Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
5ºAula Regras de derivação Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • compreender, a partir da definição de limites, a definição formal de derivadas em funções polinomiais e exponenciais; • entender a demonstração da regra do produto; • entender a conceituação da regra da cadeia e aplicá-la na resolução de problemas; • compreender a partir da definição e aplicação em exemplos, as regras do produto e do quociente; • utilizar as técnicas de derivação aprendidas para resolução de problemas diversos de derivadas. A partir da definição de derivada oriunda da definição de limites vista na aula anterior, desenvolveremos, nesta aula, técnicas que permitam obter a diferenciação para situações distintas de funções. Veremos que, conforme a situação – expoente, multiplicação, divisão – observada nas equações, poderá ser aplicado formas distintas de diferenciar tais funções. Bons estudos! 255 Cálculo Diferencial e Integral I 30 Seções de estudo 1 – Derivadas de funções polinomiais e exponenciais 2 – Regra da cadeia 3 – Regra do produto 4 – Regra do quociente 1 - Derivadas de funções polinomiais e exponenciais Vamos iniciar com a função mais simples, a função constante f (x) = c. O gráfico dessa função é a reta horizontal y = c, cuja inclinação é 0; logo, devemos ter f ’ (x) = 0 (veja a Figura 1). Uma demonstração formal, a partir da definição de uma derivada, é simples: Figura 1 (STEWART, 2014) Essa regra, na notação de Leibniz, é escrita da seguinte forma: 1.1 – Funções Potências Vamos olhar as funções f (x) = xn, onde n é um inteiro positivo. Se n = 1, o gráfico de f (x) = x é a reta y = x, cuja inclinação é 1 (Figura 2). Então: A equação acima pode ser verificada a partir da definição de derivada. Os casos n = 2 e n = 3 levam a: Para n = 4 achamos a derivada de f (x) = x4 a seguir: Logo, Comparando as equações anteriores, vemos um modelo emergir. Parece ser uma conjectura plausível que, quando n é um inteiro positivo, (d/dx)(xn) = nxn-1. Resulta que isto é, de fato, verdade. Temos, então, a regra da potência se n for um inteiro positivo: Primeira Demonstração: A fórmula pode ser verificada simplesmente multiplicando-se o lado direito (ou somando-se o segundo fator como uma série geométrica). Se f (x) = xn, podemos fazer f ’ (a) e a equação anterior para escrever: Segunda Demonstração: Para acharmos a derivada de x4, temos que desenvolver (x + h)4. Aqui, precisamos desenvolver (x + h)n, e usamos o Teorema Binomial: 256 31 Porque cada termo, exceto o primeiro, tem fator h e, logo, tende a 0. Exemplos: Exemplo 1: Derive Solução: Exemplo 2: Solução: Exemplo 3: Encontre as equações da reta tangente e da reta normal à curva y = x x no ponto (1, 1). Ilustre fazendo o gráfico da curva e destas retas. Solução: A derivada de é Logo, a inclinação da reta tangente em (1, 1) é f ’ (1) = 3/2. Portanto, uma equação da reta tangente é A reta normal é perpendicular à reta tangente, de modo que sua inclinação é o inverso negativo de 3/2, ou seja, -2/3. Logo, uma equação de uma reta normal é Traçamos o gráfico da curva, sua reta tangente e sua reta normal na Figura: (STEWART, 2014). 2 - Regra da cadeia Consideremos duas funções deriváveis f e g onde y = g (y) e u = f (x). Para todo x tal que f (x) está no domínio de g, podemos escrever y = g (u) = g [ f (x) ], isto é, podemos considerar a função composta ( g0 f ) ( x ). Por exemplo, uma função tal como pode ser vista como a composta das funções e . A seguir, apresentamos a regra da cadeia, que nos dá a derivada da função composta g0 f em termos das derivadas de f e g. Regra da cadeia: Se y = g (u) e u = f (x) e as derivadas dy/du e du/dx existem, então, a função composta y = g[f(x)] tem derivada que é dada por: Vamos fazer a demonstração supondo que existe um intervalo aberto I contendo x, tal que: sempre que . Isso se verifica para um grande número de funções, porém, não para todas. Por exemplo, se f for uma função constante a condição apresentada não é satisfeita. Porém, neste caso, podemos provar a fórmula facilmente. De fato, se f (x) = c então f ’ (x) = 0 e y = g [ f (x) ] = g (c) é constante. Assim, y ’ (x) = 0 = g ’ (u) f ’ (x). Então, provemos que y ’ (x) = g ’ (u) f ’ (x) Como y = g [ f (x) ], se este limite existir, temos: Vamos considerar primeiro o quociente Seja . Então depende de e quando . Temos: Para a condição em um intervalo aberto contendo x. Assim, podemos dividir e multiplicar o quociente mostrado por . Temos, então: 257 Cálculo Diferencial e Integral I 32 Aplicando o limite, temos: Exemplos: Exemplo 4: Dada a função y = ( x² = 5x +2 )7 Solução: Exemplo 5: Dada a função , encontra y’ . Solução: Podemos escrever y = u5, onde . Aplicando a regra da cadeia, temos: 3 - Regra do Produto Conforme Stewart (2014), por analogia com a regra da cadeia, alguém poderia tentar conjecturar, como Leibniz o fez três séculos atrás, que a derivada de um produto é o produto da derivada. Contudo, podemos ver que esta conjectura está errada examinando um exemplo particular. Sejam e . Então, a Regra da Potência fornece e . Mas , logo, . Assim, a fórmula correta foi descoberta por Leibniz (logo depois de tentar a fórmula falsa) e é chamada Regra do Produto. Antes de enunciar a Regra do Produto, vamos ver como poderíamos descobri-la. Começamos assumindo que e são funções positivas deriváveis. Então, podemos interpretar o produto como a área de um retângulo. Se x variar por uma quantidade , as variações correspondentes, então, em u e v são E o novo valor do produto, , pode ser interpretado como a área do retângulo maior da Figura (desde que e sejam postivos). Figura 3 - Geometria da Regra do Produto (STEWART, 2014). A variação na área do retângulo é: Se dividirmos por , obtemos Se fizermos , obtemos a derivada de uv: Observe que quando , uma vez que f é derivável e, portanto, contínua. Embora tenhamos inicialmente suposto (para a 258 33 interpretação geométrica) que todas as quantidades são positivas, vemos que a Equação 1 é sempre verdadeira. (A álgebra é válida se u, v, e e forem positivos ou negativos.) Logo, demonstramos a Equação conhecida como a Regra do Produto, para todas as funções deriváveis u e v. Se f e g são deriváveis, então: Em outras palavras, a Regra do Produto diz que a derivada de um produto de duas funções é a primeira função vezes a derivada da segunda função mais a segunda função vezes a derivada da primeira função. Exemplos: Exemplo 6: Se encontre . Solução: Pela Regra do Produto, temos: Exemplo 7: Derive a função Solução: Usando a Regra do Produto, temos: Exemplo 8: Se , onde e , encontre . Solução: Aplicando a Regra do Produto, obtemos: Logo, 4 - Regra do Quociente Vamos determinar uma fórmula para derivar o quociente de duas funções diferenciáveis e do mesmo modo que obtivemos a Regra do Produto. Se x, u, e v variam em quantidades , temos , e , então, a correspondente variação no quociente será: Quando , também, pois é derivável e, portanto, contínua. Logo, usando as Propriedades dos Limites, obtemos Pela Regra do Quociente, se f e g são deriváveis, então: Em outros termos, a Regra do Quociente diz que a derivada de um quociente é o denominador vezes a derivada do numerador menos o numerador vezes a derivada do denominador, todos divididos pelo quadrado do denominador. A Regra do Quociente e as outras fórmulas de derivação nos permitem calcular a derivada de qualquer função racional, como ilustrado no exemplo a seguir. Exemplos: Exemplo 9: Seja Solução: Pela Regra do Produto, temos: 259 Cálculo Diferencial e Integral I 34 Exemplo 10: Encontre uma equação da reta tangente à curva no ponto . Solução: Segundo a Regra do Quociente, temos: Logo, a inclinação da reta tangente em é: Isso significa que a reta tangente em é horizontal, e sua equaçãoé . Observe que a função está crescendo e cruza sua tangente em . (STEWART, 2014). Observação: Não use a Regra do Quociente toda vez que você vir um quociente. Algumas vezes é mais fácil reescrever um quociente primeiro, colocando-o em uma forma que seja mais simples para derivar. Por exemplo, embora seja possível derivar a função Usando a Regra do Quociente, antes de derivar, é muito mais fácil efetuar primeiro a divisão e escrever a função como: A seguir vejamos um resumo das regras de derivação que aprendemos nesta aula: Retomando a aula estudamos? 1– Derivadas de funções polinomiais e exponenciais 1.1– Funções de potências Você aprendeu que para funções em que a variável está elevada a determinada potência, como polinômios, podemos escrever uma regra geral de derivação . 2- Regra da cadeia Vimos que a regra da cadeia é aplicada quando temos funções de duas variáveis, ou variáveis implícitas, ou funções compostas. Sejam duas funções deriváveis f e g onde y = g (y) e u = f (x). Para todo x tal que f (x) está no domínio de g, podemos escrever y = g (u) = g [ f (x) ]. A derivada em x da função y é obtida pela regra da cadeia como . 3 – Regra do produto Sejam e funções positivas deriváveis, você aprendeu que a derivada do produto pode ser escrita como ou de maneira mais sintética . 4 – Regra do quociente Você aprendeu que a derivada do quociente de 260 35 duas funções pode ser dada pela regra do quociente. Considerando e funções positivas deriváveis, a derivada de é dada por . FLEMMING, Diva Marília; GONÇALVES, Miriam Buss. Cálculo A : funções, limite, derivação e integração. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall; São Paulo: Makron Books do Brasil, 2012. STEWART, James. Cálculo. 7. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2014. SWOKOWSKI, Ealr W.; FARIA, Alfredo Alves de. Cálculo com geometria analítica. 2. ed. São Paulo: Makron Books do Brasil; São Paulo: McGraw-Hill, 1995. pena ler Vale a pena Minhas anotações 261
Compartilhar