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NFPSS parte 1

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2 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
NFPSS 
 
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Este material está protegido por direitos autorais (Lei nº 9.610/98), sendo vedada 
a reprodução, distribuição ou comercialização de qualquer informação ou conteúdo dele 
obtido, em qualquer hipótese, sem a autorização expressa de seus idealizadores. O 
compartilhamento, a título gratuito ou oneroso, leva à responsabilização civil e criminal 
dos envolvidos. Todos os direitos estão reservados. 
Além da proteção legal, este arquivo possui um sistema GTH anti-temper baseado 
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que funciona como a identidade digital oculta do arquivo. O código-fonte tem 
mecanismo autônomo de segurança e proteção contra descriptografia, 
independentemente da conversão do arquivo de PDF para os formatos doc, odt, txt entre 
outros. 
 
 
3 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
SUMÁRIO 
DIREITO CIVIL ........................................................................................................................... 4 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL .................................................................................................... 92 
DIREITO DO CONSUMIDOR ................................................................................................... 159 
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ............................................................................ 193 
ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA – LEI nº 13.146/2015 ........................................... 244 
DIREITO PENAL ..................................................................................................................... 261 
 
 
 
4 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
 
DIREITO CIVIL1 
Grandes guerreiros!!! 
Quanta luta até aqui, não é mesmo? Mas nada de esmorecer, vocês estão quase lá! 
Estamos chegando à reta final para a prova do TJ/BA e, vamos fechar com chave de ouro com 
o nosso tão esperado NFPSS! A cereja do bolo consiste em uma revisão geral dos principais pontos do 
edital, focando nas últimas súmulas, jurisprudências e informativos do ano 2018, que são as apostas 
Ciclos. Leiam com muito carinho e atenção. 
#PARTIU! 
1 Lei de introdução às normas do direito brasileiro: vigência, aplicação, obrigatoriedade, interpretação 
e integração das leis; conflito das leis no tempo; eficácia das leis no espaço. 
 
Enquanto o objeto de estudo do CC é a tutela da pessoa humana, a LINDB preocupa-se com a 
própria norma jurídica, sendo esse o seu objeto de estudo. Há, portanto, uma diversidade de objetos e, 
sendo assim, a “LICC” não era e não é um diploma legal introdutório do CC apesar desse antigo nome. 
A LINDB, na verdade, é um diploma legal multidisciplinar que se aplica universalmente a qualquer 
ramo do direito. É, portanto, um código geral sobre a elaboração e aplicação das normas jurídicas; tem 
como objetivo, então, a elaboração, vigência e aplicação de leis. Seja qual for o ramo do direito, as 
normas devem ser elaboradas e aplicadas conforme a “LICC” ou LINDB. 
Trata-se, portanto, de uma norma de SOBREDIREITO (lex legum). 
Visto isso, a Lei nº 13.655/2018 incluiu na LINDB os arts. 20 a 30 prevendo regras sobre segurança 
jurídica e eficiência na criação e na aplicação do direito público. Há possibilidade que a banca explore 
o assunto por ser muito atual! #VALEAPENALER 
 
Alterações promovidas pela Lei n° 13.655, de 25 de abril de 2018. 
Art. 1o O Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito 
Brasileiro), passa a vigorar acrescido dos seguintes artigos: 
“Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores 
jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão. 
Parágrafo único. “A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou da 
invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis 
alternativas.” 
“Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de 
ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas 
consequências jurídicas e administrativas. 
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as 
condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos 
 
1 Por Josélia Gomes do Carmo. 
 
5 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das 
peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos.” 
“Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as 
dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos 
dos administrados. 
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma 
administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou 
condicionado a ação do agente. 
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os 
danos que dela provierem para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e 
os antecedentes do agente. 
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções de 
mesma natureza e relativas ao mesmo fato.” 
“Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação 
nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de 
direito, deverá prever regime de transição quando indispensável para que o novo dever ou 
condicionamento de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo 
aos interesses gerais. 
Parágrafo único. (VETADO).” 
“Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, 
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em 
conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação 
geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas. 
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações contidas em atos 
públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as 
adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento público.” 
 “Art. 25. (VETADO).” 
“Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito 
público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do 
órgão jurídico e, quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante 
interesse geral, celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só 
produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial. 
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo: 
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os interesses gerais; 
II – (VETADO); 
III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de direito reconhecidos 
por orientação geral; 
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções 
aplicáveis em caso de descumprimento. 
§ 2º (VETADO).” 
 
6 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
“Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá impor 
compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo ou da 
conduta dos envolvidos. 
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidaspreviamente as partes sobre seu cabimento, 
sua forma e, se for o caso, seu valor. 
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso processual entre os 
envolvidos.” 
“Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de 
dolo ou erro grosseiro. 
§ 1º (VETADO). 
§ 2º (VETADO). 
§ 3º (VETADO).” 
“Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade administrativa, salvo 
os de mera organização interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifestação de 
interessados, preferencialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão. Vigência 
§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais condições da consulta 
pública, observadas as normas legais e regulamentares específicas, se houver. 
§ 2º (VETADO).” 
“Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação das 
normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas. 
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter vinculante em relação 
ao órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão.” 
 
Vejamos algumas questões cobradas pela banca recentemente: 
(PCSE/DELEGADO/CESPE/2018) Uma nova lei, que disciplinou integralmente matéria antes regulada 
por outra norma, foi publicada oficialmente sem estabelecer data para a sua entrada em vigor e sem 
prever prazo de sua vigência. Sessenta dias após a publicação oficial dessa nova lei, foi ajuizada uma 
ação em que as partes discutem um contrato firmado anos antes sobre o assunto objeto das referidas 
normas. 
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o seguinte item, com base na Lei de Introdução 
às Normas do Direito Brasileiro. 
Apesar de a nova lei ter revogado integralmente a anterior, ela não se aplica ao contrato objeto da 
ação2. 
Julgue o item a seguir acerca de direitos da personalidade, de registros públicos, de obrigações e de 
bens. 
Conforme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), cassino que funcione no exterior de 
forma legal poderá cobrar, no Brasil, por dívida de jogo contraída por brasileiro no exterior3. 
 
2 CERTO. O caso em questão diz respeito ao art. 6° da LINDB: A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito 
adquirido e a coisa julgada. O Contrato foi firmado antes do advento da nova lei. 
3 CERTO. 
#OLHAAJURIS#AJUDAMARCINHO#DIZERDIREITO 
 
7 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
 
→ Vigência das normas – art. 1º e 2º 
Revogação: uma vez cumprida a vacatio legis e entrando em vigor, a lei continuará vigendo até 
que venha outra e, expressa ou tacitamente, a revogue: princípio da continuidade. Necessariamente se 
dará por outra lei, que revogará expressa ou tacitamente, no todo ou em parte a lei antiga. 
A revogação é gênero e possui as seguintes espécies: 
→ ab–rogação: é a revogação total da lei. 
→ derrogação: é a revogação parcial da lei. 
 
Art. 2o LINDB: Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou 
revogue. 
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível 
ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem 
modifica a lei anterior. 
 
Repristinação: é o restabelecimento dos efeitos de uma lei que foi revogada pela revogação da 
lei revogadora. A revogação da lei revogadora não restabelece os efeitos da lei revogada. 
Ex.: Lei A → Lei B → Lei C. A Lei C revoga a Lei B, os efeitos da Lei A não serão restabelecidos. 
 
Art. 2º, § 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido 
a vigência. 
 
Integração da norma – art. 4º 
ANALOGIA: rompe-se com os limites do que 
está previsto na norma (INTEGRAÇÃO) 
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA: apenas amplia-se 
o sentido da norma, havendo subsunção 
(CONHECIMENTO) 
 
Princípios fundamentais ou institucionais: 
correspondem às opções do sistema, ou seja, a 
opção do sistema por este ou aquele valor. Logo, 
os princípios fundamentais possuem força 
normativa, exatamente na medida em que os 
princípios fundamentais obrigam. Os princípios 
fundamentais são as opções valorativas de cada 
sistema. 
Princípios gerais/informativos: são meras 
recomendações, têm caráter propositivo, e são 
universais. Portanto, não possuem força 
normativa porque só servem para desempate. 
 
Interpretação da norma – art. 5º 
→Interpretação ampliativa: a norma que diga respeito aos direitos fundamentais individuais ou sociais 
(art. 5º e 7º da CF/88) se submete à interpretação ampliativa. 
 
A cobrança de dívida de jogo contraída por brasileiro em cassino que funciona legalmente no exterior é juridicamente possível e não ofende a ordem 
pública, os bons costumes e a soberania nacional. STJ. 3ª Turma. REsp 1628974-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 13/6/2017 (Info 610) 
 
8 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
→Interpretação declaratória: as normas de Direito Administrativo se submetem a uma interpretação 
declarativa, por conta do princípio da legalidade. 
→Interpretação restritiva: as normas que estabeleçam privilégio, sanção, renúncia, fiança e aval se 
submetem a interpretação restritiva. 
 
Antinomias Jurídicas ou Lacunas de Colisão 
Antinomia é a presença de duas normas conflitantes, válidas e emanadas de autoridade 
competente, sem que se possa dizer qual delas merecerá aplicação em determinado caso concreto. 
Critério Cronológico:norma posterior prevalece sobre a anterior. 
Critério da Especialidade: norma especial prevalece sobre a geral. 
Critério hierárquico: norma superior prevalece sobre a inferior. 
APARENTE REAL 
Quando o conflito normativo puder ser 
resolvido pelos critérios hierárquico, cronológico 
ou da especialidade. 
Ocorre quando não é possível resolver o conflito 
de normas pelos critérios tradicionais. 
Antinomia de 1º grau. Antinomia de 2°grau. 
É o mesmo que antinomia aparente. 
É a antinomia que não pode ser resolvida pelos 
critérios tradicionais. Nesse caso, diz-se que a 
antinomia é de 2°, pois que um conflito de 
normas tem mesmo um conflito entre os critérios 
de resolução de antinomias: 
Hierárquico x cronológico: prevalece o 
hierárquico; 
Especialidade x cronológico: prevalece 
especialidade; 
Hierárquico x especialidade: deverá ser decidido 
à luz da situação concreta. 
 
#CESPADINHA: 
(CESPE/PGM Manaus/2018) À luz das disposições do direito civil pertinentes ao processo de integração 
das leis, aos negócios jurídicos, à prescrição e às obrigações e contratos, julgue o item a seguir. 
 
O conflito de normas que pode ser resolvido com a simples aplicação do critério hierárquico é 
classificado como antinomia aparente de primeiro grau4. 
 
2 Pessoas naturais: conceito; início da pessoa natural; personalidade; capacidade; direitos da personali
dade; nome civil; estado civil; domicílio; ausência. 
 
 
4 CERTO. Quando o conflito normativo puder ser resolvido pelos critérios hierárquico, cronológico ou da especialidade, temos uma antinomia aparente de 
1º. 
 
9 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
→PERSONALIDADE JURÍDICA: é a aptidão genérica para se titularizar direitos e contrair obrigações na 
ordem jurídica, ou seja, é a qualidade para ser sujeito de direito. Em uma primeira perspectiva, é a 
pessoa física/natural ou a pessoa jurídica. #SELIGA: Em que momento a pessoa física ou natural adquire 
personalidade? 
 
Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,desde a 
concepção, os direitos do nascituro. 
 
NASCITURO CONCEPTURO (prole eventual) 
O ente já concebido, de vida intrauterina, mas 
ainda não nascido. 
Aquele que nem concebido ainda foi. 
 
#FIQUEMDEOLHO: 
Enunciado 01 do CJF: “A proteção que o Código defere ao nascituro alcança também o natimorto 
no que concerne aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura”. 
 
NASCITURO E TEORIAS EXPLICATIVAS 
Teoria Natalista (Silvio Rodrigues, Eduardo Espínola, Vicente Ráo, Venosa): Esta teoria sustenta que a 
personalidade só seria adquirida a partir do nascimento com vida, de maneira que o nascituro não 
seria considerado pessoa, gozando de mera expectativa de direito. É a teoria clássica. 
Teoria Concepcionista (Silmara Chinelato, Teixeira de Freitas, Clóvis Beviláqua): Influência francesa. 
Para esta teoria, o nascituro seria considerado pessoa desde a concepção, inclusive para efeitos 
patrimoniais, razão pela qual o nascituro seria titular de direito e não de mera expectativa. Se ele nasce 
com vida, este nascimento retroage seus efeitos à concepção. 
#TEORIASMINORITÁRIAS: 
Teoria da “Personalidade Formal” (intermediária e pouco ousada), citada por MHD, afirma que o 
nascituro na vida intrauterina tem personalidade jurídica formal, no que atina a direitos personalíssimos 
e aos de personalidade, passando a ter personalidade jurídica material, alcançando os direitos 
patrimoniais, que permaneciam em estado potencial, somente com o nascimento com vida. Se nascer 
com vida, adquire personalidade jurídica material, mas se tal não ocorrer, nenhum direito patrimonial 
terá. 
Teoria da “Personalidade Condicional” sufraga entendimento no sentido de que o nascituro possui 
direitos sob condição suspensiva. Vale dizer, ao ser concebido, já pode titularizar alguns direitos 
(extrapatrimoniais), como o direito à vida, mas só adquire completa personalidade, quando 
implementada a condição do seu nascimento com vida. O que não difere muito da teoria da MHD 
vista acima. 
 
→ CAPACIDADE JURÍDICA: Autores como Teixeira de Freitas, afirmam que a capacidade jurídica é a 
medida da personalidade. Temos dois tipos de capacidade, a capacidade de direito e a capacidade de 
fato. 
 
CAPACIDADE DE DIREITO CAPACIDADE DE FATO OU DE EXERCÍCIO 
 
10 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
(Todos têm) confunde-se com a noção de 
personalidade, porque toda pessoa é capaz de 
direitos. De acordo com o mesmo, não há 
diferença fundamental entre capacidade de 
direito e personalidade, são faces da mesma 
moeda. 
(Nem todos têm), traduz a aptidão para 
pessoalmente praticar atos da vida civil. A falta 
desta gera incapacidade absoluta ou relativa. 
 
#ATENÇÃO: Capacidade de Direito + Capacidade de Fato = CAPACIDADE PLENA 
 
ABSOLUTAMENTE INCAPAZES RELATIVAMENTE INCAPAZES 
Art. 3º. São absolutamente incapazes de exercer 
pessoalmente os atos da vida civil os menores de 
16 (dezesseis) anos. 
#ATENÇÃO: A Lei nº 13.146/2015 tem aplicação 
imediata. 
 
Art. 4º. São incapazes, relativamente a certos 
atos, ou à maneira de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito 
anos; 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
III - aqueles que, por causa transitória ou 
permanente, não puderem exprimir sua vontade; 
IV - os pródigos. 
 
#OLHAOGANCHO: 
JDC 138 - Art. 3º: A vontade dos absolutamente incapazes, na hipótese do inc. I do art. 3o, é 
juridicamente relevante na concretização de situações existenciais a eles concernentes, desde que 
demonstrem discernimento bastante para tanto. 
 
#ATENÇÃO: 
→EMANCIPAÇÃO: Instituto jurídico civil, que permite a antecipação da capacidade plena, podendo-se 
operar de três formas: 
*Voluntária: É aquela concedida em caráter irrevogável, mediante instrumento público, por ato 
dos pais (ou de um deles na falta do outro), independentemente de homologação judicial, e desde que 
o menor tenha pelo menos, dezesseis anos completos. 
*Judicial: É aquela concedida pelo juiz, ouvido o tutor, desde que o menor tenha pelo menos 
dezesseis anos completos. 
 
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de 
todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, 
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 
dezesseis anos completos; 
 
*Legal: art. 5º, parágrafo único, II a V: 
 
II - pelo casamento; 
 
11 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
III - pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em 
função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. 
 
→ DIREITOS DA PERSONALIDADE: O rol dos direitos da personalidade é exemplificativo. Existe uma 
cláusula geral de proteção da personalidade no direito brasileiro: a dignidade da pessoa humana. 
 
Características do Direito da Personalidade: 
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e 
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. 
 
Outras características dos direitos da personalidade: 
Impenhoráveis: não pode ser penhorado, mas a indenização já recebida pode ser penhorada. 
Imprescritíveis: não há prazo extintivo para o seu exercício. A indenização, por sua vez, submete-
se a prazo prescricional. 
Vitalícios: perduram durante toda a vida do titular e, em regra, adquirem-se desde a concepção, 
salvo as exceções legais e as decorrentes da sua própria natureza. 
Absolutos: oponíveis erga omnes (opõem-se à observância de todos, como predicado da 
proteção da dignidade da pessoa humana). 
Extrapatrimoniais: não podem ser objeto de penhora ou expropriação, muito embora isso seja 
possível quanto às consequências econômicas. 
Inatos; 
 
Proteção Jurídica dos Direitos da Personalidade: 
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e 
danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo 
o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. 
 
#OLHAAJURIS #DIZERDIREITO 
Transgênero pode alterar seu prenome e gênero no registro civil mesmo sem fazer cirurgia de 
transgenitalização e mesmo sem autorização judicial: O transgênero tem direito fundamental subjetivo 
à alteração de seu prenome e de sua classificação de gênero no registro civil, não se exigindo, para 
tanto, nada além da manifestação de vontade do indivíduo, o qual poderá exercer tal faculdade tanto 
pela via judicial como diretamente pela via administrativa. Essa alteração deve ser averbada à margem 
do assento de nascimento, vedada a inclusão do termo “transgênero”. Nas certidões do registro não 
constará nenhuma observação sobre a origem do ato, vedada a expedição de certidão de inteiro teor, 
salvo a requerimento do próprio interessado ou por determinação judicial. Efetuando-se o 
procedimento pela via judicial, caberá ao magistrado determinar de ofício ou a requerimento do 
interessado a expedição de mandados específicos para a alteração dos demais registros nos órgãos 
públicos ou privados pertinentes, os quais deverão preservar o sigilo sobre a origem dos atos. STF. 
Plenário. RE 670422/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/8/2018 (repercussão geral) (Info 911). Os 
 
12 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
transgêneros, que assim o desejarem, independentemente da cirurgia de transgenitalização, ou da 
realização de tratamentos hormonais ou patologizantes, possuem o direito à alteração do prenome e 
do gênero (sexo) diretamente no registro civil.STF. Plenário. ADI 4275/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, 
red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 28/2 e 1º/3/2018 (Info 892). 
O mero desejo pessoal não é motivo justificável para a alteração do prenome: A regra no 
ordenamento jurídico é a imutabilidade do prenome (art. 58 da Lei nº 6.015/73). Todavia, sendo o 
nome civil um direito da personalidade, por se tratar de elemento que designa o indivíduo e o 
identifica perante a sociedade, revela-se possível, nas hipóteses previstas em lei, bem como em 
determinados casos admitidos pela jurisprudência, a modificação do prenome. Para que haja, 
contudo, a retificação de registro civil é necessário que exista uma circunstância excepcional apta a 
justificar a alteração do prenome. Ex: nome que gere constrangimento. Caso concreto: mulher 
ingressou com ação pedindo para trocar seu nome de Tatiane para Tatiana, sob a alegação de que é 
“popularmente” conhecida como Tatiana. O STJ não aceitou e disse que isso não é suficiente para 
afastar o princípio da imutabilidade do prenome, sob pena de se transformar a exceção em regra. STJ. 
3ª Turma. REsp 1728039/SC, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 12/06/2018. 
Homologação de acordo extrajudicial de retificação de registro civil: É inadmissível a homologação de 
acordo extrajudicial de retificação de registro civil de menor em juízo sem a observância dos requisitos 
e procedimento legalmente instituído para essa finalidade. Ex: Sandro namorava Letícia, que ficou 
grávida. Ao nascer a criança, Sandro a registrou como sua filha. Alguns anos depois, por meio de um 
exame de DNA feito em uma clínica particular, descobre-se que o pai biológico da menor é, na 
verdade, João.Diante disso, o pai registral, o pai biológico e a criança, representada por sua mãe, 
celebraram um acordo extrajudicial de anulação de assento civil. Por intermédio deste instrumento, as 
referidas partes acordaram que haveria a retificação do registro civil da menor para que houvesse a 
substituição do nome de seu pai registral pelo pai biológico. As partes ingressam com pedido para 
que o juiz homologasse esse acordo. O pedido deverá ser negado. STJ. 3ª Turma. REsp 1698717-MS, 
Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/06/2018 (Info 627). 
Possibilidade de voltar o nome de solteira após a morte do marido: É admissível o restabelecimento 
do nome de solteiro na hipótese de dissolução do vínculo conjugal pelo falecimento do cônjuge. Ex: 
Maria Pimentel da Costa casou-se com João Ferreira.Com o casamento, ela incorporou o patronímico 
do marido e passou a chamar-se Maria da Costa Ferreira. Alguns anos mais tarde, João faleceu. Maria 
poderá voltar a usar o nome de solteira (Maria Pimentel da Costa), excluindo o patronímico do falecido 
marido? Sim. Vale ressaltar que não há previsão legal para a retomada do nome de solteira em caso 
de morte do marido. A lei somente prevê a possibilidade de o homem ou a mulher voltarem a usar o 
nome de solteiro (a) em caso de divórcio (art. 1.571, § 2º, do CC). Apesar disso, o STJ entende que isso 
deve ser permitido. A viuvez e o divórcio são hipóteses muito parecidas e envolvem uma mesma razão 
de ser: a dissolução do vínculo conjugal. Logo, não há justificativa plausível para que se trate de modo 
diferenciado as referidas situações. STJ. 3ª Turma. REsp 1724718-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado 
em 22/05/2018 (Info 627). 
Excepcionalmente, é possível que o Judiciário determine o rompimento do vínculo estabelecido por 
sites de busca entre o nome da pessoa, utilizado como critério exclusivo de busca, e a notícia 
desabonadora apontada nos resultados: Determinada pessoa se envolveu em uma suspeita de fraude 
 
13 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
há mais muitos anos, tendo sido inocentada das acusações. Ocorre que todas as vezes que digita seu 
nome completo no Google e demais provedores de busca, os primeiros resultados que aparecem até 
hoje são de páginas na internet que trazem reportagens sobre seu suposto envolvimento com a 
fraude. Diante disso, ela ingressou com ação de obrigação de fazer contra o Google pedindo a 
desindexação, nos resultados das aplicações de busca mantida pela empresa, de notícias relacionadas 
às suspeitas de fraude no referido concurso. Invocou, como fundamento, o direito ao esquecimento. 
O STJ afirmou o seguinte: em regra, os provedores de busca da internet (ex: Google) não têm 
responsabilidade pelos resultados de busca apresentados. Em outras palavras, não se pode atribuir a 
eles a função de censor, obrigando que eles filtrem os resultados das buscas, considerado que eles 
apenas espelham o conteúdo que existe na internet. A pessoa prejudicada deverá direcionar sua 
pretensão contra os provedores de conteúdo (ex: sites de notícia), responsáveis pela disponibilização 
do conteúdo indevido na internet. Há, todavia, circunstâncias excepcionalíssimas em que é necessária 
a intervenção pontual do Poder Judiciário para fazer cessar o vínculo criado, nos bancos de dados 
dos provedores de busca, entre dados pessoais e resultados da busca, que não guardam relevância 
para interesse público à informação, seja pelo conteúdo eminentemente privado, seja pelo decurso 
do tempo. Nessas situações excepcionais, o direito à intimidade e ao esquecimento, bem como a 
proteção aos dados pessoais deverá preponderar, a fim de permitir que as pessoas envolvidas sigam 
suas vidas com razoável anonimato, não sendo o fato desabonador corriqueiramente rememorado e 
perenizado por sistemas automatizados de busca. No caso concreto, o STJ determinou que deveria 
haver a desvinculação da pesquisa com base no nome completo da autora com resultados que 
levassem às notícias sobre a fraude. Em outras palavras, o STJ afirmou o seguinte: o Google não 
precisa retirar de seus resultados as notícias da autora relacionadas com a suposta fraude no concurso. 
Mas para que esses resultados apareçam será necessário que o usuário faça uma pesquisa específica 
com palavras-chaves que remetam à fraude. Por outro lado, se a pessoa digitar unicamente o nome 
completo da autora, sem qualquer outro termo de pesquisa que remete à suspeita de fraude, não se 
deve mais aparecer os resultados relacionados com este fato desabonador. Assim, podemos dizer que 
é possível determinar o rompimento do vínculo estabelecido por provedores de aplicação de busca 
na internet entre o nome de prejudicado, utilizado como critério exclusivo de busca, e a notícia 
apontada nos resultados. O rompimento do referido vínculo sem a exclusão da notícia compatibiliza 
também os interesses individual do titular dos dados pessoais e coletivo de acesso à informação, na 
medida em que viabiliza a localização das notícias àqueles que direcionem sua pesquisa fornecendo 
argumentos de pesquisa relacionados ao fato noticiado, mas não àqueles que buscam exclusivamente 
pelos dados pessoais do indivíduo protegido. STJ.3ª Turma. REsp 1660168-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
Rel. Acd.Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 08/05/2018 (Info 628). 
 
#QUESTÃOCESPE#FIQUEMDEOLHO: 
(CESPE/ANALISTA MINISTERIAL/MPU/2018) De acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF), a 
alteração do prenome e do gênero (sexo) no registro civil de pessoas transgênero somente poderá ser 
 
14 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
realizada se houver autorização judicial e comprovação da realização de cirurgia de transgenitalização 
pelo (a) interessado (a).5 
 
Direito ao Corpo Vivo (art. 13, CC): 
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar 
diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. 
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma 
estabelecida em lei especial. 
Direito ao Corpo Morto (art. 14, CC): 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo 
ou em parte, para depois da morte.Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. 
Autonomia do Paciente ou Livre Consentimento Informado (art. 15, CC): 
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a 
intervenção cirúrgica. 
 
Direito ao Nome Civil (artigos 16 a 19, CC): 
 
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. 
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações 
que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. 
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. 
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. 
 
#JÁCAIU #TJCE2018 #ATENÇÃO: 
Maria decidiu alugar um imóvel de sua propriedade para Ana, que, no momento da assinatura 
do contrato, tinha dezessete anos de idade. 
Nessa situação hipotética, o contrato celebrado pelas partes é6 
a) nulo, uma vez que foi firmado por pessoa absolutamente incapaz, condição que pode servir 
de argumento para Ana extinguir o contrato. 
b) anulável, portanto passível de convalidação, ressalvado direito de terceiros. 
c) válido, desde que tenha sido formalizado por escritura pública, visto que tem por objeto um 
imóvel. 
d) nulo, porque Ana deveria ter sido representada por um de seus genitores. 
 
5 ERRADO. Transgênero pode alterar seu prenome e gênero no registro civil mesmo sem fazer cirurgia de transgenitalização e mesmo sem autorização 
judicial. STF. Plenário. RE 670422/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/8/2018 (repercussão geral) (Info 911). 
 
6 Letra B. 
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: 
I - por incapacidade relativa do agente; 
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. 
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro. 
 
15 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
e) válido, ainda que Ana não possua capacidade de direito para celebrar o contrato de aluguel. 
 
#DEOLHONASSÚMULAS#FIQUEMATENTOS: 
Súmula 37, STJ: São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo 
fato. 
Súmula 227, STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. 
Súmula 370, STJ: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado. 
Súmula 385, STJ: Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização 
por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento. 
Súmula 387, STJ: É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral. 
Súmula 388, STJ: A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral. 
Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da 
imagem de pessoa com fins econômicos ou empresariais. 
 
→ AUSÊNCIA: Ocorre quando uma pessoa desaparece do seu domicílio, sem deixar notícia ou 
representante que administre os seus bens. A matéria é disciplinada a partir do art. 22 do CC. Há a 
sucessão provisória e a seguir a sucessão definitiva, nesta é reconhecida a morte presumida do 
indivíduo. 
Existem também as hipóteses de morte presumida do art. 7º que NÃO decorrem da ausência. 
Se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo, não se pede ausência, deve-se entrar 
com procedimento de justificação para que após seja feito o pedido de declaração de óbito, caso esteja 
suficientemente provado a grande probabilidade de morte. 
 
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: 
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o 
término da guerra. 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois 
de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. 
 
E se o cidadão retorna? Ele terá que ingressar com um procedimento para obter a declaração 
oficial da inexistência do ato que declarou sua morte. 
A morte presumida SEM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA enseja a abertura de sucessão definitiva, 
não sendo necessário seguir o procedimento de ausência (art. 22 e do CC), com abertura de sucessão 
provisória, para depois abrir a sucessão definitiva, procedimento esse que só deve e dar em caso de 
ausência de alguém que não se encaixe no art. 7 do CC, aplicando-se assim, o disposto no art. 6 º e 
nos artigos citados (art. 22 e seguintes do CC). 
 
16 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
→ COMORIÊNCIA: Comoriência traduz a situação jurídica de morte simultânea. A regra da comoriência, 
prevista no art. 8º do CC, somente deve ser aplicada, quando não for possível indicar a ordem 
cronológica dos óbitos (ou seja, premoriência = precedência de óbito). CC: não podendo se indicar a 
ordem das mortes presume-se que a situação é de falecimento simultâneo, abrindo-se cadeias 
sucessórias autônomas e distintas. 
 
Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos 
comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. 
 
#ATENÇÃO: Um comoriente NÃO HERDA do outro. 
 
3 Pessoas jurídicas: disposições gerais; conceito e elementos caracterizadores; constituição; extinç
ão; capacidade e direitos da personalidade; domicílio; sociedades de fato; associações; sociedades;
 fundações; grupos despersonalizados;desconsideração da personalidade jurídica; responsabilida
de da pessoa jurídica e dos sócios. 
 
→ PESSOA JURÍDICA: A pessoa jurídica é o grupo humano, criado na forma da lei e dotado de 
personalidade jurídica própria, para a realização de fins comuns. 
O empresário individual é uma pessoa jurídica? NÃO, é pessoa física. Não há destacamento do 
patrimônio individual do empresário. Para determinados efeitos jurídicos pode ser considerado, mas 
não na essência. 
E a EIRELI? Prevê a possibilidade de uma Empresa Individual de Responsabilidade Limitada, isto 
é, uma pessoa jurídica, uma sociedade, composta por UM só empresário, destacando assim o 
patrimônio individual do empresário. Para mais detalhes, consultar caderno de empresarial. 
 
Teorias Explicativas da Pessoa Jurídica 
Corrente negativista: negava ser pessoa jurídica de direito, não aceitava a tipologia. Ihering e Bolze 
defendiam tese no sentido de que a associação formada por um grupo de indivíduos não possuiria 
personalidade jurídica própria, pois os próprios associados seriam considerados em conjunto, trata-
se da teoria da mera aparência (este gênero de pessoas seria mera aparência, excogitada para a 
facilidade das relações). Ihering ainda dizia que os verdadeiros sujeitos de direito seriam os 
indivíduos que formam a Pessoa Jurídica, ela seria apenas mera forma especial de manifestações 
exteriores da vontade dos seus membros. 
Corrente afirmativista: Aceitava a teoria da pessoa jurídica, ou seja, reconhecia a pessoa jurídica como 
sujeito de direito. 
Ela se subdivide em: 
1) Teoria da ficção (Savigny); 
2) Teoria da realidade objetiva ou organacionista (Clóvis Beviláqua); 
3) Teoria da realidade técnica ou jurídica (Ferrara). 
 
 
17 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Teoria da Ficção (Savigny) 
Sustentava que a pessoa jurídica 
seria um sujeito com existência 
ideal, ou seja, fruto da técnica 
jurídica. As pessoas jurídicas 
seriam pessoas por ficção legal, 
uma vez que som ente os 
sujeitos dotados de vontade 
poderiam por si mesmos 
titularizar direitos subjetivos. 
A pessoa jurídica não teria uma 
função social, teria uma 
existência abstrata, ideal. 
Teoria da realidade objetiva ou 
organacionista (Clóvis 
Beviláqua) 
É o contrapontoda teoria da 
ficção. Para ela, a pessoa 
jurídica não seria fruto da 
técnica jurídica, mas sim um 
organismo social vivo. Para este 
pensamento a pessoa jurídica 
teria uma atuação social, sendo 
um organismo social vivo. 
 
Teoria da realidade técnica 
(Ferrara) 
Aproveitando elementos das 
duas correntes anteriores, é 
mais equilibrada. Afirma que a 
PJ teria existência real não 
obstante a sua personalidade 
ser conferida pelo direito. 
 
→ CLASSIFICAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS 
 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos. 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
§ 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações 
religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e 
necessários ao seu funcionamento. 
§ 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto 
do Livro II da Parte Especial deste Código. 
§ 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica. 
 
**FUNDAÇÕES: A fundação privada é uma pessoa jurídica de direito privado criada por iniciativa 
de um particular (um grupo de particulares) que decide separar um patrimônio (dinheiro, imóveis etc.) 
e destiná-lo (afetá-lo) para que seja utilizado na realização de determinada finalidade de interesse 
coletivo. 
 
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação 
especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de 
administrá-la. 
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de: #FIQUEMATENTOS (Redação 
dada pela Lei nº 13.151, de 2015) 
I – assistência social; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
III – educação; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
 
18 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
IV – saúde; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
V – segurança alimentar e nutricional; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; 
(Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de 
gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; (Incluído pela Lei 
nº 13.151, de 2015) 
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; (Incluído pela Lei nº 
13.151, de 2015) 
IX – atividades religiosas; e (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
X – (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
 
#ATENÇÃO! Há duas formas de instituição da fundação: direta quando o próprio instituidor o 
faz pessoalmente, inclusive cuidando da elaboração dos estatutos; e a fiduciária, quando a um terceiro 
é delegado este encargo. Se este não faz, o MP o faz (atuação subsidiária). 
#OBS: Cabe ao Ministério Público estadual fiscalizar o funcionamento das fundações privadas. 
 
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. 
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito 
Federal e Territórios. (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015) 
 
#FIQUEMDEOLHO: Procedimento da instituição da fundação pelo CPC/2015: 
 
Art. 764. O juiz decidirá sobre a aprovação do estatuto das fundações e de suas alterações sempre que 
o requeira o interessado, quando: 
I - ela for negada previamente pelo Ministério Público ou por este forem exigidas modificações com as 
quais o interessado não concorde; 
II - o interessado discordar do estatuto elaborado pelo Ministério Público. 
§ 1o O estatuto das fundações deve observar o disposto na Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 
(Código Civil). 
§ 2o Antes de suprir a aprovação, o juiz poderá mandar fazer no estatuto modificações a fim de adaptá-
lo ao objetivo do instituidor. 
Art. 765. Qualquer interessado ou o Ministério Público promoverá em juízo a extinção da fundação 
quando: 
I - se tornar ilícito o seu objeto; 
II - for impossível a sua manutenção; 
III - vencer o prazo de sua existência. 
 
**SOCIEDADES: A sociedade é uma espécie de corporação (agrupamento humano) dotada de 
personalidade jurídica própria, instituída por meio de contrato social visando à finalidade econômica ou 
lucrativa. OBS: toda sociedade é instituída por meio de contrato social, não tem estatuto. O contrato 
social organiza a sociedade, que é formada por sócios, o ato constitutivo da sociedade é o contrato 
 
19 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
social. O contrato social das sociedades vem conceituado no art. 981 do CC, no livro de direito de 
empresa. 
 
Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com 
bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. 
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados. 
 
São espécies de sociedade: 
Simples: pessoas jurídicas que, embora persigam proveito econômico, não empreendem 
atividade empresarial. Embora possa adotar uma das formas societárias previstas para as sociedades 
empresárias – ressalvada a sociedade por ações (anônima ou em comandita por ações), por absoluta 
incompatibilidade e imposição de lei –, não se subordina às normas relativas ao “empresário”. 
Empresária: vem a ser a pessoa jurídica que exerça atividade econômica organizada para a 
produção ou a circulação de bens ou serviços. 
 
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício 
de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, 
simples, a cooperativa. 
Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 
1.092; a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, 
subordina-se às normas que lhe são próprias. 
Parágrafo único. Ressalvam-se as disposições concernentes à sociedade em conta de participação e à 
cooperativa, bem como as constantes de leis especiais que, para o exercício de certas atividades, 
imponham a constituição da sociedade segundo determinado tipo. 
Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e seja 
constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária, pode, com as 
formalidades do art. 968, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso 
em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à sociedade empresária. 
Parágrafo único. Embora já constituída a sociedade segundo um daqueles tipos, o pedido de inscrição se 
subordinará, no que for aplicável, às normas que regem a transformação. 
Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da 
lei, dos seus atos constitutivos (arts. 45 e 1.150). 
 
**ASSOCIAÇÕES: Pessoas jurídicas de direito privado que são formadas pela união de indivíduos, 
visando à finalidade IDEAL ou NÃO ECONÔMICA. Pelo fato de não perseguir o lucro a associação não 
está impedida de gerar renda que sirva para manter-se (atividades e quadro funcional). Em uma 
associação, os membros não pretendem partilhar lucros ou dividendos (como na sociedade 
civil/empresarial). A receita gerada é revertida em benefício da associação para melhoria de sua 
atividade. Por isso, o seu ato constitutivo(estatuto), não deve impor entre os próprios associados direitos 
e obrigações recíprocos como aconteceria se tratasse de um contrato social (firmado entre sócios). 
 
Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. 
 
20 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. 
 
Os requisitos do Estatuto das Associações estão elencados no art. 54 do CC. O Estatuto é o ato 
constitutivo da associação (ato normativo), que é registrado no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. 
 
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: 
I - a denominação, os fins e a sede da associação; 
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; 
III - os direitos e deveres dos associados; 
IV - as fontes de recursos para sua manutenção; 
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; 
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. 
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. 
 
Regra geral, dissolvida a associação, o seu patrimônio será atribuído a entidades de fins não 
econômicos designadas no estatuto ou em sendo este omisso, o patrimônio será deferido à instituição 
municipal, estadual ou federal, de fins iguais ou semelhantes (art. 61 do CC). 
 
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o 
caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de 
fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição 
municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. 
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da 
destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, 
as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação. 
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver 
sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá 
à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União. 
 
→ DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA: A teoria da desconsideração pretende 
justificar o afastamento temporário da personalidade da pessoa jurídica, permitindo que os credores 
lesados possam satisfazer os seus direitos no patrimônio pessoal do sócio ou administrador que 
cometeu o ato abusivo. 
 
#ATENÇÃO#ENUNCIADO: 
284 – Art. 50: As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos ou de fins não econômicos estão 
abrangidas no conceito de abuso da personalidade jurídica. 
 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela 
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando 
lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam 
estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
 
21 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
 
Teoria MAIOR Teoria MENOR 
O Direito Civil brasileiro adotou a chamada teoria 
maior da desconsideração. Isso porque o art. 50 
exige, além da insolvência, que se prove o desvio 
de finalidade (teoria maior subjetiva) ou a 
confusão patrimonial (teoria maior objetiva). 
No Direito do Consumidor e no Direito 
Ambiental, adotou-se a teoria menor da 
desconsideração. Isso porque, para que haja a 
desconsideração da personalidade jurídica nas 
relações jurídicas envolvendo consumo ou 
responsabilidade civil ambiental, basta provar a 
insolvência da pessoa jurídica. 
Deve-se provar: 
1) insolvência; 
2) abuso da personalidade (desvio de finalidade 
ou confusão patrimonial). 
Deve-se provar apenas a insolvência. 
Art. 4º da Lei nº 9.605/98 (Lei Ambiental). 
Art. 28, § 5º do CDC. 
 
DESCONSIDERAÇÃO DIRETA (regular) 
DESCONSIDERAÇÃO INDIRETA (inversa ou 
invertida) 
Bens dos sócios ou administradores respondem 
por dívidas da pessoa jurídica. 
Bens da pessoa jurídica respondem por dívidas 
dos sócios e administradores. Atualmente é 
prevista expressamente no CPC (art. 133). 
 
#SELIGANAJURIS#APOSTACICLOS: 
Nas causas em que a relação jurídica for cível-empresarial, a desconsideração da personalidade da 
pessoa jurídica será regulada pelo art. 50 do Código Civil. A inexistência ou não localização de bens 
da pessoa jurídica não é condição para a desconsideração da personalidade jurídica. O que se exige 
é a demonstração da prática de desvio de finalidade ou de confusão patrimonial (art. 50 do CC). 
Assim, o incidente de desconsideração da personalidade jurídica pode ser instaurado mesmo nos 
casos em que não for comprovada a inexistência de bens do devedor. STJ. 4ª Turma. REsp 
1729554/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 08/05/2018. 
 
4 Bens: diferentes classes; bens corpóreos e incorpóreos; bens no comércio e fora do comércio. 
 
→ CLASSIFICAÇÃO DOS BENS: 
BENS IMÓVEIS BENS MÓVEIS 
São aqueles que não podem ser transportados 
de um lugar para outro sem alteração de sua 
substância (um terreno). 
Podem ser: 
1) Bens imóveis por natureza ou por essência; 
2) Bens imóveis por acessão física industrial ou 
artificial; 
São os passíveis de deslocamento, sem quebra 
ou fratura (um computador, v.g.). Os bens 
suscetíveis de movimento próprio, enquadráveis 
na noção de móveis, são chamados de 
semoventes (um cachorro, v.g.). 
Podem ser: 
1) Bens móveis por natureza ou por essência; 
2) Bens móveis por antecipação; 
 
22 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
3) Bens imóveis por acessão intelectual ou por 
destinação (há controvérsia se permanece no 
contexto do CC/02); 
4) Bens imóveis por disposição legal. 
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se 
lhe incorporar natural ou artificialmente. 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos 
legais: 
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que 
os asseguram; 
II - o direito à sucessão aberta. 
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: 
I - as edificações que, separadas do solo, mas 
conservando a sua unidade, forem removidas 
para outro local; 
II - os materiais provisoriamente separados de um 
prédio, para nele se reempregarem. 
3) Bens móveis por disposição legal 
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de 
movimento próprio, ou de remoção por força 
alheia, sem alteração da substância ou da 
destinação econômico-social. 
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos 
legais: 
I - as energias que tenham valor econômico; 
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as 
ações correspondentes; 
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e 
respectivas ações. 
Art. 84. Os materiais destinados a alguma 
construção, enquanto não forem empregados, 
conservam sua qualidade de móveis; readquirem 
essa qualidade os provenientes da demolição de 
algum prédio. 
BENS FUNGÍVEIS BENS INFUNGÍVEIS 
São aqueles que podem ser substituídos por 
outros da mesma espécie, qualidade e 
quantidade (dinheiro, por exemplo). 
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem 
substituir-se por outros da mesma espécie, 
qualidade e quantidade. 
Por sua vez, são aqueles de natureza 
insubstituível. Exemplo: uma obra de arte. 
BENS CONSUMÍVEIS BENS INCONSUMÍVEIS 
São os bens móveis cujo uso importa destruição 
imediata da própria substância (consuntibilidade 
física, exemplo: sanduíche), bem como aqueles 
destinados à alienação (consuntibilidade jurídica). 
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso 
importa destruição imediata da própria 
substância, sendo também considerados tais os 
destinados à alienação. 
São aqueles que suportam uso continuado (um 
avião, um carro). São aquelesque permitem 
reiteradas utilizações, retirando-se a sua utilidade 
sem deterioração imediata (inconsuntibilidade 
física) ou os que são inalienáveis 
(inconsuntibilidade jurídica). 
BENS DIVSÍVEIS BENS INDIVISÍVEIS 
 
23 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
São os que se podem repartir em porções reais e 
distintas, formando cada uma delas um todo 
perfeito (uma saca de café). 
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem 
fracionar sem alteração na sua substância, 
diminuição considerável de valor, ou prejuízo do 
uso a que se destinam. 
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem 
tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou 
por vontade das partes. 
Não admitem divisão cômoda sem 
desvalorização ou dano (um cavalo). 
BENS SINGULARES BENS COLETIVOS OU UNIVERSALIDADES 
São os bens que, embora reunidos, se 
consideram de per si, independentemente dos 
demais. 
São aqueles que, em conjunto, formam um todo 
homogêneo (universalidade da f ato –um 
rebanho, uma biblioteca; universalidade de 
direito – o patrimônio, a herança). 
Art. 90. Constitui universalidade de fato a 
pluralidade de bens singulares que, pertinentes à 
mesma pessoa, tenham destinação unitária. 
Parágrafo único. Os bens que formam essa 
universalidade podem ser objeto de relações 
jurídicas próprias. 
Art. 91. Constitui universalidade de direito o 
complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, 
dotadas de valor econômico. 
BENS PRINCIPAIS BENS ACESSÓRIOS 
Existem de maneira autônoma eindependente, 
abstrata ou concretamente. 
São bens cuja existência e finalidade depende do 
outro bem, o principal. Princípio da gravitação 
jurídica: o bem acessório segue o principal, salvo 
disposição em contrário (exceto as pertenças). 
Tipos de bens acessórios: 
1) Frutos; 
2) Produtos; 
3) Rendimentos; 
4) Benfeitorias; 
5) Pertenças; 
6) Partes integrantes. 
 
→ BENS DE FAMÍLIA: 
#ATENÇÃO#CESPEAMA: 
Súmula 549-STJ: É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação. 
 
24 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Súmula 449-STJ: A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui 
bem de família para efeito de penhora. 
Súmula 364-STJ: O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel 
pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas. 
 
#JURIS#AJUDAMARCINHO#APOSTACICLOS: 
PROCESSUAL CIVIL. DIREITO CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. BEM DE FAMÍLIA OFERECIDO EM 
GARANTIA HIPOTECÁRIA PELOS ÚNICOS SÓCIOS DA PESSOA JURÍDICA DEVEDORA. 
IMPENHORABILIDADE. EXCEÇÃO. ÔNUS DA PROVA. PROPRIETÁRIOS. 
1. O art. 1º da Lei n. 8.009/1990 instituiu a impenhorabilidade do bem de família, haja vista se tratar de 
instrumento de tutela do direito fundamental à moradia da família e, portanto, indispensável à 
composição de um mínimo existencial para uma vida digna, ao passo que o art. 3º, inciso V, desse 
diploma estabelece, como exceção à regra geral, a penhorabilidade do imóvel que tiver sido oferecido 
como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar. 
2. No ponto, a jurisprudência desta Casa se sedimentou, em síntese, no seguinte sentido: a) o bem de 
família é impenhorável, quando for dado em garantia real de dívida por um dos sócios da pessoa jurídica 
devedora, cabendo ao credor o ônus da prova de que o proveito se reverteu à entidade familiar; e b) o 
bem de família é penhorável, quando os únicos sócios da empresa devedora são os titulares do imóvel 
hipotecado, sendo ônus dos proprietários a demonstração de que a família não se beneficiou dos valores 
auferidos. 
3. No caso, os únicos sócios da empresa executada são os proprietários do imóvel dado em garantia, 
não havendo se falar em impenhorabilidade. 
4.Embargos de divergência não providos. 
(EAREsp 848.498/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 25/04/2018, 
DJe 07/06/2018). 
 
5 Fato Jurídico. 
 
→ PLANOS DOS FATOS JURÍIDICOS 
**Plano da existência: Ao sofrer a incidência da norma jurídica juridicizante, a parte relevante do 
suporte fático é transportada para o mundo jurídico, ingressando no mundo da existência. Neste plano, 
que é o plano do ser, entram todos os fatos jurídicos, lícitos ou ilícitos. A existência do fato jurídico 
constitui premissa de que decorrem todas as demais situações que podem acontecer no mundo jurídico. 
**Plano de validade: Se o fato jurídico existe e é daqueles em que a vontade humana constitui 
elemento nuclear do suporte fático (ato jurídico stricto sensu e negócio jurídico), há de passar pelo plano 
da validade, onde o direito fará a triagem do que é perfeito (que não tem qualquer vício invalidante) e 
o que está eivado de vício invalidante. 
**Plano de eficácia: O plano da eficácia é a parte do mundo jurídico onde os fatos jurídicos 
produzem os seus efeitos. O plano da eficácia, como o da validade, pressupõe a passagem do fato 
jurídico pelo plano da existência, não, todavia, essencialmente, pelo plano da validade. 
→CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS JURÍDICOS 
 
25 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Em sentido amplo, é todo acontecimento natural ou humano apto a criar, modificar ou extinguir 
relações jurídicas. 
*Fato Jurídico Stricto Sensu: Todo fato jurídico em que, na composição do seu suporte fático, 
entram apenas fatos da natureza, independentes de ato humano como dado essencial. Não exclui a 
possibilidade de que haja eventual participação de ato humano na concreção do suporte fático. 
Exemplo: nascimento, morte, implemento de idade, confusão, produção de frutos, aluvião, avulsão. O 
Fato Jurídico Stricto Sensu divide-se em: 
a) Ordinário: Nascimento natural, morte natural, decurso do tempo. 
b) Extraordinário: Tem carga de imprevisibilidade ou inevitabilidade, um furacão por exemplo. 
*Ato-Fato Jurídico: No ato-fato, embora o comportamento derive do homem e deflagre efeitos 
jurídicos, é desprovido de voluntariedade e consciência em direção ao resultado jurídico existente. 
Exemplo: enfermo mental, que foge da casa de saúde, entra em uma loja de artesanato, 
manipula argila, a argila seca e ao secar fica de certa forma, a que passe um crítico e note que a escultura 
tem grande valor econômico. Falta voluntariedade e consciência = ATO-FATO jurídico. 
*Ato Jurídico Lato Sensu: Ato jurídico, espécie de fato jurídico em sentido amplo, é toda ação 
humana LÍCITA que deflagra efeitos na órbita jurídica. A despeito da polêmica, entendemos na linha de 
Vicente Ráo, Flávio Tartuce, José Simão e Zeno Veloso que ato jurídico éa ação humanalícita, não se 
confundindo como ato ilícito, categoria própria com caracteres específicos. Até porque, o ato ilícito é 
tratado na própria parte geral do CCB (título III). É o fato jurídico cujo suporte fático tem com cerne uma 
exteriorização consciente da vontade, que tenha como objeto obter um resultado juridicamente 
protegido ou não proibido e possível. 
A vontade que permanece interna, como acontece com a reserva mental, não serve à 
composição de suportefático do atojurídico, poisque de difícil, senão impossível, apuração. A declaração 
e a manifestação são modos de exteriorização da vontade. A declaração é manifestação qualificada. Se 
a lei exige declaração, a mera manifestação não bastará para a configuração do suporte fático. A 
questão da inconsciência não se confunde com o problema do erro na manifestação de vontade. 
A inconsciência implica inexistência de vontade (ato jurídico inexistente), enquanto que no erro 
há vontade, porém defeituosa (ato jurídico anulável). 
A falta do objeto torna inexistente o ato jurídico (exemplo: ato não sério, feito por brincadeira, 
ato didático, ato aparente; ato cujo objeto seja logicamente impossível; ato que tenha por objeto algo 
que não esteja incluído entre aqueles bens da vida que podem constituir objeto de direito). 
A ilicitude, a imoralidade, indeterminação e impossibilidade do objeto só excepcionalmente 
acarretamainexistênciado ato jurídico, pois trazemcomo consequência, em geral, sua invalidade; 
quando não implicam inexistência, desfiguram o ato jurídico, tornando-o ilícito. 
*Ato Jurídico Stricto Sensu: Também denominado de ato “não-negocial”, o ato jurídico em 
sentido estrito traduz um simples comportamento humano voluntário e consciente, cujos os efeitos estão 
previamente determinados em lei. 
É o fato jurídico que tem por elemento nuclear do suporte fático manifestação ou declaração 
unilateral de vontadecujos efeitos jurídicos sãoprefixados pelas normasjurídicase invariáveis, não 
cabendoàs pessoas qualquer poder de escolha da categoria jurídica ou de estruturação do conteúdo 
das relações jurídicas respectivas. Exemplo: Reconhecimento de filiação, constituição de domicílio. 
 
26 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Este tipo de ato pode ser exemplificado nos meros atos materiais e nos de comunicação. 
Não existe autonomia no ato-jurídico em sentido estrito?? CUIDADO: não existe autonomia para 
escolha dos efeitos, existe autonomiapara a realização do ato. Não se escolhe o efeito jurídico que 
resulta. 
 
6 Negócio jurídico: disposições gerais; classificação e interpretação; elementos; representação; condiçã
o, termo e encargo; defeitos do negócio jurídico; existência, eficácia, validade, invalidade e nulidade d
o negócio jurídico; simulação. 
 
→NEGÓCIO JURÍDICO: O negócio jurídico, por sua vez, pedra de toque das relações econômicas 
mundiais, é na sua essência de estrutura mais complexa do que o ato em sentido estrito; isso porque, 
no negócio jurídico temos uma declaração de vontade, emitida segundo princípio da autonomia 
privada, pela qual o agente, nos limites da função social e da boa-fé objetiva, disciplina efeitos jurídicos 
possíveis escolhidos segundo a sua própria liberdade negocial. Exemplo: contrato, testamento. 
A vontade é manifestada para compor o suporte fático de certa categoria jurídica, à sua escolha, 
visando à obtenção de efeitos jurídicos que tanto podem ser predeterminados pelo sistema, como 
deixados, livremente, a cada um. 
 
→CLASSIFICAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO 
a) Negócios jurídicos unilaterais, bilaterais e plurilaterais: Não confundir lateralidade com 
pessoalidade. Não importa quantos figurantes manifestaram a vontade negocial, mas o número de 
LADOS de que partem as manifestações. 
Unilaterais: constituem-se de uma única manifestaçãode vontade. Quando há receptividade, o 
fato de ser dirigida a alguém não o bilateraliza, tendo o destinatário apenas um papel passivo. A 
receptividade, em regra, constitui apenas pressuposto de eficácia do negócio unilateral, não de sua 
existência. Em geral, não pode ser modificado, sendo irrevogável a manifestação de vontade que o 
constitui (é permitido que se ponha, na própria manifestação de vontade, a sua revogabilidade). 
Exemplo: instituição de fundação, testamento, aceitação e renúncia de herança, derrelicção, oferta, 
promessa de recompensa, emissão de título de crédito. 
Bilaterais: necessitam, para existir, de duas manifestações de vontades diferentes, porém 
recíprocas, concordantes e coincidentes, sobre o mesmo objeto. Elemento essencial é o acordo. Em 
geral, há uma oferta e uma aceitação, negócios jurídicos unilaterais, que se soldam pelo consenso (= 
acordo). Exemplo: contratos, acordos. 
Plurilaterais: manifestações de vontade emanadas de mais de duas posições diferentes, mas que 
não são, propriamente, opostas, convergem sobre o mesmo objeto. Exemplo. Contrato deconstituição 
de sociedade. 
b) Negócios Jurídicos causais e abstratos: 
Causal: quando o negócio jurídico é uma causa intrínseca, incluída no seu suporte fático ou é 
possível ao figurante incluí-la. Exemplo: em geral, os contratos (a falta de causa no caso concreto torna 
o negócio anulável – Exemplo: A emprestou a B certa importância e B a recebeu como doação, o erro 
de B quanto à causa leva à anulabilidade do negócio). 
 
27 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Abstrato: não tem causa intrínseca e, sendo possível, os figurantes não a incluíram como seu fim, 
ou não houve acordo sobre ele. Em razão da abstração que se faz da causa, não é possível relacionar 
a ela a sua validade e eficácia. Exemplo: acordos de transmissão de propriedade de bens imóveis, de 
constituição de direitos reais, na cessão de crédito, nos negócios jurídicos cambiais, nos títulos ao 
portador. 
c) Negócio jurídico fiduciário: 
Negócios jurídicos pelos quais se transmite a propriedade, a posse, o crédito ou o direito com 
outra finalidade que não apenas a específica de alienar. Exemplo: Fideicomisso (transmissão da 
propriedade para quem administre o bem por certo tempo ou para certo fim). 
d) Negócios jurídicos inter vivos e causa mortis: 
Causa mortis: eficácia depende da morte. A morte compõe o suporte fático. Ex. Testamento 
(morte constitui elemento que deflagra os efeitos dos negócios jurídicos, mas nada tem que ver com 
sua existência e validade). 
Inter vivos: tem sua eficácia segundo a sua natureza, sem depender da morte de quem quer que 
seja. 
e) Negócios jurídicos reais e consensuais: 
Reais: suporte fático prevê, como elemento nuclear, além do consenso entre os figurantes, um 
ato-fato representado pela tradição do objeto da prestação. Se os figurantes pactuam sem efetivar a 
tradição, pode haver seformado negócio jurídico preliminar, promessa, cujo descumprimento pode 
conduzir à indenização por perdas e danos. Exemplo: Mútuo, comodato, doação de bem móvel de 
pequeno valor, contrato de depósito, constituição de penhor. 
Consensuais: negócios jurídicos que se perfazem apenas pelo consenso entre os figurantes, sem 
a necessidade de tradição do bem. Exemplo: Compra e venda, doação, locação, mandato. 
f) Negócios Jurídicos patrimoniais e extrapatrimoniais: 
Patrimoniais: objeto importa uma prestação de natureza econômica. Ex: compra e venda. 
Extrapatrimoniais: dizem respeito a direito, em geral personalíssimos, que não tem conteúdo 
econômico. Ex: adoção, casamento. 
g) Negócios Jurídicos neutros: 
São aqueles em que não há uma atribuição patrimonial determinada, não podendo ser 
enquadrados como gratuitos ou onerosos, caso da instituição de um bem de família voluntário ou 
convencional. 
h) Negócios jurídicos bifrontes: 
São aqueles que tanto podem ser gratuitos como onerosos, o que depende da autonomia 
privada, da intenção das partes. Exemplo: contratos de depósito e de mandato. (TARTUCE, p. 335). 
i) Negócios jurídicos solenes e não solenes: 
Solenes: estão sujeitos a uma forma especial prescrita em lei. É exceção. Há casos em que a 
forma constitui elemento completante do núcleo do suporte fático, sendo sua inobservância causa de 
inexistência. Exemplo: Casamento, testamento. 
Não solenes: podem ser realizados pela forma que melhor aprouver aos figurantes. Vigora o 
princípio da liberdade de forma. 
j) Negócios jurídicos típicos e atípicos: 
 
28 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
Típicos: tem designação própria, têm um tipo previsto e regulado por lei. Não é possível aos 
figurantes modifica-lo para furtar-se à incidência legal, sob pena de nulidade. Ex. Compra e venda, 
locação, doação, mandato. 
Atípicos: que não se ajusta aos tipos previstos em lei, estruturado de acordo com as 
conveniências dos figurantes. 
k) Ato-condição e ato-regra: 
Ato-condição: o interessado, por meio de sua manifestação de vontade, suscita a aplicação de 
um estatuto imposto pela lei, submetendo a ele, ainda que alguns dos efeitos não sejam queridos 
(exemplo: casamento, adoção ou reconhecimento de filho). 
Ato-regra: vincula pessoas cuja vontade não contribuiu para constituí-lo (exemplo: convenção 
coletiva de trabalho). 
 
→ ELEMENTOS COSNTITUTIVOS DO NEGÓCIO JURÍDICO: 
PLANO DA EXISTÊNCIA PLANO DA VALIDADE PLANO DA EFICÁCIA 
São elementos: partes (ou 
agentes), vontade, objeto e 
forma. 
Partes ou agentes capazes; 
vontade livre, sem vícios; objeto 
lícito,possível, determinado ou 
determinável e forma prescrita 
e não defesa em lei. 
Estão os elementos 
relacionados coma suspensão e 
resolução de 
Direitos e deveres, caso da 
condição, do termo, do 
encargo ou modo, das regras 
de inadimplemento negocial 
(juros, multa e perdas e danos), 
do registro imobiliário, da 
rescisão contratual, do regime 
de bens do casamento, entre 
outros. 
 
*Plano de existência: Neste primeiro plano, analisa-se os pressupostos existenciais ou elementos 
constitutivos do NJ, sem os quais ele é um NADA. Faltando qualquer um desses pressupostos de 
existência o negócio é inexistente. 
 
Pressupostos 
Manifestação de vontade: Soma da vontade interna com a vontade externa que se DECLARA (vontade 
interna + vontade externa). Exemplo: coação física neutraliza a vontade, então o negócio é 
INEXISTENTE. Ausente amanifestação de vontade, o negócio é inexistente. 
Agente: emissor da vontade. 
Objeto: Todo NJ tem de ter um objeto, um bem jurídico, uma prestação. Exemplo: contrato de 
empréstimo de dinheiro (mútuo) sem dinheiro. 
Forma: É o revestimento exterior da vontade, ou seja, o veículo pelo qual a vontade se manifesta. 
 
 
29 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
*Plano de validade: Plano de validade é um adjetivo, qualifica o negócio para que tenha EFEITOS. 
Neste segundo plano, estudamos os pressupostos que qualificam o negócio, a fim de que tenha aptidão 
para gerar efeitos. 
 
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: 
I - agente capaz; 
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em lei. 
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei 
expressamente a exigir. 
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos 
que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor 
superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. 
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não 
querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. 
 
#OBSERVAÇÃO#ATENÇÃO 
Se não há vontade (coação física, por exemplo), o negócio é INEXISTENTE. Porém, se há vontade, mas 
não é totalmente livre, pois houve uma coação moral, então o negócio é INVÁLIDO (pois a vontade 
não foi livre). 
Se não tem objeto o negócio é INEXISTENTE; se tem objeto e é ilícito, o negócio é INVÁLIDO. 
Atualmente, é aceito que os defeitos do NJ (erro, dolo, coação moral, lesão, simulação, estado de 
perigo) geram a INVALIDADE do negócio. 
 
*Plano de Eficácia: composto pelo termo, condição ou encargo. 
#SELIGANATABELA 
 
Termo Condição Encargo 
 É o momento em que começa 
ou se extingue a eficácia do 
negócio jurídico, podendo ter 
como unidade de medida a 
hora, o dia, o mês ou o ano. 
É o acontecimento futuro e 
incerto de que depende a 
eficácia do negócio jurídico, 
tendo sua regulação nos arts. 
121 a 130 do Código Civil. Futuro 
e incerto é o evento que ainda 
acontecerá, mas as partes não 
têm ciência do dia da sua 
ocorrência. Isso pode acontecer 
porque as partes dependem de 
um fato alheio à sua vontade, 
como um fenômeno natural ou 
a vontade de um terceiro 
(condição causal); seja porque o 
É uma cláusula acessória mais 
comum aos contratos em que há 
uma liberalidade, como a 
doação. Ela é imposta pelo 
doador, geralmente restringindo 
a liberdade do beneficiário no 
que diz respeito à forma de 
utilização do bem ou do valor 
doado. O encargo também é 
admitido em declarações 
unilaterais de vontade. 
Normalmente, o encargo não 
suspende a aquisição nem o 
exercício do direito, a não ser 
 
30 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
implemento da condição 
depende do arbítrio de uma das 
partes, que também não 
conhece o dia certo da 
ocorrência (condição 
potestativa). 
que o contrato excepcione tal 
regra. Se a cláusula contratual 
não for cumprida, a liberalidade 
pode ser revogada, por meio de 
ação revocatória proposta pelo 
seu instituidor. Logo, o encargo é 
coercitivo e não suspensivo. 
 
#APOSTACICLOS: 
A condição potestativa subdivide-se em puramente potestativa e simplesmente/meramente potestativa. 
A primeira, por se caracterizar como arbítrio de uma das partes, em detrimento da outra, é considerada 
ilícita. Apenas a simplesmente/meramente potestativa é aceita pelo Direito brasileiro. Nela, a eficácia do 
negócio jurídico depende da manifestação de vontade de apenas uma das partes, mas, também se 
sujeita à ocorrência de evento posterior. 
 
→DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO: 
VÍCIO DE CONSENTIMENTO: o defeito está na formação da vontade (vontade interna) e o 
prejudicado é um dos contratantes. Ex.: Erro, Dolo, Coação, Lesão ou Estado de Perigo. 
VÍCIO SOCIAL: o defeito está na manifestação da vontade (vontade externa) e o prejudicado é 
sempre um terceiro. Ex.: fraude contra credores e simulação. 
**ERRO: 
O erro é um engano fático, uma falsa noção em relação a uma pessoa, ao objeto do negócio 
ou a um direito, que acomete a vontade de uma das partes que celebrou o negócio jurídico. De acordo 
com o art. 138 do atual Código Civil, os negócios jurídicos celebrados com erro são anuláveis, desde 
que o erro seja substancial. Teoricamente, o erro é um estado de espírito positivo, uma falsa percepção 
da realidade, uma atuação positiva em equívoco; já a ignorância traduz um estado de espírito negativo, 
ou seja, uma situação de desconhecimento. O erro é defeito invalidante do negócio jurídico nos termos 
dos arts. 138 e seguintes do CC. 
 
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro 
substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do 
negócio. 
 
Por outro lado, o erro acidental diz respeito aos elementos secundários, e não essenciais do 
negócio jurídico. Em razão disso, não gera a anulabilidade do negócio, não atingindo o plano de sua 
validade. 
Pode-se reconhecer três espécies de erro: 
1) Erro sobre OBJETO: a situação de erro que incide nas características ou identidade do objeto do 
negócio. Exemplo clássico: indivíduo compra relógio pensando ser de ouro, e era de cobre. 
2) Erro sobre NEGÓCIO: erro incide na estrutura da declaração negocial manifestada, quando uma 
parte imagina ter celebrado um negócio, quando celebrou outro. Pode alegar erro sobre objeto do 
negócio. Exemplo: pensa que é comodato e é locação. 
 
31 CICLOS RETA FINAL TJ/BA @CICLOSR3 
3) Erro sobre PESSOA: existe especial aplicação do erro invalidante como causa de anulação do 
casamento. 
Essas três modalidades estão no art. 139 do CC. 
 
Art. 139. O erro é substancial quando: 
I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele 
essenciais; 
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, 
desde que tenha influído nesta de modo relevante; 
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio 
jurídico. 
 
**COAÇÃO: 
A coação traduz violência. Consiste em uma ameaça ou violência psicológica. Não se confunde 
com a coação física (vis absoluta), causadora da inexistência do próprio negócio. 
 
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado 
temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. 
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas 
circunstâncias, decidirá se houve coação. 
 
Deve ser apreciada segundo o caso concreto (art. 152) e não se confunde com a ameaça do 
exercício regular de direito ou o temor reverencial (art. 153 cc). 
 
Art. 152. No apreciar a

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