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Hemoterapia A hemoterapia evoluiu muito nos últimos anos, sendo que possui leis que regulamentam todas as atividades da hemoterapia. Por isso todos os testes são padronizados em todo o país. Processo: 1. Triagem. 2. Coleta. 3. Fracionamento e armazenamento temporário enquanto faz exames imunohematológicos e testes sorológicos. 4. Armazenamento. 5. Exames pré- transfusionais. 6. Transfusão. Por que não usar hemoterapia? + Por que podem transmitir doenças potencialmente fatais. Ex. HIV, doença da vaca louca. + Por que é caro para o paciente e para o sistema de saúde (ex. hemácias 600 reais). Custo é principalmente com os testes de doença (50% do valor). + Por que você expõe o seu paciente a aloanticorpos que no futuro podem comprometer umanova transfusão ou mesmo um transplante. + Por que se houver falha na coleta, produção, conservação e instalação ele estará sujeito areações transfusionais graves. + Por que pode faltar para alguém que precise mais. COMPLICAÇÕES: Infecções: apesar de comuns antigamente, com o desenvolvimento de testes cada vez mais específicos adquirir uma infecção por transfusão sanguínea é raro. + Risco: HBV (1 em 62.000 transfusões); HTLV I/II (1 em 640.000 transfusões); HIV (1 em 493.000 transfusões); HCV (1 em 103.000 transfusões). + Testes: hoje são feitos testes para HBV, HTLV I/II, HIV, HCV e Chagas. Antigamente eram feitos somente testes com ELISA, mas eles levam 9-10 dias para positivar. Hoje, além do ELISA, é feito NAT (PCR) de HIV, HCV e HBV para diminuir essa janela imunológica. Reações não infecciosas a transfusão: chamadas de “non infectious serious hazards of transfusion” (NISHOTs), são mais comuns que as infecções + Reaçãos trasfusionais melhor caracterizadas: ex. urticária, febre. + “Mistransfusion”: receber a bolsa errada, o que ocorre a cada 30 mil transfusões. Paciente tem insuficiência renal, CIVD, etc. + TRALI: injuria pulmonar aguda relacionada a transfusão, que não se sabe exatamente como ocorre. Afeta 1/10.000 transfusões. Paciente fica grave e vai para UTI, mas melhora depois. + T-GVHD: doença do enxerto relacionada a transfusão. + Sobrecarga de volume: muito comum. Dispneia, edema agudo de pulmão. + Aloimunização: principalmente naqueles que transfundem muito, pois desenvolvem anticorpos contra os antigenos do sangue. Por isso, em pessoas que vão fazer muitas transfusões (ex. anemia falciforme) são feitos teste para descobrir o fenótipo e usadas bolsas especiais para ele. + Sobrecarga de ferro: comum (ex. talassemia que morriam com ICC, diabetes, etc), mas tem medicamentos para usar em pessoas de risco. + Complicações relacionadas ao armazenamento das hemácias. HEMOCOMPONENTES: separação do sangue por centrifugação. Primeiro separa as hemácias, depois plasma e plaquetas. A partir do plasma fresco congelado pode-se produzir hemoderivados (albumina, globulina, concentrado de fatores de coagulação), o que não é feito no Brasil. Sangue total: 450ml de sangue total tem 200ml de hemácias, 50ml de plaquetas e 250 ml de plasma. É produzido somente protocolo estabelecido por cada instituição. + Indicação: - Pacientes com sangramento ativo e que tenham perdido mais que 25% de sua volemia. - Doação autóloga (cirurgias eletivas). Concentrado de hemácias (CH): volume de 280ml, armazenado em torno de 30 dias. O uso do concentrado consegue aumentar em média 1g/dl da hemoglobina (3% VG). + Vantagens em relação ao sangue total - Reduz o risco de sobrecarga circulatória por ter menor volume. - Reduz o risco de reações do receptor a antígenos leucocitários e plaquetários. - Diminui o risco e intensidade de reações devido a proteínas plasmáticas e anticorpos não regulares. + Indicação: importante avaliar a clinica e os resultados do hemograma. - Pacientes com evidência de choque hemorrágico. - Pacientes com evidência de hemorragia aguda e hipoxemia. - Hemoglonina 8g/dl em paciente internado, hemodinamicamente estável e com cardiopatia (?). - Hemoglobina 7g/dl em paciente internado, hemodinamicamente instável e sem cardiopatia(?). + Problema: se paciente só recebe concentrado muitas vezes (mais de 10) pode acabar fazendo coagulopatia dilucional. Nesses casos é feito hemácia, plasma e plaqueta. Plasma fresco congelado: é o produto proveniente de uma unidade de sangue total que foi coletado, fracionado e congelado dentro das primeiras 8 horas após doação. É de longe o componente mais disponível em bancos de sangue. + Validade: mantido congelado entre -20 e -30 °C, por 12 meses. Abaixo de -30 °C, por 24 meses. + Propriedades: respeitada a definição ele mantém viável os fatores lábeis da coagulação (fatores V e VIII). + Indicações: - Reversão rápida do efeito de cumarínicos. - Coagulopatia dilucional (transfusão de muito concentrado de hemácia). - Reposição durante os procedimentos de plasmaférese para púrpura trombocitopênica trombótica. Crioprecipitado: é obtido do plasma fresco quando descongelado a 4°C em 12 horas e novamente congelado após extração do excesso de plasma. + Validade: se mantido a -20°C, por 12 meses. + Propriedades: contém fator VIII, fator de Von Willebrand, fibrinogênio, fator XIII e fibronectina. + Indicações: foi muito usado para hemofílico (não mais). - Reposição de fator XIII se não houver produto industrial. - Hipofibrinogenemia (>80 mg/dl). - Doença de von Willebrand sem resposta a DDAVP e se não houver fator industrial. Plaquetas: + Validade: 3 ou 5 dias (depende da bolsa). Deve ser mantido entre 20 e 24°C em agitaçãocontínua. + Métodos de obtenção: concentrado de plaquetas e aférese. - Concentrado de plaquetas: obtidas a partir de uma unidade de sangue total. Cada unidade contém entre 0,5 e 0,75x1011 plaquetas (1 unidade/10kg do paciente), aumentando em cerca de 20.000 a contagem de plaquetas. Em geral cada unidade contém uma quantidade de 1x108 leucócitos. Mesmo rendimento da plaqueta obtida por aférese quando prescrita na dose adequada. - Plaquetaférese: obtidas por aférese (centrifugação) e a partir de doador único. O produto coletado já é leucorreduzido (menos imunogênico). O produto final tem entre 200-250ml e em média 3,0x1011 plaquetas randômicas, ou seja, é preciso uns 6 concentrados de hemácias para amesma quantidade de plaquetas. + Indicações: - Sangramento ativo com contagem plaquetária abaixo de 50.000/mm3 (?) ou na presença de sangramento associado a uma trombocitopatia. - Profilaxia de sangramento: <10.000-20.000/mm3. Considerar causa da plaquetopenia, doença debase, situação clínica do paciente, etc. Concentrado de granulócitos: + Validade: não é estocado. Deve ser transfundido logo após sua obtenção. É válido por 24 horas em temperatura entre 20 e 24 °C. + Indicações: uso controverso. Reserva-se às leucopenias graves (menos de 500 neutrófilos por mm3) com septicemia por gram negativos ou fungos e que não esteja respondendo à antibioticoterapia instituída. + Dose: deve ser obtido por aférese. Deve conter no mínimo 1x1010 leucócitos. Manipulação de hemocomponentes: + Hemocomponentes irradiados - Objetivo: inativação dos linfócitos. - Indicação: pacientes imunossuprimidos. Prevenção da doença do enxerto contra o hospedeiro relacionada a transfusão. + Hemocomponentes lavados: é um procedimento trabalhoso, realizado em sistema “aberto” eque o produto pode ser armazenado por somente 4 horas. Lavado com soro três vezes. - Objetivo: retirar quase todo o plasma, reduzir a concentração de leucócitos, plaquetas e restos celulares. - Indicação: pacientes que tenham apresentando repetidos episódios de reação alérgica ou um único grave. + Hemocomponentes desleucocitados: pode ser feito por aférese, filtro a beira do leito ou no próprio laboratório. - Objetivo: remover leucócitos(<5x108). - Indicação: reações transfusionais febris repetidas; profilaxia da aloimunização em pacientes que irão receber suporte hemoterápico a longo prazo; prevenção da infecção por CMV (fica dentro do leucócito). HEMODERIVADOS: não produzidos no Brasil. + Vantagens: maiores concentrações em menores volumes; alta purificação (virtualmente isento de proteínasestranhas ao receptor); inativação viral (reduzindo ou acabando com a transmissão de doenças infecciosas por transfusão); fácil administração. + Desvantagens: alto custo. Albumina humana 20% + Indicações: - Paracenteses. - Reposição em plasmaféreses terapêuticas. - Cirrose hepática e síndrome nefrótica em procedimentos ou em risco de vida. - Grandes queimados. - Pós-operatório de transplante hepático se albumina < 2,5g% - Hipovolemia, hipoalbuminemia e má-distribuição hídrica. Concentrados de Fator VIII: indicação na Hemofilia A Concentrados de Fator IX: indicação na Hemofilia B. Complexo protrombínico: indicação na deficiência isolada ou conjunta dos fatores II, VII, IX, X.Presença de inibidores do fator VIII e IX.
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