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Professor: Carlos E. Elias de Oliveira Instagram: @profcarloselias
 
Grupo Telegram: “Direito Civil com Prof Carlos Elias” E-mail: carloseliasdeoliveira@yahoo.com.br 
Facebook: Carlos Eduardo Elias de Oliveira Canal YouTube: Professor Carlos Elias 
CONTRATOS EM GERAL E DE CONSUMO 
 
Professor Carlos E. Elias de Oliveira 
Instagram e Twitter: @profcarloselias e @direitoprivadoestrangeiro 
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E-mail: carloseliasdeoliveira@yahoo.com.br 
Blog: https://profcarloselias.blogspot.com/ 
 
 
1) Diante de várias inovações no Direito Civil, recomendo a leitura dos seguintes 
textos que tivemos a oportunidade de escrever (todos estão disponíveis 
(http://www.flaviotartuce.adv.br/artigos_convidados): 
 
- Condomínio edilício de graus sucessivos e outras questões práticas. 
 
- Condomínios edilícios, de lotes ou em multipropriedade: usucapião extrajudicial, 
proteção possessória e outras repercussões práticas 
 
- Guarda compartilhada, regime de convívio e alimentos: uma abordagem crítica 
 
- Princípio da prioridade relativa da família natural: diretrizes para a soluções de 
conflitos e para o legislador 
 
- A dispensa de inventário e o pagamento direto 
 
- Constitucionalização e Recivilização constitucional do Direito Civil: um mapeamento 
atual 
 
- Princípio da prioridade relativa da família natural 
 
- Princípio do prestígio aos familiares privilegiados e as vítimas indiretas de danos 
morais reflexos 
 
- “Zona Livre para Ofensas” e as Redes Sociais. 
 
- “Princípio da vontade soberana do testador e o censurável ‘testamento magistral’” 
 
- “Questões polêmicas sobre a irrepetibilidade dos alimentos” 
 
- “Escritura Pública de Dispensa de Colação Pós-Doação” 
 
- “Retroatividade das Leis: a situação das leis emergenciais em Tempos de Pandemia” 
 
- “Continuando os comentários à “Lei da Pandemia” (Lei nº 14.010, de 10 de junho de 
2020 - RJET): Análise dos novos artigos” 
 
- “Comentários à ‘Lei da Pandemia” (Lei nº 14.010, de 10 de junho de 2020 - RJET): 
Análise Detalhada das Questões de Direito Civil e Direito Processual Civil’” (artigo em 
coautoria com Prof. Pablo Stolze) 
 
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- “Responsabilidade Civil do Estado e responsabilidade civil e administrativa dos 
agentes públicos fora ou dentro do contexto da pandemia do covid-19 à luz da Medida 
Provisória nº 966/2020”. 
 
- “O coronavírus, a quebra antecipada não culposa de contratos e a revisão contratual: 
o teste da vontade presumível”. 
 
- “A medida provisória 925/2020: aplicabilidade apenas para os contratos anteriores e 
sua possível inconstitucionalidade. artigo de Carlos Eduardo Elias de Oliveira”. 
 
- “Lei da Liberdade Econômica: diretrizes interpretativas da nova Lei e Análise 
Detalhada das mudanças no Direito Civil e nos Registros Públicos”. 
 
- “Cobrança judicial de dívida garantidas por alienação fiduciária em garantia de 
imóvel: um diálogo do direito civil com o processo civil”. 
 
- “Soluções contratuais para ineficiências de cobrança judicial de dívida: o bloqueio 
liminar, a citação ficta e a fragilidade dos contratos com pessoas jurídicas”. 
 
- “O Princípio do Aviso Prévio a uma Sanção no Direito Civil Brasileiro”. 
 
- “A Segurança Hermenêutica nos vários Ramos do Direito e nos Cartórios 
Extrajudiciais: repercussões da LINDB após a Lei nº 13.655/2018”. 
 
- “A Dúvida Jurídica Razoável e a Cindibilidade dos Efeitos Jurídicos: hipótese de 
excludente ou atenuante de responsabilidade civil e de afastamento de efeitos jurídicos 
desproporcionais em outros ramos do Direito”. 
 
- “O princípio da proteção simplificada do luxo, o princípio da proteção simplificada 
do agraciado e a responsabilidade civil do generoso”. 
 
- “Análise Detalhada da Multipropriedade no Brasil”. 
 
- “Novidades da Lei nº 13.465/2017: o condomínio de lotes, o condomínio urbano 
simples e o loteamento de acesso controlado”. 
 
- “A Natureza Jurídica da Caução e Repercussões Civis, Processuais, Penais Notarial e 
de Registro Público”. 
 
- “Termo Inicial da Prescrição da Ação de Petição de Herança: uma necessidade de 
readequação da orientação da 3ª Turma do STJ”. 
 
- “A recente Lei do Distrato (Lei nº 13.786/2018): o novo cenário jurídico dos contratos 
de aquisição de imóveis em regime de incorporação imobiliária ou de loteamento” (em 
conjunto com Bruno Mattos e Silva). 
 
- “Conexões entre as instâncias penal, administrativa, civil e de improbidade: 
prescrição e efeito vinculante”. 
 
- “Casamento religioso no Brasil: rápido comparativo com experiência da Inglaterra 
com os casamentos islâmicos (“nikah”)”. 
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- “Um pouco sobre o civilista San Tiago Dantas: biografia e lições sobre a estabilidade 
do Direito Civil diante das transformações sociais”. 
 
- “Direito Real de Laje à luz da Lei nº 13.465/2017: nova lei, nova hermenêutica” 
- “Lei nº 13.838/2019: carta de anuência dos confinantes e o georreferenciamento no 
Registro de Imóveis”. 
 
2) Recomendamos ainda a leitura destes textos: 
 
OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de. Entes Despersonalizados: controvérsias jurídicas 
e lacunas legislativas. Brasília: Núcleo de Estudos e Pesquisas/CONLEG/Senado, Maio 
2020 (Texto para Discussão nº 276). Disponível em: www.senado.leg.br/estudos. Acesso 
em 19 de maio de 2020. 
 
 
________________. Contrato de cessão de meação: cabimento, forma e registro. 
Disponível em: https://migalhas.uol.com.br/coluna/migalhas-
contratuais/337013/contrato-de-cessao-de-meacao--cabimento--forma-e-registro. 
Publicado em 1º de outubro de 2020. 
 
 
________________. Doação com encargo e a eficácia contra terceiros e o Registro de 
Imóveis. Disponível em: https://migalhas.uol.com.br/coluna/migalhas-notariais-e-
registrais/334813/doacao-com-encargo-e-a-eficacia-contra-terceiros-e-o-registro-de-
imoveis. Publicado em 14 de outubro de 2020. 
 
________________. Redação, interpretação e integração de contratos e de outros 
negócios jurídicos após a lei da liberdade econômica. Disponível em: 
https://migalhas.uol.com.br/depeso/336161/redacao--interpretacao-e-integracao-de-
contratos-e-de-outros-negocios-juridicos-apos-a-lei-da-liberdade-economica. Publicado 
em 10 de novembro de 2020. 
 
 
________________. Dever de negociar e o dever de pagar/indenizar os honorários 
contratuais e sucumbenciais. Disponível em: 
https://migalhas.uol.com.br/coluna/migalhas-de-responsabilidade-
civil/332832/dever-de-negociar-e-o-dever-de-pagar-indenizar-os-honorarios-
contratuais-e-sucumbenciais. Publicado em 3 de setembro de 2020. 
 
 
________________. Doação entre cônjuges no regime da comunhão universal de bens. 
Disponível em: 
https://www.migalhas.com.br/coluna/migalhas-contratuais/333622/doacao-entre-
conjuges-no-regime-da-comunhao-universal-de-bens. Publicado em 21 de setembro de 
2020. 
 
 
________________. Alimentos naturais para ex-cônjuge ou parentes culpados. 
Disponível em: https://www.conjur.com.br/2020-jul-27/direito-civil-atual-alimentos-
naturais-ex-conjuge-ou-parentes-culpados. Publicado em 27 de julho de 2020. 
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________________. Nova Lei de Locações na Argentina: Um Breve Resumo. Disponívelem: https://www.migalhas.com.br/coluna/migalhas-contratuais/330267/nova-lei-de-
locacoes-na-argentina--um-breve-resumo. Publicado em 6 de julho de 2020. 
 
 
________________. Hipoteca e Outras Garantias Reais no Brasil: Debilidades Traiçoeiras 
Diante de Credores “Privilegiados. In: Revista Brasileira de Direito Contratual, ano I, 
nº 3, abr. a jun 2020, pp. 12-22. 
 
________________. Cobrança judicial de dívida garantidas por alienação fiduciária de 
imóvel: um diálogo do direito civil com o processo civil. Disponível em: 
https://www.anoreg.org.br/site/wp-content/uploads/2019/09/2019-9-
Alienac%CC%A7a%CC%83o-Fiducia%CC%81ria-e-judicial-PDF.pdf. Elaborado em 2 
de setembro de 2019. 
 
 
RODRIGUES JR. Otávio Luiz; OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de Oliveira. Notícia 
Histórica, Bibliográfica e Biográfica ao artigo “Inoficiosidade das doações a estranhos – 
Modo de Calculá-la”, de José Manoel de Azevedo Marques. In: Revista de Direito Civil 
Contemporâneo (RDCC). Edição 19 (Disponível em: 
https://independent.academia.edu/CarlosOliveira32). 
 
RODRIGUES JR., Otávio Luiz. Direito Civil Contemporâneo: estatuto epistemológico, 
constituição e direitos fundamentais. Rio de Janeiro: Forense Universitária. 
 
OLIVEIRA, Carlos E. Elias de; BENÍCIO, Hércules Alexandre da Costa. Assinatura 
eletrônica nos contratos e em outros atos jurídicos. Disponível em: 
https://www.migalhas.com.br/coluna/migalhas-contratuais/330879/assinatura-
eletronica-nos-contratos-e-em-outros-atos-juridicos. Publicado em 20 de julho de 2020. 
 
 
OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de. Contrato de Mandato e o Substabelecimento: a 
Responsabilidade do Advogado por Ato do Substabelecido à luz do STJ. In: Revista Brasileira 
de Direito Contratual. Ano I, nº 1, Out-Dez 2019, pp. 186-190 (Disponível em: 
https://independent.academia.edu/CarlosOliveira32). 
 
___________________________. Parâmetros Analíticos do Direito Civil Constitucional: por 
um equilíbrio entre os discursos de Direito, Estado, Economia e Sociedade. Dissertação de 
mestrado apresentada perante a Faculdade de Direito da Universidade de Brasília, 2017. 
(Disponível em: 
https://independent.academia.edu/CarlosOliveira32). 
 
___________________________. Termo inicial da prescrição da ação de petição de 
herança: uma necessidade de readequação da orientação da 3ª Turma do STJ. 
Disponível em: https://flaviotartuce.jusbrasil.com.br/artigos/670582508/termo-
inicial-da-prescricao-da-acao-de-peticao-de-heranca?ref=feed. Elaborado em 31 de 
janeiro de 2019. 
 
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___________________________. Coronavírus, responsabilidade civil e honorários 
sucumbenciais. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2020-abr-10/direito-civil-
atual-coronavirus-responsabilidade-civil-honorarios-sucumbenciais. Publicado em 10 
de abril de 2020. 
 
___________________________. Dúvida jurídica razoável como excludente de 
responsabilidade civil, de enriquecimento sem causa e de outros remédios contra ilícitos 
civis: comentários a um julgado do STJ. In: Revista IBERC, v. 3, n. 1, pp. 1-19, jan-
abr/2020 (Disponível em: 
https://revistaiberc.responsabilidadecivil.org/iberc/article/view/102/83). 
 
___________________________. Coronavírus e Cartório Eletrônico. Disponível em: 
https://www12.senado.leg.br/publicacoes/estudos-legislativos/tipos-de-
estudos/boletins-legislativos/bol83. Publicado em abril de 2020. 
 
 
THOMALES, Chris. Cuius Regnum eius Iudicium: emancipando o discurso jurídico privado 
em face dos direitos humanos. In: Revista de Direito Civil Contemporâneo (RDCC), vol. 
13, ano 4, São Paulo, Editora RT, out-dez 2017, pp. 391-418 (Disponível em 
https://direitocivilcontemporaneo.academia.edu/REVISTADEDIREITOCIVILCONTE
MPOR%C3%82NEORDCC). 
 
___________________________. Coronavírus, responsabilidade civil e honorários 
sucumbenciais. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2020-abr-10/direito-civil-
atual-coronavirus-responsabilidade-civil-honorarios-sucumbenciais. Publicado em 10 
de abril de 2020. 
 
___________________________. Usufruto para deixar imóvel "no nome do filho": 
Aspectos registrais, tributários, sucessórios e dever de colação. In: Coluna Migalhas 
Notariais e Registrais (coordenação Carlos E. Elias de Oliveira, Flauzilino dos 
Santos, Hércules Alexandre da Costa Benício, Ivan Jacopetti do Lago, Izaías G. Ferro 
Junior e Sérgio Jacomino). Disponível em: 
https://www.migalhas.com.br/coluna/migalhas-notariais-e-registrais. Publicado em 
2 de junho de 2021. 
 
___________________________. Cartórios extrajudiciais e responsabilidade civil: oficial, 
preposto e Estado. In: Coluna Migalhas Notariais e Registrais (coordenação Carlos E. 
Elias de Oliveira, Flauzilino dos Santos, Hércules Alexandre da Costa Benício, Ivan 
Jacopetti do Lago, Izaías G. Ferro Junior e Sérgio Jacomino). Disponível em: 
https://www.migalhas.com.br/coluna/migalhas-notariais-e-registrais. Publicado em 
9 de junho de 2021. 
 
___________________________. Patrimônio de afetação, Regime Fiduciário e Escrow 
account. In: Coluna Migalhas Notariais e Registrais (coordenação Carlos E. Elias de 
Oliveira, Flauzilino dos Santos, Hércules Alexandre da Costa Benício, Ivan Jacopetti 
do Lago, Izaías G. Ferro Junior e Sérgio Jacomino). Disponível em: 
https://www.migalhas.com.br/coluna/migalhas-notariais-e-registrais. Publicado em 
15 de junho de 2021. 
 
3) Recomendamos a leitura destes livros: 
 
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- OLIVEIRA, Carlos E. Elias de; PEDROSO, Alberto Gentil de Almeida; ARAÚJO, André 
Villaverde; COUTINHO, Fabrício Petinelli Vieira. Comentários à Lei da Multipropriedade 
(Lei nº 13.777/2018). São Paulo: Thomas Reuters Brasil, 2020. 
 
- OLIVEIRA, Carlos E. Elias de. Capítulo IX – Da Habilitação – arts. 687 a 692. In: STRECK, 
Lenio Luiz; NUNES, Dierle; CUNHA, Leonardo Carneiro; FREIRE, Alexandre. Comentários 
ao Código de Processo Civil. São Paulo: Saraiva, 2016. 
 
- OLIVEIRA, Carlos E. Elias de. Capítulo XII – Da Homologação do Penhor Legal – arts. 
703 a 706. In: STRECK, Lenio Luiz; NUNES, Dierle; CUNHA, Leonardo Carneiro; FREIRE, 
Alexandre. Comentários ao Código de Processo Civil. São Paulo: Saraiva, 2016. 
 
- OLIVEIRA, Carlos E. Elias de. Coronavírus, Responsabilidade Civil e Honorários 
Sucumbenciais: um espaço para a dúvida jurídica razoável. In: MONTEIRO FILHO, Carlos 
Edison do Rêgo; ROSENVALD, Nelson; DENSA, Roberta. Coronavírus e Responsabilidade 
Civil: impactos contratuais e extracontratuais. Indaituba/SP: Editora Foco, 2020, pp. 65-
72. 
 
 
NOÇÕES GERAIS 
 
1) Definição 
2) Fim e Limite dos contratos. 
3) Pacto de corvina 
4) Suposta crise dos contratos. 
5) NCC vs CDC. 
FORMAÇÃO DO CONTRATO 
 
1) Fases da formação do contrato 
a. Puntuação ou negociações preliminares 
b. Proposta, policitação ou oblação 
c. Contrato preliminar 
d. Contrato definitivo 
2) Momento de aperfeiçoamento do contrato entre ausentes: teorias. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS 
 
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1) Quanto às partes envolvidas 
a. Contrato Unilateral 
b. Contrato Bilateral ou sinalagmático 
c. Contrato Plurilateral 
 
2) Quanto ao sacrifício patrimonial das partes 
a. Contrato gratuito ou benéfico 
b. Contrato oneroso 
 
3) Quanto ao momento do aperfeiçoamento do contrato 
a.Contrato consensual ou pessoal 
b. Contrato real 
 
4) Quanto aos riscos da prestação 
a. Contrato comutativo ou pré-estimado 
b. Contrato aleatório 
i. Os contratos aleatórios podem ser: 
1. Emptio spei (compra de esperança) 
2. Emptio rei speratae (compra de coisa esperada) 
3. Compra de coisa sujeita a risco 
 
5) Quanto à formalidade 
a. Contrato não solene ou informal 
b. Contrato solene ou formal 
 
6) Quanto à negociação do conteúdo entre as partes 
a. Contrato Paritário 
b. Contrato de Adesão (= contrato por adesão ou contrato standard) 
 
7) Quanto ao momento do cumprimento 
a. Contrato instantâneo ou de execução imediata 
b. Contrato de execução diferida 
c. Contrato de execução continuada, de execução cativa ou de trato-
sucessivo 
 
8) Quanto à designação por lei 
a. Nominado 
b. Inominado 
 
9) Quanto à disciplina legal 
a. Típico 
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b. Atípico 
c. Misto 
 
10) Quanto à independência do contrato 
a. Contratos autônomos 
b. Contratos conexos 
i. Os contratos conexos podem ser divididos nas seguintes 
categorias: 
1. Contrato acessório 
2. Subcontrato 
3. Pré-contrato 
4. Contrato coligado 
5. Contrato normativo 
6. Contrato relacional 
 
11) União de contratos 
12) Contrato Coligado 
 
 
PRINCÍPIOS CONTRATUAIS 
 
1) Princípio da obrigatoriedade, princípio da força obrigatória dos contratos 
ou, para alguns, princípio do consensualismo 
2) Princípio da revisão dos contratos ou da onerosidade excessiva 
3) Princípio da autonomia da vontade 
4) Princípio da supremacia da ordem pública 
5) Princípio da relatividade dos efeitos do contrato 
a. Estipulação em favor de terceiro 
b. Contrato com pessoa a declarar 
c. Promessa de fato de terceiro 
d. Doutrina do terceiro cúmplice 
6) Princípio da boa-fé 
a. Venire contra factum proprium 
b. Supressio 
c. Surrectio 
d. Tu quoque 
e. Duty to mitigate the loss 
f. Substantial performance, Teoria do Adimplemento Substancial ou 
Teoria do Inadimplemento mínimo 
g. Violação positiva do contrato 
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7) Princípio da função social dos contratos 
 
 
 
CONTRATO PRELIMINAR OU PRÉ-CONTRATO 
1) Art. 462 do NCC. 
 
 
 
EFEITOS DO CONTRATO: VÍCIOS REDIBITÓRIOS E EVICÇÃO 
 
- VÍCIOS REDIBITÓRIOS – 
 
1) Definição 
2) Ações cabíveis 
3) Prazos decadenciais para as ações edilícias 
 
- EVICÇÃO – 
 
1) Definição 
2) Cláusula non praestanda evictione 
3) Evicção parcial 
4) Suspensão da prescrição enquanto pendente ação de evicção 
 
EXTINÇÃO DOS CONTRATOS 
 
 
1) Formas de extinção 
2) Exceptio non adimpleti contractus e Exceptio non rite adimpleti contractus. 
a. Cláusula solve et repete 
 
 
 
 
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DIREITO DO CONSUMIDOR 
“Entre o forte e o fraco a liberdade escraviza e a lei liberta” (Henri Lacordaire – 1802 a 
1861) 
 
HISTÓRICO 
1) Comissão do anteprojeto do CDC1 
a. Membros da Comissão: Ada Pellegrini Grinover (coordenadora), 
Daniel Roberto Fink, José Geraldo Brito Filomeno, Kazuo 
Watanabe, Zelmo Denari. 
b. Assessores: Antônio Herman de Vasconcelos e Benjamim, Nelson 
Nery Jr, etc. 
2) Uso de cláusulas abertas (= cláusulas gerais): técnica legislativa consistente no 
emprego de conceitos jurídicos a serem interpretados pelo magistrado diante do 
caso concreto. 
3) Justificativas de um CDC: 
a. Emergência de uma sociedade de consumo. 
4) Características de uma “sociedade de consumo”: 
a. Prevalência do crédito e do marketing. 
b. Dificuldades de acesso à justiça. 
c. Hipossuficiência do consumidor perante o fornecedor ou produtor. 
d. Na sociedade de consumo, o fornecedor “dita as regras”, pelo que 
se impõe a ação do Direito para proteger o consumidor 
(intervenção estatal é necessária). 
5) CDC regula todos os aspectos da relação de consumo: 
a. Os produtos e serviços em si 
b. Os instrumentos para produção e circulação: o crédito e o marketing. 
6) Fundamento axiológico do CDC: vulnerabilidade do consumidor. Tal decorre 
de múltiplos motivos, como: 
a. Atuação de oligopólios ou monopólios. 
b. Carência de informação sobre características do produto/serviço. 
c. Publicidades enganosas. 
7) Ratio do CDC: “reequilibrar a relação de consumo, seja reforçando, quando possível, 
a posição do consumidor, seja proibindo ou limitando certas práticas de mercado”2. 
 
 
1 Código de Defesa do Consumidor, Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. 
2 GRINOVER, Ada Pellegrini [et al.]. Código de Defesa do Consumidor: comentado pelos autos do 
anteprojeto. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007. Pp. 07. 
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ASPECTOS GERAIS 
8) Influências estrangeiras ao CDC 
a. Resolução n. 39/248, de 09/04/1985, da Assembléia Geral da ONU. 
b. Projet de Code de la Consommation, redigido por Jean Calais-Auloy. 
c. Leis Gerais da Espanha, de Portugal, do México e de Quebec. 
d. Direito Comunitário Europeu. 
i. Diretivas ns. 84/450 (publicidade) e 85/375 
(responsabilidade civil pelos acidentes de consumo). 
e. Leis da Alemanha. 
9) Ordenamento Brasileiro: 
a. Art. 5º, XXII, CF: “O Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do 
consumidor”. Trata-se de direito fundamental da pessoa humana. 
b. Art. 170, V, CF: A Defesa do Consumidor é um princípio da ordem 
econômica e financeira. 
c. Art. 24, CF: competência concorrente da União/Estados/DF para 
legislar sobre “produção e consumo”. 
d. Art. 48, ADCT: “O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da 
promulgação da Constituição, elaborará o código de defesa do 
consumidor”. Esse prazo, todavia, na prática, não foi observado, 
pois o CDC só foi promulgado em 11 de setembro de 1990, muito 
tempo depois da promulgação da Carta-Cidadã (5 de outubro de 
1998). 
e. CDC (Lei 8.078/90) 
f. Decreto 2.181/97 – dispõe sobre a organização do Sistema Nacional 
de Defesa do Consumidor – SNDC, estabelece normas gerais de 
aplicação de sanções administrativas previstas no CDC. 
10) A referência à proteção do consumidor na CF reflete a tendência mundial 
de “constitucionalização do Direito Civil” (= “Direito Civil Constitucional”), a 
qual representa a influência do direito público sobre o direito privado. 
a. Trata-se de um “Direito privado solidário”, na expressão de 
Cláudia Lima Marques3. 
 
3 “A Constituição, sob o novo enfoque que se dá ao direito privado, funciona como centro 
irradiador e marco de reconstrução de um direito privado brasileiro mais social e preocupado 
com os vulneráveis. Na belíssima expressão trazida do direito alemão por Cláudia Lima Marques, 
a Constituição seria a garantia e o limite de um direito privada construído sob seus valores 
(principalmente os direitos fundamentais), transformando-o em um “direito privado solidário”. 
 ”Atualmente, os direitos fundamentais penetram nas relações privadas, sendo observados 
os princípios constitucionais nas tratativas inter partes. É o que chamamos de “eficácia 
horizontal dos direitos fundamentais” [também chamados por outros autores de “eficácia dosdireitos fundamentais nas relações entre os particulares” ou “eficácia dos direitos fundamentais 
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b. Exemplo: STJ, baseando-se em valores constitucionais, entendeu 
indevida a aplicação do prazo de carência em contrato de plano de 
saúde, quando, faltando poucos meses para o fim desse lapso 
temporal, o consumidor descobre sofrer de tumor medular e, em 
razão disso, precisa desembolsar valores para as despesas médico-
hospitalares (STJ, REsp 466.6674). 
11) CDC é um código ou uma lei? 
a. Resposta é cosmética, por ser indiferente para os efeitos legais. 
b. Seja como for, trata-se de um Código. 
c. Vantagens de um Código: 
i. Homogeneidade. 
ii. Coerência. 
iii. Autonomia científica de um novo ramo do Direito. 
iv. Facilidade aos destinatários e operadores das normas. 
12) Características do CDC 
a. Conceito amplo de consumidor. 
b. Direitos básicos do consumidor + instrumentos de implementação 
c. Proteção contra desvios de quantidade e qualidade (vícios de 
qualidade por insegurança ou por inadequação). 
d. Regime de prescrição e decadência. 
e. Ampliação da desconsideração da pessoa jurídica. 
f. Regramento do marketing (oferta e publicidade). 
g. Controle de práticas e cláusulas abusivas. 
h. Banco de dados e cobrança de dívidas de consumo. 
i. Sistema de sanções administrativas e penais. 
j. Facilitação de acesso à justiça. 
k. Incentivo à composição privada, inclusive com previsão de 
convenções coletivas de consumo. 
13) CDC como norma de ordem pública e de interesse social (art. 1º, CDC). 
 
nas relações privadas”] em contraposição à “eficácia vertical dos direitos fundamentais”, em que 
se observa o respeito aos direitos fundamentais nas relações entre indivíduo e Estado. 
 Exemplificando, o princípio constitucional fundamental da dignidade da pessoa humana é 
incompatível com disposições contratuais desiguais, em que não se observe a boa-fé objetiva, a 
transparência e o equilíbrio nas relações contratuais” (MEDEIROS, Leonardo de Medeiros. Direito do 
Consumidor: código comentado e jurisprudência. Niterói: Impetus, 2011. Pp. 1). 
4 A lembrança é de Leonardo Medeiros Garcia (MEDEIROS, Leonardo de Medeiros. Direito do 
Consumidor: código comentado e jurisprudência. Niterói: Impetus, 2011. Pp. 4). “Lídima a cláusula de 
carência estabelecida em contrato voluntariamente aceito por aquele que ingressa em plano de saúde, 
merecendo temperamento, todavia, a sua aplicação quando se revela circunstância excepcional, 
constituída por necessidade de tratamento de urgência decorrente de doença grave que, se não combatida 
a tempo, tornará inócuo o fim maior do pacto celebrado, qual seja, o de assegurar eficiente amparo à 
saúde e à vida” (STJ, REsp 466.667, Min. Rel. Aldir Passarinho Junior, DJ 17/12/2007). 
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a. Em consequência, as normas do CDC são cogentes e, por isso, não 
admitem pactuação em sentido diverso pelas partes. 
b. Apesar de grande parte da doutrina admitir a atuação de ofício do 
juiz perante relações de consumo, o STJ não seguiu o mesmo fluxo 
em relação à possibilidade de declaração de nulidade de cláusulas 
abusivas, conforme súmula nº 381/STJ: “Nos contratos bancários, é 
vedado ao julgador, conhecer, de ofício, a abusividade das cláusulas”. 
c. Segundo Ministra Nancy Andrighi, em 2005, o STJ possui 
incoerência, “por causa de outra interpretação dada pelo STJ ao CDC, 
quanto à questão relativa à incompetência relativa suscitada em razão das 
cláusulas de eleição de foro inseridas em contratos de adesão”5. 
d. É importante dizer que, após o pronunciamento da ilustre Ministra 
Nancy, foi acrescido ao CPC o art. 112, parágrafo único, a 
estabelecer a obrigatoriedade de o juiz reconhecer ex officio a 
nulidade de cláusula de eleição de foro em contrato de adesão. Eis 
a redação do referido dispositivo: “Parágrafo único. A nulidade da 
cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser declarada de 
ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de domicílio do 
réu.(Incluído pela Lei nº 11.280, de 2006)”. 
e. As normas do CDC, além de serem de ordem pública, são de 
interesse social. A propósito, oportunas estas considerações: 
 “Nos dizeres de Cláudia Lima Marques, as leis 
consumeristas são “leis de função social”, pois não só procuram 
assegurar uma série de novos direitos aos consumidores, mas 
também possuem a função de transformar a sociedade de modo a se 
comportar de maneira equilibrada e harmônica nas relações 
jurídicas. 
 À primeira vista, a relação particular entre consumidor e 
fornecedor em nada interessa à sociedade. Ocorre que, quando o 
fornecedor comete abusos frente ao consumidor, por exemplo, 
quando deixa de consertar o produto vendido com defeito, e não 
sofre qualquer sanção pela prática abusiva, amanhã, outros 
consumidores estarão sofrendo os mesmos abusos. Não bastasse, 
outros fornecedores provavelmente praticarão as mesmas condutas 
abusivas, uma vez que consertar produtos defeituosos (como no 
exemplo citado) ou, em sentido amplo, respeitar os direitos do 
consumidor gera custos. O pensamento seria: se a empresa “A” faz 
e não acontece nada, também vou fazer porque é mais lucrativo. 
 
5 Ministra Nancy Andrighi em palestra proferia em 02/12/2005 (MEDEIROS, Leonardo de Medeiros. 
Direito do Consumidor: código comentado e jurisprudência. Niterói: Impetus, 2011. Pp. 8). 
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 Com outra visão e de forma prática e objetiva, Nelson Nery 
considera que ser de interesse social significa a possibilidade de o 
Ministério Público poder atuar em todas as lides coletivas de 
consumo, inclusive as que tratam sobre direitos individuais 
homogêneos.”6 
 
14) Conflito aparente de normas: 
a. Critério da especialidade VS Diálogo das Fontes. 
15) Retroatividade e CDC. 
a. Não se admite aplicação do CDC a contratos anteriores ao seu 
advento, nem mesmo a efeitos futuros desses contratos, pois a 
proteção ao ato jurídico perfeito, à coisa julgada e ao direito 
adquirido impede que as normas produzidas pelo poder 
constituinte derivado e pelo legislador infraconstitucional, ainda de 
ordem pública, gozem de qualquer retroatividade (sequer, mínima) 
ofensiva a essa tríade da segurança jurídica. Nesse sentido: STF, RE 
205.999-4/SP; STJ, REsp 228.155/SP). 
b. STJ, todavia, entende que, em determinados contratos de execução 
diferida ou continuada, por prazo indeterminado, como nos 
contratos de plano de previdência privada ou de plano de saúde, é 
admissível a aplicação do CDC mesmo se a avença foi firmada 
anteriormente ao seu advento. É que, em tais tipos de avenças, o 
contrato é renovado a cada pagamento feito, de maneira que não se 
estaria a falar em retroatividade do CDC, e sim de aplicação desse 
diploma a avença celebrada (rectius, renovada com o pagamento 
das prestações mensais pelo consumidor) após o seu advento. 
Nessa toada: STJ, REsp 331.860). 
16) CDC, como um microssistema jurídico próprio, busca tutelar os desiguais 
(consumidor diante do fornecedor), pois a tutela dos iguais já incumbiu ao 
Direito Civil. Assim, o CDC forneceu ao consumidor tutela: 
a. Civil – arts. 1º ao 54. 
b. Administrativo – arts. 55 a 60 e arts. 105 a 106. 
c. Penal – arts. 61 a 80. 
d. Processual(tutela coletiva) – arts. 81 a 104. 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO CDC 
17) Princípio do protecionismo do consumidor (art. 1º do CDC). 
 
6 MEDEIROS, Leonardo de Medeiros. Direito do Consumidor: código comentado e jurisprudência. Niterói: 
Impetus, 2011. Pp. 9. 
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a. A proteção ao consumidor é um fundamento da ordem econômica 
(art. 170, V, da CF). O CDC destina-se à proteção dele. 
b. As regras do CDC são de ordem pública. 
c. Partes não podem estipular em sentido diverso às normas 
consumeristas. 
d. MP tem legitimidade para a tutela coletiva dos consumidores. 
e. Os demais princípios decorrem do princípio do protecionismo. 
18) Princípio da vulnerabilidade do consumidor (art. 4º, I, do CDC). 
a. “A expressão consumidor vulnerável é pleonástica”7. 
b. Há uma presunção de vulnerabilidade do consumidor, que está 
exposto às seduções e enganos das práticas comerciais. “Tal 
presunção é absoluta ou iure et de iure, não aceitando declinação ou prova 
em contrário, em hipótese alguma”8. 
19) Princípio da hipossuficiência do consumidor (art. 6º, VIII, do CDC). 
a. Todo consumidor é vulnerável (condição jurídica), mas nem 
sempre é hipossuficiente (condição fática). A análise da 
hipossuficiência depende do caso concreto. 
b. A inversão do ônus da prova é decorrência direta da 
hipossuficiência (art. 6º, VIII, do CDC). 
20) Princípio da boa-fé objetiva 
21) Princípio da transparência ou da confiança (art. 4º, caput, e art. 6º, III, do 
CDC). 
a. O direito à informação é inerente a todo consumidor. 
22) Princípio da função social do contrato. 
23) Princípio da equivalência negocial (art. 6º, II, do CDC). 
a. É necessário garantir a igualdade de condições no momento da 
contratação ou de aperfeiçoamento da relação jurídica. 
 
CONCEITO DE CONSUMIDOR 
 
24) Definição de consumidor no CDC: 
a. Assim dispõe o art. 2º: 
“Art. 2º. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou 
utiliza produto ou serviço como destinatário final. 
 
7 MEDEIROS, Leonardo de Medeiros. Direito do Consumidor: código comentado e jurisprudência. 
Niterói: Impetus, 2011. Pp. 30. 
8 TARTUCE, Flávio; NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito do consumidor: direito 
material e processual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2012. Pp. 29. 
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Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, 
ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de 
consumo.” 
b. Espécies de consumidor: 
i. Consumidor padrão (standard) ou em sentido estrito (stricto 
sensu) – é o definido no caput do art. 2º do CDC. 
ii. Consumidor equiparado ou bystander– é o indicado no art. 
2º, pu, 17 e 29 do CDC. 
c. Elementos da definição de consumidor: 
i. Elemento subjetivo: pessoa física ou jurídica. 
1. Em razão da equivalência de posições jurídicas, ente 
despersonalizado também pode ser considerado 
consumidor, a exemplo do condomínio edilício9. 
Nesse sentido, TJSP: “Condomínio, ente 
despersonalizado, com capacidade processual, pode ser 
considerado consumidor final dos serviços prestados pela 
agravada [prestadora de serviços de engenharia e 
manutenção (...). (TJSP – Agravo de Instrumento 
1.009.340-00/1, (...) j.26.01.2005)”10. 
2. Igualmente em virtude da equivalência de posições 
jurídicas, pessoa jurídica de Direito Público também 
pode ser considerada consumidora. Nesse sentido, o 
STJ: “Administrativo. Serviço de telefonia. Falta de 
pagamento. Bloqueio das linhas da Prefeitura. Município 
como consumidor. (...) 3. A continuidade do serviço, sem o 
efetivo pagamento, quebra o princípio da isonomia e 
ocasiona o enriquecimento sem causa de uma das partes, 
repudiado pelo Direito (interpretação conjunta dos arts. 42 
e 47 do CDC). 4. Quando o consumidor é pessoa jurídica 
de direito público, a mesma regra deve lhe ser estendida, 
com a preservação apenas das unidades públicas cuja 
paralisação é inadmissível. (...) (STJ – Resp 742.640/MG – 
Segunda Turma – Rel. Min. Eliana Calmon (...) – DJ 
26.09.2007, p. 203)”11. Em sentido similar: STJ, REsp 
 
9 Anota-se que há doutrinadores que sustentam que o condomínio edilício é pessoa jurídica, como Flávio 
Tartuce e Frederico Viegas de Lima (TARTUCE, Flávio; NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de 
direito do consumidor: direito material e processual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2012. 
Pp. 66). 
10 TARTUCE, Flávio; NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito do consumidor: direito 
material e processual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2012. Pp. 66. 
11 TARTUCE, Flávio; NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito do consumidor: direito 
material e processual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2012. Pp. 67. 
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742.640/MG, 2ª Turma, Rel. Ministra Eliana Calmon, 
DJ 26/09/2007. 
3. Pessoa estrangeira também pode ser consumidor, 
como um turista de outro país que adquiriu produtos 
no Brasil. 
ii. Elemento objetivo: aquisição ou utilização de produto ou 
serviço. 
iii. Elemento teleológico: o consumidor é destinatário final 
(finalidade da aquisição do produto ou serviço). 
d. 
 Consumidor standard ou stricto sensu 
25) Há teorias doutrinárias sobre definição de consumidor (standard ou stricto 
sensu), tendo em vista que o CDC não especifica o significado de “destinatário 
final”. 
a. Teoria finalista ou subjetiva. 
b. Teoria maximalista ou objetiva. 
c. Teoria finalista aprofundada. 
d. Teoria minimalista. 
26) Teoria finalista ou subjetiva – preconiza uma interpretação mais restritiva do 
conceito de “destinatário final” e entende que apenas deve ser considerado 
consumidor aquele que revelar hipossuficiência na relação contratual, pois o 
CDC apenas visa à tutela da parte vulnerável. Em outras palavras, consumidor 
não é um mero destinatário final fático, e sim um destinatário final econômico do 
bem. Assim, não basta que a pessoa adquira o produto e retire-o da cadeia de 
produção (destinatário final fático). É necessário, também, que esse produto não 
seja empregado em outra atividade profissional nem seja utilizado para revenda, 
“pois o bem seria novamente um instrumento de produção cujo preço será incluído no 
preço final do profissional que o adquiriu. Nesse caso, não haveria a exigida destinação 
final do produto ou do serviço”12. 
a. Em suma, consumidor é o não profissional que adquire utiliza o 
produto ou o serviço para uso próprio ou de sua família 
(destinatário final econômico do bem). 
b. A doutrina finalista, em sua acepção mais pura, tornaria 
praticamente inviável o enquadramento de pessoas jurídicas no 
conceito de consumidor, visto que a aquisição de produtos e 
serviços por elas “são, ainda que indiretamente, utilizados na atividade 
lucrativa”13. 
 
12 Cláudia Lima Marques apud MEDEIROS, Leonardo de Medeiros. Direito do Consumidor: código 
comentado e jurisprudência. Niterói: Impetus, 2011. Pp. 1. 
13 MEDEIROS, Leonardo de Medeiros. Direito do Consumidor: código comentado e jurisprudência. 
Niterói: Impetus, 2011. Pp. 14. 
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c. Sucede que o CDC admitiu, de forma expressa, a pessoa jurídica 
como suscetível de ser consumidora (art. 2º). Por isso, à luz do CDC, 
a doutrina finalista vem adotando como critério de distinção a 
utilização do produto ou serviço como insumo de produção: se a 
pessoa jurídica adquire produto ou serviço como insumo (ex.: 
algodão comprado por uma indústria têxtil), não será 
consumidora. É que, nesse caso, presume-se “que a pessoa jurídica 
conhece bem o produto ou o serviço que está adquirindo, não havendo 
desequilíbrio na relação contratual”14. O CDC não se destinaria a esse 
tipo de relação contratual em que não há desequilíbrio entre as 
partes (teoria finalista ou subjetiva). 
d. Por outro lado, é consumidora a pessoa jurídica que adquire 
produto ou serviço que não sejam considerados insumos da sua 
atividade (ex.: veículos para transporte de funcionários, serviço de 
segurança e limpeza, etc). 
27) Teoria maximalista ou objetiva – a definição de consumidor é bem mais 
ampla do que a da teoria finalista. Consumidor é o destinatário final fático, 
independentemente de ser também destinatário final econômico. O conceito, 
pois, é meramente objetivo, por ser irrelevante a finalidade da aquisição ou da 
utilização do produto ou serviço. Ademais, para a teoria maximalista, é 
desimportante verificar se há ou não vulnerabilidade do consumidor. Por isso, é 
consumidor o advogado que compra um computador para o seu escritório. 
a. “Para Cláudia Lima Marques, os maximalistas “veem nas normas do 
CDC o novo regulamento do mercado de consumo brasileiro, e não normas 
orientadas para proteger somente o consumidor não profissional. (..) A 
definição do art. 2 deve ser interpretada o mais extensamente possível, para 
que as normas do CDC possam ser aplicadas a um número cada vez maior 
de relações no mercado. Consideram que a definição do art. 2º é puramente 
objetiva, não importando se a pessoa física ou jurídica tem ou não fim de 
lucro quando adquire um produto ou utiliza um serviço”15. 
28) Teoria finalista aprofundada 
a. Vulnerabilidade do consumidor: é conceito importante para a 
teoria finalista. 
b. O art. 4º, I, do CDC sinaliza a importância de haver vulnerabilidade 
do consumidor, ao estabelecer, como princípio da Política Nacional 
das Relações de Consumo, o “reconhecimento da vulnerabilidade do 
consumidor no mercado de consumo”. 
 
14 MEDEIROS, Leonardo de Medeiros. Direito do Consumidor: código comentado e jurisprudência. 
Niterói: Impetus, 2011. Pp. 14. 
15 MEDEIROS, Leonardo de Medeiros. Direito do Consumidor: código comentado e jurisprudência. 
Niterói: Impetus, 2011. Pp. 14-15. 
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c. Cláudia Lima Marques “adota a Teoria Finalista, mas a relativiza, pois 
admite exceções ao seu campo de aplicação quando a pessoa física ou 
jurídica apresentar uma vulnerabilidade capaz de provocar desequilíbrio 
na relação contratual”16. Trata-se da chamada teoria finalista 
mitigada ou, na expressão de Cláudia Lima Marques, Teoria 
Finalista Aprofundada, pois a análise da vulnerabilidade mitiga a 
teoria finalista. 
d. Anota-se que, quando se tratar de pessoa natural ou jurídica que 
não seja destinatária final (ex.: pessoa jurídica que adquire insumo 
para sua atividade econômica), será possível convidar a incidência 
do CDC, se for demonstrada a vulnerabilidade do adquirente. 
Nesse caso, a pessoa natural ou jurídica será consumidora por 
equiparação, com fundamento no art. 29 do CDC (“Art. 29. Para fins 
deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as 
pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas”). Nesse 
sentido: STJ, REsp 932.557/SP, 4ª Turma, Rel. Ministro Luis Felipe 
Salomão, DJe 23/02/2012). 
e. Espécies de vulnerabilidade: 
i. Técnica – adquirente não possui conhecimentos técnicos 
específicos em relação ao produto ou ao serviço, de modo a 
tornar-se suscetível de ser iludido no momento da 
celebração do contrato. 
ii. Jurídica ou científica – adquirente não goza de conhecimento 
jurídico ou de outros saberes relativos à contratação, como 
contabilidade, matemática financeira e economia. 
iii. Fática ou socioeconômica – o fornecedor encontra-se em 
posição de superioridade, em razão do seu grande poderio 
econômico, de sua condição de monopólio ou da 
essencialidade do serviço prestado. 
iv. Informacional – sucede quando o consumidor padece de um 
déficit de informações sobre a relação contratual ou sobre os 
produtos. Cláudia Lima Marques, embora reconheça que a 
vulnerabilidade informacional é uma espécie de 
vulnerabilidade técnica, “dá destaque à necessidade de 
informação na sociedade atual”17. 
1. A título de ilustração, cite-se que o Decreto 
4.680/2003 regulamentou o direito à informação em 
 
16 MEDEIROS, Leonardo de Medeiros. Direito do Consumidor: código comentado e jurisprudência. 
Niterói: Impetus, 2011. Pp. 19. 
17 MEDEIROS, Leonardo de Medeiros. Direito do Consumidor: código comentado e jurisprudência. 
Niterói: Impetus, 2011. Pp. 18. 
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relação aos alimentos oriundos de técnicas de 
produção baseadas em organismos geneticamente 
modificados. 
 
29) Teoria minimalista 
a. Há julgados do TJSP que confundem a teoria minimalista com a 
teoria finalista, para afastar o CDC em contratos de empréstimos 
contraídos por empresas com a finalidade de fomentar sua 
atividade econômica. Tal, todavia, parece impróprio, pois aí, na 
realidade, tem-se apenas a teoria finalista, que não é sinônima de 
teoria minimalista, conforme sustenta Flávio Tartuce18. 
b. A teoria minimalista é aquela que busca afastar a incidência do 
CDC sempre que não for claramente (primo ictu oculi) percebida a 
existência de relação de consumo. 
c. Essa teoria minimalista foi sustentada por Ives Gandra da Silva 
Martins e Arnold Wald para defender a inaplicabilidade do CDC 
aos contratos bancários. Ela, todavia, foi totalmente repelida pelos 
Tribunais (Súmula 297/STJ: “O Código de Defesa do Consumidor é 
aplicável às instituições financeiras”). 
30) Definição de consumidor e o STJ. 
a. O entendimento do STJ pode ser assim resumido: 
i. Nos termos do art. 2º do CDC, a regra é a adoção da teoria 
finalista, de maneira que consumidor stricto sensu (= 
standart) é o destinatário final econômico, e não 
simplesmente o destinatário final fático. 
ii. Nesse contexto, pessoa jurídica que seja destinatária final 
econômica será consumidora stricto sensu. 
iii. Com fundamento no art. 4º, I (que estima a vulnerabilidade 
do consumidor como um princípio da Política Nacional de 
Relações de Consumo) e no art. 29 do CDC – que prevê a 
figura do consumidor por equiparação, pessoa natural ou 
jurídica que não seja destinatário final econômica poderá ser 
considerada consumidora por equiparação, desde que esteja 
submetida a situação de vulnerabilidade (STJ, REsp 
932.557/SP, 4ª Turma, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, 
DJe 23/02/2012). 
 
18 TARTUCE, Flávio; NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito do consumidor: direito 
material e processual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2012. Pp. 78-79. 
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b. O STJ tende para a teoria finalista, embora admita sua mitigação 
para a teoria maximalista em alguns casos, especialmente quando 
for verificada situação de vulnerabilidade. 
i. “Ao consagrar o critério finalista para interpretação do conceito 
de consumidor, a jurisprudência deste STJ também reconhece a 
necessidade de, em situações específicas, abrandar o rigor do 
critério subjetivo do conceito de consumidor, para admitir a 
aplicabilidade do CDC nas relações entre fornecedores e 
consumidores-empresários em que fique evidenciada a relação de 
consumo, isto é, a relação formada entre fornecedor e consumidor 
vulnerável, presumidamente ou não. (...) Quer dizer, não se deixa 
de perquirir acerca do uso, profissional ou não, do bem ou serviço; 
apenas, como exceção, e à vista da hipossuficiência concreta de 
determinado adquirente ou utente, não obstante seja um 
profissional, passa-se a considerá-lo consumidor” (STJ, excerto de 
voto da Ministra Nancy Andrighi no REsp 476.428, DJ 
09/05/2005). 
ii. Aliás, há situações em que o STJ, independentemente de se 
tratar ou não de relação de consumo, entende que deve 
prevalecer o foro de eleição, quando for verificado que o 
adquirente não possui vulnerabilidade no caso concreto 
(como, por exemplo, na hipótese de ostentar expressivo 
porte financeiro ou de aquisição de produtos de valor 
vultoso (STJ, CC 32.270, DJ 11/03/2002; REsp 684.613, DJ 
01/07/2005). 
c. Segundo o STJ, admite-se a “incidência do Código de Defesa do 
Consumidor somente nas hipóteses em que a pessoa jurídica se apresenta 
em situação de vulnerabilidade” (STJ, AgRg no Ag 1409273/RS, 3ª 
Turma, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, DJe 29/02/2012). 
e. Destaque-se que o STJ, por falta de situação de vulnerabilidade, já 
afastou a incidência do CDC em caso de contrato de empreitiada 
(construção de residência) de pequeno vulto celebrado entre 
pessoas naturais (STJ, AgRg no REsp 1108021/RN, 4ª Turma, Rel. 
Ministro Marco Buzzi, DJe 22/02/2012). 
f. Exemplos de casos julgados pelo STJ: 
i. É consumidor o produtor agrícola que compra adubo par o 
preparo do plantio, “à medida que o bem adquirido foi utilizado 
pelo profissional, encerrando-se a cadeia produtiva respectiva, não 
sendo objeto de transformação ou beneficiamento” (STJ, REsp 
208793, DJ 01/08/2000). 
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ii. "O CDC incide sobre contrato de financiamento celebrado entre a 
CEF e o taxista para aquisição de veículo" (STJ, REsp 
231.208/PE, 4ª Turma, Rel. Ministro Ruy Rosado de Aguiar, 
DJ 19/03/2001). 
iii. Aplica-se CDC em contrato de transporte celebrado entre 
pessoa jurídica e empresa transportadora, para 
deslocamento de peças de reposição da pessoa jurídica 
contratante (REsp 329.587, DJ 24/06/2002). 
iv. Há relação de consumo quando empresa de gênero 
alimentício contrata o transporte internacional marítimo de 
produto alimentício. Como anotou o Ministro Carlos 
Alberto Menezes de Direito, “O que é feito com o produto 
transportado não tem, a meu ver, peso algum na definição de quem 
foi o “destinatário final” do serviço de transporte” (STJ, REsp 
286.441. DJ 03/02/2003). 
v. Sujeita-se ao CDC o contrato celebrado por empresa que 
adquire softwares (programas de computador) para 
gerenciar o seu estoque de produtos. Como sublinhou a 
Ministra Nancy Andrighi, “a recorrente é qualificada como 
destinatária final, já que se dedica à produção de alimentos e que se 
utiliza dos serviços de software, manutenção e suporte oferecidos 
pela recorrida, apenas para controle interno de produção. Deve-se, 
portanto, distinguir os produtos adquiridos pela empresa que são 
meros bens de utilização interna da empresa daqueles que são, de 
fato, repassados aos consumidores” (STJ, REsp 488.274, DJ 
23/06/2003). 
vi. É consumidora a pessoa jurídica que contrai empréstimo 
bancário para a compra de tratores a serem utilizados em 
sua atividade econômica (STJ, REsp 468.148, DJ 
28/10/2003). 
vii. Agricultor que celebra contrato bancário de empréstimo 
para a aquisição de colheitadeira útil à sua atividade agrícola 
é consumidor (STJ, REsp 445.854, DJ 19/12/2003). 
viii. Produtor agrícola que compra sementes para o plantio é 
consumidor, por conta de sua vulnerabilidade (STJ, AgRg no 
REsp 1.200.156, DJ 14/10/2010). 
ix. É contrato sujeito ao CDC o de arrendamento mercantil, 
mesmo quando o arrendatário (pessoa física ou jurídica), 
como destinatário final fático, emprega o bem arrendado em 
sua atividade econômica (STJ, REsp 235.200, DJ 04/12/2000; 
REsp 248.424, DJ 05/02/2001; REsp 263.721, DJ 09/04/2001). 
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x. O serviço de fornecimento de água pela concessionária (no 
caso, a SABESP) submete-se ao CDC, mesmo quando a 
consumidora, ainda que seja pessoa jurídica, utilize a água 
em sua atividade econômica (no caso, a produção 
pesqueira). “A recorrente, na situação em exame, é considerada 
consumidora porque não utiliza a água como produto a ser 
integrado em qualquer processo de produção, transformação ou 
comercialização de outro produto. O fornecimento de água é para 
o fim específico de ser consumida pela empresa como destinatária 
final, utilizando-a para todos os fins de limpeza, lavagem e 
necessidades humanas. O destino final do ato de consumo está bem 
caracterizado, não se confundido com qualquer uso do produto 
para intermediação industrial ou comercial” (STJ, REsp 263.229, 
DJ 09/04/2001). 
xi. Atenção: STJ já rejeitou a aplicação do CDC contra 
concessionárias de serviços públicos essenciais, quando não 
havia sido configurada a vulnerabilidade da empresa 
adquirente do serviço de energia elétrica (STJ, REsp 661.145, 
DJ 28/03/2005) e telefonia (STJ, REsp 660.026, DJ 
27/06/2005). 
xii. STJ admite que Pessoa Jurídica de Direito Público seja 
reputado como consumidor, especificamente no caso de 
Município como beneficiário do serviço de telefonia (STJ, 
REsp 742.640/MG, 2ª Turma, Rel. Ministra Eliana Calmon, 
DJ 26/09/2007). 
xiii. STJ aceitou CDC para caso de hotel contra fornecedor de gás 
(REsp 476.428, DJ 09/05/2005). 
1. Nesse caso, o STJ realçou a vulnerabilidade técnica, 
jurídica e fática do hotel. Confira-se este excerto do 
voto da Ministra Nancy Andrighi: “seja por 
reconhecimento da vulnerabilidade da pessoa jurídica 
empresária, em face da suprema necessidade do bem para o 
exercício da atividade hoteleira (vulnerabilidade fática), da 
natureza adesiva do contrato de compra e venda 
estabelecido (vulnerabilidade jurídica) e da impossibilidade 
de extração total do produto dos botijões (vulnerabilidade 
técnica); ou seja por equiparação, em razão da exposição da 
sociedade empresária às práticas comerciais abusivas, o 
CDC deve ser aplicado à hipótese, ainda que por 
fundamentos diversos daqueles esposados pelo acórdão 
recorrido”. 
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xiv. Incide o CDC no caso de empresa de confecção contra 
concessionária de energia elétrica (REsp 661.145). 
xv. Aplicável o CDC em prol de microempresa contra vendedor 
de máquina de costura. 
xvi. Configura relação de consumo o contrato para aquisição de 
máquina de bordar por pessoa física que utiliza o bem para 
a sobrevivência própria e de sua família, por haver 
vulnerabilidade (STJ, REsp 1.010.834,DJ 13/10/2010). 
xvii. Não incide o CDC em contrato de transporte aéreo 
internacional de mercadorias, quando não se verificar 
vulnerabilidade do adquirente do serviço nem se constatar 
que este é destinatário final. Em consequência, a seguradora, 
que se sub-roga nos direitos desse adquirente do serviço 
mediante o pagamento da indenização securitária, não 
poderá invocar o CDC para sua pretensão regressiva, pois 
não era de consumo a relação jurídica originária (STJ, AgRg 
no Ag 1291994/SP, 3ª Turma, Rel. Ministro Paulo de Tarso 
Sanseverino, DJe 06/03/2012). 
xviii. Afasta-se o CDC no caso de contrato de empreitada 
(construção de residência) de pequeno vulto celebrado entre 
pessoas naturais, se entre as partes contratantes houver 
paridade de forças (STJ, AgRg no REsp 1108021/RN, 4ª 
Turma, Rel. Ministro Marco Buzzi, DJe 22/02/2012). 
xix. Não se aplica CDC a caso de empréstimo bancário contraído 
por pessoa jurídica de grande porte, ante a falta de 
vulnerabilidade (STJ, REsp 1196951/PI, 4ª Turma, Rel. 
Ministro Luis Felipe Salomão, DJe 09/04/2012). 
xx. Não é consumidora a empresa de tintas contra a 
administradora de cartão de crédito (STJ, REsp 541.867). 
xxi. Não se admite CDC para aquisição de bem ou serviço para 
incremento da atividade negocial, pois aí ter-se-ia atividade 
de consumo intermediária, e não de relação de consumo 
(STJ, AgRg 1049012, DJ 2010). 
xxii. O programa de crédito educativo (regido pela Lei 8.436/92), 
por ser um programa de governo, e não uma relação 
bancária, não atrai o CDC, de sorte que o estudante que 
contraiu o empréstimo para a conclusão de seus estudos não 
poderá invocar essa norma protetiva (STJ, REsp 479.863, DJ 
3/8/2004). 
xxiii. “O contrato de franquia, por sua natureza, não está sujeito ao 
âmbito de incidência da Lei n. 8.078/1990, eis que o franqueado 
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não é consumidor de produtos ou serviços da franqueadora, mas 
aquele que os comercializa junto a terceiros, estes sim, os 
destinatários finais. (STJ, REsp 632.958/AL, 4ª Turma Rel. 
Ministro Aldir Passarinho Junior, DJe 29/03/2010). 
xxiv. Não se aplica CDC a contrato de franquia, de sorte que não 
há falar em abusividade de cláusula de foro de eleição. 
Ademais, o só fato de tratar-se de contrato de adesão é 
insuficiente para sustentar a nulidade do foro de eleição 
(STJ, REsp 1087471/MT, 3ª Turma, Rel. Ministro Sidnei 
Beneti, DJe 17/06/2011). 
 
 Consumidor equiparado ou bystandard 
31) Consumidor equiparado ou bystander– é o indicado nos arts. 2º, pu, 17 e 29 
do CDC. Cada um desses dispositivos dá uma variante do conceito de 
consumidor equiparado. Há, pois, três conceitos de consumidor bystander. 
a. Art. 2º, pu, do CDC – “Equipara-se a consumidor a coletividade de 
pessoas, ainda que não haja intervindo nas relações de consumo”. 
i. Considera-se consumidor a conjunto de consumidores 
(ainda que potenciais) de produtos e serviços. Terceiros, 
pois, são considerados consumidores. 
ii. Tal expansão do conceito de consumidor pelo art. 2º, pu, é 
relevante para garantir a proteção de interesses 
transindividuais. 
iii. Exemplo: propaganda enganosa sobre um empreendimento 
imobiliário; proibição de hospedagem a negros; carros com 
defeitos de fábrica; produtos alimentícios nocivos à saúde. 
b. Art. 17 do CDC – “Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos 
consumidores todas as vítimas do evento”. 
i. O art. 17 do CDC complementa o conceito de consumidor 
por equiparação do art. 2º, pu, do CDC, para especificar que, 
no caso de “acidente de consumo” (responsabilidade por 
fato do produto ou do serviço), terceiros lesados são também 
considerados consumidores. 
ii. Assim, à luz do art. 17, “basta ser 'vítima' de um produto ou 
serviço para ser privilegiado com a posição de consumidor 
legalmente protegido pelas normas sobre responsabilidade objetiva 
pelo fato do produto presentes no CDC”19. 
 
19 MARQUES, Claudia Lima. Contratos no Código de Defesa do Consumidor: o novo regime das relações 
contratuais. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005. Pp. 356-357. 
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iii. Só se aplica o conceito do art. 17 do CDC para caso de 
“acidente de consumo”, e não para o caso de 
responsabilidade por vício do produto ou do serviço. Nesse 
sentido: STJ, REsp 753.512/RJ, 4ª Turma, Rel. Ministro João 
Otávio de Noronha, Rel. p/ Acórdão Ministro Luis Felipe 
Salomão, DJe 10/08/2010. 
iv. Ex.: é consumidor por equiparação quem recebe uma 
televisão de presente e, ao ligá-la, é lesado por conta de uma 
explosão. 
 
32) Alguns precedentes do STJ sobre consumidor equiparado ou bystander: 
 
“PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. COFRE 
LOCADO. ROUBO. LEGITIMIDADE ATIVA. JÓIAS DE PROPRIEDADE DE 
TERCEIRO. 
1. Ainda que os bens comprovadamente depositados no cofre roubado sejam de 
propriedade de terceiros [no caso, a sócia de uma pessoa jurídica ajuizou ação de indenização 
contra o BRB, por conta de assalto a jóias que, embora lhe pertencesse (e não à pessoa jurídica), 
haviam sido guardados no cofre do Banco por meio de contrato feito com a pessoa jurídica], 
alheios à relação contratual, permanece hígido o dever de indenizar do banco, haja 
vista sua responsabilidade objetiva frente a todas as vítimas do fato do serviço, sejam 
elas consideradas consumidores stricto sensu ou consumidores por equiparação [no 
caso, a sócia da empresa é consumidora por equiparação]. 
2. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido.” 
(REsp 1045897/DF, 3ª Turma, Rel. Ministra Nancy Andrighi, DJe 01/06/2011) 
 
“CIVIL, PROCESSO CIVIL E CONSUMIDOR. REPARAÇÃO CIVIL. PRESCRIÇÃO. 
PRAZO. CONFLITO INTERTEMPORAL. CC/16 E CC/02. ACIDENTE DE 
TRÂNSITO ENVOLVENDO FORNECEDOR DE SERVIÇO DE TRANSPORTE DE 
PESSOAS. TERCEIRO, ALHEIO À RELAÇÃO DE CONSUMO, ENVOLVIDO NO 
ACIDENTE. CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO. EMBARGOS DE 
DECLARAÇÃO. DECISÃO OMISSA. INTUITO PROTELATÓRIO. INEXISTÊNCIA. 
(...) 
3. O art. 17 do CDC prevê a figura do consumidor por equiparação (bystander), 
sujeitando à proteção do CDC aqueles que, embora não tenham participado 
diretamente da relação de consumo, sejam vítimas de evento danoso decorrente dessa 
relação. 
4. Em acidente de trânsito envolvendo fornecedor de serviço de transporte, o terceiro 
vitimado em decorrência dessa relação de consumo deve ser considerado consumidor 
por equiparação. 
Excepciona-se essa regra se, no momento do acidente, o fornecedor não estiver 
prestando o serviço, inexistindo, pois, qualquer relação de consumo de onde se possa 
extrair, por equiparação, a condição de consumidor do terceiro. 
5. Tendo os embargos de declaração sido opostos objetivando sanar omissão presente 
no julgado, não há como reputá-los protelatórios, sendo incabível a condenação do 
embargante na multa do art. 538, parágrafo único, do CPC. 
6. Recurso especial parcialmente provido.” 
(STJ, REsp 1125276/RJ, 3ª Turma, Rel. Ministra Nancy Andrighi, DJe 07/03/2012) 
 
“RESPONSABILIDADE CIVIL E DIREITO DO CONSUMIDOR. RECURSO 
ESPECIAL. (...) ESPETÁCULO CIRCENSE - MORTE DE CRIANÇA EM 
DECORRÊNCIA DE ATAQUE DE LEÕES - CIRCO INSTALADO EM ÁREA 
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UTILIZADA COMO ESTACIONAMENTO DE SHOPPING CENTER. 
LEGITIMIDADE PASSIVADAS LOCADORAS. DESENVOLVIMENTO DE 
ATIVIDADE DE ENTRETENIMENTO COM O FIM DE ATRAIR UM MAIOR 
NÚMERO DE CONSUMIDORES. RESPONSABILIDADE. DEFEITO DO SERVIÇO 
(VÍCIO DE QUALIDADE POR INSEGURANÇA). DANO MORAL. VALOR 
EXORBITANTE. REDUÇÃO. MULTA. ART. 538 DO CPC. AFASTAMENTO. 
(...) 
2- Está presente a legitimidade passiva das litisconsortes, pois o acórdão recorrido 
afirmou que o circo foi apenas mais um serviço que o condomínio do shopping, 
juntamente com as sociedades empresárias rés, integrantes de um mesmo grupo 
societário, colocaram à disposição daqueles que frequentam o local, com o único 
objetivo de angariar clientes potencialmente consumidores e elevar os lucros. 
Incidência da Súmula 7/STJ. 
3- No caso em julgamento - trágico acidente ocorrido durante apresentação do Circo 
VostoK, instalado em estacionamento de shopping center, quando menor de idade foi 
morto após ataque por leões -, o art. 17 do Código de Defesa do Consumidor estende 
o conceito de consumidor àqueles que sofrem a consequência de acidente de consumo. 
Houve vício de qualidade na prestação do serviço, por insegurança, conforme 
asseverado pelo acórdão recorrido. 
4- Ademais, o Código Civil admite a responsabilidade sem culpa pelo exercício de 
atividade que, por sua natureza, representa risco para outrem, como exatamente no 
caso em apreço. 
5- O valor da indenização por dano moral sujeita-se ao controle do Superior Tribunal 
de Justiça, na hipótese de se mostrar manifestamente exagerado ou irrisório, 
distanciando-se, assim, das finalidades da lei. O valor estabelecido para indenizar o 
dano moral experimentado revela-se exorbitante, e deve ser reduzido aos parâmetros 
adotados pelo STJ. 
(...) 
7- Provimento parcial do recurso especial." 
(REsp 1100571/PE, 4ª Turma, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, DJe 18/08/2011) 
 
“AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. (...) INDENIZAÇÃO. DANOS 
MORAIS E MATERIAIS. RELAÇÃO DE CONSUMO. PRESCRIÇÃO 
QUINQUENAL. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. LEGITIMIDADE PASSIVA 
AD CAUSAM. (...) 
(...) 
2. Nos termos do que dispõe o art. 17 da Lei n. 8.078/90, equipara-se à qualidade de 
consumidor para os efeitos legais, àquele que, embora não tenha participado 
diretamente da relação de consumo, sofre as consequências do evento danoso 
decorrente do defeito exterior que ultrapassa o objeto e provoca lesões, gerando risco 
à sua segurança física e psíquica. 
3. Caracterizada a relação de consumo, aplica-se ao caso em apreço o prazo de 
prescrição de 5 (cinco) anos estabelecido no art. 27 da Lei n. 8.078/90. 
4. Respondem solidariamente todos aqueles que contribuíram para a causa do dano. 
5. Considerando que a petição inicial da ação de indenização por danos materiais e 
morais forneceu de modo suficiente os elementos necessários ao estabelecimento da 
relação jurídico-litigiosa, apresentando os fatos que permitem a identificação da causa 
de pedir, do pedido e do embasamento legal, correto o acórdão recorrido que afastou 
a inépcia da exordial. 
(...) 
7. Agravo regimental desprovido.” 
(AgRg no REsp 1000329/SC, 4ª Turma, Rel. Ministro João Otávio de Noronha, DJe 
19/08/2010) 
 
“RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE AÉREO. PESSOA EM SUPERFÍCIE QUE 
ALEGA ABALO MORAL EM RAZÃO DO CENÁRIO TRÁGICO. QUEDA DE 
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AVIÃO NAS CERCANIAS DE SUA RESIDÊNCIA. CONSUMIDOR POR 
EQUIPARAÇÃO. ART. 17 DO CDC. PRAZO PRESCRICIONAL. CÓDIGO CIVIL DE 
1916. INAPLICABILIDADE. CONFLITO ENTRE PRAZO PREVISTO NO CÓDIGO 
BRASILEIRO DE AERONÁUTICA (CBA) E NO CDC. PREVALÊNCIA DESTE. 
PRESCRIÇÃO, TODAVIA, RECONHECIDA. 
1. A Segunda Seção sufragou entendimento no sentido de descaber a aplicação do 
prazo prescricional geral do Código Civil de 1916 (art. 177), em substituição ao prazo 
específico do Código de Defesa do Consumidor, para danos causados por fato do 
serviço ou produto (art. 27), ainda que o deste seja mais exíguo que o daquele (Resp 
489.895/SP, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, SEGUNDA SEÇÃO, julgado 
em 10/3/2010). 
2. As vítimas de acidentes aéreos localizadas em superfície são consumidores por 
equiparação (bystanders), devendo ser a elas estendidas as normas do Código de 
Defesa do Consumidor relativas a danos por fato do serviço (art. 17, CDC). [No caso, 
cuidou-se de queda de um avião Fokker 100 da TAM no bairro de Jabaquara em São Paulo] 
3. O conflito entre o Código de Defesa do Consumidor e o Código Brasileiro de 
Aeronáutica - que é anterior à CF/88 e, por isso mesmo, não se harmoniza em diversos 
aspectos com a diretriz constitucional protetiva do consumidor -, deve ser 
solucionado com prevalência daquele (CDC), porquanto é a norma que melhor 
materializa as perspectivas do constituinte no seu desígnio de conferir especial 
proteção ao polo hipossuficiente da relação consumerista. Precedente do STF. [No 
caso, acerca das divergências entre o CDC e o CBA, anotou o Relator: As divergências 
entre os dois diplomas são muitas, desde indenização "tarifada"20 prevista no primeiro, contra 
a exigência de efetiva reparação estabelecida no segundo, a prazo prescricional de 2 (dois) anos 
previsto no primeiro, e de 5 (cinco) no segundo, ambos para a ação de reparação de danos 
causados por fato do serviço]. 
4. Recurso especial provido.” 
(REsp 1281090/SP, 4ª Turma, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, DJe 15/03/2012) 
 
a. Art. 29 do CDC – “Para os fins deste Capítulo e dos seguintes, 
equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, 
expostas às práticas nele previstas”. 
i. Ex.: quem é ludibriado por uma propaganda enganosa é 
consumidor por equiparação nos moldes do art. 29. 
 
CONCEITO DE FORNECEDOR 
33) Definição de fornecedor. 
a. “Art. 3º. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, 
nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que 
desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, 
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de 
produtos ou prestação de serviços.” 
b. Nomenclatura: 
 
20 “3.- Após o advento do Código de Defesa do Consumidor, não mais prevalece, para efeito indenizatório, 
a tarifação prevista tanto na Convenção de Varsóvia, quanto no Código Brasileiro de Aeronáutica, segundo 
o entendimento pacificado no âmbito da C. Segunda Seção.” (STJ, AgRg no Ag 1344297/SP, 3ª Turma, Rel. 
Ministro Sidnei Beneti, DJe 28/05/2012). 
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i. “Fornecedor” é gênero do qual são espécies produtor, 
montador, criador, fabricante, construtor, transformador, 
importador, exportador, distribuidor, comerciante e 
prestador de serviços. 
ii. “O interessante é notar que, quando a norma consumerista quer 
que todos sejam obrigados e/ou responsabilizados, usa o termo 
“fornecedor” (gênero). Agora, quando quer designar algum ente 
específico, utiliza-se de termo particular (espécie). Ex.: fabricante, 
produtor, construtor e importador (art. 12); comerciante (art. 13); 
profissionais liberais (art. 14, § 4º); fabricante e importador de 
peças (art. 32) etc”21. 
34) Classificação. 
 
35) Responsabilidade por produto in natura: relevância da distinção entre 
fornecedor imediato e mediato. 
a. Art. 18, § 5º, do CDC: só fornecedor imediato responde por vício do 
produto in natura, salvo se o produtor for claramente identificado. 
i. Fornecedor imediato – é o comerciante. 
ii. Fornecedor mediato – é o produtor. Ex.: agricultor, 
construtor, fabricante, etc. 
36) O conceito de fornecedor é bem amplo. 
a. Abrange camelô, massa falida, etc. 
b. “Cite-se ahipótese de senhora que fabrica chocolates em sua casa e os vende 
pelas ruas de uma cidade, com o intuito de lucro direto”22. 
c. Ente despersonalizado é abrangido também. Ex.: massa falida, 
espólio, a “Itaipu Binacional”. 
d. Pessoa Jurídica de Direito Público: 
i. É fornecedora quando fornece produtos ou serviços 
mediante contraprestação direta do consumidor (água, luz, 
 
21 MEDEIROS, Leonardo de Medeiros. Direito do Consumidor: código comentado e jurisprudência. 
Niterói: Impetus, 2011. Pp. 25. 
22 MEDEIROS, Leonardo de Medeiros. Direito do Consumidor: código comentado e jurisprudência. 
Niterói: Impetus, 2011. Pp. 61. 
Fornecedor em sentido amplo
Fornecedor de produtos 
(Fornecedor em sentido estrito)
Prestador de serviços
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telefone, etc), seja por meio de seus órgãos, seja por meio de 
delegação de serviço público. 
ii. Todavia, se se tratar de serviços atrativos de tributos (como 
taxa), tem-se relação administrativa e tributária (regida 
pelos Direitos Administrativo e Tributário), e não 
consumerista. Essa é a posição prevalente no STJ (REsp 
793422/RS, 2ª Turma, Rel. Ministra Eliana Calmon, DJ 
17/08/2006). 
iii. Acresça-se que o próprio CDC faz referências aos serviços 
públicos como sujeitos às regras protetivas de consumo, a 
exemplo dos arts. 3º (pessoa jurídica de direito público como 
fornecedor), 4º, VII (melhoria dos serviços públicos), 6º, X 
(adequado e eficaz serviço público como direito básico do 
consumidor), 22 (exigências impostas à prestação de serviço 
público). 
iv. Serviço público de saúde não atrai o CDC, por ser custeado 
por receitas tributárias. Nesse sentido: 
1. “Quando o serviço público é prestado diretamente pelo 
Estado e custeado por meio de receitas tributárias não se 
caracteriza uma relação de consumo nem se aplicam as 
regras do Código de Defesa do Consumidor. Precedentes.” 
(STJ, REsp 1187456/RJ, 2ª Turma, Rel. Ministro 
Castro Meira, DJe 01/12/201023). 
2. No mesmo sentido, este precedente: 
“(...) PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO. 
AUSÊNCIA DE REMUNERAÇÃO. RELAÇÃO DE 
CONSUMO NÃO-CONFIGURADA. 
DESPROVIMENTO DO RECURSO ESPECIAL. 
(...) 
2. O conceito de "serviço" previsto na legislação 
consumerista exige para a sua configuração, 
necessariamente, que a atividade seja prestada mediante 
remuneração (art. 3º, § 2º, do CDC). 
3. Portanto, no caso dos autos, não se pode falar em 
prestação de serviço subordinada às regras previstas no 
Código de Defesa do Consumidor, pois inexistente 
qualquer forma de remuneração direta referente ao serviço 
de saúde prestado pelo hospital público, o qual pode ser 
 
23 Caso de ação de indenização contra o Estado por morte de paciente no Hospital da Polícia Militar, em 
decorrência de alegado erro médico. 
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classificado como uma atividade geral exercida pelo Estado 
à coletividade em cumprimento de garantia fundamental 
(art. 196 da CF). 
4. Referido serviço, em face das próprias características, 
normalmente é prestado pelo Estado de maneira universal, 
o que impede a sua individualização, bem como a 
mensuração de remuneração específica, afastando a 
possibilidade da incidência das regras de competência 
contidas na legislação específica. 
5. Recurso especial desprovido.” 
(STJ, REsp 493181/SP, 1ª Turma, Rel. Ministra Denise 
Arruda, DJ 01/02/2006) 
e. Mesmo pessoas jurídicas sem fins lucrativos (como as associações) 
podem ser fornecedoras, desde que desempenhe atividade no 
mercado de consumo mediante remuneração. 
i. POUPEX, embora seja associação, é fornecedora, por 
oferecer serviços de financiamento habitacional mediante 
remuneração. A propósito, anotou a Ministra Nancy 
Andrighi: “Com efeito, nem mesmo o direito de voto do associado 
na Assembléia Geral retira a possibilidade de ser consumidor, uma 
vez que, em grandes associações, abertas ao público, como a que ora 
se examina, o fato de votar não dá ao associado qualquer controle 
sobre o serviço prestado pela associação" (STJ, REsp 436.815, Rel. 
Min. Nancy Andrighi, DJ 28/10/2002). 
ii. Associações médicas, que cobram mensalidades dos 
associados para a prestação de serviços hospitalares (plano 
de saúde), são fornecedoras (STJ, REsp 1115588/SP, 3ª 
Turma, Rel. Ministro Sidnei Beneti, DJe 16/09/200924; REsp 
519310/SP, 3ª Turma, Rel. Ministra Nancy Andrighi, DJ 
24/05/2004). 
f. Não se aplica CDC aos cartórios extrajudiciais, por não estarem no 
mercado de consumo. Nesse sentido: “A atividade notarial não é 
regida pelo CDC. (Vencidos a Ministra Nancy Andrighi e o Ministro 
Castro Filho)” (STJ, AgRg no Ag 1155677/PR, 3ª Turma, Rel. 
Ministro Massami Uyeda, DJe 07/10/2009; REsp 625.144/SP, 3ª 
Turma, Rel. Ministra Nancy Andrighi, DJ 29/05/2006). 
g. Perito nomeado judicialmente não se submete ao CDC, pois a 
jurisdição não se insere no mercado de consumo (STJ, REsp 
 
24 Considerou abusiva cláusula contratual ou estatutária que limita a quantidade de sessões anuais de 
rádio e quimioterapia cobertas pelo plano de saúde. 
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213799/SP, 4ª Turma, Rel. Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira, 
DJ 29/09/2003). 
37) Habitualidade é requisito essencial para o conceito de fornecedor. Ele é 
extraído da expressão “desenvolvem atividade” prevista no art. 3º do CDC. 
a. Por isso, não se considera consumidor quem de modo isolado ou 
esporádico aliena bens ou presta serviços, a exemplo de quem 
vende uma casa a fim de comprar outra. 
b. “O sujeito que, após anos de uso do carro, resolve vendê-lo, certamente não 
será fornecidor nos termos do Código da Defesa do Consumidor. 
Entretanto, se o mesmo sujeito tiver dezenas de carros em seu nome e 
habitualmente os vender ao público, estaremos diante de uma relação de 
consumo e ele será considerado fornecedor”25. 
c. Também não é fornecedor o comerciante ou pessoa jurídica quando 
pratique negócios alheios à sua atividade-fim. Assim, por exemplo, 
uma escola que aliena carro que era utilizada para transporte de 
professores não é fornecedora, por falta de habitualidade. Essa 
mesma escola, todavia, é fornecedora ao celebrar contratos de 
prestação de serviço educacional26. 
38) Fornecedor equiparado 
a. Leonardo Bessa, com apoio de Cláudia Lima Marques, cogitou da 
figura do fornecedor equiparado. 
b. Fornecedor equiparado corresponde àquele que se encontra na 
posição de intermediário na relação de consumo, ao lado do 
fornecedor de produtos ou prestador de serviços. 
c. É o caso, por exemplo, o estipulante em contratos de seguro de vida 
em grupo, o qual seria um fornecedor equiparado. A propósito 
desse exemplo, anota Cláudia Lima Marques: “A figura do fornecedor 
equiparado, aquele que não é fornecedor do contrato principal de consumo, 
mas é intermediário, antigo terceiro, ou estipulante, hoje é o ‘dono’ da 
relação conexa (e principal) de consumo, por deter uma posição de poder 
na relação outra com o consumidor. É realmente uma interessante teoria, 
que será muito usada no futuro, ampliando – e com justiça – o campo de 
aplicação do CDC”27. 
 
25 SIMÃO. José Fernando apud TARTUCE, Flávio; NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito 
do consumidor: direito material e processual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2012. Pp.62. 
26 MEDEIROS, Leonardo de Medeiros. Direito do Consumidor: código comentado e jurisprudência. 
Niterói: Impetus, 2011. Pp. 24. 
27 MARQUES, Cláudia Lima apud TARTUCE, Flávio; NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito 
do consumidor: direito material e processual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2012. Pp. 
64. 
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d. Agência de viagem não é considerada fornecedora quando aliena 
veículo, por se estar a celebrar contrato totalmente alheio à sua 
atividade econômica (STJ, AgRg no Ag 150829/DF, 3ª Turma, Rel. 
Ministro Waldemar Zveiter, DJ 11/05/1998). 
 
CONCEITO DE PRODUTO E SERVIÇO (ELEMENTOS OBJETIVOS DA 
RELAÇÃO DE CONSUMO) 
39) Produto. 
a. “Art. 3º. É qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial”. 
b. A definição de produto pelo CDC foi bem ampla, sem limitações. 
Ex.: cadeira, programa de computador. 
40) Serviço. 
a. “Art. 2º. Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, 
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de 
crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter 
trabalhista.” 
b. Relação trabalhista não é abrangido pelo CDC, por disposição 
expressa do seu art. 2º. Aplica-se, nesse caso, a CLT e as normas 
laborais pertinentes. 
c. Para efeito do CDC, só é serviço o fornecido no mercado de 
consumo e que é remunerado, ainda que modo indireto. 
i. Serviços puramente gratuitos não são abrangidos pelo CDC, 
como uma doação de bem a um parente. 
ii. Exemplos de serviço remunerado indiretamente: transporte 
gratuito a idoso (a empresa é remunerada indiretamente por 
toda a coletividade) e estacionamentos gratuitos em 
supermercados, shopping centers, bancos, etc. 
iii. Súmula 130/STJ: “A empresa responde, perante o cliente, pela 
reparação de dano ou furto de veiculo ocorridos em seu 
estacionamento”. Tal entendimento é válido mesmo quando o 
estacionamento for gratuito, pois há benefício indireto 
auferido pela empresa. 
iv. Circo instalado em área de Shopping Center representa mais 
um serviço prestado por este. Trata-se, pois, de serviço 
remunerado diretamente em relação ao Circo e remunerador 
indiretamente em relação ao Shopping Center (que aufere 
benefícios indiretos com, por exemplo, o aumento de 
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potenciais clientes). Nesse sentido: STJ, REsp 1100571/PE, 4ª 
Turma, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, DJe 18/08/201128. 
v. “Responde a instituição privada de ensino por furto de veículo 
ocorrido em área pública, mas que dela se apropriou como 
estacionamento privado, oferecendo-a como serviço diferenciado e 
aparelhando-a, inclusive, com guarita e vigilância própria” (STJ, 
AgRg no REsp 1108029/DF, 4ª Turma, Rel. Ministro Luis 
Felipe Salomão, DJe 31/08/2010). 
vi. Doadora de sangue que é diagnosticada equivocamente 
como portadora do vírus HIV pela empresa receptora de 
sangue (que cuida do banco de sangue) pode invocar o CDC. 
Isso, porque a empresa receptora exerce, com habitualidade 
e com o intuito de lucro, a atividade de fornecimento de 
sangue. Confira-se: STJ, REsp 540922/PR, 4ª Turma, Rel. 
Ministro Aldir Passarinho Junior, DJe 13/10/2009. 
vii. “O CDC não incide nos contratos de prestação de serviços 
advocatícios. Precedentes” (STJ, REsp 1117137/RS, 3ª Turma, 
Rel. Ministra Nancy Andrighi, DJe 30/06/2010). No mesmo 
sentido: REsp 1134889/PE, 4ª Turma, Rel. Ministro Honildo 
Amaral de Mello Castro (Desembargador Convocado do 
TJ/AP), DJe 08/04/2010. 
1. Os serviços advocatícios não se insere no mercado de 
consumo (exigência do art. 3º, § 2º) e, por isso, não é 
abrangido pelo CDC. “As prerrogativas e obrigações 
impostas aos advogados – como, por exemplo, a necessidade 
de manter sua independência em qualquer circunstância e 
a vedação à captação de causas ou à utilização de agenciador 
(arts. 31, § 1º, e 34, III e IV, da Lei nº 8.906/1994) – 
evidenciam natureza incompatível com a atividade de 
consumo”29. 
viii. Não se aplica CDC em relações jurídicas entre condomínio e 
condômino (STJ, AgRg no Ag 1122191/SP, 4ª Turma, Rel. 
Ministro Luis Felipe Salomão, DJe 01/07/2010). Não há 
relação de consumo, pois a relação jurídica decorre da 
condição de co-proprietário do condômino. “Diferente seria a 
relação entre condôminos e a empresa de administração de imóveis, 
 
28 Nesse caso, uma criança foi morta ao ataque de leões. Tanto o Circo VostoK foi condenado quanto o 
Shopping Center a pagar indenização em virtude do “acidente de consumo” que atingiu consumidor por 
equiparação (art. 17 do CDC). 
29 MEDEIROS, Leonardo de Medeiros. Direito do Consumidor: código comentado e jurisprudência. 
Niterói: Impetus, 2011. Pp. 39-40. 
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pois que esta àqueles presta um serviço regulado pelo Codecon”30 
(STJ, REsp 187502/SP, 4ª Turma, Rel. Ministro Ruy Rosado 
de Aguiar, DJ 22/03/1999). Assim, PROCON não pode 
atuar em questões condominiais (STJ, RMS 17.605/GO, 2ª 
Turma, Rel. Ministra Eliana Calmon, DJe 24/06/2010). 
ix. “Tratando-se de contrato em que as partes ajustaram a construção 
conjunta de um edifício de apartamentos, a cada qual destinadas 
respectivas unidades autônomas, não se caracteriza, na espécie, 
relação de consumo, regendo-se os direitos e obrigações pela Lei n. 
4.591/64, inclusive a multa moratória na forma prevista no art. 12, 
parágrafo 2º, do referenciado diploma legal” (REsp 407.310/MG, 
4ª Turma, Rel. Ministro Aldir Passarinho Junior, DJ 
30/08/2004). 
x. Há relação de consumo entre o contador (prestador de 
serviço) e o condomínio (destinatário final). Não há, todavia, 
relação de consumo entre o contador e cada condômino 
individualmente considerado, de maneira que a pretensão 
indenizatória deste contra aquele por inclusão indevida na 
lista de inadimplentes não pode ser fundamentada no CDC 
(STJ, REsp 441873/DF, 3ª Turma, Rel. Ministro Castro Filho, 
DJ 23/10/2006). 
xi. Contrato de locação predial urbana não se sujeita ao CDC, e 
sim à legislação específica, a saber, Lei 8.245/91 (STJ, (REsp 
753.793/MG, 5ª Turma, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, 
DJ 15/10/2007). 
xii. Não há relação de consumo entre inquilino e locador, ainda 
que este seja intermediado por corretora de imóveis. Por 
isso, MP não tem legitimidade para propor ação civil pública 
destinada a declarar a nulidade de cláusulas abusivas de 
contratos locatícios (STJ, REsp 605.295/MG, 5ª Turma, Rel. 
Ministra Laurita Vaz, DJe 02/08/2010; AgRg no Ag 
590802/RS, 6ª Turma, Rel. Ministro Nilson Naves, DJ 
14/08/2006). 
1. Em sentido diverso: “As administradoras de imóveis são 
legitimadas para figurarem no pólo passivo em ações civis 
coletivas propostas pelo Ministério Público com objetivo de 
declarar nulidade e modificação de cláusulas abusivas, 
contidas em contratos de locação elaboradas por aquelas. 
 
30 
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(Precedentes)” (REsp 614.981/MG, 5ª Turma, Rel. 
Ministro Felix Fischer, DJ 26/09/200531) 
xiii. Cooperativa de crédito é instituiçãofinanceira e, por isso, 
sujeita-se ao CDC (STJ, AgRg no Ag 1224838/DF, 3ª Turma, 
Rel. Ministra Nancy Andrighi, DJe 15/03/2010). 
xiv. Não se aplica o CDC a cooperativa agrícola, dada a natureza 
da atividade cooperada (STJ, REsp 93.291/PR, 4ª Turma, Rel. 
Ministro Barros Monteiro, DJ 19/09/200532) 
xv. É cabível a aplicação CDC em caso de cooperativa 
habitacional, de sorte que o MP pode servir-se dos 
mecanismos de tutela coletiva do interesse do consumidor 
em virtude de suposta fraude na gestão dos recursos 
arrecadados para a aquisição da casa própria. (STJ, REsp 
255.947/SP, 3ª Turma, Rel. Ministro Carlos Alberto Menezes 
Direito, DJ 08/04/2002). 
xvi. Cooperativa de trabalho médico que mantém plano de 
saúde sujeita-se ao CDC em relação aos associados que 
foram vítimas de danos causados pelos médicos. Por isso, a 
Unimed foi submetida ao CDC pelo STJ. Esclarecedor este 
excerto do voto do Relator do julgado a seguir mencionado: 
Ora, se é a Unimed quem oferece o plano de assistência médica 
remunerado, em que estabelece e faz a cobrança de acordo com 
tabelas próprias, traça as condições do atendimento e de cobertura, 
e dá ao associado um leque determinado de profissionais 
cooperativados ao qual pode recorrer em caso de doença, não é 
possível possa eximir-se de qualquer vinculação com a qualidade 
do serviço, como se fosse uma alienígena. É ela fornecedora dos 
serviços, à luz do CDC, e o causador do dano é cooperado seu. O 
atendimento médico deu-se por vinculação direta da Unimed com 
a associada e o profissional cooperado” (REsp 309760/RJ, 4ª 
Turma, Rel. Ministro Aldir Passarinho Junior, DJ 
18/03/2002) 
 
PROTEÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA 
41) Arts. 8º a 10 do CDC. 
 
31 No caso, o STJ analisou ação civil pública proposta pelo MPMG contra “Xatô Imóveis Ltda”, por conta 
da abusividade de cláusulas em contratos adesivos de locação por ela formulados. 
32 Nesse caso, STJ decidiu pela inaplicabilidade do CDC entre José Manoel da Silva e a “Cooperativa 
Agrícola de Cotia – Cooperativa Central”. 
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RESPONSABILIDADE POR FATO DO PRODUTO E DO SERVIÇO E 
PRESCRIÇÃO 
42) Arts. 12 a 17 e 27 do CDC. 
43) Casos de “acidentes de consumo” derivados de defeitos do produto ou 
de informações insuficientes ou inadequadas. 
44) Responsabilidade objetiva. 
a. Exceção: responsabilidade subjetiva para profissionais liberais (art. 
14, § 4º, CDC). 
45) Responsabilidade do médico: 
a. Em regra, atividade médica é de meio; logo, médico responde 
subjetivamente por danos decorrentes de defeitos do serviço (art. 
14, § 4º, do CDC). 
b. No caso de cirurgia estética, a obrigação do médico é de resultado. 
Nesse caso, a responsabilidade do médico continua sendo 
subjetiva, com uma ressalva: cumprirá ao médico provar que os 
danos decorreram de fatores alheios à sua atuação durante a 
cirurgia. (STJ, REsp 1180815/MG, 3ª Turma, Rel. Ministra Nancy 
Andrighi, DJe 26/08/2010). “Em procedimento cirúrgico para fins 
estéticos, conquanto a obrigação seja de resultado, não se vislumbra 
responsabilidade objetiva pelo insucesso da cirurgia, mas mera presunção 
de culpa médica, o que importa a inversão do ônus da prova, cabendo ao 
profissional elidi-la de modo a exonerar-se da responsabilidade contratual 
pelos danos causados ao paciente, em razão do ato cirúrgico” (STJ, REsp 
985.888/SP, 4ª Turma, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, DJe 
13/03/2012). 
46) Responsabilidade do hospital por danos sofridos por paciente (fato do 
serviço). 
a. Atos do próprio estabelecimento (internação, enfermagem, exames, 
radiologia, etc) à responsabilidade do hospital é objetiva. 
b. Ato técnico-profissional do médico. 
i. Médico não empregado ou não preposto (= médico que não 
possui vínculo com o hospital, mas que apenas utiliza suas 
dependências para procedimento cirúrgico) à hospital não 
responde (STJ, REsp 764.001/PR, 4ª Turma, Rel. Ministro 
Aldir Passarinho Junior, DJe 15/03/2010). 
ii. Médico empregado ou preposto à o Hospital responde 
apenas se houve culpa do médico, conforme teoria de 
responsabilidade subjetiva do profissional liberal). Não é 
necessário prova de culpa do hospital, mas apenas do 
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médico (é nesse sentido que a responsabilidade do hospital 
é objetiva) (STJ, REsp 908359/SC, 2ª Seção, Rel. Ministra 
Nancy Andrighi, Rel. p/ Acórdão Ministro João Otávio de 
Noronha, DJe 17/12/2008). 
iii. Isso não impede, contudo, a inversão do ônus da prova, pois 
o CDC é aplicável. 
47) Teoria da perda do tempo livre, “Teoria da perda do tempo útil, teoria do 
desvio produtivo do consumidor ou teoria da usurpação do tempo útil. 
a. Causa dano moral a demora injustificada do fornecedor em reparar 
produto defeituoso ou em prestar o devido atendimento ao 
consumidor. É que, com isso, o consumidor despende seu tempo 
livre com atividades relacionadas a exigir o cumprimento da 
obrigação do fornecedor. 
b. É teoria nova que vem sendo aceita pela doutrina e 
jurisprudência33. 
 
48) Segurador responde solidariamente com a oficina credenciada pelos 
danos sofridos pelo consumidor (proprietário do automóvel e destinatário final 
do serviço de seguro) em razão de defeitos dos serviços prestados pela oficina. É 
que, “ao fazer tal indicação ao segurado, estende sua responsabilidade também aos 
consertos realizados pela credenciada, nos termos dos arts. 7º, parágrafo único, 14, 25, § 
1º, e 34 do Código de Defesa do Consumidor”. Ademais, o “ato de credenciamento ou de 
indicação de oficinas como aptas a proporcionar ao segurado um serviço adequado no 
conserto do objeto segurado sinistrado não é uma simples gentileza ou comodidade 
proporcionada pela seguradora ao segurado. Esse credenciamento ou indicação se faz após 
um prévio acerto entre a seguradora e a oficina, em que certamente ajustam essas 
sociedades empresárias vantagens recíprocas, tais como captação de mais clientela pela 
oficina e concessão por esta de descontos nos preços dos serviços de reparos cobrados das 
seguradoras. Passa, então, a existir entre a seguradora e a oficina credenciada ou indicada 
uma relação institucional, de trato duradouro, baseada em ajuste vantajoso para ambas” 
(STJ, REsp 827.833/MG, 4ª Turma, Rel. Ministro Raul Araújo, DJe 16/05/2012). 
Nesse caso apreciado pelo STJ, o carro da segurado ficou com defeitos graves 
após o serviço defeituoso de conserto prestado pela oficina credenciada na 
seguradora34. 
 
33 TJRJ – Apelação Cível n° 2005.001.26657; TJDF – 1ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e 
Criminais do DF - Apelação Cível do Juizado Especial n° 2006.03.1 .020369-9; TJPE, Apelação Cível nº 
230521-7,4ª Câmara Cível (nesse caso, Banco do Brasil foi condenado a pagar R$ 5.000,00 por danos 
morais). 
34 Ficou assim a parte dispositiva da decisão do STJ: “Diante do exposto, dá-se parcial provimento ao 
recurso especial, julgando-se parcialmente procedente o pedido formulado na exordial, para condenar a 
seguradora a: a) pagar o conserto do veículo segurado, seja em oficina escolhida pelo consumidor, seja 
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RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO E DO SERVIÇO E 
DECADÊNCIA 
49) Arts. 18 a 26 do CDC. 
50) Responsabilidade solidária entre todos os fornecedoresno caso de vício 
do produto. 
a. No art. 18 do CDC, “encontram-se como sujeitos passivos todos os 
fornecedores que respondem pelo ressarcimento dos vícios, coobrigados e 
solidariamente. Aqui, ao contrário da responsabilidade pelo fato do 
produto (arts. 12 e 13), não há responsabilidade diferenciada para o 
comerciante. (...) Assim, por exemplo, quando o consumidor adquire 
veículo com vícios na concessionária, são legitimados a responder pelos 
vícios tanto o comerciante (concessionária), quanto a fábrica (montadora). 
A responsabilidade é solidária. É muito comum o consumidor comprar o 
produto em determinada loja e, quando se dirige à mesma para realizar o 
conserto, é informado que deverá procurar a assistência técnica do produto 
situada em outro endereço. Essa prática é considerada abusiva e não pode 
ser tolerada, podendo, inclusive, a loja (comerciante) responder por perdas 
e danos, uma vez que, conforme exposto, a responsabilidade por vícios é 
solidária”35. 
51) 
 
 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
52) Art. 28 do CDC. 
 
DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR 
53) Art. 6º do CDC. 
 
em oficina de sua rede credenciada, de modo que, nesta última hipótese, permanece solidariamente 
responsável por defeitos na prestação dos serviços; b) caso inviável a realização do conserto, indenizar a 
autora pelos danos materiais correspondentes ao valor dos reparos, a serem apurados em liquidação de 
sentença, com a devida incidência de juros moratórios, estes de 0,5% ao mês, desde a citação, até a 
entrada em vigor do Código Civil de 2002, quando, então, submeter-se-á à regra contida no art. 406 deste 
último diploma, a qual, de acordo com precedente da Corte Especial, corresponde à Taxa Selic, 
ressalvando-se que a correção monetária, que incidirá a partir da fixação do valor, já está abrangida na 
Selic, pois é fator que já compõe a referida taxa; c) suportar os ônus sucumbenciais, fixando-se os 
honorários advocatícios em 15% sobre o valor da condenação”. 
35 MEDEIROS, Leonardo de Medeiros. Direito do Consumidor: código comentado e jurisprudência. 
Niterói: Impetus, 2011. Pp. 165-166. 
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PROTEÇÃO CONTRATUAL 
54) Arts. 46 a 51 do CDC. 
 
PRÁTICAS COMERCIAIS 
55) Arts. 29 a 44 do CDC. 
 Oferta e Publicidade (arts. 30 a 38) 
56) O CDC promove a tutela da informação. 
a. “O mundo contemporâneo é caracterizado pela enorme velocidade e 
volume crescente de informações, armas de sedução utilizadas pelos 
fornecedores e prestadores para atraírem os consumidores à aquisição de 
produtos e serviços. O tópico relativo ao tema CDC (arts. 30 a 38) serve 
para proteger o vulnerável negocial, exposto a tais artifícios de atração. 
Lembre-se, igualmente, que, com o passar dos tempos, novas informações 
surgiram, o que não significa que houve a distribuição igualitária de dados 
entre as pessoas, eis que tais informações ficam inicialmente em poder de 
uma parcela de indivíduos, os hiperssuficientes da relação jurídica” 
(TARTUCE, Flávio; NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual 
de direito do consumidor: direito material e processual. Rio de 
Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2012. Pp. 308). 
57) Oferta. 
a. É termo amplo. 
b. Abrange qualquer forma de comunicação que vise a convencer o 
consumidor a adquirir produtos ou serviços. Envolve, pois, a 
publicidade. 
c. A publicidade é o “principal artifício utilizado para fins de prestação de 
serviços ou fornecimento de produtos”36. 
d. “Pode haver oferta por anúncio ou informação em vitrine, gôndola de 
supermercados, jornais, revistas, rádio, televisão, cinema, internet, 
videotexto, fax, telex, catálogo, mala-direta, telemarkenting, outdoors, 
cardápios de restaurantes, lista de preços, guias de compras, prospectos, 
folhetos, panfletos etc”37. 
58) Publicidade VS Propaganda. 
 
36 TARTUCE, Flávio; NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito do consumidor: direito 
material e processual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2012. Pp. 308. 
37 NERY JR., Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade apud TARTUCE, Flávio; NEVES, Daniel Amorim 
Assumpção. Manual de direito do consumidor: direito material e processual. Rio de Janeiro: Forense; 
São Paulo: MÉTODO, 2012. Pp. 308. 
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a. Embora haja distinção técnico-terminológica, vários doutrinadores 
e até o STJ em alguns julgados tomam como sinônimas as 
expressões publicidade e propaganda38. 
b. Publicidade. 
i. Destina-se a fins comerciais e de circulação de riqueza. 
ii. Tem fins lucrativos. 
iii. Ex.: anúncio publicitário de uma loja de venda de 
computadores. 
c. Propaganda. 
i. Serve para fins políticos, ideológicos, sociais, culturais. 
ii. Sem fins lucrativos. 
iii. Ex.: propaganda do governo para não dirigir-se alcoolizado. 
59) “Como bem expõe Guido Alpa, nos últimos anos, a publicidade teve o seu papel 
alterado, de mecanismo de informação para mecanismo de persuasão dos 
consumidores”39. 
60) O CDC não detalha a formação do contrato de consumo, o que autoriza 
invocar-se, no que couber, disposições do NCC sobre o tema (arts. 427-435 e 462-
466), notadamente em razão da teoria do diálogo das fontes. 
a. O NCC, por exemplo, distingue proposta de oferta: esta é ao 
público (art. 427), ao passo que aquela é dirigida a uma pessoa 
determinada. Já no âmbito do CDC, a oferta é utilizada como 
conceito amplo que abrange todas as hipóteses de informações ou 
propagandas destinadas a atrair o consumidor à celebração do 
negócio. 
b. De qualquer forma, é possível aplicar os dois diplomas ao caso 
concreto, no que couber. 
c. No tocante às regras do NCC sobre a vinculação da proposta nos 
contratos entre presentes e entre ausentes (art. 428 do NCC), há 
doutrinadores de escol a sustentar a sua inaplicabilidade ao regime 
consumerista, seja em virtude do anacronismo do NCC, seja por 
força da diferença teórica do NCC (que adotou a teoria da vontade) 
em relação ao CDC (que adotou a teoria da declaração). Nesse 
sentido, Flávio Tartuce e Cláudia Lima Marques40. 
 
38 TARTUCE, Flávio; NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito do consumidor: direito 
material e processual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2012. Pp. 308. 
39 TARTUCE, Flávio; NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito do consumidor: direito 
material e processual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2012. Pp. 331. 
40 “Com o devido respeito, na opinião do presente autor, tais previsões não se coadunam com o profundo 
sistema de proteção do CDC, não se aplicando aos contratos de consumo. Ademais, preceitos expostos 
têm remota origem, estando superados, pois criados para uma outra realidade de comunicação. Na 
verdade, a diferenciação entre contratos entre presentes e entre ausentes que consta do Código Civil de 
2002 ainda leva em conta o modelo de contrato espistolar (por cartas), no que concerne à comunicação à 
distância. Por fim, ficam as palavras de Bruno Miragem, com base em Cláudia Lima Marques, no sentido 
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61) Força vinculativa da oferta = princípio da vinculação (arts. 30 e 35, CDC). 
a. Trata-se do princípio da vinculação, conforme Min. Herman 
Benjamin. 
b. A informação e a publicidade vinculam o fornecedor, que ficaobrigado a contratar nos termos da informação ou publicidade. 
c. A oferta prevalece sobre os termos do contrato, se este for diverso 
(art. 30, CDC). “Constata-se que o art. 30 do CDC tem o condão de fazer 
prevalecer a oferta em relação às cláusulas contratuais. Então, 
simbolicamente, é como se o conteúdo do contrato fosse rasgado ou 
inutilizado e depois substituído pelo teor da informação prestada quando 
do início da contratação. Em outras palavras, todos os elementos que 
compõe a oferta passam a integrar automaticamente o conteúdo do negócio 
celebrado”41. 
d. No caso de recusa do fornecedor a cumprir a oferta, o consumidor 
pode servir-se, alternativamente, de uma das seguintes opções: 
i. Exigir cumprimento forçado da obrigação (cabem as tutelas 
específicas previstas para a obrigação de entrega de coisa, de 
fazer e de não fazer). 
ii. Aceitar outro produto ou serviço equivalente. 
iii. Rescindir o contrato, com devolução do valor pago 
(corrigido monetariamente) mais perdas e danos. 
e. Exemplos: 
i. Plano de saúde tem de afastar “prazo de carência”, se tal foi 
informado na mídia ou em instrumentos publicitários. 
ii. Empresas de telefonia móvel (como TIM, OI, etc) tem de 
garantir os descontos prometidos em anúncios publicitários. 
62) Exceções ao princípio da vinculação da oferta. 
a. Simples exageros ou puffing não vinculam. Ilustram-os, conforme 
Herman Benjamin, “expressões exageradas permitidas, como ‘o melhor 
sabor’, ‘o mais bonito’, ‘o maravilhoso’. Obviamente, tais exageros são 
utilizados em um sentido genérico para atrair o consumidor, que não pode 
exigir que o produto seja o melhor de todos do mundo, segundo o seu gosto 
pessoal”42. 
 
de ter a oferta tratada pelo Código Civil adotado a teoria da vontade, enquanto a oferta do CDC adotou a 
teoria da declaração, o que justifica as diferenças de tratamento” (TARTUCE, Flávio; NEVES, Daniel 
Amorim Assumpção. Manual de direito do consumidor: direito material e processual. Rio de Janeiro: 
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2012. Pp. 311-312). 
41 TARTUCE, Flávio; NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito do consumidor: direito 
material e processual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2012. Pp. 310-311. 
42 TARTUCE, Flávio; NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito do consumidor: direito 
material e processual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2012. Pp. 314-315. 
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b. Erro crasso ou patente não vincula, se a flagrância do erro for 
extraída da própria mensagem publicitária. Há controvérsias 
doutrinárias. “O tema é bem enfrentado por Rizzatto Nunes, para quem, 
em regra, não pode a empresa veiculadora da informação alegar o engano, 
a não ser “se a mensagem, ela própria, deixar patente o erro, pois caso 
contrário o fornecedor sempre poderia alegar que agiu em erro para negar-
se a cumprir a oferta”. Como se tem entendido no plano jurisprudencial, o 
anúncio, para não vincular o declarante, deve trazer uma patente 
onerosidade excessiva, uma declaração de um valor irrisório em relação ao 
valor real de mercado, perceptível de plano. Deduz-se, corretamente, que a 
boa-fé objetiva exigido do fornecedor ou prestador também vale para o 
consumidor”43. 
i. Ex.: oferta de venda de veículo por R$ 1.500,00, quando o 
valor de mercado é de 13.500,00. Foi publicada errata 
prontamente no jornal. A Boa fé-objetiva impede que o 
consumidor pretenda que prevaleça o erro crasso (TJSC, 
Apelação Cível 2005.024478-6). 
63) A oferta deve ser completa e compreensível (art. 31 do CDC). 
a. Decorre do direito à informação. Lembre-se que o art. 6º, III, do 
CDC estabelece como direito básico do consumidor a informação 
adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços. Aliás, 
consumidor não se vincula a contratos redigidos de modo que lhe 
dificulte a compreensão (art. 46 do CDC). Não se esqueça que o 
direito à informação também possui lastro constitucional (art. 5º, 
XIV, da CF). 
b. Art. 31 do CDC prevê 4 tipos de informações: 
i. Informação-conteúdo à características intrínsecas do 
produto e serviço. 
ii. Informação-utilização à como se usa o produto ou serviço. 
iii. Informação-preço à custo, formas e condições de 
pagamento. 
iv. Informação-advertência à riscos do produto ou serviço. 
c. Julgados do STJ importantes: 
i. “Em respeito à legislação de regência, a simples expressão "contém 
glúten" mostra-se insuficiente a informar os consumidores acerca 
do prejuízo que causa o produto ao bem-estar dos portadores da 
doença celíaca, daí porque se faz necessária a advertência quanto 
aos eventuais malefícios do alimento. Precedente desta Turma: 
 
43 TARTUCE, Flávio; NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito do consumidor: direito 
material e processual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2012. Pp. 315. 
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REsp 586.316/MG, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe 19.3.2009.” 
(STJ, REsp 722.940/MG, 2ª Turma, Rel. Ministro Castro 
Meira, DJe 23/04/2010). No caso do REsp 586.316/MG, 
anota-se que o feito tratava de mandado de segurança 
impetrado pela Associação Brasileira das Indústrias de 
Alimentação – ABIA contra atos do PROCON/MG 
consistente na inflição de sanções administrativas às 
empresas que industrializam produtos com glúten. 
ii. “Tendo em vista a importância que a rede conveniada assume para 
a continuidade do contrato, a operadora somente cumprirá o dever 
de informação se comunicar individualmente cada associado sobre 
o descredenciamento de médicos e hospitais.” (STJ, REsp 
1144840/SP, 3ª Turma, Rel. Ministra Nancy Andrighi, DJe 
11/04/2012). Com base nesse entendimento, o STJ condenou 
a “Associação Auxiliadora das Classes Laboriosas” a 
indenizar a sra. Isabel em virtude de esta, ao ter levado seu 
falecido marido ao Hospital Nove de Julho (no qual seu 
marido já havia sido anteriormente atendido), ter sido 
obrigada a arcar com as despesas médico-hospitalares por 
conta do fato de que a operadora do plano de saúde 
descredenciara o referido nosocômio, sem informar os 
associados. 
iii. As empresas de telefonia devem fornecer a fatura detalhada, 
com indicação de todas as ligações feitas pelo consumidor 
(STJ, AgRg no REsp 1038735/MG, 2ª Turma, Rel. Ministro 
Herman Benjamin, DJe 27/08/2009). 
iv. Violou o dever de informação a instituição financeira (no 
caso, o Banco da Amazônia S/A - BASA) que, sem ciência 
prévia do consumidor-investidor, redirecionou os seus 
investimentos em fundo por ela gerido ao Banco Santos S/A, 
de modo que, com a intervenção extrajudicial deste pelo 
BACEN, os valores do consumidor ficaram indisponíveis. 
Por isso, o BASA foi condenado a restituir ao consumidor os 
valores depositados (STJ, REsp 1131073/MG, 3ª Turma, Rel. 
Ministra Nancy Andrighi, DJe 13/06/2011). 
 
64) Responsabilidade objetiva e solidária decorrente da oferta (art. 34, CDC). 
a. “O fornecedor de produtos ou serviços é solidariamente responsável pelos 
atos de seus prepostos ou representantes autônomos” (art. 34 do CDC). 
b. Anota-se que a jurisprudência do STJ não tem admitido a 
responsabilização dos veículos de comunicação pela publicidade 
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abusiva ou enganosa. Flávio Tartuce e Luiz Antônio RizzattoNunes discordam desse entendimento do STJ44. 
i. “Destarte, é de se excluir da lide, por ilegitimidade passiva ad 
causam, a emissora de televisão, por não se lhe poder atribuir co-
responsabilidade por apresentar publicidade de empresa financeira, 
também ré na ação, que teria deixado de fornecer o empréstimo ao 
telespectador nas condições prometidas no anúncio” (STJ, REsp 
1.157.228/RS, 4ª Turma, Rel. Ministro Aldir Passarinho 
Junior, DJe 27/04/2011). Nesse caso, o STJ exclui a “Rádio e 
Televisão Bandeirantes LTDA” do polo passivo da ação. 
ii. “A responsabilidade pelo dano decorrente de fraude não pode ser 
imputada ao veículo de comunicação, visto que esse não participou 
da elaboração do anúncio, tampouco do contrato de compra e venda 
do veículo” (STJ, AgRg nos EDcl no Ag 1360058/RS, 3ª 
Turma, Rel. Ministro Sidnei Beneti, DJe 27/04/2011). 
iii. 3. A responsabilidade pelo dano decorrente do crime de estelionato 
não pode ser imputada à empresa jornalística, visto que essa não 
participou da elaboração do anúncio, tampouco do contrato de 
compra e venda do veículo. 4. O dano sofrido pelo consumidor deu-
se em razão do pagamento por um veículo que não foi entregue pelo 
anunciante, e não pela compra de um exemplar do jornal. Ou seja: 
o produto oferecido no anúncio (veículo) não tem relação com o 
produto oferecido pela recorrente (publicação de anúncios). 5. 
Assim, a empresa jornalística não pode ser responsabilizada pelos 
produtos ou serviços oferecidos pelos seus anunciantes, sobretudo 
quando dos anúncios publicados não se infere qualquer ilicitude. 6. 
Dessarte, inexiste nexo causal entre a conduta da empresa e o dano 
sofrido pela vítima do estelionato.” (STJ, REsp 1046241/SC, 3ª 
Turma, Rel. Ministra Nancy Andrighi, DJe 19/08/2010). 
iv. “III - As empresas de comunicação não respondem por publicidade 
de propostas abusivas ou enganosas. Tal responsabilidade toca aos 
fornecedores-anunciantes, que a patrocinaram (CDC, Arts. 3º e 
38). IV - O CDC, quando trata de publicidade, impõe deveres ao 
anunciante - não às empresas de comunicação (Art. 3º, CDC)” 
(STJ, REsp 604172/SP, 3ª Turma, Rel. Ministro Humberto 
Gomes de Barros, DJ 21/05/2007). 
 
65) Princípios da atuação publicitária. 
 
44 TARTUCE, Flávio; NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito do consumidor: direito 
material e processual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2012. Pp. 325-327. 
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a. Princípio da vinculação contratual da publicidade – é a regra do art. 
30 do CDC. 
b. Princípio da veracidade da publicidade – não se admite 
publicidade enganosa (art. 37, § 2º, do CDC). 
c. Princípio da não abusividade da publicidade – veda-se publicidade 
abusiva (art. 37, § 2º, do CDC). 
d. Princípio da inversão do ônus da prova – quem patrocina a 
publicidade deve provar a sua veracidade e a sua correção (art. 38 
do CDC). 
e. Princípio da transparência da fundamentação da publicidade – 
publicidade deve ser clara e está compatível com a boa-fé objetiva 
e a lealdade negocial. 
f. Princípio da correção do desvio publicitário – desvios publicitários 
ensejam responsabilização civil, administrativa e penal, além da 
necessidade de veiculação de uma contrapropaganda, que é uma 
sanção administrativa (art. 56, XII, do CDC). 
g. Princípio da lealdade publicitária – decorre do art. 4º, VI, do CDC. 
h. Princípio da identificação publicitária – veda-se a publicidade 
mascarada, clandestina, simulada ou dissimulada (art. 36 do CDC). 
66) Publicidade mascarada, clandestina, simulada ou dissimulada. 
a. Art. 36 do CDC: “A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o 
consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal”. 
b. Não se pode ocultar o caráter de publicidade. “Visa o dispositivo 
legal, principalmente, proteger o consumidor, de modo a torná-lo 
consciente de que é o destinatário de uma mensagem publicitária e 
facilmente tenha condições de identificar o fornecedor (patrocinador), 
assim como o produto ou o serviço oferecido”45. 
c. Exemplos: propaganda com aparência de reportagem em jornais ou 
periódicos. 
d. A publicidade subliminar é também vedada. “A mensagem 
subliminar foi testada nos Estados Unidos, em meados de 1950, quando, 
em algumas sessões de cinemas de Nova Jersey, foram veiculadas várias 
imagens dizendo “coma pipoca” (“eat popcorn”) ou “beba Coca-Cola” 
(“drink coke”) na velocidade de 1/3000 de segundo, ou seja, totalmente 
imperceptíveis conscientemente aos olhos humanos. Os pesquisadores 
apontaram que a venda desses dois produtos aumentou significativamente 
na época”46. 
 
45 MEDEIROS, Leonardo de Medeiros. Direito do Consumidor: código comentado e jurisprudência. 
Niterói: Impetus, 2011. Pp. 259. 
46 MEDEIROS, Leonardo de Medeiros. Direito do Consumidor: código comentado e jurisprudência. 
Niterói: Impetus, 2011. Pp. 260. 
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e. Quanto à técnica do merchandising, há doutrinadores que sustentam 
que ela foi vedada pelo art. 36 do CDC47. Outros, todavia, averbam 
que o CDC não a proibiu expressamente, de maneira que a técnica 
seria legal e admissível se o telespectador puder saber, “antes do 
filme ou da novela, por exemplo, quais produtos serão apresentados como 
merchandising, pois, assim, ele poderá atuar de forma crítica e consciente 
na análise dos produtos e serviços utilizados pelos atores, evitando que seja 
induzido”48. 
f. O teaser é plenamente admissível. Trata-se de um “anúncio do 
anúncio”, como forma de despertar a curiosidade ou a expectativa 
do consumidor. Ex.: “Em breve, o melhor filme do ano. 
Aguardem!”. 
67) Publicidades vedadas ou ilícitas (art. 37 do CDC). 
a. Publicidade enganosa – com informação falsa ou que induz 
consumidor a incorrer em erro. 
b. Publicidade abusiva – com conteúdo caracterizador de abuso de 
direito ou de ato ilícito (art. 37, § 2º, do CDC). 
i. Ex.: propaganda em que a apresentadora de um programa 
induz as crianças a destruírem seus tênis para exigir de seus 
pais a aquisição de outros, da marca sugerida (caso julgado 
pelo TJSP, Apelação Cível 241.337-1). 
 
 Práticas Abusivas (arts. 39 – 40 do CDC) 
68) Ver arts. 39 e ss do CDC. 
 
 Cobrança de Dívidas (arts. 42 e 42-A do CDC) 
69) Ver arts. 42 e 42-A do CDC. 
70) Casos importantes: 
a. É “venda casada”, vedada pelo art. 39, I, do CDC, a CEF exigir que 
o mutuário em contrato de financiamento habitacional no âmbito 
do SFH contrate seguro com seguradora indicada por ela indicado 
(STJ, REsp 969.129/MG, 2ª Seção, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 
DJe 15/12/2009). 
b. Cobrança de seguro automático ou obrigatório em contrato de 
cartão de crédito é venda casada. 
c. “1. O STJ firmou a orientação de que tanto a má-fé como a culpa 
(imprudência, negligência e imperícia) dão ensejo à punição do fornecedor 
 
47 TARTUCE, Flávio; NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito do consumidor: direito 
material e processual. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2012. Pp. 333. 
48 MEDEIROS, Leonardo de Medeiros. Direito do Consumidor: código comentado e jurisprudência. 
Niterói: Impetus, 2011. Pp. 260. 
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do produto na restituição em dobro. 2. O Tribunal de origem afastou a 
repetição em dobro dos valorescobrados indevidamente a título de tarifa 
de água e esgoto, por considerar que não se caracterizou má-fé ou culpa na 
conduta da concessionária. 3. Ademais, o Tribunal a quo consigna 
expressamente que não é o caso, porém, de devolução em dobro, porquanto 
justificável o engano da ré, principalmente diante da interpretação 
divergente da matéria” (STJ, AgRg no REsp 1.201.367/PR, 2ª Turma, 
Rel. Min. Herman Benjamin, DJe 25/04/2012). 
d. Banco que cobra valores de correntista, em virtude de operação 
financeira contraída por terceiro estelionatário, não age de má-fé e, 
por isso, não está sujeita à pena privada de restituição em dobro 
prevista no art. 42 do CDC (STJ, AgRg no REsp 1138861/RS, 3ª 
Turma, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, DJe 10/05/2012). 
e. “4. A jurisprudência do STJ já firmou posicionamento quanto à 
obrigatoriedade de a CEDAE restituir em dobro o valor indevidamente 
cobrado, uma vez que não configura engano justificável a cobrança de taxa 
de esgoto em local onde o serviço não é prestado.” (STJ, AgRg no AREsp 
65.937/RJ, 2ª Turma, Rel. Ministro Herman Benjamin, DJe 
13/04/2012). 
f. “Não configura engano justificável a cobrança de tarifa referente a esgoto, 
se não foi prestado pela concessionária o serviço público, razão pela qual os 
valores indevidamente cobrados ao usuário devem ser restituídos em 
dobro. Precedentes.” (STJ, AgRg no AREsp 62.613/RJ, 2ª Turma, Rel. 
Ministro Humberto Martins, DJe 14/12/2011). 
g. “3. "O pagamento resultante de cláusula contratual mais tarde declarada 
nula em sede judicial deve ser devolvido de modo simples, e não em dobro; 
age no exercício regular de direito quem recebe a prestação prevista em 
contrato" (EREsp 328.338/MG, Rel. Min. ARI PARGENDLER, DJ, 
01.02.2006)” (STJ, AgRg no Ag 1136936/PR, 3ª Turma, Rel. Ministro 
Vasco Della Giustina (Desembargador Convocado do TJ/RS), DJe 
20/09/2010). 
 
 Banco de Dados e Cadastros de Consumidores 
71) Ver arts. 43 a 45. 
72) Precedentes importantes: 
a. Súmula 323/STJ: “A inscrição do nome do devedor pode ser mantido nos 
serviços de proteção ao crédito até o prazo máximo de cinco anos, 
independentemente da prescrição da execução”. 
i. “II - O cômputo do prazo prescricional, nos termos da Súmula n.º 
323/STJ, deve observar a efetiva inscrição no cadastro restritivo de 
crédito, não o vencimento da dívida. Precedentes.” (STJ, (STJ, 
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AgRg no Ag 713.629/ES, 3ª Turma, Rel. Ministro Paulo 
Furtado (Desembargador Convocado do TJ/BA), DJe 
04/08/2009) 
ii. “1. "Enquanto for possível ao credor utilizar-se das vias judiciais 
para obter a satisfação do crédito, respeitado o prazo máximo de 
cinco anos, é admissível a permanência ou a inscrição da 
informação nos cadastros de consumidores" (REsp 679.845/RS, 
Min. Castro Filho)” (STJ, AgRg no REsp 679.845/RS, 3ª 
Turma, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, DJe 
15/04/2011). 
b. “2. É correto o entendimento de que o termo inicial do prazo prescricional 
para a propositura de ação indenizatória é a data em que o consumidor 
toma ciência do registro desabonador, pois, pelo princípio da "actio nata", 
o direito de pleitear a indenização surge quando constatada a lesão e suas 
consequências” (STJ, REsp 1276311/RS, 4ª Turma, Rel. Ministro Luis 
Felipe Salomão, DJe 17/10/2011). 
c. Súmula 359/STJ: “Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção 
ao Crédito a notificação do devedor antes de proceder à inscrição”. 
d. Súmula 385/STJ: “Da anotação irregular em cadastro de proteção ao 
crédito, não cabe indenização por dano moral, quando preexistente 
legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento”. 
e. Súmula 404/STJ: “É dispensável o aviso de recebimento (AR) na carta 
de comunicação ao consumidor sobre a negativação de seu nome em banco 
de dados e cadastro”. 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
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Unilaterais, São Paulo, Saraiva, Vol. III, São Paulo, Saraiva, 2013. 
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OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de. Direito Civil em exercícios. Brasília: 
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MARQUES, Cláudia Lima. Contratos no Código de Defesa do Consumidor. 5ª 
ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais , 2005. 
MARQUES, Cláudia Lima. Confiança no comércio eletrônico e a proteção do 
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GARCIA, Leonardo de Medeiros. Direito do Consumidor: código comentado e 
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SANSEVERINO, Paulo de Tarso. Responsabilidade civil no Código do 
Consumidor e a Defesa do Fornecedor. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007 
TARTUCE, Flávio; NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual do direito do 
consumidor: direito material e processual. Rio de Janeiro: Forense. São Paulo: 
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