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MPR - Microbiologia e Parasitologia

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Microbiologia e Parasitologia
Dados Pessoais
Nome:______________________________________Turma:___________________
Endereço:____________________________________________________________
Cidade:____________________________________CEP:_______________________
Estado: _______________________Telefone:________________________________
E-mail:_______________________________________________________________
DBF_nome_disciplina
Copyright © 2018 – CEDTEC – Ensino e Soluções Didáticas Ltda.
Todos os Direitos Reservados.
Capa e Projeto Gráfico:
CEDTEC
Microbiologia e Parasitologia
Nº Registro: 549.295
Livro: 1046 Folha: 136’
A reprodução deste material, total ou parcial, só poderá ser realizada 
com autorização do CEDTEC – Ensino e Soluções Didáticas Ltda.
CEDTEC – Ensino e Soluções Didáticas Ltda.
Av. Civit, 911, Parque Residencial Laranjeiras, Serra – ES
CEP: 29.165-032
e-mail: cedtec@cedtec.com.br
Caro AlunoSistema de Ensino 
Profissional 
CEDTEC
O caminho para 
uma qualificação 
profissional de 
qualidade.
“A educação é o grande motor 
do desenvolvimento pessoal. 
É através dela que a filha de 
um camponês pode se tornar 
uma médica, que o filho de 
um mineiro pode se tornar 
o diretor da mina, que uma 
criança de peões de fazenda 
pode se tornar o presidente de 
um país.” 
NELSON MANDELA
É a ciência que estuda as relações entre os seres vivos, suas 
principais características e formas de associação, como as 
infecções parasitárias e a transmissão dos agentes infecciosos; 
a seguir, analisaremos as vias de penetração e de eliminação 
destes agentes. 
Abordaremos inicialmente, as relações entre os seres vivos, 
suas principais características e formas de associação, como as 
infecções parasitárias e a transmissão dos agentes infecciosos; 
a seguir, analisaremos as vias de penetração e de eliminação 
destes agentes.
Posteriormente, conheceremos os principais parasitos, 
ectoparasitos e as doenças por eles transmitidas.
Finalmente, discutiremos as formas de controle e os mecanismos 
de extermínio dos agentes infecciosos.
Em nossa realidade, verificamos constante queda nos 
investimentos em saneamento básico e saúde pública; por 
consequência, nossa qualidade de vida torna-se pior. Como 
resultado desse quadro, as doenças infecciosas e as parasitoses 
estão cada vez mais presentes.
Visando minimizar tais dificuldades, esperamos que após a 
atenta leitura e com base nos conhecimentos adquiridos o 
público-alvo de nossos esforços, o aluno, consiga identificar e 
principalmente saber evitar,
de forma muitas vezes simples, fácil, barata e criativa, os tão 
indesejados agentes infecciosos, não apenas em seu ambiente 
de trabalho como em sua própria casa e comunidade – na qual 
representa o papel de
Multiplicador das ações de saúde.
Bons estudos!
CEDTEC – Ensino e Soluções Didáticas Ltda.
Educação profissional levada a sério
Sumário
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1 - MICROBIOLOGIA
1.1 - Introdução a Microbiologia .......................................................................................6
1.1.1 - História da Microbiologia ................................................................................................................................................. 6
1.1.2 - Biogênese e Abiogênese ................................................................................................................................................. 7
1.1.3 - Louis Pasteur .......................................................................................................................................................................... 7
1.1.4 - A Microbiologia em Forma de Ciência ......................................................................................................................... 8
1.1.5 - A Microscopia ........................................................................................................................................................................ 9
1.1.6 - Classificação dos Microrganismos ................................................................................................................................ 13
1.1.7 - Os Seres Vivos ....................................................................................................................................................................... 20
1.2 - Bactérias ..................................................................................................................... 23
1.2.1 - Tamanho ................................................................................................................................................................................ 23
1.2.2 - Morfologia das bactérias: formas e arranjos bacterianos .................................................................................. 23
1.2.3 - Estruturas externas da célula bacteriana ................................................................................................................. 25
1.2.4 - Membrana plasmática ...................................................................................................................................................... 29
1.2.5 - Estruturas internas da célula bacteriana .................................................................................................................. 29
1.2.6 - Reprodução bacteriana .................................................................................................................................................. 30
1.2.7 - Nutrição das bactérias ..................................................................................................................................................... 32
1.2.8 - Crescimento das bactérias ............................................................................................................................................. 33
1.2.9 - Doenças Causadas por Bactérias .................................................................................................................................. 35
1.3 - Fungos ..........................................................................................................................41
1.3.1 - Leveduras .............................................................................................................................................................................. 42
1.3.2 - Definição e Classificação dos Fungos ......................................................................................................................... 46
1.3.3 - Doenças causadas por fungos ...................................................................................................................................... 47
1.4 - Vírus ............................................................................................................................. 47
1.4.1 - Características dos vírus .................................................................................................................................................. 47
1.4.2 - Estrutura viral ...................................................................................................................................................................... 48
1.4.3 - Classificação morfológica ............................................................................................................................................... 48
1.4.4 - Multiplicação de bacteriófagos ................................................................................................................................... 49
1.4.5 - Doenças Causadas por Vírus .......................................................................................................................................... 50
2 - PARASITOLOGIA
2.1 - Introdução a Parasitologia ....................................................................................... 54
2.1.1 - Origem do Parasitismo do Homem e os Principais Conceitosde Parasitismo ............................................ 55
2.1.2 - Principais Tipos de Parasitismo .................................................................................................................................... 55
2.1.3 - Ciclo Vital (Ontogênico, Biológico ou de Vida) dos Parasitas ............................................................................ 55
2.1.4 - Contaminação ..................................................................................................................................................................... 55
2.1.5 - Mecanismos de Infecção (Mecanismos de Transmissão) .................................................................................... 56
2.1.6 - Mecanismos de Agressão e Resposta às Parasitoses ............................................................................................ 56
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2.2 - Protozoologia ........................................................................................................... 58
2.2.1 - Doenças Causadas por Protozoários ........................................................................................................................... 59
2.3 - Helmintos ................................................................................................................... 66
2.3.1 - Definição e Tipo de Helmintoses .................................................................................................................................. 66
2.3.2 - Doenças Causadas por Helmintos ............................................................................................................................... 66
EXERCÍCIOS
GABARITO
BIBLIOGRAFIA
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Microbiologia
1.1 - Introdução a Microbiologia
Microrganismos são formas de vida que só podem ser vistas com auxílio do microscópio. São 
pequenas, não consomem muita energia e algumas formas tem o período de vida bastante curto.
1.1.1 - História da Microbiologia 
A Microbiologia é uma ciência que foi lançada com o descobrimento do microscópio. A partir 
daí a descoberta do microscópio e a certificação da existência dos microrganismos, os cientistas 
começaram a discutir sua origem, surgindo então, as teorias da abiogênese ou geração espontânea 
e a biogênese. Após os experimentos de Spallanzani que provaram que infusões quando aquecidas, 
esterilizadas e fechadas hermeticamente para evitar recontaminação impediam o aparecimento de 
microrganismos, a abiogênese foi descartada.
Pressupõe que os microrganismos (organismos muito pequenos só visíveis com o ajuda de lentes) 
apareceram na terra há bilhões de anos a partir de um material complexo de águas oceânicas ou de 
nuvens que circulavam a terra. Os microrganismos são antigos, mas a microbiologia como ciência 
é jovem, uma vez que os microrganismos foram evidenciados há 300 anos e só foram estudados e 
entendidos 200 anos depois.
A descoberta
Antony Van Leuwenhoek (1632 – 1723), homem comum que possuía um armazém, era zelador 
da prefeitura e servia como provador oficial de vinhos para a cidade de Delft na Holanda. Seu hobby 
era polir lentes de vidro, as montava entre finas placas de bronze ou prata para inspecionar fibras e 
tecelagem de roupas, flores, folhas e pingos d’água. Na época, era habitual o interesse pelo mundo 
natural, mas Leuwenhoek tinha o cuidado de anotar detalhadamente, o que observava com suas 
lentes e tudo o que fazia, uma espécie de diário.
Figura 1.0 - Antony Van Leuwenhoek (1632 – 1723).
 
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Usando seu precário microscópio, observava águas de rios, infusões de pimenta, saliva, fezes, 
dentre outras tantas. Até que observou nesses materiais, a presença de um grande número de 
pequeníssimos objetos móveis e de formas diferentes, que não poderiam ser vistos sem a ajuda das 
lentes, e os chamou de “animáculos” por achar que seriam pequeninos animais vivos. 
Leuwenhoek fez grandes relevâncias sobre a estrutura microscópica das sementes e embriões de 
vegetais, sangue, espermatozoides, animais invertebrados, circulação sanguínea etc. Uma dimensão 
inteiramente nova engrandeceu a biologia (bio = vida, logia = estudo). Os principais tipos de 
microrganismos que hoje conhecemos – protozoários, algas, fungos e bactérias foram identificados 
por Leuwenhoek.
1.1.2 - Biogênese e Abiogênese 
Os cientistas começaram a investigar a origem dos microrganismo após sua revelação ao mundo, 
no qual levou à uma divisão de pensamentos. 
Biogênese – Alguns cientistas acreditavam, inclusive Leuwenhoek, que as “sementes” destas 
criaturas microscópicas estão sempre presentes no ar, de onde ganham acesso aos materiais e ali 
crescem desde que as condições sejam adequadas ao seu desenvolvimento. Portanto, essa forma de 
multiplicação dos microrganismos chamou-se biogênese. 
Abiogênese – Outros cientistas acreditavam que os microrganismos se formavam espontaneamente 
a partir da matéria orgânica em decomposição ou putrefação, dando a essa forma de multiplicação o 
nome de abiogênese.
A ideia da geração espontânea teve origem na Grécia Antiga, que achavam que rãs e minhocas 
surgiam, espontaneamente, de um pequeno lago ou lama. Outros achavam que larvas de insetos e 
moscas eram criadas a partir de carne em decomposição. Após comprovações científicas como a do 
médico italiano Francesco Redi (1626 – 1697), essas ideias foram perdendo força, que demonstrou que 
as larvas encontradas na carne em putrefação eram larvas de ovos de insetos e não um produto da 
geração espontânea.
Provar aos que apoiavam a abiogênese de que um ser não poderia surgir somente da matéria 
orgânica, tornou-se bem mais complicado, principalmente, a partir do experimento de Heedham em 
1749, mostrando que, de tantos tipos diferentes de infusões, invariavelmente, emergiam criaturas 
microscópicas (microrganismos), independentemente do tratamento que receberam, protegidas ou 
não, fervidas ou não. Hoje, sabe-se que os experimentos de Heedham foram falhos, pois o mesmo 
não tomava precauções higiênicas para proteger seus experimentos do ar circulante, permitindo 
dessa forma a contaminação de seus experimentos. 
Após cinquenta anos dos experimentos de Heedham, Spallanzani provou em centenas de 
experiências, que o aquecimento das infusões até esterilização, poderia impedir a contaminação 
por microrganismos. Posteriormente, Spallazani concluiu que poderá haver recontaminação das 
infusões por condução dos microrganismos pelo ar, desde que o frasco não apresente nenhuma 
rachadura e esteja fechado por completo, senão propiciará na infusão o aparecimento de colônias de 
microrganismos. 
1.1.3 - Louis Pasteur
Louis Pasteur (1822 – 1895) foi um químico francês bastante respeitado na época por muitas 
publicações científicas, dedicou seus consideráveis talentos ao estudo dos microrganismos. 
Interessou-se pela indústria de vinhos franceses e pela função dos microrganismos na produção de 
álcool, incentivando-o a continuar a debater sobre a origem dos microrganismos, uma vez que ainda 
existia alguns defensores da geração espontânea ou abiogênese, a exemplo do naturalista francês 
Félix Archiméde Pouchet (1800 – 1872). Pasteur fez uma série de experimentos conclusivos. Um 
dos principais processos foi o uso de frascos de colo longo e curvado, semelhante ao pescoço de 
cisnes, que foram preenchidos com caldo nutritivo e aquecidos. O ar podia passar livremente através 
dos frascos abertos, mas nenhum microrganismo surgiu na solução. A poeira e os microrganismos 
depositavam-se na área sinuosa em forma de V do tubo e, portanto, não atingiam o caldo. 
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Capítulo 18
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Seus resultados foram comunicados com entusiasmo na Universidade de Sorbonna, em Paris, em 
7 de abril de 1864.
Figura 1.1 - Louis Pasteur (1822– 1895).
Graças a Pasteur a tecnologia de alimentos teve um grande impulso. O processo de preservação 
dos alimentos pela pasteurização foi idealizado por esse ilustre cientista, e o nome do processo de 
pasteurização foi dado em sua homenagem.
1.1.4 - A Microbiologia em Forma de Ciência
Microbiologia [do grego: mikros (“pequeno”), bios (“vida”) e logos (“ciência”)] é o estudo dos 
organismos microscópicos e de suas atividades. Trata-se com a forma, a estrutura, a reprodução, a 
fisiologia, o metabolismo e a identificação dos microrganismos. Assim a microbiologia compreende 
o estudo de organismos procariotos (bactérias, archaeas), eucariotos inferiores (algas, protozoários, 
fungos).
Trata de sua distribuição natural, suas relações recíprocas e com outros seres vivos, seus efeitos 
benéficos e prejudiciais sobre os homens e as alterações físicas e químicas provocadas em seu meio 
ambiente. Em sua maior parte, a Microbiologia trata com organismos microscópicos unicelulares. Nos 
indivíduos unicelulares todos os processos vitais acontecem numa única célula. Independentemente 
da complexidade de um organismo, a célula é, na verdade, a unidade básica da vida. Na fase de 
reprodução, os organismos vivos mantêm uma identidade de espécie, possuindo potencialidades 
de alterações, buscando encontrar um modo especial de sobreviver. A função dos microrganismos 
na natureza é algo sensacional, especialmente, quando se lembra de seu papel como regulador do 
equilíbrio entre seres vivos e mortos.
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Figura 1.2
1.1.5 - A Microscopia
O microscópio é um instrumento indispensável para os trabalhos laboratoriais, tornando possível 
a observação de estruturas invisíveis a olho nu. 
Os microscópios são classificados dependendo do princípio no qual a ampliação é baseada. 
Eles podem ser: 
Ópticos – empregam dois sistemas de lentes, ocular e objetiva, através das quais a imagem 
ampliada é obtida.
 
Figura 1.3 
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Capítulo 110
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Eletrônicos – empregam um feixe de elétrons para produzir a imagem ampliada diretamente na 
tela do computador.
 
Figura 1.4
O microscópio óptico é utilizado para observar células procariotas e eucariotas, e o eletrônico, 
detalhes celulares e vírus.
Partes mecânicas do microscópio
Pé (1) – dá suporte ao microscópio, garantindo a estabilidade. 
Braço (3) – haste vertical ou inclinável fixada à base. 
Platina (4) – plataforma na qual se colocam as preparações a serem observadas. Apresenta no 
centro, uma abertura por onde passam os raios luminosos. 
Revólver (6) – suporte das objetivas, fixado à extremidade inferior do tubo, serve para facilitar 
a substituição de uma objetiva por outra, colocando-as por rotação em posição de observação.
Canhão (7) – suporte cilíndrico da ocular. 
Parafuso macrométrico ou dos grandes deslocamentos (2) – permite movimentos de grande 
amplitude e rápidos, por deslocamento vertical da platina. É indispensável para fazer as 
focagens. 
Parafuso micrométrico ou de focagem lenta (3) – permite movimentos lentos do deslocamento 
da platina para focagens mais precisas.
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Figura 1.5 
Partes ópticas do microscópio
Sistema de ampliação – consiste na associação de dois conjuntos de lentes (objetiva e ocular), 
constituindo u m sistema óptico composto. A ampliação total resulta do produto da capacidade de 
ampliação da objetiva pela capacidade de ampliação da ocular. 
Veja a Tabela 1.0.
Tabela 1.0 - Produtos da ampliação do microscópio óptico. / Fonte: Adaptado de http://www.mundodacana.com
Ampliação Ampliação final
Objetiva Ocular Objetiva x ocular
4x 10x 40x
10x 10x 100x
45x 10x 450x
100x 10x 1000x
Figura 1.6
Objetiva – aumenta a imagem do objeto. 
Objetiva de imersão – é a lente que fornece maior aumento, é muito usada em laboratório de 
microbiologia. É necessário óleo de imersão para assegurar um trajeto do raio luminoso opticamente 
homogêneo entre a lâmina e a lente objetiva. Depois do uso, devem-se limpar as superfícies ópticas 
com papel absorvente com um pouco de xilol, pois restos de óleo podem danificar o sistema óptico 
do microscópio. 
Ocular – lente que aumenta a imagem recebida da objetiva. 
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Capítulo 112
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Sistema de iluminação – consiste na associação de três peças fundamentais: 
• Espelho duplo ou fonte de luz – destina-se a refletir para a platina a luz que recebe da fonte 
luminosa.
• Diafragma – regula a intensidade de luz no campo visual do microscópio. 
• Condensador – distribui regularmente no campo visual do microscópio a luz refletida pelo 
espelho ou diretamente da fonte luminosa.
Tabela 1.1 - Comparativo de diferentes tipos de microscópios. / Fonte: Pelczar et al, 1996
Tipos de microscópio Ampliação máxima 
útil
Observação do 
espécime 
Aplicações
Campo claro 1.000 - 2.000 Microrganismos 
e tecidos corados 
ou descorados; as 
bactérias, geralmente 
coradas, aparecem 
com a cor do corante
Características 
morfológicas 
grosseiras de bactérias, 
leveduras, bolores, 
algas e protozoários
Campo escuro 1.000 - 2.000 Microrganismos 
vivos sem prévia 
preparação; aparecem 
brilhantes ou 
iluminados sobre um 
campo escuro
Microrganismos que 
exibem algumas 
características 
morfológicas especiais 
quando vivos e em 
suspensão fluida; 
por exemplo as 
espiroquetas
Fluorescência 1.000 - 2.000 Luminoso e corado; 
cor do corante 
fluorescente
Técnica de diagnóstico 
em que o corante 
fluorescente fixado ao 
organismo revela a sua 
identidade
Contraste de fase 1.000 - 2.000 Graus variáveis de 
iluminação
Exame de estruturas 
celulares em 
microrganismos 
maiores e vivos; por 
exemplo leveduras, 
algas, protozoários e 
algumas bactérias
Eletrônico 200.000 - 400.000 Observado em tela 
fluorescente
Exame das ultra-
estruturas das células 
Microbianas e de vírus
Tendo em vista que a base desta disciplina é trabalhar com microrganismos, é importante ter uma 
noção da escala de tamanho e das diferentes unidades de comprimento.
Unidades métricas usadas em microbiologia são: micrômetro e nanômetro.
Tabela 1.2 - Unidades de comprimento utilizadas. / Fonte: Raven et al, 2001
Unidade de comprimento Símbolo Equivalência
Micrômetro μum milésima parte do milímetro
Manômetro mm
• milésima parte do micrômetro
Angstrom A décima parte do nanômetro
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1.1.6 - Classificação dos Microrganismos
1.1.6.1 - A Célula
Todos os seres vivos são formados por células, que é a unidade estrutural e funcional. Os menores 
são constituídos por uma única célula, os maiores por bilhões. Um dos mais importantes avanços 
científicos foi a percepção de que todos os organismos são compostos por células.
Cientista inglês Robert Hooke no século XVII, foi o primeiro a usar a palavra célula no sentido 
biológico. As células surgem de outras células preexistentes. As formas mais simples de vida são células 
solitárias (organismos unicelulares), enquanto as formas superiores contêm associações de células, 
estabelecendo colônias de organismos unicelulares ou organismos pluricelulares mais complexos. 
Elas podem apresentar estrutura e forma variadas.
A célula é uma estrutura típica microscópica comum a todos os seres vivos. Graças aos avanços da 
microscopia eletrônica que aconteceu na década de 1940, tornou possível a visualização de muitas 
estruturas da célula que seriam impossíveis no microscópio ótico.
Toda célula tem um núcleo e um citoplasma. O núcleo, que é circundado pelo citoplasma, que 
contém todas as informações genéticas do organismo, sendo responsável pela hereditariedade. 
O citoplasma é a sede primária dos processos de síntese e o centro das atividades funcionais em 
geral. Portanto, todas as células compartilham dois aspectosessenciais. O primeiro é uma membrana 
externa, a membrana plasmática. O outro é o material genético (informação hereditária) que regula a 
atividade da célula, possibilitando a sua reprodução e a passagem das suas características para a sua 
descendência.
Em algumas células, o núcleo é circundado por uma membrana denominada de membrana 
nuclear ou carioteca. Compreendem o grupo das eucarióticas: os protozoários, os fungos, a maior 
parte das algas. Estas células se assemelham as dos animais e plantas. Em contrapartida, as bactérias 
e o pequeno grupo de algas azul-verdes se caracterizam por células menores procarióticas por não 
apresentarem membrana nuclear.
Célula com núcleo Célula sem núcleo
 
Figura 1.7 
Uma das características que separa as células procariontes das células eucariontes é a organização 
do material genético. Nas células procariontes, o material genético (DNA) está na forma de uma 
grande molécula circular, conhecida como cromossomo. Nas células eucariontes, o DNA é linear 
e fortemente ligado a proteínas especiais, conhecidas como histonas, formando certo número de 
cromossomos complexos.
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Capítulo 114
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Nas plantas e microrganismos, a parede celular é a única estrutura limitante. Seu único papel 
parece ser o de proteção contra injúrias mecânicas e impedem, principalmente, a ruptura osmótica 
quando a célula é colocada em ambiente com alto teor de água. 
Figura 1.8 - Estrutura esquemática de uma célula.
Figura 1.9 - Célula vegetal. / Fonte: CTISM Figura 1.10 - Célula animal. / Fonte: CTISM
As células dos microrganismos podem ser divididas em duas categorias: 
• Células Eucarióticas apresentam um núcleo separado do citoplasma por uma membrana 
nuclear (carioteca); 
• Células Procarióticas apresentam material nuclear sem membrana
Figura 1.11 - Célula bacteriana. / Fonte: CTISM.
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1.1.6.2 - Citoplasma 
O citoplasma é o espaço intracelular (dentro da célula) preenchido por uma matriz semifluida 
que tem a consistência de gel, denominada hialoplasma, na qual está “mergulhado” tudo o que se 
encontra dentro da célula, tal como moléculas e organelas. Ele é constituído principalmente de água 
(80%), mas também contém íons, sais minerais e moléculas, tais como proteínas, carboidratos e o 
RNA, que correspondem aos 20% restantes. 
1.1.6.3 - Organelas citoplasmáticas
Como observamos, os organismos procariontes não possuem núcleo organizado e geralmente 
são pequenos. Tem como caracteristica não possuírem organelas envoltas por membranas, tais como 
o retículo endoplasmático, o complexo de Golgi, as mitocôndrias e os plastos. As células eucariontes 
são mais complexas e são típicas de protozoários, fungos, animais e vegetais. 
Uma organela citoplasmática pode ser considerada como uma determinada parte do citoplasma 
responsável por uma ou mais funções especiais. 
As organelas mais importantes estão citadas abaixo. 
• Retículo endoplasmático rugoso
• Ribossomos 
• Retículo endoplasmático liso
• Mitocôndrias 
• Cloroplastos 
• Centríolo 
• Flagelos
• Complexo de Golgi 
• Lisossomo 
1 - Ribossomos 
São responsáveis pela síntese de proteína. Eles não são limitados por membranas e, dessa 
forma, ocorrem tanto em procariontes quanto em eucariontes. Os ribossomos de eucariontes são 
ligeiramente maiores que os de procariontes, são compostos por duas subunidades de tamanhos 
diferentes. Bioquimicamente, o ribossomo consiste em RNA ribossômico (RNAr) e umas 50 proteínas 
estruturais.
Figura 1.12 - Estrutura de um ribossomo. / Fonte CTISM.
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Capítulo 116
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2 - Mitocôndrias 
Formadas por duas membranas, uma externa e outra interna, logo, externa é lisa e a interna possui 
inúmeras pregas, chamadas cristas mitocondriais. A cavidade interna das mitocôndrias é preenchida por 
um fluido, denominado matriz mitocondrial, que contém grande quantidade de enzimas dissolvidas, 
necessárias para a extração de energia dos nutrientes. Como podemos visualizar na figura abaixo.
Figura 1.13 - Estrutura de uma mitocôndria. / Fonte: CTISM
São fundamentais para o processo de respiração celular e no fornecimento de energia a partir da 
quebra da glicose.
3 - Complexo de Golgi 
São estruturas membranosas, formadas por bolsas achatadas e empilhadas com a função de 
elaborar e armazenar proteínas originadas do retículo endoplasmático. Possui grande quantidade de 
células secretoras.
Figura 1.14 - Estrutura do complexo de Golgi. / Fonte: CTISM.
4 - Centríolos
São formados por pares de cilindros cuja parede é constituída por nove conjuntos de três 
microtúbulos cada, e, normalmente, ocorrem aos pares nas células. Os centríolos não possuem 
membranas, sua constituição é de natureza protéica. Os centríolos originam estruturas locomotoras, 
denominadas cílios e flagelos, que diferem entre si quanto ao comprimento e número por célula.
Figura 1.15 - Estruturas dos Centríolos. / Fonte: CTISM.
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5 - Lisossomos 
São pequenas bolsas portadoras de enzimas digestivas. Elas são liberadas pelo complexo de Golgi, 
com a função de promover a digestão de substâncias englobadas pelas células. Pode também digerir 
componentes da própria célula, promovendo a morte celular favorecendo a renovação da mesma.
Figura 1.16 - Ação dos Lisossomos. / Fonte: CTISM.
6 - Retículo endoplasmático liso 
Forma uma rede de estruturas tubulares e vesiculares achatadas e interligadas com uma membrana 
dupla, amplamente distribuída pela célula e em comunicação com a membrana plasmática ou com 
a carioteca. Não apresenta ribossomos aderidos à membrana externa. É responsável pela síntese de 
todos os lipídios que constituem a membrana plasmática, incluindo fosfolipídios e colesterol.
Figura 1.17 - Representação do retículo endoplasmático liso. / Fonte: CTISM.
7 - Retículo endoplasmático rugoso 
Com formato achatado e ribossomos aderidos, o retículo endoplasmático rugoso está presente 
em grande número nas células especializadas em secretar as proteínas.
Figura 1.18 - - Representação do retículo endoplasmático rugoso. / Fonte: CTISM.
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Capítulo 118
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8 - Cloroplasto 
Delimitadas por duas membranas lipoprotéicas uma externa lisa e outra interna que forma dobras 
para o interior da organela. Chamamos de grana o conjunto bem organizado de membranas que 
formam pilhas unidas entre si, com formato de moeda, é o tilacóide. Todo esse conjunto de membranas 
encontra-se mergulhado em um fluído gelatinoso que preenche o cloroplasto, o estroma, onde há 
enzimas, DNA, pequenos ribossomos e amido. As moléculas de clorofila localizam-se nas membranas 
dos tilacóides, esse sistema torna-se então uma sede reações fotoquímicas responsáveis pela captação 
e transformação da energia luminosa em energia química.
Figura 1.19 - Partes do Cloroplasto. / Fonte: CTISM.
9 - Flagelos 
Os flagelos das bactérias (procariontes) são compostos por uma proteína chamada flagelina, os 
de eucariontes, são extensões filamentosas citoplasmática, frequentes em protozoários, esponjas 
e gametas móveis. O flagelo de eucarionte é totalmente diferente do flagelo bacteriano, tanto em 
termos de estrutura como em origem evolucionária, porém com a mesma função de criar movimentos. 
Figura 1.20 - Diferenças entre flagelos bacterianos e flagelos animais. / Fonte: CTISM.
Organelas citoplasmáticas, suas funções e divisões em procarióticas e eucarióticas no quadro a 
seguir.
Tabela 1.3 - Organelas citoplasmáticas.
Organelas Função Procarionte Eucarionte
Responsável pela 
síntese (produção) de 
proteínas
Presente Presente
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Organelas Função Procarionte Eucarionte
Responsável pela 
respiração celularAusente Presente
Armazena e secreta 
diversas substâncias
Ausente Presente
Atua na divisão celular Ausente Presente, exceto em 
vegetais e fungos
Digestão intracelular Ausente Presente
Transporte de 
substâncias e 
produção de 
esteróides
Ausente Presente
Transporte de 
substâncias de síntese 
de proteínas
Ausente Presente
Atua na fotossíntese Ausente Presente em vegetais 
e algas
Deslocamento celular Presente Presente apenas em 
animais (gametas)
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Capítulo 120
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1.1.7 - Os Seres Vivos
Os seres vivos são constituídos de unidades microscópicas chamadas de células que formam, em 
conjunto, estruturas organizadas. 
Baseado na maneira pela qual os organismos obtêm alimentos, em 1969, Robert H. Whittaker 
classificou os organismos vivos em 5 reinos: reino Monera, reino Protista, reino Plantae, reino Animalia 
e reino Fungi. Os microrganismos pertencem a três dos cinco reinos: as bactérias são do reino Monera, 
os protozoários e algas microscópicas são Protistas e os fungos microscópicos como leveduras e 
bolores pertencem ao reino Fungi.
1.1.7.1 - Mecanismos de sobrevivência
1 - Fotossíntese – processo pelo qual a luz fornece energia para converter o dióxido de carbono 
em água e açúcares. 
2 - Absorção – a captação de nutrientes químicos dissolvidos em água. 
3 - Ingestão – entrada de partículas de alimentos não dissolvidas. 
Os procariotos que normalmente obtêm alimentos só por absorção constituem o reino Monera. 
O reino Protista inclui os microrganismos eucarióticos unicelulares, que representam os três tipos 
nutricionais: as algas são fotossintéticas, os protozoários podem ingerir seu alimento e os fungos 
limosos somente absorvem os nutrientes. 
Os organismos eucarióticos superiores são colocados no reino Plantae (plantas verdes 
fotossintéticas e algas superiores), Animalia (animais que ingerem alimentos) e Fungi, organismos 
que têm parede celular, porém não apresentam o pigmento clorofila encontrado em outras plantas 
para promover a fotossíntese, assim eles absorvem os nutrientes. Como podemos observar, os 
microrganismos pertencem a três dos cinco reinos.
1.1.7.2 - Principais características dos grupos de microrganismos 
• Protozoários – são microrganismos eucarióticos unicelulares. Como os animais ingerem 
partículas alimentares, não apresentam parede celular rígida e não contêm clorofila. Movem-
se através de cílios, flagelos ou pseudópode. 
São amplamente distribuídos na natureza, principalmente, em ambientes aquáticos. Muitos 
são nocivos ao homem como a ameba e a giárdia.
Figura 1.21
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Figura 1.22
• Algas – semelhantes às plantas, possuem clorofila que participa do processo de fotossíntese 
que e apresentam uma parede celular rígida. São eucariotos e podem ser unicelulares ou 
multicelulares com vários metros de comprimento. Podem ser nocivas por produzirem toxinas, 
obstruir caixas d’água ou crescerem em piscinas. Entretanto, algumas espécies são usadas nas 
indústrias de alimentos, farmacêuticas, cosméticos e para o uso em laboratório.
Figura 1.23
• Fungos – podem ser unicelulares ou multicelulares. São eucariotos e possuem parede celular 
rígida. Os fungos não ingerem alimentos e obtêm os nutrientes do ambiente através de 
absorção.
Figura 1.24
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Capítulo 122
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• Bactérias – são procariotos, requer membrana nuclear e outras estruturas celulares organizadas 
observadas em eucariotos.
Figura 1.25
• Vírus – representam o limite entre as formas vivas e as sem vida. Diferem das células descritas 
anteriormente, pois contêm somente um tipo de ácido nucleico, RNA ou DNA que é circundado 
por um envelope proteico ou capa. Pela ausência de componentes celulares necessários para 
o metabolismo ou reprodução independente, o vírus pode multiplicar-se somente dentro de 
células vivas, por isso não são considerados seres vivos, não possuem vida própria.
Figura 1.26
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1.2 - Bactérias
Organismos unicelulares, que podem ser encontrados de forma isolada ou em colônias, são 
constituídos por uma célula (unicelulares), não possuem núcleo celular definido (procariontes) e não 
possuem organelas membranosas.
1.2.1 - Tamanho
Invisíveis a olho nu, só podendo ser visualizada com o auxílio do microscópio, a unidade de medida 
das bactérias é o mm (micrômetro) que equivale a 103 mm. Muitas bactérias medem de 2 a 6 mm de 
comprimento e 1 a 2 mm de largura. Tamanho variável: 0,1 – 0,2 m → 5,0 mm
Figura 1.27 - Visualização das bactérias com o auxílio do microscópio.
1.2.2 - Morfologia das bactérias: formas e arranjos bacterianos 
Mesmo existindo milhares de espécies bacterianas, elas só podem ser agrupadas em três tipos 
morfológicos gerais: cocos, bacilos e espiralados. 
a) Formas de cocos (esféricas) – é o grupo de bactérias mais homogêneo em relação ao 
tamanho, são denominações diferentes de acordo com o seu arranjo.
 ◦ Micrococos – cocos. (A)
 ◦ Diplococos – cocos agrupados aos pares. (B)
 ◦ Tétrades – agrupamentos de quatro cocos. (C)
 ◦ Sarcina – agrupamentos de oito cocos em forma cúbica. (D)
 ◦ Estreptococos – cocos agrupados em cadeias. (E)
 ◦ Estafilococos – cocos agrupados em grupos irregulares, lembrando cachos de uva. (F)
Figura 1.28
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Capítulo 124
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Representação dos tipos de arranjos:
Figura 1.29 - Visualização dos tipos de Cocos
• Bacilos – são células em forma de bastão ou cilíndricas. Os bacilos possuem diferenças 
importantes em comprimento e largura dentre as várias espécies. Possui variadas porções 
terminais, algumas quadradas, outras arredondadas e, ainda, outras são afiladas ou pontiagudas.
Figura 1.30 
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As células bacterianas cilíndricas ou em bastonetes (bacilos) não apresentam a mesma disposição 
dos cocos, mas podem dispor-se isolados, aos pares (diplobacilos) e em cadeias (estreptobacilos). Em 
alguns casos esses arranjos não constituem padrões morfológicos característicos, mas é devido às 
etapas de crescimento ou às condições de cultivo. 
Comumente, essas duas formas de bactérias (cocos e bacilos) são as mais comuns entre as 
contaminantes nas indústrias de açúcar e de álcool.
b) Formas espiraladas – caracterizadas por células em espiral, dispõe em:
 ◦ Espirilos – com corpo rígido, movem-se à custa de flagelos externos. Ex.: Gênero 
Aquaspirillium (Figura 1.31). 
 ◦ Espiroquetas – são flexíveis e locomovem-se geralmente por contrações do citoplasma, 
com possibilidade de dar várias voltas completas em torno do próprio eixo. Ex.: Gênero 
Treponema
Figura 1.31 - Exemplos de bactérias com formas espiraladas: (a) espirilo e (b) espiroqueta Leptospira interrogans, 
causadora da leptospirose.
1.2.3 - Estruturas externas da célula bacteriana 
A forma, o tamanho e o arranjo das bactérias constituem sua morfologia, sua aparência externa 
e a observação interna das estruturas celulares permite conhecer um pouco o funcionamento da 
bactéria no ambiente. 
1.2.3.1 - Parede celular
Considerada uma estrutura rígida que está presente em quase todas as bactérias e encontra-
se acima da membrana citoplasmática. Ela contém polímeros complexos conhecidos como 
peptidioglicanos, que são responsáveis pela sua rigidez. 
A parede celular impede que a célula estoure em decorrência do grande inchaço, opera como uma 
barreira de proteção contra determinados agentes químicos e físicos externos e age como suporte de 
antígenos somáticos bacterianos. 
As bactérias se dividem em dois grandes grupos, com base na capacidade de suas paredes 
celulares fixarem o corante violeta cristal: as Gram-positivas (que coram em roxo) e as Gram-negativas 
(que coram em vermelho). A parede celular de bactérias Gram-positivasé composta principalmente 
por peptideoglicano, que constitui uma espessa camada ao redor da célula. 
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Capítulo 126
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Também podem estar presentes nessa camada outros polímeros, tais como ácidos lipoteicóicos e 
polissacarídeos, 
Figura 1.32 - Parede celular de bactéria Gram-positiva. / Fonte: CTISM.
Nas bactérias Gram-negativas o peptideoglicano constitui uma camada basal delgada, sobre a 
qual se encontra outra camada, definida como membrana externa que é composta por lipoproteínas, 
fosfolipídios, proteínas e lipopolissacarídeos (Figura 1.33).
Figura 1.33 - Parede celular de bactéria Gram-negativa. / Fonte: CTISM.
O processo de coloração de Gram integra especificamente em tratar bactérias sucessivamente 
com cristal violeta, lugol, álcool e fucsina (Figura 1.34). 
O cristal violeta e o lugol penetram tanto nas bactérias Gram-positivas quanto nas Gram-negativas, 
gerando um complexo de cor roxa. 
A etapa diferencial é tratamento com álcool, nas Gram-positivas, o álcool não retira o complexo cristal 
violeta+lugol, sendo que sua ação desidratante faz com que a espessa camada de peptideoglicano 
torne-se menos permeável, retendo o corante. Nas bactérias Gram-negativas, devido à diminuição da 
espessura da camada de peptideoglicano, o complexo corado é extraído pelo álcool, provocando um 
descoramento nas células. 
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O tratamento com fucsina não altera a cor roxa das Gram-positivas, ao passo que as Gram-
negativas descoradas pelo álcool tornam se avermelhadas (Figura 1.34). 
Figura 1.34 - Processo de coloração do Gram.
A coloração das bactérias Gram é grandemente utilizada para identificar e classificar bactérias.
O processo de coloração de Gram é aplicado para classificar as bactérias em Gram-positivas ou 
Gram-negativas, conforme fixam ou não o corante. Essa especificação é importante, pois as bactérias 
Gram-positivas são mais sensíveis à penicilina e à sulfa. Este processo de coloração é um dos métodos 
mais consideráveis realizados em laboratório de microbiologia.
1.2.3.2 - Flagelos 
São organelas responsáveis pela locomoção das bactérias. De acordo com o número e distribuição 
dos flagelos, as bactérias podem ser classificadas como: 
• Atríquias (sem flagelos),
• Monotríquias (um único flagelo), 
• Anfitríquias (um flagelo em cada extremidade), 
• Lofotríquias (um tufo de flagelos em uma, ou ambas as extremidades)
• Peritríquias (apresentando flagelos ao longo de todo o corpo bacteriano)
Figura 1.35 - Exemplos de bactérias com flagelos: (a) monotríquia Pseudomonas aeruginosa; (b) anfitríquia Fetus 
venerealis; (c) lofotríquia Spirillum volutans e (d) peritríquia Salmonella.
Algumas bactérias movimentam-se por outros meios, diversos da atividade flagelar, por exemplo 
o deslizamento provocado pelo fluxo protoplasmático ou pela resposta táxica (fototaxia, quimiotaxia).
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Capítulo 128
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1.2.3.3 - Pelos (fímbrias) 
Considerados como apêndices finos, retos e curtos que são encontrados em muitas bactérias 
Gram-negativas, tanto nas espécies móveis como nas imóveis e, assim não desempenham papel 
relativo à mobilidade. Os pelos originam-se de corpúsculos basais na membrana citoplasmática, com 
função relacionada com a troca de material genético durante a conjugação bacteriana (fímbria sexual) 
com a aderência às superfícies mucosas. As fímbrias podem ser retiradas sem comprometimento da 
viabilidade celular e regeneram-se rapidamente (Figura 1.36).
Figura 1.36 - Exemplos de bactérias fimbriadas: (a) bactéria Escherichia coli recoberta de fímbrias e (b) com fímbrias 
e flagelos.
1.2.3.4 - Glicocálice
Formado por uma substância mucilaginosa ou gelatinosa (viscosa), ligada à parede celular 
como um revestimento externo. Se o glicocálice estiver organizado de maneira definida e ligado 
firmemente à parede celular, recebe o nome de cápsula, se estiver desorganizado e sem qualquer 
forma frouxamente ligado à parede celular, recebe o nome de camada limosa. O glicocálice pode ser 
de natureza polissacarídica (um ou vários tipos de açúcares como galactose, ramnose, glicana, etc.) 
ou polipeptídica (ácido glutâmico). O glicocálice tem papel importante na infecção, permitindo que 
a bactéria patogênica se ligue a tecidos específicos do hospedeiro. Possivelmente, acredita-se que o 
glicocálice possa proteger as bactérias da dessecação.
Figura 1.37 - Micrografia eletrônica com destaque para a cápsula de uma bactéria.
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1.2.4 - Membrana plasmática
Modelo mosaico fluido Fina membrana que separa a parede celular do citoplasma. Sua espessura é 
de 7,5 nanômetros, composta principalmente por uma bicamada de fosfolipídeos (20 a 30%) e proteínas 
(50 a 70%) e desempenha papel importante na permeabilidade seletiva da célula (Figura 1.38).
Figura 1.38 - Representação esquemática da membrana plasmática. / Fonte: CTISM.
A membrana é o sítio da atividade enzimática específica e do transporte de moléculas para dentro 
e para fora da célula. 
Ela difere da membrana plasmática das células eucarióticas por: 
• Não expõe esteróides em sua composição; 
• É sede de numerosas enzimas do metabolismo respiratório das bactérias (mesmas funções das 
cristas mitocondriais); 
• Regula a divisão bacteriana pelos dos mesossomos.
Os mesossomos são reentrâncias da membrana plasmática que podem ser simples dobras ou 
estruturas tubulares ou vesiculares. Comumente associada aos mesossomos o valor funcional das 
mitocôndrias, atribuindo a eles o papel na respiração bacteriana.
1.2.5 - Estruturas internas da célula bacteriana 
1.2.5.1 - Citoplasma
Porção fluida, que contém substâncias dissolvidas e partículas, tais como ribossomos, e material 
nuclear ou nucleóide, rico em DNA. 
1.2.5.2 - Inclusões citoplasmáticas
As inclusões são formações não vivas existentes no citoplasma, como grãos de amido, gotas de 
óleo, chamadas de grânulos, servindo como fonte de material de reserva ou energia. 
1.2.5.3 - Nucleóide e plasmídeos
As células bacterianas não contêm o núcleo igual ao das células animais e vegetais. O cromossomo 
bacteriano consiste de um cromossomo único e circular e ocupa uma posição próxima ao centro da 
célula. Pode ser chamado de nucleóide. Várias bactérias se dispõe também de moléculas de DNA 
extracromossomal, denominadas plasmídeos, as quais são geralmente circulares, contendo muitas 
vezes genes que conferem características adaptativas vantajosas ao microrganismo. As bactérias são 
extremamente importantes nos processos biotecnológicos, como por exemplo nas indústrias, na 
agricultura e na medicina.
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Capítulo 130
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1.2.6 - Reprodução bacteriana 
As bactérias normalmente se reproduzem de forma assexuada, por fissão binária ou cissiparidade. 
Nesse processo reprodutivo ocorre à replicação do cromossomo e uma única célula divide-se em 
duas, em seguida ocorre a divisão do cromossomo bacteriano replicado e o desenvolvimento de uma 
parede celular transversal (Figura 1.39). A fissão binária não é o único método reprodutivo assexuado 
entre as bactérias, também pode ocorrer esporulação e brotamento.
Figura 1.39 - (a) Fissão binária e (b) exemplo de divisão binária em bactéria Moraxella catarrhalis. / Fonte: CTISM.
Ainda que não ocorra reprodução sexuada, pode ocorrer troca de material genético entre as 
bactérias. Assim a recombinação genética pode ocorrer por transformação, conjugação ou transdução. 
a) Transformação – agrupamento de fragmentos de DNA dispersos por outra bactéria que 
se rompeu. Esse mecanismo demonstra formalmente que o DNA é a base química da 
hereditariedade (Figura 1.40).
Figura 1.40 - Transformação bacteriana. / Fonte: CTISM.
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b) Conjugação – duas células bacterianas geneticamente diferentes trocam DNA através de 
pêlo sexual (Figura 1.41).
Figura 1.41 - (a) Conjugação bacteriana e (b) exemplo de conjugação entre bactérias. / Fonte: CTISM.
c) Transdução – moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria para outra usando os vírus 
como vetores (bacteriófagos). O DNA do vírus mistura-se com uma parte do DNA bacteriano, 
de modo que o vírus passa a carregar essa parte do DNA, quando o bacteriófago entra numa 
célula bacteriana. Se o vírus infecta uma segunda bactéria, o DNA da primeira pode misturar-
se com o DNA da segunda. Essa nova informação genética é portanto replicada a cada nova 
divisão (Figura 1.42).
Figura 1.42 - Transdução bacteriana
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Capítulo 132
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d) Tempo de geração – é o tempo necessário para que uma célula bacteriana se divida ou 
para que a população duplique, podendo variar de 15 a 20 minutos ou até algumas horas. O 
tempo de geração vai depender da espécie bacteriana e das condições ambientais, ou seja, as 
bactérias são capazes de crescer numa ampla faixa de condições físicas, utilizando alimentos 
muito diferentes. Contudo, seu crescimento requer condições específicas para uma dada 
espécie. 
e) Endósporos (esporos) – formas dormentes de células bacterianas são produzidas por certas 
espécies de bactérias na falta de nutrientes (Figura 1.43). 
Os esporos se dispõe em uma fase latente (repouso) da célula, são muito resistentes aos agentes 
físicos e químicos adversos, demonstrando uma habilidade de sobrevivência. O endósporo 
resiste até que as condições melhorem e muitos resistem até mesmo à água fervente.
Figura 1.43 - (a) Formação do endósporo; (b) e (c) exemplos de endosporos.
1.2.7 - Nutrição das bactérias 
As bactérias podem ser divididas em classes fisiológicas dependendo da forma de obtenção de 
fontes de energia e carbono para a realização de suas atividades vitais:
• Fototróficos – são organismos que usam a energia radiante (luz) como fonte. Bactérias 
autótrofas: fotossintetizantes e quimiossintetizantes.
• Quimiotróficos – são organismos incapazes de usarem a energia radiante, pois dependem 
da oxidação de compostos químicos para a obtenção de energia. Bactérias heterótrofas: 
quimiossintetizantes. 
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1.2.7.1 - Nutrientes 
São substâncias consideradas imprescindíveis para o metabolismo celular (anabolismo e 
catabolismo), podendo se dividir em dois grandes grupos: macronutrientes, que são necessários em 
grandes quantidades e micronutrientes, necessários em pequenas quantidades
Tabela 1.4 - Macronutrientes.
Principais elementos Forma em que são encontrados
C CO
2
 e composto orgânico
H H
2
O e composto orgânico
O H
2
O e O
2
N NH
3,
 NO
3
 e composto orgânico
P PO
4
S H
2
S, SO
4
 e composto orgânico
K K+
Mg Mg+2
Ca Ca+2
Na Na+
Fe Fe+3 e composto orgânico
• Principais macronutrientes – Carbono, Nitrogênio, Hidrogênio, Fósforo, Enxofre, Potássio, 
Magnésio, Cálcio, Sódio e Ferro. 
• Principais micronutrientes – Cobalto, Zinco, Molibdênio, Cobre, Manganês e Níquel.
1.2.8 - Crescimento das bactérias 
É um montante dos processos metabólicos progressivos, que basicamente conduz à divisão 
(reprodução – divisão binária ou brotamento) com produção de duas células-filhas a partir de uma 
bactéria. Assim, o crescimento é exponencial (crescimento logarítmico). Em microbiologia, o termo 
crescimento refere-se a um aumento do número de células e não ao aumento das dimensões celulares.
Curva de crescimento bacteriano tem quatro fases, conforme a figura 1.44.
Figura 1.44 - Curva de crescimento bacteriano. / Fonte: CTISM.
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Capítulo 134
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1.2.8.1 - Fatores limitantes do crescimento bacteriano 
O principal fator que limita o crescimento bacteriano é o nutriente, porém outros fatores 
importantes interferem nesse crescimento bacteriano são: temperatura, pH, disponibilidade de O
2
 e 
quantidade de água. 
• Temperatura – algumas bactérias crescem melhor em temperaturas baixas, outras em 
temperaturas intermediárias e outras em temperaturas altas. A temperatura ótima de 
crescimento é aquela em que o microrganismo cresce mais rapidamente. Em temperaturas 
mais favoráveis para o crescimento, o número de divisões celulares por hora, chamada de 
taxa de crescimento, dobra para cada aumento de temperatura de 10ºC. Há três temperaturas 
importantes a conhecer: mínima, ótima e máxima (nessa última as enzimas são danificadas 
pelo calor e a célula para de crescer). 
Decorrente da temperatura de crescimento, pode-se distinguir, pelo menos, três grupos 
fisiológicos de bactérias: as psicrófilas têm temperatura ótima de crescimento entre 15 - 25ºC; as 
mesófilas têm temperatura ótima de crescimento entre 25 - 45ºC e as termófilas têm temperatura 
ótima de crescimento entre 45 - 80ºC. 
• pH – quanto à tolerância ao pH, as bactérias podem ser acidófilas, neutrofílicas e alcalófilas.
Basicamente, o pH ótimo é bem definido para cada espécie e a maioria das bactérias não cresce 
em valores de pH acima ou abaixo de seu pH ótimo.
Tabela 1.5 - Classificação das bactérias quanto a tolerância ao pH
Bactérias Crescimento - faixa de pH
Acidófilas 0,1 a 5,4
Neutrófilas 5,5 a 8,5
Alcalófilas 8,5 a 11,5
• Oxigênio – quanto à respiração, as bactérias podem ser: aeróbias estritas (necessitam de O
2
 
para crescer), anaeróbias estritas (só crescem na ausência de O
2
), microaerofílicas (precisam de 
O
2
, mas em pressão inferior à atmosférica) e anaeróbias facultativas ou aerotolerantes (crescem 
na presença ou ausência de O
2
). Veja Figura 1.45.
Figura 1.45 - Cultura de microrganismos com diferentes necessidades de O2: (a) aeróbios; (b) anaeróbicos estritos; (c) 
anaeróbios facultativos; (d) microaerófilos e (e) anaeróbios aerotolerantes
• Água – é essencial a qualquer microrganismo, mesmo a necessidade seja variada, somente 
endósporos bacterianos podem sobreviver sem água.
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1.2.9 - Doenças Causadas por Bactérias
1.2.9.1 - Tuberculose
A tuberculose é uma doença infecciosa e contagiosa e estima-se que cada indivíduo doente pode 
contaminar dez outros. A tuberculose pulmonar é a mais frequente e o bacilo pode afetar outras áreas 
do corpo humano. Os sintomas podem ser, tosse persistente (com catarro), febre (principalmente 
ao entardecer), suor excessivo à noite, perda de peso, astenia, inapetência. O diagnóstico, além dos 
dados clínicos, é feito através da pesquisa da presença do bacilo no escarro e dos exames de raio X.
Agente etiológico: Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch).
Sinais e sintomas: tosse persistente (com catarro), hipertermia (principalmente ao entardecer), 
suor excessivo à noite, perda de peso, astenia, inapetência.
Modos de transmissão: gotículas de saliva expelidas e a porta de entrada são as vias aéreas 
superiores. Período de incubação varia entre 4 e 12 semanas.
Tratamento: O tratamento é direcionado dependendo do tipo de infecção. Após a transmissão 
pode ocorrer do indivíduo, eliminar o bacilo, ter a bactéria e não ter a doença e realmente adquirir a 
doença. O tratamento pode variar de 6 a 12 meses de acordo com cada paciente.
Tabela 1.6
PPD - TESTE
0 a 4 mm Não reator Indivíduo não infectado pelo bacilo da tuberculose.
5 a 9 mm Reator fraco Indivíduo infectado pelo bacilo da tuberculose.
10mm ou mais Reator Forte Indivíduo infectado pelo bacilo da tuberculose, podendo 
ou não estar doente.
Medidas Profiláticas (Prevenção): tratamento (precoce) dos sintomáticos para combater a 
transmissão; manter a casa limpa, arejada e permitir a entrada de luz solar; avaliação dos comunicantes 
domiciliares (realização do PPD e raio X); vacinação infantil de BCG.
1.2.9.2 - Hanseníase
Doença infecciosa crônico-degenerativa,que afeta nervos e pele. Se apresenta como: paucibacilares 
(poucos bacilos) ou multibacilares (muitos bacilos). As paucibacilares são mais brandas, com menor 
tempo de tratamento e não transmite a doença (existindo pequena quantidade de bactéria na 
corrente sanguínea. As multibacilares são contrárias. O diagnóstico se baseia nas manifestações 
clínicas e no exame de baciloscopia e o teste de Mitsuda.
Tabela 1.7
Medicamentos Efeitos Observados Orientações
Rifampicina ® A urina pode se mostrar 
avermelhada.
Como essa droga é administrada uma vez ao 
mês, seu efeito passará em algumas horas.
Clofazimina ® Pode causar coloração 
pardo-escura e ressecar a 
pele.
O efeitos passará alguns meses após o fim 
do tratamento. Enquanto isso não acontece, 
o cliente deve manter pouca exposição ao 
sol e utilizar óleos vegetais não - comestíveis 
para lubrificar a pele (semente de girassol, por 
exemplo).
Dapsona ® Os efeitos são raros. A 
reação alérgica ocorre 
quando o paciente 
também é alérgico a sulfas.
Caso existam reações alérgicas, tal fato 
deve ser comunicado à equipe de saúde. 
Provavelmente o medicamento será 
substituído.
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Capítulo 136
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Agente etiológico: Mycobacterium leprae.
Sinais e sintomas: falta de sensibilidade nas partes do corpo, lesões na pele. Primeiro perde a 
sensibilidade às diferenças de temperatura, à dor e depois ao tato na região afetada, manchas em 
qualquer parte do corpo e podem ser pálidas esbranquiçadas ou avermelhadas.
Figura 1.46
Modos de transmissão: através da pele (micro lesões) e do trato respiratório (gotículas de saliva na 
forma de aerossol). Estão relacionados à forma de apresentação da doença. O período de de incubação 
é em média de 3 a 5 anos, sabendo que o bacilo não provoca reações imediatas no organismo.
Tratamento: depende da forma da doença.Rifampicina e Dapsona para as formas paucibacilares 
durante 6 meses. E Rifampicina, Clofazimina e Rapsona para as formas multibacilares durante 24 
meses. Caracterizando poli quimioterapia (PQT). Devem ser observados os cuidados em relação aos 
olhos, pés, ferimentos, narinas, mãos e braços. Após a primeira dose do tratamento, o indivíduo se 
torna incapaz de transmitir a doença para outras pessoas.
Medidas Profiláticas (Prevenção): tratamento dos doentes, vacina BCG nos comunicantes.
1.2.9.3 - Difteria (Também Conhecida como Crupe)
Doença infecto-contagiosa aguda que incide na infância. A bactéria produz uma toxina que afeta 
principalmente a laringe ou traqueia.
Agente etiológico: Corynebacterium diphteriae.
Sinais e sintomas: hipertermia, rinite, faringoamigdalite, aparece uma pseudomembrana 
(cinzenta) visível no fundo da boca, halitose intensa, aumento dos gânglios linfáticos, dificuldade 
para engolir a saliva, inflamação da epiglote podendo levar a uma obstrução das vias aéreas. 
O quadro se agrava no período noturno, quando a criança apresenta uma respiração ruidosa.
Modos de transmissão: contato direto com gotículas respiratórias pela fala, tosse ou espirro, 
período de incubação é de 2 a 7 dias.
Tratamento: imediata hospitalização em isolamento e o uso de penicilina G cristalina ou 
procaína ou eritromicina.
Medidas Profiláticas (Prevenção): tratamento imediato dos doentes, vacinação, tratamento 
dos comunicantes.
1.2.9.4 - Coqueluche
É uma doença infecto e extremamente contagiosa que acomete o aparelho respiratório.
Agente etiológico: Bordetella pertussis.
Sinais e sintomas: inicialmente se parece com um resfriado comum, apresentando inflamação 
dos brônquios, êmese, sudorese, expectoração, tosse intensa e repetida seguida por um som 
de guincho. A coqueluche evolui em três fases: catarral, paroxística e convalescênça.
Modos de transmissão: inalação de gotículas espalhadas no ar, de pessoas contaminadas 
pela bactéria, objetos contaminados com período de incubação de 7 a 14 dias.
Tratamento: Eritromicina, oxigênio quando necessário e hidratação. Sempre que possível, em 
casa, eliminar fatores que favorecem o acesso de tosse, como poeira, fumaça de cigarros e 
atividades que provoquem excitação.
Medidas Profiláticas (Prevenção): evitar contato com doentes; vacinação; tratamento dos doentes.
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1.2.9.5 - Tétano
É uma doença infecciosa aguda, não contagiosa que pode ser fatal se não tiver ajuda médica 
precocemente. Importante fazer o diagnóstico diferencial em relação a raiva e a meningite.
Agente etiológico: Clostridium tetani (bacilo anaeróbio).
Sinais e sintomas: o primeiro sinal é o trismus (contração dos músculos mandibulares), cefaleia, 
hipertermia, deformações na fisionomia do rosto e devido ao acometimento da medula espinhal, 
deixando os nervos sensíveis a estímulos externos, ocorre espasmos dos músculos voluntários 
da face (riso sardônico), pescoço (principalmente), tronco, podendo se estender para todo o 
corpo causando convulsões que podem levar a asfixia e morte. Um sinal característico é o de 
opistótono, ou seja, corpo arqueado com a cabeça e os calcanhares recurvados para trás.
Modos de transmissão: penetração dos esporos do bacilo no corpo humano, através de uma 
lesão causada por objetos contaminados. Esses bacilos liberam uma neurotoxina com afinidade 
pelo sistema nervoso. O período de incubação é de 2 a 21 dias e quanto menor este período 
maior serão as chances de morte, significando que o ferimento está próximo do sistema nervoso.
Tratamento: internação hospitalar em quarto silencioso com pouca luminosidade, evitando 
resposta em forma de contração muscular, observar sinais de retenção urinária, administração 
de sedativos, imunoglobulina ou soro antitetânico e antibióticos. Obs.: o paciente é colocado 
em isolamento devido aos cuidados especiais a ele ministrado, já que a doença não é 
contagiosa.
Medidas Profiláticas (Prevenção): vacinação, evitar ferimentos especialmente com objetos 
sujos de terra ou esterco. Ocorrendo ferimentos,lavar com bastante égua e sabão.
1.2.9.6 - Disenteria Bacteriana
Agente etiológico: bactérias como a Salmonella e a Shighella.
Sinais e sintomas: diarreia, desconforto abdominal, cólica, mal-estar, êmese, hipertermia, 
podendo progredir para desidratação, aparecimento de melena e catarro nas fezes.
Modos de transmissão: fecal-oral. Período de incubação é de 12 a 50 horas.
Tratamento: reidratação oral, dieta constipante, prevenção da desidratação e das complicações, 
onde há necessidade de internação e antibioticoterapia.
Medidas Profiláticas (Prevenção): hábitos de higiene, utilizar água de boa qualidade, higiene 
no preparo e armazenamento dos alimentos.
1.2.9.7 - Meningite
Figura 1.48
A meningite é uma doença infecto contagiosa de grande importância para a saúde pública, pode 
ser causada por vários microrganismos, atinge as meninges e o sistema nervoso central, podendo o 
doente ter sequelas irreversíveis.
Figura 1.47 
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Capítulo 138
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Agente etiológico: Neisseria meningitidis (meningococo), Streptococcys pneumoniae 
(pneumococos), Haemophilus influenzae (hemófilos).
Sinais e sintomas: cefaleia intensa, hipertermia, êmese, rigidez de nuca com resistência à 
flexão passiva da nuca, sinal de Koernig e Brudizinski, podendo também aparecer petéquias. 
Em crianças abaulamento de fontanelas.
Modos de transmissão: inalação de gotículas de secreções da nasofaringe. Período de 
incubação é de 3 a 4 dias.
Tratamento: internação com precaução respiratória para os doentes, uso de antibiótico.
Medidas Profiláticas (Prevenção): tratamento dos doentes, acompanhamento dos 
comunicantes e a vacinação que pode ser a BCG (na prevenção da meningite tuberculosa, anti 
Hib (na prevenção da infecção pelo Haemophilus influenzae do tipo b) e antimeningocócica 
(utilizada em surto na prevenção da infecção pelo meningococo). Manter os ambientes 
arejados permitindo a entrada de luz solar.
1.2.9.8 - Botulismo
Éuma forma de intoxicação alimentar grave de emergência não só médica mas de saúde pública 
pois, “um caso é considerado um surto”.
Agente etiológico: Clostridium botulinum (toxina botulínica).
Figura 1.49
Sinais e sintomas: disfagia, disartria, boca seca, ptose palpebral, êmese, diplopia, fotofobia, 
dificuldade de movimentos, rouquidão, afonia, flacidez muscular, podendo envolver os 
músculos respiratórios e provocar a morte.
Modos de transmissão: ingestão da toxina (potente mais que a tetânica) liberada pela bactéria 
(anaeróbia) presente no solo (por esporos ultrarresistentes) ou alimentos mal conservados ou 
contaminados (ex: enlatados, conservas) com a toxina pré formada. O período de incubação 
é de 12 a 36 horas. Quanto menor o tempo para o aparecimento dos sintomas, maior é a 
gravidade da doença.
Tratamento: internação imediata, administração do soro antibotulínico.
Medidas Profiláticas (Prevenção): higiene ao processar os alimentos; não consumir 
alimentos contidos em latas deteriorada. Educação sanitária, principalmente na manipulação 
de alimentos desde o plantio até o preparo para consumo. Observação de familiares e 
comunicantes, devido a probabilidade do mesmo processo de contaminação, ou seja, “são 
extremamente importantes para prevenir ou detectar precocemente o surgimento de mais 
casos de botulismo. Quando oportuno, recomenda-se provocar o vômito, lavagem gástrica 
ou indução da evacuação intestinal aos que partilharam da mesma comida, para eliminação 
rápida do alimentos. Precauções universais de contato para os profissionais que manipulam 
material contaminado.
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1.2.9.9 - Cólera
É uma doença infecciosa aguda de transmissão fecal oral, que afeta populações onde não existem 
investimento em saneamento básico e nem medidas eficazes de saúde pública.
Agente etiológico: Vibrio cholerae (bactéria em forma de vírgula ou bastonete).
Sinais e sintomas: diarreia volumosa e aquosa com fezes com aspecto de “água de arroz”, 
vômitos, cãibras, desidratação e choque, podendo haver comprometimento renal.
Modos de transmissão: ingestão de água ou alimentos contaminados pelo indivíduo infectado, 
com transmissibilidade de até 20 dias. Destino adequado aos dejetos (tratar as fezes dos pacientes 
internados antes de ser liberadas ao esgoto). Período de incubação é de 2 a 3 dias.
Tratamento: reidratação por via oral ou endovenosa (hidratação), dependendo da gravidade 
da doença, para repor água e sais minerais, antidiarreicos não são indicados.
Medidas Profiláticas (Prevenção): lavar bem verduras e frutas, ingerir somente água tratada, 
saneamento básico, tratamento dos doentes, identificando as fontes de contaminação.
1.2.9.10 - Erisipela
Processo inflamatório da pele e do tecido subcutâneo, mais comum nos MMII, sendo os diabéticos, 
obesos e idosos, os mais susceptíveis.
Agente etiológico: Streptococcus
Sinais e sintomas: hipertermia, astenia, cefaleia e mal-estar. Calor, eritema, algia e edema são 
as alterações locais, podendo aparecer também bolhas (erisipela bolhosa) e feridas.
Modos de transmissão: pouco contagiosa, sendo rara de pessoa a pessoa. O período de 
incubação varia de 1 a 8 dias.
Tratamento: antibioticoterapia, repouso com o membro afetado elevado, curativo ou limpeza 
do local.
Medidas Profiláticas (Prevenção): higiene dos pés, evitar traumas na pele e sempre que 
possível elevar os MMII.
Figura 1.50
1.2.9.11 - Febre Maculosa
É uma doença transmitida do animal para o homem, aguda e que é importante observar o 
aparecimento de febre, exantema e história de mordida de carrapato.
Agente etiológico: Richettsia richettsii.
Sinais e sintomas: hipertermia, êmese, cefaleia, mialgia, exantema máculo-papular da 
extremidade para o centro do corpo.
Modos de transmissão: picada do carrapato estrela ou “micuins e vermelhinhos”. O carrapato 
infectado precisa ficar pelo menos 4 horas na pele do indivíduo. Os carrapatos abrigam a 
bactéria. O período de incubação é de 5 a 10 dias.
Tratamento: Uso de antibióticos.
Medidas Profiláticas (Prevenção): todos os cuidados são voltados para o meio rural.
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Capítulo 140
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1.2.9.12 - Febre Reumática
É uma doença inflamatória que afeta as articulações e que está relacionada a uma faringoamigdalite 
anterior ao processo.
Agente etiológico: inicialmente ocorre infecção, que pode ser uma amigdalite, por 
estreptococos, levando a uma reação auto-imune do organismo.
Sinais e sintomas: artrite com dor intensa nas articulações (tornozelos e joelhos), hipertermia, 
indisposição e inapetência. Pode haver comprometimento cardíaco (cardite), fraqueza nos 
braços e nas pernas, eritema localizado e aparecimento de nódulos subcutâneos.
Modos de transmissão: a doença em si não é contagiosa, mas as infecções por estreptococos sim.
Tratamento: tratar com antibiótico a infecção inicial, anti-inflamatórios, salicilatos.
Medidas Profiláticas (Prevenção): tratamento correto das infecções por estreptococos para 
evitar complicações.
1.2.9.13 - Febre Tifoide
“Existem outras febres, geralmente chamadas de malignas, ou, melhor dizendo, pestilentas, que 
foram de grande importância entre os anos de 1505 e 1528, quando primeiramente apareceram na 
Itália, sendo chamadas de lenticulae ou puncticulae, pois deixavam máculas lenticulares ou máculas 
que lembravam a picada de insetos… Essa febre é contagiosa, mas não de forma rápida, nem por 
fômites, nem à distância, mas apenas pelas mãos do doente”. Girolamo Fracastoro (1584).
Doença infecto e altamente contagiosa, endêmica em países em desenvolvimento onde as 
condições de saneamento básico são inadequadas.
Agente etiológico: Salmonella typhi.
Sinais e sintomas: esplenomegalia, inapetência, dor abdominal, anorexia, hipertermia, tosse 
seca, hipertermia, diarreia, êmese, epistaxe, podendo apresentar septicemia e choque séptico.
Modos de transmissão: a via de transmissão é oro fecal através da água (o meio mais 
importante de contágio) e alimentos (incluindo leite e derivados) contaminados com fezes e 
urina do doente (ou portador). A transmissibilidade é durante todo o período da doença e o 
aparecimento dos sintomas surgem em média, em 14 dias. A grande preocupação é com o 
portador assintomático.
Tratamento: antibiótico e sulfas. Os doentes que não fizeram o uso de antibiótico como 
tratamento, se tornam portadores da bactéria por meses.
Medidas Profiláticas (Prevenção): limpeza com água e sabão, após desinfecção dos objetos 
nos quais se depositaram excreções, água de boa qualidade, higiene no manuseio dos 
alimentos. Educação em saúde, dando ênfase para a lavagem das mãos principalmente para 
aqueles que prestam assistência aos doentes.
1.2.9.14 - Leptospirose
“No Brasil, é uma doença endêmica, tornando-se epidêmica em períodos chuvosos, principalmente 
nas capitais e áreas metropolitanas, devido às enchentes associadas à aglomeração populacional de 
baixa renda em condições inadequadas de saneamento e à alta infestação de roedores infectados”.
Agente etiológico: gênero Leptospira.
Sinais e sintomas: hipertermia, cefaleia, mialgia, êmese, algia na panturrilha, esplenomegalia, 
calafrios, hiperemia conjuntival, icterícia para os casos mais graves.
Modos de transmissão: a bactéria (leptospira) contida na urina de ratos (principal transmissor 
da doença), penetra na pele, mucosa da boca, nariz e olhos. Período de incubação é de 7 a 14 
dias. Também pode ocorrer através do contato direto com embalagens de produtos que ficam 
estocados onde haja a presença de ratos.
Tratamento: hidratação, antibióticos, evitar o uso de antiinflamatórios e acido acetil salicílico. 
Nas formas mais graves há necessidade de internação hospitalar.
Medidas Profiláticas (Prevenção): Atenção em áreas de enchentes, limpeza da lama residual 
das enchentes (utilizar água sanitária), tratamento do lixo, saneamento básico, vigilância 
sanitária de alimentos (atençãoao armazenamento dos alimentos), medidas para controle de 
roedores, proteção aos trabalhadores que no decorrer de suas atividades fiquem expostos a 
urina de roedores.
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1.2.9.15 - Pneumonia Bacteriana
É uma infecção que afeta os pulmões (alvéolos), comprometendo as trocas gasosas. Existe a 
pneumonia adquirida na comunidade e a pneumonia adquirida no ambiente hospitalar (nosocomial).
Figura 1.51
Agente etiológico: Estreptococcus pneumoniae ou Diplococcus pneumoniae.
Sinais e sintomas: tosse com catarro, hipertermia, dor torácica (agravada pela respiração e 
tosse), dispnéia, calafrios e sudorese intensa, cefaleia, inapetência.
Modos de transmissão: através da inalação de microrganismos presentes no ar ou aspiração 
de microrganismos presentes na nasofaringe.
Tratamento: antibioticoterapia, estimular a ingesta hídrica, hábitos saudáveis, exercícios 
respiratórios.
Medidas Profiláticas (Prevenção): tratamento dos doentes, vacinação, tratar bem os 
resfriados comuns.
1.3 - Fungos
Os fungos são organismos eucariontes, aclorofilados, heterotróficos e absorvem componentes 
orgânicos como fonte de energia. Grande parte são aeróbicos, porém alguns são anaeróbicos estritos 
e facultativos. Reproduzem-se sexuada ou assexuadamente e podem ser uni ou multicelulares. 
Possuem parede celular rígida que pode ser composta de celulose, glicanas, mananas ou quitina e 
membrana celular com esteróis presentes. Seu principal material de reserva é o glicogênio. 
Os fungos estudados em microbiologia abrangem as leveduras e os bolores. As leveduras são 
unicelulares, não-filamentosas, apresentam em média de 1 a 5 µm de diâmetro e de 5 a 30 µm de 
comprimento, são normalmente ovais, apresentando morfologia alongada ou esférica, não possuem 
flagelos e são imóveis. Os bolores são organismos pluricelulares, que se apresentam filamentosos ao 
microscópio óptico a fresco com baixa ampliação. Ao exame macroscópico apresentam crescimento 
característico com aspecto aveludado ou cotonoso (algodão) ou como borra de café (Aspergillus niger).
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Capítulo 142
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1.3.1 - Leveduras
São fungos da classe dos ascomicetos, os quais pertencem ao filo Ascomycota. Este filo tem 
característica em possuir fungos nos quais a produção de esporos ocorre em esporângios específicos, 
denominados de ascos. 
1.3.1.1 - Características
São microrganismos eucariontes, unicelulares, desenvolvem-se na fermentação alcoólica. 
Apresentam membrana celular bem definida, pouco espessa em células jovens, e rígidas em 
células adultas. As leveduras não formam filamentos, são imóveis, quimio-heterotróficos e aeróbios 
facultativos (metabolismos oxidativo e fermentativo). Reproduzem-se assexuada e sexuadamente. 
Não são capazes de utilizar amido e celulose como fonte de carbono. 
1.3.1.2 - Importância 
Utilidades das leveduras na indústria: 
• Usadas na produção do álcool industrial e de todas as bebidas alcoólicas destiladas ou não; 
• Usadas na panificação; 
• São prejudiciais à conservação de frutos e de sucos vegetais, pois são agentes de fermentação; 
• Algumas espécies são patogênicas às plantas, animais e ao homem. 
1.3.1.3 - Tamanho das células das leveduras 
O tamanho das células de leveduras é variado, mas, numa cultura jovem, os tamanhos das células 
podem ser bem uniformes em algumas espécies ou extremamente heterogêneos em outras. Estas 
disparidades podem ser usadas para fazer a diferenciação entre as espécies e algumas vezes até 
mesmo entre linhagens da mesma espécie. Assim, as leveduras industriais variam consideravelmente 
no que se refere a suas dimensões. 
A unidade de medida das leveduras assim como das bactérias é o µm (micrômetro), que equivale 
a 10-3 mm. 
Muitas leveduras tem de 5 a 30 µm de comprimento e de 1 a 5 µm de largura. 
1.3.1.4 - Morfologia das leveduras 
A célula da levedura pode apresentar várias formas, as quais podem ser o resultado da maneira 
de reprodução vegetativa, bem como das condições de cultivo e da idade da cultura. Veja alguns 
exemplos na Tabela 1.8.
Tabela 1.8 - Forma de Leveduras.
Forma Principais Representantes
Trigonopsis
Candida
Saccharomyces
Hansenula
Saccharomyces
Trigonopsis
Hansenula
Saccharomyces
Kloëckera
Trigonopsis
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Forma Principais Representantes
Kloëckera
Bretanomyces
1.3.1.5 - Estruturas da célula da levedura 
A maior parte das investigações feitas sobre as estruturas da célula de levedura é baseada em 
trabalhos com Saccharomyces cerevisiae. Os dados sobre a citologia da levedura têm sido feitas por 
observações diretas ao microscópio óptico, por técnica de coloração da célula para componentes 
específicos, por microscopia eletrônica de transmissão e também por microscopia de varredura. 
Dessa forma é possível verificar que as principais estruturas das leveduras são: parede celular, 
membrana plasmática, núcleo, mitocôndrias e vacúolos (Figura 1.52).
Figura 1.52 - Estrutura da levedura Sacharomyces cerivisiae. / Fonte: CTISM.
1.3.1.6 - Parede celular das leveduras
 A parede celular é responsável pela forma da levedura. No caso das Saccharomyces cerevisiae, 
a parede é formada por glicano (30 a 34%) e manano (30%). Ela é fina nas células jovens e espessa 
nas adultas. As proteínas também estão presentes nas paredes celulares das leveduras, cerca de 6 a 
8%; os lipídeos variam de 8,5 a 13,5%. A quantidade de quitina varia conforme a espécie, sendo que 
Saccharomyces cerevisiae apresenta entre 1 a 2% desse composto.
1.3.1.7 - Membrana citoplasmática
A membrana citoplasmática está localizada abaixo da parede celular e sua função é permitir a 
entrada seletiva de nutrientes e proteger a levedura da perda de pequenas moléculas, por vazamento 
do citoplasma. A composição química da membrana é composta por glicoproteínas, lipídeos e 
ergosterol (diferente das membranas dos mamíferos que contém colesterol).
1.3.1.8 - Estruturas de superfície 
Algumas leveduras são cobertas por um material limoso, viscoso e aderente, que é a substância 
capsular. A maior parte das cápsulas de leveduras é constituída de polissacarídeo.
1.3.1.9 - Citoplasma 
O citoplasma é composto pela porção fluida na qual as organelas estão localizadas. Ele contém 
enzimas, carboidratos de reserva (glicogênio e trealose) e grandes quantidades de ribossomos e 
polifosfato. De 1 a 5% do DNA das leveduras pode estar presente no citoplasma. 
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Capítulo 144
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1.3.1.10 - Núcleo
O núcleo das células das leveduras é facilmente observado no campo claro do microscópio óptico. 
Ele é bem definido, pequeno esférico ou reniforme, circundado por uma membrana semipermeável 
e com funções metabólicas e reprodutivas. 
1.3.1.11 - Vacúolos
Quando as células de leveduras são vistas ao microscópio de contraste de fase, pode-se observar 
um ou mais vacúolos de tamanhos diferentes (0,3 a 3,0 mm de diâmetro). Eles têm aparência esférica e 
são mais transparentes a um feixe de luz que o citoplasma que os circunda. Ao microscópio eletrônico 
pode-se observar que o vacúolo é cercado por uma membrana simples e a sua constituição está 
relacionada ao transporte de substâncias que são armazenadas no vacúolo, tais como enzimas, 
aminoácidos livres e lipídeos. Os vacúolos também servem como vesículas de armazenamento para 
várias enzimas hidrolíticas. 
1.3.1.12 - Mitocôndrias
 São organelas membranosas, no gênero Saccharomyces, elas estão geralmente bem próximas da 
periferia da célula, mas em leveduras aeróbias apresentam-se distribuídas pelo citoplasma. O número 
de mitocôndrias pode variar de um a vinte por célula. Essas organelas são envolvidas por membranas 
externas e internas; a membrana interna forma as cristas mitocondriais. Elas são importantes 
nos processos de conversão aeróbios de energia. As leveduras

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