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PDF-FIRE-PROF -EDUARDO-DIREITO-PENAL-Classificacao-dos-Crimes

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Prévia do material em texto

Direito Penal Direito Penal 
 
 
 
 
Concursos em Geral 
Direito Penal 
Tópico: Classificação dos Crimes 
 
 
Inclui: 
• Gráficos Estatísticos: 
 1. Disciplinas + cobradas 
 2. Tópicos + cobrados 
 3. Subtópicos + cobrados 
 4. Bancas 
• Edital Bizurado 
• Conteúdos Esquematizados 
• QR Code (áudio e vídeo) 
• Questões Comentadas 
 
 
 
 
 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 
 
Grande concurseiro(a), seja bem-vindo(a)! 
Inicialmente, gostaríamos de apresentar um novo conceito de estudos para você que irá começar do zero 
ou já estuda, mas ainda não foi aprovado(a) no concurso dos seus sonhos e/ou no exame da OAB. 
Nossa equipe é composta de professores(as) que também são concurseiros(as), profissionais super 
atualizados e comprometidos em compartilhar experiência e conteúdos diferenciados. 
Nossa missão será fornecer o melhor conjunto a você, trabalhando dentro da sua realidade, levando-se 
em consideração o pouco tempo que a maioria dos concurseiros(as) possuem para sentar e estudar. 
Por este motivo, iremos compartilhar conteúdo direcionado, com abordagem dos assuntos relevantes 
para sua prova, em conjunto com a estratégia mais avançada para memorização da atualidade, na 
medida certa e suficiente. 
Assim, logo no primeiro contato com nosso PDF Fire você irá perceber um aumento considerável do 
rendimento. Isso fará com que o aproveitamento do seu tempo estudado e a fixação do conteúdo faça 
com que você tenha alta performance, fazendo você se aproximar mais rápido de sua aprovação. 
 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 
DIREITO PENAL 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1. Direito Penal – parte geral: tópicos mais cobrados ...................................................................................................... 5 
2. Classificação dos crimes: subtópicos mais cobrados .................................................................................................... 6 
3. Classificação dos crimes: cobrança por banca .............................................................................................................. 7 
4. Classificação dos Crimes .............................................................................................................................................. 13 
4.1) Outras Classificações ................................................................................................................................................ 13 
4.2) Crimes Comuns, Próprios e de Mão Própria ............................................................................................................ 17 
4.3) Crimes Materiais, Formais e de Mera Conduta ....................................................................................................... 20 
4.4) Crimes Instantâneos e Permanentes ....................................................................................................................... 24 
4.5) Crimes de Dano e Crimes de Perigo ......................................................................................................................... 27 
4.6) Crimes Plurissubsistentes e Unissubsistentes ......................................................................................................... 31 
4.7) Crimes Plurissubjetivos e Monossubjetivos ............................................................................................................. 33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 
 
 
 
Concurseiro(a), o PDF Fire foi formulado com base em nossa experiência de candidato(as) aprovados(as), 
bem como em anos de dedicação com análise e pesquisas de provas anteriores. 
Guerreiro(a), neste gráfico indicaremos como as disciplinas são cobradas para as provas de Concursos. 
No total, analisamos 82.746 questões. 
Vamos às disciplinas de direito mais cobradas para Concursos: 
 
Concurseiro(a), repare que a disciplina Direito Administrativo é a mais cobrada na maioria dos 
concursos. Seguida pela disciplina de Direito Constitucional. Somadas ambas ultrapassam 50% das 
cobranças em certames. Daí a importância de dar ênfase ao que será abordado na sua prova e com isso 
garantir sua aprovação! 
A representação gráfica objetiva evidenciar o que deve ser estudado com maior relevância. Mas isso não 
quer dizer deixar de estudar as demais disciplinas. Apenas aplicar atenção proporcionalmente à 
importância do assunto no contexto geral. 
Temos na ilustração grande parte das disciplinas com relevância mediana, mas que no somatório final 
representam metade do conteúdo cobrado em provas. 
Veja que a fatia “outros” do gráfico compõe 5% das questões de concursos. Quando você já tiver 
estudado e revisado os assuntos mais recorrentes, estude também Direitos Humanos, Empresarial e 
Internacional Público e Privado. 
 
 
 
 
 
31%
22%8%
8%
7%
7%
5%
4%3%
5%
Concursos no Geral (todas as carreiras): 
Disciplinas mais cobradas
Direito Administrativo
Direito Constitucional
Direito Civil
Direito Penal
Legislação Extravagante
Direito Tributário
Direito Processual Penal
Direito Ambiental
Direito Processual Civil
Outros (Humanos, Empresarial, Internacional).
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 
1. Direito Penal – parte geral: tópicos mais cobrados 
 
Guerreiro(a), o PDF Fire foi formulado com base em nossa experiência de concurseiros(as) 
aprovados(as), bem como em anos de dedicação com análise e pesquisas de provas anteriores. 
Nossa meta é abordar, de forma estratégica, os pontos mais incidentes nas provas, destacando o que 
você precisa realmente estudar para obter sua aprovação. 
Inicialmente, focaremos na disciplina de Direito Penal – parte geral, conferindo os tópicos que mais 
caem. Não é segredo que esta disciplina é cobrada em toda prova. No total, analisamos 5.827 questões: 
 
Guerreiro(a), repare que o tópico Tipicidade é o que mais cai. Além disso, veja que a fatia “outros” do 
gráfico compõe 16% das questões de concursos. Quando você já tiver estudado e revisado os 
assuntos mais recorrentes, estude também Antijuridicidade, Concurso de crimes, bem como Teoria 
Geral do Delito. 
 
24%
19%
12%
11%
10%
8%
16%
Direito Penal - parte geral: Tópicos mais 
cobrados
Tipicidade
Noções fundamentais
Causas de extinção da punibilidade
Culpabilidade
Penas privativas de liberdade
Concurso de Pessoas
Outros (Antijuridicidade, Concurso de
Crimes, Teoria Geral do Delito,
classificação dos crimes)
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 
2. Classificação dos crimes: subtópicos mais cobrados 
 
Guerreiro(a), neste gráfico indicaremos os principais subtópicos dentro do tópico Classificação dos 
crimes. 
Os subtópicos Outras classificações e Crimes comuns, próprios e de mão própria abarcam, sozinhos, 
exatamente 52% das questões. Veja como seu estudo precisa ser estratégico! Não perca tempo 
estudando de forma passiva e catedrática, mas otimize ao aprofundar e revisar aquilo que mais cai! Neste 
material já mastigamos tudo para você! 
Todos os subtópicos mais cobrados são exaustivamente debatidos pela doutrina e compõem este 
material. 
Estudando por nossos quadros esquemáticos, bizus e questões selecionadas você vai arrematar esses 
temas “clássicos”, que não possuem muitas surpresas. Solidifique seu conhecimento e garanta pontos 
nessas questões que são basilares! 
 
Concurseiro(a), repare que a fatia “outros” do gráfico compõe 12% das questões de concursos. Quando 
você já tiver estudado e revisado os assuntos mais recorrentes, não deixe de estudar Conduta (açãoe 
omissão), bem como Nexo de Causalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26%
26%15%
13%
9%
6%
5%
Classificação dos crimes: Subtópicos mais 
cobrados
Outras classificações
Crimes comuns, próprios e de mão própria
Crimes materiais, formais e de mera conduta
Crimes instantâneos e permanentes
Crimes de dano e crimes de perigo
Crimes plurissubsistentes e unissubsistentes
Crimes plurissubjetivos e monossubjetivos
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 
3. Classificação dos crimes: cobrança por banca 
 
Concurseiro(a), para montar este material sobre Classificação dos crimes, analisamos 186 provas de 
concursos e 154 questões. 
Boa parte dos estudantes, 76,8%, acertam questões sobre o tema, enquanto 23,2% erram. 
A CESPE/CEBRASPE é a banca que mais aborda o tema, seguida pela FCC, VUNESP, FUNCAB FGV 
e FGV. 
 
 
Na próxima página, já faremos uma breve explicitação dos pontos expostos no gráfico acima no EDITAL 
BIZURADO. 
Como assim? 
Então, analisando centenas de editais e de provas, descobrimos que os editais dos concursos são 
extensos propositalmente. Isso mesmo! 
Observe que os editais são gigantes, cheio de informações de conteúdos ligados às respectivas 
disciplinas, mas, na verdade, as bancas de concurso concentram as cobranças nas provas em pontos 
específicos. Destarte, fica claro que é um artifício para confundir os(as) candidatos(as), para fazer com que 
ele sinta a necessidade de estudar tudo de tudo. 
Por este motivo, passamos a “bizurar o edital” para os(as) concurseiros(as), mapeando o que 
realmente será cobrado na prova, ajudando e direcionando seus estudos para que possa 
aprofundar e dominar os assuntos que sejam necessários e suficientes na sua aprovação. 
 
55%
20%
9%
9%
7%
Classificação dos crimes: Cobrança por banca
CESPE/CEBRASPE
FCC
VUNESP
FUNCAB
FGV
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 8 
 
 
DISCIPLINA: DIREITO PENAL 
TÓPICO 
(assunto + cobrado) 
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES 
SUBTÓPICOS 
(pontos + cobrados 
do assunto) 
Outras Classificações 
Crimes Comuns, Próprios e de Mão Própria 
Crimes Materiais, Formais e de Mera Conduta 
Crimes Instantâneos e Permanentes 
Crimes de Dano e Crimes de Perigo 
Crimes Plurissubsistentes e Unissubsistentes 
Crimes Plurissubjetivos e Monossubjetivos 
CONCEITOS 
Outras Classificações 
Candidato(a), a classificação doutrinária dos crimes é imensa em nossa 
doutrina (alguns autores trazem mais de vinte distinções). Para facilitar sua 
preparação, abordaremos abaixo aquelas que são as mais cobradas em 
concursos (com exceção das abordadas nos próximos subtópicos). No entanto, 
recomendamos que você procure conhecer todas. 
Qual a diferença entre crime doloso e culposo? 
Concurseiro(a), no crime doloso, o agente quer o resultado ou assume o risco 
de produzi-lo. 
Exemplo: homicídio doloso. 
No crime culposo, o agente dá causa ao resultado por imprudência, negligência 
ou imperícia. 
Exemplo: homicídio culposo no trânsito provocado por distração ao celular. 
O que é crime preterdoloso? 
Combatente, segundo Cezar Roberto Bitencourt1, preterdoloso ou 
preterintencional é o crime cujo resultado é mais grave do que o pretendido pelo 
agente, havendo uma conjugação de dolo (na conduta antecedente) e culpa 
(na subsequente). 
Qual a diferença entre crimes omissivos próprios e impróprios? 
Candidato(a), crimes omissivos próprios possuem um tipo penal específico e 
se consumam com a simples conduta negativa do sujeito, independentemente 
da produção de qualquer consequência posterior. 
A obrigação do agente é de agir e não de evitar o resultado, tratando-se de 
crime de mera conduta; assim, o resultado que eventualmente surgir dessa 
omissão será irrelevante para a consumação do crime, podendo configurar 
uma majorante ou uma qualificadora. 
Exemplo: omissão de socorro. 
Já no crime omissivo impróprio, concurseiro(a), também chamado de 
comissivo por omissão, o tipo penal descreve uma conduta ativa, ou seja, o 
verbo nuclear do tipo descreve uma ação. Nesse caso, o agente não tem 
simplesmente a obrigação de agir, mas a obrigação de agir para evitar um 
resultado, sendo chamado, portanto, de agente garantidor. Trata-se de um 
crime material. 
 
1 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal - Parte geral. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 9 
 
Ressalta-se, no entanto, que somente será atribuída ao agente a 
responsabilidade por sua conduta omissiva se, nas circunstâncias, era possível 
agir para evitar o resultado. 
O que é agente garantidor? 
Combatente, agente garantidor é a pessoa que assume o dever de agir para 
evitar o resultado, cujas hipóteses estão previstas no art. 13, § 2º, do CP: 
1) Obrigação por lei: o agente está obrigado a agir para evitar o resultado por 
expressa imposição da lei. Assim, se o agente se omitir quando lhe era possível 
agir, responderá pelo resultado gerado. 
Exemplo: pais que deixam de alimentar o filho, falecendo a criança de inanição. 
Os pais respondem por homicídio culposo. 
2) Assunção da responsabilidade: nesse caso, a obrigação de agir para evitar 
o resultado não decorre de lei, mas do fato de ter o agente assumido a 
responsabilidade de impedi-lo. 
Exemplo: salva-vidas que, por distração durante o trabalho, não observa um 
banhista se afogando, que vem a falecer. Trata-se de homicídio culposo. 
3) Criação do risco: o agente, com seu comportamento anterior, cria situação 
de perigo para a vítima, ficando obrigado a evitar que ocorra dano ou lesão. 
Exemplo: um aluno veterano, durante um trote acadêmico, sabendo que o 
calouro não sabe nadar, joga-o na piscina. Ele terá o dever de agir para evitar o 
resultado. 
Qual a classificação dos crimes quanto à intenção do agente? 
Combatente, no crime de tendência interna transcendente de resultado cortado 
(separado), o agente espera que ocorra um resultado externo ao tipo penal, 
sem uma conduta adicional sua. 
Exemplo: extorsão mediante sequestro (o pagamento do resgate não precisa 
ocorrer, mas, caso ocorra, será por ato de outrem). 
Por sua vez, no crime de tendência interna transcendente mutilado (atrofiado) 
de dois atos, o agente quer alcançar, após ter praticado o tipo penal, um 
resultado externo e que depende de um ato seu. 
Exemplo: moeda falsa (após falsificar a moeda, o agente espera, ele próprio, 
colocá-la no mercado para auferir vantagens). 
Qual a diferença entre crime de fato permanente e crime de fato 
transeunte? 
Candidato(a), o crime de fato permanente deixa vestígios, tornando 
necessária a realização do exame de corpo de delito. 
Exemplo: lesão corporal. 
O crime de fato transeunte não deixa vestígios, tornando desnecessária a 
realização do exame de corpo de delito. 
Exemplo: injúria. 
Crimes Comuns, Próprios e de Mão Própria 
O que são crimes comuns? 
Candidato(a), crimes comuns são aqueles que podem ser praticados por 
qualquer pessoa. Não se exige uma qualidade especial do sujeito ativo. 
Exemplos: homicídio, furto e roubo. 
O que são crimes próprios? 
Concurseiro(a), crimes próprios são delitos que exigem uma capacidade 
especial do sujeito ativo, não podendo ser praticados por qualquer pessoa. 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 10 
 
O tipo penal limita o círculo do autor. 
Exemplos: peculato (art. 312 do CP: exige a condição de funcionário público); 
omissão de notificação de doença (art. 269 do CP: exige a condição de 
médico); e infanticídio (art. 123 do CP: exige a condição de ser mãe da vítima). 
O que são crimes de mão própria? 
Candidato(a), os crimes de mão própria são ainda mais restritivos que os 
crimes próprios, visto que o sujeito ativo não pode praticá-los por intermédio de 
outrem. 
Exemplos:falsidade de atestado médico (art. 302 do CP) e falso testemunho 
ou falsa perícia (art. 342 do CP). 
Qual a diferença entre crimes próprios e crimes de mão própria? 
Combatente, a distinção entre crime próprio e crime de mão própria é a 
seguinte2: 
Nos crimes próprios, o agente pode valer-se de outras pessoas para executá-
los. 
Já nos crimes de mão própria, embora passíveis de serem cometidos por 
qualquer pessoa, ninguém os pratica por intermédio de outrem. 
Crimes Materiais, Formais e de Mera Conduta 
O que são crimes materiais? 
Combatente, crime material é aquele em que o tipo penal descreve a conduta 
cujo resultado integra o próprio tipo penal; por isso, para a sua consumação é 
indispensável a produção de um resultado naturalístico. 
Exemplo: homicídio, que se consuma com o resultado morte. 
O resultado material que integra a descrição típica pode ser tanto de dano como 
de perigo concreto para o bem jurídico protegido. Além disso, a não ocorrência 
do resultado caracteriza a tentativa3. 
Nos crimes materiais, a conduta e o resultado são cronologicamente separados. 
O que são crimes formais? 
Candidato(a), o crime formal também descreve um resultado, porém, este não 
precisa ocorrer para que haja a consumação. Basta a ação do agente e a 
vontade de concretizá-lo. São chamados de crimes de consumação antecipada, 
pois o legislador se satisfaz com a simples atividade do agente. 
Exemplo: corrupção passiva, que se consuma com a prática de solicitar, 
receber ou aceitar a promessa de vantagem indevida. 
O que são crimes de mera conduta? 
Concurseiro(a), no crime de mera conduta não há previsão de um resultado, 
consumando-se o delito com a simples ação ou omissão do agente. Há uma 
ofensa presumida a bem jurídico. 
Exemplo: violação de domicílio. 
Como ficam os crimes omissivos? 
Candidato(a), os crimes omissivos impróprios são aqueles nos quais o agente 
devia e podia agir para evitar o resultado, mas não o fez. Assim, o agente 
responderá pelo crime que deveria ter evitado (quando ocorrer o resultado). Por 
isso, são crimes materiais. 
Exemplo: salva-vidas que deixa a vítima falecer por afogamento (caso em que 
 
2 MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual de direito penal. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1994. v. 1. p. 129. 
3 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal - Parte geral. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 11 
 
o crime se consumará quando ocorrer o resultado – a morte da vítima). 
Já nos crimes omissivos próprios, há somente a omissão de um dever de agir, 
imposto normativamente, dispensando, em regra, a investigação sobre a 
relação de causalidade naturalística. São delitos de mera conduta. 
Exemplo: omissão de socorro. 
Crimes Instantâneos e Permanentes 
O que são crimes instantâneos? 
Campeão(ã), crime instantâneo é aquele que se esgota com a consumação, 
com a ocorrência do resultado. Não necessariamente a ação será rápida, mas a 
consumação ocorre em determinado momento e não prossegue. 
Exemplo: furto, em que a consumação se dá com a subtração. 
O que são crimes permanentes? 
Candidato(a), no crime permanente, a consumação se alastra no tempo, 
dependendo da ação do agente. 
Exemplo: extorsão mediante sequestro, que perdura durante todo o tempo em 
que a vítima fica privada de sua liberdade. 
O que são crimes instantâneos de efeitos permanentes? 
Concurseiro(a), crime instantâneo de efeitos permanentes é aquele que se 
consuma em determinado momento, porém os efeitos permanecem. 
Exemplo: bigamia (não é possível desfazer o segundo casamento). 
O que é crime de fato permanente? 
Combatente, crime de fato permanente, por sua vez, é aquele que deixa 
vestígios, tornando necessária a realização do exame de corpo de delito. 
Exemplo: homicídio. 
Não confunda crime permanente com crime de fato permanente! 
Crimes de Dano e Crimes de Perigo 
Candidato(a), quanto ao resultado, os crimes podem ser classificados em 
crimes de dano e crimes de perigo. 
O que são crimes de dano? 
Combatente, crimes de dano são aqueles que só se consumam quando houver 
lesão ao bem jurídico tutelado. 
Exemplos: homicídio (lesão à vida), roubo (lesão ao patrimônio), injúria (lesão à 
honra). 
O que são crimes de perigo? 
Concurseiro(a), nos crimes de perigo, o delito se consuma com a simples 
criação de um perigo para o bem jurídico tutelado. 
Exemplo: omissão de socorro (art. 135 do CP). 
Qual a diferença entre perigo individual e perigo coletivo? 
Guerreiro(a), o perigo pode ser individual ou coletivo (comum). Será perigo 
individual quando oferecer risco a uma só pessoa ou a um número 
determinado de pessoas. 
Exemplo: perigo de contágio venéreo (art. 130 do CP). 
Por sua vez, será perigo coletivo (comum) quando expuser ao risco um 
número indeterminado de pessoas. 
Exemplo: incêndio (art. 250 do CP). 
Qual a diferença entre perigo concreto e perigo abstrato? 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 12 
 
Candidato(a), o perigo também pode ser concreto ou abstrato. Perigo concreto 
é aquele que necessita ser comprovado. 
Exemplo: dirigir veículo automotor, em via pública, sem possuir CNH, gerando 
perigo de dano (art. 309 do CTB). É necessário que haja perigo de dano para a 
consumação do crime; não havendo, o fato será atípico. 
Por outro lado, perigo abstrato é aquele que é presumido pela norma, 
dispensando-se um perigo real. 
Exemplo: entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada (art. 
310 do CTB). O agente que entrega a direção pratica crime ainda que o 
condutor não habilitado não gere perigo de dano. 
Crimes Plurissubsistentes e Unissubsistentes 
O que são crimes unissubsistentes? 
Candidato(a), crimes unissubsistentes são aqueles que se realizam com 
apenas um ato: há uma conduta una e indivisível. 
Esses crimes não permitem o fracionamento da conduta. 
Além disso, não se admite a tentativa. 
Exemplos: injúria, ameaça oral e uso de documento falso. 
O que são crimes plurissubsistentes? 
Concurseiro(a), crimes plurissubsistentes, por sua vez, são compostos de vários 
atos que integram a conduta, ou seja, existem fases que podem ser separadas, 
fracionando-se o crime4. 
Admite-se a tentativa e constituem a maioria dos delitos. 
Exemplos: homicídio, furto e roubo. 
Crimes Plurissubjetivos e Monossubjetivos 
O que são crimes monossubjetivos? 
Candidato(a), crimes monossubjetivos (ou unissubjetivos) são aqueles que 
podem ser praticados por uma só pessoa, embora nada impeça a coautoria ou 
participação. 
Exemplos: roubo, estelionato e homicídio. 
Em sendo o crime praticado por duas ou mais pessoas, haverá concurso de 
pessoas. 
O que são crimes plurissubjetivos? 
Concurseiro(a), crimes plurissubjetivos, conforme Bitencourt5, são crimes de 
concurso necessário, isto é, aquele cuja estrutura típica exige o concurso de 
dois ou mais agentes. 
A conduta dos participantes pode ser paralela, na qual todos os criminosos 
possuem o mesmo objetivo. 
Exemplo: associação criminosa. 
Outrossim, a conduta dos participantes pode ser convergente, caso em que 
uma das condutas pode não ser culpável. 
Exemplo: bigamia. 
Por fim, a conduta dos agentes pode ser divergente, em que esses voltam suas 
ações uns contra os outros. 
Exemplo: rixa. 
 
4 MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual de direito penal. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1994. v. 1. p. 128. 
5 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal - Parte geral. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 13 
 
 
4. Classificação dos Crimes 
 4.1) Outras Classificações 
 
 
Concurseiro(a), crime omissivo impróprio é o mesmo que comissivo por omissão. Fique atento(a)! 
 
 
Guerreiro, Cezar Roberto Bitencourt6 leciona que, no crime omissivo impróprio ou comissivo por 
omissão, a omissãoé o meio através do qual o agente produz um resultado. Nestes crimes, o agente 
responde não pela omissão simplesmente, mas pelo resultado decorrente desta, a que estava, 
juridicamente, obrigado a impedir. 
 
 
Quais são as infrações penais que não admitem tentativa? 
Concurseiro(a), não admitem tentativa as seguintes infrações penais: 
1) Contravenções penais: a tentativa não é punível por previsão expressa do art. 4º do Decreto-Lei 
3.688/1941. 
2) Crimes culposos: nos crimes culposos, o resultado é involuntário; logo, não há como admitir-se a 
tentativa. 
3) Crimes omissivos próprios: não admitem a tentativa pois não exigem um resultado naturalístico 
produzido pela omissão, consumando-se com a simples omissão. 
4) Crimes unissubsistentes: são crimes em que é impossível o fracionamento dos atos de execução 
(injúria verbal); logo, é impossível a tentativa. 
5) Crimes habituais: há uma prática reiterada de certos atos que, isoladamente, constituem um 
indiferente penal, como charlatanismo e curandeirismo. 
6) Crimes preterdolosos: considerando que o resultado agravador é causado culposamente, é impossível 
imaginar a tentativa de um resultado não desejado. 
7) Crimes de atentado: não se pode imaginar tentativa de tentativa. 
 
 
 
 
 
 
 
6 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal - Parte geral. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 14 
 
 
 
 
Concurseiro(a), vamos revisar os principais aspectos desse conteúdo para fixá-lo bem: 
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DOS CRIMES 
QUANTO À NATUREZA DO ELEMENTO VOLITIVO 
DOLOSO CULPOSO PRETERDOLOSO 
O agente quer o resultado ou 
assume o risco de produzi-lo. 
Resulta de imprudência, 
negligência ou imperícia. 
Resultado mais grave do que o 
pretendido: há dolo na conduta 
antecedente e culpa na 
subsequente. 
Exemplo: roubo. Exemplo: incêndio culposo. Exemplo: lesão corporal seguida 
de morte. 
QUANTO À CONDUTA DO SUJEITO ATIVO: CRIME COMISSIVO 
PRÓPRIO IMPRÓPRIO 
Há tipo penal específico. Não há norma específica descrevendo a omissão. 
Crime de mera conduta. Crime material. 
O agente tem o dever de agir, não de impedir o 
resultado. 
O agente tem o dever de agir e de impedir o 
resultado. 
Não responde pelo resultado (pode configurar 
majorante ou qualificadora). 
Responde pelo resultado gerado. 
Exemplo: pessoa que presencia uma criança 
abandonada, em situação de risco, e não toma 
nenhuma providência para auxiliá-la, nem mesmo 
aciona as autoridades. 
Exemplos: omissão dos pais em relação aos filhos 
(obrigação por lei); omissão do salva-vidas 
(assumiu o risco); trote acadêmico (criação do 
risco). 
QUANTO AOS VESTÍGIOS 
DE FATO PERMANENTE DE FATO TRANSEUNTE 
Deixa vestígios. Não deixa vestígios. 
Necessário o exame de corpo de delito. Desnecessário o exame de corpo de delito. 
Exemplo: lesão corporal. Exemplo: injúria. 
QUANTO À INTENÇÃO 
SEPARADO ATROFIADO DE DOIS ATOS 
Crime de tendência interna transcendente de 
resultado cortado (separado). 
Crime de tendência interna transcendente mutilado 
(atrofiado) de dois atos. 
O agente espera alcançar um resultado externo ao 
tipo penal, sem sua intervenção. 
O agente quer alcançar um resultado externo e que 
depende de um ato seu. 
Exemplo: extorsão mediante sequestro (o 
pagamento do resgate não precisa ocorrer, mas, 
caso ocorra, será por ato de outrem). 
Exemplo: moeda falsa (após falsificar a moeda, o 
agente espera, ele próprio, colocá-la no mercado 
para auferir vantagens). 
 
 
 
 
 
 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 15 
 
 
Candidato(a), para gabaritar, veja com atenção o resumo a seguir: 
Infrações penais que não admitem tentativa: 
CCHOUPA 
Contravenções penais 
Culposos 
Habituais 
Omissivos próprios 
Unissubsistentes 
Preterdolosos 
Atentado 
 
 
 
Código Penal 
Art. 13, § 2º. A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o 
resultado. O dever de agir incumbe a quem: 
a. tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
b. de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
c. com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. 
(…) 
Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança 
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; 
ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: 
Pena: detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza 
grave, e triplicada, se resulta a morte. 
 
 
 
1. (FGV – 2018 – AL-RO – Advogado – Adaptada) Os crimes previstos no Código Penal e na legislação 
extravagante podem ser classificados levando-se em consideração diversos fatores, como conduta, 
resultado, sujeito ativo, dentre outros. Sobre o tema em questão, de acordo com a jurisprudência 
majoritária dos Tribunais Superiores, julgue o item a seguir. 
Os crimes classificados como não transeuntes são aqueles que deixam vestígios. 
Certo ou Errado 
 
2. (CESPE/CEBRASPE – 2018 – PC-MA – Delegado de Polícia Civil – Adaptada) No que se refere à 
classificação dos crimes, julgue o item seguinte. 
Os crimes omissivos impróprios se perfazem com a mera abstenção da realização de um ato, 
independentemente de um resultado posterior. 
Certo ou Errado 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 16 
 
 
3. (CESPE/CEBRASPE – 2016 – Polícia Científica/PE – Perito Papiloscopista e Auxiliar – Adaptada) 
No que tange à classificação dos crimes, julgue o item a seguir. 
Admite-se a tentativa nos crimes omissivos próprios. 
Certo ou Errado 
 
4. (CESPE/CEBRASPE – 2010 – MPE-RO – Promotor de Justiça – Adaptada) Com relação ao direito 
penal, julgue o item a seguir. 
No tocante aos delitos de intenção, assim conceituados por parte da doutrina, há as intenções especiais, 
que dão lugar aos atos denominados delitos de resultado cortado, tais como o crime de extorsão mediante 
sequestro, e os atos denominados delitos mutilados de dois atos, tais como o crime de moeda falsa. 
Certo ou Errado 
 
 
1. COMENTÁRIO: concurseiro(a), essa interessante questão da FGV, baseada na Doutrina, aborda o 
reconhecimento dos crimes de fato transeunte. 
Vamos ao conteúdo da questão: combatente, conforme estudamos, crime não transeunte (permanente) é 
aquele que deixa vestígio material. 
O item está certo. 
 
2. COMENTÁRIO: candidato(a), essa questão, baseada na Doutrina, exige conhecimento sobre a 
identificação dos crimes omissivos impróprios. 
Vamos ao conteúdo da questão: cuidado, concurseiro(a)! Crime omissivo impróprio (comissivo por 
omissão) é aquele em que o agente deixa de evitar o resultado quando podia e devia agir. Sua 
consumação se dá no momento em que ocorre o resultado naturalístico. Portanto, não se perfazem com a 
mera abstenção da realização de um ato, pois dependem de um resultado posterior. 
O item está errado. 
 
3. COMENTÁRIO: concurseiro(a), essa questão, baseada na Doutrina, aborda a inadmissibilidade da 
tentativa nos crimes omissivos próprios. 
Vamos ao conteúdo da questão: combatente, os crimes omissivos próprios não admitem a tentativa pois 
não exigem um resultado naturalístico produzido pela omissão, consumando-se com a simples omissão. 
O item está errado. 
 
4. COMENTÁRIOS: combatente, a questão, baseada na Doutrina, exige do(a) candidato(a) conhecimento 
sobre os crimes de intenção. 
Vamos ao conteúdo da questão: candidato(a), no crime de intenção, o sujeito ativo quer um resultado 
dispensável para a consumação. Pode ser de duas espécies: 
1) Crime de resultado cortado: o resultado (dispensável) visado dependerá de ato de terceiro e não do 
próprio sujeitoativo. 
Exemplo: extorsão mediante sequestro. 
2) Crime mutilado de dois atos: a ocorrência do resultado (dispensável) está na esfera de decisão e 
atuação do próprio agente. 
Exemplo: moeda falsa. 
O item está certo. 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 17 
 
 
 4.2) Crimes Comuns, Próprios e de Mão Própria 
 
 
Guerreiro(a), nos crimes de mão própria, não se admite coautoria, apenas participação, tendo em vista 
que só podem ser cometidos diretamente pela pessoa. 
 
 
Guerreiro(a), o Superior Tribunal de Justiça (HC 30.858/RS7) já firmou compreensão no sentido de que, 
apesar de o crime de falso testemunho ser de mão própria, pode haver a participação do advogado no seu 
cometimento. 
 
 
Guerreiro(a), vamos diferenciar para não confundir: 
CRIMES 
COMUNS PRÓPRIOS DE MÃO PRÓPRIA 
Podem ser praticados por 
qualquer pessoa. 
Não podem ser praticados por 
qualquer pessoa. 
Podem ser praticados por 
qualquer pessoa. 
Não exigem uma qualidade 
especial do sujeito ativo. 
Exigem uma qualidade especial 
do sujeito ativo. 
Só pode ser praticado pelo 
agente pessoalmente. 
O agente pode valer-se de 
terceiros para praticar o crime. 
O agente pode valer-se de 
terceiros para praticar o crime. 
O agente não pode valer-se de 
terceiros para praticar o crime. 
Exemplo: homicídio. Exemplo: peculato. Exemplo: falso testemunho. 
 
 
Candidato(a), para gabaritar, confira o conteúdo a seguir: 
1) Crime comum: 
1.1) Pode ser praticado por qualquer pessoa. 
1.2) Admite coautoria e participação. 
2) Crime próprio: 
2.1) O tipo penal exige qualidade ou condição especial do agente. 
2.2) Admite coautoria e participação. 
3) Crime de mão própria: 
3.1) O tipo penal exige qualidade ou condição especial do agente. 
3.2) Só admite participação. 
3.3) Só pode ser praticado pelo próprio agente. 
 
 
7 STJ, HC 30.858/RS, Sexta Turma, julgado em 12/06/2006, rel. Min. Paulo Gallotti. 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 18 
 
 
Código Penal 
Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: 
Pena: detenção, de dois a seis anos. 
(…) 
Art. 269. Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória: 
Pena: detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
(…) 
Art. 301. Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que habilite 
alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra 
vantagem: 
Pena: detenção, de dois meses a um ano. 
(…) 
Art. 302. Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso: 
Pena: detenção, de um mês a um ano. 
(…) 
Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou 
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: 
Pena: reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
(…) 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor 
ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: 
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
 
1. (VUNESP – 2019 – TJ-RS – Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento) É crime 
próprio quanto ao sujeito: 
a) adulteração de peça filatélica (CP, art. 303). 
b) falsidade material de atestado ou certidão (CP, art. 301, § 1º). 
c) falsidade ideológica (CP, art. 299). 
d) falsificação de sinal público (CP, art. 296, I). 
e) atestado ideologicamente falso (CP, art. 301). 
 
2. (NC-UFPR – 2017 – UFPR – Administrador) Em relação aos crimes contra a Administração Pública, 
julgue o item seguinte. 
São crimes próprios quanto ao sujeito ativo peculato, corrupção passiva e concussão. 
Certo ou Errado 
 
3. (CESGRANRIO – 2018 – Transpetro – Advogado Júnior) O crime de falso reconhecimento de firma 
ou letra, inscrito no Código Penal, em relação ao sujeito ativo, é considerado crime 
a) comum 
b) simples 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 19 
 
c) próprio 
d) adequado 
e) continuado 
 
4. (FUNCAB – 2013 – PC-ES – Perito Criminal) Em relação à classificação dos crimes, julgue o item a 
seguir. 
São classificados como crimes comum, próprio e de mão própria, respectivamente, estelionato, infanticídio 
e falso testemunho. 
Certo ou Errado 
 
 
1. COMENTÁRIOS: concurseiro(a), essa questão, baseada na Legislação e na Doutrina, aborda a 
identificação de crime próprio. 
Vamos analisar a questão! 
Combatente, o art. 301 do CP dispõe: atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou 
circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, 
ou qualquer outra vantagem. 
Assim, podemos perceber que se trata de crime próprio, ou seja, não é qualquer pessoa que pode 
cometê-lo. Exige-se uma qualidade especial do sujeito ativo, que, nesse caso, é ser funcionário público no 
exercício das suas funções. 
Alternativa correta: letra “e”. 
A alternativa “a” está errada. Candidato(a), o delito de adulteração de peça filatélica (art. 303 do CP) é 
crime comum, visto que não exige uma qualidade especial do sujeito ativo. 
A alternativa “b” está errada. Concurseiro(a), o crime de falsidade material de atestado ou certidão (art. 
301, § 1º, do CP) é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. 
A alternativa “c” está errada. Combatente, visto que não exige uma qualidade especial do sujeito ativo, o 
delito de falsidade ideológica (art. 299 do CP) é crime comum. 
A alternativa “d” está errada. Candidato(a), o delito de falsificação de sinal público (art. 296, I, do CP) é 
crime comum. 
 
2. COMENTÁRIO: combatente, a questão, baseada na Legislação e na Doutrina, exige do(a) 
candidato(a) conhecimento a respeito dos crimes próprios. 
Vamos ao conteúdo da questão: candidato(a), todos os delitos mencionados no item (peculato, corrupção 
passiva e concussão) são crimes próprios, visto que exigem que o sujeito ativo seja detentor de uma 
condição especial para que ocorra o crime, ou seja, ser funcionário público. 
O item está certo. 
 
3. COMENTÁRIOS: concurseiro(a), essa questão, baseada na Doutrina, aborda as normas referentes ao 
crime próprio. 
Vamos analisar a questão! 
Combatente, estudamos que crime próprio é aquele que exige uma qualidade ou condição especial do 
sujeito ativo. O sujeito ativo do crime descrito na questão (falso reconhecimento de firma ou letra) é aquele 
que está no exercício da função pública. Desse modo, trata-se de crime próprio. 
Alternativa correta: letra “c”. 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 20 
 
A alternativa “a” está errada. Candidato(a), crime comum é aquele que pode ser praticado por qualquer 
pessoa, o que não é o caso do delito em questão. 
A alternativa “b” está errada. Concurseiro(a), crime simples é aquele que, mediante a análise da figura 
típica, conseguimos visualizar uma única infração penal, que é justamente aquela por ela própria criada. 
A alternativa “d” está errada. Combatente, não existe a classificação “crime adequado”. 
A alternativa “e” está errada. Candidato(a), crime continuado é quando o agente, mediante mais de uma 
ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e nas mesmas condições de tempo, 
lugar, maneira de execução e outras semelhantes. 
 
4. COMENTÁRIO: combatente, a questão, baseada na Legislação e na Doutrina, trata dos crimes 
comum, próprio e de mão própria. 
Vamos ao conteúdo da questão: candidato(a), crime comum é aquele cujo tipo penal não exige qualidade 
ou condição especial do agente, como estelionato. 
Crime próprio, por sua vez, é aquele em que o tipopenal exige qualidade ou condição especial do agente, 
como o infanticídio (ser mãe da vítima). 
Por fim, crime de mão própria é aquele cujo tipo penal também exige qualidade ou condição especial do 
agente, porém só pode ser praticado pessoalmente pelo agente, como falso testemunho. 
O item está certo. 
 4.3) Crimes Materiais, Formais e de Mera Conduta 
 
 
Quando se dá a consumação dos crimes de concussão e corrupção passiva? 
Candidato(a), os delitos de concussão e corrupção passiva são crimes formais. Por isso, consumam-se 
com a prática de exigir, solicitar, receber ou aceitar a promessa de vantagem indevida. 
Caso o agente não venha a receber a vantagem, o crime ainda assim estará consumado. 
 
 
Guerreiro(a), o autor Julio Mirabete8 leciona que o resultado a ser verificado nos crimes materiais deve 
ser considerado de acordo com o sentido naturalístico da palavra, e não com relação ao seu conteúdo 
jurídico, pois todos os crimes provocam lesão ou perigo para o bem jurídico. 
 
 
Combatente, vamos conferir o teor da Súmula 96 do STJ9: “o crime de extorsão consuma-se 
independentemente da obtenção da vantagem indevida”. Isso porque o crime de extorsão é um crime 
formal, que se consuma com o ato de constranger alguém a fazer, tolerar que faça ou deixar de fazer 
algo, mediante violência ou grave ameaça, no intuito de obter indevida vantagem econômica. Por isso, 
eventual recebimento da vantagem configura mero exaurimento do delito. 
 
8 MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual de direito penal. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1994. v. 1. p. 128. 
9 STJ, Terceira Seção, julgado em 03/03/1994. 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 21 
 
Além disso, verifique a Súmula 500 do STJ10: “a configuração do crime do art. 244-B do ECA independe 
da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal”. 
Por fim, segundo a Súmula Vinculante 24 do STF11, “não se tipifica crime material contra a ordem 
tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo”. 
Ou seja, tal delito somente se consuma após o lançamento definitivo do tributo. 
 
 
Concurseiro(a), vamos revisar o tema estudado: 
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES 
QUANTO AO RESULTADO 
MATERIAL FORMAL DE MERA CONDUTA 
Há um resultado naturalístico 
indispensável à consumação. 
A lei prevê um resultado, que 
não precisa ocorrer. 
A lei não prevê um resultado. 
O resultado naturalístico é 
necessário. 
O resultado naturalístico é 
possível. 
Não há resultado naturalístico. 
Exemplo: homicídio (resultado: 
morte da vítima). 
Exemplo: extorsão mediante 
sequestro (o recebimento da 
vantagem não é indispensável à 
consumação). 
Exemplo: violação de domicílio 
(consuma-se com a simples 
ação do agente de entrar em 
casa alheia de forma 
clandestina). 
 
Candidato(a), para gabaritar, cuide para não confundir: 
1) Crime material: 
Conduta + Resultado necessário (consumação) 
2) Crime formal: 
Conduta (consumação) + Resultado possível 
3) Crime de mera conduta: 
Conduta (apenas): não há previsão de resultado 
 
 
Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA 
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração 
penal ou induzindo-o a praticá-la: 
Pena: reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
§ 1º. Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-
se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. 
§ 2º. As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a infração 
cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990. 
(…) 
 
 
10 STJ, Terceira Seção, julgado em 23/10/2013. 
11 STF, Plenário, julgado em 02/12/2009. 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 22 
 
Lei nº 8.137/90 
Art. 1°. Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e 
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: 
I. omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias; 
II. fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer 
natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal; 
III. falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à 
operação tributável; 
IV. elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; 
V. negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda 
de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a 
legislação. 
Pena: reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
 
1. (FCC – 2015 – TJ/GO – Juiz Substituto) Segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de 
Justiça, os crimes de extorsão e de corrupção de menores são de natureza 
a) material e de mera conduta, respectivamente. 
b) formal. 
c) formal e material, respectivamente. 
d) material e formal, respectivamente. 
e) material. 
 
2. (CESPE/CEBRASPE – 2006 – DPE-DF – Procurador - Assistência Judiciária - Segunda Categoria – 
Adaptada) Acerca da ação penal nos crimes contra os costumes, julgue o item a seguir. 
A prática de corrupção passiva configura um crime formal. 
Certo ou Errado 
 
3. (VUNESP – 2014 – Prefeitura de São José do Rio Preto/SP – Auditor Fiscal Tributário Municipal) 
Não se tipifica ______ contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90 ____. 
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do trecho. 
a) crime formal … antes do lançamento definitivo do tributo 
b) crime formal … sem que haja dolo ou culpa do contribuinte 
c) crime material … antes do lançamento definitivo do tributo 
d) crime material … sem que haja dolo ou culpa do contribuinte 
e) qualquer crime … sem que tenha havido autuação fiscal 
 
4. (CESPE/CEBRASPE – 2018 – SEFAZ-RS – Técnico Tributário da Receita Estadual - Prova 2 – 
Adaptada) O único tipo de crime que se consuma com a ocorrência do resultado naturalístico é o crime 
material. 
Certo ou Errado 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 23 
 
 
1. COMENTÁRIOS: concurseiro(a), essa questão, baseada em Súmulas do STJ, exige conhecimento 
sobre o entendimento da Corte Superior a respeito da classificação de alguns crimes quanto ao resultado. 
Vamos analisar a questão! 
Combatente, vimos que o crime de extorsão é formal (Súmula 96 do STJ), assim como o delito de 
corrupção de menores (Súmula 500 do STJ). 
Alternativa correta: letra “b”. 
A alternativa “a” está errada. Candidato(a), material é o crime que depende de um resultado naturalístico, 
enquanto de mera conduta é o delito que não possui a possibilidade de ocorrência de resultado. 
A alternativa “c” está errada. Concurseiro(a), cuidado! De fato, o crime de extorsão é formal, porém o delito 
de corrupção de menores não é material, mas sim formal também (Súmula 500 do STJ). 
A alternativa “d” está errada. Combatente, conforme vimos, o delito de extorsão é formal, não material. 
A alternativa “e” está errada. Candidato(a), ambos os delitos (extorsão e corrupção de menores) são de 
natureza formal. 
 
2. COMENTÁRIO: combatente, a questão, baseada na Doutrina, aborda a classificação, quanto ao 
resultado, do delito de corrupção passiva. 
Vamos ao conteúdo da questão: candidato(a), conforme estudamos, o crime de corrupção passiva é 
formal, pois se consuma com a simples prática da conduta (também chamado de crime de consumação 
antecipada). 
O item está certo. 
 
3. COMENTÁRIOS: concurseiro(a), a questão, baseada em Súmula do STF, aborda a caracterização do 
delito de sonegaçãofiscal. 
Vamos analisar a questão! 
Combatente, vejamos a Súmula Vinculante 24 do STF: não se tipifica crime material contra a ordem 
tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo. 
Ou seja, os incisos I a IV do art. 1º dessa lei contém crimes materiais. 
Alternativa correta: letra “c”. 
A alternativa “a” está errada. Candidato(a), conforme vimos, os delitos previstos nesses dispositivos são 
materiais. 
A alternativa “b” está errada. Concurseiro(a), além de esses crimes serem materiais, a Súmula Vinculante 
24 do STF prescreve que tais delitos não se tipificam antes do lançamento definitivo do tributo. 
A alternativa “d” está errada. Combatente, a primeira parte está correta. A pegadinha está na segunda 
parte: tais delitos não se tipificam antes do lançamento definitivo do tributo. 
A alternativa “e” está errada. Candidato(a), não se trata de “qualquer crime”, mas sim de crime material, e 
os delitos não se tipificam antes do lançamento definitivo do tributo. 
 
4. COMENTÁRIO: combatente, a questão, baseada na Doutrina, aborda a classificação de crimes quanto 
ao resultado. 
Vamos ao conteúdo da questão: candidato(a), crimes materiais são aqueles em que o tipo penal 
descreve conduta e resultado naturalístico (necessária modificação no mundo exterior), sendo 
indispensável a sua ocorrência para haver consumação. A conduta e o resultado são cronologicamente 
separados. 
O item está certo. 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 24 
 
 
 4.4) Crimes Instantâneos e Permanentes 
 
 
Concurseiro(a), aspecto fundamental em relação aos crimes permanentes é o flagrante delito. Segundo o 
art. 303 do CPP, nas infrações permanentes, o agente estará em flagrante delito enquanto não cessar a 
permanência. Ou seja, enquanto perdurar a permanência do crime, o agente ficará sujeito a ser preso em 
flagrante delito. 
Ademais, a cessação da permanência também configura um termo inicial de prescrição antes de transitar 
em julgado a sentença (art. 111, III, do CP). 
 
 
Qual lei é aplicada a crime permanente em caso de nova lei penal mais gravosa? 
Combatente, vamos conferir o teor da Súmula 711 do STF12: “a lei penal mais grave aplica-se ao crime 
continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da 
permanência”. 
Ou seja, caso o agente pratique um crime permanente, como sequestro, e antes da cessação da 
permanência entre em vigor nova lei penal mais grave, esta será aplicada. 
Como se classifica o crime de estelionato previdenciário? 
Candidato(a), segundo o entendimento firmado diversas vezes pelo STF, a exemplo do HC 101.999/RS13, 
em tema de estelionato previdenciário, há natureza binária da infração. 
Isso porque se distingue entre a situação fática daquele que comete uma falsidade para permitir que 
outrem obtenha a vantagem indevida, daquele que, em interesse próprio, recebe o benefício ilicitamente. 
O agente que perpetra a fraude pratica crime instantâneo de efeitos permanentes, cuja consumação se 
dá no pagamento da primeira prestação do benefício indevido. 
Já o agente beneficiário da fraude pratica crime de natureza permanente, cuja execução se prolonga no 
tempo, renovando-se a cada parcela percebida. Nesse caso, a consumação ocorre apenas quando cessa 
o recebimento indevido das prestações. 
 
Combatente, vamos revisar para fixar o conteúdo: 
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES 
QUANTO AO TEMPO DE EXECUÇÃO 
INSTANTÂNEO PERMANENTE 
Esgota-se com a consumação. A consumação se alastra no tempo. 
Não necessariamente a ação será rápida, mas a 
consumação ocorre em um momento e não 
prossegue. 
A consumação depende da ação do agente. 
Exemplo: homicídio (esgota-se o crime com a 
morte da vítima). 
Exemplo: sequestro (há crime durante todo o 
período de privação da liberdade da vítima). 
 
12 STF, Plenário, julgado em 24/09/2003. 
13 STF, HC 101.999/RS, Primeira Turma, Relator Ministro Dias Toffoli, julgado em 24/05/2011. 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 25 
 
 
Candidato(a), para gabaritar, confira o conteúdo a seguir: 
Não confunda crime permanente com crime continuado! 
1) Crime permanente: criiimmmeee 
2) Crime continuado: crime + crime + crime... 
 
 
Código Penal 
Art. 111. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: 
(…) 
III. nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; 
(…) 
Código Processual Penal 
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a 
permanência. 
 
 
1. (FUNCAB – 2013 – PC-ES – Perito Criminal) Assinale a alternativa que corresponde a crime 
permanente: 
a) cárcere privado. 
b) homicídio. 
c) roubo. 
d) lesão corporal. 
e) estelionato. 
 
2. (CESPE/CEBRASPE – 2018 – EMAP – Analista Portuário) A respeito da aplicação da lei penal, julgue 
o item a seguir. 
Situação hipotética: João cometeu crime permanente que teve início em fevereiro de 2011 e fim em 
dezembro desse mesmo ano. Em novembro de 2011, houve alteração legislativa que agravou a pena do 
crime por ele cometido. Assertiva: Nessa situação, deve ser aplicada a lei que prevê pena mais benéfica 
em atenção ao princípio da irretroatividade da lei penal mais gravosa. 
Certo ou Errado 
 
3. (PGR – 2013 – PGR – Procurador da República) J, que nunca gostou muito de trabalhar e contando 
somente com 15 anos de serviço, resolveu se aposentar. Pediu então a seu amigo K, servidor do INSS 
encarregado da habilitação de benefícios no posto Pavuna/RJ, que lhe conseguisse a aposentação. K, que 
já havia habilitado alguns benefícios irregulares antes, resolve ajudar e insere no sistema da previdência 
social dados falsos de vínculos empregatícios, totalizando os 35 anos necessários à concessão do 
benefício de aposentadoria de J. Este começou a receber o benefício indevido em 01/09/2009 e continuou 
a recebê-lo ininterruptamente até junho de 2013, quando a força-tarefa composta de auditores do INSS e 
membros do MPF, auditando as concessões efetuadas no posto Pavuna/RJ, descobre a fraude e o 
cancela. Diante disso e considerando a sólida jurisprudência dos tribunais superiores é correto afirmar 
que: 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 26 
 
a) As condutas de J e de K configuram crime instantâneo de efeitos permanentes. 
b) A conduta de J configura crime permanente e a de K crime instantâneo. 
c) A conduta de J configura crime permanente e a de K crime instantâneo de efeitos permanentes. 
d) As condutas de J e de K configuram crime permanente. 
 
4. (CESPE/CEBRASPE – 2018 – PC-MA – Delegado de Polícia Civil) No que se refere à classificação 
dos crimes, julgue o item a seguir. 
Nos crimes instantâneos de efeitos permanentes, a consumação do crime perdura até quando o sujeito 
quiser. 
Certo ou Errado 
 
 
1. COMENTÁRIOS: concurseiro(a), essa questão, baseada na Doutrina, exige do(a) candidato(a) a 
identificação de crime permanente. 
Vamos analisar a questão! 
Combatente, crime permanente é aquele cujo momento da consumação se prolonga no tempo por 
vontade do agente, como acontece no crime de sequestro e cárcere privado (art. 148 do CP), que se 
consuma com a retirada da liberdade da vítima, mas o delito continua consumando-se enquanto a vítima 
permanecer em poder do agente. 
Alternativa correta: letra “a”. 
A alternativa “b” está errada. Candidato(a), conforme vimos, o crime de homicídio é instantâneo, uma vez 
que a consumação se encerra com a morte da vítima e não se prolonga. 
A alternativa “c” está errada. Concurseiro(a), o crime de roubo é instantâneo, uma vez que a consumação 
se encerra com a subtração. 
A alternativa “d” está errada. Combatente, o crime de lesão corporal é instantâneo, uma vez que a 
consumação nãose prolonga. 
A alternativa “e” está errada. Candidato(a), o crime de estelionato é instantâneo, uma vez que a 
consumação não se prolonga (encerra com a obtenção da vantagem). 
 
2. COMENTÁRIO: candidato(a), a questão, baseada em Súmula do STF, exige conhecimento sobre a 
aplicação da lei penal em caso de crime permanente. 
Vamos ao conteúdo da questão: cuidado, concurseiro(a)! Sendo o crime permanente, aplica-se a lei penal 
mais grave. Não se trata de “retroatividade da lei gravosa”, pois a lei mais grave, nesse caso, não é 
posterior ao crime (Súmula 711 do STF). 
O item está errado. 
 
3. COMENTÁRIOS: concurseiro(a), essa interessante questão do Cebraspe, baseada na Jurisprudência, 
aborda a classificação dos crimes de estelionato previdenciário e inserção de dados falsos em sistema. 
Vamos analisar a questão! 
Combatente, conforme estudamos, em tema de estelionato previdenciário, o agente que perpetra a fraude 
contra a Previdência Social recebe tratamento jurídico-penal diverso daquele que, ciente da fraude, figura 
como beneficiário das parcelas. É o que a jurisprudência do STF denomina de “natureza binária” da 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 27 
 
infração (HC 104.880/RS14). 
O agente que perpetra a fraude (no caso da questão, K) pratica crime instantâneo de efeitos permanentes, 
cuja consumação se dá no pagamento da primeira prestação do benefício indevido. 
Já o agente beneficiário da fraude (no caso da questão, J) pratica crime de natureza permanente, cuja 
execução se prolonga no tempo, renovando-se a cada parcela percebida. Nesse caso, a consumação 
ocorre apenas quando cessa o recebimento indevido das prestações. 
Alternativa correta: letra “c”. 
A alternativa “a” está errada. Candidato(a), conforme vimos, J praticou crime permanente. 
A alternativa “b” está errada. Combatente, cuidado! K praticou crime instantâneo de efeitos permanentes. 
A alternativa “d” está errada. Concurseiro(a), vimos acima que K praticou crime instantâneo de efeitos 
permanentes. 
 
4. COMENTÁRIO: combatente, a questão, baseada na Doutrina, aborda a perpetuação dos crimes 
instantâneos de efeitos permanentes. 
Vamos ao conteúdo da questão: candidato(a), no crime instantâneo de efeitos permanentes, a 
consumação é imediata, mas o resultado se prolonga no tempo independentemente da vontade do 
agente. 
O item está errado. 
 4.5) Crimes de Dano e Crimes de Perigo 
 
 
Combatente, é importante atentar-se para uma nomenclatura a respeito dos crimes de perigo abstrato, 
muito cobrados nos concursos. 
Esses são crimes de perigo potencial, visto que não exigem um perigo efetivo, concreto para sua 
consumação. Basta a potencialidade de um dano ou lesão. 
 
 
Combatente, vejamos o que diz a Súmula 575 do STJ15:“constitui crime a conduta de permitir, confiar ou 
entregar a direção de veículo automotor a pessoa que não seja habilitada, ou que se encontre em 
qualquer das situações previstas no art. 310 do CTB, independentemente da ocorrência de lesão ou de 
perigo de dano concreto na condução do veículo”. 
Ademais, o STJ vem entendendo que os crimes ambientais tipificados na Lei nº 9.605/1998 são de perigo 
abstrato, conforme podemos perceber do julgamento do RHC 89.461/AM16: 
"(...) O crime previsto no art. 60 da Lei n. 9.605/98 é de perigo abstrato, do qual não se exige prova do 
dano ambiental, sendo certo que a conduta ilícita se configura com a mera inobservância ou 
descumprimento da norma, pois o dispositivo em questão pune a conduta do agente que pratica atividades 
potencialmente poluidoras, sem licença ambiental (...)". 
 
14 STF, HC 101.999/RS, Primeira Turma, Relator Ministro Dias Toffoli, julgado em 24/05/2011. 
15 STJ, Terceira Seção, julgado em 22/06/2016. 
16 STJ, Recurso em Habeas Corpus 89.461/AM, Quinta Turma, Relator Ministro Felix Fischer, publicado no DJe 25/05/2018. 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 28 
 
 
Concurseiro(a), vamos revisar os principais aspectos desse conteúdo para fixá-lo bem: 
CRIMES DE 
DANO PERIGO 
Só se consumam quando houver lesão ao bem 
jurídico tutelado. 
Consuma-se com a simples criação de um perigo 
para o bem jurídico tutelado. 
É necessária a ocorrência de um dano. Perigo concreto: necessita ser comprovado. 
Exemplos: homicídio (lesão à vida), roubo (lesão 
ao patrimônio) e injúria (lesão à honra). 
Exemplo: dirigir carro em via pública sem possuir 
CNH, gerando perigo de dano. 
Perigo abstrato: é presumido pela norma. 
Exemplo: entregar a direção de um carro a pessoa 
não habilitada. 
 
Candidato(a), para gabaritar, confira o conteúdo a seguir: 
Crimes de perigo: 
1) Abstrato: perigo potencial. 
2) Concreto: perigo real. 
 
 
Código Penal 
Art. 130. Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia 
venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado: 
Pena: detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
(…) 
Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada 
ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, 
nesses casos, o socorro da autoridade pública: 
Pena: detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza 
grave, e triplicada, se resulta a morte. 
(…) 
Art. 250. Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem: 
Pena: reclusão, de três a seis anos, e multa. 
(…) 
Código de Trânsito Brasileiro 
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, 
ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano: 
Penas: detenção, de seis meses a um ano, ou multa. 
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, com 
habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, 
física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança: 
Penas: detenção, de seis meses a um ano, ou multa. 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 29 
 
 
1. (CESGRANRIO – 2012 – Caixa Econômica Federal – Advogado) Um comerciante, com exploração 
de mercearia no município Y, é surpreendido pela fiscalização dos órgãos de proteção ao consumidor, que 
lograram autuá-lo pela exposição de mercadorias com prazo de validade vencido. Consoante a normativa 
aplicável ao caso, trata-se de tipo vinculado a crime 
a) próprio 
b) material 
c) omissivo 
d) de dano 
e) de perigo 
 
2. (CESPE/CEBRASPE – 2014 – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo - Consultor 
Legislativo Área XI) No que diz respeito a noções gerais aplicadas no âmbito do direito penal, julgue o 
próximo item. 
A jurisprudência dominante admite os crimes de perigo abstrato ou presumido, por considerar lícito ao 
legislador dispensar o perigo como elementar do tipo, sempre que a experiência cotidiana revelar que a 
ação incriminada é perigosa, demonstrando-se justificada a construção legal. 
Certo ou Errado 
 
3. (IBFC – 2013 – PC-RJ – Oficial de Cartório – Adaptada) Considerando a classificação doutrinária 
dada às infrações penais, analise a assertiva a seguir. 
Crime de perigo é aquele cuja consumação se caracteriza com a mera probabilidade de lesão ao bem 
jurídico protegido pela norma penal. 
 
4. (CESPE/CEBRASPE – 2009 – TRF/5ª REGIÃO – Juiz Federal – Adaptada) Considerando a parte 
geral do direito penal, julgue o seguinte item. 
Subdividem-se os crimes de perigo em crimes de perigo concreto e crimes de perigo abstrato, 
diferenciando-se um do outro porque naqueles há a necessidade da demonstração da situação de risco 
sofrida pelo bem jurídico penal protegido,o que somente pode ser reconhecível por uma valoração 
subjetiva da probabilidade de superveniência de um dano. Por outro lado, no crime de perigo abstrato, há 
uma presunção legal do perigo, que, por isso, não precisa ser provado. 
Certo ou Errado 
 
 
 
1. COMENTÁRIOS: concurseiro(a), essa questão, baseada na Doutrina, aborda a classificação dos 
crimes a partir de uma situação hipotética. 
Vamos analisar a questão! 
Combatente, crime de perigo é aquele que se consuma com a mera situação de risco a que fica exposto 
o bem jurídico tutelado pela norma penal. É o caso da exposição de mercadorias com prazo de validade 
vencido (crime de perigo abstrato), uma vez que o legislador presume o perigo para o bem jurídico 
protegido. 
Alternativa correta: letra “e”. 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 30 
 
A alternativa “a” está errada. Candidato(a), crimes próprios são aqueles que só podem ser cometidos por 
determinadas pessoas, tendo em vista que o tipo penal exige certa característica do sujeito ativo. 
Exemplo: infanticídio, que só pode ser cometido pela mãe, sob influência do estado puerperal. 
A alternativa “b” está errada. Concurseiro(a), crime material é aquele em que a lei descreve uma ação e 
um resultado e exige a ocorrência deste para que o delito se consume. 
Exemplo: homicídio, que o exige o resultado morte. 
A alternativa “c” está errada. Combatente, crime omissivo é aquele que se configura por um deixar de agir, 
por um não fazer quando era esperado que algo fosse feito, podendo ser próprio ou impróprio. 
A alternativa “d” está errada. Candidato(a), crime de dano é aquele que pressupõe a efetiva lesão ao bem 
jurídico tutelado. 
Exemplo: furto, em que se lesiona o patrimônio da vítima. 
 
2. COMENTÁRIO: combatente, a questão, baseada na Legislação e na Doutrina, aborda a 
admissibilidade dos crimes de perigo abstrato. 
Vamos ao conteúdo da questão: candidato(a), boa parte da doutrina e a jurisprudência amplamente 
dominante admitem os crimes de perigo abstrato ou presumido. Isso porque, quando a conduta tipificada 
for perigosa, é dispensável que o perigo seja elementar do tipo. 
O item está certo. 
 
3. COMENTÁRIO: concurseiro(a), essa questão, baseada na Doutrina, aborda as normas referentes aos 
crimes de perigo. 
Vamos analisar a questão! 
Combatente, estudamos que, nos crimes de perigo, não é necessária a produção de um resultado para 
consumar-se o crime, visto que a norma descreve a conduta que configura um risco social, podendo ser 
um risco concreto ou abstrato. 
O item está certo. 
 
4. COMENTÁRIO: combatente, a questão, baseada na Doutrina, aborda a diferença entre os crimes de 
perigo concreto e os crimes de perigo abstrato. 
Vamos ao conteúdo da questão: candidato(a), crimes de perigo são aqueles que se consumam com a 
mera exposição do bem jurídico penalmente tutelado a uma situação de perigo, ou seja, basta a 
probabilidade de dano. 
Subdividem-se em: 
1) Crimes de perigo abstrato: consumam-se com prática da conduta, automaticamente, não se exigindo a 
comprovação da produção da situação de perigo. 
2) Crimes de perigo concreto: consumam-se com a efetiva comprovação, no caso concreto, da ocorrência 
da situação de perigo. 
O item está certo. 
 
 
 
 
 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 31 
 
 4.6) Crimes Plurissubsistentes e Unissubsistentes 
 
 
Concurseiro(a), não confunda os crimes unissubsistentes e plurissubsistentes com os crimes 
unissubjetivos (ou monossubjetivos) e plurissubjetivos! 
Qual a diferença? 
É simples, candidato(a): 
1) Unissubsistente: crime de apenas um ato. 
2) Plurissubsistente: crime composto de vários atos. 
3) Unissubjetivo: pode ser praticado por apenas um agente. 
4) Plurissubjetivo: exige a conduta de dois ou mais agentes. 
 
 
Concurseiro, Cezar Roberto Bitencourt17 leciona que os delitos formais (para aqueles que aceitam esta 
classificação) e de mera conduta, de regra, são unissubsistentes. 
Por sua vez, segundo o autor, os crimes materiais, em geral, são plurissubsistentes. 
 
 
Concurseiro(a), vamos revisar o tema estudado: 
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES 
UNISSUBSISTENTES PLURISSUBSISTENTES 
Realizam-se com apenas um ato. Compostos de vários atos. 
Há uma conduta uma e indivisível. Existem várias fases do delito. 
Não permitem o fracionamento da conduta. Permitem o fracionamento da conduta. 
Não admitem a tentativa. Admitem a tentativa. 
Exemplos: injúria, ameaça oral e uso de 
documento falso. 
Exemplos: homicídio, furto e roubo. 
 
 
 
Candidato(a), para gabaritar, cuide para não confundir: 
1) Unissubsistente: singular! 
2) Plurissubsistente: plural! 
 
 
 
 
17 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal - Parte geral. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 32 
 
 
1. (FCC – 2019 – TJ/AL – Juiz Substituto – Adaptada) No que toca à classificação doutrinária dos 
crimes, julgue o item a seguir. 
Os crimes unissubsistentes são aqueles em que há iter criminis e o comportamento criminoso pode ser 
cindido. 
Certo ou Errado 
 
2. (CESPE/CEBRASPE – 2019 – TJ-DFT – Titular de Serviços de Notas e de Registros – Remoção – 
Adaptada) Acerca de classificação de crimes, julgue o item a seguir. 
Os crimes unissubsistentes não admitem tentativa, haja vista não ser possível o fracionamento da conduta 
em atos. 
Certo ou Errado 
 
3. (ESAF – 2012 – CGU – Analista de Finanças e Controle - prova 3 – Correição – Adaptada) Com 
relação à classificação dos crimes, julgue o item a seguir. 
Nos crimes unissubsistentes o processo executivo coincide temporalmente com a consumação, não se 
admitindo a tentativa. 
Certo ou Errado 
 
4. (CESPE/CEBRASPE – 2018 – DPE-PE – Defensor Público – Adaptada) Com relação à classificação 
dos crimes, julgue o item a seguir. 
Denomina-se crime plurissubsistente o crime cometido por vários agentes. 
Certo ou Errado 
 
 
1. COMENTÁRIO: concurseiro(a), essa questão, baseada na Doutrina, exige conhecimento sobre a 
classificação de crimes e a cisão do resultado. 
Vamos ao conteúdo da questão: candidato(a), quando o comportamento criminoso pode ser cindido, há 
crime plurissubsistente. Os crimes unissubsistentes são de conduta única: ou o agente a pratica, ou não 
há crime; logo, nesse caso o comportamento criminoso não pode ser cindido. 
O item está errado. 
 
2. COMENTÁRIO: combatente, a questão, baseada na Doutrina, aborda os crimes unissubsistentes e a 
impossibilidade de tentativa. 
Vamos ao conteúdo da questão: candidato(a), conforme estudamos, crime unissubsistente é aquele que 
se realiza com um único ato, como o desacato ou a injúria, ambos praticados verbalmente. Nesses 
crimes, não se admite a tentativa, visto que não é possível o fracionamento da conduta. 
O item está certo. 
 
 
 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 33 
 
3. COMENTÁRIO: concurseiro(a), a questão, baseada na Doutrina, aborda a classificação de crimes e a 
consumação. 
Vamos ao conteúdo da questão: candidato(a), os crimes unissubsistentes são aqueles em que não se 
pode dividi-los em etapas, razão pela qual não há tentativa neles. 
O item está certo. 
 
4. COMENTÁRIO: combatente, a questão, baseada na Doutrina, tenta confundir o(a) candidato(a) quanto 
ao conceito do crime plurissubsistente. 
Vamos ao conteúdo da questão: concurseiro(a), cuidado! Plurissubsistente é o crime constituído por 
vários atos, que constituem uma única conduta, como o roubo (violência ou constrangimento ilegal + 
subtração). 
Quando o crime exige que seja cometido por vários agentes, denomina-se plurissubjetivo. 
O item está errado. 
 
 4.7) Crimes Plurissubjetivos e Monossubjetivos 
 
 
Concurseiro(a), em relaçãoao delito de rixa, previsto no art. 137 do CP, exige-se que haja três ou mais 
agentes para que a conduta seja crime. 
 
 
Concurseiro, Cezar Roberto Bitencourt18 ressalta que o crime unissubjetivo, que pode ser praticado por 
uma só pessoa, constitui a regra geral das condutas delituosas previstas no ordenamento jurídico-penal. 
 
 
Combatente, o STJ decidiu, no julgamento do EDcl nos EDcl no AgInt no AREsp 900.606/GO19, que 
para a configuração do tipo penal "adquirir" no tráfico de drogas, não é necessária a entrega, nem 
mesmo o pagamento do preço ajustado, por ser o crime formal, comissivo, plurissubsistente e 
unissubjetivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal - Parte geral. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 
19 STJ, EDcl nos EDcl no AgInt no AREsp 900.606/GO, Quinta Turma, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, julgado em 07/11/2019. 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 34 
 
 
Concurseiro(a), vamos revisar o tema estudado: 
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES 
QUANTO AO SUJEITO ATIVO 
MONOSSUBJETIVO (UNISSUBJETIVO) PLURISSUBJETIVO 
Pode ser praticado por uma só pessoa. Exige dois ou mais agentes. 
Se praticado por 2 ou mais pessoas: concurso de 
agentes. 
Há concurso necessário de agentes. 
Exemplo: homicídio. Exemplo: associação criminosa. 
 
Candidato(a), para gabaritar, veja o conteúdo a seguir: 
1) Monossubjetivo: singular! 
2) Plurissubjetivo: plural! 
 
 
Código Penal 
Art. 137. Participar de rixa, salvo para separar os contendores: 
Pena: detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. 
Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da 
participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos. 
(…) 
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: 
Pena: reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação 
de criança ou adolescente. 
Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, 
grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código: 
Pena: reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. 
(…) 
Lei 12.850/2013 
Art. 1º, § 1º. Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas 
estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo 
de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais 
cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional. 
 
 
 
 
 
 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 35 
 
 
1. (IESES – 2016 – TJ-PA – Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento) No que diz 
respeito à classificação do crime quanto ao concurso de Pessoas, é correto afirmar: 
a) O crime de furto (art. 155 do CP) é plurissubjetivo de condutas contrapostas. 
b) O crime de peculato (art. 312 do CP) é plurissubjetivo de condutas paralelas. 
c) O crime de bigamia (art. 235 do CP) é plurissubjetivo de condutas convergentes. 
d) O crime de roubo (art. 157 do CP) é plurissubjetivo de condutas paralelas. 
 
2. (CESPE/CEBRASPE – 2020 – PRF – Policial Rodoviário Federal - Curso de Formação - 3ª Turma - 
1ª Prova) No que se refere a aspectos legais relacionados aos procedimentos policiais, julgue o item a 
seguir. 
Os participantes de uma rixa são simultaneamente sujeitos ativos e passivos uns em relação aos outros, 
pois o crime de rixa é plurissubjetivo, devendo ter, pelo menos, três contendores para ser caracterizado. 
Certo ou Errado 
 
3. (UFMT – 2016 – DPE-MT – Defensor Público) É crime plurissubjetivo: 
a) Homicídio. 
b) Infanticídio. 
c) Rixa. 
d) Aborto. 
e) Furto. 
 
4. (MPE-SP – 2013 – MPE-SP – Promotor de Justiça Substituto – Adaptada) Sobre a configuração de 
alguns dos chamados delitos plurissubjetivos, inclusive com respeito ao número legal de agentes exigidos 
no tipo, julgue o item a seguir. 
Milícia privada (“finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código" – art. 288-A do CP) – 
não há previsão da quantidade mínima de integrantes. 
Certo ou Errado 
 
 
1. COMENTÁRIOS: concurseiro(a), essa questão, baseada na Doutrina, exige conhecimento sobre a 
classificação do delito de bigamia quanto ao sujeito ativo. 
Vamos analisar a questão! 
Combatente, há crime plurissubjetivo de condutas convergentes quando o tipo pressupõe a atuação de 
dois agentes cujas condutas são propensas a se encontrar – pois partem de pontos opostos –, a exemplo 
do que ocorre na bigamia. 
Alternativa correta: letra “c”. 
A alternativa “a” está errada. Candidato(a), o crime de furto é monossubjetivo, pois pode ser praticado 
por uma só pessoa. 
A alternativa “b” está errada. Concurseiro(a), o crime de peculato é monossubjetivo, pois pode ser 
praticado por uma só pessoa. 
A alternativa “d” está errada. Combatente, o crime de roubo é monossubjetivo, pois pode ser praticado 
por uma só pessoa. 
 Direito Penal Direito Penal 
 
 
 36 
 
 
2. COMENTÁRIO: combatente, a questão, baseada na Doutrina, aborda a classificação do delito de rixa 
quanto ao sujeito ativo. 
Vamos ao conteúdo da questão: candidato(a), conforme estudamos, a rixa é classificada como crime 
plurissubjetivo ou de concurso necessário, pois o tipo penal reclama a participação efetiva de ao menos 3 
(três) pessoas na troca de agressões materiais, bastando um imputável. É, ainda, crime de condutas 
divergentes, pois os rixosos atuam uns contra os outros. 
O item está certo. 
 
3. COMENTÁRIOS: concurseiro(a), a questão, baseada na Doutrina, aborda a identificação de crime 
plurissubjetivo. 
Vamos analisar a questão! 
Combatente, crimes plurissubjetivos, plurilaterais ou de concurso necessário são aqueles cujo tipo penal 
exige a pluralidade de agentes, que podem ser coautores ou partícipes, imputáveis ou não, conhecidos ou 
desconhecidos, e inclusive pessoas em relação às quais já foi extinta a punibilidade. 
Conforme vimos, é crime plurissubjetivo a rixa. 
Alternativa correta: letra “c”. 
A alternativa “a” está errada. Candidato(a), o crime de homicídio é monossubjetivo, pois pode ser 
praticado por uma só pessoa. 
A alternativa “b” está errada. Concurseiro(a), o crime de infanticídio é monossubjetivo, pois pode ser 
praticado por uma só pessoa. 
A alternativa “d” está errada. Combatente, o crime de aborto é monossubjetivo, pois pode ser praticado 
por uma só pessoa. 
A alternativa “e” está errada. Candidato(a), o crime de furto também é monossubjetivo, pois pode ser 
praticado por uma só pessoa. 
 
4. COMENTÁRIO: combatente, a questão, baseada na Legislação, aborda o delito de milícia privada e 
sua caracterização como crime plurissubjetivo. 
Vamos ao conteúdo da questão: candidato(a), conforme o art. 288-A do CP, não há previsão da 
quantidade mínima de integrantes para que se configure o delito de milícia privada. 
O item está certo.

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