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Enfermagem Cirúrgica Dados Pessoais Nome:______________________________________Turma:___________________ Endereço:____________________________________________________________ Cidade:____________________________________CEP:_______________________ Estado: _______________________Telefone:________________________________ E-mail:_______________________________________________________________ DBF_nome_disciplina Copyright © 2018 – CEDTEC – Ensino e Soluções Didáticas Ltda. Todos os Direitos Reservados. Capa e Projeto Gráfico: CEDTEC Enfermagem Cirúrgica Nº Registro: 549.291 Livro: 1046 Folha: 132 A reprodução deste material, total ou parcial, só poderá ser realizada com autorização do CEDTEC – Ensino e Soluções Didáticas Ltda. CEDTEC – Ensino e Soluções Didáticas Ltda. Av. Civit, 911, Parque Residencial Laranjeiras, Serra – ES CEP: 29.165-032 e-mail: cedtec@cedtec.com.br Caro AlunoSistema de Ensino Profissional CEDTEC O caminho para uma qualificação profissional de qualidade. “A educação é o grande motor do desenvolvimento pessoal. É através dela que a filha de um camponês pode se tornar uma médica, que o filho de um mineiro pode se tornar o diretor da mina, que uma criança de peões de fazenda pode se tornar o presidente de um país.” NELSON MANDELA Prevenir doenças é o ideal e este deve ser o nosso objetivo primordial; mas, quando isto fugir do nosso alcance, o tratamento precoce passa a ser a nossa meta, evitando assim grande debilidade física e emocional ou sequelas dos longos períodos de atuação da doença. O tratamento cirúrgico, pela sua radicalidade, apresenta riscos aos indivíduos. Portanto, sua indicação é viável quando formas mais simples e seguras de tratar são ineficazes e não possibilitam a cura ou o controle da doença. As cirurgias são realizadas desde a antiguidade, mas neste século é que vem apresentando grande êxitos, devido ao crescente desenvolvimento científico e tecnológico, o que propicia a redução marcante das complicações operatórias. Cabe ao técnico de enfermagem obter conhecimento e atualizá- los continuamente para prestarem uma assistência eficiente e eficaz, que leve ao indivíduo a retornar, o mais rápido possível, ao seu equilíbrio livre de desconforto e complicações Bons estudos! CEDTEC – Ensino e Soluções Didáticas Ltda. Educação profissional levada a sério Sumário REG - 549.291 - CO PYRIG H T - B002 1 - INTRODUÇÃO 2 - CIRURGIA 2.1 - Conceito ........................................................................................................................7 2.2 - Classificação das Cirurgias ........................................................................................7 2.3 - Fatores que Podem Influenciar no Resultado da Cirurgia ...................................8 3 - TERMINAÇÕES CIRÚRGICAS 3.1 - Prefixos Atribuídos aos Órgãos .................................................................................9 3.2 - Sufixos Atribuídos as Finalidades da Cirurgia ........................................................9 3.3 - Cirurgias de Remoção (Ectomia) ..............................................................................9 3.4 - Cirurgias de Abertura (Tomia) ..................................................................................10 3.5 - Construção Cirúrgica de Novas Bocas (Stomia) ....................................................10 3.6 - Cirurgias de Fixação ou Reposicionamento (Pexia) .............................................10 3.7 - Cirurgias para Alteração da Forma e/ou Função (Plastia) ...................................10 3.8 - Cirurgias de Sutura (Rafia) ........................................................................................11 3.9 - Cirurgias para Observação e Exploração (Scopia) ................................................11 3.10 - Terminologias Diversas ...........................................................................................11 4 - ATENDIMENTO DO CLIENTE CIRÚRGICO 4.1 - Objetivo dos Setores Cirúrgicos ..............................................................................12 4.2 - Nomenclatura Cirúrgica ...........................................................................................12 4.3 - Exemplos de Prefixos ou Raiz ..................................................................................12 4.4 - Unidades que Assistem o Paciente Cirúrgico ........................................................13 4.4.1 - Unidade de Clínica Cirúrgica .......................................................................................................................................... 13 4.4.2 - Centro Cirúrgico ................................................................................................................................................................. 15 4.4.3 - Sala de Recuperação Pós Anestésica .......................................................................................................................... 17 4.4.4 - Central de Material e Esterilização .............................................................................................................................. 18 4.5 - Assistência de Enfermagem ao Paciente Cirúrgico ............................................. 24 4.5.1 - Período Pré-Operatório.................................................................................................................................................... 24 4.5.2 - Período Trans-Operatório ............................................................................................................................................... 24 4.5.3 - Período Pós-Operatório ................................................................................................................................................... 29 4.5.4 - Desconfortos Pós-Operatórios ...................................................................................................................................... 30 4.5.5 - Complicações Pós-Operatórias ..................................................................................................................................... 30 4.5.6 - Cuidados com Curativos Cirúrgicos e Drenos ......................................................................................................... 32 4.5.7 - Assistência de Enfermagem em Drenos e Cateteres ........................................................................................... 32 DBF_numregistro RE G - 54 9. 29 1 - C O PY RI G H T - B 00 2 4.6 - Assistindo nas Cirurgias ........................................................................................... 34 4.6.1 - Gastrointestinais ................................................................................................................................................................. 34 4.6.2 - Cirurgias Torácicas ............................................................................................................................................................. 35 4.6.3 - Cirurgias Ortopédicas ....................................................................................................................................................... 36 4.6.4 - Cirurgias Renais ................................................................................................................................................................... 36 5 - INFECÇÃO EM SÍTIO CIRÚRGICO 6 - CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS DE ALGUMAS CIRURGIAS 6.1 - Traqueostomia ........................................................................................................... 40 6.2 - Drenagem Torácica ................................................................................................... 40 6.3 - Gastrostomia...............................................................................................................41 6.4 - Jejunostomia ...............................................................................................................417 - COLOSTOMIAS EXERCÍCIOS GABARITO BIBLIOGRAFIA DBF_numregistro 1 6 REG - 549.291 - CO PYRIG H T - B002 Introdução A cirurgia, seja ela eletiva ou de emergência, é um evento estressante e complexo para o paciente. Muitos dos procedimentos cirúrgicos são realizados na sala de operação do hospital, embora muitos procedimentos simples que não precisam de hospitalização sejam feitos em centros cirúrgicos e unidades ambulatoriais de cirurgia. Pacientes com problemas de saúde que cujo tratamento envolve uma intervenção cirúrgica, geralmente se submetem a uma cirurgia. Tal procedimento envolve a administração de anestesia local, regional ou geral, aumentando assim o grau de ansiedade do paciente o que provoca alterações emocionais decorrentes do anúncio do diagnóstico cirúrgico. Isto causa, portanto situações desagradáveis no estado bio-psico-socio-espiritual do paciente, acarretando problemas graves podendo chegar à suspensão da cirurgia ou até mesmo óbito do paciente. Com o aumento considerável de complicações no pré-operatório é exigido da enfermagem um sólido conhecimento sobre todos os aspectos do cuidado do paciente cirúrgico. Não mais o conhecimento sobre a enfermagem pré-operatória e pós-operatória é suficiente devendo-se ter uma compreensão plena sobre a atividade intra-operatória. Estaremos agora realizando um estudo sobre os principais conhecimentos que a enfermagem deve possuir para assistir plenamente o cliente cirúrgico. DBF_numregistro 7 2 RE G - 54 9. 29 1 - C O PY RI G H T - B 00 2 Cirurgia 2.1 - Conceito Tratamento de doenças, lesão, deformidade (interna ou externa) com objetivo de reparar,corrigir Ou Aliviar Um Problema Físico. 2.2 - Classificação das Cirurgias • Quanto ao risco ◦ Cirurgia de emergência – exige intervenção imediata, devido risco iminente de morte. » Ex: Hemorragia interna » Cirurgia de urgência – exige intervenção em curto espaço de tempo. » Ex: Abdome agudo » Cirurgia Eletiva – são aquelas realizadas com data pré fixada. » Ex: Varizes de MMII » Cirurgia Optativa – São aquelas realizadas conforme preferência pessoal do cliente » Ex: Plásticas • Quanto a finalidade ◦ Diagnostica ou exploratória – realizada com objetivo de visualizar partes internas ou realizar biopsias Ex: Laparatomia Exploratória ◦ Reparadora – quando repara múltiplos ferimentos. Ex: Enxerto de pele ◦ Curativa – quando corrige alterações orgânicas. Ex: Retirada de amígdala ◦ Reconstrutora ou cosmética – quando se processa uma reconstituição. Ex: Plástica de mama, nariz,etc ◦ Paliativa – quando se necessita corrigir algum problema ,aliviando os sintomas da enfermidade,não havendo cura. Ex: colostomia • Quanto ao potencial de contaminação ◦ Limpa – realizada em tecidos estéreis ou de fácil descontaminação, na ausência de processo infeccioso local. Ex: Cirurgia de ovário,mama,hérnia,cardíaca, neurológica, vascular,enxerto cutâneo. ◦ Potencialmente contaminada – realizada em tecidos de difícil descontaminação, na ausência de supuração local e sem contaminação significativa. Ex: Histerectomia, vias biliares,apêndice,vagina,etc ◦ Contaminada – realizada em tecidos recentemente traumatizado e abertos,feridas abertas acidentalmente,de difícil descontaminação com processo inflamatório e sem supuração. Ex: Apêndice supurada, cirurgia de colon, desbridamento de queimadura, orofarinfe, intra nasal,fratura exposta com intervenção após 10h. ◦ Infectadas – realizada em tecido com supuração local, tecido necrótico, vísceras perfuradas .Ex: Cirurgia de reto e ânus com pus,abdome com pus, nefrectomia com infecção • Quanto ao nível de gravidade: ◦ Alto – cirurgias de emergência e urgências, idosos, longa duração, grandes perdas sanguíneas, cranianas,aneurismas aórtico torácico ou abdominal. Grandes articulações, vascular de grandes vasos ◦ Médio – Próstata convencional, cabeça e pescoço, cirurgias ortopédicas, colecistectomia, histerectomia, lipoaspiração,cirurgias intraabdominais e intratorácicas. ◦ Baixo – Biopsias, hernioplatia, procedimentos endoscópicos, facectomias. DBF_numregistro Capítulo 28 REG - 549.291 - CO PYRIG H T - B002 2.3 - Fatores que Podem Influenciar no Resultado da Cirurgia Relacionados ao paciente: a) Idade b) Estado Geral c) Obesidade d) Tabagismo e) Doenças associadas: ◦ Hipertensão; ◦ Doença coronariana; ◦ Arritmias; ◦ Insuficiência cardíaca; ◦ Doença pulmonar obstrutiva crônica; ◦ Diabete; ◦ Insuficiência renal; ◦ Coagulopatias Relacionado aos fatores cirúrgicos: • Experiência do grupo cirúrgico • Emergência • Perda intersticial • Clampeamento e desclampeamentos de vasos maiores • Hipotensão transoperatória • Hipertensão pós-operatória DBF_numregistro 9 3 RE G - 54 9. 29 1 - C O PY RI G H T - B 00 2 Terminações Cirúrgicas É o conjunto de termos usados para indicar o procedimento cirúrgico O nome da cirurgia é composto pela RAIZ( Prefixo) que identifica a parte do corpo a ser cirurgiada mais o SUFIXO que é o elemento colocado depois da raiz. 3.1 - Prefixos Atribuídos aos Órgãos • Adeno - relativo a glândula. • Cisto - relativo à bexiga. • Cole - relativo à vesícula. • Colo - relativo ao colo. • Colpo - relativo à vagina. • Êntero - relativo ao intestino. • Gastro - relativo ao estômago. • Hístero - relativo ao útero. • Nefro - relativo ao rim. • Oftalmo - relativo aos olhos. • Oofor - relativo aos ovários. • Orqui - relativo aos testículos. • Ósteo - relativo ao osso. • Oto - relativo ao ouvido. • Procto - relativo ao reto. • Rino - relativo ao nariz. • Salpinge - relativo às trompas • Tráqueo - relativo à traquéia 3.2 - Sufixos Atribuídos as Finalidades da Cirurgia • Ectomia - remoção de um órgão ou parte dele tom ia - abertura de um órgão. • Stomia - abertura cirúrgica de uma nova boca. • Pexia - fixação de um órgão. • Plastia - alteração da forma de um órgão. • Rafia - sutura. • Scopia - olhar no interior. 3.3 - Cirurgias de Remoção (Ectomia) • Apendicectomia - remoção do apêndice. • Cistectomia - remoção da bexiga. • Colecistectomia - remoção da vesícula biliar. • Colectomia - remoção do colo. • Embolectomia - extração de um êmbolo. • Esofagectomia - remoção do esôfago. • Esplenectomia - remoção do baço. • Fistulectomia - remoção de fístula. • Gastrectomia - remoção parcial ou total do estômago. • Hemorroidectomia - remoção de hemorróidas. • Hepatctomia - remoção de parte do fígado. • Histerectomia- extirpação do útero. • Lobectomia - remoção de um lobo de um órgão. DBF_numregistro Capítulo 310 REG - 549.291 - CO PYRIG H T - B002 • Mastectomia - remoção da mama. • Miomectomia - remoção de mioma. • Nefrectomia - remoção do rim. • Ooforectomia - remoção do ovário. • Pancreatectomia - remoção do pâncreas. • Pneumectomia - remoção do pulmão. • Prostatectomia - remoção da próstata. • Retossigmoidectomia - remoção do retossigmóide. • Salpingectomia - extirpação da trompa. • Tireoidectomia - remoção da tireóide. 3.4 - Cirurgias de Abertura (Tomia) • Artrotomia - abertura da articulação. • Broncotomia - abertura do brônquio. • Cardiotomia - abertura do cárdia (transição esôfago-gástrica). • Coledocotomia - abertura e exploração do colédoco. • Duodenotomia - abertura do duodeno. • Flebotornia - dissecção (individualização e cateterismo) de veia. • Laparotomia - abertura da cavidade abdominal. • Papilotomia - abertura da papila duodenal. • Toracotomia - abertura da parede torácica. 3.5 - Construção Cirúrgica de Novas Bocas (Stomia) • Cistostomia - abertura da bexiga para drenagem de urina. • Colecistostomia - abertura e colocação de dreno na vesícula biliar. • Coledocostomia - colocação de dreno no colédoco para drenagem. • Colostomia - abertura do colo através da parede abdominal. • Enterostomia - abertura do intestino através da parede abdominal. • Gastrostomia abertura e colocação de uma sonda no estômago através da parede abdominal. • Ileostomia - formação de abertura artificial no íleo. • Jejunostomia - colocaçãode sonda no JeJuno para alimentação. • Nefrostomia - colocação de sonda no rim para drenagem de urina. 3.6 - Cirurgias de Fixação ou Reposicionamento (Pexia) • Histeropexia - suspensão e fixação do útero. • Nefropexia - suspensão e fixação do rim. • Orquiopexia - abaixamento e fixação do testículo em sua bolsa. 3.7 - Cirurgias para Alteração da Forma e/ou Função (Plastia) • Piloroplastia - plástica do piloro para aumentar seu diâmetro. • Rinoplastia - plástica do nariz. • Salpingoplastia - plástica da trompa para sua recanalização. • Toracoplastia - plástica da parede torácica. • Artroplastia – Reconstrução da articulação com a finalidade de restaurar o movimento e a função da mesma. • Queiloplastia – Repara dos defeitos dos lábios. • Rinoplastia – Cirurgia plástica do nariz. DBF_numregistro 11Terminações Cirúrgicas RE G - 54 9. 29 1 - C O PY RI G H T - B 00 2 3.8 - Cirurgias de Sutura (Rafia) • Colporrafia - sutura da vagina. • Gastrorrafia - sutura do estômago. • Herniorrafia - sutura da hérnia. • Perineorrafia - sutura do perineo. • Tenorrafia - sutura de tendão. 3.9 - Cirurgias para Observação e Exploração (Scopia) • Broncoscopia - exame sob visão direta dos brônquios. • Cistoscopia - idem para bexiga. • Colposcopia - idem para vagina. • Esofagoscopia - idem para esôfago. • Gastroscopia - idem para estômago. • Laringoscopia - idem para laringe. • Laparoscopia - idem para cavidade abdominal. • Retossigmoidoscopia - idem para retossigmóide. 3.10 - Terminologias Diversas » Enxerto – Transplante de órgãos ou tecidos. » Amputação – Operação para eliminar membro ou segmento de corpo necrosado. » Anastomose – Formação de comunicação entre órgãos ou entre vasos. » Artrodese – Fixação cirúrgica de articulação para fundir as superfícies. DBF_cap3 DBF_numregistro 4 12 REG - 549.291 - CO PYRIG H T - B002 Atendimento do Cliente Cirúrgico O atendimento é realizado por um conjunto de setores interligados como Pronto Socorro, ambulatório, enfermaria clínica, enfermaria cirúrgica, Centro cirúrgico e Recuperação pós anestésica e Central de Material Esterilizado. 4.1 - Objetivo dos Setores Cirúrgicos • Proporcionar experiência menos traumática • Promover recuperação rápida e segura ao paciente • Fornecer materiais estéreis para cirurgia 4.2 - Nomenclatura Cirúrgica É o conjunto de termos usados para indicar o procedimento cirúrgico O nome da cirurgia é composto pela RAIZ que identifica a parte do corpo a ser cirurgiada mais o SUFIXO que e o elemento colocado depois da raiz. 4.3 - Exemplos de Prefixos ou Raiz ANGIO = VASOS SANGUÍNEOS. FLEBO = VEIAS. TRAQUEO = TRAQUEIA. RINO = NARIZ. OTO = OUVIDO. OFTALMO = OLHOS. HISTERO = ÚTERO. LAPARO = PAREDE ABDOMINAL. ORQUI = TESTÍCULO. OOFORO = OVÁRIO. ESPLENO = BAÇO. A = SEM, NEGATIVA. AMBI = AMBOS. NA = SE NEGATIVA. ANTI = CONTRA. BI = DOISECTO = EXTERNO, FORA END = DENTRO. EPI = ACIMA,SOBRE. EXTRA = FORA. HEMI = METADE. HIPR = ACIMA, SOBRE. HIPO = ABAIXO. INTRA = DENTRO. MICRO = PEQUENO. PARA = AO LADO, ALEM. DBF_numregistro 13Atendimento do Cliente Cirúrgico RE G - 54 9. 29 1 - C O PY RI G H T - B 00 2 PER = AO REDOR, PRÓXIMO. PÓS = APÓS, ATRÁS. PRÉ = ANTES. SEMI = METADE. SUB = SOB. SUPRA = ACIMA. TAQUI = RÁPIDO. TRANS = ATRAVÉS, DURANTE. 4.4 - Unidades que Assistem o Paciente Cirúrgico 4.4.1 - Unidade de Clínica Cirúrgica A unidade de clínica cirúrgica possui todos leitos destinados a tratamento cirúrgicos A clínica abrange diversas especialidades tais como: cirurgia geral, cirurgia urológica, cirurgia ortopédica, cirurgia ginecológica, cirurgia vascular, cirurgia neurológica, correções plásticas além de curativos extensos de queimados. É COMPOSTA PELAS SEGUINTES ÁREAS E EQUIPAMENTOS: Tabela 4.0 - Fonte: RDC 50 ANVISA Posto de Enfermagem Área física de acordo com RDC n 50/02 Localização de fácil acesso Sala/área para prescrição médica e de enfermagem Área para guarda de prontuários Sala/área para serviço de enfermagem Equipamentos de uso geral, disponíveis na unidade Esfigmomanômetro Estetoscópio duossom Otoscópio Oftalmoscópio Negatoscópio Eletrocardiógrafo Carro de emergência com desfibrilador/desfibrilador 102 Mobiliário e outros elementos constituídos de material de fácil limpeza e desinfecção Armário para guarda de material esterilizado e de medicamentos Armário/gaveta com chave para guarda de medicamentos controlados Bancada com pia Recipiente rígido para descarte de material pérfuro- cortante Lixeira com saco plástico branco leitoso e tampa de acionamento por pedal Condições de lavagem e anti-sepsia das mãos Lavatório Torneira acionada sem o comando das mãos Dispensador com sabão líquido Suporte com papel toalha Lixeira com saco plástico e tampa de acionamento por pedal DBF_cap4 DBF_numregistro Capítulo 414 REG - 549.291 - CO PYRIG H T - B002 Condições especiais de armazenamento Geladeira exclusiva para guarda de medicamentos e imunobiológicos Tomada exclusiva para a geladeira Termômetro de máxima e mínima na geladeira SALA DE UTILIDADES/EXPURGO Mobiliário e outros elementos constituídos de material de fácil limpeza e desinfecção Bancada com pia Armário para guarda de material limpo e desinfetado Dispensador com sabão liquido Suporte com papel toalha Lixeira com saco plástico e tampa de acionamento por pedal Lixeira com saco plástico branco leitoso e tampa de acionamento por pedal Recipiente rígido para descarte de material pérfuro – cortante Pia de despejo Hamper SALA PARA GUARDA DE EQUIPAMENTOS Aspirador portátil Suporte de soro Maca Cadeira de rodas Biombos Outros ROUPARIA OU LOCAL PARA GUARDA DE ROUPAS Armário de fácil limpeza e desinfecção ENFERMARIA/QUARTO Mobiliário e outros elementos constituídos de material de fácil limpeza e desinfecção Leitos Fowler Colchões e travesseiros revestidos de material impermeável, integro e limpo Mesinha de cabeceira/armário por leito Escada de dois degraus ao lado do leito Biombos Sinalização sonora e/ou luminosa, funcionando para todos os leitos Iluminação de vigília Sistema de assistência respiratória Ponto de ar comprimido Ponto de oxigênio Ponto de vácuo Fluxômetros Condições de lavagem e anti-sepsia das mãos Lavatório Torneira acionada sem o comando das mãos Dispensador com sabão líquido Suporte com papel toalha Lixeira com saco plástico e tampa de acionamento por pedal Condições de segurança e higienização do paciente Banheiro Barra de apoio Portas dos sanitários com abertura para fora Lavatório Suporte com papel toalha DBF_numregistro 15Atendimento do Cliente Cirúrgico RE G - 54 9. 29 1 - C O PY RI G H T - B 00 2 Dispensador com sabão liquido Lixeira com saco plástico e tampa de acionamento por pedal Chuveiro ISOLAMENTO Área ou antecâmara com visor Suportes/cabides para aventais Armário para roupas limpas Hamper 4.4.2 - Centro Cirúrgico O centro cirúrgico é uma unidade dentro do hospital composta por várias áreas interligadas entre si, a fim de proporcionar ótimas condições para a realização do ato cirúrgico. A equipe que atua no centro cirúrgico estabelece uma coordenação com as demais equipes e serviços (laboratórios, radiologia, banco de sangue etc), oferecendo assistência adequada às necessidades do paciente; constitui-se, desta forma, uma equipe multidisciplinar. Localização A unidade de Centro Cirúrgico deve ocupar uma área independente da circulação geral, ficando livre do transito de pessoas e materiais estranhos ao serviço; com mínimo de ruído possível; possibilitando o acesso livre e fácil de pacientes das Unidades de internação, Pronto Socorro e UTI. Esta equipe é composta por médicos, cirurgiões, anestesistas, pessoal de enfermagem (enfermeiro, técnico e auxiliar) e pessoal de limpeza, e tem como objetivos: • Proporcionar cuidados ao paciente; • Buscar a recuperação ou melhora do paciente por meio de uma intervenção cirúrgica; • Oferecer segurança e bem-estarao paciente. Por ser um local restrito, o acesso ao público é limitado, ficando restrito a circulação dos profissionais que lá atuam. Para efeito de controle asséptico, o Centro Cirúrgico divide-se em áreas, quais sejam: Área Irrestrita - os profissionais podem circular livremente por estas áreas com roupas próprias (secretaria, vestiário e corredor de entrada). Área Semi-restrita – aquela que permite a circulação de pessoal e de modo a não intervir nas rotinas de controle e manutenção da assepsia da área restrita. (expurgo, sala de estar e sala de preparo de material). Área Restrita - além da roupa própria do centro cirúrgico, devem ser usadas máscaras e gorros conforme normas da unidade e as técnicas assépticas devem ser utilizadas de maneira rigorosa, a fim de diminuir os riscos de infecção (salas de cirurgias, lavabos, sala de recuperação pós-anestésica, sala de depósito, e corredor interno). Sua estrutura física compreende: • Salas cirúrgicas; • Um expurgo; • Duas salas que abrigam aparelhos e materiais; • Uma sala de recuperação pós - anestésica; • Uma sala de armazenamento de material anestésico; • Uma sala de armazenamento de materiais esterilizados; • Uma sala de armazenamento de material de vídeo laparoscopia; • Um posto de enfermagem; • Uma sala de armazenamento de soros, aventais de chumbo e geladeira específica para medicações; • Lavabos; • Uma sala de escritório utilizada pela enfermeira (chefe do setor); • Uma sala de descanso com sofá, colchonetes e televisão; • Um vestiário com banheiro feminino e outro masculino; • Uma sala de lanche/copa; DBF_cap4 DBF_numregistro Capítulo 416 REG - 549.291 - CO PYRIG H T - B002 Rituais do Centro Cirúrgico são as rotinas e procedimentos que executados pela equipe cirúrgica (enfermagem, cirurgiões, anestesistas) para garantir a qualidade e manutenção da esterilidade do procedimento cirúrgico independente do tipo de cirurgia a ser realizada. Portanto existem certos rituais comuns a todas as cirurgias. São eles: • Receber o cliente ao chegar no Centro Cirúrgico e encaminhá-lo para a sala cirúrgica. • Para que o cliente esteja familiarizado ao ambiente que estará inserido e para iniciar os rituais do Centro Cirúrgico. • Manter diálogo e orientá-lo a cada passo do procedimento. • Procurando acalmá-lo deixando falar de suas ansiedades. • Nivelar a altura da mesa cirúrgica com a altura da maca e encoste a maca paralelamente à mesa cirúrgica, lembrando de fixá-la. • Para facilitar a transferência do cliente e prevenir quedas, evitando que a mesa se desloque. • Auxiliar o cliente na transferência para a mesa cirúrgica. • Colocar em posição decúbito dorsal (DD) confortável, cuidando sempre para não descobri-lo. • Auxiliar na transferência de soros e sondas quando presentes • Puncionar veia calibrosa • Evitar tracionar sondas e equipos de soro, prevenindo também a perda do acesso venoso. Para manter acesso venoso permeável para administração de medicações. • Colocar o lenço na cabeça do cliente, cobrindo todo o couro cabeludo. • Facilitando visibilidade de áreas de punção (jugulares), evitando que suje o cabelo de sangue, e facilitando o manuseio da cabeça. • Colocar apoio de braço (braçadeiras) o mais anatômico possível. • Para facilitar quando necessário à punção venosa, além de possibilitar os procedimentos do anestesista e a delimitação da equipe cirúrgica sem prejudicar o ato anestesiar/operar e para colocar as amarras fixando os braços evitando qualquer movimento do cliente durante o ato cirúrgico. • Instalar os eletrodos do monitor cardíaco e instalar o aparelho de pressão arterial (P.A). • Para monitorar os sinais vitais do cliente durante a cirurgia, preferencialmente instalando o aparelho de (P.A), do lado oposto a veno-punção. Instalar o oxímetro de pulso: Para medir a quantidade de oxigênio que o cliente esta inspirando e preferencialmente instalando-o do lado oposto do aparelho de (P.A) Remover as cobertas e roupas do cliente: Tem como finalidade iniciar a anti-sepsia e colocação do campo estéril dando início a cirurgia. Prender o campo no arco de narcose (divisório entre o anestesista e o cirurgião): Procedimento realizado após o cliente anestesiado com objetivo de não haver contaminação entre o anestesista e a cirurgia propriamente dita. Colocar a placa do bisturi elétrico em contato com a pele do cliente: A placa serve como um fio terra, evitando descarga elétrica no cliente, utilizando-se um gel condutor na placa, geralmente localizada nas panturrilhas ou região escapular. Colocar luvas de água nas proeminências ósseas ou utilizar coxins quando necessário: Com a finalidade de evitar escaras de pressão. Para o bom funcionamento de um centro cirúrgico, é necessário que: • As cirurgias sejam agendadas com no mínimo 24 horas de antecedência; • Confeccionar e encaminhar o mapa cirúrgico, na data anterior à da cirurgia, para o centro- cirúrgico, farmácia, CTI, laboratório, rouparia, chefia de enfermagem, banco de sangue, nutrição e diretoria técnica; • As cirurgias têm tolerância de 30 minutos para possíveis intercorrências; • Não deve ser permitido porte ou ingestão de gêneros alimentícios no interior da área crítica do centro cirúrgico (central de esterilização, central de material, salas operatórias e corredor cirúrgico); DBF_numregistro 17Atendimento do Cliente Cirúrgico RE G - 54 9. 29 1 - C O PY RI G H T - B 00 2 • Somente deve ser permitida a entrada de pessoas pertencentes à área de saúde, com autorização da chefia do setor e do chefe da equipe cirúrgica; • Não deve ser permitido circular pelo hospital fazendo uso do conjunto cirúrgico; • Não é aconselhável o uso do conjunto cirúrgico por cima da roupa comum; • As malas, maletas e bolsas só poderão entrar quando envoltas em sacos plásticos; • Só deve ser permitida a entrada na área crítica a pessoas devidamente paramentadas; • Não é aconselhável o uso de adereços (brincos, anéis, pulseiras, cordões etc), no interior do centro cirúrgico; • O cirurgião deve preencher completamente o boletim cirúrgico, incluindo assinaturas e carimbos dos respectivos integrantes da equipe; • A entrada do paciente no bloco cirúrgico só deve ser permitida com a confirmação da autorização do procedimento; • As salas cirúrgicas deverão ser arrumadas, pelo menos, 15 minutos antes do horário agendado, após a confirmação da internação do paciente e a autorização da cirurgia. 4.4.3 - Sala de Recuperação Pós Anestésica Estrutura organizacional da SRPA Planejamento: A sala de RPA é a área que se destina à permanência do paciente logo após o termino do ato anestésico cirúrgico. Neste local o paciente fica sob os cuidados das equipes de enfermagem e médica, especialmente o anestesista. Nesta sala o tempo de permanência do paciente varia, em media de 1 a 6 horas. Localização: A SRPA deve estar instalada dentro do CC ou nas suas proximidades, de modo a favorecer o transporte fácil do paciente anestesiado para este local, assim como o seu rápido retorno à sala de operação, na vigência de uma re-intervenção cirúrgica. Esta localização possibilita também o livre acesso dos componentes da equipe médica. Estrutura física: A área física da SRPA, em metros quadrados, varia de acordo com as especificações do ministério da saúde, que estabelece para “uma sala com dois leitos no mínimo, 8,5 m² por leito, com distancia entre estes e a parede, exceto cabeceira, de 1,0m; 6,5 m², quando houver mais de dois leitos”. Características Arquitetônicas: As características de construção desta não diferem das daquele quais sejam: • Paredes e pisos devem ser revestidos de material lavável, e as portas largas, para permitirem a passagem de camas ou macas e aparelhos. • A temperatura ambiental e a ventilação devem ser iguais às da sala cirúrgica, com o objetivo de proporcionar conforto e segurança ao paciente. • A iluminação deve favorecer a avaliação precisa da cor da pele do paciente. Para a artificial, o uso de lâmpadas fluorescentesé mais econômico, ao se considerar que necessitam permanecer acesas por longos períodos. É imprescindível que a iluminação desta sala esteja inclusa no sistema de luz de emergência. Deve-se planejar ainda uma área para o posto de enfermagem e serviços, no tamanho de 6 m² para uma SRPA de até 12 leitos; se esta área for utilizada também como secretaria e prescrição médica, deve ser acrescida de mais 2,0 m². O posto de enfermagem deve ser provido de armários para a guarda de roupas e balcões com gavetas para armazenar os medicamentos e materiais estéreis. Deve ter também pias com água quente e fria. Deve existir ainda uma mesa ou balcão provido de telefone, sistema de comunicação interna, impressos próprios de uso na referida unidade e cadeiras ou bancos. Prevê-se ainda uma área de utilidades destinadas à guarda do hamper e outros materiais como comadre e papagaio. Este local deve ser provido de uma pia profunda. A SRPA deve ser provida de equipamentos básicos, em perfeitas condições de uso, para atender a qualquer situação de emergência. Didaticamente, tais equipamentos e materiais de uma SRPA podem ser divididas em: • Equipamentos básicos, geralmente fixos à parede, acima da cabeceira de cada leito, tais como: duas saídas de oxigênio com fluxômetro, uma saída de ar comprimido, uma fonte de aspiração a vácuo, um foco de luz, tomadas elétricas de 110 e 220 watts, monitor cardíaco, oxímetro de pulso, esfignomanômetro e estetoscópio. DBF_cap4 DBF_numregistro Capítulo 418 REG - 549.291 - CO PYRIG H T - B002 • Equipamentos e materiais de suporte respiratório, tais como: ventilador mecânico, mascara e cateteres par O 2 , sondas para aspiração, carrinho de emergência com material completo para intubação orotraqueal e ventilação manual. • Equipamento e materiais de suporte cardiovascular, tais como: equipos de soro e transfusão, cateteres, seringas e agulhas; equipos para medida de PVC. • Outros materiais: bandeja de cateterismo vesical, sondas vesicais de demora, sistema de drenagem vesical, pacote de curativo, bolsas coletoras para drenos e ostomias, gazes, chumaços e adesivos, termômetros, frascos e tubos esterilizados para coleta de sangue, fitas regentes para dosagem de glicose no sangue e urina, caixa de pequena cirurgia, medicamentos e soros, soluções desinfetantes e antissépticos, cilindros de O 2 e ar comprimidos a aspirador elétrico, travesseiros, almofadas, cobertores e talas. É conveniente destacar que as camas par uso na SRPA devem ser do tipo cama-maca, providas de grades laterais de segurança, manivelas para dar posição de pró-clive e tredelemburg, encaixes para adaptar suporte de soro e cabeceira removível para facilitar o atendimento em situações de emergência. 4.4.4 - Central de Material e Esterilização DEFINIÇÃO A Central de Material e Esterilização (CME) é a área responsável pela limpeza e processamento de artigos e instrumentais médico-hospitalares. É na CME que se realiza o controle, o preparo, a esterilização e a distribuição dos materiais hospitalares. A CME pode ser de três tipos, de acordo com sua dinâmica de funcionamento: • Descentralizada: utilizada até o final da década de 40, neste tipo de central cada unidade ou conjunto delas é responsável por preparar e esterilizar os materiais que utiliza; • Semi-centralizada: teve início na década de 50, cada unidade prepara seus materiais, mas os encaminha para serem esterilizados em um único local; • Centralizada: utilizada atualmente, os materiais do hospital são processados no mesmo local, ou seja, os materiais são preparados, esterilizados, distribuídos e controlados quantitativa e qualitativamente na CME. A CME centralizada apresenta inúmeras vantagens, das quais podem-se destacar: a eficiência, a economia e a maior segurança para a equipe e para os clientes. OBJETIVOS • Fornecer o material esterilizado a todo hospital; • Promover a interação entre as áreas: expurgo, preparo e montagem de instrumental; • Adequar as condições ambientais às necessidades do trabalho na área; • Promover o envolvimento e compromisso de toda a equipe com os objetivos e finalidades do serviço; • Prover materiais e equipamentos que atendam às necessidades do trabalho na área. SETORES DA CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO » Expurgo. » Preparo de Materiais. » Preparo de Instrumentais Cirúrgicos. » Esterilização. EXPURGO Setor responsável por receber, conferir , lavar e secar os materiais provenientes do Centro Cirúrgico e Unidades de Internação. Os funcionários desta área utilizam EPIs (Equipamentos de proteção individual) para se protegerem de se contaminarem com sangue e fluidos corpóreos, quando lavam os instrumentais. As lavadoras ultrassônicas auxiliam na lavagem dos instrumentais através da vibração do som adicionado com solução desincrostante, promovendo uma limpeza mais eficaz e maior segurança para o funcionário. DBF_numregistro 19Atendimento do Cliente Cirúrgico RE G - 54 9. 29 1 - C O PY RI G H T - B 00 2 PREPARO DE MATERIAIS Setor responsável por preparar e acondicionar os materiais. São utilizados invólucros especiais que permitam a passagem do agente esterilizante e impeçam a passagem dos microorganismos. PREPARO DE INSTRUMENTAIS CIRÚRGICOS Setor responsável por conferir, preparar e acondicionar caixas para as diversas especialidades cirúrgicas. ESTERILIZAÇÃO O setor de esterilização da Central de Material e Esterilização (CME) é responsável pela esterilização dos materiais. Esta área destina-se à instalação dos equipamentos utilizados para a esterilização de materiais pelos métodos físicos e químicos. Tipos de Esterilização • Esterilização por meios físicos: ◦ Vapor saturado sob pressão; ◦ Calor seco; ◦ Radiação ionizante; ◦ Radiação não ionizante. • Esterilização por meios químicos: ◦ Formaldeído; ◦ Glutaraldeído; ◦ Óxidode etileno; ◦ Peróxido de hidrogênio; ◦ Ácido peracético; ◦ Plasma de peróxido de hidrogênio. ESTERILIZAÇÃO POR VAPOR SATURADO SOB PRESSÃO O processo de esterilização pelo vapor saturado sob pressão é o método mais utilizado e o que maior segurança oferece ao meio hospitalar. O vapor pode ser obtido em vários estados físicos, sendo as mais comuns: • Vapor saturado: é a camada mais próxima da superfície líquida, encontra-se no limiar do estado líquido e gasoso, podendo apresentar-se seca ou úmida. • Vapor úmido: é normalmente formado quando o vapor carrega a água que fica nas tubulações. • Vapor super aquecido: vapor saturado submetido à temperaturas mais elevadas. Para a esterilização o tipo de vapor utilizado é o vapor saturado seco, uma vez que o vapor úmido tem um excesso de água que torna úmidos os materiais dentro da esterilizadora; já o vapor super aquecido é deficiente de umidade necessária para a esterilização. O vapor saturado seco é capaz de circular por convecção permitindo sua penetração em materiais porosos. A produção do vapor utilizado na esterilização requer alguns cuidados como a água utilizada para a produção do vapor, esta deve estar livre de contaminantes em concentração que possa interferir no processo de esterilização, danificar o aparelho ou os produtos a serem esterilizados. Equipamentos Os equipamentos utilizados para este método de esterilização são as autoclaves. Estas constituem- se basicamente de uma câmara em aço inox, com uma ou duas portas, possui válvula de segurança, manômetros de pressão e um indicador de temperatura. Elas podem ser divididas em dois tipos: Autoclave gravitacional: o ar é removido por gravidade, assim quando o vapor é admitido na câmara, o ar no interior desta, que é mais frio (mais denso), sai por uma válvula na superfície inferior da câmara. Pode ocorrer a permanência de ar residual neste processo, sendo a esterilização comprometida principalmente para materiais densos ou porosos. Autoclave pré-vácuo: o ar é removido pela formação de vácuo, antes da entrada do vapor, assim quando este é admitido, penetra instantaneamente nos pacotes.DBF_cap4 DBF_numregistro Capítulo 420 REG - 549.291 - CO PYRIG H T - B002 As autoclaves podem ainda ser do tipo horizontal ou vertical. As do tipo horizontal possuem paredes duplas, separadas por um espaço onde o vapor circula para manter o calor na câmara interna durante a esterilização; as do tipo vertical não são adequadas pois dificultam a circulação do vapor, a drenagem do ar e a penetração do vapor devido à distribuição dos pacotes a serem esterilizados, que ficam sobrepostos. Mecanismo de ação e ciclo de esterilização O efeito letal decorre da ação conjugada da temperatura e umidade. O vapor, em contato com uma superfície mais fria, umedece, libera calor, penetra nos materiais porosos e possibilita a coagulação das proteínas dos microrganismos. O ciclo de esterilização compreende: • Remoção do ar; • Admissão do vapor; • Exaustão do vapor; • Secagem dos artigos. Remoção do ar: para que a esterilização seja eficaz, é necessário que o vapor entre em contato com todos os artigos da câmara e, para que ocorra a penetração do vapor em toda a câmara e no interior dos pacotes, é preciso que o ar seja removido. A remoção do ar pode ser por gravidade ou por utilização de vácuo antes da entrada do vapor. Admissão do vapor: é também o período de exposição. Este é iniciado pela entrada do vapor, substituindo o ar no interior da câmara. O tempo de exposição começa a ser marcado quando a temperatura de esterilização é atingida. O tempo de exposição pode ser dividido em três partes: tempo de penetração do vapor, tempo de esterilização e intervalo de confiança. Exaustão do vapor: é realizada por uma válvula ou condensador. A exaustão pode ser rápida para artigos de superfície ou espessura; para líquidos a exaustão deve ser o mais lenta possível para se evitar a ebulição, extravazamento ou rompimento do recipiente. Secagem dos artigos: é obtida pelo calor das paredes da câmara em atmosfera rarefeita. Nas autoclaves de exaustão por gravidade, o tempo de secagem varia de 15 a 45 minutos; nas autoclaves de alto vácuo o tempo é de 5 minutos. Tempo de esterilização Tempo mínimo de exposição (em minutos) para esterilização pelo vapor, segundo a temperatura Tabela 4.1 Artigos Hospitalares / Acondicionamento Autoclave(Gravidade) 121O C Vácuo 132O C Alto Vácuo 132O C ESCOVA DE FIBRA SINTÉTICA - Embrulhadas individualmente, em papel ou campo de algodão cru. 30 15 4 ROUPAS - Embrulhadas em campo de algodão cru. 30 15 4 INSTRUMENTOS METÁLICOS - Em bandejas metálicas, embrulhadas em campo de algodão cru (duplo); - Envolvidos individualmente em compressas ou campo simples, embrulhados em campo duplo. 30 30 15 15 4 4 AGULHAS OCAS COM LUME ÚMIDO - Embaladas em tubo de vidro, com tampa de algodão. 30 15 4 LUVAS DE BORRACHA - Embrulhadas em papel ou campo de algodão cru. 20 15 4 CATÉTERES, DRENOS E TUBOS DE BORRACHA COM LUME ÚMIDO - Envolvidos individualmente, em algodão cru ou papel. 30 15 4 DBF_numregistro 21Atendimento do Cliente Cirúrgico RE G - 54 9. 29 1 - C O PY RI G H T - B 00 2 BANDEJAS, CUBAS E OUTROS MATERIAIS SEMELHANTES - Embrulhadas em campo de papel ou algodão cru. 30 15 4 SERINGAS DE VIDRO, DESMONTADAS - Embrulhadas individualmente, em papel ou algodão cru. 30 15 4 LÂMINAS DE CORTE, SERRAS, TESOURAS - Envolvidas em compressas e embrulhadas em campo duplo; - Em caixas metálicas (rasas). - - - - 4 4 LÍQUIDOS EM FRASCO PIREX (cheios até a metade, aproximadamente) -45 a 250 ml -500 a 1000 ml -1500 a 2000 ml 20 30 40 - - - - - - Disposição dos artigos dentro da câmara Artigos de superfície como bandejas, bacias e instrumentais não devem ser esterilizados com artigos de espessura como campo cirúrgicos, compressas e outros, nas autoclaves gravitacionais. O volume de material dentro da autoclave não deve exceder 80% da sua capacidade. Os pacotes devem ser colocados de maneira que haja um espaçamento de 25 a 50 mm entre eles, e de forma que o vapor possa circular por todos os itens da câmara. Os pacotes maiores devem ser colocados na parte inferior e os menores na parte superior da câmara; os maiores podem ter no máximo 30cm x 30cm x 50cm de tamanho. Cuidados básicos para a eficiência da autoclavação • Antes da esterilização Higienizar convenientemente os materiais: ◦ Material crítico deve permanecer em solução desinfetante durante 30 minutos, antes de se realizar a limpeza. ◦ Os instrumentais devem ser lavados manualmente com o uso de escovas, ou em lavadoras ultra-sônicas. ◦ Drenos, tubos, catéteres devem ser lavados com água e detergente apropriado; deve-se usar seringas para lavar e enxaguar a luz dos mesmos. ◦ Agulhas e seringas devem ser lavadas com detergente e enxaguadas abundantemente para que este seja removido completamente. Acondicionar os artigos em embalagens adequadas, que permitam a esterilização e a estocagem do artigo. Identificar os pacotes corretamente, não ultrapassar as dimensões de 30cm x 30cm x 50cm, e o peso de 7 kg. Colocar os pacotes pesados sob os mais leves; evitar encostá-los nas paredes da câmara, deixar espaço entre eles para facilitar a drenagem do ar e penetração do vapor. Não sobrecarregar o equipamento, utilizar apenas 80% de sua capacidade. Colocar a fita indicadora na embalagem externa e vedar os pacotes menores com a mesma. Recipientes como bacias, jarros, ou outros que possuem concavidade devem ser colocados com sua abertura para baixo para facilitar o escoamento do ar e da água resultante da condensação do vapor. • Durante a esterilização Verificar constantemente os indicadores de temperatura e pressão. • Após a esterilização A porta do aparelho deve ser aberta lentamente e deve permanecer entreaberta de 5 a 10 minutos. ◦ Os pacotes não devem ser colocados em superfícies metálicas logo após a esterilização, pois em contato com superfície fria o vapor residual se condensa e torna as embalagens úmidas, comprometendo a esterilização uma vez que a umidade diminui a resistência do invólucro de papel e interfere no mecanismo de filtração do ar. ◦ Não utilizar os pacotes em que a fita indicadora apareça com as listras descoradas após a esterilização. DBF_cap4 DBF_numregistro Capítulo 422 REG - 549.291 - CO PYRIG H T - B002 Falhas no processo de autoclavação As falhas neste processo podem ser mecânicas ou humanas. Principais falhas humanas: • Limpeza incorreta ou deficiente dos materiais; • Utilização de invólucros inadequados para os artigos a serem esterilizados; • Confecção de pacotes muito grandes, pesados ou apertados; • Disposição inadequada dos pacotes na câmara; • Abertura muito rápida da porta ao término da esterilização; • Tempo de esterilização insuficiente; • Utilização de pacotes que saíram úmidos da autoclave; • Mistura de pacotes esterilizados e não esterilizados; • Não identificação da data de esterilização e data-limite de validade nos pacotes; • Desconhecimento ou despreparo da equipe para usar o equipamento. Falhas mecânicas: As falhas mecânicas decorrem da operação incorreta e da falta de manutenção das autoclaves. ESQUEMA DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA DE AUTOCLAVES Tabela 4.2 Diariamente Limpeza da câmara interna (álcool ou éter) Mensalmente Limpeza dos elementos filtrantes e linha de drenagem Trimensalmente Descarga do gerador Semestralmente Verificação e limpeza dos eletrodos de nível Lubrificação do sistema de fechamento Verificação da guarnição da tampa Avaliação dos sistemas de funcionamento e segurança Desimpregnação dos elementos hidráulicos Ajustagem e reaperto do sistema de fechamento Anualmente Verificação do elemento filtrante de entrada de água Aferição dos instrumentos de controle, monitorização e segurança Limpeza do gerador de vapor Após 3 anos de funcionamento, teste, avaliação hidrostática, aferição dos instrumentos de controle Prevenção de riscos operacionais Para o manuseio das autoclaves, embora existam diferentes modelos e cada um deles possua seu próprio manual de instrução de uso, algunscuidados são fundamentais para a prevenção de acidentes: • Manter as válvulas de segurança em boas condições de uso; • Não abrir a porta da autoclave enquanto a pressão da câmara não se igualar à pressão externa; ao abrir a porta da autoclave proteger o rosto para evitar queimaduras, explosões ou implosões dos frascos de vidro; • Utilizar luvas de amianto para a retirada dos artigos metálicos da câmara; • Verificar periodicamente o funcionamento de termostatos, válvulas de segurança; • Não forçar a porta para abrir quando esta emperrar; • A porta da autoclave deve possuir uma trava de segurança para que esta não abra enquanto houver pressão no interior da câmara. TESTES DE CONTROLE DE ESTERILIZAÇÃO É fundamental a realização de testes biológicos para controle e comprovação da esterilização. Monitoramento dos Métodos de Esterilização Para se garantir a eficiência dos processos de esterilização deve-se elaborar um programa de monitoramento para controle de qualidade de esterilização. DBF_numregistro 23Atendimento do Cliente Cirúrgico RE G - 54 9. 29 1 - C O PY RI G H T - B 00 2 Este programa deve avaliar e controlar todas as fases da esterilização, a fim de se detectar possíveis falhas e onde elas ocorrem: • IDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS » Os materiais a serem esterilizados devem conter o nome do material, tipo de esterilização, lote da esterilização, a data de validade da esterilização, nome do responsável pelo empacotamento; » Cada ciclo de esterilização deve manter um registro com o lote, o conteúdo do lote, temperatura e tempo de esterilização, nome do operador, resultado do teste biológico e do indicador químico obtido e qualquer intercorrência. • MONITORAÇÃO MECÂNICA » a monitoração mecânica consiste no controle e registro de parâmetros tempo, temperatura e pressão durante a esterilização e na manutenção do equipamento e dos aparelhos de registro (manômetros e termômetros). • INDICADORES QUÍMICOS Os indicadores químicos são fitas de papel impregnadas com uma tinta termocrômica que mudam de cor quando expostas à temperatura elevada por certo tempo. Elas podem apenas indicar a exposição ou não ao calor (indicadores específicos de temperatura) ou ainda indicar a ação de diferentes componentes como tempo, temperatura e vapor (integradores). Devem ser colocados indicadores externos nos pacotes a serem esterilizados. Essa prática indica apenas se o material passou ou não pelo processo de esterilização. Indicadores colocados no interior dos pacotes devem estar posicionados em locais de difícil acesso ao agente esterilizante, assim poderá se obter informações sobre falhas na esterilização com relação à penetração do vapor ou concentração de óxido de etileno. Para cada processo existe um tipo de indicador apropriado: autoclave, calor seco ou óxido de etileno. Um outro teste químico utilizado é o Teste de Bowie-Dick. Este método testa a eficácia do sistema de vácuo na autoclave de pré-vácuo. Para sua realização faz-se um pacote com campos empilhados um sobre o outro formando uma pilha de 25 a 28 cm de altura, no meio desta pilha coloca-se um papel com fitas de autoclave ou fitas zebradas coladas em forma de cruzes, cobrindo toda a superfície do papel. O pacote deve ser colocado acima ao dreno da autoclave, com esta vazia. Processa-se então um ciclo a 132oC por 3 a 4 minutos. Se as fitas não apresentarem homogeneidade na coloração indica que ocorreu a formação de bolhas de ar e deve ser feita a revisão do equipamento. Este teste deve ser realizado todos os dias, antes da primeira carga ser processada. • INDICADORES BIOLÓGICOS A utilização destes indicadores permite a comprovação da eficiência da esterilização, uma vez que o crescimento de microrganismos após a aplicação do processo é diretamente testado. Este indicador consiste em uma preparação padronizada de esporos bacterianos em suspensões que contém em torno de 106 esporos por unidade de papel. Os microrganismos utilizados são de acordo com o processo de esterilização avaliado (APECIH, 1998): » Autoclave a vapor: B. stearothermophilus; » Calor seco: B. subtilis var. niger; » Autoclave a óxido de etileno: B. subtilis var. niger; » Plasma de peróxido de hidrogênio: B. subtilis var. niger; » Radiação gama: Bacillus pumilus; Após o processamento dos indicadores, eles devem ser incubados para se verificar se as cepas ainda são viáveis. As condições de incubação e o meio em que os indicadores devem ser incubados devem ser fornecidas pelo fabricante das preparações. O indicador que fora processado é incubado nas mesmas condições e juntamente com um outro que não tenha passado pelo processo de esterilização a fim de se verificar a viabilidade das cepas e as condições adequadas de incubação que favoreçam o crescimento bacteriano. A realização de testes biológicos deve ser, no mínimo, semanalmente e após cada manutenção ou suspeita de mau funcionamento. No processo de esterilização a óxido de etileno o teste deve ser realizado em cada ciclo de esterilização devido a complexidade do processo e a maior probabilidade de falhas. DBF_cap4 DBF_numregistro Capítulo 424 REG - 549.291 - CO PYRIG H T - B002 DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAIS ESTERILIZADOS Setor responsável por distribuir materiais esterilizados para as Unidades de Internação e Ambulatório 4.5 - Assistência de Enfermagem ao Paciente Cirúrgico 4.5.1 - Período Pré-Operatório MEDIATO: compreende desde a indicação até dia antes da cirurgia. IMEDIATO: 24 horas antes da cirurgia. • Banho com anti-sépticos específicos • Esvaziamento intestinal: controverso, porém nas cirurgias abdominais é importante para prevenir ruptura de alças intestinais e melhorar visualização do campo operatório. ENEMA = até 500 ml LAVAGEM OU ENTEROCLISMA = até 2000ml • Jejum: 12 horas antes • Esvaziamento da bexiga: importante nas cirurgias ginecológicas pois pode haver lesão durante a Cirurgia. • Tricotomia: mais próximo possível da hora, numa menor área possível (CC) e/ou 2 hora antes. • Medicação Pré Anestésica: 45 a 60 minutos antes da cirurgia, reduz ansiedade, facilita indução anestésica, diminui a secreção. Preparação da pele e a região a ser operada O preparo da pele a ser operada, consiste em tratar a pele empregando meios químicos e mecânicos, os quais a manterão limpa, sem pêlos, livres de micróbios. Finalidade Evitar infecção e promover uma boa cicatrização da ferida operatória. Meios utilizados Antissepsia por agentes químicos (povidine) e tricotomia (raspagem de pelos). Antissepsia com agentes químicos • São utilizados sabões especiais e anti-sépticos da pele. A limpeza da pele com esses produtos é feita durante o dia que precede a cirurgia ou no mesmo dia, dependendo da rotina do hospital. • O emprego desta técnica visa remover ou destruir os germes existentes na pele. Tricotomia É a raspagem dos pelos na pele. É feita com a finalidade de facilita a limpeza e a antissepsia da pele e da região a ser operada. Áreas de tricotomia • Cirurgia de crânio: todo o couro cabeludo ou conforme prescrição medica. • Cirurgias torácicas: região torácica até umbigo e axilas. • Cirurgia cardíaca: toda extensão corporal (face anterior e posterior), menos o couro cabeludo. • Cirurgia abdominal: desde a região mamaria até o púbis. • Cirurgia dos rins: região abdominal anterior e posterior. • Cirurgia de membros inferiores: todo o membro inferior e púbis. 4.5.2 - Período Trans-Operatório Período que compreende o momento que o paciente entra no Centro Cirúrgico até a sua saída da sala de recuperação anestésica. DBF_numregistro 25Atendimento do Cliente Cirúrgico RE G - 54 9. 29 1 - C O PY RI G H T - B 00 2 TEMPOS CIRÚRGICOS Diérese: primeiro tempo operatório que consiste em cortar separar os tecidos Homeostasia: 2º tempo operatório que consiste no controle de sangramento Exérese: 3º tempo operatório que consiste na cirurgia propriamente dita. Síntese: 4º tempo operatório que consistena etapa final, sutura INSTRUMENTAL PARA DIÉRESE BISTURI É com certeza o instrumento para diérese que mais representa o cirurgião. É constituído por um cabo de tamanho e formato variados, onde se encaixam diferentes tipos de lâminas, estas na grande maioria das vezes descartáveis. TESOURAS As tesouras mais utilizadas: tesouras reta e curva. Reta para o corte de fios, de secção ou curva (Mayo) e a de dissecção, mais delicada (Metzembaum). INSTRUMENTAL PARA HEMOSTASIA A hemostasia pode ser temporária ou definitiva, preventiva ou corretiva. O método de hemostasia por pinçamento é cruento e temporário, podendo transformar-se em definitivo por ligadura, cauterização ou angiotripsia. Em cirurgia vascular, utilizam-se pinças hemostáticas atraumáticas para que não se produzam danos na parede dos vasos quando aplicados, não favorecendo a trombose. As atraumáticas mais utilizadas são as de Buldogue e Satinsky. As pinças hemostáticas traumáticas quando aplicadas são substituídas por ligadura ou eletrocoagulação, sendo as mais utilizadas: Rochester, Kelly e a longa de Mixter INSTRUMENTAL PARA SÍNTESE AGULHAS - São utilizadas para transfixar os tecidos como guia aos fios de sutura, podendo ser classificadas como retas ou curvas, podendo ser cilíndricas ou cortantes; as que já vem montadas com o fio, são denominadas agulhas atraumáticas, proporcionando orifícios de entrada e saída menos traumáticos. As agulhas curvas,possuem raio de curvatura variável, adaptando-se a cada tipo de síntese. PINÇAS - As utilizadas para a síntese são as pinças de dissecção: anatômica que não possui dentes na extremidade e, portanto são menos traumatizantes ao apreenderem as bordas, e a pinça dente de rato que possui dentes na sua extremidade, portanto favorecem melhor apreensão. PORTA-AGULHAS - São utilizados para a condução de agulhas curvas, sendo os mais utilizados: MAYO, HEGAR e MATHIEU. OUTROS INSTRUMENTOS PREENSÃO - Pinça de preensão intestinal ou de Allis; pinça de preensão aponeurótica ou de Kocher, pinças de Foerstes e Ballenger e as chamadas pinças de campo ou Backaus. AFASTADORES - São subdivididos em dinâmicos, sendo os mais conhecidos o de Farabeuf, as válvulas manuais de Doyen e a válvula suprapúbica. Os estáticos mais conhecidos são o Gosset e o Balfour. MESA CIRÚRGICA É rotina a montagem da mesa cirúrgica, observando-se regras para a distribuição dos instrumentais cirúrgicos: • Material de diérese permanece no canto inferior esquerdo; • De síntese no canto superior esquerdo; • Material de hemostasia e preensão no meio da mesa inferiormente, sendo os afastadores no canto superior. DBF_cap4 DBF_numregistro Capítulo 426 REG - 549.291 - CO PYRIG H T - B002 SÍNTESE A síntese cirúrgica é uma operação fundamental que consiste na aproximação das bordas de tecidos seccionados ou ressecados. Tem como objetivo manter a continuidade tecidual e facilitar as fases iniciais do processo de cicatrização. É um processo obrigatório na maioria dos procedimentos cirúrgicos. Para se garantir a eficácia do processo, deve-se utilizar materiais resistentes às tensões e trações que serão exercidas sobre a ferida nas fases iniciais da cicatrização. A síntese cirúrgica, juntamente com o processo de cicatrização, constitui o meio pelo qual a continuidade do tecido é restaurada, sendo que a missão da primeira não deve terminar antes que a Segunda já esteja em pleno curso. Os instrumentos utilizados na sutura são agulhas, pinças, porta-agulha e fios cirúrgicos. Os fios são usados para ligaduras vasculares que garantem uma hemostasia perfeita e para a aproximação dos tecidos, são empregados isoladamente ou montados em agulhas. Diversos fatores são de importância para a escolha do fio pelo cirurgião, como o custo, a resistência tênsil, a facilidade de esterilização, a maleabilidade mínima e a reação tecidual. O fio ideal deve manter a força tênsil por tempo suficiente, até que a cicatriz adquira sua própria resistência frente ao estímulos mecânicos habituais, além de portar-se como material inerte, provocando o mínimo de reação tecidual. À sutura não deve ser isquemiante devido à tensão exagerada dos fios. Deve-se levar em conta a resistência tênsil do fio frente à sua constituição físico-química, com especial destaque ao seu diâmetro transversal. FIOS CIRÚRGICOS 1 - Fios Absorvíveis Categute - é obtido da submucosa do intestino delgado de ovelhas ou da serosa de bovinos. Podem ser simples ou cromados, dependendo do tempo de absorção. Os simples têm absorção mais rápida (cerca de 08 dias), enquanto que os cromados têm uma absorção mais lenta (cerca de 20 dias) e são tratados com bicromato de potássio. De fácil manipulação, comporta-se como um corpo estranho, desencadeando uma reação inflamatória intensa ao seu redor. São muito utilizados em suturas gastrointestinais, amarraduras de vasos na tela subcutânea, cirurgias ginecológicas e urológicas. Ácido Poliglicólico - é um fio sintético, obtido pela polimerização do ác. glicólico, e possui uma maior resistência. Sua reabsorção por hidrólise ocorre por volta de 60 a 90 dias após sua utilização. A resistência tênsil efetiva de seus nós é perdida muito antes, em torno da 3a semana. É muito usado na sutura de músculos, fáscias e tecido celular subcutâneo, ocasionando pouca reação inflamatória. Entretanto, como é um fio multifilamentar, pode albergar (assim como qualquer fio com essa característica) em seu interior bactérias que escapam da fagocitose. Ácido Poligaláctico - é um fio sintético, absorvido por volta de 60 dias. É utilizado em cirurgias gastrointestinais, urológicas, ginecológicas, oftalmológicas e na aproximação do tecido celular subcutâneo. Polidioxanona - É um fio sintético, monofilamentar, possuidor de um absorção lenta, com manutenção da resistência tênsil por longo período. É então utilizado na sutura de tendões, cápsulas articulares e fechamento da parede abdominal. 2 - Fios Não Absorvíveis Seda - é um filamento protéico obtido do bicho-da-seda. Suas fibras são retorcidas ou trançadas, tratadas com polibutilato. É fácil de ser manuseada, produzindo nós firmes. É degradado ao longo dos anos, perdendo sua resistência tênsil. Algodão - é um fio multifilamentar, maleável e agradável ao tato. Proporciona um nó forte. Como é multifilamentar, pode perpetuar um processo infeccioso, caso usado em território contaminado - granuloma de corpo estranho. Poliéster - sintético, multifilamentar, é resistente e de grande durabilidade. Requer um mínimo de 05 nós para uma fixação segura (algodão, seda e polímeros absorvíveis: 3 nós, categute: 4 nós). Causam pouca reação tecidual, com pouca resposta inflamatória. Devem ser evitados em locais contaminados por serem multifilamentares. São excelentes para suturas de aponeuroses, tendões e vasos. Nylon - derivado de poliamidas, caracteriza-se pela elasticidade e resistência à água. Mono ou multifilamentar, é um fio de pouca reação, mas de difícil manuseio. É duro e corrediço, não produzindo DBF_numregistro 27Atendimento do Cliente Cirúrgico RE G - 54 9. 29 1 - C O PY RI G H T - B 00 2 nó firme. Perde resistência tênsil ao longo do tempo, podendo ser degradado e absorvido ao longo de dois anos, apesar de ser considerado inabsorvível. São os preferidos para suturas de pele. Polipropileno - Sintético e monofilamentar, produz pouca reação tecidual. Mantém sua resistência tênsil por vários anos após sua utilização. Muito usado para sutura vascular e, como é facilmente removível, é ideal para sutura intradérmica. Nós e suturas O nó cirúrgico tem como objetivo evitar que o fio entrelaçado se solte. O principal é que não se afrouxe, permitindo perfeito ajuste das bordas a serem afrontadas. Para que isso ocorra, devem ser levados em consideração: a) o tipo de nó; b) o treino do cirurgião; c) o grau de tensão dos tecidos a serem suturados; d) a natureza do fio. O nó consiste, em geral, de uma primeira laçada,que aperta, e uma segunda, fixadora, que impede o afrouxamento da primeira. Pode-se ainda acrescentar um terceiro nó, para dar uma maior segurança. Sutura é a síntese por meio de pontos. Tem como finalidade manter os tecidos unidos até que se complete a cicatrização. Tem como princípios fundamentais: 1 - Aproximar as bordas sem tensão; 2 - Manter entre dois pontos distância igual à espessura do plano suturado; 3 - Não suturar em um só plano grandes espessuras; 4 - Não deixar espaço morto; 5 - Não unir planos de natureza diferente. Paramentação Cirúrgica • Conceito: Técnica complementar a degermação cirúrgica que consiste do ato de vestir o avental cirúrgico e calçar luvas estéries. Materiais necessários: • Pacote com aventais cirúrgicos onde normalmente já encontramos compressas estéreis para enxugar as mãos e antebraços. Passos para vestir o capote: • Segurar o capote pela parte interna do ombro onde estava a compressa e com movimento firme, puxar o avental que se abrirá deixando aparecer as duas cavas das mangas, tomando cuidado para não tocar na parte externa. • Segurando pela parte interna das costura do ombro, introduzir um braço pela manga do avental e a seguir o outro. • Vire de costas para que a circulante de sala amarre as duas tiras de extremidade do pescoço. LEMBRE-SE: O capote deve ser retirado primeiro que a luva após a cirurgia. CUIDADOS NO TRANS OPERATÓRIO » Receber, identificar paciente; checar exames e preparo. » Transporte em maca com grades » Posicionamento na mesa - braços para realizar infusão venosa deve estar num ângulo de 90° em relação ao corpo p/ evitar dores musculares e articulares no pós operatório » Controle de SSVV DBF_cap4 DBF_numregistro Capítulo 428 REG - 549.291 - CO PYRIG H T - B002 » Administrar infusões mornas, troca de campos molhados p/ evitar hipotermia devido temperatura da Sala de Operação. » Cuidados de CIRCULANTE- entre eles ajudar colocar o ARCO DE NARCOSE (suporte que separa o anestesista do campo operatório. » Cuidado com bisturi elétrico- queimaduras » Auxiliar na indução anestésica ANESTESIAS UTILIZADAS NAS CIRURGIAS Os tipos de anestesias mais realizadas são: Anestesia Geral: Através da administração de medicamentos o paciente é mantido inconsciente, sem dor e imóvel durante todo o procedimento. Está indicada para cirurgias sobre o Abdômen superior, tórax, cabeça, pescoço, cirurgias neurológicas e cardíacas. Cirurgias em crianças são realizadas, normalmente com anestesia geral para evitar movimentação brusca durante os procedimentos. Em alguns casos, é possível a administração de anestésicos locais, após a criança ter adormecido, nos locais onde as cirurgias são realizadas, para diminuir a dor pós- operatória. Atualmente, bloqueios anestésicos associados a anestesia geral são bastante comuns em crianças, dando mais conforto a este grupo de pacientes. Vias de administração da anestesia geral: A anestesia geral pode ser aplicada por via venosa, inalatória ou ambas. Posição de decúbito dorsal com pernas estendidas é a forma utilizada para administrar esse tipo de anestesia. O anestesiologista é a pessoa que punciona a sua veia, coloca o soro, monitoriza todas as suas funções vitais-como batimentos cardíacos, respiração, pressão arterial, temperatura corporal e etc, mantendo-os normais ou tratando quando estes se alteram, através de monitores e avaliação clínica. Anestesia Regional: Através da administração de medicamentos obtemos anestesia de apenas algumas áreas do corpo, como por exemplo: • Anestesia Raquidiana: realizada com anestesia local nas costas, no espaço subaracnoide. O paciente fica com os membros inferiores e parte do abdomen completamente anestesiados e imóveis. É usada para cirurgias abdominais e de MMII • Anestesia Peridural: Também realizada pela adição de anestésicos locais nas costas próximos aos nervos que transmitem a sensibilidade dolorosa. É realizada no espaço peridural (antes da dura mater) Neste caso é possível se realizar o bloqueio de apenas algumas raízes nervosas ou várias - como anestesia peridural para mamoplastias, por exemplo, onde o anestesiologista pode anestesiar apenas a região do tórax onde estão localizadas as mamas. As diferenças entre raqui e peridural, são as quantidades totais de anestésicos, o local onde cada anestésico é administrado e o tipo de agulha utilizada. Posição para anestesia Raqui e peridural: Decúbito lateral fetal c/ joelhos fletidos e/ou sentado com pernas pendentes e queixo encostado no tórax. • Os bloqueios de nervos periféricos são outro tipo de anestesia e, neste caso, o anestesiologista administra o anestésico apenas ao redor dos nervos que irão para o local da cirurgia a ser realizada. Por exemplo, cirurgias sobre a mão podem ser realizadas com bloqueios dos nervos que inervam a mão, através da administração de anestésicos próximos a estes, na altura da axila ou do pescoço. FUNÇÕES DA CIRCULANTE NA SALA DE CIRURGIA RELATIVA AO ANESTESISTA: • Posicionar paciente para indução anestésica conforme tipo de anestesia; • Fornecer material estéril para punção; • Fornecer soluções venosas aquecidas para hidratação do paciente; DBF_numregistro 29Atendimento do Cliente Cirúrgico RE G - 54 9. 29 1 - C O PY RI G H T - B 00 2 • Montar o carro de anestesia com borrachas de aspiração e de oxigênio,bem como seringas,agulhas, AD e medicamentos de uso rotineiro. RELATIVA AO PACIENTE: • Receber o paciente pelo nome, checar exames no prontuário, preparo pré operatório e presença de prótese dentária; • Posicionar o paciente para cirurgia, tranquilizando-o; • Fixar os braços nas braçadeiras e posicionar o arco de narcose; • Manter aspirador de secreção, bisturi elétrico próximo do paciente; • Colocar placa de bisturi elétrico no paciente embebida com gel condutor em áreas com presença de tecido subcutâneo; • Fazer controle de compressas utilizadas durante a cirurgia, conferindo-as após a cirurgia, antes do fechamento da incisão cirúrgica; • Preencher a folha de gasto cirúrgico e as intercorrências apresentadas durante ato cirúrgico; • Identificar e encaminhar peças anatômicas para laboratório de anatomia patológica; • Limpar o paciente ao término da cirurgia, realizando curativo e transportando-o para RPA e/ou unidade de internação; • Manter SO arrumada e limpa para próxima cirurgia. RELATIVA AO CIRURGIÃO/INSTRUMENTADOR: • Auxiliar na paramentação cirúrgica; • Fornecer os fios, agulhas, sondas de aspiração ao instrumentador de maneira asséptica; • Aproximar pedais do bisturi e do aspirador do cirurgião; • Dispor os focos centrais e auxiliares no campo operatório; • Fornecer solução antiséptica para antissepsia da pele do paciente; 4.5.3 - Período Pós-Operatório Período cirúrgico é dividido em três fases: a primeira é a pré-operatória; a segunda, a intra- operatória e, a terceira, pós-operatória. Nesta última, a enfermagem desempenha o importante papel de proporcionar ao paciente o retorno às atividades rotineiras. O pós-operatório inicia-se com os períodos pós-anestésico e pós-operatório imediato, nos quais o paciente está se recuperando dos efeitos anestésicos. O pós-operatório tardio é o tempo de cicatrização e prevenção das complicações, este período pode durar semanas ou meses após cirurgia. A assistência de enfermagem durante o período pós-operatório imediato concentra-se em intervenções destinadas a prevenir ou tratar complicações. Por menor que seja a cirurgia, o risco de complicações sempre estará presente. A prevenção destas, no pós-operatório promove rápida convalescência, poupa tempo, reduz gastos, preocupações, ameniza a dor e aumenta a sobrevida Imediato: até 24 horas pós cirurgia Mediato: pós 24 horas até 7 dias. Tardio: pós 7 dias do recebimento da alta Objetivos Gerais da Assistência é PREVENIR: • Dor; • Laringite pós entubação; • Náuseas e vômitos; • Retenção urinária; • Flebite pós venoclise. CUIDADOS NO POI (SRPA) • Controle de sangramento,dreno (sucção ou sanfonado p/ secreção sanguinolenta usado em cirurgia de osteosíntese e drenagens de hematoma craniano;com reservatório de Jackson- Prat (JP) - funciona com pressão negativa tem forma de pêra usado em cirurgias abdominais; (penrose) sondagens, infusões venosas; • Sinais vitais; • Posicionamento no leito- verificar tipo de anestesia usada; • Aquecimento; DBF_cap4 DBF_numregistro Capítulo 430 REG - 549.291 - CO PYRIG H T - B002 • Avaliação neurológica; • Controle da dor, soluços. Avaliação de retorno de nível de consciência e estabilidade hemodinâmica pós cirurgia A avaliação deve ser direcionada à: • Atividade Motora É capaz de mover as extremidades voluntariamente? • Função Respiratória É capaz de respirar de forma profunda, de tossir, há presença de dispneia ou limitação respiratória, bem como apnéia? • Função cardiovascular Observar variação de pressão arterial • Nível de Consciência Observar se o paciente está completamente acordado, se desperta ao comando ou se responde ao estímulo auditivo. • Cor da Pele Observar se a pele ou mucosas estão coradas, pálidas, ictericas ou cianoticas. 4.5.4 - Desconfortos Pós-Operatórios Dor: é um dos primeiros sintomas a surgir no pós-operatório. A ferida cirúrgica não é espontaneamente dolorosa após 48 horas do ato cirúrgico. Quando o paciente se queixa de dor é judicioso acreditar nele. A dor é subjetiva e o seu limiar é imensurável. É importante um cuidadoso exame, antes de medicá-lo com analgésicos. O técnico neste caso deve administrar o medicamento analgésico comunicar o fato a enfermeira, fazer anotação sobre a dor e sobre as providencias tomadas. Vômitos: Habitual nas primeiras horas de pós operatório. A realimentação oral precoce é uma importante causa de vômito. Antes da administração de um anti-emético, pensar na possibilidade de obstrução mecânica do tubo digestivo. O técnico deve colocar o paciente com a cabeça voltada para o lado e avisar a enfermeira, administrando o medicamento se houver prescrição. Sede: para evitar o ressecamento da boca, deve-se umedecê-la com água e lubrificar os lábios com vaselina. Cefaléia: É a mais frequente complicação de uma raquianestesia. Excluídos outros fatores etiológicos, deve ser feita generosa reposição volêmica e endovenosa. Pirose: Secundária ao refluxo gastroesofágico ácido ou alcalino, muito relacionada à presença de cateter nasogástrico nas primeiras horas de pós-operatório. Soluço: Desagradável complicação cirúrgica determinada por irritação frênica, pequena quantidade de CO 2 ou acidose respiratória. Dispnéia: De imediato pensar na possibilidade de pneumopatia aguda ou no início de uma complicação cardíaca. Febre: Evolução habitual da doença pós-operatória ou indício precoce de uma infecção aguda. Até 48 a 72 horas pode ser consequente apenas à reação à agressão cirúrgica. Tosse: Exacerba a dor após laparotomia pode provocar evisceração e evidencia uma complicação do sistema respiratório. Oligúria: O débito urinário na faixa de 30 a 50 ml por hora, com densidade satisfatória, constitui importante evidência de funções cardiovascular e renal 4.5.5 - Complicações Pós-Operatórias COMPLICAÇÕES PULMONARES: As mais comuns são: pneumonia e embolia pulmonar. Para prevenir o aparecimento dessas complicações o auxiliar deve: • Movimentar o paciente no leito. • Força-lo a tossir. DBF_numregistro 31Atendimento do Cliente Cirúrgico RE G - 54 9. 29 1 - C O PY RI G H T - B 00 2 • Ensina-lo a realizar exercícios respiratórios. • Estimular deambulação. COMPLICAÇÃO URINÁRIAS: Podem ocorrer: • Infecções urinarias. • Retenção urinaria. • Anuria. No ato de retenção urinaria, deve-se estimular a micção pelos seguintes meios: • Compressa de éter sobre a bexiga. • Abrir a torneira mais próxima. • Sondagem vesical de alivio em ultimo caso. COMPLICAÇÕES GASTRO INTESTINAIS Pode ocorrer obstrução intestinal, por isso o numero e aspecto da evacuação deve ser sempre anotada. COMPLICAÇÕES VASCULARES Trombose venosa profunda COMPLICAÇÕES DA FERIDA OPERATÓRIA As mais frequentes são: • Hematoma: ocorre por haver uma hemorragia oculta na ferida. Quando é grande, pode interferir no processo de cicatrização. • Infecção: ocorre devido a diversos fatores, inclusive devido a curativo mal feito. • Seroma – formam-se principalmente quando há a existência de espaço morto. Esta indicada a drenagem por punção ou abertura de pontos. Sua persistência predispõe a infecção. • Deiscência – Evisceração – hérnias – há fatores sistêmicos e locais que predispõe a tais complicações: DM, uremia, imunossupressão, sepse, hipoalbuminemia, câncer, obesos e pacientes fazendo uso de esteróides; técnica de fechamento, aumento da pressão intraabdominal, cicatrização deficiente. Quando ocorre evisceração após 5º ao 10º PO, há a saída de líquido serossanguinolento após a abertura da pele. As alças evisceradas devem ser cobertas com compressas úmidas e a cirurgia de urgência deve ser realizada. Rotura ou deiscência É uma abertura que ocorre na ferida operatória, que ocorre devido à infecção ou grande distensão abdominal. Retirada de pontos A cicatrização é um processo que ocorre de dentro para fora. Pode ocorrer sem nenhum problema (primeira intenção), apresentar dificuldade para cicatrização imediata (segunda intenção) ou ainda necessitar de uma nova sutura (terceira intenção). A retirada de pontos é feita geralmente no sétimo dia após a cirurgia ou nos dias posteriores. Material necessário: • Pinça anatômica. • Tesoura. • Bisturi. • Gases. • Anti-sépticos. Procedimento » Observar as condições da ferida. » Retirar pontos alternados e se não houver problemas retirar o restante. » Anotar na papeleta. DBF_cap4 DBF_numregistro Capítulo 432 REG - 549.291 - CO PYRIG H T - B002 COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES • Choque hipovolêmico • Ocorre normalmente devido a hemorragias pós cirurgia. Deve ser tratado com hidratação venosa e se necessário transfusões sanguíneas. 4.5.6 - Cuidados com Curativos Cirúrgicos e Drenos CUIDADOS COM CURATIVOS DE FERIDAS CIRÚRGICAS Ferida limpa e fechada: o curativo deve ser realizado com soro fisiológico e mantido fechado nas primeiras 24 horas após a cirurgia , passado este período a incisão deve ser exposta e lavada com água e sabão. Se houver secreção (sangue ou seroma) manter curativo semi-oclusivo na seguinte técnica; Feridas com drenos abertos: O curativo do dreno deve ser realizado separado da incisão, e o primeiro a ser realizado será sempre o do local menos contaminado. O curativo deve ser mantido limpo e seco, isto significa que o número de trocas deve estar diretamente relacionado com quantidade de drenagem. Feridas com drenagem superior a 50ml quando possível deve-se aplicar uma bolsa para coletar o excesso de drenagem. Colocar bolsas em torno de feridas permite medir com exatidão a quantidade de drenagem, restringe a disseminação de contaminação e aumenta o conforto do paciente. Alfinetes não são indicados como meio de evitar mobilização dos drenos de penrose pois enferrujam facilmente e proporcionam a colonização do local. Feridas com sistema de drenos fechados (Toráxico, Hemovácuo), cateter venoso central (Intracath, duplo lúmem): Antes de iniciar o curativo, inspecionar o local de inserção do dreno por meio de palpação. Realizar troca de curativo a cada 24 horas ou sempre que o mesmo se tornar úmido, solto ou sujo. Observação: os curativos em cateter venoso central (intracath) e cateter de duplo lúmen deverão se realizados pelo enfermeiro do setor. Feridas com Fistula ou Deiscência de Paredes: Quando ocorre uma fistula ou deiscência de parede ou túnel torna-se difícil a realização de limpeza no interior da ferida proporcionando um ambiente ideal para a colonização de patógenos. O ideal é realizar a limpeza da ferida em todo o seu interior com jatos de solução fisiológica. 4.5.7 - Assistência de Enfermagem em Drenos e Cateteres Drenos: são tubos ou materiais
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