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1 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
CPF: 008.374.135-67 ALUNO: Luciana Nascimento Pereira
 
2 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
NFPSS 
 
AVISO IMPORTANTE 
 
Este material está protegido por direitos autorais (Lei nº 9.610/98), sendo vedada a 
reprodução, distribuição ou comercialização de qualquer informação ou conteúdo dele 
obtido, em qualquer hipótese, sem a autorização expressa de seus idealizadores. O 
compartilhamento, a título gratuito ou oneroso, leva à responsabilização civil e criminal 
dos envolvidos. Todos os direitos estão reservados. 
Além da proteção legal, este arquivo possui um sistema GTH anti-temper baseado 
em linhas de identificação criadas a partir do CPF do usuário, gerando um código-fonte 
que funciona como a identidade digital oculta do arquivo. O código-fonte tem mecanismo 
autônomo de segurança e proteção contra descriptografia, independentemente da 
conversão do arquivo de PDF para os formatos doc, odt, txt entre outros. 
 
CPF: 008.374.135-67 ALUNO: Luciana Nascimento Pereira
 
3 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
SUMÁRIO 
DIREITO PENAL ........................................................................................................................... 4 
DIREITO PROCESSUAL PENAL .................................................................................................... 80 
DIREITO CONSTITUCIONAL ..................................................................................................... 129 
DIREITO ELEITORAL ................................................................................................................ 172 
DIREITO EMPRESARIAL ........................................................................................................... 200 
DIREITO TRIBUTÁRIO .............................................................................................................. 250 
DIREITO AMBIENTAL ............................................................................................................... 278 
DIREITO ADMINISTRATIVO ..................................................................................................... 308 
 
 
CPF: 008.374.135-67 ALUNO: Luciana Nascimento Pereira
 
4 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
 
DIREITO PENAL1 
 
 
1 Direito penal e poder punitivo: teoria do direito penal; política criminal e criminologia: noções básicas; 
criminalização primária e secundária; seletividade do sistema penal. 
2 Direito penal de autor e direito penal do ato: garantismo penal; direito penal do inimigo; dinâmica 
histórica da legislação penal; história da programação criminalizante no Brasil; genealogia do 
pensamento penal; direito penal e filosofia. 
 
CRIMINOLOGIA: É uma ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do crime, da criminalidade 
e suas causas, da vítima, do controle social do ato criminoso, bem como da personalidade do criminoso 
e da maneira de ressocializá-lo. 
POLÍTICA CRIMINAL: A Política Criminal é a disciplina que oferece aos poderes públicos as opções 
científicas concretas mais adequadas para o eficaz controle do crime. 
 
#ATENÇÃO Assim, a Criminologia tem a função de reunir um núcleo de conhecimentos verificados 
empiricamente sobre o problema criminal (momento explicativo) e a Política Criminal transforma essa 
base empírica em opções, alternativas e programas científicos, a partir de uma ótica valorativa (momento 
decisivo). 
 
POLÍTICA PENITENCIÁRIA: disciplina que define as diretrizes e as metas existentes para a gestão 
do sistema penitenciário de um determinado local. 
 
CRIMINALIZAÇÃO 
PRIMÁRIA SECUNDÁRIA 
Transformação de um fato em crime. Em 
essência não há nenhuma diferença entre um 
fato criminoso e um fato normal, exceto pelo 
fato criminoso ter o rótulo de crime. 
Transformação de uma pessoa em criminoso 
Poder Legislativo Poder Judiciário, Ministério Público, Polícia. 
 
SELETIVIDADE DO SISTEMA PENAL: há uma forte tendência de ser o poder punitivo exercido 
precipuamente sobre pessoas previamente escolhidas em face de suas fraquezas, a exemplo dos 
moradores de rua, prostitutas e usuários de drogas. 
 
DIREITO PENAL DO AUTOR DIREITO PENAL DO FATO 
O que configura o delito é a capacidade de 
delinquir do agente, constatada através do seu 
modo de ser. 
 A culpabilidade resulta de um juízo do delito 
como ato concretizado pelo autor 
 
1 Por Tiago Pozza 
CPF: 008.374.135-67 ALUNO: Luciana Nascimento Pereira
 
5 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
A pessoa é punida mais pelo que é e menos 
pelo que fez. 
A pessoa é punida pelo que fez, não pelo que é. 
A gravidade do ato que mensura o rigor da 
pena. 
 
#OLHAOGANCHO DIREITO PENAL DO INIMIGO, teoria de Jakobs, prega um tratamento diferenciado 
aos indivíduos que vão de encontro às normas estabelecidas pela sociedade de uma forma tão grave 
que não mereceriam mais ser considerados cidadãos. O direito penal do inimigo é um direito de guerra 
e, dessa forma, o Estado não é obrigado a obedecer a regras preestabelecidas, o importante é vencer o 
inimigo. Para cumprir tal objetivo, segundo Jakobs, será permitida a flexibilização ou até mesmo a 
eliminação de direitos e garantias, permitindo-se, por exemplo, a utilização da tortura como meio de 
obtenção de provas. 
 
GARANTISMO PENAL (FERRAJOLI): O garantismo, à luz da hermenêutica constitucional, tutela não 
apenas os direitos individuais dos acusados, investigados ou processados na esfera criminal, devendo 
valorar todos os direitos e deveres previstos na Constituição Federal. Isso porque os direitos fundamentais 
não preveem apenas uma proibição de intervenção (proibição de excesso), mas também uma vedação 
à omissão (proibição da proteção deficiente, proibição da proteção insuficiente). Dessa forma, o 
garantismo penal integral ou proporcional é aquele que assegura os direitos do acusado, não permitindo 
violações arbitrárias, desnecessárias ou desproporcionais, e, por outro lado, assegura a tutela de outros 
bens jurídicos relevantes para a sociedade, em consonância com as duas vertentes do princípio da 
proporcionalidade, incluindo a proibição do excesso e a proibição da proteção deficiente. 
 
#OLHAOGANCHO GARANTISMO HIPERBÓLICO OU MONOCULAR (#SELIGANOSINÔNIMO) é aquele 
aplicado de maneira ampliada e desproporcional, monocular. Tutela apenas os direitos fundamentais do 
investigado/processado, desconsiderando-se o interesse coletivo. Contrapõe-se ao garantismo penal 
integral, que resguarda os direitos fundamentais afetos à coletividade. 
 
3 Funções da pena: teorias. 
 
Teorias 
Legitimadoras 
Teorias Absolutas: a pena representa como um fim em si mesma, isto é, o autor do 
crime deverá pagar pelo mal cometido. Ou seja, a pena tem caráter retributivo. 
Teorias 
Relativas 
Teoria da Prevenção Geral: a pena é 
aplicada em função de toda a 
sociedade para que esta presencie o 
sofrimento e dor daquele cidadão e 
se intimide para que não cometa 
crimes. 
Positiva: a pena é um 
instrumento de estabilização, ou 
seja, a pena restabelece a 
ordem social que fora abalado 
pelo sujeito criminoso. 
Negativa: busca causar um 
temor na sociedade para que, 
com medo das consequências 
do crime, deixe de cometer 
condutas ilícitas. 
Teoria da Prevenção Especial: A pena 
atua sobre um indivíduo (ou grupo) 
Positiva: consiste na meta de 
ressocialização do indivíduo. 
CPF: 008.374.135-67 ALUNO: Luciana Nascimento Pereira
 
6 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
para evitar que este volte a delinquir. 
Pessoaliza-se a ameaça à sociedade. 
Por isso, ganha reforço a concepção 
da ressocialização através da pena. 
Negativa: tem como foco a 
proteção da sociedade através 
da neutralização do indivíduo, 
ou seja, a exclusão do criminoso 
da sociedade em razão do mal 
que cometeu. 
Teorias Unitárias ou Mistas: em que se tenta compatibilizar as teorias absolutas com 
as relativas. Um caráterinicial é o de que a pena possui funções múltiplas, não 
havendo incompatibilidade em se reconhecer que é possível uma função preventiva 
e retribucionista. 
Teorias Deslegitimadoras: abominam a intervenção do Estado sob o manto do direito de punir. 
Desacredita-se a suposta eficiência do sistema penal como legitimante do controle social. Entre essas 
teorias, destaque para o Abolicionismo Penal e o Minimalismo Radical 
 
5 Princípios aplicáveis ao direito penal. 
 
➢ Princípio da Reserva Legal ou Estrita Legalidade: 
Somente a lei pode criar delitos e cominar penas. Como consequência lógica, não se admite a 
utilização de medida provisória em matéria penal. 
 
#CUIDADO! O STF já admitiu MP na seara penal, desde que para favorecer o réu. Ex.: MP 417 que 
prorrogou a “atipicidade temporária” nos crimes de posse de armas. 
 
O princípio da legalidade possui algumas funções fundamentais: 
✓ Lei estrita: é proibida a analogia contra o réu. 
✓ Lei escrita: é proibido o costume incriminador. 
 
#OLHAOGANCHO: da mesma forma que o costume não tem o condão de incriminar, também não tem 
de descriminalizar (os costumes contrários às leis são chamados de DESUETUDO: contrariam uma lei 
penal, mas não a revogam. Ex.: crime de casa de prostituição/jogo do bicho). 
✓ Lei certa: é proibida a criação de tipos penais vagos e indeterminados. 
✓ Lei prévia: é proibida a aplicação da lei penal incriminadora a fatos - não considerados crimes - 
praticados antes de sua vigência. Engloba aqui o da anterioridade, cláusula pétrea. 
➢ Princípio da Intervenção Mínima: 
Afirma ser legítima a intervenção penal apenas quando a criminalização de um fato se constitui 
meio indispensável para a proteção de determinado bem ou interesse, não podendo ser tutelado por 
outros ramos do ordenamento jurídico. A intervenção mínima é gênero do qual são espécies: a 
fragmentariedade e a subsidiariedade. Vamos conferir? 
✓ Princípio da Fragmentariedade: no universo da ilicitude, somente alguns poucos fragmentos 
constituem-se em ilícitos penais. O Direito Penal é a última etapa de proteção. #ATENÇÃO! O 
princípio da fragmentariedade atua no PLANO ABSTRATO (na criação de tipos penais). 
CPF: 008.374.135-67 ALUNO: Luciana Nascimento Pereira
 
7 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
#SELIGA: FRAGMENTARIEDADE ÀS AVESSAS: É o contrário da fragmentariedade; o crime deixa de existir, 
pois a incriminação se torna desnecessária. Por exemplo, o adultério. 
 
✓ Princípio da Subsidiariedade: incide no PLANO CONCRETO, ou seja, no momento de aplicação da 
lei penal. É analisado se, naquele caso concreto, seria possível solucionar através de outros ramos 
do direito, ou se será preciso utilizar a ultima ratio, o executor de reserva, isto é, o direito penal. 
➢ Princípio da Ofensividade: 
Possui quatro funções principais: 
1) Proibição da incriminação de uma atitude interna, como as ideias, convicções, e desejos dos 
homens. 
2) Proibição da incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio autor (princípio 
da alteridade). 
3) Proibição da incriminação de simples estados ou condições existenciais (aplica-se o direito penal 
do fato e não do autor). 
4) Proibição da incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem jurídico. 
➢ Princípio da Insignificância: 
Pode ser visto como instrumento de interpretação restritiva do tipo penal. Possui natureza jurídica 
de causa supralegal de exclusão da tipicidade material, devendo ser analisado em conexão com os 
postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima. 
Vamos dar uma conferida nos requisitos desse princípio?! 
Objetivos: mínima ofensividade da conduta do agente; nenhuma periculosidade social da ação; 
reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; Inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
Subjetivos: importância do bem para a vítima (STF) e condições do agente (#SELIGA: a 
reincidência, a reiteração criminosa, a habitualidade delitiva NÃO são suficientes, por si sós, para afastar 
a aplicação do princípio da insignificância – STF Info 793). 
 
#ATENÇÃO: Os tribunais superiores, em algumas situações concretas, têm afastado o princípio da 
insignificância nos casos de reincidência e de furto qualificado. 
 
#OLHAOGANCHO. #BAGATELAIMPRÓPRIA. No caso do princípio da insignificância impróprio ou 
bagatela imprópria ocorre o injusto penal. Entretanto, verifica-se que no caso concreto a pena é 
desnecessária (incidência dos princípios da desnecessidade da pena com o princípio da irrelevância penal 
do fato). 
Vamos entender melhor? 
O princípio da insignificância impróprio pressupõe a análise do que ocorreu após a prática do crime até 
o momento do julgamento. Ex.: O réu casou, teve filhos, tem uma empresa com 50 funcionários?! Nesses 
casos, o juiz reconhece a existência do crime, mas conclui que a pena não é necessária. Aqui não há 
causa supralegal de exclusão da tipicidade, há causa supralegal de extinção da punibilidade. O Estado 
reconhece o crime, mas conclui pela desnecessidade de punição. A punição não é mais vantajosa para a 
sociedade. 
CPF: 008.374.135-67 ALUNO: Luciana Nascimento Pereira
 
8 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
A análise da pertinência da bagatela imprópria há de ser realizada, obrigatoriamente, na situação fática, 
jamais no plano abstrato. Atente-se também para a necessidade de se observar que a bagatela imprópria 
tem como pressuposto inafastável a não incidência do princípio da insignificância (própria). Afinal, se o 
fato não era merecedor da tutela penal em decorrência da sua atipicidade, descabe enveredar pela 
discussão acerca da necessidade ou não de pena. 
A bagatela imprópria se ASSEMELHA ao perdão judicial (art. 107, IX, do CP). O fundamento da bagatela 
imprópria e do perdão judicial é o mesmo, só que o perdão judicial está duplamente previsto em lei, 
enquanto instituto bem como em relação às hipóteses legais em que ele incide. Em contrapartida, no 
Brasil, não há previsão legal do princípio da insignificância impróprio. 
 
Pessoal, por fim, COLEM NA RETINA essa revisão sobre a aplicação do princípio da insignificância. 
Trata-se de um compilado das principais informações extraídas da jurisprudência, tomando por base os 
comentários do Dizer o Direito. #DEOLHONAJURIS. #AJUDAMARCINHO. 
 
NÃO SE APLICA A INSIGNIFICÂNCIA 
Delitos praticados em violência doméstica: não se aplica o princípio da insignificância. 
Posse ou porte de arma ou munição. 
Estelionato contra o INSS (estelionato previdenciário). 
Tráfico de drogas. 
Crime de moeda falsa. 
Contrabando. 
Roubo. 
Lesão corporal. 
Falsificação de documento público. 
Estelionato envolvendo o seguro-desemprego. 
Estelionato envolvendo FGTS. 
Violação de direito autoral (§ 2º do art. 184 do CP). 
Tráfico internacional de arma de fogo ou munição. 
Furto qualificado. 
Obs. Como regra, a aplicação do princípio da insignificância tem sido rechaçada nas hipóteses de 
furto qualificado, tendo em vista que tal circunstância denota, em tese, maior ofensividade e 
reprovabilidade da conduta. Deve-se, todavia, considerar as circunstâncias peculiares de cada caso 
concreto, de maneira a verificar se, diante do quadro completo do delito, a conduta do agente 
representa maior reprovabilidade a desautorizar a aplicação do princípio da insignificância. STJ. 5ª 
Turma. AgRg no AREsp 785755/MT, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 22/11/2016. 
STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp 746011/MT, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 05/11/2015. 
CPF: 008.374.135-67 ALUNO: Luciana Nascimento Pereira
 
9 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Crimes militares. Trata-se de tema extremamente polêmico, mas a posição majoritária é no sentido 
de que não se aplica o princípio da insignificância aos crimes militares, sob pena de afronta à 
autoridade, hierarquia e disciplina, bens jurídicos cuja preservação é importante para o regular 
funcionamento das instituições militares.O caso mais comum e que é provável que seja cobrado em 
sua prova é o crime de posse de substância entorpecente em lugar sujeito à administração militar 
(art. 290 do CPM). O Plenário do STF já assentou a inaplicabilidade do princípio da insignificância à 
posse de quantidade reduzida de substância entorpecente em lugar sujeito à administração militar 
(art. 290 do CPM). STF. 2ª Turma. HC 118255, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 19/11/2013. 
STF. 2ª Turma. ARE 856183 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 30/06/2015. 
 
POSSÍVEL APLICAR A INSIGNIFICÂNCIA 
Crimes ambientais. 
#AJUDAMARCINHO: É possível a aplicação do princípio da insignificância aos crimes ambientais, 
devendo ser analisadas as circunstâncias específicas do caso concreto para se verificar a atipicidade 
da conduta em exame. STJ. 5° Turma. AgRg no AREsp 654.321/SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da 
Fonseca, julgado em 09/06/2015. É possível aplicar o princípio da insignificância para crimes 
ambientais. STF. 2ª Turma. Inq 3788/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 1°/3/2016 (Info 816). 
PORÉM, CUIDADO: 
#AJUDAMARCINHO: O princípio da bagatela não se aplica ao crime previsto no art. 34, caput c/c 
parágrafo único, II, da Lei 9.605/98: Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em 
lugares interditados por órgão competente: Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou 
ambas as penas cumulativamente. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: II - pesca 
quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e 
métodos não permitidos; Caso concreto: realização de pesca de 7kg de camarão em período de 
defeso com o uso de método não permitido. STF. 1ª Turma. HC 122560/SC, Rel. Min. Marco Aurélio, 
julgado em 8/5/2018 (Info 891). #JULGADORECENTE. 
Descaminho. 
Furto Simples. PORÉM, CUIDADO: 
Se o valor do bem é acima de 10% do salário mínimo vigente na época, o STJ tem negado a 
aplicação do princípio da insignificância. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1558547/MG, Rel. Min. Maria 
Thereza de Assis Moura, julgado em 19/11/2015. 
“Flanelinha” e exercício da profissão sem registro no órgão competente (não configura a 
contravenção penal prevista no art. 47 do Decreto-Lei 3.688/1941: exercício ilegal de profissão ou 
atividade). 
 
#DIVERGÊNCIA entre o STJ e o STF. 
 
MANTER RÁDIO CLANDESTINA 
STJ: NÃO STF: SIM 
STJ: NÃO. É inaplicável o princípio da 
insignificância ao delito previsto no art. 183 da Lei 
nº 9.472/97, nas hipóteses de exploração 
STF: SIM, é possível, em situações excepcionais, o 
reconhecimento do princípio da insignificância 
desde que a rádio clandestina opere em baixa 
CPF: 008.374.135-67 ALUNO: Luciana Nascimento Pereira
 
10 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
irregular ou clandestina de rádio comunitária, 
mesmo que ela seja de baixa potência, uma vez 
que se trata de delito formal de perigo abstrato, 
que dispensa a comprovação de qualquer dano 
(resultado) ou do perigo, presumindo-se este 
absolutamente pela lei. Nesse sentido: STJ. 6ª 
Turma. AgRg no AREsp 740.434/BA, Rel. Min. 
Antonio Saldanha Palheiro, julgado em 
14/02/2017. 
frequência, em localidades afastadas dos grandes 
centros e em situações nas quais ficou 
demonstrada a inexistência de lesividade. STF. 2ª 
Turma. HC 138134/BA, Rel. Min. Ricardo 
Lewandowski, julgado em 7/2/2017 (Info 853). 
 
APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA 
STJ: SIM STF: NÃO 
O STJ já firmou o entendimento de que é possível 
a aplicação do princípio da insignificância ao 
delito de apropriação indébita previdenciária, 
desde que o total dos valores retidos não 
ultrapasse o valor utilizado pela Fazenda Público 
como limite mínimo para que sejam ajuizadas as 
execuções fiscais. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 
1241697/PR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 
06/08/2013. STJ. 6ª Turma. RHC 59839/SP, Rel. 
Min. Nefi Cordeiro, julgado em 07/04/2016. 
O bem jurídico tutelado pelo delito de 
apropriação indébita previdenciária é a 
subsistência financeira da Previdência Social. 
Logo, não há como afirmar-se que a 
reprovabilidade da conduta atribuída ao paciente 
é de grau reduzido, considerando que esta 
conduta causa prejuízo à arrecadação já 
deficitária da Previdência Social, configurando 
nítida lesão a bem jurídico supraindividual. O 
reconhecimento da atipicidade material nesses 
casos implicaria ignorar esse preocupante 
quadro. STF. 1ª Turma. HC 102550, Rel. Min. Luiz 
Fux, julgado em 20/09/2011. STF. 2ª Turma. RHC 
132706 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 
21/06/2016. 
 
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
STJ: NÃO STF: SIM 
Súmula 599-STJ. 
Há julgados da 2ª Turma admitindo a aplicação 
do princípio mesmo em outras hipóteses além 
do descaminho. 
 
PORTE DE DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL 
STJ: NÃO STF: SIM 
A jurisprudência de ambas as turmas do STJ 
firmou entendimento de que o crime de posse 
de drogas para consumo pessoal (art. 28 da Lei 
STF: possui um precedente isolado, da 1ª Turma, 
aplicando o princípio: 
CPF: 008.374.135-67 ALUNO: Luciana Nascimento Pereira
 
11 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
nº 11.343/06) é de perigo presumido ou abstrato 
e a pequena quantidade de droga faz parte da 
própria essência do delito em questão, não lhe 
sendo aplicável o princípio da insignificância 
 
CRIMES PRATICADOS POR PREFEITOS 
STJ: NÃO STF: SIM 
Possui precedentes afirmando que não é 
possível a aplicação do princípio da 
insignificância a prefeito, em razão mesmo da 
própria condição que ostenta, devendo pautar 
sua conduta, à frente da municipalidade, pela 
ética e pela moral, não havendo espaço para 
quaisquer desvios de conduta. 
Possui julgados entendendo ser possível. 
 
#RESUMINDO #COLANARETINA #RELERPARAREFORÇAR 
 
APLICABILIDADE INAPLICABILIDADE DIVERGÊNCIAS 
Furto simples, crimes contra a 
ordem tributária e descaminho 
(STJ e STF: 20 mil reais); 
“Flanelinha” e exercício da 
profissão sem registro no órgão 
competente. 
lesão corporal; roubo; tráfico de 
drogas; moeda falsa e outros 
crimes contra a fé pública; 
contrabando, estelionato contra 
o INSS, envolvendo FGTS ou 
envolvendo seguro-
desemprego; violação de direito 
autoral; posse ou porte de arma 
de fogo/munição (Cuidado com 
a exceção: porte ilegal de uma 
munição como pingente); 
delitos praticados em violência 
doméstica; provedor 
clandestino de internet sem fio. 
Crimes ambientais, Crimes 
cometidos por prefeitos (STF já 
admitiu, STJ não); Apropriação 
indébita previdenciária (STF já 
admitiu, STJ afasta); Porte de 
droga para consumo pessoal 
(STF tem um precedente 
isolado); Crimes contra 
Administração Pública (STJ 
afasta, STF já admitiu); Rádio 
comunitária clandestina (STF 
admite em rádios com baixa 
frequência e em locais afastados 
dos grandes centros, quando 
demonstrada a inexistência de 
lesividade – Info 853.O STJ, por 
sua vez, não admite); furto 
qualificado (em alguns casos o 
STJ já admitiu o princípio da 
insignificância, como no furto 
qualificado pelo concurso de 
pessoas). 
 
CPF: 008.374.135-67 ALUNO: Luciana Nascimento Pereira
 
12 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
#VAICAIR: Com relação à polêmica sobre os crimes contra a Administração Pública, o STJ, em novembro 
de 2017, editou a Súmula nº 599: 
SÚMULA 599 DO STJ:O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública. 
#MAISUMA O STJ recentemente editou súmula em relação ao delito de rádio clandestina: 
Súmula 606-STJ: Não se aplica o princípio da insignificância aos casos de transmissão clandestina de sinal 
de internet via radiofrequência que caracterizam o fato típico previsto no artigo 183 da lei 9.472/97. 
#CUIDADO: Nos crimes ambientais, há divergência no STF sobre a possibilidade de aplicação do princípio 
da insignificância quanto à pesca ilegal. 
#AJUDAMARCINHO: A Lei de Crimes Ambientais tipifica a pesca ilegal, nos seguintes termos:"Art. 34. 
Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente:" Se 
a pessoa é flagrada sem nenhum peixe, mas portando consigo equipamentos de pesca, em um local 
onde esta atividade é proibida, ela poderá ser absolvida do delito do art. 34 da Lei de Crimes com base 
no princípio da insignificância? 
 
 
 
2ª TURMA DO STF 2ª TURMA DO STF 
SIM. É possível aplicar o princípio da insignificância 
para crimes ambientais. 
NÃO. Não é possível aplicar o princípio da 
insignificância para crimes ambientais. 
Ex.: pessoa encontrada em uma unidade de 
conservação onde a pesca é proibida, com vara de 
pescar, linha e anzol, conduzindo uma pequena 
embarcação na qual não havia peixes. 
Na estação ecológica, os servidores do IBAMA 
encontraram uma pequena embarcação com um 
indivíduo. Apesar de não estar com peixes, ele 
estava com vara de pescar, linha e anzol. O 
pescador foi autuado administrativamente pelo 
IBAMA por pesca ilegal, e o MP ofereceu denúncia 
contra ele, pela prática do crime previsto no art. 
34, caput, da Lei nº 9.605/98. 
STF. 2ª Turma. Inq 3788/DF, Rel. Min. Cármen 
Lúcia, julgado em 1°/3/2016 (INFO 816 DO STF) 
STF. 2ª Turma. RHC 125566/PR e HC 127926/SC, 
Rel. Min. Dias Toffoli, julgados em 26/10/2016 
(INFO 845 DO STF) 
 
➢ Princípio da Culpabilidade: 
Possui três consequências materiais: 
a) Não há responsabilidade penal objetiva; 
b) A responsabilidade penal é pelo fato praticado e não pelo autor; 
c) A culpabilidade é a medida da pena. 
➢ Princípio da Exclusiva Proteção de Bens Jurídicos: 
O Direito Penal possui como função a proteção de bens jurídicos mais relevantes para a sociedade. 
Assim, o Estado não pode utilizar o Direito Penal para tutelar a moral, a religião, os valores ideológicos 
etc., sob pena de prevalecer a intolerância. 
➢ Princípio da Proporcionalidade: 
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13 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
O princípio da proporcionalidade adveio do direito alemão. É chamado de razoabilidade (direito 
italiano) ou de convivência das liberdades públicas (direito norte-americano). É desdobramento lógico do 
Princípio da Individualização da Pena. Em síntese, o que a proporcionalidade impõe é que a pena seja 
proporcional à gravidade da infração penal. 
Não é possível analisar esse princípio sob uma única ótica. Há dois aspectos fundamentais. Vamos 
conferir? 
✓ Garantismo negativo: proibição contra os excessos do Estado. Não se pode punir mais do que o 
necessário para a proteção de um bem jurídico. 
✓ Garantismo positivo: proibição da proteção insuficiente do bem jurídico. 
➢ Princípio da Pessoalidade ou da intranscendência da Pena: 
A pena deve ser aplicada somente ao autor do fato e não a terceiros. 
 
CF, art. 5, XLV - Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o 
dono e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra 
eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido. 
 
7 Aplicação da lei penal: a lei penal no tempo e no espaço; tempo e lugar do crime; lei penal excepcional, 
especial e temporária; territorialidade e extraterritorialidade da lei penal; pena cumprida no estrangeiro; 
eficácia da sentença estrangeira; contagem de prazo; frações não computáveis da pena; interpretação 
da lei penal; analogia; irretroatividade da lei penal; conflito aparente de normas penais. 
 
TEMPO DO 
CRIME: 
Teoria da atividade: considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, 
ainda que outro seja o momento do resultado. 
#SELIGANASUMULA SÚMULA 711 DO STF: Nos casos de crime continuado, permanente 
ou habitual, aplica-se a lei mais grave, se vigente antes de cessada a continuidade, 
permanência ou habitualidade. 
LUGAR DO 
CRIME 
Teoria da ubiquidade: considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação 
ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se 
o resultado). 
#NÃOCONFUNDA: Com o artigo 70 do CPP, que adota a teoria do resultado no que diz 
respeito à competência para julgar crimes. 
 
#DECORE #OLHAOMACETE: LUTA: Lugar = Ubiquidade / Tempo = Atividade. 
 
LEI PENAL NO ESPAÇO 
REGRA 
TERRITORIALIDADE: consiste na aplicação da lei brasileira aos crimes praticados no Brasil 
(art. 5o, CP). 
EXCEÇÃO 
EXTRATERRITORIALIDADE: na qual aplica-se a lei 
brasileira a crimes (não inclui contravenção penal) 
praticados no exterior. 
INCONDICIONADA (art. 7o, I, CP) 
CONDICIONADA (art. 7o, II, CP) 
HIPERCONDICIONADA (art. 7o, §3°, 
CP) 
 
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14 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
#ATENÇÃO diz-se que o Código Penal adotou a Teoria da Territorialidade mitigada ou 
temperada. 
 
LEI PENAL NO TEMPO 
REGRA 
PRINCÍPIO DA ATIVIDADE: A lei é aplicada aos fatos praticados durante a sua vigência. 
IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL: Em regra, a lei penal não retroage para alcançar 
fatos anteriores a sua vigência. 
EXCEÇÕES 
RETROATIVIDADE DA LEI PENAL BENÉFICA: A lei nova mais benéfica retroage, de forma 
que será aplicada aos fatos criminosos praticados antes de sua entrada em vigor. Ex: 
ABOLITIO CRIMINIS: lei nova que deixa de considerar um fato como criminoso, aplica-
se inclusive aos processos já transitados em julgado. Nesse caso, a competência será do 
juiz das execuções penais. 
ULTRATIVIDADE DA LEI PENAL BENÉFICA: A lei mais benéfica, quando revogada, 
continua a reger os fatos praticados durante a sua vigência. 
 
#ATENÇÃO LEX TERTIA: é a combinação de aspectos mais benéficos de mais de uma lei, criando 
uma terceira lei. É vedada (súmula 501 do STJ). 
#SELIGA Princípio da descontinuidade normativo-típica ou da transmudação geográfica: Pode 
ocorrer a revogação formal da lei sem que ocorra a abolitio criminis, em razão de inexistir a 
descontinuidade normativo-típica. Como exemplo, pode ser citado o crime de atentado violento ao 
pudor (CP, art. 214), que passou a ser considerado como estupro (CP, art. 213). 
#NÃOCONFUNDA Em relação às normas processuais penais não se aplica a retroatividade, vigora 
o princípio do tempus regit actum. 
 
LEI PENAL ESPECIAL: 
Leis que tratam de matéria penal, mas que estão fora do Código Penal. Ex: 
Lei de drogas. 
LEI PENAL 
TEMPORÁRIA: 
É a que tem vigência predeterminada no tempo. Ex. Lei nº 12.663/12 (Lei 
Geral da Copa do Mundo de Futebol de 2014). 
LEI PENAL 
EXCEPCIONAL: 
São aquelas que são produzidas para vigorar durante determinada situação. 
Ex: Uma lei definindo crimes durante o período de intervenção federal no 
estado do Rio de Janeiro. 
 
#ATENÇÃO A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência (art. 3, 
CP). 
 
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL X ANALOGIA 
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA ANALOGIA 
Existe norma para o caso 
concreto 
Existe norma para o caso 
concreto 
Não existe norma para o caso 
concreto 
Amplia-se o alcance. Ex: na 
palavra “arma” – art. 157, § 2° do 
CP. 
O legislador previu uma fórmula 
genérica, permitindo ao juiz 
encontrar outras. 
No caso em que há lacuna (caso 
omisso), o juiz aplica, por 
analogia (por assemelhação), 
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15 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Pode ser prejudicial ao réu. 
Ex. art. 121, §2º, I - mediante 
paga ou promessa de 
recompensa, ou por outro 
motivo torpe (qualificadora do 
homicídio); 
uma lei que trata sobre o caso 
semelhante. 
Não pode ser prejudicial ao réu 
(in malam partem). 
OBS: também chamada de 
analogia legal ou “legis”. 
Ex. adolescente estuprada que 
pretende interromper a 
gestação do seu feto pode fazer 
uso do aborto sentimental 
previsto no art. 128, II, CP, 
apesar deste não ter sido 
editado quando da previsão 
legal doestupro de vulnerável, 
portanto, não abrangendo essa 
hipótese. 
#CUIDADO: A analogia não é 
forma de interpretação da lei 
penal, mas sim técnica de 
integração ou colmatação do 
ordenamento jurídico. A lei 
pode ter lacunas, mas não o 
ordenamento jurídico. Trata-se 
de aplicação, ao caso não 
previsto em lei, de norma 
reguladora de caso semelhante. 
Não se aplica às leis 
excepcionais, justamente em 
razão de seu caráter 
extraordinário. 
 
PRINCÍPIOS PARA SOLUCIONAR O CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS (#MNEMÔNICO 
SECA) 
SUBSIDIARIEDADE 
Atua no plano concreto. O crime tipificado pela lei subsidiária, além de menos 
grave do que o narrado pela lei primária, dele também difere quanto à forma de 
execução, já que corresponde a uma parte deste. Em outras palavras, a figura 
subsidiária está inserida na principal. No princípio da subsidiariedade a 
comparação sempre deve ser efetuada no caso concreto, buscando-se a 
aplicação da lei mais grave. A subsidiariedade pode ser tanto expressa (por 
exemplo, disparo de arma de fogo), como tácita. 
ESPECIALIDADE 
Sua aferição se estabelece em abstrato, ou seja, para saber qual lei é geral e qual 
é especial, prescinde-se da análise do fato praticado. Pouco importa também a 
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16 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
quantidade de sanção penal reservada para as infrações penais. A comparação 
entre as leis não se faz da mais grave para a menos grave, pois a lei específica 
pode narrar um ilícito penal mais rigoroso ou mais brando. 
CONSUNÇÃO 
Também é analisado no plano concreto. Difere-se da subsidiariedade em dois 
aspectos. Na regra da subsidiariedade, em função do fato concreto praticado, 
comparam-se as leis para saber qual é a aplicável. Por seu turno, na consunção, 
sem buscar auxílio nas leis, comparam-se os fatos, apurando-se que o mais 
amplo, completo e grave consome os demais. O fato principal absorve o 
acessório, sobrando apenas a lei que o disciplina. Lei consuntiva é aquela que 
define o todo, o fato mais amplo. Lei consumida define a parte, o fato menos 
amplo. A consunção é aplicada nos casos de crimes progressivos, na progressão 
criminosa ou nos atos impuníveis. 
#EXEMPLIFICACOACH: Na subsidiariedade, o constrangimento ilegal só pode ser 
praticado se houver a ameaça. Um crime está obrigatoriamente dentro do outro, 
a ameaça é elemento do constrangimento ilegal. Por outro lado, na consunção, 
tomemos como exemplo a lesão corporal e o homicídio. A lesão corporal não é 
um elemento do homicídio. O homicídio pode ser praticado por outro modo que 
não a lesão corporal. Um crime não está obrigatoriamente dentro do outro, 
comparam-se os fatos. 
SÚMULA 17 DO STJ: Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais 
potencialidade lesiva, é por este absorvido. 
#DEOLHONAJURIS: um crime não pode ser absorvido por uma contravenção 
penal. 
#NÃOCONFUNDA 
CRIME PROGRESSIVO PROGRESSÃO CRIMINOSA 
A intenção do agente é, desde o início, 
cometer o crime mais grave. Ex.: 
objetiva cometer um homicídio. 
Contudo, para se chegar até o 
homicídio, ocorre primeiro a lesão 
corporal (crime de ação de passagem). 
Pela consunção, a lesão corporal é 
absorvida pelo homicídio. 
Há uma mudança no ânimo do 
agente. Ex.: ele deseja inicialmente 
causar lesão corporal. Contudo, 
durante a execução muda de 
intenção e acaba cometendo o 
homicídio. Pela consunção, a lesão 
corporal é absorvida pelo homicídio. 
 
ALTERNATIVIDADE 
Se refere aos crimes plurinucleares, ou seja, aqueles crimes que apresentam vários 
verbos, a exemplo do artigo 33, caput, da Lei n. 11.343/2006. A prática de mais 
de uma dessas condutas configura crime único, podendo a pena ser majorada 
em razão dos vários núcleos praticados na fase da dosimetria da pena. É também 
chamado de “tipo penal misto alternativo”. #NÃOCONFUNDIR com o princípio 
da alteridade, segundo o qual não se deve punir condutas que prejudicam 
apenas o próprio agente. Ex: autolesão. 
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17 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
 
8 Teoria do delito: classificação dos crimes; teoria da ação; teoria do tipo; o fato típico e seus elementos; 
relação de causalidade: teorias, imputação objetiva; tipos dolosos de ação; tipos dos crimes de 
imprudência; tipos dos crimes de omissão; consumação e tentativa. 
 
TEORIAS DO DELITO 
SISTEMA CLÁSSICO (POSITIVISMO JURÍDICO) 
FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE 
Conduta: movimento corporal 
voluntário; 
Resultado naturalístico; 
Relação de causalidade; 
Tipicidade 
Relação de contrariedade entre 
o fato e o direito 
Imputabilidade 
Dolo normativo ou culpa – 
inclui a consciência atual da 
ilicitude 
Teoria psicológica 
SISTEMA NEOCLÁSSICO / NEOKANTISMO 
FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE 
Conduta: ao invés de ação, 
prefere-se comportamento, 
abrangendo omissão (adota 
teoria causalista para o conceito 
de crime, agregando ao tipo 
dados valorativos - 
Resultado naturalístico; 
Relação de causalidade; 
Tipicidade 
Relação de contrariedade entre 
o fato e o direito 
Imputabilidade 
Dolo normativo ou culpa - inclui 
a consciência atual da ilicitude 
Exigibilidade de conduta diversa 
Teoria psicológica-normativa da 
culpabilidade 
SISTEMA FINALISTA 
FATO TÍPICO ILICITUDE CULPABILIDADE 
Conduta - dolo e culpa (o dolo 
é natural, pois não contém a 
consciência da ilicitude); 
Resultado naturalístico; 
Relação de causalidade; 
Tipicidade. 
Relação de contrariedade entre 
o fato e o direito 
Potencial consciência da 
ilicitude 
Exigibilidade de conduta diversa 
Teoria normativa pura. 
Imputabilidade 
Teoria normativa pura. 
Imputabilidade 
 
#ATENÇÃO O FUNCIONALISMO busca explicar as funções do direito penal e não apenas 
conceituar o crime em si. Temos duas principais espécies: 
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18 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
 
#SELIGA A tipicidade penal é formada pela tipicidade formal + tipicidade material. A tipicidade formal é 
o juízo de subsunção/adequação entre o fato e a norma. O fato praticado na vida real se encaixa no 
modelo de crime previsto pela norma penal. A tipicidade formal não é suficiente, sendo necessária a 
tipicidade material, expressada na lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico penalmente protegido. O 
princípio da insignificância exclui a tipicidade material. 
 
TEORIAS DA TIPICIDADE 
TEORIA DO TIPO 
AVALORADO/TIPO 
MERAMENTE DESCRITIVO: 
Fato típico não constitui emissão de valor sobre ilicitude. 
TEORIA INDICIÁRIA DO 
TIPO (RATIO 
COGNOSCENDI): 
Trata-se da teoria majoritariamente aceita. Coloca a tipicidade como ratio 
cognoscendi, sendo vista, portanto, como um indício da ilicitude. Todo 
fato típico também é presumidamente ilícito, operando-se uma 
presunção relativa de ilicitude. O efeito prático da teoria indiciária é a 
inversão do ônus da prova no tocante as excludentes da ilicitude. 
TEORIA DA RATIO 
ESSENDI: 
Fato típico e ilícito seria um elemento só. 
TEORIA DA TIPICIDADE 
CONGLOBANTE 
(ZAFFARONI): 
Tipicidade legal + antinormatividade. Para que uma conduta seja crime 
é necessário que seja proibida pelo ordenamento jurídico globalmente 
considerado. Antecipa a análise de excludentes de ilicitude: exercício 
regular de direito e o estrito cumprimento do dever legal são analisados 
como causas excludentes da tipicidade penal. 
 
TEORIAS DA CONDUTA 
Teoria Causalista 
Conduta é um movimento corporal (ação) voluntário que produz uma 
modificação no mundo exterior perceptível pelos sentidos. 
FUNCIONALISMO MODERADO OU DUALISTA 
DE ROXIN 
FUNCIONALISMO SISTÊMICO OU RADICAL DE 
JAKOBS 
O Direito Penal tem limites impostos pelo próprio 
direito penal e demais ramos do direito. 
O Direito Penal só reconhece os limites impostos 
pelo próprio Direito Penal. 
A função do Direito Penal é tutelar os bens 
jurídicos. O Direito Penalse ajusta à sociedade. 
A função do Direito Penal é punir, aplicar a 
norma. A sociedade é que deve ajustar-se ao 
Direito Penal. 
Tem como norte a política criminal. Direito Penal do inimigo. 
ELEMENTOS DO FATO TÍPICO (TIPICIDADE) 
Conduta 
Resultado 
Nexo Causal 
Tipicidade Formal e Material 
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19 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Teoria Neokantista 
Conduta é um comportamento (ação ou omissão) voluntário que produz 
uma modificação no mundo exterior perceptível pelos sentidos. 
Teoria Finalista 
(Welzel) 
#IMPORTANTE 
Conduta é um comportamento humano voluntário psiquicamente dirigido a 
um determinado fim. Por essa teoria, o dolo e a causa compõe o elemento 
“conduta”. Foi a teoria adotada pelo nosso Código Penal. 
Teoria cibernética da 
ação (Welzel) 
Foi criada para explicar o elemento vontade (controle da vontade) nos 
crimes culposos. Afirmava Welzel que a vontade estava no resultado e não 
na conduta. 
Teoria significativa da 
ação (Vivés Anton) 
Valoriza o significado da ação em um contexto social em detrimento da 
vontade do agente. 
Teoria Social da Ação 
(Wessels) 
Conduta é um comportamento humano voluntário dirigido a um fim 
socialmente reprovável. 
Funcionalismo 
Moderado (Roxin) 
Conduta aparece como comportamento humano voluntário, causador de 
relevante e intolerável lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado 
pela norma penal. 
Funcionalismo Radical 
(Jakobs) 
Conduta é comportamento humano voluntário causador de um resultado 
evitável, violador do sistema, frustrando as expectativas normativas. 
 
CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CONDUTA: 
Caso fortuito (homem) ou força maior (natureza). 
Atos ou movimentos reflexos. #ATENÇÃO Não se confundem com as ações em curto circuito que 
são explosões emocionais repentinas (há conduta e crime, em regra). 
Coação Física irresistível (#OLHAOGANCHO Se for resistível, é atenuante). 
Sonambulismo e Hipnose 
 
#ATENÇÃO Não há crime sem conduta, pois o Direito Penal do fato não aceita os crimes de mera 
suspeita, isto é, aqueles em que o agente não é punido por sua conduta, mas sim pela suspeita 
despertada pelo seu modo de agir. 
 
Relação de causalidade 
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. 
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
Superveniência de causa independente 
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu 
o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. 
Relevância da omissão 
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O 
dever de agir incumbe a quem: 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. 
 
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20 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
A relação de causalidade ou nexo causal pode ser conceituado com o vínculo formado entre a 
conduta praticada pelo agente ativo de um crime e o resultado por ele produzido. É através dela que se 
conclui se o resultado foi ou não provocado pela conduta, autorizando, desde que presente a tipicidade 
(adequação do fato à norma) a configuração da tipicidade. 
Encontra previsão legal no artigo 13 e parágrafo primeiro, do Código Penal, onde está expresso 
que o resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa, 
sendo esta a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido, bem como de que a 
superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o 
resultados, imputando-se os fatos anteriores a quem os praticou. A relação de causalidade, portanto, 
está relacionada aos crimes materiais, compostos pelos delitos em que o tipo penal descreve uma 
conduta e um resultado naturalístico, exigindo a produção deste para a consumação. 
➢ Teorias: 
1. Equivalência dos Antecedentes Causais: 
No art. 13, caput, do CP, foi adotada a teoria da equivalência dos antecedentes causais, ou teoria 
da conditio sine qua non, criada por Glaser, e posteriormente desenvolvida por Von Buri e Stuart Mill. 
Para esta teoria, causa é todo fato humano sem o qual o resultado não teria ocorrido, quando 
ocorreu e como ocorreu. Toma como base o processo hipotético de eliminação de Thyrén para se 
constatar se algum acontecimento deve ser inserido ou não no conceito de causa. 
2. Teoria da Causalidade Adequada: 
No art. 13, §1°, do CP, foi adotada a teoria da causalidade adequada, que teve origem nos estudos 
de Von Kries. Segundo esta teoria, causa é o antecedente não só necessário, mas adequado à produção 
do resultado. 
3. Teoria da Imputação Objetiva: 
Em uma perspectiva clássica, o tipo penal apresentava apenas aspectos objetivos, representados 
na relação de causalidade. Buscando resolver esse problema, o sistema finalista conferiu ao tipo penal 
também uma feição subjetiva, com a inclusão na conduta do dolo e da culpa. Para os adeptos da teoria 
da imputação objetiva, contudo, o sistema finalista, ao liminar o tipo objetivo à relação de causalidade, 
de acordo com a teoria da equivalência dos antecedentes, não resolve todos os problemas inerentes à 
imputação. 
Buscando solucionar tal problema, a teoria da imputação objetiva inseriu no tipo objetivo, dois 
novos elementos, quais sejam, a criação de um risco proibido e a realização do risco no resultado, além 
da já presente causalidade. A criação do risco proibido considera perigosa a ação que, aos olhos de um 
observador objetivo dotado dos conhecimentos especiais do autor, situado no momento da prática da 
ação, gere real possibilidade de dano para um determinado bem. Ademais, para que o resultado possa 
ser atribuído ao agente, o risco proibido por ele criado deve ser realizado no resultado. 
A teoria da imputação objetiva está intimamente ligada ao funcionalismo penal, pois este 
questiona a validade do conceito de conduta desenvolvido pelos sistemas clássicos e finalista, sendo que 
ao conceber o Direito como regulador da sociedade, delimita o âmbito das expectativas normativas de 
conduta, vinculando-se à teoria em comento. 
Para o funcionalismo teleológico de Claus Roxin, parte-se da premissa de uma ideia a respeito do 
Direito Penal, identificada como a proteção subsidiária de bens jurídicos mais relevantes e a respeito da 
CPF: 008.374.135-67 ALUNO: Luciana Nascimento Pereira
 
21 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
pena, que vem a ter um caráter preventivo geral e especial, para chegar a composição de um novo 
modelo de sistema de imputação. 
Já o funcionalismo sistêmico de Gunther Jakobs trabalha com a ideia central de competência e 
papel social, sendo que em relação à imputação objetiva, com fundamento no argumento segundo o 
qual, o comportamento social do homem é vinculado a papeis, traça quatro instituições -penais sobre as 
quais desenvolve a referida teoria, quais sejam; risco permitido, princípio da confiança, proibição do 
regresso e competência ou capacidade da vítima. 
 
APLICAÇÃO PRÁTICA: Rumoroso caso do afogamento em piscina de um jovem, em uma festa de 
formatura, onde havia livre trânsito de substâncias psicotrópicas. O MP denunciou todos os integrantes 
da comissão de formatura, o que foi rechaçado pelo STJ, nos seguintes termos: “4. Ainda que se admita 
a existência de relação de causalidade entre a conduta dos acusados e a morte da vítima, à luz da teoria 
da imputação objetiva, necessária é a demonstração da criação pelos agentes de uma situação de risco 
não permitido, não-ocorrente, na hipótese, porquanto é inviável exigir de uma Comissão de Formatura 
um rigor na fiscalização das substâncias ingeridaspor todos os participantes de uma festa”. (HC 
46.525/MT, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 21/03/2006, DJ 
10/04/2006, p. 245). 
 
➢ Concausas: 
É a convergência de uma causa externa à vontade do autor da conduta, influindo na produção 
do resultado naturalístico por ele desejado e posicionando-se paralelamente ao seu comportamento, 
omissivo ou comissivo. 
#SELIGANATABELA: 
 
Causa Dependente Causa independente 
Emana da conduta do agente, se insere no curso 
normal do desenvolvimento causal. 
Não exclui a relação de causalidade. 
Há dependência entre os acontecimentos. 
Foge da linha normal de desdobramento da conduta. 
Aparecimento é inesperado e imprevisível. 
Capacidade por si só de produzir o resultado. 
Pode ser absoluta ou relativamente independente a 
depender da sua origem. 
 
Classificação da causa independente em razão da origem: 
 
Causa absolutamente independente Causa relativamente independente 
Não se originam da conduta do agente. 
Se originam da conduta do agente. 
Essas causas não existiriam sem a conduta do 
agente. 
Podem ser: preexistentes, concomitantes e 
supervenientes 
Podem ser: preexistentes, concomitantes e 
supervenientes. 
Efeito jurídico (em todas as modalidades): 
agente não responde pelo resultado 
Efeito jurídico: 
1. preexistente e concomitante: o agente 
responde pelo resultado naturalístico 
CPF: 008.374.135-67 ALUNO: Luciana Nascimento Pereira
 
22 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
naturalístico, mas somente pelo seu dolo (atos 
até então praticados). 
2. superveniente: 
2.1. que produzem por si só o resultado: agente 
não responde pelo resultado naturalístico, mas 
somente pelo seu dolo (atos até então 
praticados). Rompimento do nexo causal. Art. 13, 
§1º, CP (teoria da causalidade adequada). 
Exemplo: acidente com a ambulância que 
transportava o enfermo. 
2.2. que não produzem por si só o resultado: 
agente responde pelo resultado naturalístico. 
Exemplo: omissão no tratamento médico após 
um ato de atentado contra a vida da vítima. 
 
9 Desistência voluntária e arrependimento eficaz. 10 Arrependimento posterior. 
 
➢ Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz: 
 
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se 
produza, só responde pelos atos já praticados. 
 
São formas de tentativa abandonada, ou seja, a consumação do crime não ocorre em razão da 
vontade do agente. A natureza jurídica da desistência voluntária e do arrependimento eficaz 
majoritariamente na jurisprudência é de causa de exclusão da tipicidade. 
Na desistência voluntária, o agente voluntariamente interrompe o processo executório do crime, 
abandonando a prática dos demais atos necessários e que estavam à sua disposição para a consumação. 
Diferencia-se da tentativa através da Fórmula de Frank (#SELIGANONOME), pois na desistência 
voluntária o agente pode prosseguir, mas não quer, enquanto na tentativa o agente quer prosseguir, mas 
não pode. 
No arrependimento eficaz, o agente já praticou todos os atos executórios suficientes à 
consumação do crime, mas adota providências aptas a impedir a produção do resultado. Possível 
somente nos crimes materiais (que necessitam de resultado). 
 
#ATENÇÃO 
A desistência voluntária e arrependimento eficaz são comunicáveis no concurso de pessoas? 
1ª corrente: caráter subjetivo dos institutos, não se comunicam. 
2ª corrente: caráter misto (objetivo e subjetivo), se comunicam. (#DOMINANTE) 
 
#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #AJUDAMARCINHO 
 
O instituto do arrependimento eficaz e da desistência voluntária somente são aplicáveis a delito que não 
tenha sido consumado. STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1549809/DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 
julgado em 02/02/2016. 
 
➢ Arrependimento Posterior: 
 
CPF: 008.374.135-67 ALUNO: Luciana Nascimento Pereira
 
23 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a 
coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de 
um a dois terços. 
 
É a causa pessoal e obrigatória de diminuição da pena que ocorre quando o responsável pelo 
crime praticado sem violência à pessoa ou grave ameaça, voluntariamente e até o recebimento da 
denúncia ou queixa, restitui a coisa ou repara o dano provocado por sua conduta. Seus fundamentos são 
a proteção da vítima e o fomento ao arrependimento por parte do agente. 
 
#OLHAOGANCHO: 
Em regra, o arrependimento deve ser integral, mas o STF já admitiu o arrependimento posterior na 
reparação parcial do dano. 
Há comunicabilidade aos demais coautores e partícipes em razão de sua natureza objetiva. 
O índice de redução da pena em função da maior ou menor celeridade no ressarcimento do prejuízo à 
vítima. 
 
#VAIMARCINHO #DIZERODIREITO 
 
Não se aplica o instituto do arrependimento posterior (art. 16 do CP) para o homicídio culposo na direção 
de veículo automotor (art. 302 do CTB) mesmo que tenha sido realizada composição civil entre o autor 
do crime a família da vítima. Para que seja possível aplicar a causa de diminuição de pena prevista no art. 
16 do CP é indispensável que o crime praticado seja patrimonial ou possua efeitos patrimoniais. O 
arrependimento posterior exige a reparação do dano e isso é impossível no caso do homicídio. STJ. 6ª 
Turma. REsp 1561276-BA, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 28/6/2016 (Info 590). 
Desse modo, os crimes contra a fé pública, semelhantes aos demais crimes não patrimoniais em geral, 
são incompatíveis com o instituto do arrependimento posterior, dada a impossibilidade material de haver 
reparação do dano causado ou a restituição da coisa subtraída. STJ. 6ª Turma. REsp 1242294-PR, Rel. 
originário Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. para acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/11/2014 
(Info 554). 
 
11 Crime impossível. 
 
➢ Crime Impossível: 
 
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade 
do objeto, é impossível consumar-se o crime. 
 
Quando por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, jamais 
ocorrerá a consumação. No crime impossível não há perigo ao bem jurídico penalmente tutelado. 
Tem natureza jurídica de causa de exclusão da tipicidade. 
 
Teorias sobre o crime impossível: 
1. Teoria Sintomática: Preocupa-se com a periculosidade do autor. Justifica-se em qualquer caso a 
aplicação de medida de segurança. 
2. Teoria Subjetiva: Leva em conta a intenção do agente. 
CPF: 008.374.135-67 ALUNO: Luciana Nascimento Pereira
 
24 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
3. Objetiva Pura: Quando nenhum bem jurídico foi lesado ou exposto. Mas não importa se a inidoneidade 
do meio ou do objeto é absoluta ou relativa. 
4. Objetiva Temperada: Haverá crime impossível quando a inidoneidade do meio ou a impropriedade do 
objeto for absoluta. #ADOTADAPELOCP 
#DEOLHONASSÚMULAS 
Súmula 145-STF. Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua 
consumação. 
Súmula 567-STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de 
segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração 
do crime de furto. 
 
#MAISJURISPRUDÊNCIA 
 
O STF em julgamento do dia 22/08/17, publicado em 06/02/2018, entendeu que a Súmula 567 do STJ 
pode ser relativizada a depender do caso concreto. vejamos a ementa do julgado: 
Recurso ordinário em habeas corpus. Penal. Furto simples tentado. Artigo 155, caput, em combinação com 
o art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. Conduta delituosa praticada em loja de departamento. 
Estabelecimento vítima que exerceu a vigilância direta sobre a conduta do paciente. Acompanhamento 
ininterrupto de todo o iter criminis. Ineficácia absoluta do meio empregadopara a consecução do delito, 
dadas as circunstâncias do caso concreto. Crime impossível caracterizado. Artigo 17 do Código Penal. 
Atipicidade da conduta. Recurso provido. Com fundamento diverso, votaram pelo provimento do recurso 
os eminentes Ministros Celso de Mello e Edson Fachin. 1. A forma específica mediante a qual os funcionários 
do estabelecimento vítima exerceram a vigilância direta sobre a conduta do paciente, acompanhando 
ininterruptamente todo o iter criminis, tornou impossível a consumação do crime, dada a ineficácia absoluta 
do meio empregado. Tanto isso é verdade que, no momento em que se dirigia para a área externada do 
estabelecimento comercial sem efetuar o pagamento do produto escolhido, o paciente foi abordado na 
posse do bem, sendo esse restituído à vítima. 2. De rigor, portanto, diante dessas circunstâncias, a incidência 
do art. 17 do Código Penal, segundo o qual “não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do 
meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime”. 3. Esse entendimento 
não conduz, automaticamente, à atipicidade de toda e qualquer subtração em estabelecimento comercial 
que tenha sido monitorada pelo corpo de seguranças ou pelo sistema de vigilância, sendo imprescindível, 
para se chegar a essa conclusão, a análise individualizada das circunstâncias de cada caso concreto. 4. 
Recurso provido para conceder a ordem de habeas corpus, reconhecendo-se a atipicidade da conduta 
imputada ao paciente na Ação Penal 0000802-76.2016.8.24.0039, com fundamento no art. 17 do Código 
Penal. 5. Com fundamento diverso, votaram pelo provimento do recurso os eminentes Ministros Celso de 
Mello e Edson Fachin. 
 
13 Erro: descriminantes putativas; erro determinado por terceiro; erro sobre a pessoa; erro sobre a ilicitude 
do fato (erro de proibição). 
 
ERRO DE TIPO 
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25 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Trata-se de uma falsa percepção da realidade, em que o agente não sabe o que faz. Possui previsão 
expressa no art. 20 do Código Penal, podendo o erro recair sobre circunstâncias essenciais (erro 
essencial) ou agregadas ao tipo penal (erro acidental). 
ERRO DE 
TIPO 
ESSENCIAL 
EVITÁVEL 
Exclui o dolo, mas admite a responsabilidade a título de culpa, 
se prevista em lei. 
INEVITÁVEL Exclui o dolo e a culpa. 
ERRO DE 
TIPO 
ACIDENTAL 
ERRO SOBRE A 
PESSOA 
Art. 20, CP: O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é 
praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, 
as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa 
contra quem o agente queria praticar o crime. Ex. agente que 
pretende ceifar a vida de A, mas termina por cometer o 
homicídio contra seu irmão gêmeo, crendo ser A. 
ERRO SOBRE O 
OBJETO 
Agente projeta sua conduta sobre um objeto, mas na realidade 
incide sobre coisa diversa. Ex. Acredita que está furtando um 
relógio de ouro, mas é uma bijuteria. 
ERRO SOBRE O 
NEXO CAUSAL ou 
ABERRATIO CAUSAE 
O engano é no tocante à causa do crime. O resultado buscado 
pelo agente ocorreu em razão de um acontecimento diverso 
daquele que ele inicialmente idealizou. Ex. A empurra B da 
ponte para matá-lo afogado. B vem a falecer, mas não por 
asfixia derivada do afogamento, mas sim em decorrência do 
traumatismo craniano, pois se chocou com uma pedra antes 
de ter contato com a água. 
ERRO NA 
EXECUÇÃO ou 
ABERRATIO ICTUS 
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de 
execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia 
ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse 
praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no 
§ 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida 
a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do 
art. 70 deste Código. 
RESULTADO 
DIVERSO DO 
PRETENDIDO ou 
ABERRATIO 
CRIMINIS 
Erro na execução com unidade complexa, com resultado 
duplo: é a situação descrita pelo art. 73, in fine, do Código 
Penal, na qual o sujeito, além de atingir a pessoa inicialmente 
desejada, ofende também pessoa ou pessoas diversas. 
ERRO SOBRE A 
PESSOA 
Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por 
acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado 
diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato 
é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado 
pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. 
ERRO SOBRE O 
OBJETO 
Exemplo: Ciclano joga uma pedra na vidraça de seu rival, mas 
acaba atingindo pedestre que passava naquele momento. O 
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26 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
agente, em razão do erro, acaba por atingir bem jurídico 
diverso. 
 
ERRO DE PROIBIÇÃO 
No erro de proibição o agente sabe exatamente o que está fazendo, mas desconhece a ilicitude do 
fato. Não é que o agente ignore os termos da lei, até porque o art. 21, “caput”, do CP, considera que 
“o desconhecimento da lei é inescusável”, não admitindo, portanto, a ignorantia legis. No erro de 
proibição, o agente apesar de saber dos termos da lei, desconhece ou interpreta mal o seu conteúdo, 
ou seja, não compreende com clareza seu caráter ilícito. 
EVITÁVEL Causa de diminuição de pena de 1/6 até 1/3. 
INEVITÁVEL Isenção de pena. 
 
ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO 
O agente não sabe o que faz. 
O agente sabe o que faz, mas pensa que sua 
conduta é lícita, quando, na verdade, é proibida. 
É o erro incidente sobre os elementos objetivos 
do tipo 
É o erro quanto à ilicitude da conduta 
Trata-se da má interpretação sobre os FATOS. 
Recai sobre os requisitos ou elementos fático-
descritivos do tipo, como também sobre 
requisitos jurídico-normativos do tipo. 
Afasta a POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE, 
que é requisito da culpabilidade. Não há erro sobre 
a situação de fato, já que essa está incontestável, 
mas não há a exata compreensão sobre os LIMITES 
JURÍDICOS DA LICITUDE da conduta. 
Exclui sempre o DOLO, se poderia ser evitado 
(inescusável), responde pela culpa, caso haja 
previsão da forma culposa do delito. 
Exclui a CULPABILIDADE, se INEVITÁVEL ou 
ESCUSÁVEL. 
Diminui a pena, se EVITÁVEL ou INESCUSÁVEL. 
Exclui CRIME Exclui PENA 
Exemplo: pessoa que levou o carro de outrem 
achando que fosse o seu. 
Exemplo: holandês que acreditou que no Brasil 
poderia usar drogas sem que praticasse crime. 
 
14 Concurso de crimes. 
 
SISTEMA DO 
CÚMULO 
MATERIAL: 
Impõe ao juiz a 
soma de todas 
as penas dos 
crimes 
CONCURSO DA 
PENA DE 
MULTA 
Art. 72. No concurso de crimes, as penas de multa são 
aplicadas distinta e integralmente. 
CONCURSO 
MATERIAL 
Art. 69. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou 
omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, 
aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade 
em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de 
penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. 
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27 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
praticados pelo 
réu. 
CONCURSO 
FORMAL 
IMPRÓPRIO 
Art. 70. 2ª parte (concurso formal imperfeito ou impróprio). As 
penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou 
omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de 
desígnios autônomos. 
SISTEMA DA 
EXASPERAÇÃO: 
O juiz aplica 
somente uma 
das penas, 
aumentada de 
determinado 
percentual. 
CONCURSO 
FORMAL 
PRÓPRIO 
Art. 70. 1ª parte (concurso formal próprio ou perfeito) Quando 
o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou 
mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das 
penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas 
aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade (...). 
CRIME 
CONTINUADO 
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou 
omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas 
condiçõesde tempo, lugar, maneira de execução e outras 
semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como 
continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos 
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, 
em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas 
diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à 
pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os 
antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, 
bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de 
um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até 
o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e 
do art. 75 deste Código. 
 
#SELIGANAJURIS #AJUDAMARCINHO 
 
Impossibilidade de aplicação concomitante da continuidade delitiva comum e específica. 
Se reconhecida a continuidade delitiva específica entre estupros praticados contra vítimas diferentes, deve 
ser aplicada exclusivamente a regra do art. 71, parágrafo único, do Código Penal, mesmo que, em relação 
a cada uma das vítimas, especificamente, também tenha ocorrido a prática de crime continuado. STJ. 6ª 
Turma. REsp 1471651-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 13/10/2015 (Info 573). 
Não há continuidade entre o art. 6º da Lei 7.492/86 e o art. 1º da Lei 9.613/98 
Não há continuidade delitiva entre os crimes do art. 6º da Lei nº 7.492/86 (Lei dos Crimes contra o Sistema 
Financeiro Nacional) e os crimes do art. 1º da Lei nº 9.613/98 (Lei dos Crimes de "Lavagem" de Dinheiro). 
Não incide a regra do crime continuado na hipótese, pois os crimes descritos nos arts. 6º da Lei 7.492/86 
e 1º da Lei 9.613/98 não são da mesma espécie. STJ. 6ª Turma. REsp 1405989/SP, Rel. Min. Sebastião Reis 
Júnior, Rel. p/ Acórdão Min. Nefi Cordeiro, julgado em 18/08/2015 (Info 569). 
Aumento de pena no máximo pela continuidade delitiva em crime sexual 
No caso de crime continuado, o art. 71 do CP prevê que o juiz deverá aplicar a pena de um só dos crimes, 
se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de 1/6 a 2/3. O STJ entende 
que, em regra, a escolha da quantidade de aumento de pena deve levar em consideração o número de 
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28 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
infrações praticadas pelo agente com base na seguinte tabela: O critério para o aumento no crime 
continuado é o número de crimes praticados: 2 crimes — aumenta 1/6 3 crimes — aumenta 1/5 4 crimes 
— aumenta 1/4 5 crimes — aumenta 1/3 6 crimes — aumenta 1/2 7 ou mais — aumenta 2/3 Porém, nem 
sempre será fácil trazer para os autos o número exato de crimes que foram praticados, especialmente 
quando se trata de delitos sexuais. É o caso, por exemplo, de um padrasto que mora há meses ou anos 
com a sua enteada e contra ela pratica constantemente estupro de vulnerável. Nessas hipóteses, mesmo 
não havendo a informação do número exato de crimes que foram cometidos, o juiz poderá aumentar a 
pena acima de 1/6 e, dependendo do período de tempo, até chegar ao patamar máximo. Assim, 
constatando-se a ocorrência de diversos crimes sexuais durante longo período de tempo, é possível o 
aumento da pena pela continuidade delitiva no patamar máximo de 2/3 (art. 71 do CP), ainda que sem a 
quantificação exata do número de eventos criminosos. STJ. 5ª Turma. HC 311146-SP, Rel. Min. Newton 
Trisotto (Desembargador convocado do TJ-SC), julgado em 17/3/2015 (Info 559). 
Roubo praticado em ônibus contra o patrimônio de vários passageiros 
O sujeito entra no ônibus e, com arma de fogo em punho, exige que oito passageiros entreguem seus 
pertences (dois desses passageiros eram marido e mulher). O agente irá responder por oito roubos 
majorados (art. 157, § 2º-A, I, do CP) em concurso formal (art. 70). Atenção: não se trata, portanto, de 
crime único. Ocorre concurso formal quando o agente, mediante uma só ação, pratica crimes de roubo 
contra vítimas diferentes, ainda que da mesma família, eis que caracterizada a violação a patrimônios 
distintos. STJ. 5ª Turma. HC 207.543/SP, Rel. Min. Gilson Dipp, julgado em 17/04/2012. Nesse caso, o 
concurso formal é próprio ou impróprio? Concurso formal PRÓPRIO. Praticado o crime de roubo 
mediante uma só ação contra vítimas distintas, no mesmo contexto fático, resta configurado o concurso 
formal próprio, e não a hipótese de crime único, visto que violados patrimônios distintos. STJ. 6ª Turma. 
HC 197684/RJ, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 18/06/2012. STJ. 5ª Turma. HC 455.975/SP, Rel. 
Min. Ribeiro Dantas, julgado em 02/08/2018. 
Existe precedente do STJ reconhecendo continuidade entre o art. 168-A e o art. 337-A do CP 
Em função da melhor hermenêutica, os crimes descritos nos arts. 168-A e 337-A, apesar de constarem 
em títulos diferentes no Código Penal e serem, por isso, topograficamente díspares, refletem delitos que 
guardam estreita relação entre si, portanto cabível o instituto da continuidade delitiva (art. 71 do CP). STJ. 
REsp 1212911/RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, julgado em 20/03/2012. 
 
15 Ilicitude. 
 
CAUSAS EXCLUDENTES DA ILICITUDE 
GERAIS (Art. 23 do CP) ESPECÍFICAS SUPRALEGAIS 
- Estado de Necessidade 
- Legítima Defesa 
- Estrito Cumprimento do Dever 
Legal 
- Exercício Regular do Direito 
- Art. 128 do CP 
- Art. 37, Lei 9.605/98 
- outras 
-Consentimento do ofendido 
- outras 
 
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29 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
#CUIDADO: o consentimento do ofendido também pode atuar como excludente de tipicidade, quando 
envolve bem jurídico indisponível e houver necessidade de dissenso da vítima para configurar o tipo 
penal. Exemplo: estupro. 
 
ESTADO DE NECESSIDADE LEGÍTIMA DEFESA 
Conflito de vários bens jurídicos diante da 
mesma situação de perigo 
Ameaça ou ataque a um bem jurídico 
Pressupõe: perigo atual + sem destinatário 
certo. 
Pressupõe: agressão humana injusta + atual ou 
iminente + com destinatário certo. 
Os interesses em conflito são legítimos. Os interesses do agressor são ilegítimos. 
Conclusão: cabe estado de necessidade contra 
estado de necessidade. 
Conclusão: não cabe legítima defesa contra 
legítima defesa. 
 
#ATENÇÃO: Em relação ao estado de necessidade, o Código Penal adotou a teoria unitária, de modo 
que sempre será uma causa de exclusão de ilicitude (estado de necessidade justificante). Na teoria 
diferenciadora, é possível que o estado de necessidade configure exclusão de ilicitude (estado de 
necessidade justificante: o bem protegido é de valor superior ao bem sacrificado) ou exclusão da 
culpabilidade (estado de necessidade exculpante: o bem protegido é de igual ou menor valor que o bem 
sacrificado). Atenção: o CPM adotou a teoria diferenciadora. 
 
 
ESPÉCIES DE LEGÍTIMA DEFESA 
LEGÍTIMA DEFESA AGRESSIVA OU ATIVA Pratica um fato previsto em lei 
LEGÍTIMA DEFESA DEFENSIVA OU PASSIVA Apenas se defende, sem praticar fato típico. 
LEGÍTIMA DEFESA RECÍPROCA 
Pressupondo agressão injusta, não é possível 
duas pessoas simultaneamente agirem uma 
contra a outra em legítima defesa. 
LEGÍTIMA DEFESA SUCESSIVA É a reação contra o excesso do agredido 
LEGÍTIMA DEFESA CULPOSA 
É descriminante putativa. Legítima defesa 
putativa por erro de tipo evitável. Ex. Confunde 
b com pessoa que pretendia matá-lo. 
LEGÍTIMA DEFESA AUTÊNTICA OU REAL Afasta a ilicitude 
LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA 
Afasta a culpabilidade ou tipicidade, depende da 
teoria da culpabilidade adotada. 
LEGÍTIMA DEFESA SUBJETIVA OU EXCESSIVA 
É o excesso por erro de tipo inevitável. Ex. Bate 
em b (de alto porte) que desmaia. A não 
percebe e continua agredindo. B morre. 
LEGÍTIMA DEFESA PRESUMIDA 
Não é possível. A tipicidade gera presunção 
relativa de ilicitude, de forma que o ônus de 
provar a excludente é do acusado. 
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30 CICLOS RETA FINALTJ/BA @CICLOSR3 
LEGÍTIMA DEFESA REAL CONTRA LEGÍTIMA 
DEFESA CULPOSA (PUTATIVA) 
A agressão é injusta. 
LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA RECÍPROCA 
É possível também legítima defesa putativa de 
legítima defesa putativa. Os dois imaginam que 
vão ser agredidos pelo outros e atacam. 
 
#OBS: Não é possível legítima defesa contra estado de necessidade ou outra excludente real (não pode 
ser encarado como agressão injusta). Assim, se dois náufragos se agridem pelo colete salva-vidas, ocorre 
estado de necessidade x estado de necessidade, pois nenhuma das agressões é injusta. 
#ATENÇÃO: A legítima defesa pode ser invocada diante de agressão perpetrada por inimputável? SIM. 
A legítima defesa, enquanto excludente da ilicitude, segundo substrato do conceito analítico de crime, 
deve ser aferida objetivamente, de forma que a injustiça da agressão independe da capacidade de 
entendimento e autodeterminação do indivíduo, pois a inimputabilidade constitui elemento da 
culpabilidade. No entanto, o agente deve ter maior cautela ao reprimir a agressão injusta no inimputável, 
se tinha consciência desse fato. Deve fugir ao combate, se possível. 
 
16 Culpabilidade. 
 
CULPABILIDADE 
CONCEITO 
Consiste no juízo de reprovação do agente por ter praticado um fato 
típico e antijurídico, quando podia entender o caráter ilícito do fato e agir 
conforme o direito. 
#ATENÇÃO Para os adeptos do conceito bipartido de crime, é 
pressuposto de pena. 
TEORIAS 
TEORIA PSICOLÓGICA DA CULPABILIDADE: é o vínculo psicológico entre 
autor do fato e um resultado típico e ilícito, ou seja, uma mera imputação 
(cunho subjetivo: análise do dolo e culpa). É formada pela imputabilidade 
e dolo normativo/culpa. 
TEORIA PSICOLÓGICO-NORMATIVA DA CULPABILIDADE: A 
culpabilidade é vista como um juízo de valor que necessita de uma 
avaliação simultânea do vínculo psicológico do autor (dolo ou culpa) e da 
reprovação social, o que a torna psicológico-normativa. O novo elemento 
da culpabilidade é de natureza normativa (exigibilidade de conduta 
diversa). É formada pela imputabilidade, dolo normativo/culpa e 
inexigibilidade de conduta diversa. 
TEORIA 
NORMATIVA 
PURA DA 
CULPABILIDADE: 
Teoria normativa extremada, estrita ou normativa 
pura da culpabilidade: para essa vertente, todas as 
discriminantes putativas configuram erro de 
proibição indireto. 
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31 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
A culpabilidade 
deixa de analisar 
elementos 
subjetivos, 
tornando-se 
exclusivamente 
normativa, 
formada pela 
inimputabilidade, 
inexigibilidade de 
conduta diversa e 
potencial 
consciência de 
ilicitude. É o 
exercício 
inadequado do 
livre-arbítrio. Foi 
a teoria adotada 
pelo CP. 
Teoria normativa limitada: o erro sobre as hipóteses 
(existência) e os limites das discriminantes putativas 
(causas de exclusão da ilicitude) configuram erro de 
proibição indireto, ao passo que o erro relacionado 
aos pressupostos fáticos que autorizam a 
discriminante putativa (causas de exclusão da 
ilicitude), caracteriza-se como erro de tipo indireto ou 
permissivo. Adotada pelo CP 
ELEMENTOS 
IMPUTABILIDADE 
CAUSAS DE 
INIMPUTABILIDADE 
Doença mental ou 
desenvolvimento mental 
incompleto/retardado 
Menoridade 
Embriaguez completa e 
acidental 
POTENCIAL 
CONSCIÊNCIA 
DA ILICITUDE 
CAUSA DE 
EXCLUSÃO 
Erro de proibição inevitável 
EXIGIBILIDADE 
DE CONDUTA 
DIVERSA 
CAUSA DE 
EXCLUSÃO 
Coação moral irresistível 
#NÃOCONFUNDA: A coação 
física irresistível leva à exclusão 
da conduta e, 
consequentemente, ao fato 
atípico. 
Obediência hierárquica 
COCULPABILIDADE 
Para Zaffaroni, existe uma parcela de culpa da sociedade, que contribui 
para a prática do delito. Assim, a depender do grau de exclusão social, 
parcela da doutrina defende a aplicação da coculpabilidade como 
atenuante genérica inominada (art. 66 do CP). 
#ATENÇÃO COCULPABILIDADE ÀS AVESSAS - É dividida em duas 
perspectivas: 
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1ª) É o abrandamento da aplicação da pena nos crimes praticados por 
pessoas de alto poder socioeconômico, como é o caso da extinção da 
punibilidade pelo pagamento da dívida nos crimes contra a ordem 
tributária, previstos na Lei 8.137/1990, quando na verdade, essas mesmas 
pessoas deveriam sofrer um maior rigor na aplicação da pena, porquanto 
tiveram maiores oportunidades perante a sociedade. 
2ª). É a criação pelo Estado de leis que incriminem as condutas passíveis 
de estarem sujeitas somente as pessoas de menor capacidade 
socioeconômica, como é caso da vadiagem e mendicância. 
 
#SELIGANOTERMO – TEORIA DA ACTIO LIBERA IN CAUSA: Essa teoria surgiu na Itália e foi criada para 
solucionar os crimes cometidos em estado de embriaguez preordenada. No momento do crime o sujeito 
está inconsciente. A teoria antecipa o momento da análise da imputabilidade. A imputabilidade não será 
analisada no momento em que o crime foi praticado. Nesse momento ele estava inconsciente. É 
antecipada para o momento anterior àquele em que o agente livremente se colocou no estado de 
embriaguez. Para a embriaguez preordenada essa teoria é perfeita, pois no momento anterior já existia 
o dolo - o fundamento é a causalidade mediata. Antes de começar a beber já havia o dolo de cometer 
crime. O art. 28, II CP acolheu essa teoria também para a embriaguez voluntária e culposa. No momento 
anterior, antes de beber, já existia o dolo? Não. Por esse motivo, a doutrina critica a aplicação desta teoria 
à esta hipótese, alegando que é um resquício da responsabilidade penal objetiva. 
#OLHAOGANCHO O art. 45 da Lei de Drogas de fato traz uma causa especial de exclusão da 
culpabilidade, que ocorre em razão da dependência. Essa excludente, não incide apenas no delito de 
portar ou trazer consigo drogas, mas sim sobre qualquer infração penal praticada. 
#ATENÇÃO: CAUSAS SUPRALEGAIS DE INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA: cláusula de 
consciência, desobediência civil, conflito de deveres, excesso intensivo exculpante (legítima defesa 
excessiva), legítima defesa preordenada diante de uma ameaça factível, estado de necessidade 
exculpante (não é adota no ordenamento pátrio). 
 
17 Concurso de pessoas. 
➢ Tratamento Legislativo: 
 
As regras inerentes ao concurso de pessoas estão disciplinadas pelos artigos 29 a 31 do Código 
Penal. 
 
TÍTULO IV 
DO CONCURSO DE PESSOAS 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida 
de sua culpabilidade. 
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. 
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; 
essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. 
Circunstâncias incomunicáveis 
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Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares 
do crime. 
Casos de impunibilidade 
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não 
são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. 
 
Concurso de pessoas pode ser conceituado como a colaboração empreendida por duas ou mais 
pessoas para a realização de um crime ou de uma contravenção penal, dependendo da existência de 
cinco requisitos para sua configuração: pluralidade de agentes culpáveis, relevância causal das condutas 
para a produção do resultado, vínculo subjetivo, unidade de infração penal para todo os agentes e 
existência de fato punível. 
a) Pluralidade de Agentes Culpáveis: As condutas devem ser praticadas por pelo menos duas 
pessoas, e, consequentemente, de ao menos duas condutas penalmente relevantes.

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