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introdução a arquitetura e urbanismo

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Prévia do material em texto

Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
H987i Huyer, André.
 Introdução a arquitetura e urbanismo / André Huyer, 
 Sabrina Assmann Lücke, Betina Conte Cornetet ; [revisão 
 técnica : Sabrina Assmann Lücke]. – Porto Alegre : 
 SAGAH, 2018.
 140 p. : il. ; 22,5 cm
 ISBN 978-85-9502-256-0
 Arquitetura. I. Lücke, Sabrina Assmann. II. Cornetet, Betina
 Cornetet. III. Título.
CDU 72
Revisão técnica:
Sabrina Assmann Lücke
Arquiteta e Urbanista
Mestra em Ambiente e Desenvolvimento 
com ênfase em Planejamento Urbano
IAU_Iniciais_Impressa.indd 2 18/01/2018 13:24:12
A arte e a estética 
na arquitetura
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer as relações entre arte, estética e arquitetura.
 � Identificar os movimentos e os estilos artísticos presentes na arquitetura.
 � Comparar as diferentes vertentes artísticas nos diversos períodos da 
arquitetura.
Introdução
A arquitetura tem sido uma marca da identidade das sociedades, desde 
as mais antigas até as atuais. Em muitas delas, representava o ápice do 
trabalho artístico, conjugando o que de melhor havia nas áreas de 
escultura, pintura, decoração, paisagismo e demais artes em templos 
e santuários. Nas sociedades mais modernas, as artes foram ganhando 
maior expressividade e independência, não estando mais atreladas à 
arquitetura, provocando até mesmo uma inversão nessa relação, ou seja, 
os movimentos artísticos começaram a influenciar os rumos da arquitetura. 
Neste capítulo, você vai estudar como se deram as relações entre arte, 
estética e arquitetura.
Arte e estética e suas relações com a arquitetura
Muitas foram as manifestações artísticas e estéticas presentes na história da 
humanidade. Desde a antiguidade clássica, com os povos gregos e romanos, 
essas formas de arte foram reproduzidas na arquitetura. Diversos autores 
U N I D A D E 3
IAU_U3_C06.indd 81 18/01/2018 13:16:59
consideram arte, estética e arquitetura três áreas indissociáveis, pois ao ana-
lisarmos um deles, vemos características do outro. Ao buscar a definição de 
cada um destes itens, você verá que a ligação entre elas é evidente, acompanhe 
os itens a seguir.
Definindo arte, estética e arquitetura
O termo arte é definido como uma atividade, técnica ou habilidade humana 
ligada às manifestações estéticas, produzidas por artistas com significados 
únicos e diferentes. Está ligada à estética por ser considerada uma atividade 
na qual o homem cria objetos (veja Figura 1) buscando atingir os padrões de 
beleza, equilíbrio e harmonia manifestados em um conjunto de técnicas de 
representação estabelecidos em cada período artístico.
Para o filósofo Aristóteles, a arte é uma imitação da realidade. Relacionada 
a essa definição, e analisando os períodos históricos e artísticos, podemos dizer 
que a arte sempre esteve relacionada à religião, ou à política, ou à ciência, 
dependendo de qual era o ponto de destaque do momento, assim como as 
representações estéticas. 
A estética é vista como uma ciência que remete à beleza relacionada a 
algum sentimento, demonstrado por suas manifestações artísticas e naturais. 
É estética vista como a filosofia da arte.
A arquitetura, por fim, era vista como a mais significativa das artes, sendo 
considerada a “grande arte”, pois conjugava o mais precioso que se pode-
ria expressar nas pinturas, esculturas, decoração, paisagismo, entre outras 
características. 
A independência da arte e da arquitetura foi ganhando maior força nas 
sociedades mais modernas, por meio dos movimentos artísticos, ganhando 
destaque no final da Idade Média e fortalecendo-se durante o Renascimento.
Movimentos e estilos artísticos na arquitetura
Os movimentos e os estilos artísticos eram expressões que buscavam repre-
sentar o momento histórico de uma cultura por meio da arte. A quebra de 
paradigmas e a insatisfação de um determinado período eram motivadores 
para que houvesse diversidade nas formas de artes, que eram utilizadas para 
expressar as ideias desses períodos, inclusive a arquitetura.
A arte e a estética na arquitetura82
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Assim como conseguimos identificar na análise histórica de cada período 
evolutivo das sociedades características que impulsionaram seus povos e que 
os distinguiam, na arquitetura conseguimos os definir.
Características dos movimentos e estilos artísticos 
representados na arquitetura
Ao caracterizar os estilos arquitetônicos por períodos e movimentos artísticos, 
você perceberá que o retrato das sociedades esta impresso. Na pré-história, 
por exemplo, a vida rupestre do homem primitivo e nômade imprimiu sua 
arte por meio das cavernas e das pinturas em suas paredes, como você pode 
observar na Figura 1, que retratavam as atividades cotidianas.
Figura 1. Pintura rupestre.
Fonte: Marisa Estivill/Shutterstock.com.
Os povos egípcios viam na arquitetura uma forma de expressar sua devoção 
aos deuses. Eram uma sociedade bastante complexa em sua organização social 
e nas suas realizações culturais. Usavam a arte e a arquitetura para cultuar os 
vivos e os mortos, sendo as pirâmides seu principal marco. As características 
gerais da arquitetura egípcia são a solidez e a durabilidade, o sentimento de 
83A arte e a estética na arquitetura
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eternidade e seu aspecto misterioso e impenetrável, como podem ser verificadas 
no conjunto de pirâmides. As preocupações estéticas e as demonstrações de 
artes, como as pinturas e as esculturas, estavam nos detalhes e nas obras no 
interior das tumbas.
A arte egípcia seguia uma devoção espiritual, em oposição, a Arte Grega 
se posicionou de uma maneira muito mais racional, valorizando a inteligência 
humana e a relação com os povos e seus reis, que aqui eram mortais, e não 
deuses. Predominam o ritmo, o equilíbrio e a harmonia. Suas principais ca-
racterísticas são o racionalismo, o amor pela beleza, o interesse pelo homem 
(considerado “a medida de todas as coisas”) e a democracia. Assim como nas 
artes, na arquitetura também são valorizadas características como a simetria, 
tanto em planta como em elevações e perspectivas. A preocupação estética 
ficou ainda mais evidente com as ordens criadas nas colunas classificadas 
como dórica (veja a Figura 2), jônica e coríntia.
Figura 2. Exemplo de colunas dóricas.
Fonte: Junior Braz/Shutterstock.com.
Os principais representantes da arquitetura grega foram os templos, teatros, 
ágoras e ginásios. Nas artes, a pintura foi muito expressiva na cerâmica. Já a 
A arte e a estética na arquitetura84
IAU_U3_C06.indd 84 18/01/2018 13:17:01
maior representação do equilíbrio e perfeição atingidos pelo ser humano está 
nas esculturas. O antropomorfismo trata-se das esculturas da forma humana, 
que eram esculpidas em mármore ou bronze. Os deuses foram esculpidos e 
dispostos dentro dos templos dedicados a eles. Porém, pouco dessa cultura 
pode ser vista intacta atualmente.
A Arte Romana foi influenciada por duas vertentes: a arte etrusca popular, 
que representava o cotidiano dos povos, e a grego-helenística, que buscava 
um ideal de beleza e estética. As abóbadas presentes nos arcos das edifica-
ções desse período são uma herança da arte etrusca. Como características da 
arquitetura romana associada às artes e à estética, podemos elencar a busca 
do senso de realismo, grandeza material, ideia de força, energia e sentimento 
expresso, predomínio do caráter sobre a beleza e a origem do urbanismo, com 
vias de comunicação entre as diversas áreas das cidades romanas. Além disso, 
os anfiteatros e as termas eram locais de encontro e exercício da democracia. 
A pintura utilizou-se dos mosaicos, que estavam espalhados pelos muros e 
edificações. As esculturas representavam a forma real humana, e não a forma 
ideal como era cultuado pelos gregos.
Os mosaicos tiveram seu desenvolvimento máximo no período Bizantino,pois, além de serem utilizados como expressões artísticas, eram utilizadas 
com a finalidade de instruir os fiéis cristãos, mostrando-lhes cenas da vida 
de Cristo, dos profetas e dos imperadores. Porém, a forma de elaborá-los não 
tinha semelhança com os mosaicos romanos, pois as técnicas eram diferentes 
e se aplicam também aos afrescos das catedrais do período, que utilizavam 
o dourado em demasia. 
Este período sofreu influência das artes gregas, romanas e do oriente, 
devido à posição geográfica de Constantinopla, cidade símbolo do período, 
sendo a união dos elementos dessas culturas a marca que determinou o 
estilo Bizantino, rico em técnicas e cores. Foi dirigida pela religião, em 
que o clero era o responsável por organizar as artes, rotulando os artistas a 
meros executores. Em virtude disso, a arquitetura das igrejas era de grande 
importância, sendo a verticalidade uma busca característica do período, 
por simbolizar a universalidade e o poder divino absoluto, e que se con-
cretizou na Igreja de Santa Sofia, localizada em Istambul e projetada por 
Talles de Mileto, que você pode observar na Figura 3. As esculturas não 
tiveram tanto destaque nesse período por serem associadas ao paganismo 
dos períodos anteriores.
85A arte e a estética na arquitetura
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Figura 3. Igreja de Santa Sofia, Istambul.
Fonte: Bayurov Alexander/Shutterstock.com; Faraways/Shutterstock.com. 
Na Idade Média, tivemos o desenvolvimento de outras manifestações artísti-
cas. Neste período, surge a Arte Românica, que se assemelhava nas edificações 
com os antigos romanos. Porém, desenvolve características próprias, como o uso 
de abóbodas em vez de telhados, pilares de sustentação para as paredes maciças 
e espessas, aberturas raras e estreitas, uso de torres no cruzamento das naves 
ou nas fachadas e arcos com 180 graus, até então não utilizados na arquitetura. 
A dimensão das igrejas desse período é o que chama a atenção, sendo sempre 
grandes e sólidas, como se representassem uma fortaleza divina, demonstrando 
sua pouca preocupação estética e todo o funcionalismo pretendido pelo clero, 
que foi o responsável pelo seu desenvolvimento. A Catedral de Pisa, que você 
pode observar na Figura 4, é um exemplo do período, sendo o seu campanário 
a edificação mais conhecida, a Torre de Pisa.
Figura 4. Catedral e Torre de Pisa.
Fonte: Kokophotos/Shutterstock.com.
A arte e a estética na arquitetura86
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A arte românica utilizou as pinturas e as esculturas para narrar histórias 
da bíblia e comunicar os valores religiosos aos fiéis, que eram, na maioria, 
analfabetos. A pintura estava presente em murais e afrescos, tendo seus motivos 
relacionados à natureza religiosa, como os sentimentos religiosos e a inter-
pretação mística da realidade. A figura de Cristo sempre era representada em 
proporção superior as demais figuras humanas, demonstrando a superioridade 
cristã. O colorismo, que era a utilização de cores chapadas, sem jogos de luz 
e sombra, foi a técnica utilizada no período.
A pintura românica desenvolveu-se, sobretudo, nas grandes decorações mu-
rais, por meio da técnica do afresco, que originalmente era uma técnica de pintar 
sobre a parede úmida. Observe um exemplo da pintura românica na Figura 5.
Figura 5. Pintura no interior da Catedral de Cefalú, Sicília, Itália.
Fonte: perspectivestock/Shutterstock.com.
87A arte e a estética na arquitetura
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Os motivos usados pelos pintores eram de natureza religiosa. As caracte-
rísticas essenciais da pintura românica foram a deformação e o colorismo. A 
deformação, na verdade, traduz os sentimentos religiosos e a interpretação 
mística que os artistas faziam da realidade. A figura de Cristo, por exemplo, 
é sempre maior do que as outras que o cercam. O colorismo realizou-se no 
emprego de cores chapadas, sem preocupação com meios tons ou jogos de luz 
e sombra, pois não havia a menor intenção de imitar a natureza. Os mosaicos 
também foram utilizados nesse período.
No estilo Gótico, você pode ver como diferença do período românico a pre-
sença de três portais de acesso às naves internas das igrejas, sendo um central 
e dois laterais. A arquitetura expressa a grandiosidade e a crença em um Deus 
como ser único e superior, em que tudo se volta para o alto, projetando-se para 
o céu. A presença da rosácea também é característica desse período, presente 
em praticamente todas as suas igrejas, assim como os arcos góticos ou ogivas 
e os vitrais coloridos. As principais catedrais góticas são as de Notre-Dame 
de Paris e Notre-Dame de Chartres, veja as imagens da Figura 6.
Figura 6. Catedrais Notre-Dame de Paris (esquerda) e Notre-Dame de Chartres (direita).
Fonte: Anna Kucherova/Shutterstock.com; jorisvo/Shutterstock.com.
As esculturas, assim como a arquitetura, eram verticalizadas. Já a pintura se 
caracterizou pela busca da realidade, sendo as imagens humanas sempre muito 
fiéis, demonstrando motivos religiosos, personagens com os corpos bastante 
volumosos e cobertos e com olhar voltado ao plano celestial.
A arte e a estética na arquitetura88
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O Renascimento, um dos mais significativos períodos artísticos e inte-
lectuais da história da humanidade, foi marcado pelo desenvolvimento de 
novas técnicas presentes nas artes, nas construções, na literatura e nas ciên-
cias. Movido pelo ideal do humanismo, valorizando o homem e a natureza, 
opunha-se aos preceitos da Idade Média, movida pelo divino e o sobrenatural. 
As principais características do Renascimento foram a racionalidade, o rigor 
científico, o humanismo e o resgate das artes greco-romanas.
Na arquitetura, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se nas relações 
matemáticas, na geometria. Nas obras desse período, é possível verificar arcos 
de volta perfeita, simplicidade na construção e resgate das ordens arquitetô-
nicas dórica, jônica e coríntia. O nome mais importante do Renascimento foi 
Leonardo Brunelleschi, arquiteto, pintor e escultor, cuja principal obra foi a 
cúpula da Catedral de Florença, representada na Figura 7.
Figura 7. Catedral de Santa Maria Del Fiore, em Florença.
Fonte: Kondratev Alexey/Shutterstock.com.
A pintura foi muito desenvolvida nesse período, em especial pelo uso da 
perspectiva, até então não utilizada nas artes. O uso do claro e do escuro dão 
realismo e profundidade as obras, que passam a utilizar a tinta a óleo. Come-
çam a ser produzidas telas, e há uma dissociação entre a pintura, a escultura 
89A arte e a estética na arquitetura
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e a arquitetura, até então vistas como detalhes arquitetônicos. Leonardo Da 
Vinci, conhecido por sua obra Monalisa, além de pinturas de afrescos e estudos 
antropométricos é um dos artistas desse período.
A escultura é marcada pela representação realista da figura humana e a 
busca pela proporção tendo o homem como medida das coisas (antropometria). 
Utilizava-se muito o bronze e o mármore. Michelangelo foi um dos mais 
importantes escultores da época, devido a seu conhecimento em anatomia, 
com várias obras produzidas, inclusive para o Vaticano. Veja a escultura Davi, 
de Michelangelo, na Figura 8.
Figura 8. Davi, de Michelangelo.
Fonte: Shoriful Chowdhury/Shutterstock.com.
A arte e a estética na arquitetura90
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O Maneirismo, movimento que se desenvolveu paralelo ao Renascimento, 
foi marcado pelo exagero do uso de detalhes, sendo considerado um período 
de transição entre o Renascimento e o Barroco. Foi uma busca pela aplicação 
de todas as técnicas desenvolvidas no Renascimento na arquitetura religiosa, 
e pela volta da religiosidade dos povos, por meio da Reforma Luterana. Com 
isso, os artistas da época, como pintores, escultores e arquitetos criam uma 
arte de labirintos, espirais, conchas, caracóis e proporções estranhas, sendo 
esta a marca do estilo maneirista.Na arquitetura, as igrejas aparecem mais longas do que altas ou largas e 
deixam de lado a centralidade das cúpulas, dispondo-as em pontos não mais 
centrais como era comum no Renascimento clássico. Passam, também, a ser 
mais escuras, com escadas espirais que não conduziam a lugar algum, apenas 
com finalidades estéticas.
Palladio é o grande nome do período, com a construção das igrejas de 
San Giorgio Maggiore (veja Figura 9) e Il Redentore, em Veneza. Sua obra 
referenciou arquitetos ingleses e franceses do Barroco.
Figura 9. Igreja de San Giorgio Maggiore.
Fonte: photo.ua/Shutterstock.com. 
91A arte e a estética na arquitetura
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http://photo.ua/Shutterstock.com.
A pintura maneirista surge como uma ruptura total do Renascimento. Nela, 
as formas humanas são esguias e alongadas, os rostos aparecem melancólicos 
e misteriosos em meio a drapeados e cores brilhantes. Utilizam-se sombras 
irreais, e o protagonista da cena não está mais situado no centro da perspectiva. 
El Greco foi o mais famoso pintor do período.
As esculturas apresentavam composição típica de um grupo de figuras 
dispostas umas sobre as outras, unidas por contorces extremos e alongamento 
muscular exagerado. A postura para proporcionar o entrelace era descomunal, 
com proporções estranhas ou superposição de planos. Os principais escultores 
foram Bartolomeo Ammanati e Giambologna. A Fonte de Netuno, ilustrada 
na Figura 10, é um destes exemplares.
Figura 10. Fonte de Netuno, de Giambologna.
Fonte: Fabio Lotti/Shutterstock.com. 
O Barroco foi uma arte que iniciou na Itália e acabou sendo difundida 
pelo mundo, por meio dos colonizadores portugueses e espanhóis. Trata-se 
da arte que rompeu com o equilíbrio entre o sentimento e a razão, ou, ainda, 
entre a arte e a ciência, presentes no Renascimento, trazendo o predomínio 
das emoções, visto que era uma época de conflitos espirituais e religiosos. 
A arte e a estética na arquitetura92
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Ficou conhecido por trazer para as representações artísticas o duelo entre o 
bem e o mal, o céu e a terra, a alegria e a tristeza, o paganismo e o cristianismo, 
o espírito e a matéria. Para isso, buscou efeitos decorativos e visuais, com o uso 
de curvas, colunas retorcidas, contrastes entre luz e sombra bem evidentes e 
pinturas com efeitos ilusionistas. Ainda sobre a pintura, caracterizou-se pelas 
assimetrias, utilizando efeitos em diagonais, acentuada noção de profundidade 
pelo uso de claros e escuros, além de retratar todas as camadas sociais e a 
representação de cenas no seu momento de maior intensidade dramática. 
Caravaggio utilizou muito expressivamente a luz, usada intencionalmente 
para dirigir a atenção do observador. Observe uma de suas obras na Figura 11.
Figura 11. Detalhe de pintura de Caravaggio, que se encontra na igreja Santa Maria delle 
Grazie, Milão, Itália.
Fonte: Claudio Giovanni Colombo/Shutterstock.com.
Nas esculturas, o destaque fica com o nome de Bernini, arquiteto, urbanista, 
decorador e escultor. Algumas de suas obras serviram de elementos decorativos 
para igrejas, como o baldaquino e a cadeira de São Pedro, ambos na Basílica 
de São Pedro, no Vaticano, assim como a Praça de São Pedro, também no 
Vaticano (ver Figura 12).
93A arte e a estética na arquitetura
IAU_U3_C06.indd 93 18/01/2018 13:17:09
Figura 12. Praça de São Pedro, Vaticano.
Fonte: JJFarq/Shutterstock.com.
Como desdobramento do Barroco, o Rococó surgiu na França com mais 
leveza e intimismo, sendo utilizado inicialmente na decoração de interiores. 
Por meio da arquitetura, disseminou-se para as demais expressões de arte. 
Teve sua difusão pela igreja católica da Alemanha, Prússia e Portugal. Na 
França ficou também conhecido como estilo Luiz XV.
As principais características do Rococó foram o uso abundante de formas 
curvas e elementos decorativos como conchas, laços e flores, além disso tinha 
elegância, leveza, caráter intimista, alegria e exuberância. Na arquitetura ainda 
se utilizou de cores em tons pastéis, luz difusa (principalmente pelo uso de 
muitas janelas) e texturas suaves, as estruturas edificadas eram mais leves e 
o espaço interno unificado. O principal nome da arquitetura do estilo Rococó 
é Johann Michael Fischer (1692-1766), responsável pela abadia beneditina de 
Ottobeuren, marco do Rococó bávaro e pelo restauro de inúmeras igrejas, 
mosteiros e palácios. Nas esculturas, o destaque é para Ignaz Günther (1725-
1775), escultor alemão que produzia esculturas em madeira e a seguir aplicava 
policromias. Exemplos de suas obras são Anunciação, Anjo da guarda, Pietà.
Com o fortalecimento da burguesia, uma nova tendência estética chamada 
Neoclassicismo predominou nas criações dos artistas europeus no final do sé-
culo XVIII e início do XIX. Suas principais características foram o retorno aos 
modelos greco-romanos e do Renascimento italiano, academicismo nos temas 
abordados e regras aplicadas, além da visão da arte como uma imitação da 
A arte e a estética na arquitetura94
IAU_U3_C06.indd 94 18/01/2018 13:17:10
natureza, cultuando pensadores como Aristóteles. Na arquitetura, temos como 
um dos exemplos mais significativos a Igreja de Santa Genoveva, transformada 
depois no Panteão Nacional de Paris, e a Porta do Brandemburgo, em Berlim. 
Na pintura, houve grande influência do renascentista Rafael, mestre no 
equilíbrio da composição. As principais características apresentadas foram o 
racionalismo formal, contornos bem definidos e a harmonia das cores. 
Ao final do Neoclassicismo, com a procura pela libertação do academicismo 
e a favor da livre expressão da personalidade do artista, surge o Romantismo, 
caracterizado pela valorização dos sentimentos, o nacionalismo, a valoriza-
ção da natureza e pelo tema da Revolução Francesa “Liberdade, igualdade 
e Fraternidade”. A pintura foi a expressão artística que mais se desenvolveu 
neste período, sendo a arquitetura e a escultura praticamente inexpressivas, 
mantendo a influência neoclássica. 
A arquitetura teve grande evolução entre 1850 e 1900, com o Realismo, 
influenciado pela industrialização das sociedades. As obras do período são 
marcadas pelo cientificismo, a valorização do objeto (obra) e a sobriedade. Os 
arquitetos e engenheiros da época precisavam encontrar respostas ao urbanismo 
que se desenvolvia, em que os palácios deram lugar a casas, fábricas, ferrovias, 
edificações comerciais, escolas, hospitais, entre outras. O marco do período 
foi a obra de Gustavo Eiffel e a torre que leva seu nome, em Paris, como você 
pode observar na Figura 13.
Figura 13. Torre Eiffel, de Gustav Eiffel, em Paris. 
Fonte: Dmitry Brizhatyuk / Shutterstock.com
95A arte e a estética na arquitetura
IAU_U3_C06.indd 95 18/01/2018 13:17:11
O movimento do Modernismo, na arquitetura, não teve presença mar-
cada de todas as suas variantes artísticas, porém houve influências bastante 
importantes para a arquitetura contemporânea. Em relação ao Impres-
sionismo e ao Expressionismo, por exemplo, não foram desenvolvidos 
significativamente nada na arquitetura, contudo foram muito valorizados 
nas pinturas.
A arquitetura voltou a se desenvolver no início dos anos de 1900, com 
o Cubismo, que chegou para romper com as características da arquitetura 
renascentista, assim como os demais movimentos ligados ao Modernismo. 
Caracterizou-se pela sensação de continuidade espacial, a integração dos 
espaços internos e externos e a associação do espaço com o tempo. Seu 
formalismo foi o que mais impactou na arquitetura, contribuindo muito com 
a evolução da arquitetura mundial. Um dos principais nomes do período foi 
Le Corbusier, e alguns dos seus principais trabalhos foram a Casa Maison 
(também conhecida como Casa Cook), de 1926, e o Pavilhão Suíço, em 
Paris, de 1932. 
Ainda no início do século XX, surge o Futurismo, sendo, na arquitetura, 
visto como anti-histórico, com uso de linhas horizontais bastante longas, 
sugerindo movimento,velocidade e urgência. Suas características gerais são 
a volta ao mundo urbano e industrial, a utilização de tecnologias e materiais 
modernos e novos, a volumetria arrojada e dinâmica, a aproximação de uma 
arquitetura funcional e racional pela abolição da decoração. Ficou marcado 
pelos projetos de Antonio Sant´Elia, que influenciou muitos arquitetos con-
temporâneos e o urbanismo moderno com seus planos de edificações recuadas 
conforme a altura. Não teve nenhum de seus projetos concretizados, apenas 
um grande número de produções.
Juntando-se aos movimentos modernos, nasce, em 1916, em Zurique, o 
Dadaísmo, considerado um movimento de negação as produções até então 
realizadas. A ideia era que a arte ficasse solta das amarrações racionalistas, 
sendo resultado do psicológico criativo do seu autor, combinando elementos 
e materiais do acaso, defensor do absurdo, da incoerência, da desordem e do 
caos. Teve seu fim no início dos anos 1920. Um de seus exemplos arquitetônicos 
é a Casa Dançante, na cidade de Praga, na República Tcheca, que você pode 
observar na Figura 14.
A arte e a estética na arquitetura96
IAU_U3_C06.indd 96 18/01/2018 13:17:11
Figura 14. Casa Dançante, Praga.
Fonte: Christian Mueller/Shutterstock.com.
Outra manifestação artística do Modernismo foi o Abstracionismo. As 
principais características desse estilo eram a busca pela supressão de toda a 
relação entre a realidade e o que estava sendo retratado com as mais diferentes 
formas de arte, em que não se consegue definir linhas ou planos, cofres ou 
formas. Isto é, como se tudo o que se vê não possa ser definido, mas sentido. 
Os elementos compositivos da arte abstracionista, mesmo que não definidos, 
deveriam apresentar unidade e harmonia. 
Na arquitetura, o Abstracionismo ficou marcado pela emergência dos 
engenheiros na projetação arquitetônica, devido ao funcionalismo exacerbado, 
com edificações racionais, com formas geométricas puras, muito transparentes 
e com espaços internos bastante valorizados. A Bauhaus se destacou neste 
período com propostas de linhas simples, tanto no interior como no exterior 
das edificações, criando espaços homogêneos. Exemplo disso é o pavilhão 
alemão da Exposição Universal de Barcelona, de 1921, projetado pelo arquiteto 
Mies van der Rohe.
No mesmo período, nasceu na Holanda o De Stijl, influenciado pela ar-
quitetura japonesa, caracterizada pela sutileza, praticidade e simplificação 
de formas. O exemplo mais famoso desse movimento é a Casa Schröder (ver 
Figura 15), projetada por Gerrit Rietveld, em 1925.
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Figura 15. Casa Schröder.
Fonte: Adwo/Shutterstock.com.
O auge do funcionalismo na arquitetura ficou marcado pelas obras de Le 
Corbusier, francês que projetou diversas edificações utilizando formas geo-
métricas puras e que pudessem ser utilizadas como moradias ou mesmo como 
fábricas, sendo chamada de arquitetura multifuncional. Ele ficou conhecido 
no mundo inteiro e influenciou inúmeros arquitetos, como os brasileiros 
Lucio Costa e Oscar Niemeyer, com quem desenvolveu projetos como o do 
Edifício Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, que abrigou o Ministério da 
Educação e da Cultura (MEC).
Destaca-se ainda neste período, o arquiteto Frank Lloyd Wright, cujas obras 
permeavam entre o orgânico moderno e o novo racionalismo e foram as mais 
singulares do século XX, como é o caso da Casa da Cascata.
Como você pode observar, a arquitetura desenvolveu-se lado a lado com 
as demais manifestações artísticas. As noções estéticas de cada período 
artístico sempre estiveram presentes nas obras das edificações mundiais, 
fazendo a arte e a estética estarem presentes na arquitetura mundial, sendo, 
muitas vezes, matérias indissociáveis de serem estudadas e compreendidas 
individualmente.
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1. A popularidade das composições 
clássicas é notória entre os 
projetistas e o público em 
geral. Pode-se considerar como 
marca da linguagem clássica:
a) expressividade, flexibilidade 
e sutilezas.
b) se expressa nos projetos por 
meio de detalhes simples.
c) expressa valores humanos 
passageiros.
d) está baseada unicamente na 
psicologia do ser humano.
e) é marcada pela presença 
de dogmas religiosos.
2. O bairro residencial litorâneo, criado 
em 1981, localizado no Panhandle 
(Flórida), apresenta como destaque:
a) A ênfase no moderno, muito 
utilizado nas construções locais.
b) A imposição de um 
estilo de arquitetura 
detalhado e específico.
c) O instrumento de controle 
chamado padrão de projeto.
d) O surgimento de um novo 
padrão de projetos, conhecido 
como “filosofia do urbanismo”.
e) O consenso de opiniões 
a respeito do projeto.
3. Em relação ao projeto de Krier 
para a nova cidade-modelo de 
Poundbury, criada em 1988, no 
sul do condado inglês de Dorset, 
considera-se é correto afirmar que:
a) há rompimento com as formas 
e materiais tradicionais.
b) a proposta de interação 
comunitária não foi contemplada 
na execução do projeto.
c) o projeto apresenta estradas 
alinhadas e retas.
d) a arquitetura deveria seguir 
os modelos clássicos.
e) seu objetivo era criar 
uma aldeia socialmente 
inclusiva e sustentável.
4. A proposta do regionalismo 
moderno pode ser evidenciada por 
quais dos seguintes fatores? 
a) Desconsidera o uso de novas 
tecnologias e os princípios 
modernos de composição.
b) Há uma discriminação da 
consciência social e das 
condições do terreno.
c) É baseada em um revivalismo 
da cultura clássica.
d) Está baseada nos valores locais, 
nas tradições de construções 
e na linguagem formal.
e) Foca no desenvolvimento de 
uma linguagem moderna.
5. Sobre o Modernismo no Japão, 
é correto afirmar que:
a) a arquitetura moderna japonesa 
baseia-se em construções 
de madeira e pequenas.
b) há aplicação de diversos 
materiais, inclusive reciclados.
c) O uso de coberturas 
abobadadas deixou de ser 
utilizado largamente.
d) o Museu da Madeira, construído 
por Tadao Ando, em 1994, 
na floresta Mi-kata-gun, ao 
noroeste de Osaka, aplicou 
novas técnicas de carpintaria.
e) apresenta forte influência 
barroca e neoclassicista.
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CHING, F. D. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
CORTOPASSI, L. Claro-escuro. [S.l.]: Tudo sobre Pintura, 2012. Disponível em: <http://
lucianocortopassipordentrodapintura.blogspot.com.br/2012/11/claro-escuro-luciano-
-cortopassi.html>. Acesso em: 11 nov. 2017.
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http://lucianocortopassipordentrodapintura.blogspot.com.br/2012/11/claro-escuro-luciano-
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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