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Aluna: Clara Lopes TDE Pessoas e bens 1) Vídeo 1: Direito à livre expressão x Direito de imagem Resumo em tópicos: ● Humor é uma espécie de manifestação da liberdade constitucional de expressão. ● Manifestação da liberdade de informação também. ● Humor pode ser usado como forma de sátira política e crítica social. ● O humor é apartidário (não concordo), pois não poupa ninguém. ● Há um risco de censura do humor, logo, a doutrina jurídica, especialmente na Itália e EUA, consagrou o direito de sátira. ● Sátira é a espécie de humor que mais gera conflitos. ● Há situações em que existe um choque do exercício do direito do humor e os direitos da personalidade. ● A liberdade de informação é mais fácil de controlar, já a liberdade de expressão é mais difícil. ● A doutrina precisa identificar ao poder judiciário os parâmetros relevantes para a análise de qual interesse deve prevalecer. ● O judiciário não pode eleger um modo de fazer humor. Análise crítica: A liberdade de expressão está intrinsecamente ligada à democracia, visto sua importância para o acesso à informação e a construção de discussões. Porém, quando se rompe as barreiras de privacidade e honra de outrem é necessário fazer uma análise, se comprovado dano, seu autor deve responder a uma indenização. No humor não é diferente, todavia, a delimitação entre a livre expressão e os direitos da personalidade é mais delicada. Até onde pode ir o humor? É responsabilidade da doutrina estabelecer limites relevantes que auxiliem o judiciário a decidir qual interesse deve prevalecer. Vídeo 2: Direito à Privacidade em Tempos de Pandemia Resumo em tópicos: ● Existe uma preocupação muito grande em relação aos dados pessoais que estão sendo captados no combate à pandemia. O governo de SP anunciou que ia começar a usar os dados dos celulares das pessoas para descobrir onde estava havendo aglomerações. ● Qual a legalidade disso? Como ficaria a destinação desses dados pós pandemia? ● Hoje temos a LGPD, que entraria em vigor em agosto. Porém há pedidos para adiar. ● LGPD: segue o modelo Europeu, não o modelo defendido pelos EUA. Inspirada no modelo italiano. ● Ao contrário do pensamento de muitos, a LGPD estabelece os limites autorizados da exposição de dados, para garantir segurança aos cidadãos. ● É preciso ter atenção para como as empresas que estão auxiliando o governo nesse período de exceção vão se comportar futuramente com os dados que estão armazenando e analisando nesse período pandêmico. ● Há uma mudança do paradigma da dinâmica das relações. ● No Brasil não temos uma lei de desconexão como na França. ● A pandemia tirou a divisão entre a área de trabalho e a área doméstica. Análise crítica: A pandemia alterou a dinâmica do mundo todo e em relação aos dados pessoais não foi diferente. Por conseguinte, com o contexto de auxílio ao combate à pandemia alguns dados estão sendo captados a fim de evitar aglomerações ou para ter controle da temperatura dos indivíduos. Porém, há um dilema em relação a legalidade de captação desses dados, pois, por mais que seja um período excepcional, a privacidade é direito do indivíduo. A LGPD que está para entrar em vigor em agosto teria papel fundamental em controlar esse apanhamento de dados e de proteger a privacidade do cidadão. 2) Núm.:50000273520168210014 Tipo de processo: Apelação Cível Tribunal: Tribunal de Justiça do RS Classe CNJ: Apelação Relator: Niwton Carpes da Silva Órgão Julgador: Sexta Câmara Cível Comarca de Origem: ESTEIO Seção: CIVEL Assunto CNJ: Direito de Imagem Decisão: Acórdão Data de Julgamento: 22-04-2021 Publicação: 24-04-2021 Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. UTILIZAÇÃO DE FOTOGRAFIA DA AUTORA EM MATÉRIA JORNALÍSTICA COMO SENDO SUSPEITA E CÚMPLICE DE HOMICÍDIO. UTILIZAÇÃO DE TERMOS PEJORATIVOS EM RELAÇÃO À PARTE AUTORA. DANO MORAL IN RE IPSA CONFIGURADO. DEVER DE INDENIZAR RECONHECIDO. 1) Trata-se de ação de indenização por danos morais decorrentes da divulgação de sua fotografia nos programas “Cidade Alerta RS” e “Balanço Geral RS” na condição de suspeita de envolvimento em um homicídio, julgada improcedente na origem. 2) Diante da existência de colisão entre o direito à privacidade e o direito de informar é imprescindível que se analise a questão fática a fim de verificar se houve alteração dos fatos ou apenas referência à realidade, constituindo ato ilícito a reportagem veiculada mediante o abuso de direito, com o https://www.tjrs.jus.br/site_php/consulta/consulta_processo.php?nome_comarca=Tribunal%20de%20Justi%C3%A7a%20do%20RS&versao=&versao_fonetica=1&tipo=1&id_comarca=700&num_processo_mask=&num_processo=50000273520168210014&codEmenta=7706337&temIntTeor=true ânimo de injuriar, difamar ou caluniar, bem como a notícia mentirosa e sensacionalista, respondendo civilmente o responsável pela veiculação, pois o direito à liberdade de expressão e de pensamento não é absoluto, sofrendo limitações. 3) Na atividade da imprensa é possível vislumbrar a existência de três deveres que, se observados, afastam a possibilidade de ofensa à honra. São eles: o dever geral de cuidado, o dever de pertinência e o dever de veracidade. Se a publicação, em virtude de seu teor pejorativo e da inobservância desses deveres, extrapola o exercício regular do direito de informar, fica caracterizada a abusividade. 4) No caso em apreço, o conjunto fático-probatório demonstrou que a fotografia da autora foi indevidamente utilizada pela empresa ré para ilustrar a reportagem que noticiava a ocorrência de um homicídio que teria sido praticado pelo irmão da demandante, tendo como suposta cúmplice a sua companheira. Ambas as testemunhas arroladas pela autora (evento 2 docs 15 e 16), afirmaram que a autora foi apontada como companheira do suspeito e que estava sendo investigada como cúmplice do crime, além de dizerem que o apresentador do programa utilizou termos pejorativos para se referir a pessoa que estava na fotografia, no caso, a autora. Embora tenha restado demonstrado nos autos que a reportagem não referiu o nome da autora, as testemunhas afirmaram que era plenamente possível reconhecer a autora na fotografia que indevidamente ilustrou a reportagem. 5) Restou evidente o erro cometido pela parte ré, a qual não se certificou se a pessoa que estava na fotografia com o suposto assassino efetivamente era sua companheira e também suspeita de envolvimento no crime, estando configurado o dever de indenizar. 6) Danos morais que decorrem do próprio fato de a autora ter sua imagem veiculada ao cometimento de um grave crime de homicídio. Ademais, qualquer pessoa honesta tem seu sossego e tranquilidade abalados ao tomar conhecimento de que possa ver considerada partícipe de um crime de homicídio, além do medo e receio de ser alvo de represálias por parte dos familiares da vítima. Danos morais in re ipsa configurados. 7) Valorando-se as peculiaridades da hipótese concreta e os parâmetros adotados normalmente pela jurisprudência para a fixação de indenização em hipóteses símiles, fixa-se o valor da indenização em R$ 15.000,00 (...), em atenção aos critérios da razoabilidade e proporcionalidade. APELAÇÃO PROVIDA. (Apelação Cível, Nº 50000273520168210014, Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Niwton Carpes da Silva, Julgado em: 22-04-2021) No caso evidenciado acima, foi usado indevidamente a foto de uma mulher em um programa televisivo associando a sua imagem como suposta suspeita de um homicídio no qual a tal não tinha ligação. Esse tipo de ocorrência causa danos irreparáveis à reputação da mulher envolvida, que repercute diretamente em sua vida pessoal, prejudicando sua segurança e bem-estar. Nessa situação, foram violados os direitos à honra e à privacidade, assegurados pelo artigo 5, inciso X da Constituição Federal e Art. 20. do código civil. art. 5º da Constituição Federal - X- são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violaçãoArt. 20. do código civil - Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. Bibliografia: https://www.tjrs.jus.br https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/a-honra-como-objeto-de-proteca o-juridica/ https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10729559/artigo-20-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de- 2002 https://www.tjrs.jus.br https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/a-honra-como-objeto-de-protecao-juridica/ https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/a-honra-como-objeto-de-protecao-juridica/
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