades de segurança pública nos termos da 
legislação específica (BRASIL, 2006, on-line).
Ainda, de acordo com a Portaria n. 387/2006 da Polícia Federal, os § 2º e § 3º do art. 1°,
 “ § 2° A política de segurança privada envolve a gestão públi-ca e as classes patronal e laboral, obedecendo aos princípios da dignidade da pessoa humana, das relações públicas, da 
satisfação do usuário final, da prevenção e ostensividade 
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para dar visibilidade ao público em geral, da proatividade 
para evitar ou minimizar os efeitos nefastos dos eventos 
danosos, do aprimoramento técnico-profissional dos seus 
quadros, inclusive com a criação de divisões especializadas 
pelas empresas para permitir um crescimento sustentado 
em todas as áreas do negócio, da viabilidade econômica dos 
empreendimentos regulados e da observância das disposi-
ções que regulam as relações de trabalho.
§ 3° São consideradas atividades de segurança privada:
I- vigilância patrimonial – exercida dentro dos limites dos estabele-
cimentos, urbanos ou rurais, públicos ou privados, com a finalidade 
de garantir a incolumidade física das pessoas e a integridade do 
patrimônio no local, ou nos eventos sociais; (Texto alterado pela 
Portaria nº 515/2007-DG/DPF)
II- transporte de valores – consiste no transporte de numerário, bens 
ou valores, mediante a utilização de veículos, comuns ou especiais;
III- escolta armada – visa a garantir o transporte de qualquer tipo 
de carga ou de valores;
IV- segurança pessoal – exercida com a finalidade de garantir a 
incolumidade física de pessoas; e
V- curso de formação – tem por finalidade formar, especializar e 
reciclar os vigilantes (BRASIL, 2006, on-line).
Cumpre salientar que se encontram atreladas às políticas da Segurança Privada 
as políticas de gestão pública. As empresas privadas e os seus representantes de 
classe, sempre, acatam os princípios constitucionais, tais como o da obediência, 
da dignidade da pessoa humana e das relações públicas, com o propósito de 
garantir excelência na prestação dos serviços e, dessa forma, gerar a satisfação e 
o reconhecimento dos usuários finais do serviço, além de promover a atuação 
ostensiva e preventiva dos profissionais de segurança, com o intuito de proteção 
ao indivíduo e ao patrimônio.
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Para falarmos de segurança bancária, primeiro, precisamos falar de dinheiro no 
Brasil, para isso é necessário conhecer e saber que tudo passa pelo Sistema Financei-
ro Nacional. O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é formado por um conjunto de 
regras, entidades, instituições privadas e públicas e órgãos reguladores que promo-
vem a intermediação financeira, ou seja, que facilitam a transação financeira entre 
os agentes de mercado, isto é, o encontro entre credores e tomadores de recursos. É 
por meio desse sistema financeiro que as pessoas, as empresas e o governo circulam 
a maior parte dos seus ativos, pagam dívidas e realizam investimentos.
Na estrutura do SFN, existem várias instituições, mas focaremos, aqui, somen-
te em duas: Agências Bancárias e Instituições Financeiras. Para começarmos nos-
sos estudos referentes à Agências Bancárias e Instituições Financeiras, primeiro, 
temos que saber o que as tornam diferentes.
Ambas as terminologias querem dizer a mesma coisa, porém se diferenciam no 
sentido. Banco é uma instituição financeira, que faz depósitos, gerencia contas cor-
rentes e poupanças (de pessoas jurídicas, pessoas físicas e de correntistas), faz tran-
sações, aceite de cheques, transferências entre contas,pagamentos e empréstimos.A 
Instituição Financeira é um local, onde se trabalha com investimentos, aplicações, 
compra e venda de ações, sem necessidade de utilizar o dinheiro em espécie.
Dessa forma, observamos que existe uma grande diferença entre ambas, mas uma de-
pendente da outra para que ocorra o ciclo financeiro. Salientamos que dividiremos as duas 
nomenclaturas, sempre, entendendo como Agência Bancária aquela que trabalha com o 
dinheiro em espécie e a Instituição Financeira a que trabalha, apenas, com informação. 
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SISTEMA 
FINANCEIRO 
NACIONAL 
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Atualmente, exige-se que as empresas busquem proteger seus ativos contra riscos 
previsíveis, pois esses podem comprometer o negócio, causar danos sociais e 
políticos. Nesse sentido, subentende-se que há, necessariamente, um compro-
misso tácito entre a empresa, empregados, fornecedores, clientes, acionistas com 
a sociedade e o meio ambiente.
A melhor forma de prevenir os riscos é a análise constante dos processos, o 
monitoramento do negócio, a percepção de cenários e a manutenção permanente 
das pessoas mobilizadas contra eventuais ocorrências.
Além da necessidade de reduzir ocorrências de danos, é indispensável que 
haja organização e coordenação com o esforço corporativo para:
• Verificar o nível de segurança da empresa e indicar as possíveis ameaças;
• Demonstrar o custo-benefício entre o valor e os eventuais danos que 
poderão ser evitados, com uma segurança melhor;
• Reconhecer quais são os recursos necessários que poderão evitar 
possíveis ocorrências, que resultariam em perdas, diretamente, nos 
negócios, no resultado econômico ou na imagem da organização ou 
em todos os casos, conjuntamente.
Os representantes de empresas do segmento bancário estão conscientes de que a 
segurança é necessária para a manutenção de seus valores, uma vez que as perdas 
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SEGURANÇA 
BANCÁRIA 
 
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influenciam, diretamente, no resultado. A legislação, por sua vez, obriga a adoção 
de requisitos de segurança. Isso evidencia que as organizações financeiras são 
obrigadas a investir, continuadamente, em segurança.
Diante disso, não podemos mais tratar a segurança como uma estrutura es-
pecífica, mas como uma atividade sistematizada, partindo do pressuposto de 
integração em todos os níveis e segmentos institucionais. Além dos recursos de 
segurança que são impostos por leis e, obrigatoriamente, adotados pelas institui-
ções financeiras, as organizações financeiras podem utilizar outros métodos de 
acordo com suas estratégias de segurança.
A autorização de funcionamento do estabelecimento vincula-se, diretamente, 
à aprovação do plano de segurança pelo Departamento de Polícia Federal. O 
Plano de segurança é um documento exigido pela Lei n. 7.102/83 (BRASIL, 
1983a, on-line) e regulamentado pela Portaria 387/2006 (BRASIL, 2006, on-li-
ne) para todas as instituições financeiras, que guardam objetos de valor e fazem 
movimentação de numerário.
No Plano de Segurança, devem constar, expressa e detalhadamente, as condi-
ções e os elementos. É necessário, também, abordar os seguintes itens:
• Vigilância armada: tem o objetivo de proteger instalações, bens, nume-
rário, pessoas e é exigida por lei. Devem constar, no Plano de Segurança, 
o posicionamento dos vigilantes e a postura ostensiva. Seu trabalho é 
obrigatório, durante todo o período de atendimento ao público, e facul-
tativo, nos demais horários.
• Sistemas de alarme: é um equipamento exigido por lei, que possui 
ação preventiva e ostensiva. Seu intuito é informar, rapidamente, à 
polícia ou à central de monitoramento a presença de pessoas em am-
biente ou horário não permitido.
• Porta com detector de metais (PDM): é um equipamento preventivo e 
de ação ostensiva, capaz de identificar metais; possui um mecanismo que 
trava a porta, impedindo o acesso de pessoas em áreas protegidas. A Por-
taria 387/06 da Polícia Federal estabelece que todos os estabelecimentos 
financeiros, que possuem PDM, devem possuir detector de metais manual.
• Sistema interno de televisão (CFTV): é um sistema eletrônico de segu-
rança preventiva e ostensiva, com o objetivo de inibir e identificar ocor-
rências irregulares. Deve permanecer em funcionamento ininterrupto.
• Fechadura eletrônica de tempo programável para cofre e escudo: 
equipamento que permite a programação de horário para abertura do 
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cofre, possui função de retardamento da abertura em 15 minutos. Utili-
za-se durante o expediente.
• Escudo blindado: é um anteparo blindado com visor. Neste, localiza-se 
o vigilante. Deve se fixar em um espaço estratégico definido e indicado 
no plano de segurança.
• Controle de acesso: o sistema utiliza critérios pré-configurados para 
identificação, posteriormente, registra todas as utilizações com o intuito 
de identificar, permitir ou negar o acesso.
• Demais dispositivos e equipamentos de segurança.
Além dos itens descritos, a Portaria 387/06 (BRASIL, 2006, on-line) determina que 
as instituições financeiras sejam providas, obrigatoriamente, de vigilância armada e 
sistema de alarme, um dos dispositivos elencados, que consta no Plano de Seguran-
ça. São obrigatórios os coletes a prova de bala para os vigilantes, detector manual 
de metais e vigilância armada no ambiente de autoatendimento, durante o horário 
de atendimento ao público.
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Conforme explanado, a Lei n. 7.102/83 (BRASIL, 1983a, on-line) determina que 
as instituições financeiras possuam um sistema de segurança com pessoas, ade-
quadamente, preparadas, os vigilantes. Logo, trata-se de uma obrigação de todos 
os estabelecimentos financeiros para, assim, manter a vigilância ininterrupta, 
durante todo o horário de atendimento ao público.
Por tratar-se de local que armazena valores e há movimentação de nume-
rários, é evidente que se refere a um local visado pelos criminosos e, por isso, 
exige do profissional da segurança bancária uma atuação atenta para garantir a 
prevenção e a proteção das pessoas que utilizam o local e o patrimônio.
Para garantir uma boa vigilância, o profissional da segurança bancária 
deve, sempre, posicionar-se em locais estratégicos, que lhe permite um me-
lhor ângulo de visão, mantendo sua retaguarda protegida. Os deslocamentos 
para fazer a rendição do ponto estratégico, por sua vez, as cabines ou simi-
lares, devem ser feitos em horários de menor movimento, sem seguir uma 
rotina, mantendo, sempre, as costas abertas, o coldre aberto e a mão na arma, 
a arma no coldre e o dedo fora do gatilho.
A segurança das instituições financeiras é fundamental para que as pes-
soas possam utilizar os serviços tranquilamente. Os profissionais de segu-
rança que atuam nesses locais devem ser bem treinados. Para garantir a se-
gurança, é preciso ter atenção aos mínimos detalhes, desde o funcionamento 
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PROFISSIONAL DA 
SEGURANÇA 
BANCÁRIA 
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de equipamentos até o procedimento em casos de ações e movimentações 
internas. Além do citado, o profissional da segurança bancária deve possuir 
características como as descritas a seguir.
a) Boa apresentação pessoal: entende-se, nesse caso, como aparência física, 
isto é, a postura profissional e a higiene pessoal. O profissional da segu-
rança bancária deve ter profissionalismo para transmitir a sensação de 
segurança, nos locais que prestam serviços. Atentar-se, sempre, quanto à 
forma de falar, evitar extravagâncias e informalidades e apresentar-se de 
modo conservador e sóbrio.
b) Cordialidade e simpatia: a cordialidade e a simpatia são atributos es-
senciais para esse tipo de atividade, porque, além de importantes para a 
imagem da empresa que representam, asseguram que as normativas de 
segurança sejam realizadas sem acarretar desentendimentos desneces-
sários. O profissional de segurança bancária deve saber negar de forma 
firme, convincente e cordial, fazendo-se cumprir o regulamento da or-
ganização descumprido. O Profissional, também, sempre, atentar-seno 
utilizador dos serviços, que o procura para tirar uma dúvida, sendo o 
mais atencioso possível. Ao fazer cumprir uma ordem, não demonstrar 
arrogância, autoritarismo ou grosseria.
c) Disciplina e responsabilidade: o profissional de segurança bancária 
deve ser responsável e disciplinado, possuir a capacidade de realizar ro-
tinas e procedimentos que lhe incumbe. Nesse ramo, é, estritamente, ne-
cessário esse comportamento, tendo em vista a jornada de trabalho, até 
12 horas ininterruptas de trabalho, e, na maioria das vezes, sem muita 
ação. Desse modo, é, extremamente, difícil manter-se, sempre, atento, sem 
desviar de suas atribuições.
d) Atenção visual e boa memória: essa característica diz respeito à percep-
ção de alterações no ambiente, como lâmpadas que deveriam estar acesas 
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ou apagadas, portões ou janelas que deveriam estar fechados, pessoas 
ou carros que passam, frequentemente, à frente do estabelecimento. A 
facilidade em gravar fisionomias, placas, marcas, modelos, cores e carac-
terísticas de veículos facilitam a investigação ou prevenção, em casos de 
tentativa de furtos ou assaltos. Dessa forma, a capacidade de memória 
visual e atenção é requisito indispensável para um bom profissional.
e) Sigilo e discrição: o profissional de segurança deve manter absoluto si-
gilo de informação, uma vez que pode colocar os patrimônios, os clientes, 
os funcionários e a si próprio em risco. Em hipótese nenhuma, pode ha-
ver comentários acerca do sistema de segurança utilizado; informações 
a respeito dos transportes de valores e entrada e saída de grandes fluxos 
de valores ou comentários de clientes que levantam grandes quantidades 
de valores em espécie. Evitar passar informações por telefone, mesmo que 
a pessoa se identifique, se considerar as perguntas específicas e relacio-
nadas à segurança. Atentar-se, no momento da contratação, observando 
se o futuro funcionário é curioso e falador, pois o bom profissional deve 
manter, sempre, a discrição.
f) Boa comunicação: o profissional deve saber se comunicar, tanto verbal-
mente quanto de forma escrita, evitar gírias e erros de português, sempre, 
fazer-se entender, expressando-se corretamente e de forma simples, com 
tom de voz adequado. 
g) Boa capacidade de reação: em casos de situações de emergência, o pro-
fissional de segurança não pode entrar em estado de “choque”, tem que 
pensar racionalmente e rapidamente para amenizar a situação.
Além das características elencadas, outras que agreguem valor a prestação de ser-
viço do profissional de segurança bancária são válidas e devem ser consideradas, 
como diferencial, pelo gestor em segurança, ao contratar um novo profissional.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta primeira unidade, aprendemos o contexto histórico que gerou a necessida-
de de criar e regulamentar a segurança privada e, consequentemente, a segurança 
bancária e a construção histórica das legislações relacionadas a ambas.
Além disso, abordou-se a segurança privada e a segurança pública, vistas 
como complementares, evidenciando que a segurança pública detém o domínio e 
a regulação da segurança privada. Observamos, também, que a segurança pública 
não consegue manter a segurança nacional, necessita do auxílio da segurança 
privada em determinados casos, como a segurança bancária.
Quanto ao sistema financeiro nacional, discutimos a sua definição; es-
trutura parte histórica e o tema mais importante: a diferença entre agência 
bancária e instituição financeira. A segurança bancária presta, essencial-
mente, serviços nas agências bancárias e, ocasionalmente, nas instituições 
financeiras. Nas agências bancárias, constatou-se a maior concentração e 
movimentação de numerários em espécie.
Vimos, ainda, o que é a segurança bancária, os requisitos para funciona-
mento de uma agência bancária, os documentos e equipamentos necessários 
para aprovação do sistema de segurança pela Polícia Federal e as legislações 
que normatizam essas regras.
Por último, discutimos o papel do profissional de segurança privada, a legisla-
ção que determina a utilização desse tipo de serviço e as principais características 
de um bom profissional desse ramo. 
Esperamos que esses conteúdos tenham despertado a curiosidade por temas 
relacionados à segurança bancária e que os assuntos abordados tenham colabo-
rado para o seu crescimento profissional.
Até a próxima unidade!
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na prática
1. O governo militar outorgou o Decreto-Lei Federal n. 1.034, que foi uma das primeiras 
leis que discutia o tema segurança privada. Assinale a alternativa que apresenta, 
corretamente, o ano de promulgação da referida lei.
a) 1969.
b) 1992.
c) 1973.
d) 1987.
e) 1953.
2. A profissão do vigilante surgiu em 1820, nos Estados Unidos, criada por Allan Pin-
kerton, quando este reuniu um grupo de homens, com o intuito de proteger o 
presidente dos Estados Unidos da época. Quem era esse presidente?
Assinale alternativa correta:
a) George Washington.
b) John Fitzgerald Kennedy.
c) Abraham Lincoln.
d) George Herbert Walker Bush.
e) Barack Hussein Obama II.
3. A Lei n. 9.017/95, para complementar as normas sobre segurança privada, atribuiu 
à Polícia Federal a exclusividade pela normatização, controle e fiscalização. Para 
prestar tal serviço, qual órgão foi criado?
Assinale alternativa correta:
a) Divisão de Controle de Segurança Privada (DCSP).
b) Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN).
c) Confederação Nacional dos Trabalhadores em Vigilância (CNTV).
d) Associação das Empresas de Transporte de Valores (ABTV).
e) Associação Brasileira de Profissionais em Segurança Orgânica (ABSO).
30
na prática
4. O Art. 144 da Constituição Federal do Brasil estabelece que a segurança pública é 
dever do Estado por meio de quais órgãos?
 Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) Polícia federal, rodoviária federal e ferroviária federal.
( ) ANVISA, ANATEL, PETROBRÁS.
( ) Polícia civil, militar e corpo de bombeiros.
Assinale a alternativa correta:
a) V; V; F.
b) F; F; V.
c) V; F; V.
d) F; F; F.
e) V; V; V.
5. Sabemos que, atualmente, a segurança bancária é fundamental e, para isso, as 
agências bancárias precisam de profissionais qualificados. Explique as características 
do profissional da segurança bancária. 
31
aprimore-se
CONTRASP DIVULGA PESQUISA NACIONAL DE ATAQUE A BANCOS E 
CARROS-FORTES DE 2016
O Brasil foi alvo de 5,68 ataques a bancos por dia em 2016. É o que revela a última 
edição da Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos e Carros-fortes, realizada pela 
CONTRASP – Confederação Nacional dos Trabalhadores de Segurança Privada, pela 
Federação dos Vigilantes do Paraná e pelo SindVigilantes Curitiba.
A Pesquisa revelou o total de 2082 ataques a bancos em 2016, entre assaltos, ex-
plosões e arrombamentos. A mesma Pesquisa também contabiliza os sinistros a 
carros-fortes, que fechou o ano com 65 ataques no país.
Liderando o ranking, está o estado de São Paulo com 305 ataques a bancos, se-
guido de Minas Gerais, com 295. Os dois estados também lideraram o ranking de 
2015, na mesma ordem.
Em 2016, o Paraná subiu de quarta para a terceira posição com 206 ataques, segui-
do do Rio Grande Sul com 202, Pernambuco com 164, Paraíba com 116 e Bahia com 
93. Em último lugar está Roraima, com 3 ataques – mas que obteve o aumento de 
200% em relação a 2015.
São Paulo também chefia o cargo de primeiro lugar no ranking de ataques a carros-for-
tes no Brasil, com 17 ocorrências. Seguido de Pernambuco com 9 ataques (aumento 
de 50% em relação a 2015), Bahia com 7 e Piauí e Ceará, ambos registrados 5 sinistros.
Aumento da violência
Se comparado aos dados de 2015, observa-se uma sensível redução no número de 
ataques, entre 2015 e 2016. Entretanto, a forma dos ataques tem se mostrado cada 
vez mais violentos, o que aumenta o risco de morte ao trabalhador.
A retirada dos caixas eletrônicos nos comércios fez com que migrassem os ataques 
e aumentasse a violências nas agências bancárias. Bandidoscom poder bélico su-
perior a dos vigilantes e da polícia estão aterrorizando profissionais da segurança 
privada, bancários, policiais, transeuntes e a população em geral – principalmente, 
daqueles que residem nas proximidades das agências bancárias, devido ao tama-
32
aprimore-se
nho da explosão dos caixas eletrônicos que chegam a destruir a agência inteira.
“Como os banqueiros não tem coração, tem cofre, nada fizeram para aumentar a segu-
rança de suas agências e muito menos se preocuparam com a vida de seus funcionários 
e usuários dos sistemas financeiros”, declara João Soares, Presidente da CONTRASP.
Antes nas investidas de arrombamento aos caixas eletrônicos participavam dois indiví-
duos, utilizando maçarico ou bananas de dinamites em pouca quantidade. Agora qua-
drilhas fortemente armadas, fecham cidades, explodem os caixas e espalham horror por 
onde passam, principalmente em cidades pequenas as quais o efetivo policial é baixo.
Vigilantes pedem socorro
A violência tem feito milhares de trabalhadores vítimas dos ataques ao sistema fi-
nanceiro. As doenças da mente fazem parte do saldo desta violência e muitos per-
dem a vida ou não conseguem mais retornar às suas atividades. Em 2016 os ataques 
a banco fizeram 189 vítimas, resultando em 14 mortes. Até quando os vigilantes 
farão parte desta estatística?
Troca de armamento e a extensão do porte de arma
Sendo uma extensão da segurança pública no país, a segurança privada enfrenta 
criminosos com armamentos pesados, que realizam assaltos cinematográficos. En-
quanto bandidos se munem com armamentos de guerra, desde 1983 não há uma 
atualização no armamento dos vigilantes. Eles protegem o patrimônio e a vida com 
uma pistola .38 e calibre 12 quando em carro-forte; motivo de piada aos criminosos.
O risco de morte que os vigilantes enfrentam em sua jornada de trabalho e também fora 
dela – familiares dos vigilantes estão sendo sequestrados para forçar a ‘colaboração’ nos 
roubos, levou a criação de Campanhas Nacionais pela troca de armamentos e extensão 
do porte de arma aos vigilantes. Uma esperança está no PLS 16/2017, que autoriza ao 
vigilante o uso da pistola calibre. 40 e, quando em transporte de valores, o fuzil 5,56mm.
Fonte: CONTRASP (2016, on-line)1 
33
eu recomendo!
Assalto ao Banco Central
Ano: 2011
Sinopse: Barão (Milhem Cortaz) teve a grande ideia de ganhar 
muito dinheiro em pouco tempo, cometendo um crime perfeito, 
sem violência. Para tanto, basta arrumar as pessoas certas, dis-
postas a receber R$ 2 milhões, botar o plano em prática e execu-
tar a façanha. Após cerca de três meses de operação, R$ 164,7 mi-
lhões foram roubados do Banco Central, em Fortaleza, no Ceará. 
Sem dar um único tiro, sem disparar um alarme, os bandidos entraram e saíram 
por um túnel de 84 metros cavado sob o cofre, carregando três toneladas de di-
nheiro. Foi o segundo maior assalto a banco do mundo.
filme
Os links, a seguir, trazem planilhas relacionadas a ataques a banco e a carros 
fortes no Brasil até 2016.
Web: http://contrasp.org.br/wp-content/uploads/2017/04/bancos2016.pdf
Web: http://contrasp.org.br/wp-content/uploads/2017/04/carroforte2016.pdf
conecte-se
2
PLANO DE ESTUDO 
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Regulamentação de proce-
dimento de segurança bancária • Planejamento de medidas preventivas para a segurança bancária • 
Regulamentação de procedimento de transporte de valores • Planejamento de medidas preventivas 
de transporte de valore • Serviços orgânicos de vigilância patrimonial e/ou transporte de valores.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
• Apresentar a legislação inerente à atividade bancária • Apresentar a legislação inerente à transporte 
de valores • Compreender a sistemática das Leis aplicadas • Demonstrar os procedimentos de segu-
rança bancária e de transportes de valores • Diferenciar transporte de valores de serviços orgânicos de 
transporte de valores.
LEGISLAÇÃO DA 
SEGURANÇA
BANCÁRIA
e Transporte de Valores
PROFESSORA 
Esp. Juliane Moreira Rocha
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), nesta segunda unidade, aprenderemos um pouco sobre a 
regulamentação de procedimento de segurança bancária e dos transportes 
de valores, com o intuito de preparar o gestor em segurança bancária para 
compreender toda a sistemática das leis relacionadas à segurança bancária 
e ao transporte de valores.
Trataremos, também, nesta unidade, sobre as principais legislações per-
tinentes ao tema, bem como os decretos e portarias emitidos pela Polícia 
Federal e demais órgãos de regulamentação do Estado.
Apresentaremos a você a melhor forma de planejar medidas preventi-
vas tanto no âmbito da segurança bancária como no âmbito do transporte 
de valores, dessa forma, especificaremos as legislações que determinam 
como cada procedimento deve ser feito e, ainda, demonstraremos o que 
fazer em caso de suspeita de lavagem de dinheiro, quais os procedimentos, 
quais órgãos avisar e quais documentos emitir e os prazos para tal.
Explicaremos, detalhadamente, as legislações, que contém as documen-
tações necessárias, autorizações dos órgãos públicos, tipos de equipamen-
tos necessários para abrir uma agência bancária e as quantidades de valores 
que determinam maior ou menor quantidade de pessoal para transporte 
de valores e tipos de equipamento.
Diferenciaremos o transporte de valores de segurança orgânica do trans-
porte de valores, onde o primeiro é uma empresa terceirizada contratada, 
mediante contrato de prestação de serviços, para fazer a atividade, e a qual 
podemos fornecer serviços para diversas empresas; o segundo trata da equipe 
interna de transporte de valores, ou seja, conta com a equipe de vigilantes, fun-
cionários registrados, que só prestam serviços para a empresa que trabalham.
Esperamos que você possa agregar mais conhecimento com essa segun-
da unidade e apreciar e compreender os temas abordados. Bons estudos!
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REGULAMENTAÇÃO DE 
PROCEDIMENTOS DE 
Segurança Bancária 
A principal regulamentação sobre segurança é a Lei n. 7.102, de 20 de junho de 1983 
(BRASIL, 1983a, on-line), sancionada pelo Presidente João Figueiredo, que dispõe sobre 
a segurança para estabelecimentos financeiros. A referida lei, em seu Art. 1º, traz algu-
mas determinações específicas para que as instituições financeiras possam funcionar:
 “ Art. 1º É vedado o funcionamento de qualquer estabelecimento fi-nanceiro onde haja guarda de valores ou movimentação de nume-rário, que não possua sistema de segurança com parecer favorável à 
sua aprovação, elaborado pelo Ministério da Justiça, na forma desta 
lei. (BRASIL, 1983a, on-line)
As agências bancárias só podem começar a funcionar, ou seja, ter atendimento ao públi-
co e armazenar valores, se possuírem um sistema de segurança autorizado pelo minis-
tério da Justiça, o qual deve ser enviado por meio do protocolo do Plano de Segurança.
O parágrafo 1º determina o que são estabelecimentos financeiros:
 “ § 1o Os estabelecimentos financeiros referidos neste artigo com-preendem bancos oficiais ou privados, caixas econômicas, socie-dades de crédito, associações de poupança, suas agências, postos 
de atendimento, subagências e seções, assim como as cooperativas 
singulares de crédito e suas respectivas dependências.
(BRASIL, 1983a, on-line). 
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Os parágrafos 2º e 3º informam que, por ter menor circulação financeira, as coo-
perativas singulares de crédito e suas dependências têm procedimentos mais sim-
ples, ou seja, se a cooperativa ficar dentro de um edifício que já possua estrutura 
de segurança, o sistema de segurança será dispensado. Dentro dessas condições, 
será necessário apenas a elaboração de um plano de segurança e, caso haja invia-
bilidade econômica, a contratação de vigilantes será dispensada:
 “ § 2o O Poder Executivo estabelecerá, considerando a reduzida cir-culação financeira, requisitos próprios de segurança para as coope-rativas singulares de crédito e suas dependênciasque contemplem, 
entre outros, os seguintes procedimentos:
I – dispensa de sistema de segurança para o estabelecimento de coo-
perativa singular de crédito que se situe dentro de qualquer edifica-
ção que possua estrutura de segurança instalada em conformidade 
com o art. 2o desta Lei;
II – necessidade de elaboração e aprovação de apenas um único 
plano de segurança por cooperativa singular de crédito, desde que 
detalhadas todas as suas dependências;
III – dispensa de contratação de vigilantes, caso isso inviabilize eco-
nomicamente a existência do estabelecimento.
§ 3o Os processos administrativos em curso no âmbito do Depar-
tamento de Polícia Federal observarão os requisitos próprios de 
segurança para as cooperativas singulares de crédito e suas depen-
dências (BRASIL, 1983a, on-line).
O Art. 2º, para complementar o primeiro, afirma que as instituições financeiras 
devem possuir vigilantes e alarme capaz de permitir comunicação entre a agên-
cia e outra instituição, ou com a empresa de vigilância, ou com a polícia e, pelo 
menos, mais um dos dispositivos de segurança elencados nos incisos I, II e III:
 “ Art. 2º - O sistema de segurança referido no artigo anterior inclui pessoas adequadamente preparadas, assim chamadas vigilantes; alarme capaz de permitir, com segurança, comunicação entre o es-
tabelecimento financeiro e outro da mesma instituição, empresa de 
vigilância ou órgão policial mais próximo; e, pelo menos, mais um 
dos seguintes dispositivos:
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I - equipamentos elétricos, eletrônicos e de filmagens que possibi-
litem a identificação dos assaltantes;
II - artefatos que retardem a ação dos criminosos, permitindo sua 
perseguição, identificação ou captura; e
III - cabina blindada com permanência ininterrupta de vigilante du-
rante o expediente para o público e enquanto houver movimentação 
de numerário no interior do estabelecimento (BRASIL, 1983a, on-line). 
Em 2018, o Art. 2-A fora incluído por meio da Lei n. 13.654 (BRASIL, 2018, on-
-line), que determina que todas as instituições financeiras que foram autorizadas 
a funcionar pelo Banco Central do Brasil e que fornecem caixas eletrônicos aos 
seus clientes devem, obrigatoriamente, instalar equipamentos dentro dos caixas 
eletrônicos que inutilizem as cédulas em caso de arrombamento, movimentos 
bruscos ou alta temperatura, bem como especifica em seu parágrafo 1º, que pode 
ser utilizada qualquer tecnologia desde que não prejudique a pessoa de boa-fé 
que esteja utilizando o equipamento. 
 “ Art. 2º-A As instituições financeiras e demais instituições autori-zadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, que colocarem à disposição do público caixas eletrônicos, são obrigadas a instalar 
equipamentos que inutilizem as cédulas de moeda corrente depo-
sitadas no interior das máquinas em caso de arrombamento, movi-
mento brusco ou alta temperatura.
§ 1º Para cumprimento do disposto no caput deste artigo, as institui-
ções financeiras poderão utilizar-se de qualquer tipo de tecnologia 
existente para inutilizar as cédulas de moeda corrente depositadas 
no interior dos seus caixas eletrônicos, tais como:
I – tinta especial colorida;
II – pó químico;
III – ácidos insolventes;
IV – pirotecnia, desde que não coloque em perigo os usuários e 
funcionários que utilizam os caixas eletrônicos;
V – qualquer outra substância, desde que não coloque em perigo os 
usuários dos caixas eletrônicos.
§ 2º Será obrigatória a instalação de placa de alerta, que deverá ser 
afixada de forma visível no caixa eletrônico, bem como na entrada 
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da instituição bancária que possua caixa eletrônico em seu interior, 
informando a existência do referido dispositivo e seu funcionamento.
§ 3º O descumprimento do disposto acima sujeitará às instituições 
financeiras infratoras às penalidades previstas no art. 7º desta Lei 
(BRASIL, 2018, on-line). 
Os parágrafos 2º e 3º informam a necessidade de instalação de placas de alerta, 
informando que existe e está em funcionamento o dispositivo de segurança nos 
caixas eletrônicos e que, em caso de descumprimento desse Art., as instituições 
financeiras poderão sofrer penalidades que foram previstas no Art. 7º, que vão 
de uma simples advertência até a interdição do estabelecimento: 
 “ Art. 7º O estabelecimento financeiro que infringir disposição desta lei ficará sujeito às seguintes penalidades, conforme a gravidade da infração e levando-se em conta a reincidência e a condição 
econômica do infrator
I - advertência;
II - multa, de mil a vinte mil Ufirs;
III - interdição do estabelecimento (BRASIL, 1983a, on-line).
O Art. 2-A, em seu parágrafo 4º, traz a forma de implantação desse sistema de segurança:
 “ § 4º As exigências previstas neste artigo poderão ser implantadas pelas instituições financeiras de maneira gradativa, atingindo-se, no míni-mo, os seguintes percentuais, a partir da entrada em vigor desta Lei:
I – nos municípios com até 50.000 (cinquenta mil) habitantes, 50% 
(cinquenta por cento) em nove meses e os outros 50% (cinquenta 
por cento) em dezoito meses;
II – nos municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) até 
500.000 (quinhentos mil) habitantes, 100% (cem por cento) em 
até vinte e quatro meses;
III – nos municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habi-
tantes, 100% (cem por cento) em até trinta e seis meses.
(BRASIL, 1983a, on-line).
A implantação gradativa dos sistemas de segurança é uma forma de ajudar as insti-
tuições a cumprir a lei, dando a elas tempo hábil para se adaptarem às novas regras.
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PLANEJAMENTO DE 
MEDIDAS
PREVENTIVAS PARA 
a Segurança Bancária 
O gestor de segurança deve criar estratégias a partir de um método, que facilite e 
contribua para que a segurança atinja os objetivos preestabelecidos. As medidas 
preventivas têm o intuito de proteger as pessoas, instalações, produtos, funcio-
nários, informações, entre outros, e, para isso, as instituições financeiras devem 
procurar recursos de segurança compatíveis com os riscos identificados e ana-
lisados no planejamento fornecido pelo gestor de segurança, o qual deve conter, 
também, os custos e os investimentos.
O gestor deve estar em contato com as gerências e responsáveis pelos setores 
de organização e, juntos, desenvolver medidas preventivas e educativas, sempre 
com o objetivo de eliminar ou controlar os riscos existentes na sua origem.
Para fornecer um planejamento completo, o gestor de segurança deve se aten-
tar a alguns itens obrigatórios: a) segurança é prevenção; b) segurança completa 
só é possível por meio de treinamento, conscientização e responsabilidade com-
partilhada; c) investimento em segurança deve estar atrelado a análise de risco 
e à relação custo benefício dos meios a serem empregados; e, d) as medidas de 
segurança não devem impedir a atividade normal.
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Além dos itens elencados, o gestor deve se preocupar em criar ativi-
dades, como palestras sobre cuidados relacionados à segurança pessoal, 
projetos de segurança pessoal para visitantes e medidas de rotina, como 
controles de acesso, vigilância ostensiva, atendimento de emergência mé-
dica e combate a incêndios e explosões.
Para garantir a segurança de patrimônio e dos colaboradores, o gestor deve 
desenvolver um levantamento e análise de riscos. Com base nessas informações, 
deve criar um projeto e planos de segurança, implantar um sistema integrado de 
segurança, em conjunto com os recursos humanos, tecnológicos e normativos, 
divulgar práticas de segurança sempre, desenvolver planos de gestão de crises em 
casos de greves, furtos, roubos acidentes e outros.
O gestor deve se preocupar com o possível vazamento de informações para 
garantir a segurança desse setor, deve participar do processo de seleção dos novos 
funcionários sempre verificando os antecedentes pessoais, fazer palestras e/ou 
reuniões divulgando metodologias de proteção da informação, fazer fiscalização 
e segurança física no caso de transferênciade informações, fiscalizar se todos os 
procedimentos preestabelecidos estão sendo cumpridos e abrir sindicância em 
casos de suspeita de vazamento de informações.
Ademais, é de suma importância que o gestor de segurança crie metas a serem 
cumpridas por todos os colaboradores, tais como:
• Conscientizar todos os envolvidos sobre a necessidade de realizar todos 
os procedimentos de segurança de acordo com seu cargo e setor.
• Assegurar o maior índice de identificação de colaboradores com acesso 
à instituição financeira.
• Assegurar o maior índice de vistoria em documentos e materiais.
• Fiscalizar 100% do perímetro da instituição financeira.
• Assegurar o maior índice em casos de atendimento de emergências.
• Auferir o maior índice de qualidade da comunicação entre os departamentos.
• Diminuir as ocorrências de parada no controle de acesso por erros administrativos.
• Subir o nível de satisfação dos clientes e dos colaboradores.
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REGULAMENTAÇÃO DE 
PROCEDIMENTOS DE 
Transporte de Valores 
A Lei n. 7.102/83 que, além de dispor acerca da segurança para estabelecimentos 
financeiros, estabelece, também, normas para a constituição e funcionamento das 
empresas particulares que explorem serviços de vigilância de valores. Vejamos:
 “ Art. 3º A vigilância ostensiva e o transporte de valores serão executados:I - por empresa especializada contratada; ouII - pelo próprio estabelecimento financeiro, desde que organizado e prepa-
rado para tal fim, com pessoal próprio, aprovado em curso de formação de 
vigilante autorizado pelo Ministério da Justiça e cujo sistema de segurança 
tenha parecer favorável à sua aprovação emitido pelo Ministério da Justiça.
Parágrafo único. Nos estabelecimentos financeiros estaduais, o ser-
viço de vigilância ostensiva poderá ser desempenhado pelas Polícias 
Militares, a critério do Governo da respectiva Unidade da Federação 
(BRASIL, 1983a, on-line).
O Art. 3º é bem taxativo quanto a quem pode fazer o transporte de valores. O 
serviço só poderá ser realizado por empresa especializada ou pelo próprio esta-
belecimento financeiro desde que tenha capacidade para o serviço.
O único diferencial é no caso de estabelecimentos financeiros estaduais, os 
quais a vigilância fica a cargo dos Policiais Militares se o Governo do Estado assim 
determinar, como bem especificado no parágrafo único do Art. 3º.
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Nos Arts. 4º e 5º, há a especificação de como será realizado o transporte de 
acordo com a quantidade de numerário:
 “ Art. 4º O transporte de numerário em montante superior a vinte mil Ufir, para suprimento ou recolhimento do movimento diário dos estabelecimentos financeiros, será obrigatoriamente efetuado em 
veículo especial da própria instituição ou de empresa especializada.
Art. 5º O transporte de numerário entre sete mil e vinte mil Ufirs 
poderá ser efetuado em veículo comum, com a presença de dois 
vigilantes (BRASIL, 1983a, on-line). 
Na maioria dos casos, enquadra-se o Art. 4º, onde o transporte deve ser realizado 
por veículo especial. Em casos excepcionais, poderá ser feito o transporte em veículo 
comum, desde que o valor seja baixo e que conte com a presença de dois vigilantes. 
O Art. 10º indica quais são as atividades desenvolvidas com prestação de 
serviço privativas da segurança privada e traz outras disposições:
 “ Art. 10. São considerados como segurança privada as atividades desenvolvidas em prestação de serviços com a finalidade de:I - proceder à vigilância patrimonial das instituições financeiras 
e de outros estabelecimentos, públicos ou privados, bem como a 
segurança de pessoas físicas;
II - realizar o transporte de valores ou garantir o transporte de qual-
quer outro tipo de carga.
§ 1º Os serviços de vigilância e de transporte de valores poderão ser 
executados por uma mesma empresa.
§ 2º As empresas especializadas em prestação de serviços de segu-
rança, vigilância e transporte de valores, constituídas sob a forma 
de empresas privadas, além das hipóteses previstas nos incisos do 
caput deste artigo, poderão se prestar ao exercício das atividades de 
segurança privada a pessoas; a estabelecimentos comerciais, indus-
triais, de prestação de serviços e residências; a entidades sem fins 
lucrativos; e órgãos e empresas públicas.
§ 3º Serão regidas por esta lei, pelos regulamentos dela decorrentes 
e pelas disposições da legislação civil, comercial, trabalhista, previ-
denciária e penal, as empresas definidas no parágrafo anterior.
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§ 4º As empresas que tenham objeto econômico diverso da vigi-
lância ostensiva e do transporte de valores, que utilizem pessoal 
de quadro funcional próprio, para execução dessas atividades, 
ficam obrigadas ao cumprimento do disposto nesta lei e demais 
legislações pertinentes.
§ 5º (Vetado).
§ 6º (Vetado) (BRASIL, 1983a, on-line). 
O parágrafo 1º afirma que a mesma empresa pode prestar os serviços de vigilância 
e transporte de valores. Quanto ao parágrafo 3º, afirma que todas as empresas de 
segurança, enquadradas nesta Lei, respondem, também, às leis cíveis, comerciais, 
trabalhistas, previdenciárias e penais.
Do Art. 11 ao 15, a lei traz algumas regras, por exemplo, somente brasileiros 
natos e naturalizados podem ser donos ou administrar empresas de segurança; 
todos os funcionários não podem ter antecedentes criminais registrados; o capital 
social para abertura da empresa possui valor mínimo e deve ser integralizado, 
sendo que o Art. 14 elenca condições essenciais para que as empresas funcionem 
nos Estados e no Distrito Federal, e o Art. 15 determina a função de vigilante:
 “ Art. 11 - A propriedade e a administração das empresas especializa-das que vierem a se constituir são vedadas a estrangeiros.Art. 12 - Os diretores e demais empregados das empresas especiali-
zadas não poderão ter antecedentes criminais registrados.
Art. 13 - O capital integralizado das empresas especializadas não 
pode ser inferior a cem mil Ufirs.
Art. 14 - São condições essenciais para que as empresas especializa-
das operem nos Estados, Territórios e Distrito Federal:
I- autorização de funcionamento concedida conforme o art. 20 
desta Lei; e
II- comunicação à Secretaria de Segurança Pública do respectivo 
Estado, Território ou Distrito Federal.
Art. 15 - Vigilante, para os efeitos desta lei, é o empregado contra-
tado para a execução das atividades definidas nos incisos I e II do 
caput e §§ 2º, 3º e 4º do art. 10 (Redação dada pela Lei nº 8.863, de 
1994) (BRASIL, 1983a, on-line). 
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Além da lei transcrita, o transporte de valores, também, obedece a Portaria 387/06 
da Polícia Federal, que garante os direitos no Art. 117.
 “ Art. 117. Assegura-se ao vigilante:I – o recebimento de uniforme, devidamente autorizado, às expensas do empregador;
II – porte de arma, quando em efetivo exercício;
III – a utilização de materiais e equipamentos em perfeito funciona-
mento e estado de conservação, inclusive armas e munições;
IV – a utilização de sistema de comunicação em perfeito es-
tado de funcionamento;
V – treinamento permanente de prática de tiro e de defesa pessoal;
VI – seguro de vida em grupo, feito pelo empregador;
VII – prisão especial por ato decorrente do exercício da atividade. 
(BRASIL, 2006, on-line). 
O Art. 118 são garantidos os deveres dos vigilantes:
 “ Art. 118. São deveres dos vigilantes:I – exercer as suas atividades com urbanidade, probidade e denodo;II – utilizar, adequadamente, o uniforme autorizado, apenas em serviço;
III – portar a Carteira Nacional do Vigilante – CNV;
IV – manter-se adstrito ao local sob vigilância, observando-se as 
peculiaridades das atividades de transporte de valores, escolta ar-
mada e segurança pessoal;
V – comunicar, ao seu superior hierárquico, quaisquer incidentes 
ocorridos no serviço, assim como quaisquer irregularidades relati-
vas ao equipamento que utiliza, em especial quando ao armamento, 
munições e coletes à prova de balas, não se eximindo o empregadordo dever de fiscalização (BRASIL, 2006, on-line).
Outra legislação que regulamenta a atividade das empresas de transporte de va-
lores é a Portaria n. 3.233/2012 – DG/DPF, de 10 de dezembro de 2012.
Os Arts. 49 e 50 tratam da atividade em si, informando quais atividades as 
empresas de transportes estão e não estão autorizadas a fazer. 
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 “ Art. 49. As empresas de transporte de valores não poderão desen-volver atividades econômicas diversas das que estejam autorizadas.§ 1o A autorização para o funcionamento de empresa de transporte 
de valores inclui a possibilidade de realização da vigilância patrimo-
nial de sua matriz, de suas filiais e de suas outras instalações, além 
de outros serviços correlatos ao de transporte de valores.
§ 2º As empresas de transporte de valores poderão prestar servi-
ços de abastecimento e manutenção de caixas eletrônicos, sendo 
vedada a manutenção de caixas eletrônicos não relacionados no 
contrato de abastecimento.
§ 3o As atividades de manutenção de caixas eletrônicos, de instala-
ção, vistoria e atendimento técnico de acionamento de alarmes não 
poderão ser realizadas por vigilante, o qual é responsável, apenas, 
pelas atividades previstas no art. 10 da Lei no 7.102, de 1983.
Art. 50. As empresas de transporte de valores deverão utilizar uma 
guarnição mínima de quatro vigilantes por veículo especial, já in-
cluído o condutor, todos com extensão em transporte de valores 
(BRASIL, 2012). 
O Art. 51 determina que, caso haja transporte em valor igual ou superior a 20.000 
(vinte mil) UFIR, esse transporte deverá ser realizado por veículos especiais de 
posse ou propriedade da empresa transportadora de valores:
 “ Art. 51. No transporte de valores de instituições financeiras, as em-presas de transporte de valores deverão utilizar veículos especiais, de sua posse ou propriedade, nos casos em que o numerário a ser 
transportado seja igual ou superior a 20.000 (vinte mil) UFIR.
§ 1o Nos casos em que o numerário a ser transportado for maior 
que 7.000 (sete mil) e inferior a 20.000 (vinte mil) UFIR, poderá ser 
utilizado veículo comum, de posse ou propriedade das empresas de 
transporte de valores, sempre com a presença de, no mínimo, dois 
vigilantes especialmente habilitados.
§ 2o É vedada a contagem de numerário no local de acesso aos usuá-
rios por ocasião do abastecimento de caixas eletrônicos e outros 
terminais de autoatendimento (BRASIL, 2012). 
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Já o Art. 52 traz os casos excepcionais, onde mesmo o transporte sendo de valor 
igual ou superior a 20.000 (vinte mil) UFIR, será dispensada a utilização do veí-
culo especial, mas, para tanto, a empresa de transporte de valores deverá possuir 
uma autorização específica da Delegacia de Controle de Segurança Privada (De-
lesp) ou Comissão de Vistoria (CV):
 “ Art. 52. Nas regiões onde for comprovada a inviabilidade do uso de veículo especial, as empresas de transporte de valores poderão ser autorizadas pela Delesp ou CV a efetuar o transporte por via aérea, 
fluvial ou por outros meios, devendo:
I - utilizar, no mínimo, dois vigilantes especialmente habilitados;
II - adotar as medidas de segurança necessárias, por ocasião do 
embarque e desembarque dos valores, junto às aeronaves, em-
barcações ou outros veículos;
III - observar as normas da aviação civil, das capitanias de portos 
ou de outros órgãos fiscalizadores, conforme o caso; e
IV - comprovar que possui convênio ou contrato com outra em-
presa de transporte de valores devidamente autorizada, quando 
não possuir autorização na(s) unidade(s) da federação por onde 
necessite transitar durante o transporte.
Parágrafo único. Aplicar-se-á o disposto no caput aos casos em que 
for necessário realizar o transporte intermodal, assim entendido 
aquele realizado por mais de uma modalidade de veículo, quer seja 
aéreo, fluvial ou por qualquer outro meio (BRASIL, 2012). 
Os Arts. 53 e 54 informam que as empresas que transportam valores devem co-
meçar o trajeto, obrigatoriamente, no Estado em que está situada sua sede, caso 
haja a necessidade de alterar o local de prestação de serviços desse veículo, deverá 
ser comunicado, previamente, à Delesp ou CV:
 “ Art. 53. A execução de transporte de valores iniciar-se-á, obriga-toriamente, no âmbito da unidade da federação em que a empresa possua autorização.
Parágrafo único. Inclui-se no serviço de transporte de valores o re-
torno da guarnição com o respectivo armamento e demais equipa-
mentos, com os pernoites estritamente necessários.
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Art. 54. A mudança do local onde o veículo especial estiver operan-
do deverá ser previamente comunicada à Delesp ou CV.
Parágrafo único. Os incidentes relevantes relativos aos veículos es-
peciais, tais como ocorrências de furto e roubo também devem ser 
comunicados à Delesp ou CV no prazo de cinco dias, para fins de 
atualização do sistema de controle (BRASIL, 2012). 
Os Arts. 55 e 56 trazem as informações sobre desativação e reativação dos 
veículos especiais:
 “ Art. 55. A desativação do veículo especial deverá ser comunicada previamente à Delesp ou CV, e a eventual reativação, deverá ser precedida de expedição do certificado de vistoria respectivo, ob-
servando o procedimento previsto nos arts. 24 e 25.
§ 1º No caso de desativação temporária, assim entendida aquela por 
período determinado, não superior a um ano, e com data prevista 
para retorno do veículo à operação, a empresa comunicará à Delesp 
ou CV o motivo da desativação, bem como o local onde o veículo 
especial poderá ser encontrado.
§ 2º Passado o período do § 1º sem que o veículo seja efetivamen-
te reativado, deverá ser procedida à sua desativação definitiva, 
nos termos do caput.
Art. 56. As empresas de transporte de valores e as que possuem ser-
viço orgânico de transporte de valores poderão proceder à alienação 
entre si, a qualquer título, de seus veículos especiais, desde que haja 
a devida comunicação à Delesp ou CV em até cinco dias úteis.
Parágrafo único. O adquirente deverá requerer a renovação dos 
certificados de vistoria correspondentes, observando-se o procedi-
mento previsto nos arts. 24 e 25, dentro do prazo de trinta dias após 
o recebimento do veículo (BRASIL, 2012).
Vale ressaltar que o transporte de valores não envolve somente dinheiro, de 
uma maneira geral, há utilização dessas empresas, tendo em vista o preparo 
destas, para atender atividades que requerem altíssimo grau de segurança, os 
profissionais são altamente treinados e os equipamentos são modernos no 
quesito segurança no transporte. 
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PLANEJAMENTO DE 
MEDIDAS
PREVENTIVAS DE 
Transporte de Valores 
As medidas preventivas, no transporte de valores, são, também, reguladas pela 
Portaria n. 3.233/2012 (BRASIL, 2012). 
O Art. 58 determina que as empresas de transporte de valores devem desenvolver 
e implantar procedimentos de controle para evitar crimes de lavagem de dinheiro: 
 “ Art. 58. As empresas de transporte de valores deverão desenvolver e implementar procedimentos de controle interno, para detectar operações que possam conter indícios dos crimes de que trata a Lei 
9.63, de 1998, ou com eles relacionar-se (BRASIL, 2012).
O Art. 59 elenca uma série de possibilidades em que o Conselho de Controle de 
Atividades Financeiras (Coaf) deve ser notificado sempre que, nas análises de-
senvolvidas pela empresa de transporte de valores, notar mudanças significativas 
nas empresas para quem presta serviços. Vale ressaltar que o prazo para a notificar 
o Coaf é de 24 horas, e a empresa de transporte de valores não pode informar o 
cliente que fez a notificação:
 “ Art. 59. Deverão ser comunicados ao Conselho de Controle de Ati-vidade Financeiras – Coaf, no prazo de vinte e quatro horas, absten-do-se de dar ciência do ato aos clientes, a proposta ou realização de:
I – operações previstas no art. 58;
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II – aumento substancial no volume de bens e valores transportados, sem 
causa aparente, em

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