Buscar

PERGUNTAS_E_RESPOSTAS_SEMEAR_COMPILACAO_1_1

Prévia do material em texto

FORMULÁRIO DE PERGUNTAS E RESPOSTAS 
 
1) Por quê as pessoas usam drogas? 
Diferentes pessoas usam diferentes drogas por diferentes razões. Podem 
experimentar drogas por curiosidade, por diversão (recreação), por pressão do 
grupo social (os seus amigos também o fazem) ou por problemas de ordem 
psicológica e de autoestima. 
Fonte(s) da resposta​: 
http://www.drugs.ie/pt/informacaeo_sobre_drogas/por_que_e_que_as_pessoas_usa
m_droga s/ 
http://fundacaotelefonica.org.br/educacao-do-seculo-xxi/como-abordar-temas-ligado
s-ao- consumo-de-drogas-na-escola/ 
 
2) Como evitar ou reduzir o uso? 
Depende da população de que tratamos. As pessoas com problemas de uso 
abusivo de drogas provém de todos os níveis sociais e podem apresentar uma 
grande variedade de problemas físicos, mentais, laborais, sociais e/ou familiares, 
intimamente associados ao padrão de consumo, inclusive comorbidades de saúde 
associadas, impactando, assim, a possibilidade de tratamentos farmacológicos, 
decorrente da interação medicamentosa. 
Fonte(s) da resposta​: Livro: “Drogas.sem - Aprenda a Ajudar Pessoas a se Livrar 
das Dificuldades com Álcool e Drogas” (Gigliotti et al., 2007). 
 
 
 
 
 
 
3) Como lidar com estudantes ao falar sobre drogas? 
Clima de terror não ajuda em absolutamente nada e pode até dificultar. Isso 
porque as primeiras experiências de consumo de drogas são prazerosas, então o 
aluno terá dificuldade de entender a seriedade do problema. Recomendo ter 
informações para contrapor. 
A temática das drogas exige um alinhamento entre a escola e a família. É 
fundamental ter um diálogo aberto, franco e honesto para conhecer como a questão 
é discutida dentro da casa dos alunos. Muitas vezes, as drogas lícitas fazem parte 
do cotidiano dos próprios familiares. Portanto, é fundamental conhecer a realidade 
dessas famílias e chamá-las para um diálogo na escola. Nesse sentido, o ideal é 
fugir de discursos moralistas: a abordagem deve ser reflexiva. 
Como as drogas lícitas (a exemplo do tabaco e do álcool) acabam fazendo 
parte da vida dos estudantes desde muito cedo, devem ser os primeiros abordados 
dentro da sala de aula. Entretanto, é importante evitar um discurso extremista, pois 
será difícil criar uma relação direta entre a abordagem e a realidade vivida pelos 
estudantes. O trabalho deve ter um tom muito mais informativo. Os educadores, 
ademais, devem estar abertos às dúvidas e questionamentos dos estudantes a 
qualquer momento. 
Fonte(s) da resposta​: 
http://fundacaotelefonica.org.br/educacao-do-seculo-xxi/como-abordar-temas-ligado
s-ao- consumo-de-drogas-na-escola/ 
https://escoladainteligencia.com.br/como-abordar-a-prevencao-as-drogas-na-educac
ao/ 
 
 
1 
 
 
4) Por quê proibir ou descriminalizar o porte de drogas para 
consumo pessoal? 
Apesar de concordarmos com o argumento de que medidas repressivas 
podem não ser as mais apropriadas para o enfrentamento do tema, bem como que 
o encarceramento em massa de pequenos traficantes e pessoas utilizadas como 
massa de manobra para o tráfico está longe de ser a solução, não estamos certos 
de que houve, no Brasil, uma abordagem séria, articulada e organizada que possa 
se aproximar de um “estado de guerra às drogas”. 
A Coordenação do Projeto Estratégico Semear se filia à abordagem proposta 
pela psiquiatra e presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras 
Drogas (Abead), Ana Cecília Marques, no sentido de que para “Superar o fenômeno 
precisamos da estruturação de uma verdadeira política de drogas, apoiada no tripé 
prevenção, tratamento e controle da oferta”. 
Concordamos que “não estamos preparados para a legalização total e a 
economia das drogas é a grande responsável por isso. Sempre vai existir o 
traficante vendendo mais barato over the counter (ilegalmente)”. Além disso, 
precisamos superar inúmeros desafios relacionados à estruturação de uma rede de 
serviços de atenção e cuidados destinada aos usuários de drogas, que ainda não se 
revela efetiva. 
Outra medida imprescindível seria aprimorar a capacitação da polícia para 
compreender o fenômeno, principalmente em relação aos usuários, como 
extremamente complexo. É preciso entender a dependência química enquanto uma 
doença crônica, desconstruindo o estigma em torno do usuário e respeitando-o 
enquanto sujeito de direitos. 
 
2 
 
A Dra. Ana Cecília é enfática, ainda, quanto à alteridade que deve permear a 
discussão: “O meu direito é aquele que termina quando invado o seu. A partir do 
momento que estou sob efeito de algo e mudo meu comportamento, já passei do 
limite e posso ser um risco à sua vida”. 
Há, ainda, vários argumentos que devem ser sopesados quando se está 
diante de temas como a descriminalização e a legalização das drogas: 
 
1) As drogas produzem dependência química, causando inúmeros males aos 
usuários e suas famílias, bem como a toda a sociedade​. Não parece ser 
razoável, portanto, que a descriminalizaçao do porte para consumo seja a melhor 
maneira de desestimular o seu uso. 
 
2) Legalizar não quebra a relação traficante-usuário 
Mesmo em países onde o uso de drogas é permitido, como a Holanda e o Uruguai, 
diariamente são descobertos plantios clandestinos de cannabis, por exemplo. 
 
3) Legalizar não significa mais dinheiro nos cofres públicos 
O contrabando de produtos legalizados, a título ilustrativo, é uma realidade no país. 
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul pontua, ainda, 
que “Os impostos advindos da produção e venda da maconha estatal não serão 
suficientes para pagar o custo do tratamento de um dependente químico e o custo 
da desorganização de sua família”. 
 
4) O Estado deve coibir condutas prejudiciais à sociedade 
 
 
 
3 
 
5) Proibir o uso de drogas não faz aumentar o consumo 
A Associação Brasileira de Psiquiatria já registrou, em nota, que a 
“legalização levaria justamente ao aumento do consumo, inclusive por 
adolescentes”. O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande Sul também já se 
manifestou no sentido de que: “A área de saúde no Brasil não está organizada de 
modo a comportar um possível aumento do número de dependentes químicos” e a 
Diretora do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas, Nora D. Volkow, no artigo 
“Efeitos Adversos à Saúde pelo Uso da Maconha”, alerta que “Os efeitos da droga 
legal ou ilegal sobre a saúde do indivíduo são determinados não apenas por suas 
propriedades farmacológicas, mas também por sua disponibilidade e aceitação 
social”. 
A esse respeito, drogas legais (álcool e tabaco) oferecem uma perspectiva 
preocupante, representando o maior número de doenças associadas às drogas, não 
porque são mais perigosas que as drogas ilegais, mas porque seu estatuto jurídico 
permite uma exposição mais ampla. 
 
6) Legalizar não reduz a criminalidade 
A ABP também já afirmou em nota que “a legalização da maconha não é o 
caminho para diminuir a violência. As leis e as proibições não eliminam totalmente 
os crimes, mas diminuem a sua incidência e o número de vítimas”. 
 
7) Criminalizar o porte para uso significa proteger a saúde e segurança 
públicas 
As leis e as proibições não eliminam totalmente os crimes, mas diminuem a 
sua incidência e o número de vítimas.4 
 
8) Criminalizar não gera estigmatização 
O usuário e o dependente precisam ser reinseridos. Mas isso não se deve à 
criminalização, e sim ao fato de suas condutas não serem aceitas pela maioria da 
população. Em outras palavras, a finalidade da política de drogas é reinserir o 
usuário e o dependente, que já estão afastados do seio social, e não se tornam 
afastados por praticarem uma conduta tipificada como crime. 
É necessário estabelecer uma política de ressocialização, que abarque todos 
os estigmatizados sociais, o que inclui os que vivem em situação de rua e os 
egressos do sistema prisional, as pessoas com deficiência e em certa medida os 
fumantes, tendo em vista que é cada vez mais comum a pressão dos grupos 
contrária ao tabagismo. 
É preciso, ainda, estimular a constituição de equipes multidisciplinares, 
ambientes nos quais há a possibilidade efetiva do usuário participar das audiências 
de advertência sobre os malefícios das drogas, expondo seus problemas e 
angústias, enfim, refletindo sobre a sua relação com o uso das drogas. Ou seja, 
basta vontade política para que o problema seja minimizado e isso não passa pela 
descriminalização. 
 
9) Holanda e Uruguai adotaram medidas repressivas após a legalização 
As experiências holandesa e uruguaia não deveriam ser copiadas pelo Brasil. 
Nossa nação possui mais de 8,5 milhões de km2 de área, enquanto o Uruguai tem 
pouco mais de 176 mil km2 e a Holanda não chega a 42 mil km2. Some-se a isso a 
questão populacional: somos 66 vezes mais populosos que o Uruguai e 12 vezes 
mais que a Holanda. 
O Brasil é um país continental: excetuando Chile e Equador, todas as nações 
da América do Sul fazem fronteira conosco. Isso significa que estamos lado a lado 
 
5 
 
com a Colômbia, a Bolívia, o Peru e a Venezuela, que, de acordo com o Relatório 
Monitoramento de Territórios Afetados por Cultivos Ilícitos produzido pela ONU em 
2015 são 4 dos maiores produtores de drogas do mundo. 
Tanto a Holanda quanto o Uruguai passam por experiências extremamente 
negativas após a legalização. Na Holanda desde 2012 os Coffee Shops que podem 
vender até 5 gr. de maconha por usuário passaram a ser mais fiscalizados, tiveram 
horários de funcionamento restringidos e foram impedidos de estar a menos de 250 
metros de escolas. 
Outro exemplo mais próximo de nós no espaço e no tempo é a legalização no 
Uruguai, que aconteceu em 2013. Segundo o Jornal El Observador, pouco depois 
da legalização foi realizada uma pesquisa na capital do país com consumidores 
frequentes. 
Em resposta à pergunta sobre quais atividades realizaram sob os efeitos da 
maconha, 99% dos entrevistados disseram ter ido caminhar em espaços públicos, 
54% usaram bicicleta, 21% se deslocaram de automóvel e 55% foram trabalhar. 
Diante disso, em 02 de maio de 2016, o Poder Executivo aprovou o Decreto 
128/116, que proibiu o consumo e a posse de maconha durante a jornada de 
trabalho. Esse mesmo jornal Uruguaio em recentes reportagens sobre a situação 
local publicou que “O toxicologista Antonio Pasacale confirmou que nos últimos 
anos houve várias mortes por conta do uso de drogas sintéticas. Cada vez mais 
policiais e bombeiros militares são flagrados em exames que indicam consumo de 
cocaína e maconha; em novembro de 2016 se estimou que apenas 1⁄4 dos 
consumidores habituais de maconha conseguiram adquiri-la através dos três 
mecanismos previstos na lei, quais sejam: venda em farmácias, clubes canábicos e 
autocultivo”. 
 
 
6 
 
 
5) Como atrair uma pessoa para a Rede de Atenção Psicossocial – 
RAPs quando ela se recusa a frequentar os serviços? 
A Entrevista Motivacional (EM) é uma técnica de entrevista baseada na 
terapia centrada no cliente e desenvolvida originalmente para o tratamento 
psicoterapêutico de dependência de drogas e álcool. Seu objetivo é desenvolver 
motivação intrínseca para o tratamento, ou seja, uma mudança de comportamento 
por parte do dependente para buscar e/ou aceitar ajuda, mediante uma abordagem 
indagativa que permita superar ambivalências. 
A EM mudou a perspectiva de que só é possível ajudar quem quer. 
Fonte(s) da Resposta​: https://pt.wikipedia.org/wiki/Entrevista_motivacional 
 
Livro: “Drogas.sem - Aprenda a Ajudar Pessoas a se Livrar das Dificuldades 
com Álcool e Drogas” (Gigliotti et al., 2007). 
 
6) Quais são os serviços oferecidos no tratamento do uso abusivo 
e da dependência de drogas? 
Usualmente, as pessoas que procuram o serviços de apoio à superação da 
dependência química, são encaminhadas à rede via relacionamentos pessoais ou 
institucionais a que estão vinculadas. Contudo, é importante destacar o papel do 
“Consultório de Rua”, serviço que pretende fazer interlocução com os dependentes 
químicos em situação de rua, ou que por ali estejam transitando. 
Do ponto de vista das instituições que integram a rede, o primeiro passo para 
o estabelecimento de um plano terapêutico ao dependente químico, pautado na 
definição dos encaminhamentos que serão feitos e serviços que comporão o seu 
 
7 
 
tratamento, é a realização, por um profissional especialista no tema, de uma 
avaliação ou entrevista inicial que leve em conta as particularidades de cada caso. 
A partir deste momento inicial, tornam-se possíveis encaminhamentos: 
Tratamento ambulatorial (que pode se dar por intermédio de acompanhamento 
individual, terapia de grupo, e/ou acompanhamento terapêutico); Internação (que 
pode se dar em hospital geral, na própria casa do usuário - internação domiciliar -, 
em hospital psiquiátrico, ou em clínicas especializadas). 
Outros serviços importantes neste setor, disponíveis na coletividade, são os 
Grupos de Mútua Ajuda (AA, NA, Amor Exigente, etc) e os acompanhamentos 
realizados pelas Comunidades Terapêuticas (CTs), ambos pautados na premissa da 
motivação para a mudança, independente da motivação para o tratamento. 
Fonte da resposta: Livro: “Drogas.sem - Aprenda a Ajudar Pessoas a se Livrar 
das Dificuldades com Álcool e Drogas” (Gigliotti et al., 2007). 
 
7) Como fomentar o lazer sem drogas? 
Use estratégias criativas, principalmente dando voz, no âmbito escolar, aos 
alunos que vêem os possíveis benefícios que as drogas podem trazer e preferem 
escolher outras formas de alcançar esses benefícios (descontração, relaxamento, 
sentir-se parte da “turma”, ter coragem de paquerar). 
Procure adaptar o seu trabalho a seu público-alvo: se você é educador na 
área de esportes, por exemplo, seu trabalho de prevenção vai render mais entre 
jovens que adoram esportes (e que, em geral, não são muito atraídos por matérias 
que requerem leitura e estudo). Assim, procure adaptar sua mensagem a seu 
público, e evite recomendar livros para discussão, ou aulas teóricas sobre o 
assunto. 
 
8 
 
Para se contrapor a uma cultura grupal de esculpir o corpo com remédios e 
beber até cair depois do jogo é preciso atuar no próprio palco onde essa sub-cultura 
é construída - nas quadras, nos treinos. 
É necessário escolher adultos apropriados para trabalhar com esses jovens. 
Para estudantes atletas, que, muitas vezes, pouco valorizamo currículo formal, 
pedir para o professor de Ciências trabalhar o problema na sua disciplina seria 
possivelmente inócuo (senão contraproducente). 
Fonte(s) da resposta (p. 36-37): 
http://www2.lencoispaulista.sp.gov.br/forum/files/pdf/drogas-cartilha-para-educadore
s.pdf 
 
8) Como lidar emocionalmente com a frustração e a ansiedade? 
A ansiedade e a frustração são naturais, ou seja, são respostas orgânicas 
que possuem repertório fisiológico e neurofisiológico para a sua manifestação, tendo 
inclusive um caráter protetivo para a vida, pois compõem o sistema de alerta, assim 
como o é a febre alta. O problema surge quando a ansiedade se torna recorrente, 
ampliando sua manifestação enquanto tensão na vida; situação que pode denotar 
tanto dificuldade em lidar com limites, quanto dar indícios de que a pessoa esteja 
exposta a situações de assédio moral num ambiente que deveria ser protetivo. 
Fundamental é ter flexibilidade e observar as circunstâncias que geram este 
tipo de mal-estar fisiológico buscando diversificar a interpretação e o sentido dos 
mesmos no cotidiano. Cria-se, assim, novos cenários, que permitirão janelas para 
abordar a vida e ampliar a consciência sobre tais circunstâncias. 
 
9 
 
Quando tal tensão ganha proporções a ponto de impactar o corpo biológico 
na manifestação de sintomas psicossomáticos, é importante procurar ajuda 
especializada na área de saúde, inclusive na esfera mental. 
 
9) Como fazer prevenção nas escolas? 
Vários trabalhos científicos mostram que ajudar os jovens a lidar com 
questões de timidez, sensibilidade extrema, frustração, dificuldade de se colocar 
diante de um grupo, dentro do currículo escolar, resulta numa diminuição do uso de 
drogas entre estudantes, que perdura por, pelo menos, seis anos após o 
desenvolvimento das atividades. 
O projeto mais exemplar nesse campo é o Life Skills Training (LST), 
(Treinamento das Habilidades de Vida) concebido na Cornell University por Gilbert 
Botvin e colegas. Esse programa convida estudantes e professores a discutir os 
desafios afetivos e emocionais dentro da sala de aula e a tentar criar e exercitar 
formas de lidar com eles. Propõe três eixos de atividades, cada um focado no 
desenvolvimento de habilidades sociais distintas: 
a) Autogerenciamento ​- ajuda estudantes a analisar sua auto-imagem e os 
efeitos dela no seu comportamento, determinar objetivos pessoais de vida, 
monitorar progressos nesse sentido, identificar comportamentos e decisões 
cotidianas que foram influenciadas por outras pessoas, analisar essas situações e 
aprender a avaliar as consequências de determinados comportamentos antes de 
adotá-los; 
b) Habilidades sociais gerais - ajuda os estudantes a superar a timidez e a 
dificuldade de se comunicar, a obter firmeza na comunicação verbal e não verbal, 
tanto na recusa como na aceitação de convites, assim como trabalhar com o 
 
10 
 
reconhecimento de alternativas viáveis à passividade ou agressividade diante de 
situações difíceis; 
c) Habilidade de resistir a drogas - ajuda os jovens a reconhecer os mitos e 
concepções equivocadas, disseminadas socialmente, em relação ao cigarro, álcool, 
medicamentos e drogas ilícitas, assim como lidar com a pressão dos meios de 
comunicação de massa e dos amigos para usá-los. 
Fonte da resposta (p. 35-36): 
http://www2.lencoispaulista.sp.gov.br/forum/files/pdf/drogas-cartilha-para-educadore
s.pdf 
 
10) O que fazer e o que não fazer em uma roda de conversa? 
Esta cartilha não vai fornecer uma fórmula secreta de como trabalhar em sala 
de aula, até porque... essa fórmula não existe. Mas as experiências mostram que 
alguns princípios e abordagens surtem mais efeito do que outros: 
a) ​Apresente informações fundamentadas sobre drogas de maneira isenta e 
honesta; sem usar exagero ou estratégias de amedrontamento. Os diferentes 
setores da escola devem ter coerência na forma de abordar as questões; 
b) Inclua informação realista sobre os riscos de se usar drogas, mas 
mencione também os benefícios de não usá-las; 
c) ​Caso vá explorar os vários motivos pelos quais as pessoas usam drogas, 
discuta também alternativas, outras atividades que as pessoas poderiam ter 
escolhido ao invés de usar drogas; 
d) Não faça sermão, tente envolver seus alunos ao máximo, usando as 
opiniões e visões que eles oferecem; 
 
11 
 
e) ​Não exagere os dados de consumo de drogas na nossa sociedade. A 
maioria dos nossos jovens é saudável e prefere se abster. Exagero só faz com que 
os jovens desenvolvam uma visão deformada da realidade, pensando que se eles e 
seus amigos não usam drogas, é porque estão “por fora”; afinal os jornais, seus pais 
e professores garantem que o consumo de drogas está cada vez mais disseminado; 
f) Não generalize as informações como se todas as drogas fossem iguais, 
fazendo afirmações do tipo “não use drogas” ou “os problemas que as drogas 
causam”. É importante saber que, embora seja desejável que os adolescentes 
retardem o início do consumo, existem usos de algumas drogas ou medicamentos 
que não trazem prejuízos. Os efeitos são diferentes, o que torna necessário que as 
informações sejam dadas nomeando as drogas sobre as quais estamos falando; 
Fonte da resposta (p. 31-32): 
http://www2.lencoispaulista.sp.gov.br/forum/files/pdf/drogas-cartilha-para-edu
cadores.pdf 
 
11) Como lidar com os usuários abusivos e dependentes de 
drogas? 
a) Amizade é fundamental: ​seja o melhor amigo que você puder ser. 
Algumas amizades são breves e outras duram uma vida toda. Ajudar um amigo a 
vencer uma luta como a dependência química é uma maneira de fortalecer uma 
amizade. Com a evolução do relacionamento, você tende a se preocupar mais com 
a pessoa. Durante uma crise, você naturalmente quer ajudá-la. Esteja presente 
quando ela precisar de você e ouça o que ela tem a dizer. Existem razões para que 
ela abuse das drogas. Escutá-las pode permitir que ela expresse pensamentos e 
 
12 
 
sentimentos que podem ajudá-lo a entender a causa do vício. Seja respeitoso, leal e 
confiável. 
b) Utilize comunicação não-violenta​: expressar seus sentimentos é uma 
coisa corajosa de se fazer, mas que pode ser arriscado também. Você pode 
reconhecer isso dizendo: “Eu sei que isso pode ser difícil para você e estou honrado 
por você compartilhar essas informações comigo. Eu o respeito por fazê-lo e estou 
aqui se quiser conversar”. Ajudar uma pessoa com dependência química pode 
demorar e ser a coisa mais difícil que você fará em sua vida, mas será a mais 
gratificante. 
c) Mostre empatia: ​ser ouvido e compreendido são componentes essenciais 
para o crescimento pessoal. A experiência emocional de lidar com uma 
dependência química vai estimular uma pessoa a crescer, o que pode ser doloroso. 
Você pode ajudar a aliviar a dor dela escutando-a ativamente. Coloque-se no lugar 
da pessoa. Aprenda a ser compassivo e compreensivo em vez de julgá-la. Pode ser 
difícil de entender, mas você pode sempre tentar. Trate a pessoa como você 
gostaria de ser tratado. Você provavelmente já experimentou lutas em sua vida e 
sabeo que foi útil e o que não foi. 
d) Comunique sua preocupação acerca da situação: é difícil ver alguém 
sofrer ou fazer más decisões que impactam negativamente sua vida. Em algum 
momento, você terá que dizer à pessoa que está preocupado com o bem-estar dela. 
Ela pode ou não querer ouvir o que você tem a dizer. Isso é bom, pois você estará 
sendo você mesmo e demonstrando que se importa. 
e) Peça permissão para se envolver: se uma pessoa estiver no auge do 
vício, ela pode não perceber que precisa de ajuda, mas pode estar aberta a isso. 
Você pode dizer coisas como: “Parece que você está tendo problemas com as 
drogas. Eu estou aqui com você se quiser ajuda. Tudo bem para você?”. Não tenha 
 
13 
 
medo de fazer as perguntas difíceis. Confrontar assuntos difíceis que possam pôr 
em risco um relacionamento é um desafio. Você vai precisar fazer perguntas diretas 
e honestas como “Você acha que está dependente desta droga?” e “Eu sei que 
pode ser difícil falar sobre isso, mas você está disposto a acabar com sua saúde e 
seus relacionamentos por causa de um problema assim?”. 
Fontes da resposta: 
https://www.clinicasmaster.com.br/como-ajudar-um-dependente-quimico/ 
https://www.psicologiasdobrasil.com.br/18-passos-para-ajudar-um-dependent
e-quimico/ 
 
12) Por que álcool é lícito e outras drogas não? 
O álcool é uma droga lícita, mas não pelo fato de ser menos prejudicial à 
saúde se comparado a outras drogas. Pelo contrário, também causa dependência 
aos usuários, sendo inclusive pontuado que a incidência de problemas de saúde 
decorrentes do uso indiscriminado das drogas ilícitas é superior às drogas ilícitas. 
Tal como o cigarro, o álcool é legalizado, produzido e comercializado na 
sociedade por ser socialmente aceito. Cumpre frisar que o critério de legalidade ou 
não de uma droga é historicamente variável, geralmente dependente dos interesses 
políticos e socioeconômicos vigentes. 
Droga é droga. Não é porque ela é lícita que causa menos dano à saúde ou 
deve ser vista de forma diferente. 
O cigarro e a cerveja apenas são lícitos porque o Congresso Nacional assim 
decidiu com a pressão da indústria do tabaco e da cerveja. O Brasil, conforme 
dados da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), é o terceiro 
produtor mundial de cerveja, perdendo apenas para China e EUA. Só no Brasil a 
 
14 
 
Indústria cervejeira tem faturamento superior a R$ 70 bilhões ao ano e representa 
1,6% do PIB. Só a AMBEV registrou lucro de mais de R$ 12 bilhões de reais apenas 
em 2019. Por isso que, absurdamente, a Lei que restringe a propaganda de cigarro 
e outras bebidas alcoólicas não atinge a cerveja. Lembrando que estamos falando 
apenas de cerveja e não de toda a indústria do álcool e tabaco. 
O SEMEAR inclui o álcool e tabaco como droga, bem como os anabolizantes, 
remédios para emagrecer e para dormir. O motivo que leva as pessoas a usarem 
drogas são basicamente os mesmos: esquecer problemas e frustrações através de 
uma distração; escapar da timidez e insegurança para conseguir amizades e 
paqueras; necessidade de experimentar novas emoções e sensações imediatas 
sem pensar nas consequências futuras; falta de perspectiva ou planos; influência 
social ou familiar, mal exemplo da mídia, entre outros. Numa sociedade hedonista e 
imediatista é natural que as pessoas busquem um prazer instantâneo sem pensar 
nas consequências futuras. 
Depois arranjam os gatilhos mais diversos como precisar da droga para 
relaxar, para acordar, para trabalhar, para dormir, para emagrecer, para comer, etc. 
a droga trabalha no cérebro de um jeito que nem o indivíduo se dá mais conta de 
que ela influencia no seu julgamento. Por isso, a dependência é considerada uma 
doença pela OMS, CID 10 F19. 
Os malefícios causados pelo álcool e tabaco muitas vezes chegam a ser 
mais graves que de outras drogas ilícitas, por isso, têm tratamento igual no projeto 
SEMEAR. 
 
Fontes: 
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/drogas/drogas-licitas-ilicitas.htm 
https://www.todamateria.com.br/droga-licita/ 
 
15 
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/drogas/drogas-licitas-ilicitas.htm
https://www.todamateria.com.br/droga-licita/
 
http://www.actbr.org.br/post/alcool-e-tabaco-sao-mais-danosos-do-que-qualquer-outr
a-droga/17330/ 
 
13) A maconha causa menos mal do que o álcool? 
Os estudos sobre a maconha e seus possíveis danos no organismo são mais 
recentes se relacionados ao álcool. Por conta disso, os efeitos do uso contínuo da 
maconha ainda não são tão conhecidos. Alguns estudos, no entanto, têm apontado 
que o álcool é pior do que a maconha para o cérebro, sendo a maconha quase 144 
vezes menos mortal do que o álcool. Ainda assim, a maconha também causa 
malefícios à saúde: ela produz prejuízos cognitivos, alterando a capacidade racional 
e o equilíbrio físico de uma pessoa. O uso também pode dificultar a reprodução, 
causar problemas psiquiátricos em quem é predisposto, inclusive antecipando o 
surgimento de condições psiquiátricas em pessoas jovens. 
Fontes:
https://m.megacurioso.com.br/drogas-e-novos-medicamentos/41858-o-que-faz-mais
-mal-a-saude-maconha-ou-alcool-.htm 
 
https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/alcool-e-pior-do-que-maconha-para-o-cer
ebro-diz-estudo/ 
 
https://exame.abril.com.br/tecnologia/maconha-e-144-vezes-mais-segura-que-o-alco
ol-diz-estudo/ 
 
 
 
16 
http://www.actbr.org.br/post/alcool-e-tabaco-sao-mais-danosos-do-que-qualquer-outra-droga/17330/
http://www.actbr.org.br/post/alcool-e-tabaco-sao-mais-danosos-do-que-qualquer-outra-droga/17330/
https://m.megacurioso.com.br/drogas-e-novos-medicamentos/41858-o-que-faz-mais-mal-a-saude-maconha-ou-alcool-.htm
https://m.megacurioso.com.br/drogas-e-novos-medicamentos/41858-o-que-faz-mais-mal-a-saude-maconha-ou-alcool-.htm
https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/alcool-e-pior-do-que-maconha-para-o-cerebro-diz-estudo/
https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/alcool-e-pior-do-que-maconha-para-o-cerebro-diz-estudo/
https://exame.abril.com.br/tecnologia/maconha-e-144-vezes-mais-segura-que-o-alcool-diz-estudo/
https://exame.abril.com.br/tecnologia/maconha-e-144-vezes-mais-segura-que-o-alcool-diz-estudo/
 
14) Existe dose segura para as drogas? 
É possível identificar duas principais formas de consumo de drogas: a) o uso 
recreativo, definido pela utilização esporádica e associada a situações de lazer e 
entretenimento; b) a dependência química, caracterizada não só pelo abuso da 
substância, mas pelo fato dela ser utilizada em praticamente qualquer situação, 
como hábito e necessidade. É sabido que, em geral, o sujeito começa com o uso 
recreativo e progride até o vício, fato esse que se encontra diretamente relacionado 
com a figura da tolerância às drogas. O organismo se acostuma e fica tolerante à 
droga, que passa a fazer cada vez menos efeito, de modo que o sujeito passa a 
aumentar as doses de maneira considerável para obter os efeitos desejados. Por 
esses motivos, é muito difícil quantificar com precisão uma dose que seria 
considerada segura para o uso de drogas, especialmente se considerada a alta 
variedade existente no mercado. Alguns estudos têm se limitado a medir a diferença 
entre uma dose efetiva e uma dose letal.Fonte: 
https://hypescience.com/drogas-menos-perigosas-alcool/ 
https://blog.viversemdroga.com.br/uso-recreativo-de-drogas-limite-entre-uso-s
ocial-e-dependencia/ 
https://www.antidrogas.com.br/2008/03/28/o-que-e-tolerancia-a-drogas/ 
 
15) Existe interferência do estado emocional? Pode-se controlar 
mais ou menos? Existem pessoas que controlam mais e outras 
menos? 
As drogas se encontram diretamente relacionadas com a interferência no 
estado emocional, tendo em vista que são utilizadas, na maioria das vezes, com 
 
17 
https://hypescience.com/drogas-menos-perigosas-alcool/
https://blog.viversemdroga.com.br/uso-recreativo-de-drogas-limite-entre-uso-social-e-dependencia/
https://blog.viversemdroga.com.br/uso-recreativo-de-drogas-limite-entre-uso-social-e-dependencia/
https://www.antidrogas.com.br/2008/03/28/o-que-e-tolerancia-a-drogas/
 
esse intuito. No entanto, esse efeito acaba por destituir o indivíduo da posição de 
“ator” no cenário emocional, sendo consideravelmente mais devastador se ocorre no 
período de desenvolvimento (em que o sujeito amadurece e constrói estruturas e 
recursos para o manejo emocional). Afinal, é criada uma rotina de uso de 
entorpecentes para o manejo de conflitos, fator esse que interrompe o processo 
emocional que possibilitaria o encaminhamento do sujeito para a superação destes. 
Além de o vício em entorpecentes gerar prejuízos à saúde emocional, a própria 
síndrome de abstinência, caracterizada pela suspensão do uso abusivo, pode 
desencadear sintomas emocionais negativos, dentre eles a depressão, a ansiedade 
e outros transtornos de humor. 
Fontes: 
http://gazetaweb.globo.com/portal/noticia-old.php?c=180607&e=7 
www.crianca.mppr.mp.br/pagina-457.html 
https://hospitalsantamonica.com.br/consequencias-das-drogas-entenda-o-real-perig
o-do-uso-de-drogas/ 
 
16) Existem pessoas que têm mais propensão para o vício? 
Os estudos desenvolvidos a respeito da propensão para o vício têm 
alavancado diversas hipóteses nesse sentido. Por exemplo, a partir da análise dos 
cérebros de viciados em crack ou cocaína com o cérebro de seu irmão ou irmão, 
que nunca utilizaram drogas, observou-se que ambos possuíam as mesmas 
anomalias na região que controla o comportamento, o que pode decorrer do fato de 
terem crescido na mesma casa ao invés de uma propensão genética. Outros 
pesquisadores concluíram que o abuso de drogas resulta de uma complexa 
 
18 
http://gazetaweb.globo.com/portal/noticia-old.php?c=180607&e=7
http://www.crianca.mppr.mp.br/pagina-457.html
https://hospitalsantamonica.com.br/consequencias-das-drogas-entenda-o-real-perigo-do-uso-de-drogas/
https://hospitalsantamonica.com.br/consequencias-das-drogas-entenda-o-real-perigo-do-uso-de-drogas/
 
interação de fatores genéticos, psicossociais e culturais. Em que pese os estudos 
apontem, em geral, a possível predisposição hereditária à dependência química, é 
preciso não perder de vista outros elementos que também influenciam no quesito 
dependência química, tal como o histórico familiar, a exposição em idade precoce e 
a estrutura familiar. 
Fontes: 
https://hypescience.com/certos-cerebros-podem-ser-propensos-ao-vicio/ 
 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44461999000600010 
 
https://blog.viversemdroga.com.br/mito-ou-verdade-afinal-dependencia-quimica-e-he
reditaria/ 
 
17) Quanto às drogas ilícitas, quais representam o maior desafio 
para as autoridades hoje? 
No âmbito epidemiológico, o estudo brasileiro mais recente sobre o consumo 
de drogas (3o Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População 
Brasileira, produzido pela Fiocruz e divulgado em 2019) evidencia que entre as 
substâncias ilícitas a mais consumida aqui é a maconha. 2,5% dos brasileiros 
fizeram uso da droga no período, o que corresponde a 3,8 milhões pessoas. 
Todas as outras drogas ilegais têm taxas de consumo abaixo de 1%, sendo a 
cocaína a segunda droga ilícita mais usada (0,9% dos brasileiros a consumiram nos 
últimos 12 meses, o que, em números absolutos, corresponde a 1,3 milhão 
pessoas). 
 
19 
https://hypescience.com/certos-cerebros-podem-ser-propensos-ao-vicio/
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44461999000600010
https://blog.viversemdroga.com.br/mito-ou-verdade-afinal-dependencia-quimica-e-hereditaria/
https://blog.viversemdroga.com.br/mito-ou-verdade-afinal-dependencia-quimica-e-hereditaria/
 
O uso de crack no último ano foi citado por 0,3% dos entrevistados e os que 
reportaram o uso nos últimos 30 dias foram 0.1% da população, ou 172 mil pessoas. 
Ecstasy, heroína e solventes foram usados por menos de 0,2% dos entrevistados 
nos últimos 12 meses. 
Esses dados, contudo, segundo os próprios pesquisadores, podem estar 
subestimados, uma vez que a metodologia adotada foi a de pesquisa domiciliar, 
deixando de captar usuários que estivessem na rua ou em presídios. 
Além disso, há estudos publicados que indicam o crescimento constante e 
persistente do mercado mundial de drogas ilícitas, que atinge a cifra astronômica de 
quase 900 bilhões de dólares ao ano, desafiando a compreensão de pesquisadores, 
governantes, formuladores de políticas sociais e demais autoridades responsáveis 
pelos órgãos de vigilância e repressão e da sociedade como um todo. 
Trata-se de um panorama agravado pela indústria e comércio de 
medicamentos e substâncias como o álcool e o tabaco, que são as drogas mais 
consumidas no Brasil e, embora legalizadas, são fonte de grandes prejuízos para a 
saúde e para a vida social. 
A realidade sobre o consumo de drogas enquanto fenômeno global não está 
restrita a classe social, gênero ou etnia. Durante a primeira década do milênio, o 
narcotráfico faturou, em média, 900 bilhões de dólares ao ano, segundo o Escritório 
das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc). A cifra é equivalente a 35% do 
Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ou a 1,5% de toda a riqueza produzida no 
globo. Trata-se de um mercado extremamente dinâmico, sempre alimentado por 
“novidades” (como as metanfetaminas e as sintéticas, em geral) ou por ondas 
renovadas de consumo de drogas antigas . 
O cenário é ainda mais grave quando se considera que o narcotráfico 
impulsiona e alimenta 40% das demais frentes de negócios mantidas pelo crime 
 
20 
 
organizado, segundo a Unodc, com base em dados do final da década passada. As 
atividades, que incluem tráfico de armas, de pessoas e lavagem de dinheiro, entre 
outros, giraram 2,1 trilhões de dólares, ou seja, 3,6% do PIB global. Mas não é só. O 
narcotráfico ainda estabelece uma relação “cooperativa” com o mercado de drogas 
permitidas e socialmente aceitas, como o álcool e o tabaco, para gerar um quadro 
catastrófico para a saúde pública. 
O Global Drugs Survey (GDS) desponta como uma ferramenta importante 
para compreensão do problema. Coordenado no Brasil por Clarice Sandi Madruga, 
psicóloga e professora afiliada da disciplina de Psiquiatria da Escola Paulista de 
Medicina da Universidade Federal de São Paulo, a coleta on-line feita pela pesquisa 
contou, em 2015, com a participação de 107.624 pessoas. O relatório final revela 
dados surpreendentes, que envolvem consumo de álcool, versões alteradas de 
ecstasy, baixo preço da cocaína e, principalmente, o uso da maconha sintética no 
Brasil. 
O estudodetectou pela primeira vez o uso de maconha sintética no país, que, 
conforme já mencionado, é a substância ilícita mais consumida aqui. A droga nada 
tem a ver com a versão natural. “O spice (nome comercial) é uma versão da 
molécula do THC sintetizada em laboratório. Por se ligar a receptores cerebrais de 
forma diferente que a molécula original, aumenta em até 60 vezes as chances do 
indivíduo desenvolver dependência química e em 30 as de ter uma emergência 
médica após o uso”, segundo a pesquisadora Clarice Madruga. Das 434 entradas 
de emergência em hospitais detectadas pelo estudo, 50,9% ocorreram pelo seu uso. 
É vendido em forma de óleo para cigarros eletrônicos ou como fertilizante da planta 
Cannabis. 
Já o preço da cocaína brasileira é o mais baixo do mundo: em torno de R$ 
50,00 o grama. O equivalente em crack também é barato – em torno de R$ 25,00, 
 
21 
 
segundo órgãos brasileiros de entorpecentes. O “pó” também foi identificado como o 
mais potente, uma vez que o país apresentou os maiores índices de procura de 
serviços de emergência após o uso. 
 
 
 
 
 
 
 
SOBRE A MACONHA 
1) Qual o efeito da maconha a curto e largo prazo? 
 
Diversos são os estudos sobre os efeitos decorrentes do uso de maconha a 
curto e longo prazo. Pode-se, no entanto, mencionar aqueles que mais comumente 
aparecem nas pesquisas, a saber: 
 
Efeitos a curto prazo do uso da maconha​: sensação de bem-estar e relaxamento 
(não aparece para todos os usuários), prejuízos na memória e atenção, delírios, 
alucinações, tempo de reação elevado, aceleração dos batimentos cardíacos, 
hiperemia conjuntival (olhos avermelhados), diminuição na produção de saliva; 
 
Efeitos a longo prazo do uso da maconha​: perda de memória, prejuízo na 
capacidade de aprendizagem (que pode se tornar irreversível), diminuição da 
motivação, comportamento violento, dependência, doenças pulmonares e/ou 
cardíacas, aumento do risco para desenvolvimento ou agravamento de transtornos 
mentais e psiquiátricos, disfunções sexuais relacionadas com a diminuição na 
produção de testosterona em até 50-60%. 
 
 
22 
 
Tais efeitos tornam-se ainda mais acentuados se a maconha for consumida 
simultaneamente a outras substâncias psicoativas. De acordo com matéria 
publicada no website da clínica de reabilitação Cleuza Canan, por exemplo, a 
mistura das drogas maconha, cocaína e crack aumenta de forma substancial os 
riscos para a saúde, uma vez que intensifica a aceleração dos batimentos cardíacos 
e o aumento da pressão arterial, tornando maior a chance de paradas cardíacas 
fatais. 
 
Ademais, estudiosos afirmam que o consumo de maconha 
concomitantemente ao álcool aumenta os níveis de THC no sangue, intensificando 
os efeitos da droga. Enquanto esta prejudica a percepção do usuário, o álcool 
prejudica a coordenação motora, de modo que o risco de envolvimento em 
acidentes de grandes proporções fica elevado. 
 
Dentre os efeitos psicológicos a curto prazo, pode-se destacar: 
 
● Problemas de memória a curto prazo; 
 
● Ansiedade severa, incluindo o medo de que se está sendo observado ou 
seguido (paranoia); 
 
● Comportamento muito estranho, ver e ouvir ou sentir o cheiro de coisas que 
não estão lá, não ser capaz de distinguir a imaginação da realidade (psicose); 
 
● Pânico; 
 
● Alucinações; 
 
● Perda do sentido de identidade pessoal; 
 
● Tempo de reação elevado; 
 
● Problemas com a coordenação (prejudicando a condução segura ou a prática 
de esportes). 
 
23 
 
 
Dentre os efeitos psicológicos a longo prazo, pode-se destacar: 
 
● Declínio do QI (em até 8 pontos se o uso prolongado começou na idade da 
adolescência); 
 
● Desempenho escolar precário e maior probabilidade de abandonar os 
estudos; 
 
● Capacidade para pensar, aprender e executar tarefas complexas prejudicada; 
Baixa satisfação na vida; 
 
● Dependência química (cerca de 9% dos adultos e 17% das pessoas que 
começaram a fumar quando adolescentes); 
 
● Pode induzir um estado de diminuição da motivação, que pode chegar à 
síndrome amotivacional, ou seja, a pessoa não sente vontade de fazer mais 
nada, tudo parece ficar sem graça, perder a importância; 
 
● Problemas de relacionamento, violência do parceiro sexual; 
 
Nesse ponto, não apenas os aspectos relacionados à saúde dos indivíduos 
preocupam as autoridades, mas também as suas relações interpessoais. 
Em declaração recente, o Secretário-Geral da Organização das Nações 
Unidas, Antonio Guterres, pediu que todos os países protegessem mulheres e 
crianças, as principais vítimas de violência doméstica. Nesse alerta, Guterres 
mostra evidências de que o confinamento das pessoas em suas casas durante a 
pandemia da COVID-19, nesse período de isolamento social devido à pandemia, 
levou a um surto de violência doméstica. 
É notório que um dos fatores mais correlacionados com a violência doméstica 
no Brasil é o uso de álcool. A Organização Mundial da Saúde (OMS), em seu 
Relatório Global sobre Saúde e Álcool de 2018, aponta que o consumo nocivo de 
álcool está relacionado a cerca de 18% dos casos de violência doméstica. O fato de 
 
24 
 
as pessoas ficarem em casa pode favorecer o uso abusivo de álcool e facilitar os 
atos violentos. 
Dados do governo brasileiro demonstram um aumento de 9% no volume de 
denúncias recebidas através do Disque 180, referentes à violência doméstica, na 
semana de 17 a 25 de março de 2020, comparado com a semana anterior. No Rio 
de Janeiro, houve um aumento de 50% nas denúncias, quando comparado com o 
mesmo período de 2019. 
O Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) também realizou um 
levantamento que apontou que, embora seja observada uma diminuição nos 
registros de boletins de ocorrência de casos de violência doméstica, o número de 
mortes relacionadas ao feminicídio aumentou: em São Paulo, por exemplo, o 
crescimento foi de 46% na comparação entre março deste ano e março de 2019. 
Primeiro, porque estamos todos confinados e sofrendo dentro de casa. 
Segundo, porque, com o isolamento, muita gente parou de trabalhar e não tem o 
salário garantido e está com a própria sobrevivência comprometida. Também há 
lugares em que as acomodações são pequenas e todo mundo fica confinado junto. 
Então, realmente há a criação de um ambiente para o agressor ficar mais nervoso, 
mais irritado, com os problemas se avolumando, junto com o medo e a angústia. 
 
● Comportamento anti social incluindo roubar dinheiro ou mentir; 
 
● Dificuldades financeiras; 
 
● Maior dependência de assistência social; 
 
● Maior probabilidade de estarem desempregados ou não conseguir empregos. 
 
 
As consequências do consumo de maconha a longo prazo pode afetar o 
equilíbrio neurofisiológico do corpo, seja positiva ou negativamente. Entender como 
essa droga afeta o funcionamento do organismo é importantíssimo para adquirir 
mais consciência em prol de uma vida saudável. 
 
 
25 
 
Existem os efeitos superficiais e imediatos, associados a sensações 
momentâneas de prazer. Normalmente, são aquilo que motiva os usuários a fazer 
uso da substância. Mas também há os efeitos de longo prazo, que podem 
comprometer a vida de quem usa e de todos à sua volta. 
 
O mais interessante, porém,é saber que seus mecanismos de prazer podem 
ser substituídos por outros alimentos e atividades, o que traz um alívio muito mais 
eficiente e eficaz às dores e tristezas de quem busca a maconha. 
 
Assim, apresentamos os esclarecimentos abaixo para serem apreciadas de 
coração e mente aberta: 
 
Perda de memória: 
 
O uso da maconha traz um efeito devastador na chamada memória de curto 
prazo. Ela é gerenciada no cérebro, mais especificamente no hipocampo, 
essencialmente ligado às funções de aprendizagem no ser humano. Em um 
organismo afetado pela droga, o cérebro é impedido de registrar novas memórias. 
 
Assim, o uso prolongado da droga pode dificultar a assimilação de coisas 
simples, como as regras de legislação para tirar carteira de motorista ou 
procedimentos básicos para viajar de avião. Ele receberá as informações, mas ao 
precisar acioná-las em seu cérebro, terá maiores dificuldades que o normal, ou 
simplesmente não conseguirá. 
 
Essa é uma importante reflexão a ser feita, pois esses exemplos do cotidiano, 
a princípio, parecem simples de serem executados. Mas a habilidade para executar 
essas simples tarefas diminuirá consideravelmente com o consumo regular de 
drogas como a maconha. 
 
Desencadeamento de comportamentos violentos: 
 
Com o nível de raciocínio diminuído ou mais lento, a percepção da vida é 
consideravelmente afetada. A dependência, que será abordada a seguir, comandará 
 
26 
 
as ações do consumidor de cannabis, que poderá tomar atitudes a todo custo para 
alimentar o constante estado eufórico que o efeito do entorpecente provoca. 
 
Não é incomum, por exemplo, que dependentes químicos e usuários de 
maconha contraiam dívidas, tenham comportamentos violentos e proporcionem 
outros males à sua vida e de quem está à sua volta. 
 
É importante a família e pessoas mais próximas estarem sempre alertas, pois 
a violência pode acontecer a qualquer momento, sendo comum que os dependentes 
cometam roubos, furtos e, caso o grau de dependência seja maior, possa até 
mesmo provocar situação de violência física que concorra para a morte alguém. 
 
Ou seja, pode-se observar que seus efeitos são bidirecionais, afetando tanto 
a saúde quanto o ambiente em que eles vivem. 
 
Dependência 
 
A dependência de qualquer tipo de droga vai variar de uma pessoa para 
outra, pois tem relação direta com a idade, genética e condições mentais pré 
existentes. Quanto mais jovem for o usuário, mais serão os efeitos e danos no 
organismo, especialmente no desenvolvimento mental. 
 
É importante ressaltar que a dependência ocorre porque o cérebro vai se 
ajustar à substância e assim reduzir o número de receptores e a função da 
dopamina. Quando isso acontece, o dependente passa a usar uma quantidade cada 
vez maior da droga, buscando experimentar o efeito de antes. 
 
A dependência é desencadeada pelo organismo que, uma vez acostumado 
com a utilização da droga, demanda doses maiores para se satisfazer. Caso essa 
necessidade não seja satisfeita, surgem os efeitos da abstinência. 
 
As sensações colaterais da dependência impulsionam o usuário a buscar 
novamente a droga para aliviar suas novas crises, incluindo as suas dores e 
carências emocionais. 
 
27 
 
 
Outro fator importante da dependência é que, por ser uma resposta orgânica, 
é muito difícil iniciar o uso de alguma substância entorpecente e não ficar submisso 
a ela. 
 
Doenças pulmonares e cardíacas 
 
O consumo da maconha envolve sua queima e consequente absorção pelo 
aparelho respiratório da fumaça resultante. Portanto, é impossível que o pulmão não 
sofra com os efeitos do uso prolongado desta droga. 
 
Quando a maconha é queimada, outros elementos tóxicos são absorvidos 
pelo organismo, como amônia e cianeto de hidrogênio. Com o tempo, o usuário da 
droga desenvolve tosse crônica, dificuldades respiratórias e produz catarros e 
mucos em excesso, entupindo frequentemente suas vias nasais. Tais ocorrências 
podem, por exemplo, impedir ou diminuir a capacidade para caminhar, praticar 
esportes e fazer outras atividades rotineiras, ou seja, do dia a dia. 
 
O componente ativo da maconha, o tetra-hidrocarbinol (THC), responsável 
pelos efeitos alucinógenos e de relaxamento do corpo, é inalado e transportado no 
organismo por meio do sangue. Além do THC, outras substâncias tóxicas também 
são lançadas na corrente sanguínea, causando aceleração dos batimentos 
cardíacos. Pessoas com doenças cardíacas preexistentes, desconhecidas ou não, 
agravam os efeitos de suas doenças ao utilizarem a maconha. 
 
Aumento do risco para o desenvolvimento de transtornos mentais e 
psiquiátricos 
 
Se um indivíduo possui propensão ao desenvolvimento de transtornos de 
ordem mental ou psiquiátrica, a maconha poderá deflagrar o aparecimento dos 
sintomas. 
 
Riscos como a aceleração da esquizofrenia e outros distúrbios psicóticos 
podem afastar ainda mais o indivíduo do convívio da sociedade. Cria-se assim um 
 
28 
 
ciclo vicioso, pautado no acúmulo de motivações para que ele continue procurando 
a droga. 
 
 
 
Transtornos afetivos de bipolaridade, de ansiedade, depressão e humor 
podem, inclusive, terem seus efeitos e surtos ampliados com o uso da cannabis. 
Isso vale também para os impactos negativos nas fases agudas do uso da 
maconha. 
 
A ansiedade, por exemplo, é considerada um mal da sociedade e muitas 
pessoas fazem relatos sobre seus efeitos danosos. Porém, pode ser tratada de 
diversas maneiras, inclusive sem interferências clínicas, por meio da prática de 
atividades físicas e do acompanhamento psicológico. 
 
Fontes da Resposta: 
 
https://www.mundosemdrogas.org.br/drugfacts/marijuana/short-and-long-term-effect
s.html 
 
https://hospitalsantamonica.com.br/efeitos-do-uso-da-maconha-entenda-as-consequ
encias-a-longo-prazo-do-uso-da-erva/ 
 
http://www.fai.com.br/portal/pibid/adm/atividades_anexo/74df176f30bca479a211a12
1bfbc6a40.pdf 
 
https://cleuzacanan.com.br/drogas-maconha-cocaina-e-crack/ 
 
 
2) Posso usar a maconha para relaxar? 
 
Quando se trata de pensar e discutir a questão do uso e dos efeitos do uso 
de substâncias psicoativas é de suma importância ter em mente, primeiramente, 
 
29 
https://www.mundosemdrogas.org.br/drugfacts/marijuana/short-and-long-term-effects.html
https://www.mundosemdrogas.org.br/drugfacts/marijuana/short-and-long-term-effects.html
https://hospitalsantamonica.com.br/efeitos-do-uso-da-maconha-entenda-as-consequencias-a-longo-prazo-do-uso-da-erva/
https://hospitalsantamonica.com.br/efeitos-do-uso-da-maconha-entenda-as-consequencias-a-longo-prazo-do-uso-da-erva/
http://www.fai.com.br/portal/pibid/adm/atividades_anexo/74df176f30bca479a211a121bfbc6a40.pdf
http://www.fai.com.br/portal/pibid/adm/atividades_anexo/74df176f30bca479a211a121bfbc6a40.pdf
https://cleuzacanan.com.br/drogas-maconha-cocaina-e-crack/
 
que para cada sujeito, com seu arranjo biológico próprio, relações e história de vida 
particulares, a busca pelo consumo da droga, a dose, e sua repercussão, seja ela 
física, mental e/ou social, é bastante ímpar. 
Neste sentido se, geralmente, os efeitos gerados pelo uso da maconha são 
descritos pela literatura como uma sensação de bem-estar, acompanhada de calma 
e relaxamento, menos fadiga e hilaridade, há casos em que a utilização desta droga 
pode ser seguido de estados de angústia,atordoamento, ansiedade e medo de 
perder o autocontrole, com tremores e sudorese. 
 
Ademais, conforme estudo realizado pela Washington State University (EUA) 
a maconha pode aliviar estresse e ansiedade, mas piorar depressão com o tempo 
(seu efeito antidepressivo aconteceria apenas a curto prazo, portanto). 
 
Esses efeitos podem ser descritos, em alguns casos, como uma sensação de 
bem-estar, acompanhada de calma e relaxamento, menos fadiga e hilaridade, 
enquanto, em outros casos, podem ser descritos como angústia, atordoamento, 
ansiedade e medo de perder o autocontrole, com tremores e sudorese. Há uma 
perturbação na capacidade de calcular o tempo e o espaço, além de um prejuízo da 
memória e da atenção. Com doses maiores ou conforme a sensibilidade individual, 
podem ocorrer perturbações mais evidentes do psiquismo, com predominância de 
delírios e alucinações. 
 
Maconha pode aliviar estresse e ansiedade, mas piorar depressão com o 
tempo: Estudo da Washington State University, nos Estados Unidos, também 
analisou dados de pacientes que fazem uso da erva medicinal em casa. Alívio de 
sintomas da depressão só acontece no curto prazo, avaliam cientistas. 
 
Os cientistas chegaram às seguintes conclusões: 
 
● Cannabis rica em CBD e baixa em THC pode reduzir sintomas da depressão 
no curto prazo; 
 
● Duas baforadas de qualquer tipo de cannabis reduzem os sintomas de 
ansiedade; 
 
30 
 
 
● Dez ou mais baforadas de cannabis com altas concentrações de CBD e THC 
produziram as maiores reduções no estresse; 
● O uso de cannabis para o tratamento da depressão pode piorar os sintomas 
ao longo do tempo. 
 
Fontes da Resposta: 
http://www.fai.com.br/portal/pibid/adm/atividades_anexo/74df176f30bca479a211a12
1bfbc6a40.pdf 
 
https://g1.globo.com/bemestar/noticia/maconha-pode-aliviar-estresse-e-ansiedade-
mas-piorar-depressao-com-o-tempo.ghtml 
 
3) Qual a diferença entre as maconhas? Fêmea, hidropônica, 
haxixe, skank? Qual a mais forte ou potente? 
 
São conhecidas as seguintes apresentações da Maconha: 
 
→ Haxixe 
 
Haxixe é o nome dado à resina extraída da planta da maconha que 
posteriormente é seca e prensada. É considerada uma forma mais concentrada da 
maconha e apresenta uma quantidade maior de substâncias psicoativas do que 
aquela que é habitualmente fumada (folhas e grãos da planta seca). O haxixe é 
geralmente utilizado por meio da ingestão ou inalação (fumando). 
 
→ Skunk 
 
No caso do skunk, temos uma variedade da maconha que foi cultivada e que 
se destaca pelos seus elevados índices de tetra-hidrocanabinol. Desse modo, 
podemos concluir que se trata de uma versão mais forte do que a tradicionalmente 
utilizada e que possui, portanto, efeitos mais poderosos. Pesquisas indicam que o 
 
31 
http://www.fai.com.br/portal/pibid/adm/atividades_anexo/74df176f30bca479a211a121bfbc6a40.pdf
http://www.fai.com.br/portal/pibid/adm/atividades_anexo/74df176f30bca479a211a121bfbc6a40.pdf
https://g1.globo.com/bemestar/noticia/maconha-pode-aliviar-estresse-e-ansiedade-mas-piorar-depressao-com-o-tempo.ghtml
https://g1.globo.com/bemestar/noticia/maconha-pode-aliviar-estresse-e-ansiedade-mas-piorar-depressao-com-o-tempo.ghtml
 
uso de skunk pode aumentar consideravelmente o risco de desenvolver psicose, 
podendo triplicar o risco. 
 
 
→ Fêmea 
 
Os termos maconha, erva, liamba ou marijuana referem-se às folhas secas 
das plantas Cannabis e às flores das plantas femininas.[171] Este é o modo mais 
amplo de consumir-se cannabis. Contém um teor de THC que pode variar de 3% até 
22%;[172] em contrapartida, a Cannabis utilizada para produzir linhagens industriais 
de cânhamo contém menos de 1% do THC.[173] 
 
→ Hidropônica 
 
A hidroponia é a técnica de cultivar plantas sem solo, onde as raízes 
recebem uma solução nutritiva balanceada que contém água e todos os nutrientes 
essenciais ao desenvolvimento da planta.[1] Na hidroponia as raízes podem estar 
suspensas em meio liquido (NFT) ou apoiadas em substrato inerte (areia lavada por 
exemplo). Trata-se, portanto, de uma variedade de cultivo. 
 
Quanto à potência da Maconha: 
 
Um estudo federal recente descobriu que “a potência do material vegetal 
ilícito de cannabis tem aumentado de forma consistente ao longo do tempo, desde 
1995, de cerca de 4% em 1995 para aproximadamente 12% em 2014”. Este 
acentuado aumento representa uma mudança quando os fumantes começaram a 
trocar a maconha plantada em terra para a hidropônica. 
 
Em uma impressionante batida de 2009, o DEA apreendeu uma maconha 
que marcava impressionantes 33,12%, a maior concentração de THC que a agência 
já viu em uma amostra nacional da erva. 
 
Tenha em mente, as estatísticas governamentais não incluem amostras do 
mercado “legal”, onde a maconha costuma ficar acima de 20% e até mesmo de 
 
32 
 
30%, com cannabis concentrada subindo para a faixa dos 90%, um feito notável na 
história da humanidade. De um modo geral, qualquer coisa acima de 15% é 
considerada “da boa”. 
Resumindo, a maconha é mais potente porque a qualidade do processo de 
cultivo tem sido reforçada pela iluminação e hidroponia, assim como a extração de 
THC, que cria um produto muito mais potente. 
 
Quanto às variedades de Maconha: 
 
De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime 
(UNODC, na sigla em inglês), a quantidade de tetraidrocanabinol (THC) presente 
em uma amostra de canábis é geralmente utilizada como medida de potência desta 
cannabis. Os três principais tipos de produtos derivados da cannabis são a erva, a 
resina (haxixe) e o óleo (óleo de haxixe). O UNODC afirma que a cannabis 
normalmente contém 5% de seu conteúdo composto por THC, enquanto a resina 
pode conter até 20% de conteúdo, e o óleo de haxixe cerca de 60%. 
 
Um estudo publicado em 2000 no Journal of Forensic Sciences concluiu que 
a potência da cannabis confiscada nos Estados Unidos passou de "cerca de 3,3% 
em 1983 e 1984" para "4,47% em 1997." Concluiu igualmente que "outros grandes 
canabinóides [o canabidiol (CBD), o canabinol (CBN) e o canabicromeno (CBC)] 
não mostraram qualquer mudança significativa na sua concentração ao longo dos 
anos. 
 
Tipos de cannabis ao redor do mundo: 
 
O Centro Nacional de Informação e Prevenção da Canábis da Austrália 
afirma que os 'brotos' da cannabis de sexo feminino contém a concentração mais 
alta de THC, seguido pelas folhas. Os caules e as sementes têm "níveis muito mais 
baixos". A ONU afirma que as folhas podem conter dez vezes menos THC do que 
os brotos, e os caules cem vezes menos THC. Após revisões na classificação da 
cannabis no Reino Unido, o governo alterou a planta para uma droga da classe C 
para uma de classe B. A razão disso foi o aparecimento de variedades de cannabis 
de alta potência. O governo contabiliza que entre 70 e 80% das amostras 
 
33 
 
apreendidas pela polícia é de skunk (apesar do fato de que o skunk pode às vezes 
ser confundido incorretamente com todos os tipos de cannabis herbácea). Extratos 
como o haxixe e o óleo de haxixe normalmente contêm mais THC do que as flores 
de cannabis de alta potência. 
 
Apesar de críticos apontarem que cannabis de "alta potência" poderia 
representar um risco para a saúde, outros observaramque os usuários desse tipo 
de droga facilmente aprendiam a compensar os efeitos nocivos reduzindo suas 
doses, beneficiando-se da redução dos efeitos colaterais de fumar, como o choque 
térmico ou o monóxido de carbono. 
 
Vários laboratórios analíticos que fornecem a indústria da cannabis medicinal 
na costa oeste dos Estados Unidos avaliaram os níveis de THC a cannabis vendida. 
Os níveis típicos variam entre 16 e 17%, enquanto as amostras de cannabis com 
menos de 10% de THC são raras. Atualmente os limites máximos de THC para 
folhas de cannabis cultivadas na Califórnia são de 23/25%. 
 
Dentre as muitas pessoas em todo o mundo que fazem uso de maconha, 
poucas delas compreendem o aumento da potência dessa droga ao longo do 
tempo. A maconha vem sofrendo intensas transformações desde os anos 70. Novos 
métodos de produção, tais como o cultivo hidropônico, têm aumentado a potência e 
os efeitos negativos do tetrahidrocanabinol (THC), a substância mais psicoativa 
encontrada na maconha. É importante compreender a potência da maconha devido 
a seu vínculo com problemas de saúde, inclusive a saúde mental. 
 
Geralmente se considera a quantidade de THC numa amostra de maconha 
para medir a sua potência. Um dos estudos mais esclarecedores sobre o tema foi 
conduzido em 2004 pelo Centro Europeu de Monitoramento de Drogas e Vício 
(EMCDDA, na sigla em inglês) e concluiu que houve um modesto crescimento na 
potência na maconha compactada, possivelmente relacionado ao uso intensivo de 
métodos de cultivo em locais fechados. Não obstante, os autores perceberam que a 
quantidade de THC contido nas amostras variou amplamente. 
 
 
34 
 
Enquanto o Estudo do Escritório Interno do Reino Unido em 2008 encontrou 
uma pequena mudança, passando de 14% de potência média de maconha sem 
semente em amostras entre 2004 e 2005 a 15% em 2008. Aumentos de longo prazo 
também foram registrados nos Estados Unidos, chegando a uma potência média de 
10% em 2008. 
 
Múltiplas questões metodológicas que têm sido levantadas, que afetam a 
capacidade de geração de informações comparáveis e a inferência de tendências. 
Variáveis importantes a serem consideradas incluem a fitoquímica; o tipo do produto 
de maconha; o método de cultivo, a amostragem e o armazenamento. 
 
Como detalhado a seguir, cada um desses fatores podem afetar a medição 
da potência da maconha: 
 
Parte da planta usada: A secreção de THC é mais abundante no topo das flores e 
nas folhas. A quantidade de resina secretada é influenciada por condições 
ambientais durante o crescimento (luz, temperatura e umidade), o gênero da planta, 
e o período de colheita. O THC contido varia entre as partes da planta: de 10-12 % 
nas flores, 1-2% nas folhas, 0,1-0,3 % nos caules, até 0,03% nas raízes; 
Tipo de produto: Há três tipos principais produtos da maconha: erva (maconha), 
resina (haxixe) e óleo (óleo de haxixe); 
 
A erva da maconha é composta por flores e folhas secas. Contém freqüentemente 
até 5% de THC. A maconha sem semente é derivada da planta fêmea 
não-fertilizada, e pode ser muito mais potente; 
 
A resina da Maconha pode conter até 20% de THC; 
 
A forma mais potente da maconha é o óleo de maconha, derivado do extrato de 
resina concentrado. Ele pode conter até 60% de THC. O aumento no market share 
de um tipo de produto específico pode influenciar os valores médios de potência 
registrados. Por exemplo, o aumento de 10% registrado na quantidade média de 
THC em amostras apreendidas em 2008 pelo Escritório Nacional de Políticas de 
 
35 
 
Combate às Drogas dos Estados Unidos está associado ao market share de 40% 
para maconha de alta potência (presumidamente cultivadas em locais fechados). 
 
Métodos de cultivo: A planta de maconha cresce em vários ambientes climáticos. 
A quantidade e a qualidade da resina produzida dependem de temperatura, da 
umidade, da luz e da acidez ou alcalinidade do solo. Nesse sentido, a produção 
extensiva de maconha apresenta uma variação considerável da potência. Já a 
produção intensiva de plantas fêmeas e clonadas, usando luz artificial, algumas 
vezes sem solo (cultivo hidropônico), e com melhores condições de cultivo, é capaz 
de produzir maconha de maior potência; 
 
Amostragem​: A maior parte dos dados sobre a potência da maconha deriva de 
análises de amostras apreendidas. Portanto, tais amostras precisam ser 
representativas da apreensão como um todo, para que inferências e extrapolações 
possam ser feitas; 
 
Armazenamento​: O THC se converte em canabinol se exposto ao ar e à luz. Este 
processo reduz a concentração de THC, especialmente em amostras mais antigas 
que ainda não foram mantidas sob condições adequadas (ou seja, em locais 
amenos e protegidos da luz). Acredita-se que indicadores de aumento na potência 
do preparo de maconha confiscada em um período de 18 anos nos Estados Unidos 
devem ter sido afetados pelas condições de armazenamento de THC nas amostras 
antigas. 
 
Assim, apenas por meio de uma avaliação criteriosa desses fatores, poderemos 
chegar a uma análise mais sistemática, científica e comparável da potência da 
maconha nos diferentes locais do mundo e ao longo do tempo. 
 
Fontes da Resposta: 
https://brasilescola.uol.com.br/drogas/maconha.htm 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cannabis_(psicotr%C3%B3pico) 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hidroponia 
 
36 
 
 
https://gizmodo.uol.com.br/por-que-a-maconha-esta-mais-potente/ 
 
https://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/frontpage/2009/04/29-por-que-a-potencia-da-mac
onha-e-importante.html 
 
https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/thcprincipal-componente-ativo-maconha.
htm 
 
4) O que vem na composição da maconha? 
 
A maconha é uma planta rica em diferentes substâncias químicas. Algumas 
delas apresentam propriedades medicinais e também efeitos psicotrópicos, ou seja, 
afetam o sistema nervoso central. Estima-se que a maconha possua mais de 400 
componentes. Destes, 60 representam os compostos psicoativos da planta e 
recebem o nome de canabinóides. 
 
O tetra-hidrocanabinol (THC) é a principal substância psicoativa da maconha, 
apresentando grande influência no cérebro em especial na funcionamento dos 
receptores do sistema nervoso central, a partir do que pode-se observar os efeitos 
já conhecidos da droga tais como alucinações, delírios e redução da velocidade de 
resposta. Sua quantidade, inclusive, é determinante da potência da substância a ser 
consumida. 
 
Somar-se-ia a este componente, segundo o professor e pesquisador Antonio 
Waldo Zuardi, substâncias como o canabidiol (CDB), nabilona e dronabinol 
(sintéticos), tetrahidrocanabivarina (THCV), canabigerol (CBG), além de terpenos 
(ou óleos aromáticos) tais como o mirceno, o limoneno, o cariofileno, entre outros. 
 
No que se refere à adulteração da composição da maconha, pesquisas 
mostram que apesar de ser menos frequente sua ocorrência na cannabis 
(comparada a outros tipos de drogas), substâncias como giz, nos Países Baixos, e 
partículas de vidro, no Reino Unido, têm sido utilizadas para fazer o produto parecer 
 
37 
 
ter qualidade superior. Há notícias, ademais, sobre o uso de chumbo para aumentar 
o peso dos produtos de haxixe na Alemanha,gerando riscos de intoxicação. 
 
Ainda, de acordo com os sites "Talk to FRANK" e UKCIA, a análise do 
chamado Soap Bar, o tipo mais comum de haxixe no Reino Unido, permitiu detectar, 
em sua composição, tranquilizantes, betume, hena e até fezes de animais. 
 
A planta da maconha contém diversos componentes (canabinóides) 
estudados quanto aos seus efeitos terapêuticos, sendo os principais o delta-9-THC 
(ou THC) e o canabidiol (CBD). Há, ainda, outras substâncias relacionadas à planta 
que fazem parte desses estudos, como nabilona e dronabinol (sintéticos), 
tetrahidrocanabivarina (THCV), canabigerol (CBG), além de terpenos (mirceno, 
limoneno, cariofileno, entre outros). 
 
Entre os usos terapêuticos do THC, podemos citar o tratamento de glaucoma, 
distúrbios de movimento, perda de apetite em pacientes com AIDS e tratamento de 
sintomas desagradáveis gerados pela quimioterapia, como dor, náusea e vômito. 
 
Quanto as adulterações da maconha, é menos comum a presença de 
adulterantes na cannabis do que em outras drogas. Giz (nos Países Baixos) e 
partículas de vidro (no Reino Unido) têm sido utilizados para fazer o produto parecer 
de melhor qualidade. O uso de chumbo para aumentar o peso dos produtos de 
haxixe na Alemanha provocou intoxicações com chumbo em pelo menos 29 
usuários. Nos Países Baixos, foram encontrados dois similares químicos do 
Sildenafil (Viagra) em cannabis adulterada. 
 
Fontes da resposta: 
 
https://brasilescola.uol.com.br/drogas/maconha.htm 
 
https://www.minhavida.com.br/saude/tudo-sobre/33623-maconha 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cannabis_(psicotr%C3%B3pico) 
 
 
38 
 
 
 
5) Qual o mercado da maconha em nível mundial? 
 
A maconha, segundo parecer apresentado pelo Escritório das Nações Unidas 
sobre Drogas e Crime (Unodc) era, no ano de 2010, a droga mais consumida do 
mundo, fato consoante com os dados divulgados em relatório da ONU, segundo o 
qual a maconha seria cultivada em quase todos os países e consumida por 
aproximadamente 130 a 190 milhões de pessoas pelo menos uma vez por ano. 
 
Quase 10 anos depois, em 2018, informações e previsões veiculadas pela 
Knowledge Sourcing Intelligence (KSI), corroboram as constatações 
supramencionadas, uma vez que apontam para a tendência de que o mercado 
mundial de cannabis aumente a uma taxa de crescimento anual de 19.64%, 
atingindo o valor de US$ 36,9 bilhões em 2024, com significativa participação da 
América do Norte na incrementação destes números, haja vista a progressiva 
legalização da maconha para fins médicos e recreativos em determinadas regiões 
dos Estados Unidos. 
 
Ainda de acordo com a KSI, os principais fatores contribuintes para o 
crescimento deste mercado podem ser assim elencados: 
 
● O aumento do número de países em que a substância é legalizada; 
 
● A tendência de produção de produtos comestíveis com maconha; e 
 
● Incentivos de governos. 
 
Relatório da Knowledge Sourcing Intelligence prevê que o mercado mundial 
de cannabis deve crescer a uma taxa de crescimento anual composta de 19,64%, 
atingindo o valor de US$ 36,9 bilhões em 2024 –ante os US$ 12,5 bilhões de 2018. 
O mercado da América do Norte deve manter uma participação significativa, 
principalmente pela crescente legalização da cannabis para fins médicos e 
recreativos em regiões dos Estados Unidos. Até 20 de dezembro, 10 Estados 
 
39 
 
norte-americanos legalizaram a compra e o uso da erva. Em 34 dos 50, pessoas 
com condições médicas específicas podem ter acesso à cannabis medicinal de 
forma legal. 
 
Segundo o relatório, os principais fatores para o crescimento do mercado são 
o aumento do número de países em que a substância é legalizada, a tendência de 
produção de produtos comestíveis com maconha e incentivos de governos. 
 
Mais de 40 nações já legalizaram a cannabis medicinal. A cada ano, o uso 
legal da cannabis para fins médicos e recreativos cresce, mas varia de país para 
país com base na posse, distribuição, cultivo e indicações médicas para consumo. 
Médicos utilizam a erva para tratar, por exemplo, espasmos musculares, náuseas, 
falta de apetite e perda de peso. 
 
A estimativa é que também cresça o uso da maconha como alimento 
funcional, com benefícios à saúde, superando o que os consumidores podem obter 
com itens como couve, açafrão ou kombucha. Espera-se que a maconha seja 
incluída nas tendências alimentares nos próximos anos. 
 
Quanto ao consumo da Maconha: 
 
Maconha ainda é a droga mais consumida do mundo, diz Relatório da 
agência da ONU ao demonstrar que é consumida entre 130 e 190 milhões de 
pessoas pelo menos uma vez por ano, apontando, ainda, para tendência mundial de 
consumo em novos mercados e novas substâncias, como a anfetamina. 
 
O relatório revela mudanças nos padrões de abuso de substâncias ilícitas, 
como evidências de cultivo em locais internos de maconha para fins comerciais em 
20 países, principalmente na Europa, Austrália e América do Norte. 
 
Outra tendência observada é o deslocamento do consumo para novas 
substâncias. O número global de pessoas que usam estimulantes do tipo 
anfetamina é estimado entre 30 e 40 milhões, e deve ultrapassar em breve o total 
de consumidores de opiáceos e cocaína. 
 
40 
 
Evidenciou o aumento de 20% no número de laboratórios clandestinos em 
2008, inclusive em países onde antes esses locais não existiam, e a fabricação do 
ecstasy tem aumentado na América do Norte e partes da Ásia. 
 
Os países pobres, que são os principais locais de abastecimento e de tráfico 
de drogas, também sentem os efeitos, com crescimento do uso de cocaína na África 
Ocidental e na América do Sul e de heroína na África Oriental. 
 
Fontes da resposta: 
https://www.poder360.com.br/internacional/mercado-mundial-da-cannabis-deve-che
gar-a-us-369-bilhoes-em-2024/ 
 
https://www.douradosagora.com.br/noticias/ciencia-e-saude/maconha-ainda-e-a-dro
ga-mais-consumida-do-mundo 
 
 
6. Quais os efeitos do uso da maconha em adolescentes? 
 
O organismo do adolescente enfrenta uma das maiores revoluções 
hormonais de toda a vida. Se isso muitas vezes deixa o jovem confuso sobre seus 
sentimentos, a ponto de despertar seu interesse por alívios imediatos, também 
potencializa os efeitos da maconha em seu corpo. 
 
Segundo um estudo conduzido pela Universidade Duke demonstrou que 
pessoas que começaram a consumir maconha ainda na adolescência perderam, ao 
menos 8 pontos em avaliações de QI entre seus 13 e 38 anos. 
 
A grande questão não está no teste em si, mas no fator inteligência e 
capacidade de raciocínio, que mesmo depois da interrupção do uso da droga, não 
foram recuperados. Alguns pais incentivam o uso da droga, na adolescência, sem 
conhecer os efeitos que podem acompanhar o jovem por toda a vida. 
 
 
41 
 
Assim, quando um adolescente utiliza a droga, fragiliza todo seu sistema, 
muitas vezes potencializando alguma fraqueza que pode trazer danos irreversíveis à 
vida. 
 
Os efeitos do uso da maconha podem trazer uma série de consequências 
negativas, gerando carências emocionais e de autoestima. Muitas vezes, tais 
carências fragilizam ainda mais o usuário, que busca na droga a solução para os 
problemas que a droga mesmo contribui para agravar. 
 
Problemas como depressão, ansiedade,

Continue navegando