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Apostila_de_Tecnica_Vocal_COMPLETA


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Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
 Mini-Curso Básico de Técnica Vocal 
 
 Guia de introdução para o aperfeiçoamento da voz 
Finalizado no dia 07/12/2001 
Introdução:
Este mini curso tem como intuito auxiliar todas as pessoas que utilizam a voz 
profissionalmente, sejam cantores (profissionais ou amadores), professores, 
jornalistas, locutores, advogados, atores, vendedores, operadores de telemarketing, 
telefonistas ou você que gosta de cantar no banheiro, em festinhas, em videokê, 
enfim, todos aqueles que se interessarem em utilizar as técnicas apresentadas aqui 
em prol da melhoria da sua qualidade vocal. Informamos que este curso não dispensa 
as aulas de canto ou sessões de fonaudiologia, ao contrário, é o primeiro passo para 
que você se conscientize do quão importante é a presença de um profissional para 
acompanhar seu progresso. Vamos lá! 
Daniela Menezes
Administradora do Curso
Capítulo 1: Dicas Iniciais
1ª Parte – Noções Básicas sobre a Produção do Som 
Para que consigamos produzir o som através da nossa voz, recorremos a vários 
órgãos do nosso corpo que trabalham conjuntamente para viabilizar este processo. 
São eles: o Aparelho Respiratório, a laringe, as pregas vocais, os ressonadores, (como 
a cavidade nasal, a cavidade craniana, a cavidade toráxica, a cavidade bucal e a 
faringe), os articuladores (língua, lábios, palato duro (céu da boca), palato mole, 
dentes e mandíbula.
A produção do som acontece quando o ar ao ser expirado, passa pelas pregas vocais 
fazendo-as vibrar. Neste momento entram em ação os articuladores cuja função, 
neste contexto, é levar o som para as cavidades de ressonância. 
Como vemos, não cantamos ou falamos "pela garganta" como muitos pensam, e sim 
com todo o conjunto de órgãos que se interligam são os responsáveis diretos pela 
transformação do ar inspirado em som. A esse conjunto de órgãos poderemos chamar 
de "Aparelho Fonador". 
VOCÊ SABIA QUE... 
* Pregas vocais é o nome correto e não "cordas vocais", pois tratam-se de pregas de 
tecido fibro-elástico e muscular revestidas por uma mucosa.
* A pessoas que necessitam do uso mais intenso da voz, devem conscientizar-se que 
há um considerável gasto de energia neste evento, sendo de grande importância a 
ingestão de alimentos de fácil digestão antes das atividades vocais. 
1ª Parte – Saúde Vocal
Neste capítulo iremos apresentar hábitos e alimentações saudáveis ou não para uma 
boa higiene vocal. Prestem bastante atenção e vamos, desde já, procurar cuidar 
bastante do nosso instrumento de trabalho que é precioso e único, nosso Aparelho 
Vocal.
1
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
 
Permitido Evitar  Proibido
 Beba bastante água em temperatura natural! (no mínimo 2 litros por dia) para 
manter as pregas vocais hidratadas e em boa condição de vibração.
 Coma maçã! A maçã possui propriedades adstringentes que auxiliam na limpeza da 
boca e da faringe, favorecendo uma voz com melhor ressonância. 
 Beba suco de frutas! (Principalmente de frutas cítricas)
 Evite usar roupas apertadas, principalmente nas regiões do abdômen, cintura, 
peito e pescoço, pois isso poderá dificultar a respiração
 Não use pastilhas, sprays, anestésicos sem orientação médica, pois para cada caso 
existe uma medicação específica, portanto não se automedique nunca!
 Evite alimentos gordurosos e "pesados" antes das apresentações, pois dificultam a 
digestão.
 Dê preferência aos alimentos leves e de fácil digestão (verduras, frutas, peixe, 
frango)
 Durma bem! Procure dormir, no mínimo, 8 horas por dia.
 Não durma de estômago cheio pois pode provocar refluxo gastresofágico que é 
altamente prejudicial às pregas vocais.
 Não cante se estiver doente! Quando cantamos envolvemos todo o nosso corpo e 
gastamos muita energia, então recupere-se antes de voltar a cantar.
 Evite ficar exposto por muitas horas em ambiente que utiliza ar-condicionado pois 
provoca o ressecamento das pregas vocais. Em casos onde isso não for possível, 
procure estar sempre lubrificando as pregas vocais com água ou suco sem gelo.
 Evite ambiente com mofo, poeira ou cheiros muito fortes, principalmente se você 
for alérgico.
 Evite a competição sonora, ou seja, falar ou cantar em lugares muito barulhentos.
 Evite choques bruscos de temperatura
 Evite bebidas geladas
 Evite cochichar pois, ao contrário do que pensamos, no ato de cochichar 
submentemos nossas pregas vocais a um grande esforço provocando um desgaste 
muitas vezes maior do que se conversarmos normalmente.
 É proibido gritar, pigarrear, falar durante muito tempo sem lubrificar as pregas 
vocais, fumar, ingerir bebidas alcoólicas antes de cantar para "melhorar" a voz.
IMPORTANTE!!!
2
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
Se você utiliza sua voz profissionalmente, é indispensável a consulta com um médico 
especialista para que ele possa fazer uma avaliação do seu aparelho vocal.
Não se esqueça de que o nosso "instrumento de trabalho" é único e merece toda a 
nossa dedicação e atenção. 
Nossas pregas vocais são a nossa identidade, são nosso registro pessoal, portanto 
não se esforce para cantar músicas em tons que não lhes são confortáveis pois assim 
você estará prejudicando-as.
 Mini-Curso Básico de Técnica Vocal 
 
 Guia de introdução para o aperfeiçoamento da voz 
Parte I 
3ª Parte – A Postura Ideal
Devemos estar atentos a alguns aspectos relacionados à postura no canto:
- Os pés devem estar afastados na direção dos ombros 
- Coluna reta Ombros e braços relaxados a fim de não tencionar o pescoço 
- Queixo reto, olhando sempre para frente 
- Não fixar o olhar em nenhum ponto para não perder a concentração 
Podemos também cantar sentados observando: 
- Sentar na ponta da cadeira sobre os ossos das nádegas (faça o movimento para os 
lados, como uma canoa e verifique se está na posição correta) 
- Manter a coluna e o queixo retos
- Braços e ombros relaxados 
4ª Parte – A respiração "Respirando bem, cantamos bem" 
Para uma boa projeção da voz no canto, é necessário obter o controle da respiração. 
Para realizarmos uma respiração correta, devemos estar numa postura adequada, 
pois a postura e a respiração andam juntas. 
A inspiração deverá ser sempre nasal, pois o nariz funciona como um filtro de ar. Se 
inspirarmos pela boca, estaremos inspirando todas as impurezas podendo ocasionar 
doenças inflamatórias do aparelho respiratório. 
Caso você não consiga respirar pelo nariz, sugiro que procure imediatamente um 
médico especialista.
Utilizaremos para o canto a respiração chamada diafragmática, costo-diafragmática, 
ou abdominal-intercostal.
1- Devemos inspirar pelo nariz e canalizarmos esse ar em direção à região abdominal 
(enchendo a barriga de ar). É importante que os ombros e o peito não se movam. 
2- Expire pela boca observando que enquanto o ar é expelido a barriga vai 
esvaziando lentamente até chegar ao normal.
3
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
ATENÇÃO!!! 
Cuidado para não utilizar o ar de reserva, ou seja, não pressione a barriga forçando-a 
a se esvaziar mais depressa que o normal pois este feito poderá causar mal-estar. 
EXERCÍCIO PARA CONTROLE DA RESPIRAÇÃO 
1- Inspire lentamente (pelo nariz) até encher bastante as paredes abdominais. 
2- Coloque o dorso da mão em frete à boca e expire lentamente . 
3- Observe que o ar expirado estará quente 
4- Repita este exercício por 15 vezes (3 seqüências de 5) em frente a um espelho (de 
preferência vertical) para que você possa corrigir a postura e observar os ombros e 
peito (que não deverão se movimentar) 
5- Lembre-se de que ao término de cada sequência, você deverá relaxar, respirar 
fundo, encher os pulmões e soltar o ar pela boca por 3 vezes para evitar mal-estar. 
LEMBRE-SE: 
Este tipo de respiração é uma novidade para muitos de vocês, sendo assim, não 
deverá ser usada no dia-a-dia sem que haja necessidade.
Em caso de dúvidas, entre em contato comigo. 
Estarei sempre pronta a ouvi-los.Mini-Curso Básico de Técnica Vocal 
 
 Guia de introdução para o aperfeiçoamento da voz 
Parte I 
Capítulo 2: O Pré-Aquecimento Vocal
O que é pré-aquecimento vocal?
É, como o nome já diz, um aquecimento prévio da voz ou simplesmente a preparação 
da voz para o seu uso por um tempo prolongado e intenso.
Podemos aquecer nossa voz através de sons que irão "massagear" nossas pregas 
vocais (que são músculos) que como todo músculo precisam ser preparadas e 
aquecidas antes de serem utilizadas na sua plenitude.
Lembrem-se que este pré aquecimento pode (e deve) ser feito não só pelos cantores 
mas também por todos os profissionais da voz, ou seja, todas as pessoas que 
trabalham falando.
EXERCÍCIO 1:
 1) Inspire (armazenando o ar na região abdominal, como vocês já 
aprenderam) até que a barriga esteja repleta de ar.
2) Agora solte o ar aos pouco utilizando o som: 
4
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr...... 
Observe que neste exercício a língua deve vibrar bastante!!!! Caso a sua língua não 
vibre e você esteja forçando para emitir este som, PARE! Pois estará fazendo da forma 
errada. Entre em contato comigo se surgir alguma dúvida, certo?
Mas se você conseguiu emitir o som com a vibração constante da língua, repita este 
exercício todos os dias pelo menos durante 10 minutos.
Se for cantar em uma apresentação ou videokê ou ensaiar com sua banda por muito 
tempo, pré-aqueça sua voz durante 20 minutos (no mínimo) antes de começar a 
cantar.
Pode-se também utilizar outras consoantes que possibilitarão o mesmo efeito como, 
por exemplo, o som:
Trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr... 
Como se você fosse imitar o som do telefone (' TRRRRRIM!!!), mas lembrando de 
prolongar bastante os erres (RRRR...) até acabar o ar.
 
EXERCÍCIO 2:
Depois de já haver treinado bastante e já estar emitindo os sons PRRRR... e TRRRR... 
Sem falhas ou interrupções, vamos repetir o exercício anterior com uma diferença:
No final de cada som iremos acrescentar as vogais A,E,I,O,U.
Exemplo1:
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÁ!!!!
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÉ!!!!
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÍ!!!!
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÓ!!!!
PrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÚ!!!!
 
Exemplo2:
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÁ!!!!
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÉ!!!!
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÍ!!!!
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÓ!!!!
5
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
TrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrÚ!!!!
IMPORTANTE!!!
C Assim como nos exemplos acima, o som que você estiver produzindo para pré-
aquecer, deverá estar no mesmo volume, intensidade e tom.
= ***NÃO BRINQUE COM ESTE EXERCÍCIO FAZENDO SONS MUITO AGUDOS, 
MUITO GRAVES OU MISTURANDO OS DOIS TONS.*** 
C Repita os exercício SEMPRE no seu tom natural.
 
Como fazer para identificar o seu tom natural?
É simples, o seu tom natural é aquele que você emite sem 
"forçar a garganta", é um som natural que sai sem esforço nenhum, como se você 
estivesse falando.
C Se você não conseguiu fazer estes exercícios até acabar o ar armazenado (sem 
utilizar o ar de reserva, certo???), ou seja, você começou bem mas no meio do 
exercício o som falhou, 
Pare! Respire fundo por 3 vezes, relaxe um pouco e só então recomece.
É muito comum, no início, não conseguirmos emitir estes sons até o final, pois trata-
se de sons que nós não estamos habituados a produzir, mas com o treino diário, fica 
cada vez mais fácil, acreditem!!!
 Mini-Curso Básico de Técnica Vocal 
 
 Guia de introdução para o aperfeiçoamento da voz 
Parte I 
Capítulo 3: Dicas e Dúvidas iniciais para a função vocal
Postura de Cantor
A postura é muito importante para o cantor, pois apesar de termos que ficar bem à 
vontade e descontraídos, temos também de observar alguns pontos importantes tais 
como: 
• Pés paralelos na direção dos ombros 
• Braços e ombros relaxados 
• Coluna reta 
Observando também que como utilizamos a respiração diafragmática, devemos 
deixar a região abdominal livre para que o diafragma funcione tranqüilamente.
Procurar seguir estes passos não significa que devamos ficar parados nesta posição 
para que tenhamos um bom resultado, mas ficarmos soltos, relaxados e 
principalmente nos sentirmos bem e à vontade quando estamos cantando, pois cantar 
tem que ser sempre prazeroso.
6
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
Podemos também cantar sentados observando a postura reta deixando o diafragma 
livre para funcionar bem.
Movimento das Pregas Vocais
As pregas vocais fazem o movimento abre-fecha, ou seja, quando estamos calados 
elas estão abertas (momento da respiração) e quando falamos ou cantamos elas se 
fecham (momento da fonação) infelizmente elas não fazem somente estes 
movimentos mas também se chocam quando são submetidas a abusos vocais como: 
gritos, pigarreios e tosses excessivos, utilizar tons graves ou agudos demais, praticar 
esportes falando, competição sonora, etc... Estes choques pode prejudicar 
demasiadamente as pregas vocais.
Eu cuido bem da minha voz???
Responda as questões a seguir como uma forma de auto-avaliação sobre o cuidado 
que você tem com sua voz.
1. Você percebe se ao final de um dia de trabalho (ou apresentação) 
sua voz está mais fraca? 
2. Você canta em diversos tons? 
3. Quando você canta, leciona ou fala em público, suas veias ou 
músculos do pescoço saltam? 
4. Você sente dores na região do pescoço? 
5. Após cantar você sente dor de cabeça? 
6. Quando você canta acompanhando um cd, por exemplo, você segue 
sempre o tom do cantor? 
7. Você canta freqüentemente? 
8. Você canta ou ensaia durante horas seguidas? 
9. Você tem resfriados freqüentes? 
10. Você fuma? 
11. Você pigarreia muito? 
12. Você tem alergia das vias respiratórias? 
13. Você tem faringite, amigdalite ou laringite freqüentes? 
14. Você se auto-medica quando tem problemas na voz? 
15. Você tem dificuldades digestivas? (azia, úlcera, refluxo 
gastresofágico) 
OBS:
• SE VOCÊ MARCOU MAIS QUE 4 ITENS FIQUE ATENTO E PROCURE 
TOMAR ALGUMA PROVIDENCIA NO SENTIDO DE MODIFICAR SEUS 
HÁBITOS.
• SE VOCÊ MARCOU MAIS DE 6 ITENS PROCURE UM ESPECIALISTA 
PARA QUE ELE AVALIE O ESTADO DE SUAS PREGAS VOCAIS POIS COM 
ESTES SINTOMAS VOCÊ JÁ TEM QUE FICAR ATENTO PARA QUE NÃO 
OCORRA PROBLEMAS MAIORES FUTURAMENTE.
Quais as conseqüências que os abusos vocais podem me causar?
Estes abusos podem provocar alterações como: 
o Calos vocais 
7
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
o Nódulos 
o Pólipos 
o Edemas 
o Fendas 
Dentre outras alterações ocasionadas pelas constantes formas de abuso vocal.
Qual o primeiro passo a ser tomado para cuidar da minha voz?
A primeira providência a ser tomada é a consulta a um especialista, o 
OTORRINOLARINGOLOGISTA, que é o médico que poderá detectar se há ou não 
alguma alteração no seu aparelho fonador. À partir do diagnóstico feito pelo 
Otorrinolaringologista, se necessário o médico indicará o tratamento para a correção 
de tais alterações com outro especialista, o FONAUDIÓLOGO, que fará a correção 
destes problemas através de exercícios.
Que tipo de exame é feito para detectar alterações no meu aparelho 
fonador?
 
Um primeiro e importantíssimo exame a ser feito e que é rápido e indolor, é a 
LARINGOSCOPIA, que é o exame médico das cordas vocais. À partir deste exame se o 
médico julgar necessário, solicitará outros exames mais específicos.
 
Estes cuidados servem para todos ou apenas para os cantores?
" As normas de cuidados com a voz devem ser seguidas por todos, particularmentepor aqueles que utilizam mais a voz ou que apresentam tendências a alterações 
vocais. Esses são chamados de Profissionais da Voz, ou seja, professores, atores, 
cantores, locutores, apresentadores, advogados, telefonistas, telemarketing, 
vendedores, palestristas, dentre outros. Entretanto muitos destes profissionais muitas 
vezes por falta de tempo para se dedicar ao cuidado de sua voz, podem estar 
cultivando um distúrbio vocal decorrente do abuso ou mal uso da voz".
 Mini-Curso Básico de Técnica Vocal 
 
 Guia de introdução para o aperfeiçoamento da voz 
Parte I 
Capítulo 4: Classificação Vocal
Este assunto é muito importante pois muitas vezes acontece de não conseguirmos 
alcançar tons muito agudos (finos) ou muito graves (grossos) sem saber que isso se 
dá porque temos um naipe vocal característico.
Existem 3 classificações básicas para a voz masculina e para a voz feminina como 
indicado abaixo:
HOMENS MULHERES
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Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
BAIXO (Voz Grave) CONTRALTO (Voz Grave)
BARÍTONO (Voz Média) MEIO-SOPRANO ou MEZZO-SOPRANO (Voz 
Média)
TENOR (Voz Aguda) SOPRANO (Voz Aguda)
Para saber a sua classificação vocal, você tem de ser avaliado por um professor de 
Canto/Técnica Vocal que irá, através de exercícios vocais (vocalises) classificar sua 
voz dentro das três opções acima.
Quase sempre nos espelhamos em algum canto/cantora/banda da qual somos fãs e 
tentamos imita-los sem saber que podemos agredir nossas pregas vocais tentando 
cantar numa extensão vocal que não é a nossa.
Podemos cantar qualquer música que quisermos desde que ela esteja no nosso tom.
O que significa a música estar no meu tom? 
• Quer dizer que eu consigo cantá-la sem me esforçar demais até 
minha garganta doer ou minha voz falhar ou até mesmo eu engasgar. Isso 
acontece com muita freqüência por falta de informação e orientação. 
Muitas vezes é difícil, principalmente para quem não toca nenhum instrumento, 
identificar em que tom está a música que queremos cantar e mais ainda qual é o tom 
confortável para mim.
Pois bem, vai aí uma dica:
Escolha uma música de sua preferência e cante junto com o cantor observando 
alguns pontos: 
o Não deixe que as veias do seu pescoço saltem 
o Não se esforce até ficar vermelho 
o Não se preocupe em imitar a voz do cantor, cante do seu jeito, 
com sua voz natural. 
o Não se preocupe se está desafinando, pense apenas em seguir 
a música de uma forma bem confortável para você. 
Se ao final da música você verificou que: 
• Suas veias do pescoço não saltaram 
• Você não ficou vermelho 
• Não engasgou e sua voz não falhou em momento algum... 
PARABÉNS!!!!!!
VOCÊ ACABA DE DESCOBRIR E CANTAR NO SEU TOM!!!!
AGORA É MOSTRAR PARA UM PROFESSOR DE MÚSICA OU ALGUM AMIGO SEU QUE 
CONHEÇA A MÚSICA PARA TE DIZER EM QUE TOM VOCÊ CANTOU.
9
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
Agora é só criar o seu estilo para cantar pois devemos sim ter ídolos e nos 
espelharmos neles mas à partir daí, devemos descobrir o nosso próprio modo de 
cantar.
SEJA CRIATIVO SEMPRE!!!!
 Mini-Curso Básico de Técnica Vocal 
 
 Guia de introdução para o aperfeiçoamento da voz 
Parte I 
Capítulo 5: Exercícios de Relaxamento
Faça esses exercícios com roupas confortáveis e ambiente tranqüilo.
DEITADO 
• Deite-se de costas, certifique-se de que sua coluna esteja em 
contato com o chão. 
• Observe a oscilação natural de sua respiração, que se expande e 
contrai, por meio de seu tórax e abdomem, e pelo ouvir atento dos sons 
que emanam do interior. 
• Apenas observe e ouça as ações de seu corpo. Não as manipule, não 
as controle. Apenas respire e conscientize-se de sua respiração. 
EM PÉ 
• Fique ereto, com as pernas afastadas e na direção dos ombros. 
• Distribua o peso igualmente. 
• Imagine-se agora segurando uma bola de praia debaixo de cada 
axila e sinta os espaços respiratórios que se abrem. (Isso o encorajará a 
alongar os seus ombros e a abrir as suas axilas e, conseqüentemente, 
expandir o volume de seu tórax para uma respiração mais profunda) 
• Seu pescoço e cabeça devem estar alongados e livres. 
• Matenha essa posição por um minuto ou mais. 
• Desfrute a extensão de sua coluna dorsal, o espaço respiratório 
extra e a sensação de equilíbrio adequado entre o estado de calmaria e o 
de atenção.
EXERCÍCIOS DINÂMICOS
Os exercícios dinâmicos combinam o movimento com o controle da respiração. 
RISO
Sorria para o mundo! Em círculos, movimente, vigorosamente, as suas mãos, braços, 
pernas e pés. Permita-se alguns segundos de relaxamento entre cada rotação. Mas 
continue sorrindo. Você pode fazer este exercício em pé, sentado ou deitado.
EQUILÍBRIO
O equilíbrio é importante. Tente estipular um horário para o exercício de 
"comportamento modal" – o andar, o virar-se e o inclinar-se com livros sobre a 
10
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
cabeça. Respire suave e conscientemente, em harmonia com os movimentos de seu 
corpo. Isto encoraja a coordenação suave graciosa dos músculos.
EXERCÍCIOS DE RESPIRAÇÃO COMPLETA
1. Permaneça com seus pés confortavelmente dissociados dos 
seus ombros, que apontam para cima; os braços e as mãos soltas 
ao lado do corpo. Concentre-se em sim mesmo, confira a sua 
postura.Inspire pelo nariz o mais demoradamente possível e expire 
todo o ar também devagar e silenciosamente. Quando sentir-se 
vazio de ar, tussa e mostre para você mesmo que ainda possui 
reservas de ar escondidas. Tente tocar o solo com a ponta dos 
dedos, curve os joelhos se necessário. Segure sua respiração por 
alguns segundos.
2. Conforme você respira, silenciosamente, pelo nariz, você, 
gradativamente, torna-se ereto. Estenda os braços como asas, 
erguendo-as calma e suavemente, até equilibra-los 
horizontalmente.
3. Assim que você completar o movimento e a inspiração, 
coloque as mãos juntas acima da cabeça (como se estivesse em 
oração). Lembre-se que as mãos postas devem estar acima do topo 
de sua cabeça. Segure a inspiração.
4. Quando você estiver preparado, silenciosamente, expire pela 
boca, e abaixe os seus braços, reta e vagarosamente, até que 
estejam abaixo da horizontal. Rapidamente solte o ar que sobrou 
em um suspiro forte e permita que a parte superior do seu corpo 
caia pesadamente , curve o quadril para a frente, deixando a 
cabeça pendente. Conscientemente libere todo o ar "usado", de que 
você não mais precisa. Relaxe por algum tempo e repita o exercício 
desde o início. 
 
EXERCÍCIO DE LIBERAÇÃO DA VOZ
Algumas pessoas sentem-se incapazes de facilitar e de liberar as suas vocalizações. 
Elas podem sentir sua voz natural, de alguma forma, bloqueada, amarrada ou 
suprimida. Tente este exercício de liberação da voz como parte de seu programa 
vocal.
Sente-se de cócoras, dobre e recurve o seu corpo em um nó, teso e compacto, de 
braços e pernas; tente condensar-se em uma menor massa possível. Segure a sua 
respiração e os órgãos vocalizadores no centro desta massa. 
Como último esforço, respire e estique-se, rápida e vigorosamente. Solte a sua voz 
num profundo "UGH", por meio do som mais profundo que você possa encontrar. 
Maximize e aproveite o espreguiçamento. 
Descanse por um minuto. Repita o exercício por até dez vezes. A cada vez, interiorize 
mais, e projete sua voz relaxada mais forte e prolongue cada vez mais o som. 
Observe que você envolve todo os seu corpo na vocalização, particularmente a pélvis 
e o diafragma.
OBS: Exercícios extraídos do livro: "A cura pelo som" de Olivea Dewhurst-Maddock
11
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL12
Erimilson Lopes Pereira
Curso Completo de
TÉCNICA
VOCAL
Brinde do site:
www.erimilson.hpg.com.br
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
Curso Completo de
TÉCNICA VOCAL
Erimilson Lopes Pereira
São Paulo – SP
© 20002
13
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
brinde do site: www.erimilson.hpg.com.br
contato: erimilson@ibest.com.br
Como você estava planejando ler apenas este primeiro parágrafo de 
introdução e pular imediatamente para o próximo capitulo– ninguém lê as 
introduções dos livros --, vou começar alertando que a atenção que você deverá dar 
ao treinamento é o fator principal e determinante para o seu êxito. Caso continue com 
essa preguiça toda não chegará a lugar nenhum.
Você tem em mãos um trabalho extraído de muito suor. Portanto, faça jus 
a ele e repasse-o para outros com dedicação de quem quer expandir a música e a 
cultura para substituir toda essa ignorância e violência que prospera em nossos dias.
Este curso é dirigido àqueles que desejam deixar de incomodar os ouvidos 
dos outros. Quer aprender ou aperfeiçoar a voz e o canto para enfeitar o mundo lá 
fora. Esta é a sai chance de evoluir e até, quem sabe, impulsionar sua carreira 
musical ou mesmo aumentar o número do coral da sua igreja. Se for um daqueles que 
só canta dentro do banheiro – talvez temendo uma chuva de tomates --, há dois 
caminhos; levar a banheira para o palco ou ler e seguir todo o conteúdo deste 
material.
Talvez esteja se perguntando sobre sua condição atual. “Eu tenho voz? Eu 
posso melhorar? Eu conseguirei chegar perto de um Pavarotti?”. A menos que seja 
14
“A música é tão forte que, ainda 
que as bocas se calem, as 
ondas, as tempestades ou até 
mesmo as pedras cantam”.
Erimilson Lopes Pereira
II - Introdução
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
mudo, tenha fumado tanto que o cigarro tenha comido suas entranhas ou esteja 
muito bêbado, é provável que a resposta seja “SIM” para as duas primeiras 
indagações. E quanto à terceira, eu creio que não dê a mínima para ópera. Ah, você é 
gago? Dependendo do grau, não tem problema. Inclusive Nelson Gonçalves (uma das 
vozes mais bonitas que já ouvi) era gago ao falar.
Será de extrema serventia se você tiver algum conhecimento em algum 
instrumento musical. Caso contrário, sugiro que considere a possibilidade desde já. E 
para sua sorte, destro desde curso você encontrará auxilio para sua iniciação. 
Tomaremos por base três deles. A saber, teclado, violão e flauta doce. Não terá de 
aprender a tocar como um Sivuca ou Hermetto Paschoal (dois excelentes 
instrumentistas). Bastará apenas extrair algumas notas para medir com seu gogó. 
Coisa muito simples. Mas eu não impediria que quisesse ser tão bom quantos os meus 
colegas que citei.
Se você ainda estiver aí – e acordado -- leve em conta estas dicas para 
melhor aproveitar este caderno:
 Leia tudo com calma e atenção.
 Se não tiver captado uma instrução, releia tantas vezes for preciso até que 
fique claro.
 Reserve duas horas diárias para o treinamento.
 Procure um lugar adequado (com conforto, silencio e privacidade).
 Mantenha acessível um instrumento musical (sugerimos violão ou piano).
 Caso esteja estudando em grupo -- o que é uma boa idéia -- estabeleça um 
comando e programação homogênea a todos.
 Tenha em mente que cigarro, bebida alcoólica e água gelada são seus inimigos.
 Seja obediente ao programa deste curso. Disciplina é uma grande virtude. Se 
não ler tudo ou se abdicar dos exercícios propostos nada conseguirá.
Estou confiante que terá bom proveito deste curso. Será muito satisfatório 
pra mim se receber seu e-mail dizendo do seu sucesso ou receber seu CD 
autografado.
Que Deus te ilumine e conceda todo o que for favorável.
Erimilson Lopes Pereira
O autor
II-1 O templo humano
Se alguém lhe perguntar com que você canta, certamente você dirá que é 
com a boca – e talvez nem responda a uma questão tão idiota. De fato a indagação é 
pertinente, pois, não cantamos apenas com a boca, mas com o corpo e a mente.
Isso quer dizer que precisamos de uma boa condição física (não me refiro 
aos músculos de Silvester Stallone ou a cintura de Giselle Büchen) e muita 
concentração (quem sabe até igual ao um monge).
15
IIII – Voz; Corpo e mente
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
O bom estado do corpo é imprescindível para uma performance 
satisfatória. Não apenas da garganta, mas todo o templo humano. A começar pela 
postura. A coluna reta é uma exigência elementar. Um grande número de 
músculos interage quando falamos ou cantamos. É preciso que eles tenham sido 
preparados para um funcionamento extenso. Por esta razão nós adotaremos alguns 
exercícios físicos para aquecimento muscular. Não desconsidere essa prática sob 
pena de provocar tensão muscular e limitar seu rendimento.
Não é à toa que se ouve dizer que “o homem canta com a alma”. A 
concentração é uma espécie de veneração, uma expressão sentimental. Difícil 
imaginar alguém cantar sem emoção ou prazer. Com efeito, devemos estar 
envolvidos com o canto assim como o ator está para o personagem que representa. A 
nossa afinação depende muito dessa concentração.
II-2 O canal vocal
Você detesta aula de biologia? Eu também, mas...
Vamos viajar um pouco na teoria cientifica e saber sobre o canal vocal. O 
som produzido é exteriorizado pela boca e ainda pelo nariz – sim, pelo nariz. O som é 
produzido e qualificado por uma série de elementos em nosso corpo. 
 O ar da nossa respiração é uma espécie de matéria prima. É ele que 
ecoa nossa voz através do esforço de alguns de nossos órgãos (diafragma, pulmões, 
cordas vocais...). Para que tudo isso saia perfeito, necessário se faz que os órgãos 
estejam com saúde.
 É recomendável que se cante em pé e com a cabeça levemente erguida. 
A explicação é que assim o diafragma trabalha melhor, ou seja, acomoda mais e 
melhor, o oxigênio além do som sai reto pelo canal da garganta. Você já reparou isso 
nos corais?
II-3 Respiração correta
Quem não ouviu aquela citação clássica de marcha “Barriga pra dentro e 
peito pra fora” na hora respirar? Aí está o mal-entendido. Na hora de inspirar 
(receber) o ar o sujeito estufa o peito e espreme as tripas fazendo com que o 
diafragma se retraia impedindo que o oxigênio entre tranqüilamente. E depois para 
expirar (soltar) o ar que mal entrou, ele incha a barriga de nada – sem contar a 
careta que faz.
A forma correta de trabalhar a respiração é receber o ar (de preferência 
pelo nariz) em boa quantidade. Na hora de soltar o ar, use o nariz (e a boca quando 
for cantar). 
 O diafragma é um grande auxiliar para a respiração. Trata-se de um 
músculo localizado próximo ao abdome que se estica e encolhe conforme nossos 
impulsos. Ao relaxar, ele abre a caixa torácica para guardar o ar e a fecha ao se 
encolher. O diafragma também movimenta os pulmões, que por sua vez elimina o 
gás carbono do corpo junto com o ar. Na verdade, quando inchamos ou retraímos a 
barriga por própria vontade, é com ele quem trabalhamos.
Portanto, na hora de inspirar, relaxe o diafragma para receber 
bem o oxigênio e o encolha para expirar o ar velho.
16
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
II-4 Cadê o gogó?
E tem gente que acha que não tem gogó. O que ocorre é que a garganta é 
um dos mais sensíveis lugares do corpo humano. Isso porque é por onde respiramos e 
ingerimos comida e bebida – nem sempre com a qualidade desejada. Desta feita, a 
qualidade do som dependerá bastante da condição física do seu gogó.
Cordas vocais são membranas (tecidos que envolvem os órgãos) 
sustentadas pela laringe, que vibram e produzem e qualificam os sons no ato da 
expiração. São elas que determinam o seu timbre vocal e a variação dos tons entre 
grave (grosso) e agudo (fino).
Também os movimentos da faringe, língua e da boca dão características 
aos sons. É preciso, portanto, ter um certo domínio sobre elas.
Cuide bem do seu gogó:
• Evite álcool para não ressecar os órgãos.
• Fuja de comidas ou bebidas muito quentes ou estupidamente geladas. Há um 
limite de temperatura aceitável.
• Cigarro é inadmissível.
• Acidez dos alimentos pode prejudicar a parte bucal.
• Não grite jamais. A vibração desordenada das cordas vocais danifica seu 
potencial.
• Mantenha sua boca sempre hidratada. A sede faz estragos.
• A ingestãode bons alimentos (especialmente frutas) ajuda a conservação 
bucal.
• Um gargarejo de água e sal (uma pitadinha de nada) regularmente funciona 
como soro. Atenção; nada de sal em excesso, conhaque ou vinagre. Caninha 51 
também nem pensar.
II-5 Se liga nessa
O grande maestro do nosso corpo é o cérebro e dele parte todos os 
impulsos (ordens) a serem obedecidos pelos órgãos. Conclusão, o estado de 
espírito é fator determinante na hora de soltar a voz. Então, você terá dificuldades 
em entrar no palco sabendo que seu cunhado bateu com seu carro. Do mesmo modo, 
não faria melhor se soubesse que acertou o grande prêmio da mega-sena (e quem iria 
ao palco depois de um prêmio desses?).
Como já dissemos, a concentração define a afinação. Isso porque a 
distração faz o cérebro perder o controle da vibração das cordas vocais – que é coisa 
muito sensível. Além do mais, se as cordas não forem bem adestradas não produzem 
o som esperado. Por isso que tem gente que não tem afinação; não tem controle 
sobre os órgãos.
Se você é um deles e quando quer cantar um “A” sai um “Ô”, esqueça seu 
passado e se prepare para sua nova carreira.
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Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
Aquecimento físico
Você já conhece o valor do seu corpo para a voz. Por esta razão, iniciemos 
a aula prática com exercícios de alongamento e relaxamento. Use roupas leves e 
folgadas para não dificultar os movimentos.
1. Alongamento: de pé, levante os dois braços e vá se esticando suavemente para 
cima como se quisesse alcançar uma corda que está um pouco acima de sua 
cabeça. Mantenha os pés bem fixos no chão. De 1 a 3 minutos.
2. Relaxamento: movimente os braços e as pernas livre e suavemente para ativar 
melhor a circulação sangüínea e aquecer a musculação (dê chutes curtos no vento 
e simule natação, por exemplo). De 3 a 5 minutos.
3. Respiração: conforme os padrões teóricos aplicados anteriormente, trabalhe sua 
respiração e aproveite para entrar em estado de concentração máxima. Procure 
sentir o ar entrando e se espalhando em seu corpo através do sangue. Trabalhe os 
impulsos cerebrais para as partes do seu corpo (como leves movimentos dos dedos 
das mãos e pés). De 2 a 3 minutos.
4. Acorde o diafragma: se você leu todo o capitulo anterior (duvido) sabe da 
relevância deste músculo. Portanto, vamos desenvolver ainda mais suas 
atividades; inspire e expire rapidamente dando sopapos no diafragma como se 
estivéssemos bombardeando o abdome. De 1 a 2 minutos.
5. Aquecimento muscular do pescoço: abaixe completamente a cabeça (coluna 
reta, por gentileza) e comece a ergue-la vagarosamente até onde puder enquanto 
inspira. Segure o ar por algum tempo e desça a cabeça e vá soltando o ar devagar. 
Sincroniza o tempo do movimento com a respiração. Ou seja, o tempo do 
movimento deve ser igual ao da respiração. Vá retardando o tempo do movimento 
e da respiração aos poucos até alcançar a média de 30 segundos para levantar a 
cabeça (e inspirar), 10 para prender o ar e 30 para abaixar a cabeça (e expirar o 
ar). ATENÇÃO: observe sua capacidade. Se der para prolongar mais ainda o tempo, 
faça-lo. Do contrário, diminua o limite. Execute de 5 a 10 vezes nesse sentido e 
depois inverta a ordem do movimento e a respiração.
6. Aquecimento muscular do pescoço II: semelhante ao exercício acima, 
sincronize a respiração de acordo com os movimentos do pescoço. Entretanto, 
troque o movimento vertical pelo horizontal; ponha a cabeça no limite que ela se 
move para um lado e vá virando para o outro trabalhando a respiração.
7. Acionamento bucal: faça movimentos com a boca (caretas mesmo) para acionar 
a musculatura da boca; abrindo e fechando, esticando para os lados, etc.
Esses exercícios devem ser executados a cada aula prática ou de 2 a 3 vezes por 
semana.
Cadê as aulas práticas de canto? Prometa na próxima.
18
AulaAula 
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
III-1 Som e tonalidade
Som é tudo quanto podemos escutar – inclusive o estralo do cabo de 
vassoura da mulher quando o cara chega tarde em casa. A voz humana quando 
falada, o barulho de um motor ou um trovão são sons simples e puros. Mas existem 
alguns sons com uma particularidade especial; tonalidade. Sons com uma variação 
de tom tornam possível a existência da música. Sem a diferença de tons não há 
melodia.
Quando falamos não emitimos tonalidade e, no entanto, cantamos ao 
produzir sons com a variação de tons.
III-2 Timbre
É a identidade sonora. Ninguém é capaz de confundir o piano de um placa 
de zinco sendo arrastada. Portanto, cada som teu seu timbre e ele é quem caracteriza 
cada som.
O timbre é quem difere o som de uma guitarra de um violino, mesmo que 
eles toquem o mesmo tom. Também serve para distinguir a voz de uma pessoa. 
Considere ainda que, por parecidas que sejam duas vozes, há discriminação técnicas 
entre elas. Não é à toa que existem muitos equipamentos de segurança por 
reconhecimento da voz.
III-3 Clareza
Enquanto tem tanta gente querendo aprender a cantar há outras que, se 
quer, sabem falar. Uma propriedade fundamental da voz é a clarividência. Se você 
fala e por três vezes a outra pessoa não entende e pede para repetir não quer dizer 
necessariamente que ela seja surda. Você pode não estar pronunciando bem o que 
fala. Veja essa:
Dois sujeitos que não se entendiam se cruzaram:
-- Oi Fulano, tu vais pescar?
-- Não Cicrano, eu vou pescar.
-- Ah bom. Eu pensei que fosse pescar.
Se bem que nesse caso, os dois eram surdos mesmo.
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IIIIII – Propriedades da Voz
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
III-4 Aprenda a falar
Dizem que carioca é tão preguiçoso que nem falam a palavra toda. 
Discordo disso porque não são apenas os cariocas.
O fato é que devemos ter mais qualidade ao pronunciar os verbetes. Dê 
atenção especial a todas as silabas para que fique claro o quer dizer. Enrolar a fala é 
prática de quem esqueceu a letra da música na hora do show. No entanto, a clareza é 
um dos quesitos avaliados os calouros.
Cuidado para não fazer a junção de duas ou mais palavras na hora de 
falar. Isso pode deturpar o significado da mensagem. Espie essa clássica cantada (e 
funciona):
“Ô, meu bem; meu coração por ti gela!”.
Pronuncie as ultimas palavras juntas e confira o resultado (um belo fora).
Atenção especial com palavras iniciadas vogal. No caso de “América”, pó 
exemplo, separe bem o “A” de “me”. Já em “Ambrósio” é diferente; separe “Am” de 
“bró”.
Palavras terminadas em “te” não são iguais que com “t”. No primeiro caso 
o “e” deve soar bem, enquanto que no outro o som é rápido e quase imperceptível. 
Exemplos; “carinhosamente” e “pierrot”. Aliás, letras consoantes como d, f, p, t, e v 
isoladas no fim da sílaba não devem ser pronunciadas como são faladas no alfabeto. 
No ABC lemos v como “vê”. Porém, na palavra Tchaikovsky seu som é um “v” rápido. 
A onomatopéia (representação escrita dos sons) “zzzzzz” não deve ser lida como 
“zêzêzê...”. Apenas como o som seco de z prolongadamente.
Em geral, respeitando a divisão silábica, procure falar mais ou menos 
articuladamente. Ou melhor, ar-ti-cu-la-da-men-te. Isso vale para quando for cantar 
também.
Palavrões (palavras enormes) devem ser ligeiramente divididos em duas 
ou três silabas na hora de serem pronunciadas. Ex. “Tessalonicenses” pode lido com 
uma divisão bem rápida em “Tessalo-nicenses”.
III-5 Volume
Quando dizemos “Fale mais alto” (não esqueça do “por favor”), estamos 
pedindo para que o outra aumente o volume do som. Contudo, na música (com sons 
variáveis de tonalidade) alto e baixo diz respeito a grave e agudo (veremos isso 
mais tarde). Nesse caso devemos especificar “mais volume” ou “menos volume”.
O volume da voz esta atrelada diretamente à força com que jorramos o ar 
boca a fora. Daí a necessidade de uma boa respiração e conservação dos órgãos 
internos.
Cada um tem seu limite para o volume. Não force jamais o volume da 
sua voz. Nem ao cantar,nem ao falar. Mas é possível dar mais consistência a ela 
com o decorrer do treinamento adequado, buscando o que você tem e não 
desenvolveu.
III-6 Variação do tom
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Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
Em torno do som grave (grosso) e agudo (fino) construímos a 
melodia, ou seja, a música em si. Existe, portanto, uma escala de tonalidades 
representadas por notas musicais com padrão internacional a serem executadas por 
instrumentos ou pela voz humana. Cantar consiste em representar fielmente 
(não esqueça disso) as notas musicais estabelecidas na melodia. Para tanto, é 
mister dominar a voz.
Para saber a importância dessa variação, pegue uma música (pode ser 
“Parabéns pra você”) e cante numa nota só e veja se agrada – verifique se não tem 
ninguém estranho por perto.
Aquecimento físico
Favor realizar os exercícios de aquecimento físico passados na aula 
prática passada. Só após prossiga. Não seja teimoso!
Aquecimento vocal
Esse exercício serve para desenvolver o controle vocal dos sons. É 
importantíssimo para o desenrolar da voz. Não ignore a boa postura e também 
esteja bem hidratado (com água natural).
1. Moído: feche a boca e comece soando som “hummmmm” igual a uma vaca 
preguiçosa. Note que o som (grave) fica armazenado na faringe (cavidade no 
começo da garganta). Inicie com um tempo de 10 segundos para o som, pare, 
respire fundo e recomece aumentando o tempo de execução do som. 10 vezes.
2. Fonfom: o mesmo exercício acima, desta vez, trazendo o som para o nariz.
3. Staccato: vamos repetir o exercício 1 e 2 em staccato (você não sabe o que é 
staccato?). Quer dizer, som cortado em seqüências rápidas e fortes. “Hum... hum... 
hum... hum”. Use o diafragma para impulsionar o som.
4. Pianinho: é semelhante ao staccato, mas com uma diferença; soe baixinho.
5. Exercício: agora de boca aberta, trabalhe nos moldes acima um “psiu” com o som 
de “ssssssss”. 10 vezes normal e 10 staccato.
6. Exercício: ainda seguindo o modelo anterior, execute “Zzzzzzzzzzz”. 10 vezes 
normal e 10 em staccato.
7. Exercício: vamos trabalhar o volume calculando o tempo de execução e dividindo 
em dois; do zero para o mais alto possível e daí para o zero novamente. Ou seja, 
vá aumentando o som e depois diminuindo. Faça duas vezes com cada som já 
treinado.
8. Exercício: agora para relaxar, produza o som “Ffffffff” semelhante a um pneu 
vazando ar. Em seguida, uma chuva; “Xxxxxxxxx” e finalmente, uma 
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AulaAula 
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
metralhadora; “Rrrrrrrr”. Para este último, coloque e tremule a língua no céu da 
boca. 5 vezes cada.
Exercício de fonologia
Procure pronunciar bem os textos a seguir:
“O sapo sabia que a sapa soube que se sabiá soubesse saber que ser seria 
sabido será sábio”.
“Apapiru jadad irab ramát. E coso mular terbiá, ycalabjiady rifar teerã. 
Mojerikitu raja caluberê ati jivá, e pot unire qal deliatibá”.
OBS: se algum vocábulo do ultimo texto for algum palavrão em algum idioma que 
você conheça, leve em conta minha ignorância. Trará-se apenas de um jogo de 
silabas criadas para trinar a articulação.
IV-1 Escala das notas
Notas musicais representam a tonalidade (variação grave-agudo) dos 
sons. Para um vocalista profissional – ainda que tenha medo de instrumentos – 
conhece-las é questão de fisiologismo. Ou aprende ou não é cantor que se preze.
O padrão internacional estabelece 7 notas chamadas de tom inteiro e 
mais 5 semitons chamados de sustenidos e bemóis.
Para sua compreensão, comecemos com o que toda criança (exceto no 
Afeganistão) sabe: as notas inteiras. Observe ainda a ordem da variação grave-
agudo:
Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si
GRAVE AGUDO
Comparando as tonalidades, vemos que Ré é mais agudo que Dó e mais 
grave que Mi. Ou seja, na medida em que escala cresce cada nota seguida se torna 
mais fina.
Só que ao invés de escrever o nome das notas, convencionou-se usar 
letras para representação gráfica. Escrevemos as letras e lemos o nome original 
delas. Veja abaixo, a tabela das letras, agora começando por Lá:
Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol
A B C D E F G
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IVIV – Notas Musicais
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
Acontece que entre esses tons (notas) existem outros semitons. Eles 
poderiam receber outros nomes (por exemplo, “Tá”, “Nó” ou quem sabe, meu nome). 
Porém, os doutores da música preferiram associa-los às notas inteiras. Resultado; 
surgiu o sustenido (#) (semitom relativo meio-tom à frente da nota inteira); e o 
bemol (b) (semitom relativo meio-tom atrás da nota inteira).
Portanto, encontrando semitons entre as notas C e D, vamos chamá-los 
de:
C C# Db D
Quer dizer que depois da nota C (Dó) vem o semitom C# (Dó sustenido). 
Em seguida, Db (Ré bemol) que é o semitom antecessor de D (Ré).
Mesmo entre uma nota inteira e um semitom existe outra variação 
sonora, mas foram ignoradas. Na verdade, os dois semitons (sustenido e bemol) 
foram agrupados numa só nota. Existente entre dois tons inteiros. Elas recebem os 
dois nomes relativos aos seus vizinhos. No caso anterior, C# e Db formam uma 
mesma nota (entre C e D). Já não são mais dois semitons, mas uma nota tanto 
sustenida (em relação à nota anterior) e ao mesmo tempo bemol (em relação à nota 
seguinte).
Esqueça os outros semitons. Você só terá que aprender a escala completa 
das notas. Observe abaixo:
Note 
que a seqüência que termina em G (Sol) recomeça em A (Lá). Isso porque a escala é 
contínua.
Existe uma tonalidade padrão para as notas. Desta forma, a altura de C 
em um piano é a mesma em um violão ou na voz humana. Essa medida som padrão 
de recebe o nome de diapasão. Também é chamado de diapasão um instrumento 
que emite uma ou mais notas da altura padrão que serve como base para afinar um 
outro instrumento (violão, por exemplo).
Diz-se que uma pessoa é dotada de diapasão quando ela tem em 
mente e canta a tonalidade original da nota. Explicando melhor; ela canta F no som 
padrão de F. Aprenderemos a guardar o diapasão de cabeça breve. No entanto, é 
necessário ter de onde extrair o som que servirá como base. Para isso nós 
estudaremos a estrutura das notas em alguns instrumentos.
IV-2 Teclado (ou piano)
Instrumentos de teclas emitem sons correspondentes a uma nota para 
cada tecla. O teclado é composto por várias oitavas. Oitava é um conjunto de oito 
notas inteiras (de 7um Dó a outro Dó) representas pelas teclas inferiores (brancas). 
Repare:
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A
A#
B C
C#
D
D#
E F
F#
G
G#
Bb Db Eb Gb Ab
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Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
As teclas superiores (pretas) são os sustenidos e bemóis. Assim, entre 
as teclas de D e E tem a tecla do semitom D# e Eb. Observe a gravura:
Espie na figura abaixo a representação de um teclado de 4 oitavas:
Cada tecla tem então a sua identidade quanto a sua nota e quanto à 
oitava. Então, o D depois do C2 é o Ré da 2a oitava, ou seja, o segundo D2. Agora 
você já sabe extrair as notas de um teclado.
Tocando nas teclas é possível identificar a diferença entre o som de cada 
uma. Pela variação de tonalidade, o som vai ficando cada vez mais fino na ordem 
crescente das notas. Então, cada tecla à direita é mais aguda que a anterior. O 
mesmo acontece com as notas iguais; o C1 é mais grave que o C2.
IV-3 Violão
Além de ser o mais popular, o violão é de uma beleza acústica inigualável. 
O som é executado a partir da vibração das cordas que selecionam as notas quando 
pressionadas conforme a ordem das casas no braço do instrumento.
Olhando a figura ao lado, vemos a distribuição das cordas e das 
casas do braço do violão.
As cordas são enumeradas de 1 a 6 começando de baixo pra cima – 
das cordas mais finas para as mais grossas.
As casas são separadas pelos trastes e enumeradas na ordem da do 
cabeçalho à boca do violão. As cordas tocadas soltascorrespondem a 
casa zero. Apertando-as depois do primeiro traste passam a ser da 
primeira casa e assim sucessivamente. A tonalidade também segue 
essa ordem. Quanto mais alta for a casa mais fino será o som.
ATENÇÃO: aperte as cordas com a cabeça do dedo e dentro casa e 
não sobre o traste.
A distribuição das notas no violão começa das cordas soltas (casa zero) e 
cresce com a numeração das casas. Exemplo; a primeira corda solta é E. Na casa 1 
será F, na outra casa F#/Gb, depois G, G#/Ab, A e etc.
Veja a escala até a oitava casa ilustrada abaixo:
24
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
Repare que a ordem das notas é inversa. Ela cresce no agudo voltando 
para a boca do violão. Note também que ficaram algumas casas sem notas. Pois fique 
sabendo que elas têm notas sim e são os sustenidos e bemóis. Por exemplo, a nota da 
corda 1 na casa 2 é F# e Gb.
Para simplificar a descrição de cada nota, vamos usar a letra da 
nota e mais um número; o primeiro para a corda e o seguinte para a casa. 
Combinado assim, a nota C35 será C na corda 3 e casa 5. A nota D da quarta 
corda solta (casa zero) será D40. 
Se você ainda não dormiu com a leitura, deve ter notado a grande 
quantidade de notas que o violão tem. Só até a oitava casa – conforme a figura acima 
--, encontramos 5 notas E. Mas isso não quer dizer que são tantas oitavas quanto é o 
número de notas, pois, há notas iguais de uma mesma oitava em diferentes cordas. 
 Pra ser exato, começando da nota mais grave E60, seguimos até a 
quinta casa e descemos para a corda abaixo. As notas, a partir desta casa, serão 
semelhantes às casas da corda abaixo. Exemplo, A65 e A50, A#66 e A#51. 
Seguindo nesta corda, alcançamos a nota D55 e descemos para D40 e assim por 
diante.
Agora você também já sabe onde estão as notas no violão.
IV-4 Flauta Doce
Nem teclado nem violão? Tudo bem. Vamos de flauta doce. Fácil de tocar, 
transportar e é encontrada até nas lojinhas de R$ 1,99. Veja como é a estrutura das 
notas em flauta doce:
Veja o modelo 
da flauta na 
gravura acima e, ao lado, a simbologia de como se 
comportam os buracos na representação das notas.
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EQUIVALENCIA DE NOTAS ENTRE INSTRUMENTOS
 
Teclado = E2 F2 G2 A2 B2 C3 D3 E3 F3 G3 A3 B3 C4 D4 E4 
F4 G4 A4
 Violão = E60 F61 G63 A65 B52 C53 D55 E42 F43 G45 A32 B34 C21 D23 E25 F11 
G13 A15
 Ou = -- -- -- A50 B67 C68 D40 E57 F58 G30 A47 B20 C35 D37 E10 F26 
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
À esquerda, olhe como usar as mãos para 
apertar os orifícios do canudo musical. Perceba 
também que o furo traseiro da flauta é 
apertado (quando ordenado) pelo polegar 
direito.
Agora conheça algumas notas na flauta.
IV-5 Melodia e acompanhamento
A melodia é a parte expressa da música. A parte cantada (voz principal) é 
a expressão da própria musica, portanto, a melodia. Por sua vez, o 
acompanhamento é o som de fundo feito com acordes. Acorde é uma união de 
várias notas predeterminadas que formam uma posição. O acompanhamento pode 
ser recheado de introdução, solo e arranjos.
Podemos citar um exemplo dessa separação na canção “COMO É GRANDE 
O MEU AMOR POR VOCÊ” de Roberto Carlos. Ela tem um acompanhamento completo 
(bateria, contra-baixo, guitarra, etc.) e se inicia com uma introdução em flauta. Em 
seguida entra a melodia com a letra cantada sobre a seqüência de acordes do 
acompanhamento. Durante a melodia, a flauta volta a aparecer com pequenos 
arranjos. No fim da letra, vem o solo, também em flauta, isolado com o 
acompanhamento. Depois do solo, a melodia é repetida no verso “Nem mesmo o 
céu...”.
Pois essa melodia é uma seqüência de notas que deve ser 
executada junto com as palavras. Melhor dizendo, cantada.
Normalmente, cada silaba recebe uma nota. Veja:
“EU TE – NHO TAN – TO PRA LHE FA - LAR...”
 B B D D C A C A C (Notas musicais)
 
Mas pode acontecer de duas ou mais silabas serem anexadas numa só nota. 
Repare:
“CO – MO É GRAN - DE O MEU A - MOR...”
 G E G E E G E D#
Ou ainda, que uma única silaba seja flexionada em duas ou mais notas. Tire a 
prova cantando esse verso do clássico “ASA BRANCA” de Luiz Gonzaga:
“EU PER – GUN – TE - EI A DEUS DO CÉU UAI...”
26
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
 G G A B D D B A G C
IV-6 Potencia vocal
Entre o homem e a mulher há mais diferenças do que o peito cabeludo e o 
bigode. A voz natural do masculino é um ou duas oitavas mais baixa (grave) que a 
delas. Podemos dizer que o eles cantam na faixa da primeira para a quarta oitava e 
elas dentro da segunda para a quinta oitava, conforme a potencia de cada um.
Quando o homem tem a voz super grave, ele fatalmente se enquadra 
dentro da categoria baixo. Para cantar, ele alcança em torno da primeira até a 
segunda oitava. A categoria média é chamada de barítono. Os sopranos alcançam 
entre a segunda à quarta oitava. A terceira classificação é o tenor. Neste caso, os 
dotados dessa classe são mais agudos e cantam no tom semelhante aos das damas, 
além de alcançarem também as oitavas dos barítonos.
A classificação das vozes femininas começa com contralto para aquelas 
que tem voz de macho e fala grosso. Na hora de cantar, elas utilizam-se da segunda 
para a terceira oitava. A categoria intermediária é conhecida como semi-soprano. 
Nestas condições, as medianas cantam na faixa da terceira para quarta oitava. As 
poderosas da terceira classe seguem a ordem do grau soprano. As cantoras desse 
nível cantam da terceira para além da quinta oitava.
Cada categoria canta em torno de dezoito notas inteiras, o que é quase 
três oitavas. Como uma melodia normalmente é escrita com notas que variam entre 
duas oitavas, isso quer dizer que, adequadamente, uma pessoa pode cantar qualquer 
música. Quando digo “adequadamente” me refiro a usar as notas apropriadas para 
cada voz. Assim, se numa música, a mulher usar as notas C, D, E, F e G da quinta 
oitava, a voz masculina fatalmente não conseguirá cantar essa melodia com este tom 
tão agudo. Mas se ele pegar essas mesmas notas e transportar para uma oitava 
menor ele certamente cantará a mesma música certinho.
Vamos tentar fazer isso; veja alguns versos da música “ASA BRANCA” com 
as notas adequadas para cada sexo. Toque no instrumento e depois cante na oitava 
apropriada:
“QUAN-DO O-LHEI A TER-RA AR-DEN-DO / QUÃO FO-GUEI-RA DE SÃO JOÃO”
 C D E G G E F F C D E G G F E
Portanto, na prática, não importa ser barítono, tenor ou soprano. Em 
qualquer situação você pode cantar corretamente as suas canções preferidas.
Também é verdade que existe tenha uma potencia extraordinária capaz 
de se enquadrar em duas categorias ao mesmo tempo, trocando em miúdos, que 
canta notas superiores a três oitavas. Com isso, ele tem condições de imitar vozes 
masculinas e femininas perfeitamente. Mas não fique com inveja não porque isso não 
é muita vantagem, se o quer é apenas cantar.
27
AulaAula 
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
Aquecimento físico
Comece com o exercício de aquecimento físico descrito anteriormente.
Aquecimento vocal
Faça o aquecimento vocal que já aprendeu.
Qual é a sua potencia?
Qual é a capacidade da sua voz? Será que você é um Pavarotti ou um 
Louis Armstrong? Sua voz é fina ou grossa? Que notas e que oitavas você alcança? 
Façamos o teste com o auxílio de um instrumento (teclado ou violão).
PARA HOMEM
Toque e ouça bem a nota E (E3 teclado e E42 violão) e tente cantá-la. Soa 
confortável? Ótimo. Agora vamos medir a sua capacidade até o limite mais grave. 
Toque e cante diminuindo uma nota inteira, ou seja, engrossando uma nota. Meça e 
anote até quenota grave você alcança -- sem forçar.
Teclado = E3 D3 C3 B2 A2 G2 F2 E2 D2 C2 B1
Violão = E42 D55 C53 B52 A65 G63 F61 E60
Agora vamos medir seu limite agudo aumentando uma nota inteira.
Teclado = E3 F3 G3 A3 B3 C4 D4 E4 F4 G4 A4 B4 C5 D6
Violão = E42 F43 G45 A32 B34 C21 D23 E25 F11 G13 A15 B17 C18 
D20
PARA MULHER
Toque e ouça bem a nota B (B3 teclado e B34 violão) e tente cantá-la. Soa 
confortável? Ótimo. Agora vamos medir a sua capacidade até o limite mais grave. 
Toque e cante diminuindo uma nota inteira, ou seja, engrossando uma nota. Meça e 
anote até que nota grave você alcança -- sem forçar.
Teclado = B3 A3 G3 F3 E3 D3 C3 B2
Violão = B34 A32 G45 F43 E42 D55 C53 B52
Agora vamos medir seu limite agudo aumentando uma nota inteira.
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RESULTADO
Baixo alcança abaixo de F2 - F61 como limite grave e vai até os 
agudos C4 – C21.
Barítono canta naturalmente entre os graves perto de B2 – B52 
e topa no limite agudo próximo de A4 – A15.
Tenor começa perto da nota grave C3 - C53 e tem limite agudo 
superior à C5 – C18.
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
Teclado = B3 C4 D4 E4 F4 G4 A4 B4 C5 D5 E5 F5 G5
Violão = B34 C21 D23 E25 F11 G13 A15 B17 C18 D20 E22 F23
Soando notas
Vamos soar uma seqüência de notas para começar a treinar a voz. Use a 
oitava adequada para sua voz, começando pela mais grave. Por exemplo, o barítono 
começa por C3 – C53 e a soprano por C4 – C21. Toque as notas, escute-as bem e 
cante.
1a Seqüência:
a) Toque as notas; C D E F E D C (aproximadamente 2 segundos para cada 
nota).
b) Pegue o som “ê” e cante a seqüência de notas acima (com o mesmo tempo).
c) Agora repita a seqüência uma vez para cada estilo; normal, moído, fonfom, 
staccato e pianinho.
Gostou? Então repita o exercício trocando o som de “ê” por “a”, “ô”, “ó”, “i” 
e “u”.
2a Seqüência:
Repita o exercício anterior, dessa vez trocando a seqüência descrita acima por 
esta nova; D E F# G F# E D.
3a Seqüência:
Do mesmo jeito, agora com a seqüência; E F# G# A G# F# E.
4a Seqüência:
Idem com essa seqüência; F G A Bb A G F.
5a Seqüência:
Novamente uma outra seqüência; G A B C B A G.
6a Seqüência:
Está acabando; A B C# D C# B A.
7a Seqüência:
29
RESULTADO:
Contralto alcança abaixo de E3 – E42 como limite grave e vai 
até os agudos G4 – G13.
Semi-soprano canta naturalmente entre os graves perto de G3 
– G45 e topa no limite agudo próximo de C5 – C18.
Soprano começa perto da nota grave A3 – A32 e tem limite 
agudo superior à F5 – F23.
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E a saidera; A B C# D C# B A.
V-1 Você é esperto?
Se você é uma pessoa atenciosa – e cumpre a recomendação de fazer 
direitinho os exercícios --, deve ter percebido uma coisa interessante no último 
exercício; as notas foram alteradas de uma seqüência a outra, mas o som conjunto da 
seqüência (a melodia da seqüência) era muito parecido – ou melhor, igual. Apenas 
havia uma pequena variação de tonalidade.
Por acaso se trocássemos o som das letras por um verso, teríamos uma 
melodia de palavras cantadas. Vamos supor que a composição fosse:
“EU VOU PRA LÁ E PRA CÁ”
 C D E F E D C
Se substituirmos a seqüência acima por todas as outras dadas na 
derradeira aula prática, nós cantaríamos essa original letra com seqüências diferentes 
– quer dizer, em várias tonalidades – e a melodia não seria alterada. Por quê?
Conclusão em breve.
V-2 Valor das notas
Para tocar uma nota num violão basta seguir a tabela das cordas e casas, 
apertar e bater. No teclado, é só localizar a tecla e empurrar o dedo nela.
Mas tem mais. Cada nota, inclusive os semitons (sustenidos e bemóis), 
tem um segredo a contar; elas são soadas a partir de um som de ondas repartidas em 
pequenos pedaços que ninguém percebe de ouvido, como se fossem seminotas 
inferiores. De fato, são três pedaços de ondas sonoras que formam uma nota. 
Como não dá pra diferenciar essas ondas a ouvido nu – e nem nos interessa --, os 
musicólogos resolverem elevar a potencia dessas seminotas inferiores a uma nota e a 
união das notas correspondentes a um acorde.
Entendeu? Não? Mais uma vez; um fanático por música com olhar e 
cabelos de cientista louco não tinha o que fazer e foi fuçar, fuçar e fuçar até que, 
descobriu que a nota C era formada por três ondas sonora inferiores, respectivamente 
semelhantes às notas C, E e G. Então, se a junção dessas ondas formava uma nota, 
conseqüentemente a união de notas iguais formaria alguma coisa – que ele deu o 
nome de acorde. Portanto, as notas C, E e G formam o acorde de C. Por isso, existem 
as posições (cifras) para violão e teclado que tocam várias notas ao mesmo tempo.
Se estiver estudando em grupo, selecione três pessoas e determine para 
cada uma voz as notas que formam o acorde de C para conferir a teoria.
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VV – Acordes
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
V-3 Acorde para os acordes
Depois de descobrir as notas de C, não houve obstáculo para achar as 
demais. Na verdade, essa tabela de valores das notas foi tão levado a sério que 
dela, surgiram novas propriedades da música. As descobertas mais relevantes foram 
uma grande safra de acordes para cada nota; maiores, menores, com sétima, com 
sétima menor, etc.
A seguir, a tabela de valores das notas para cada acorde, sendo que, cada 
nota tem uma versão de acorde maior e acorde menor.
TABELA DE NOTAS PARA ACORDES
Acor
de
Not
a
1 2 3 4 5 6 7 8
A A B C# D E F# G# A
F#m F# G# A B C# D E F#
B B C# D# E F# G# A# N
G#m G# A# B C# D# E F# G#
C C D E F G A B C
Am A B C D E F G C
D D E F# G A B C# D
Bm B C# D E F# G A B
E E F# G# A B C# D# E
C#m C# D# E F# G# A B C#
F F G A Bb C D E F
Dm D E F G A Bb C D
G G A B C D E F# G
Em E F# G A B C D E
A# A# C D D# F G A A#
Gm G$ A A# C D D# F G#
C# C# D# F F# G# A# C C#
A#m A# C C# D# F F# G# A
D# D# F G G# A# C D D#
Cm C D D# F G G# A# C
F# F# G# A# B C# D# F F#
D#m D# F F# G# A$ B C# D#
G# G# A# C C# D# F G G#
Fm F G G# A# C C# D# F
Vamos estudar algumas propriedades usando a tabela acima.
a) Cada seqüência de notas é diferente entre os acordes.
b) O primeiro valor (nota 1) é sempre igual ao oitavo.
c) Usamos apenas a descrição dos sustenidos para os semitons. Entretanto, 
subtende-se também que são bemóis. Por exemplo, é G# igual a Ab.
d) A tabela não acaba no oitavo valor, ela continua do nono a partir do segundo. 
Assim, a nona nota é igual à nota 2 e o décimo valor é o mesmo que o terceiro, 
etc.
e) As notas da tabela criam uma equivalência de valor das notas para cada 
acorde. Isso significa que a nota F está para C assim como D# está para A#, pois 
representam o quarto valor na tabela para os respectivos acordes.
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Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
f) Se as notas C, E e G formam o acorde de C (Dó maior), podemos concluir que 
esse acorde maior é formado pelos valores 1, 3 e 5. Com isso, podemos determinar 
que, valendo-se da relação de valores, eu posso formar todos os demais acordes 
apenas selecionando as notas equivalentes. Por exemplo, o acorde D será formado 
pela 1a, 3a e 5a nota de sua seqüência. Consultando a tabela, verificamos então que 
esse acorde será composto pelas notas D, F# e A.
g) Não precisamos aprofundar muito, mas vale adiantar que os acordes menores 
também são formados pelas notas 1, 3 e 5 de suas escalas menores. Logo, o 
acorde de Cm existirá com a soma das notas C, D# e G.
V-4 Acompanhando a melodia
Lembra-se quando falamos sobre melodia e acompanhamento? (ver IV-
5) pois não estávamos brincando. Por trás da melodia (cantada ou em forma de 
arranjo instrumental) existe uma seqüência de acordes.
Como o que você quer é cantar e não aprender acompanhamento 
instrumental, vale dizer que os acordes devem estar de acordo com a melodia. A 
regra é clara; a nota da melodia deve coincidir com uma das notas do acorde e não 
necessariamente com o próprio acorde. Com isso, o instrumentofaz um único acorde 
e dentro dele, poderão ser executadas várias notas para a melodia. Quando precisar 
de notas diferentes para compor a melodia, altera-se o acorde.
V-5 Valor prático das notas
O interessante nisso tudo para quem quer cantar é ter em mente o valor 
das notas de uma seqüência. Você toca a primeira nota e sabe soar as demais na 
ordem e fora dela. Por exemplo, você canta as notas 1, 2, 3 e 4 e reconhece o valor 
de cada uma delas nessa ordem e, com um pouco de prática, pode pular da nota 1 
para a 4 sem ter que fazer a escadinha (tocar as notas entre elas). Aí você saberá o 
valor que é a 1a e a 4a nota.
Quando tiver esses valores infiltrados na sua cuca, automaticamente você 
saberá distinguir as notas de uma melodia assim que escutar pela primeira vez. 
Também saberá transportar as notas de uma tonalidade para outra. Confira a seguir.
V-6 Transporte de tonalidades
Recorde o verso da música “ASA BRANCA” que cantamos em IV-5. Sua 
seqüência de notas pertence à escala de G.
“CO – MO É GRAN - DE O MEU A – MOR POR VO - CÊ”
 G E G E E G E F# D B G
Podemos dizer que as notas usadas G, E, F# e B na seqüência de G 
corresponde respectivamente, aos valores 1, 6, 7 e 3.
 Sabendo disso, podemos usar esses valores para transportar essa 
melodia da escala de para qualquer outra. Vamos mostrar isso mudando a tonalidade 
G de para B:
“CO – MO É GRAN - DE O MEU A – MOR POR VO - CÊ”
 B G# B G# G# B G# A# F# A# B 
32
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
 De maneira similar, podemos fazer transposição de tonalidades 
facilmente para um objetivo convincente; adequar a melodia à sua voz. Cante o verso 
acima nas duas tonalidades (G e B) e repare em qual delas sua voz se adapta melhor. 
Se nenhuma servir, procure outra.
Exercícios Básicos
Sabe aqueles exercícios chatos da aula prática passada? Trate de gostar 
deles e comece esta – e todas as outras – por aí.
Reconhecimento de valores das notas
Esta aula visa treinar sua habilidade de reconhecimento de notas. Mais 
precisamente, dos valores das notas em uma seqüência.
Vamos tomar por base a escala de C (Dó maior). Para tanto, procure a 
nota C da oitava mais adequada à sua voz e cante a seguinte seqüência, procurando 
compreender o valor de cada nota em relação a esta tonalidade.
1a seqüência = escala completa com todos os valores:
C D E F G A B C
2a seqüência = valores originais do acorde maior (1, 3 e 5):
C E G
3a seqüência = 1 (a nota original) e 4:
C F C
4a seqüência = escala completa com todos os valores:
C D E F G A B C
5a seqüência = 1 (nota original) e 2:
C D C
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AulaAula 
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
6a seqüência = 1 (nota original) e 7:
C B C
7a seqüência = escala completa com todos os valores:
C D E F G A B C
8a seqüência = 1 (nota original) e 5:
C G C
9a seqüência = 1 (nota original) e 6:
C A C
10a seqüência = escala completa com todos os valores:
C D E F G A B C
Cadê o ouvido? I
Deu pra pegar? Teste seu ouvido tocando notas sortidas sem olhar para o 
instrumento, e procure descobrir que nota é.
Cadê o ouvido? II
Vamos pegar a música mais tocada no mundo como exemplo; “PARABÉNS 
PRA VOCÊ” e cantá-la no acorde de C (procure a oitava de acordo com sua voz). Para 
começar, vamos tocar no instrumento o primeiro verso e depois cantar.
“PA – RA - BÉNS PRA VO – CÊ / NES – AS DA – TA QUE – RI - DA”
 G3 G3 A3 G3 C4 B3 G3 G3 A3 G3 D4 C4 C4 
 
Moleza, não? Agora escreva o restante da letra da música com as 
respectivas notas se valendo da sua voz e seu ouvido. Cante o verso e procure as 
notas através da técnica dos valores das tonalidades.
Cadê o ouvido? III
Agora vai um truque infalível para você aprender a guardar na sua 
cabeça, de uma vez por todas, o som original e padrão de cada nota. É como se você 
instalasse um diapasão no seu ouvido.
Pegue uma música que você conhece e canta com freqüência. Cante-a na 
tonalidade mais fiel à gravação original e procure descobrir no instrumento qual a 
nota da primeira silaba cantada. Agora confira se você cantou a nota na mesma 
tonalidade da gravação comparando as notas (a que escreveu depois que cantou e à 
nota original no disco). 
 Se você cantou a nota corretamente é porque tem a tonalidade desta 
música de cabeça. Logo, sabendo que nota é essa, você poderá chegar a toda a 
escala comparando os valores das notas.
Eu, por exemplo, quando quero cantar as notas no tom original, procuro 
me lembrar da música “UNCHAINED MELODY” (tema do Filme “Ghost – Do Outro lado 
da Vida”) que é da tonalidade de C maior e começa também com uma nota C. A partir 
dela eu calculo a altura das demais.
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Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
VI-1 Cadê a segunda voz?
A segunda voz se popularizou na música sertaneja e invadiu os espaços 
de outros ritmos. Mas, existe mesmo segunda voz? Se é que sim, como isso funciona?
Existem sim, e não só a segunda como outras vozes que você poderá 
enumerar de terceira, quarta, quinta, sábado ou raios que o partam.
Acontece que quando você tem um acompanhamento sobre a melodia, 
você conta com uma série de notas que formam o acorde tocado. A melodia original 
– a primeira voz -- terá que escolher uma das notas para cada tempo. Ficará então 
uma brecha das outras notas que poderão ser cantadas por outras vozes.
Pegue este abaixo verso com sua melodia original e depois troque as 
notas:
 “PA – RA - BÉNS PRA VO – CÊ / NES – AS DA – TA QUE – RI - DA”
Original = G3 G3 A3 G3 C4 B3 G3 G3 A3 G3 D4 C4 C4 
2a Voz = E4 E4 E4 C4 E4 D4 D4 D4 D4 B3 B3 D4 E4
3a Voz = C4 D4 E4 E4 D4 G4 G4 G4 B4 B4 A4 G4 G4
Com essa modificação radical, criou-se duas novas melodias para uma 
mesma letra e acompanhamento.
A maneira mais prática de procurar uma nova voz para um 
acompanhamento é observar as demais notas de um acorde. Se estiver cantando 
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VIVI – Vozes das notas
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
sobre o acorde de C, então você tem três notas originais que formam o acorde (C, E 
e G) e mais as mesmas notas em oitavas diferentes.
Pegue três vozes (caso esteja em grupo) e sobre o acompanhamento de 
C, cantem as três notas do acorde a letra abaixo, cada um na mesma nota:
 “EU A – MO VO – CÊ”
1a Voz = C
2a Voz = E
3a Voz = G
Sendo assim, você pode alterar qualquer melodia ou criar outras a partir 
da original colocando outras notas correspondentes ao acompanhamento.
Reescrevendo vozes
Reescreva novas vozes para musicas de apenas uma melodia, que você 
conhece e também procure as notas das vozes de músicas como “YOLANDA” de Chico 
Buarque e Simone, “POBRE MENINA” de Leno e Lilia, “NÃO APRENDI DIZER ADEUS” 
de Leandro e Leonardo que tem duas vozes bem definidas.
VII-1 Agrado musical
“Queria amanhã fosse, contudo amável. Aproximadamente vento vale 
conjunto”.
A harmonia implica em agradar aos ouvidos com uma melodia bem 
composta, sons congruentes e num compasso alinhado. Noutras palavras; a música 
deve ter um sentido, suas notas devem ser harmônicas e combinar uma com as 
outras.
Lendo a primeira linha deste tópico, diga-me; o que ele quer dizer? Nada, 
nadinha mesmo! Em matéria literária diz-se de textos sem nexo, sem harmonia, sem 
sentido. Embora junte palavras corretas, no geral, elas não dão um sentido a 
nenhuma idéia.
É preciso, portanto, dar sentido à melodia executando-a fielmente de 
acordo com os critérios técnicos que estudaremos a seguir.
VII-2 Afinação
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VIIVII – Harmonia e estiloCurso Completo de TÉCNICA VOCAL
Como já vimos, a escala padronizada apresenta sete notas inteiras e 
mais cinco semitons que representam os sons em uma melodia. Porém, existe ainda 
uma variação de tom entre uma nota e outra que produz uma dissonância, quer 
dizer, um som desafinado.
O vocalista deve reproduzir o mais fiel possível, as notas dentro de uma 
afinação que obedeça ao padrão internacional da música – o som original das notas.
 A dica é imitar o instrumento. Toque uma nota ou uma seqüência delas e 
procure reproduzir com a voz.
VII-3 Suavidade
Não há nada mais irritante aos ouvidos que choro de bebê e voz 
estridente. Isso é típico de quem está forçando a garganta tentando dar o que não 
tem, o que prejudica sensivelmente os órgãos fonológicos.
 O som, ao contrário, deve sair suave, ainda que seja alto (agudo), sem 
forçar o gogó. Além disso, a voz deve soar, de preferência, a partir de uma ligeira 
elevação do volume. Também no final, deve-se tomar cuidado para não cortar a voz. 
Na maioria das vezes, o som é encerrado com um declive no volume, como se fosse 
sendo fechando o botão do volume. Entretanto, há casos em que o som é finalizado 
com um corte brusco, semelhante ao staccato. Não se pode é deixar a impressão que 
parou por falta de voz.
Para isso, é fundamental uma boa respiração. Encha bem os pulmões e vá 
soltando o ar de acordo com o canto e sincronizando a resistência. Antes de puxar o 
novo oxigênio, expulse o anterior para caber mais.
VII-4 Entre no compasso
Aposto que já viu essa cena antes; alguém vai cantar acompanhando o 
instrumento tocado por outro e fica naquele jogo de olho como que perguntando “É 
agora que eu entro?” Depois, ele começa a cantar tão apressado que enquanto o 
músico toca a estrofe ele já está cantando o refrão. Após uma bronca – e quem sabe, 
vaias – o vocalista dá uma maneirada exagerada e acaba demorando tanto que o cara 
do instrumento sai pra tomar uma água até ele sair do primeiro verso.
 É que esse elemento simplesmente não sabe o que é compasso. Não 
tem noção do tempo certo de cantar.
De fato, isto não é raro e talvez você aí seja protagonista de episódios 
idênticos – ou melhor, era. Com um bom treinamento é possível liquidar esse 
problema. A chave do sucesso é atenção e um truque; usar sua bateria virtual.
Para aprender a acompanhar o ritmo certinho, inicialmente o melhor é 
bater o pé, bater palmas ou estralar os dedos simulando a bateria. A batida do pedal 
da bateria é geralmente o som mais forte, seguida de toques nas caixas e tambores. 
De maneira igual se segue aqui. É muito difícil sair do ritmo assim, só que nem 
sempre é possível – e apresentável – fazer esses movimentos. Com o tempo, eles 
podem ser substituídos apenas por batidas imaginárias dentro da sua cabeça. 
Também conheço quem imite a bateria com a boca.
VII-5 Interprete cantando
Você quer ser um cantor (cantora) ou um ator (atriz)? Que tal os dois? 
Pois saiba que uma das coisas mais vistosas num espetáculo ao vivo é a expressão, 
a forma de o cantor interpretar a letra fisicamente.
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Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
Combina cantar “MEU BEM QUERER” de Djavan dando saltos no palco? Ou 
talvez dar risadas enquanto canta “GARÇOM” de Reginaldo Rossi? Dá pra imaginar 
uma cara triste do cantor durante a execução de um enredo de escola de samba? 
Claro que não. A feição deve combinar com o momento, a música em questão.
Cuidado com o excesso nos gestos para não pegar mania. Por exemplo, 
Julio Iglesias canta apertando o estomago com a mão esquerda, José Rico, que faz 
dupla com Milionário, só emite agudos se imprensar o ouvido.
VII-5 Volume uniforme
Independente da variação de tonalidade (grave ou agudo) o som deve, em 
geral, se submeter a uma regularidade no volume.
Pegue a canção “CANTEIROS” de Fagner e mande qualquer pé-rapado 
cantar o primeiro verso e ele vai cantar “Quando penso em você, fecho os olhos de...” 
num certo volume e em “... saudaaaaaaades” ele vai se rasgar todo.
É um erro alterar o volume em proporções acentuadas. Isto acontece 
justamente no momento mais desnecessário; nas notas mais altas. Se a tonalidade é 
aguda, menos força será requisitada. Em contrapartida, no tom mais grave, onde o 
som é naturalmente mais baixo, requer-se mais esforço da voz para equilibrar o 
volume.
VII-5 Microfone – o terror
Ainda tem gente nesse mundo que odeia microfones. Que estupidez! 
Realmente há diferença entre cantar ao ar livre e cantar ao microfone. No primeiro 
caso, você se livra de acidentalmente engolir o objeto e no segundo, você pode cantar 
ou falar suavemente e ser escutado por milhares de pessoas.
Ao cantar ao microfone, mantenha a voz nos mesmos moldes como se 
estivesse sem ele. Não precisa alterar o volume. Quem tem o trabalho de amplificar 
sua voz é ele. Também, não ponha o microfone dentro da sua boca. Mantenha uma 
distancia razoável (meio palmo aproximadamente) e regular. Esteja certo ainda que a 
qualidade da sua voz ao microfone dependerá tanto do equipamento e seus ajustes 
quanto de você. Daí, a necessidade de um agente externo. É indispensável ter som de 
retorno para que também escute sua voz. 
Cuidado também com ruídos e sons indesejáveis. O som da respiração ou 
um mastigado da boca podem ser captados pelo microfone. Também podem ser 
flagrantes alguns sopapos provocados no ato de falar ou cantar silabas com “p” ou 
“t”. Ou ainda, chiados prolongados com o uso de “s” ou “ce”. 
Conclusão
Agora é hora de soltar a voz pondo em prática toda a técnica estudada 
aqui. Não esqueça as recomendações principais:
• Postura
• Aquecimento corporal
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Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
• Aquecimento vocal
• Respiração adequada
• Afinação
• Suavidade na voz
• Compasso
• Volume uniforme
• Expressão
 Se tiver aprendido tudo isso e conseguir por em prática, certamente 
estará pronto para encarar o palco. Do contrário, volte para o seu banheiro e fique por 
lá.
# = Símbolo de sustenido.
A = Letra que representa a nota de Lá e o acorde de Lá Maior.
Acompanhamento = Fundo musical que preenche a melodia. Ver; Efeitos de 
acompanhamento.
Acorde = União de notas musicais para acompanhar a melodia. Cada tonalidade tem 
uma série de acordes que podem ser maiores, menores ou relativos.
Afinação = Harmonia entre os sons.
Agudo = Variável da tonalidade do som para fino e alto. Oposto de grave.
Arranjo = Efeito que se aplica sobre o acompanhamento da música.
B = Letra que representa a nota de Si e o acorde de Si Maior.
b = Símbolo de bemol.
Baixo = Voz masculina mais grave. Cantor dotado dessa voz.
Barítono = Voz masculina intermediária entre Baixo e Tenor. Cantor dotado dessa 
voz.
C = Letra que representa a nota de Dó e o acorde de Dó Maior.
Cifra = Representação gráfica de nota e acorde.
Compasso = Organização do ritmo. Tempo de execução da melodia.
Contralto = A voz feminina mais grave. Cantora dotada dessa voz.
D = Letra que representa a nota de Ré e o acorde de Ré Maior.
Desafinado = Sem harmonia entre os sons. Dissonante.
Dissonância = Falta de harmonia e afinação entre os sons. Desafinação.
Dó = Primeira nota musical. É representada pela letra C.
E = Letra que representa a nota de Mi e o acorde de Mi Maior.
Efeitos de acompanhamento = Ver; Arranjo, Introdução, Solo.
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VIIIVIII – Vocabulário musical
Curso Completo de TÉCNICA VOCAL
Escala = Relação de notas ou acordes com determinada ordem e valores.
Expressão = Interpretação física.
F = Letra que representa a nota de Fá e o acorde de Fá Maior.
Fá = Quarta nota musical. É representada pela letra F.
G = Letra que representa a nota de Sol e o acorde de Sol Maior.
Grave = Variável da tonalidade do som para grosso e baixo. Oposto de agudo.
Harmonia = Afinação entre os sons.
Introdução = Efeito de acompanhamento que precede a melodia.
Lá = Sexta nota musical. É representada pela letra A.
Melodia = Seqüência de notas que define

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