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Trabalho tópicos do direito-1

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1 
 
Universidade do Distrito Federal – UDF 
 
Nome: Bruna Santos Borges 
Data: 30/09/2022 
Professora: Ana Paula Dória de Carvalho 
Trabalho: Fichamento módulo I – Matéria Tópicos do Direito I 
 
Desigualdade no acesso à saúde entre as áreas urbanas e rurais do Brasil: uma decomposição 
de fatores entre 1998 a 2008 
 
O artigo em análise trata dos fatores que influenciam direta ou indiretamente o acesso 
e as desigualdades de acesso à saúde entre as populações das áreas urbanas e rurais nos anos 
de 1998 a 2008. Conforme abordado no texto, as diferenças no acesso são divididas em fatores 
observáveis, relacionadas às características dos residentes urbanos e rurais, e não observáveis, 
vinculadas à dificuldade de acesso, por exemplo. 
Conforme bem assevera o texto, “o acesso à saúde pode ser considerado um dos 
determinantes fundamentais da qualidade de vida e do desenvolvimento socioeconômico.”. 
Inclusive, é um dos indicadores utilizados na mensuração da pobreza multidimensional. Além 
do mais, o acesso à saúde influencia de forma substancial na vida social, mortalidade e 
expectativa de vida de determinada população. 
De acordo com os autores Travassos & Viacava, “o menor acesso e utilização de serviços 
de saúde nas populações rurais seria fundamentalmente devido a fatores de capacitação, como o 
baixo poder aquisitivo e ausência de vínculo empregatício e plano de saúde dos residentes rurais.” 
Por outro lado, há de se considerar também outros fatos relevantes como as características das 
pessoas, culturalmente, as mulheres, idosos e pessoas mais escolarizadas tendem a utilizar mais os 
serviços de saúde. 
Dentre as variáveis utilizadas para levantamento dos dados referentes ao acesso à saúde 
entre as áreas urbanas e rurais encontra-se: 
 
a) fatores de capacitação, que são referentes à capacidade de o indivíduo procurar e receber 
serviços de saúde – estão ligados às condições econômicas individuais e familiares e à oferta de 
serviços na comunidade que o indivíduo reside (renda familiar per capita, região, total de 
moradores no domicílio, tem algum tipo de plano de saúde); 
b) fatores de necessidade, que se referem ao estado de saúde objetivo das pessoas (se são 
portadoras de algum tipo de doença crônica, dificuldade em subir ladeira ou escada, número de 
internações hospitalares, deixar de realizar atividades habituais por saúde); e 
 
 
2 
 
c) fatores de predisposição, que se referem às características individuais. Como, por exemplo 
idade, sexo, escolaridade. 
 O estudo em referência utilizou-se de um método que permite estimar a diferença de 
acesso aos serviços de saúde entre áreas urbanas e rurais. Esse método permite estimar até que 
ponto a diferença de acesso é decorrente das diferenças na composição das populações ou de 
fatores não observáveis como a oferta de serviços de saúde e desenvolvimento regional, por 
exemplo. 
 Diante da análise da Tabela 1, que trata do Percentual de pessoas segundo condições de 
saúde e de acesso aos serviços de saúde, Brasil, 1998 e 2008, verifica-se uma total discrepância 
entre o quantitativo de pessoas que vivem na zona rural e as que vivem na zona urbana e que 
possuem acesso a algum plano de saúde, o número total de pessoas da área urbana com acesso 
aos planos de saúde é substancialmente maior. 
Por outro lado, há uma tendência de inversão no quantitativo de pessoas que vivem na 
área rural e que possuem necessidades de cuidados com à saúde em comparação com as pessoas 
que vivem na área urbana. Subentende-se que a diferente é decorrente do tipo de trabalho 
executado, bem como do desgaste do corpo na execução de trabalhos braçais e pesados. 
Um fator importante que pode influenciar na análise da diferença do acesso à saúde é a 
delimitação de áreas urbanas e rurais utilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE) que pode modificar-se entre os períodos censitários. Conforme esclarecido no texto, “Essa 
delimitação é influenciada tanto pela legislação municipal, que define áreas urbanas e distritais, 
quanto pela emancipação municipal, que cria novas sedes municipais e, consequentemente, áreas 
urbanas.”. 
Seguindo na análise do texto, tem-se os dados referentes ao resultado da pesquisa 
realizada no período de 1998 a 2008. Verifica-se na apresentação dos referidos resultados que a 
procura pelo serviço de saúde é menor nas áreas rurais, inclusive no tocante à realização de exame 
de rotina. 
Em referência aos fatos determinantes do acesso à saúde, os resultados apontam que os 
principais determinantes são fatores de predisposição, capacitação e necessidade. Ressalta-se 
também que, tantos nas regiões urbanas quanto rurais, a procura pelos serviços de saúde é mais 
acentuada nas faixas etárias mais elevadas. 
Tratando da diferença da procura dos serviços de saúde por homens e mulheres, verifica-
se uma diferença de 7 pontos percentuais comparando o quantitativo de homens que residiam na 
área rural em 2008 em relação às mulheres. 
Geograficamente, tem-se uma distribuição de um quarto dos residentes rurais na 
Região do Nordeste do País, região em que o acesso aos serviços de saúde é menor em 
comparação às demais Regiões do Brasil. As regiões do Centro-Oeste e do Sul são as que 
possuem os maiores percentuais de acesso aos serviços de saúde. 
Um ponto que gera surpresa nos resultados da pesquisa é que “quanto maior o número de 
membros no domicílio, menor tende a ser a procura por serviços de saúde. Entre aqueles com 
quatro ou mais membros no domicílio, a procura pelos serviços de saúde oscilou entre 12% (áreas 
 
 
3 
 
rurais) e 15% (áreas urbanas) em 2008. Enquanto, entre as famílias unipessoais, a procura variou 
entre 13% e 20%, respectivamente.”. 
Outro ponto apresentado é referente às chances de acesso ao serviço de saúde serem 
maiores nas áreas urbanas e rurais quando a pessoa já passou por alguma internação, quando 
possui alguma doença crônica ou, ainda, quando a pessoa apresenta algum problema de saúde que 
a impossibilite de exercer suas atividades habituais. 
Verifica-se que houve uma redução de 4,3 para 3,5 pontos percentuais na diferença de 
acesso à saúde das áreas urbanas e rurais entre 1998 e 2008. Ressalta-se que essa diferença 
ocorreu em decorrência de mudança na escolaridade da população residente na zona rural, bem 
como da mudança de renda da população rural. 
Há que se destacar, ainda, que os fatos não observáveis pelo modelo utilizado na pesquisa 
influenciam em 1,7 % nas diferenças de acesso entre às áreas urbanas e rurais, como exemplo de 
fatos não observáveis pode ser citada a menor oferta de serviços de saúde e também a dificuldade 
de acesso em decorrência das longas distâncias e custos de deslocamento. 
O autor destaca que a redução dos percentuais de diferença de acesso à saúde no período 
de referência “se deveu exclusivamente ao efeito das características. Sobretudo, à composição dos 
grupos de predisposição e capacitação. Destaques podem ser dados às mudanças na escolaridade e 
renda da população rural.”. 
Por fim, o artigo traz uma discussão referente aos pontos estudados e analisados na 
pesquisa. De modo resumido, tem-se que reafirmação na discrepância já esperada no acesso das 
populações residentes em áreas rurais aos serviços de saúde e aos planos de saúde privados em 
comparação às populações residentes em áreas urbanas, seja por possuírem um poder aquisitivo 
melhor ou até por possuírem vínculos empregatícios com benefícios trabalhistas e securitários. 
Outro fato ressaltado é a discernimento da população residente nas áreas ruais no que se 
refere a uma pior percepção de saúde em contraposição a uma menor autodeclaração de doenças 
crônicas. É evidente que essa menor percepção se dá em decorrência da falta de detecção das 
doenças crônicas de forma eficiente. 
De modo geral e com o objetivo de sintetizar a importância da pesquisa realizada, ressalta-
sea relevância das informações estatísticas obtidas para execução de políticas públicas de saúde 
que garantam a qualidade na prestação dos serviços independentemente da região do país, bem 
como da localização urbana ou rural da população assistida. 
 
 
 
	Universidade do Distrito Federal – UDF

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