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Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 43311 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43311-43325, jun.,2022 Análise dos parâmetros do processo do corte por plasma do aço SAE 1515 Analysis of the parameters of the plasma cutting process of stainless steel SAE 1515 DOI:10.34117/bjdv8n6-053 Recebimento dos originais: 21/04/2022 Aceitação para publicação: 31/05/2022 Jhonatan dos Santos Cardoso Mestre em Engenharia Mecânica Instituição: Instituto Federal do Maranhão Endereço: Av. Getúlio Vargas 4, São Luís - MA, CEP: 65030-005 E-mail: jhonatancardoso@acad.ifma.edu.br Jean Robert Pereira Rodrigues Doutor em Engenharia Mecânica Instituição: Universidade Federal do Maranhão e Universidade Estadual do Maranhão Endereço: Av. Getúlio Vargas 4, São Luís - MA, CEP: 65030-005 E-mail: jroberth@gmail.com RESUMO Os progressos na tecnologia de manufatura têm feito fabricantes desenvolverem peças mais complexas em pouco tempo com uma boa qualidade. Essas peças são feitas por tecnologias de usinagem a laser, por plasma, onde elas são algumas dessas tecnologias bem estabelecidas em manufatura. Neste trabalho foi utilizado a pesquisa bibliográfica, sob uma abordagem de pesquisa de campo que foi o processo mecanizado na usinagem por plasma, mostrando o ar comprimido como gás de corte. Foi analisado os parâmetros do processo de entrada como distância, velocidade e pressão, juntamente com os parâmetros de saída que foram, temperatura, alteração nas propriedades. Os dados coletados foram analisados estatisticamente, modelagem computacional e por meio de ensaios não destrutivos. Toda realização de experimentos foi composta por uma mesa bancada em aço, um dispositivo de rotação de tubos, uma máquina de plasma, um compressor de 8 psi, um suporte de regulagem para DBCP (distância bico contato peça) e um termovisor. O aço SAE 1515 teve um aumento de 223,5HV para 357 HV, totalizando um aumento de 59%, analisando os parâmetros utilizados de 0 mm DBCP, 200 mm/min de velocidade e 4 psi de pressão. O aço SAE 1515 a DBCP com a velocidade foi o maior influenciador do aumento da dureza. Na temperatura, a vantagem principal deste sistema reside na diminuição do risco de deformação devido à compactação térmica da zona usinada. Palavra-chave: usinagem por plasma, aços, análise dos parâmetros do processo. ABSTRACT Advances in manufacturing technology have made manufacturers develop more complex parts in a short time with good quality. These parts are made by laser machining technologies, by plasma, where they are some of those well established technologies in manufacturing. In this work, bibliographical research was used, under a field research Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 43312 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43311-43325, jun.,2022 approach, which was the mechanized process in plasma machining, showing compressed air as cutting gas. The input process parameters such as distance, speed, current and pressure were analyzed, along with the output parameters which were, temperature, change in properties. The collected data were analyzed statistically, computational modeling and through non-destructive tests. All experiments were carried out with a steel bench table, a tube rotation device, a plasma machine, an 8 psi compressor, a DBCP (nozzle contact part distance) regulation support and a thermal motor. The SAE 1515 steel had an increase from 223.5HV to 357HV, totaling an increase of 59%, analyzing the parameters used of 0 mm DBCP, 200 mm/min speed and 4 psi pressure. The steel SAE 1515 to DBCP with speed was the biggest influencer of the increase in hardness. In terms of temperature, the main advantage of this system lies in reducing the risk of deformation due to thermal compaction of the machined zone. Keywords: plasma machining, steels, analysis of process parameters. 1 INTRODUÇÃO De acordo com Asiabanpour et al. [1], os progressos na tecnologia de manufatura têm feito fabricantes desenvolverem peças mais complexas em pouco tempo e uma boa qualidade. Essas peças são feitas por tecnologias de corte a laser, por plasma, onde elas são algumas dessas tecnologias bem estabelecidas em manufatura. Para Caló [2], a usinagem por plasma é um procedimento que aplica um plasma gasoso, onde tem-se um gás ionizado formado de uma fonte de alimentação. Tal fonte de corrente contínua e tensão de circuito aberto está em torno 240v a 400v, gerando o início do arco entrando em contato com o gás, possuindo grande energia e transformando-se em plasma, todo este fenômeno ocorre na tocha por meio desta descarga de energia que é direcionada ao eletrodo e ele cria uma centelha que energiza o gás formando o arco plasma. O presente trabalho, foi feito a análise dos parâmetros do processo do corte por plasma no aço Inox SAE 1515, este estudo é inédito. No processo foi feito o corte a plasma, baseado em causar numa coluna de gás com a ajuda de um arco elétrico, o aumento de sua temperatura satisfatória para que as forças entre as moléculas de gás causem entre elas, dissociação e ionização. De acordo com Pimenta [3], o corte pode ser manual ou mecanizado, com velocidade elevada e pode ser iniciado em qualquer ponto da peça. O jato de plasma funde e elimina o metal de base com grande eficiência, derivando em uma superfície com excelente acabamento, precisão dimensional, pequena distorção e com uma restrita zona afetada pelo calor. Para que aconteça esse processo, é utilizado gases sendo geralmente o Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 43313 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43311-43325, jun.,2022 nitrogênio como gás de plasma e o gás de proteção é escolhido de acordo com o material a ser cortado, podendo ser dióxido de carbono para aço inoxidável e mistura argônio- hidrogênio para alumínio. Utiliza-se também ar comprimido como gás de plasma no corte de aços com equipamentos especiais para esta situação. Diante do contexto fático apresentado até o momento, chega-se ao questionamento que gerou esta pesquisa, configurando o problema do trabalho, o qual se resume a indagação seguinte: Como funciona o corte por plasma dos aços? Neste trabalho foi utilizado a metodologia de pesquisa bibliográfica, sob uma abordagem de pesquisa de campo que foi o processo mecanizado de corte por plasma, mostrando o ar comprimido como gás de corte. Foi analisado os parâmetros do processo de entrada como distância, velocidade e pressão, juntamente com os parâmetros de saída que foram temperatura, alteração nas propriedades. Os dados coletados foram analisados estatisticamente, modelagem computacional e por meio de ensaios não destrutivos. Toda realização de experimentos foi composta por uma mesa bancada em aço, um dispositivo de rotação de tubos, uma máquina de plasma, um compressor de 8bar, um suporte de regulagem para DBCP (distância bico contato peça) e um termovisor. A usinagem dos corpos de provas foi realizada em uma Máquina de Usinagem Por Plasma, alocada no LTP Solda do Departamento de Mecânica e Materiais DMM - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - IFMA, entre as quais serão aplicados diferentes parâmetros, para usinagem de amostra de Aço Carbono SAE 1515, seguindo metodologias adequadas, de modo a se obter resultados confiáveis. 2 MATERIAIS E MÉTODOS Este capítulo apresenta as técnicas experimentais e analíticas trabalhadas no processo mecanizado de usinagem por plasma, utilizando-se de ar-comprimido como gás de usinagem. Foi usinado tubo de Aço Carbono SAE 1515, com espessura de 4 mm. Os parâmetros de entrada (distância, velocidade e pressão). Na Figura 1 observa-se as amostras recebidas para ensaios. Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-876143314 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43311-43325, jun.,2022 Figura 1: Amostras recebidas para ensaios Para efeito de estudo e especificação da característica do material, foram adicionadas análises microestruturais, microscopia eletrônica de varredura (MEV), espectroscopia de energia dispersa (EDS) e ensaios de dureza e temperatura. Foi utilizado a metade do tubo, os extremos da peça e mais o centro. As duas extremidades e o ponto do meio foram realizados os ensaios como de dureza, microestrutura, temperatura. Onde tem-se o corpo de prova com destaques na Figura 2, escolheu-se essas regiões do corpo de forma aleatória, dividindo o tudo em 3 sessões intermediárias por onde teve uma transição de calor para estudo. Tabela 1: Quantidade de ensaios por corpo de prova C.P Ensaios realizados 24 Análise metalográfica 24 Microscopia eletrônica de varredura – MEV 24 Espectroscopia de energia dispersa – EDS 24 Dureza 24 Temperatura 2.1 BANCA DE EXPERIMENTO A bancada para a realização dos experimentos foi composta por: uma mesa bancada em aço, um dispositivo de rotação de tubos, uma máquina de plasma, um compressor de 8 Psi, um suporte de regulagem para DBCP e um termovisor, conforme mostra a Figura 2. Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 43315 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43311-43325, jun.,2022 Figura 2: Estrutura montada da realização do corte A Figura 2 mostra o sistema onde a estrutura máquina de usinagem a plasma que tem sua pressão de trabalho entre 4 a 4,7 psi cortando até 8 mm de espessura, compressor trabalhando no sistema vazio (onde a válvula é regulada para acionar o enchimento do compressor sempre que chegar em 6 psi) e no sistema cheio (a válvula do compressor foi regulado para desligar em 8 psi), tudo isso para manter sistema alimentado para a máquina de usinagem, dispositivo para rotação de tubos, dispositivo de regulagem da DBCP (distância bico contato peça) e a tocha, bancada, e o corpo de prova. 2.2 PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL Segundo Kashiwagi [4], o delineamento de experimentos (DOE) é avaliado um dos processos mais admiráveis para pesquisadores que trabalham com experimentos em aproveitamentos práticos obtendo diversos casos de sucesso. O delineamento de experimentos tem o objetivo de melhorar a performance de um método de manufatura e promover o desenvolvimento de novos produtos e processos. Esta dissertação utilizará o delineamento do experimento de (23), onde a região de estudo será DBCP (distância bico contato peça), velocidade e pressão. O delineamento de experimentos utilizado foi o arranjo fatorial com 3 réplicas totalizando 24 triagens (8 x 3). Foram selecionadas 3 variáveis independentes de entrada a saber: Pressão, Velocidade e Distância bico contato peça. Para cada fator foi estabelecido 2 níveis. Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 43316 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43311-43325, jun.,2022 Para execução do experimento foi utilizado uma mesa bancada em aço, um dispositivo de rotação de tubos, uma máquina de plasma, um compressor de 8 psi, um suporte de regulagem para DBCP e um termovisor. O experimento foi planejado com o intuito de usar a análise fatorial (23) para avaliar de que maneira os fatores como distância bico de contato peça (DBCP), pressão (Psi) e velocidade de usinagem (Vc), influenciaram nos parâmetros de respostas: temperatura na usinagem de um tubo. A Tabela 2, apresenta a quantidade de ensaios realizados e os valores das variáveis de entrada utilizadas em cada teste. Tabela 2: Parâmetros de entrada utilizados para o aço Inox SAE 1515 Ensaios por aço Aços DBCP (mm) Velocidade mm/min Pressão (MPa) 1 2 3 4 5 6 7 8 SAE 1515 0 - 5 + 0 - 5 + 0 - 5 + 0 - 5 + 200 - 200 - 400 + 400 + 200 - 200 - 400 + 400 + 4 - 4 - 4 - 4 - 4,7 + 4,7 + 4,7 + 4,7 + 2.3 DBCP O sistema de DBCP é composto por um sistema de cremalheira vertical acoplado a uma máquina de corte tartaruga, onde a mesma fica fixa, quando o sistema cremalheira é regulado entre as DBCP 0 mm e 5 mm. A figura 3, o sistema de graduação para DBCP. Figura 3: Sistema de graduação para DBCP Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 43317 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43311-43325, jun.,2022 2.4 VELOCIDADE Para a medição da velocidade a plasma foi elaborado um sistema com saída digital gerando uma melhor precisão e aquisição de dados, gerando valores fixos de velocidade em 500 e 400 mm/min ao longo que o tubo é cortado. Juntamente com o Arduino foi montado um mapeamento de Hardware para que o sistema possa ler tal informações a ser geradas em RPM, tal instrumento pode ser observado na figura 4, todos esses dados são de total relevância pois afeta na qualidade da superfície usinada, devido a concentração de calor na superfície. Figura 4: Sistema de medidor de velocidade 2.5 PRESSÃO Para Kiminami, Castro e Oliveira [5], o corte a plasma é aplicado para separar metais por meio de fusão, e atinge temperaturas de até 15.000°C. O corte ocorre através de um jato de plasma em altas velocidades. Este processo pode causar efeito de endurecimento pela formação da Zona Afetada pelo Calor (ZAC). Para a medição da velocidade do corte a plasma foi elaborado um sistema com saída digital gerando uma melhor precisão e aquisição de dados, gerando valores fixos de velocidade em 500 e 400mm/s ao longo que o tubo é cortado. Juntamente com o Arduino foi montado um mapeamento de Hardware para que o sistema possa ler tal informações a ser geradas em RPM, todos esses dados são de total relevância pois afeta na qualidade da superfície de corte, devido a concentração de calor na superfície. Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 43318 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43311-43325, jun.,2022 2.6 TEMPERATURA A temperatura das máquinas de plasma em geral é bastante alta na execução. Após a análise do projeto, foi feito a medida de temperatura da superfície usinadas próximo a zona fundida para ter um valor aproximado a temperatura de trabalho real. A temperatura da região próxima à superfície usinada foi medida pelo termômetro Bosch 1000C, figura 5, equipamento calibrado feito aquisição para uso exclusivo dessa pesquisa, com uma distância de 1 metrô da peça para medição. Figura 5: Termômetro Bosch Profissional 1000C No Brasil, foi adotado pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, o sistema da “Linha Média” (M). Este é o sistema mais utilizado em todo o mundo. No sistema “M” todas grandezas de medição são definidas a partir de uma linha paralela à direção geral do perfil, no comprimento de amostragem, linha esta que é a média entre os picos e reentrâncias de irregularidades, [6]. 3 RESULTADOS Após a realização dos ensaios com técnicas e normas padrões, foi realizada a caracterização microestrutural do material base transparecendo assim toda sua a morfologia, os dados do material base foi analisar o efeito do corte a plasma e seus parâmetros (DBCP, velocidade e Pressão) desde o mais leve até o mais crítico. Todos esses parâmetros geraram dados a serem analisados como possíveis: micro trincas, efeito da velocidade a temperatura no registrado localizada nas estrias dos cortes e o surgimento da ZAC. No SAE 1515, o ensaio de número 7, obteve uma temperatura de 129,2℃ e no ensaio 1, obteve uma temperatura de 162,9℃, ambos tiveram o mesmo parâmetro de Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 43319 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43311-43325, jun.,2022 DBCP, os parâmetros que foram aumentos no ensaio7 foram velocidade de corte e pressão de corte, mudando assim sua temperatura para menor grau. A Figura 6 é mostrado todas as temperaturas de corte do SAE 1515 em função dos parâmetros de pressão de corte, DBCP e velocidade de corte. Observou-se que no Aço SAE 1515 quanto maior a pressão de corte mais elevado será o valor de temperatura. Figura 6: Temperatura de corte no Aço Sae 1515 A Figura 6 mostra as temperaturas de usinagem do SAE 1515 em função dos parâmetros de pressão, DBCP e velocidade. Observa-se que no Aço SAE 1515 quanto maior a pressão mais elevada será o valor de temperatura. 3.1 ANÁLISE DE DUREZA As medições da microdureza feitas na ZAC e do material base na usinagem não convencional a plasma do aço SAE 1515 pela norma ASTM E 384-11 seguindo os padrões, conforme apresentado na Tabela 3. Tabela 3: Medição de microdureza aço SAE 1515 Amostra Dureza material base (HV) Dureza ZAC (HV) 3.1 209,5 226,50 3.2 214,5 214,50 3.3 188,5 214,00 3.4 201,5 247,25 3.5 209,5 271,83 3.6 163,5 192,83 3.7 225,5 245,50 3.8 200,5 212,75 Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 43320 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43311-43325, jun.,2022 3.2 ANÁLISE METALOGRÁFICA As fotomicrografias mostram a microestrutura das amostras 1 a 8 a região da superfície usinada. A microestrutura é típica de um aço baixo carbono, constituída por ferrita e presença discreta de perlita. A Zona Afetada pelo Calor (ZAC) é constituída por martensita, perlita, ferrita e braços de bainita. Observa-se uma camada esbranquiçada, muito provavelmente de estrutura martensítica. Foi observado descontinuidade e cavas sinalizadas pelas setas em vermelhas na ZAC na camada esbranquiçada nas seções analisadas pelas amostras 2 e 5, pelo ataque nital 2% com ampliação de 200X. No processo de fundição de corte para Santos [7], o material se resfria de forma rápida podendo vim a causar imperfeições da usinagem com altas temperaturas. Dessa forma pode-se explicar a amostra 1 e 2 nas quais as mesmas estão com os menores parâmetros de velocidade a 200 mm/min e pressão a 4psi, enquanto as amostras 7 e 8 com os maiores parâmetros de velocidade a 400mm/min e pressão a 4,7 psi, como o aço é de baixo carbono ele gera uma maior zona refunfida e pode-se analisar que o efeito que mais influenciou este surgimento foi o resfriamento, mesmo assim a trinca é pontual apenas na zona refundida sendo retirada com um simples acabamento superficial. Nas trincas gerada na amostra 2 com parâmetros de 5mm de DBCP, 200min/min velocidade e 4 Psi de pressão podemos e a amostra 5 com 0mm de DBCP, 200min/min de velocidade e 4,7 Psi de pressão. Segundo Kremer et al. [8], essas microtrinca e crateras podem ser explicadas devido a energia descarregada para o corte, energia essa que proporciona tensos térmicas maiores que tensão de resistência do material. Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 43321 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43311-43325, jun.,2022 Figura 7: Análise metalográfica do SAE 1515 3.3 RESULTADO DO PLANEJAMENTO EXPERIMENTAL Na realização dos experimentos foram obtidos os resultados dos 3 parâmetros de entrada: velocidade, pressão e DBCP. Foi utilizado análises gráficas de Pareto. Foi elaborado um Desenho Experimental, o qual foi preenchido conforme a condução do experimento, junto com o auxílio do Software estatístico Minitab. A Tabela 4 mostra o planejamento experimental do Aço SAE 1515 com os respectivos valores dos parâmetros de entrada e saída que foram: DBCP, velocidade, pressão, temperatura, ZAC e dureza. A Figura 8 mostra o resultado do planejamento experimental relacionado a temperatura, dureza e ZAC no Aço SAE 1515, utilizando o gráfico de pareto. Tabela 4: Planejamento experimental do Sae 1515 OrdemPad OrdemEns DBCP Velocidade Pressão Temperatura (℃) Zac Dureza (HV) 8 1 -1 -1 -1 144,2 0,6 226,50 5 2 1 -1 -1 153,4 0,9 214,50 3 3 -1 1 -1 152,8 0,7 214,00 7 4 1 1 -1 146,3 0,7 247,25 6 5 -1 -1 1 130,4 0,5 271,83 1 6 1 -1 1 139,1 0,7 192,83 2 7 -1 1 1 129,2 0,5 245,50 4 8 1 1 1 133,2 0,7 212,75 1 2 3 4 5 6 7 7 8 Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 43322 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43311-43325, jun.,2022 Figura 8: Resultado do planejamento experimental relacionado a temperatura, dureza, ZAC e microtrinca no Aço SAE 1515 Nesse processo foi selecionado o gráfico para análise e o nível de confiança igual 95%, e a interpretação pelo gráfico de Pareto e verificou quais parâmetros mais impactavam no processo de usinagem por plasma de cada aço. De acordo com o diagrama como resposta temperatura no aço SAE 1515 tem-se o parâmetro pressão como fator que exerce maior influência para altas temperaturas, podendo ser confirmado nas análises anteriores. 4 DISCUSSÃO O aço SAE 1515 também não apresentou elevadas temperaturas mostrado que o material tem uma boa usinabilidade, não tendo tanta discrepância no resultado de dureza, mostrando assim que a temperatura não gerou imperfeições ao material final cortado. Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 43323 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43311-43325, jun.,2022 A medida de dureza aumentou de modo mais significativo nas amostras 5, passando de 209,5 para 271,83 HV, totalizando um aumento de 29%, os parâmetros utilizados de 0mm DBCP, 200 mm/min de velocidade e 4,7Psi de pressão. O diagrama como resposta dureza no aço SAE 1515 observa-se que os parâmetros de entrada DBCP e pressão como fator que exerce maior influência, ou seja, podendo vir a causar redução ou aumento crítico de dureza. No diagrama como resposta ZAC não teve de forma tão acentuada o efeito dos parâmetros, mas deixamos como ponto de observação os fatores DBCP. No diagrama como resposta microtrinca teve de forma acentuada o efeito dos parâmetros pressão, velocidade e DBCP. 5 CONCLUSÕES Como resultado das análises da influência dos parâmetros DBCP, pressão e velocidade em 3 materiais diferentes, tendo como parâmetro de resposta: temperatura, dureza e microestrutura. Usando ainda a modelagem estatística como parâmetro de confirmação dos dados apresentados. O aço SAE 1515 apresentar rugosidade de 3,43 e 3,74 𝜇𝑚 na amostra com os parâmetros 5 mm DBCP, 400 min/min de velocidade e 4 Psi de pressão, mostrando que ambos sofrem maior influência da pressão. O aço SAE 1515 com maior temperatura na amostra 1 com 162,9 Cº com parâmetros 0mm DBCP, 200min/min de velocidade e 4 Psi de pressão. Ambos tiveram maior influência do parâmetro de entrada pressão. Na microdureza o aço SAE 1515 que teve um aumento de 223,5 para 357 HV, totalizando um aumento de 59%, analisando os parâmetros utilizados de 0mm DBCP, 200 mm/min de velocidade e 4 Psi de pressão. O aço SAE 1515 a DBCP com a velocidade foi o maior influenciador do aumento da dureza. O aço SAE 1515 tivemos a presença de microtrinca e crateras nas amostras 2 e 5 com presença de todos os parâmetros de entrada. Já no tamanho da ZAC tivemos de forma mais nítida e precisa em todos os aços a influência da DBCP. O planejamento experimental por meio do DOE utilizando o método de Pareto mostra de forma mais clara e confirma todos os dados das conclusões citadas a cima. Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 43324 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43311-43325, jun.,2022 AGRADECIMENTOS A Deus por ter me iluminado, estando comigo nessa longa jornada e me guiando em direção ao êxito. Ao Prof. Dr. Jean Robert Pereira Rodrigues, amigo e orientador, pela confiança, apoio, compreensão e total dedicação em todas as etapas desse trabalho, mostrando sua humildade e capacidade de passar seus conhecimentos. Ao InstitutoFederal do Maranhão (IFMA) pela oportunidade de realizar esta qualificação profissional e por liberar todo o material possível, mostrando o seu interesse pelo desenvolvimento de pesquisas. À minha Esposa Pedrita Thaywanny pelas noites acordadas, me esperando noites a dentro enquanto estudava, pelo carinho, encorajamento e apoio Aos Profs. Dr Waldemir, Junior, Ernandes, Carmem, André (IFMA), Regina Célia (UFMA) e aos Técnicos em Mecânica Lenilson e Luzia Emanuelle (IFMA) pelo apoio na fabricação dos corpos de prova e nos ensaios. À FAPEMA, pela oportunidade e apoio financeiro. Aos meus colegas, amigos, funcionários e professores do IFMA que contribuíram na elaboração desse trabalho, pelas orientações e pelo incentivo, pois sem eles alcançar tal objetivo seria uma tarefa muito mais difícil. A todos, o meu muito obrigado! Brazilian Journal of Development ISSN: 2525-8761 43325 Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.6, p. 43311-43325, jun.,2022 REFERÊNCIAS [1] ASIABANPOUR, B. et al. Optimising the automated plasma cutting process by design of experiments. International Journal of Rapid Manufacturing 1, 1, jan. 2009. 19- 40. 2009. [2] CALÓ, E. H. Estudo comparativo da eficiência entre os processos de corte plasma e laser nos materiais ASTM A36 na espessura de 12mm. Monografia apresentada ao curso de Pós-graduação em engenharia de soldagem da escola de Engenharia Mauá do Centro Universitário do Instituto Mauá da tecnologia para obtenção do título de especialista. São Caetano do Sul, 2013. [3] Pimenta, S. W. Estudo Comparativo Entre os Processos de Corte Plasma e Jato D'água para chapa de Aço Inoxidável de 1" Utilizado na Construção de Máquinas Especiais. 49 f. TCC (Pós-graduação) - Engenharia de Soldagem, Centro Universitário do Instrituto Mauá de Tecnologia, São Caetano do Sul, SP. 2013. [4] KASHIWAGI, Fábio Norikazu. Estudos em corte por plasma usando delineamento de experimentos. Dissertação submetida ao Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Ciências em Engenharia de Produção. Itajubá, 2016. [5] Kiminami, C. S., Castro, W. B. O., Marcelo F. Introdução aos Processos de Fabricação de Produtos Metálicos. 5.ed. São Paulo. 2013. 325p. 2013. [6] Pereira, J. C. C. 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