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2 Bim Barreiras à entrada

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16/08/2021
Disciplina: Economia Industrial – Prof. Cárliton Vieira dos Santos
Unidade 2
Análise Estrutural dos 
Mercados
2.4 Barreiras à Entrada
Disciplina: Economia Industrial – Prof. Cárliton Vieira dos Santos 2
Introdução
 Até aqui nossa discussão sobre o funcionamento dos mercados enfatizou a 
concorrência que ocorre no interior de uma determinada indústria.
 Focamos em estruturas de custo e grau de concentração (no. e tamanho relativo 
das firmas na indústria) para tentar explicar lucratividade.
 Hipótese: estruturas mais concentradas favorecem maior lucratividade. 
 Estruturas atomizadas seriam menos lucrativas. O monopólio corresponderia ao limite superior de lucratividade.
 Muitas tentativas de comprovação empírica da relação 
positiva entre grau de concentração e lucratividade na, 
literatura, contudo, mostraram-se inconclusivas. 
 Desdobramento: parece ser preciso olhar além do conjunto de firmas já 
estabelecidas no mercado.
(isto é, entre o conjunto de firmas já estabelecidas na indústria)
4
 A partir de Joe S. Bain (anos 1940 e 1950), ganhou corpo a ideia de que 
o principal fator na determinação de preços e da lucratividade em uma 
indústria está relacionado à existência ou não de barreiras à entrada.
 Ideia central: preços e lucratividade estão relacionados com a facilidade ou 
dificuldade que empresas estabelecidas têm de impedir a entrada de outras.
 Tipos de barreiras à entrada:
 Estáticas ou exógenas: decorrem exclusivamente da relação Preço x CMeLP na indústria.
 Estratégicas, endógenas ou de “prevenção de entrada”: compor-
tamento ativo e reativo.
 Abordaremos apenas barreiras estáticas ou exógenas (enfoque estru-
tural às barreiras à entrada).
Barreiras à Entrada
3 Disciplina: Economia Industrial – Prof. Cárliton Vieira dos Santos 4
 Concorrência real: limita-se às empresas que já atuam em um mercado, 
ou seja, às firmas já estabelecidas na indústria (número e ao tamanho relativo, etc.). 
 Concorrência potencial: competição entre as empresas já estabelecidas 
numa indústria e as potenciais entrantes (novas interessadas em iniciar operação na indústria).
 Hipótese fundamental presente na micro tradicional: a livre entrada e saí-
da numa indústria leva à igualação das taxas de lucro nas diversas indústrias 
(hipótese clássica) e à tendência de lucro zero (hipótese neoclássica).
 Daí decorre que, se alguma indústria apresenta lucros extra-
extraordinários permanentes, alguma restrição à mobilidade
existe: há barreiras à entrada na indústria.
Concorrência real e concorrência potencial
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Disciplina: Economia Industrial – Prof. Cárliton Vieira dos Santos 4
 Entrantes: qualquer capital interessado em entrar na indústria. 
 Incentivo à entrada: possibilidade de entrante se estabelecer na indústria 
e obter lucros extraordinários por certo período de tempo (análise estática => 
considera apenas possibilidade de lucro imediatamente após a entrada).
 Entrada: adição líquida de capacidade produtiva por uma nova empresa. 
 Exclui-se a expansão de capacidade produtiva das firmas já estabelecidas.
 Exclui-se entrada via fusão e aquisição.
 Saída: empresa encerra por completo sua atividade na 
indústria eliminando todo o montante da capacidade 
produtiva (venda de ativos produtivos não se considera saída).
Concorrência real e concorrência potencial
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 Todos os diferentes enfoques têm como base teórica a ênfase no longo pra-
zo e na ideia de concorrência potencial. Porém, não há o mesmo consenso 
quanto à conceituação (definição).
 Para Joe. S. Bain: barreira à entrada constitui qualquer condição estrutural 
que permita que empresas já estabelecidas em uma indústria possam prati-
car preços superiores ao competitivo sem atrair novos capitais.
 Para George J. Stigler: existe barreira à entrada em uma 
indústria se há custos incorridos pelas entrantes que não 
foram desembolsados pelas firmas já estabelecidas quan-
do iniciaram sua operação. Isto impedirá as entrantes de 
obterem a mesma lucratividade que as já estabelecidas.
Definições de barreiras à entrada
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Mais associado à capacidade 
de estabelecer P > CMg .
Mais associado à existência de ‘novos’ custos (custos adicionais) para as entrantes para, por exemplo, captar preferências dos consu-
midores, ou, conseguir bons fornecedores.
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16/08/2021
Disciplina: Economia Industrial – Prof. Cárliton Vieira dos Santos 4
 Para Richard J. Gilbert: há barreira à entrada quando há algum diferencial 
econômico entre empresas estabelecidas e entrantes simplesmente porque 
as primeiras já existem e as outras não. Esse “prêmio pela existência” se 
traduz numa ‘vantagem de ser a primeira empresa a se mover’.
 Conceito genérico: 
Barreira à entrada numa indústria constitui-se qualquer 
fator que impeça a livre mobilidade de capital no longo 
prazo e que, portanto, permita a existência de lucros su-
pranormais nessa indústria por tempo indeterminado.
Barreiras à entrada: definições
7
Também mais associado à existência de ‘novos’ custos (custos 
adicionais) para as entrantes para, por exemplo, captar preferências 
dos consumidores, ou, conseguir bons fornecedores.
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 Elementos da estrutura da indústria que podem constituir fontes de barrei-
ras à entrada:
1. Existência de vantagens absolutas de custos a favor das já estabelecidas:
ocorre quando o CMeLP das entrantes é > que o das já estabelecidas para qualquer nível de produção. Isso pode advir de: (1) melhores con-
dições de acesso a fatores de produção; (2) acumulação de economias de aprendizado; (3) imperfeições no mercado de capitais.
2. Existência de estruturas de custo com significativas economias de escala:
de modo que as entrantes tivessem dificuldade de atingir escalas de produção compatíveis com aquela que lhes permitissem atingir
a escala mínima eficiente, EME, ou seja, produção compatível com o CMe mínimo.
3. Existência de preferências pelos produtos das firmas já estabelecidas:
havendo lealdade dos consumidores para com os produtos das firmas já estabelecidas, as entrantes teria que: (1) cobrar preços 
mais baixos pelos seus produtos; (2) gastar mais em publicidade. Esses requerimentos podem 
inviabilizar a entrada. É tida, muitas vezes, como a mais forte das barreiras à entrada.
4. Existência de elevados requerimentos de capital:
quando a entrada na indústria requer a mobilização de elevada soma de capital para fazer frente
ao investimento inicial. Está associada a EME elevada, o que implica custos fixos bastante elevados,
que demoram para ser diluídos. Tendem a ser formados, em grande parte, por custos irrecuperáveis.
Barreiras Estruturais à Entrada
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Disciplina: Economia Industrial – Prof. Cárliton Vieira dos Santos
Leituras recomendadas:
KUPFER, D. Barreiras à estruturais à entrada. In: KUPFER, D.; HASENCLEVER, L. 
(Org.) Economia Industrial: fundamentos teóricos e práticas no Brasil. 3. ed. São Paulo: 
Atlas, 2020, p. 91-103. (Cap. 7).
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