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114
Unidade III
Unidade III
7 FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO
O processo é uma sequência de atos coordenados das partes e do órgão judicial, que se prolongam 
no tempo, visando a solução do litígio por meio do proferimento da sentença de mérito. Tem-se que, 
o desenvolvimento do processo gera uma relação jurídica processual complexa e dinâmica entre os 
sujeitos do processo.
Ao discorrer sobre o processo e sua marcha Humberto Theodoro Júnior explica que
 
Como relação jurídica complexa e dinâmica, o processo nasce, se 
desenvolve e se exaure, normalmente, quando atinge a sua meta, que é 
a composição do litígio, encontrada na sentença de mérito (nas ações de 
cognição) ou na satisfação do credor (na execução forçada). Entre o pedido 
do autor e a prestação jurisdicional do Estado nasce, vive e se extingue o 
processo, portanto1.
O Código de Processo Civil consagra os princípios da demanda, da inércia da jurisdição e do impulso 
oficial, ao dispor no art. 2º, o seguinte: “O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por 
impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei”2.
Ao longo de seu andamento, alguns acontecimentos podem provocar a suspensão temporário do 
processo ou sua extinção prematura, impedindo a composição do litígio.
Assim, o Livro VI, Títulos I, II e III, da Parte Geral, nos artigos 312 a 317, do Código de Processo Civil 
dispõe sobre três momentos fundamentais do processo, quais sejam:
• Atos que dão início ao processo: distribuição da ação, com o protocolo da petição inicial.
• Atos que dão seguimento ao processo: despacho judicial de recebimento da petição inicial e de 
citação do réu; momento em que o réu recebe a citação válida.
• Atos que põem fim ao processo: sentença de mérito transitada em julgado.
Passamos a estudar cada um desses momentos fundamentais do processo.
1 THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 60. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 751.
2 BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). Brasília, 2015.
115
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
7.1 Formação do processo
O Poder Judiciário não prestará a tutela jurisdicional senão quando houver provocação das partes 
ou dos interessados.
Neste início, prevalece o princípio dispositivo uma vez que a propositura da ação é ato de vontade 
privativo da parte.
Distribuída a ação e estabelecida a relação processual (com a citação válida do réu), impera o 
princípio inquisitivo, que rege o desenvolvimento do processo por impulso oficial, ou melhor, a marcha 
do processo rumo à sentença independe de provocação das partes, podendo se dar com ou sem a 
colaborar destas.
O ato que dá início ao processo é a propositura da demanda por meio da petição inicial 
apresentada pelo autor.
Na petição inicial, o autor delimita os contornos da demanda, como contra quem ele litiga, a sua 
pretensão e os fundamentos fáticos em que está embasada a pretensão.
Há exceção ao princípio da demanda (provocação do Judiciário): processos de arrecadação de bens 
de ausente ou de bens que integram a herança jacente.
Após a propositura da ação, o juiz verifica se a petição inicial está em termos ou não, isto é, se a petição 
inicial preenche os requisitos legais exigidos (CPC, arts. 319 e 320), e se tem condições de prosseguir.
Se a petição inicial não preenche os requisitos legais, mas puder ser solucionado, o juiz determina 
que o autor a emende, corrigindo os vícios, e que junte os documentos indispensáveis a comprovação 
de suas alegações.
Se a petição inicial preenche os requisitos legais, o juiz determina a citação do réu. É por meio desse 
despacho que o juiz recebe a petição inicial e reconhece a sua aptidão para produzir efeitos jurídicos, 
inclusive a formação da relação jurídica processual.
Com a citação válida do réu é que se completa a relação jurídica processual, com o seu lado passivo. 
Com a citação válida, o réu passa a fazer parte do processo (CPC, art. 312).
Se a petição inicial não preenche os requisitos legais e não há possibilidade de ser emendada, ou se 
o autor não cumpre a determinação judicial de emendar a mesma, o juiz indefere a inicial e extingue o 
processo sem resolução de mérito, mesmo depois de formada a relação jurídica processual.
7.1.1 Impulso oficial
O início do processo está condicionado à iniciativa do autor. Depois de iniciado, o processo terá 
seguimento por impulso oficial, impulso do próprio juiz.
116
Unidade III
Grande número de atos do processo depende de iniciativa das partes, como por exemplo a postulação 
da tutela jurisdicional. Mas, distribuída a ação por meio da petição e citado o réu, o processo passa a se 
desenvolver por impulso oficial do juiz, tendo como principal objetivo a justa composição do litígio e a 
pacificação social.
Humberto Theodoro Júnior conclui que “[...] uma vez proposta a ação, a marcha do processo rumo 
à sentença não depende de provocação da parte; o próprio juiz impulsiona o processo, com ou sem 
colaboração da parte”3.
O juiz não pode permitir que o processo fique paralisado, razão pela qual deve conceder prazos 
para as partes cumprir atos processuais, aguardar o cumprimento dos prazos pelas mesmas, se não 
cumpridos, o juiz determinará o prosseguimento do processo, impondo consequências negativas pelo 
descumprimento.
Exemplo do impulso oficial do juiz é a extinção do processo sem resolução de mérito ocorre quando o 
processo estiver paralisado há mais de um ano, por negligência das partes, caso em que o requerimento 
da parte se torna dispensável (CPC, art. 485, II).
Causas de extinção do processo sem resolução de mérito, por abandono do processo por mais de um 
ano, a seguir:
• Falta de recolhimento de custas iniciais.
• Falta de regularização da representação processual.
• Falta de regularização da petição inicial.
• Falta de providências necessárias para a citação do réu.
• Falta de habilitação de herdeiros, em caso de morte do autor.
Exemplos de extinção do processo sem resolução de mérito por abandono:
• Requerida a realização de perícia e não recolhidos os honorários do perito, o juiz dispensa a prova 
(CPC, art. 465, § 4º).
• Parte arrola testemunha, as não fornece o endereço para intimá-la.
7.1.2 Estabilização do processo
Distribuída a ação por iniciativa do autor, este poderá aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir 
na petição inicial até a citação do réu.
3 THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 60. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 755.
117
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
Após a citação válida do réu, ou melhor, completa a relação jurídica processo trilateral, o autor 
somente poderá aditar ou alterar a petição inicial com o consentimento do réu (CPC, art. 329, II).
A lei não exige que o consentimento para alterar o pedido ou a causa de pedir seja expresso, 
portanto, esse consentimento poderá ser de forma tácita, como por exemplo, no caso do autor alterar 
incidentalmente o pedido e o réu aceitar o prosseguimento do andamento do processo.
A citação válida, mesmo ordenada por juiz incompetente, induz a litispendência, e decorre a 
estabilização do processo.
Efeitos decorrentes da existência de lide pendente (litispendência), produzidos após a citação 
válida, determinando a retroação a data da propositura da ação são os seguintes (CPC, arts. 240 e 
parágrafos, e 312):
• Litispendência, óbice para a propositura de outra ação idêntica.
• Estabiliza a demanda, não permitindo alterar o pedido e a causa de pedir, salvo se por 
consentimento do réu.
• Inalteralidade do juízo (órgão), não da pessoa física do juiz, com o registro ou a distribuição da 
petição inicial e recebe a denominação de perpetuatio jurisdictionis (CPC, art. 43).
• Torna litigiosa a coisa, considerando em fraude à execução a alienação de bens capaz de reduzir 
o devedor à insolvência.
• Constitui em mora o devedor.
• Interrompe o curso dos prazos de prescrição e decadência.
O limite temporal definitivo à faculdadede alteração do pedido ou da causa de pedir, livre e 
consensual, é o saneamento do processo (CPC, art. 329, II). No entanto, o atual Código de Processo 
Civil admite que as partes possam convencionar, de comum acordo, a alteração do pedido ou da 
causa de pedir, mesmo depois de saneado o processo, mas sempre antes de proferida a sentença 
(CPC, arts. 190).
Em se tratando de alteração do pedido ou da causa de pedir por meio de negociação processual 
realizada após o saneamento do processo, fica sujeito ao controle e aprovação do juiz, podendo 
reconhecer ou negar eficácia ao acordo das partes, fundamentado no interesse público e na rápida 
solução do litígio.
118
Unidade III
 Lembrete
O atual Código de Processo Civil adotou a flexibilização procedimental 
do processo por meio de negociação processual das partes, que nada mais 
é do que um mecanismo de autocomposição em que as partes podem 
convencionar mudanças procedimentais, antes do início do processo ou no 
curso deste (arts. 190 e 191).
Para facilitar a compreensão quanto às possibilidades de alteração do pedido e da causa de pedir, 
apresentamos o quadro abaixo:
Quadro 8 
Momento da alteração? Quem pode alterar?
Antes da citação do réu Autor, de forma unilateral e livre, e sem o consentimento do réu.
Após a citação válida do réu e antes do 
saneamento do processo
- Autor, com o consentimento do réu.
- Partes, autor e réu, por meio da negociação 
jurídico-processual, independente da aprovação 
do juiz.
Após a fase de saneamento do processo Autor e réu por meio de negociação jurídico-processual, dependendo da aprovação do juiz.
A estabilização do processo se dá com relação ao juízo, com relação ao pedido e causa de pedir, e 
também com relação às partes, autor e réu.
No entanto, no caso de falecimento da parte é obrigatório que esta seja substituída por seu espólio 
ou seus sucessores (CPC, art. 75, VII e § 1º).
A sucessão entre vivos, a substituição da parte por seu sucessor será possível se a parte contrário 
estiver de acordo (CPC, art. 109, § 1º). Na impossibilidade da substituição do cessionário pelo adquirente 
do bem litigioso, este poderá requerer a sua participação no processo como terceiro interveniente, a 
título de assistente litisconsorcial (CPC, art. 109, § 2º).
7.2 Suspensão do processo de conhecimento
Suspensão é a paralisação temporária do processo, mas mantém a relação jurídica processual.
Humberto Theodoro Júnior explica que
 
Ocorre a suspensão do processo quando um acontecimento voluntário, 
ou não, provoca, temporariamente, a paralisação da marcha dos atos 
processuais. Ao contrário dos fatos extintivos, no caso de simples 
119
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
suspensão, tão logo cesse o efeito do evento extraordinário que a causou, 
a movimentação do processo se restabelece normalmente. Na verdade, a 
suspensão inibe o andamento do feito, mas não elimina o vínculo jurídico 
emanado da relação processual, que, mesmo inerte, continua a subsistir 
com toda sua eficácia4.
Com a suspensão, o processo tem a sua marcha temporariamente paralisada, mantendo íntegros 
e válidos os atos processuais anteriormente praticados. Ao restabelecer a sua marcha, após cessada a 
suspensão do processo, os prazos processuais continuando a fluir pelo que resta para completar o lapso 
legal (CPC, art. 221).
As causas de suspensão ora decorrem da própria lei, ora de determinação judicial, ora da 
vontade das partes.
Causas de suspensão do processo previstas no Código de Processo Civil, são as seguintes:
• Regras gerais de suspensão aplicáveis a todo tipo de processo (art. 313, incisos I a III e VI).
• Regras específicas de suspensão do processo de conhecimento (art. 313, incisos IV e V).
• Regras de suspensão do processo de execução (art. 921 e incisos I a V).
Durante a suspensão do processo, não são praticados atos processuais, senão aqueles urgentes. Os 
atos que forem praticados neste período de paralisação temporária do processo serão considerados 
ineficazes e terão de ser repetidos.
Excepcionalmente, o juiz poderá deferir a realização de atos processuais urgentes, para evitar dano 
irreparável (CPC, art. 314, segunda parte). Exemplos:
• Citação do réu para evitar a prescrição ou a decadência.
• Produção antecipada de prova em risco de se perder, como de uma única oitiva de testemunha 
sobre um fato, que encontra gravemente doente.
Essa excepcionalidade não se aplica no caso de suspensão do processo decorre da arguição de 
impedimento ou suspeição do juiz (CPC, art. 314, segunda parte).
7.2.1 Hipóteses de suspensão do processo
As hipóteses de suspensão do processo podem ser decorrentes de causas físicas, lógicas e jurídicas.
4 THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 60. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 755.
120
Unidade III
Ressalta-se que, a suspensão depende de uma decisão judicial que a ordene, decisão essa de natureza 
declaratória, iniciando assim a suspensão no momento em que ocorreu o fato que a motivou. Quanto 
ao término, também depende de uma decisão do juiz e da consequente intimação das partes, para que 
o processo retome sua marcha normal.
O Código de Processo Civil, no artigo 313 e incisos, dispõe sobre os casos de suspensão processuais, 
que são os seguintes:
 
I - pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das 
partes, de seu representante legal ou de seu procurador;
II - pela convenção das partes;
III - pela arguição de impedimento ou de suspeição;
IV- pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas;
V - quando a sentença de mérito:
a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência 
ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de 
outro processo pendente;
b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou 
a produção de certa prova, requisitada a outro juízo;
VI - por motivo de força maior;
VII - quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da 
navegação de competência do Tribunal Marítimo;
VIII - nos demais casos que este Código regula.
IX - pelo parto ou pela concessão de adoção, quando a advogada responsável 
pelo processo constituir a única patrona da causa; (Incluído pela Lei nº 
13.363, de 2016)
X - quando o advogado responsável pelo processo constituir o único patrono 
da causa e tornar-se pai5.
Relacionamos e explicamos as hipóteses de suspensão do processo.
5 BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). Brasília, 2015.
121
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
7.2.1.1 Suspensão por morte ou perda da capacidade processual de qualquer das 
partes, de seu representante legal ou procurador
Objetiva a regularização da capacidade processual e da capacidade postulatória (CPC, art. 313, I).
Em caso de morte da parte deve haver a sucessão pelo espólio ou pelos herdeiros (CPC, art. 110) ou 
a habilitação do espólio ou sucessores (CPC, arts. 689 e 313, § 1º), no prazo fixado pelo juiz.
Não se equipara à morte a dissolução ou a extinção da pessoa jurídica, eis que sempre terá alguém 
para representá-la legalmente no processo até final liquidação de seus direitos e obrigações.
A perda da capacidade civil das partes é causa de suspensão do processo (CC, arts. 5º e 120), como 
por exemplo:
• quando a parte se torna interdito, cabendo a habilitação do curador para representá-la no 
processo, se não houver curador, o juiz nomeará um curador especial (CPC, art. 72, I).
 Lembrete
A capacidade civil ou de estar em juízo da parte é pressuposto processual 
de validade, que permite a marcha normal do processo até a solução do 
conflito por meio da sentença de mérito.
• quando o representante legal da parte (pai, tutor ou curador) se torna incapaz, necessitando 
substituí-lo.
Para a declaração de suspensão do processo em caso de morte ou incapacidade das partes ou de 
representante legal deve haver prova do óbito ou da incapacidade (CPC, art. 313, § 1º).
Em caso de perdada capacidade postulatória ou de falecimento do advogado de qualquer das 
partes, a regularização deverá ocorrer no prazo de 15 dias (CPC, arts. 76 e 313, §§ 1º e 3º).
No caso da morte do advogado do autor, se este não nomear outro no prazo legal, o processo será 
extinto sem resolução de mérito, arcando com as custas, despesas processuais e honorários advocatícios. 
Se a inércia for do réu, o processo correrá à sua revelia (CPC, art. 313, § 3º, in fine).
7.2.1.2 Suspensão por convenção das partes
Para a suspensão por convenção das partes é necessário que haja a concordância de ambas as partes, 
caso em que o juiz não poderá indeferir tal requerimento, mas deve haver o ato de decretação do juiz, 
para produzir efeito (CPC, art. 313, II).
122
Unidade III
A suspensão perdurará pelo prazo requerido pelas partes, não podendo ultrapassar a 6 meses (CPC, 
art. 313, § 4º in fine).
Findo o prazo convencionado para a suspensão do processo, o juiz de ofício determina o 
prosseguimento do feito (CPC, art. 313, § 5º).
7.2.1.3 Suspensão por arguição de impedimento e suspeição do juiz
Apresentada arguição de impedimento e suspeição do juiz, com fundamento nas hipóteses do CPC, 
arts. 144 e 145, o processo fica suspenso até ser solucionado o incidente pelo juiz ou por decisão do 
relator do incidente, no Tribunal (CPC, art. 313, III).
O incidente de arguição de impedimento e suspeição se processará nos termos do CPC, art. 146, e no 
Tribunal pelo procedimento previsto no respectivo regimento interno.
Enquanto não resolvido o incidente, em se tratando de atos urgentes, que poderá acarretar dano 
irreparável, será resolvido pelo substituto legal (CPC, art. 146, § 3º).
As hipóteses de impedimento e de suspeição previstas no CPC, artigos 144 e 145, também se aplicam 
aos auxiliares do juízo, ao membro do Ministério Público e aos demais sujeitos imparciais do processo 
(CPC, art. 148). No entanto, a suspensão do processo somente ocorrerá com relação ao juiz, visto que 
para os demais sujeitos ocorrerá em autos apartados (CPC, art. 148, § 1º).
7.2.1.4 Suspensão por admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas
Trata-se de incidente de resolução de demandas repetitivas regulado no CPC, nos arts. 976 a 987, 
que será admitido quando houver efetiva multiplicidade de processos que contenham controvérsia 
sobre a mesma matéria jurídica, com risco de ofensa ao princípio da isonomia ou à segurança jurídica.
Admitido o incidente, o juiz suspende os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam 
no Estado ou na região em que o incidente corre, que versam sobre a mesma questão jurídica, até que o 
tribunal de segundo grau julgue a tese comum, com eficácia para todo o conjunto de demandas iguais 
(CPC, arts. 313, IV e 982, I).
O relator do incidente comunicará a suspensão aos juízes diretores dos fóruns de cada comarca ou 
seção judiciária, por meio de ofício (CPC, art. 982, § 1º).
Caso haja necessidade, em se tratando de ato urgente que possa acarretar dano irreparável, o pedido 
de tutela provisória será requerido no juízo onde tramita o processo suspenso (CPC, arts. 314 e 982, § 2º).
É possível a qualquer interessado solicitar ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de 
Justiça a suspensão de todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre a mesma questão 
jurídica em todo o território nacional (CPC, art. 982, § 3º).
123
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
Cessa a suspensão dos processos pendentes que versa sobre a mesma questão de direito se não for 
interposto recurso extraordinário contra a decisão proferida no incidente (CPC, art. 982, § 5º).
Julgado o incidente, os processos individuais ou coletivos retomam seu curso e serão julgados 
conforme a tese de direito assentada pelo tribunal (CPC, art. 985, I).
7.2.1.5 Suspensão por sentença de mérito que dependa do julgamento de um outro 
processo, ou da declaração de existência ou inexistência de relação jurídica que 
constitua o objeto principal de outro processo pendente ou que só possa ser proferida 
após a verificação de fato, ou da produção de certa prova, requisitada a outro juízo
Trata-se de suspensão por prejudicialidade em duas situações previstas (CPC, art. 313, V, “a” e “b”):
• sentença de mérito que dependa do julgamento de um outro processo, ou da declaração de 
existência ou inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro processo 
pendente, ou
• sentença de mérito que só possa ser proferida após a verificação de fato, ou da produção de certa 
prova, requisitada a outro juízo.
Humberto Theodoro Júnior define o que é são prejudiciais e, ainda, explica que há questões 
prejudiciais internas e externas, como abaixo:
 
[...] são as questões de mérito que antecedem, logicamente, à solução do 
litígio e nela forçosamente haverão de influir. A prejudicial é interna quando 
submetida à apreciação do mesmo juiz que vai julgar a causa principal. É 
externa quando objeto de outro processo pendente6.
A arguição de questões prejudiciais objetiva evitar decisões de mérito conflitantes ante a 
prejudicialidade externa e, ainda, depende da colaboração entre juízos, no caso da produção de certa 
prova requisitada a outro juízo.
A suspensão do processo se dará apenas quando forem arguidas questões prejudiciais externas, 
como por exemplo, quando a questão prejudicial for objeto principal de outro processo pendente.
As cartas precatórias e rogatórias, expedidas para a colheita de provas, suspendem o processo 
somente quando requeridas antes da decisão do saneamento, e desde que a prova solicitada seja 
imprescindível (CPC, art. 377).
Termina a suspensão, quando a questão prejudicial seja solucionada, porém esse prazo não 
pode ultrapassar um ano, hipótese em que o processo retomará o seu curso normal e será julgado 
independentemente da diligência que provocou a paralisação do processo (CPC, art. 313, §§ 4º e 5º).
6 THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 60. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 755.
124
Unidade III
7.2.1.6 Suspensão por motivo de força maior
Considera-se força maior fatos imprevistos e inevitáveis que constituam obstáculo para o regular 
andamento do processo, como as greves dos funcionários do Judiciário ou eventuais desastres naturais 
que impeçam temporariamente o funcionamento dos serviços forenses.
Assim, se por motivo de força maior, no caso de impossibilidade de ordem física ou natural, tornar 
impossível o funcionamento do órgão judiciário e o consequente andamento do processo (CPC, 
art. 313, VI), como no caso de incêndio, inundação no edifício do Fórum. A suspensão do processo 
perdura enquanto não desaparecer a respectiva causa.
O processo retoma o seu curso por meio de intimação das partes.
7.2.1.7 Suspensão pela discussão em juízo de questão decorrente de acidente e fatos 
da navegação de competência do tribunal marítimo
O Tribunal Marítimo é órgão administrativo vinculado ao Ministério da Marinha e auxiliar do Poder 
Judiciário, que tem por atribuição julgar os acidentes e fatos da navegação marítima, fluvial e lacustre 
e as questões relacionadas com tal atividade.
Quando há acidente ou fato de navegação, o processo deverá ficar suspenso, aguardando a apuração 
pelo tribunal marítimo (CPC, art. 313, VII). Mas, as conclusões dele não vinculam o Poder Judiciário, que 
não está impedido de concluir de forma diversa daquela que foi decidido pelo tribunal marítimo.
7.2.1.8 Suspensão por demais casos previsto em lei
Outros exemplos de suspensão do processo previstas no Código de Processo Civil (CPC, art. 313, VIII), 
a seguir citamos alguns casos:
• Instauração de incidente de desconsideração da personalidade jurídica (CPC, art. 134, § 3º).
• Verificação de incapacidade processual ou irregularidade da representação da parte, como por 
exemplo, dúvida quanto à sanidade mental do citando (CPC, arts. 76 e 245 e parágrafos).
• Embargos à execução (CPC, art. 921, II).
• Execução frustrada por faltade bens penhoráveis (CPC, art. 921, III).
• Execução em que o credor concede prazo ao devedor para cumprir voluntariamente a obrigação 
(CPC, art. 922).
• Existência de processo crime, versando sobre fato delituoso discutido também no juízo cível, 
caso em que é facultado ao juiz suspender o julgamento do processo até a solução daquele (CPC, 
art. 315). A ação penal deve ser proposta no prazo de três meses, contado da intimação do ato de 
125
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
suspensão (CPC, art. 315, § 1º). Se não proposta a ação penal, incumbindo ao juiz cível examinar 
o incidentemente a questão prévia.
O fim do prazo de suspensão ocorre por declaração do juiz, intimando as partes e comunicando-lhes 
que o processo retomará o seu curso.
 Observação
Nas férias coletivas dos Tribunais Superiores e no recesso parcial entre 
20 de dezembro e 20 de janeiro, ocorre a suspensão do curso do prazo 
processual e não a paralisação total dos processos.
7.2.1.9 Suspensão por motivo de parto ou concessão de adoção
Trata-se de nova hipótese de suspensão instituída pela Lei nº 13.363/2016, concedida quando no 
parto ou na adoção a advogada responsável no processo for a única patrona da causa (CPC, art. 313, IX).
A suspensão por motivo de parto ou concessão de adoção vigorará por 30 dias, contados da data 
do parto ou da concessão da adoção, mediante comprovação por meio da certidão de nascimento do 
recém-nascido ou documento similar que comprove o parto, ou do termo judicial de concessão da 
adoção, desde que haja notificação ao cliente (CPC, art. 313, IX, § 6º).
A Lei nº 13.363/2016 também trouxe alteração ao Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil 
(Lei nº 8.906/1994), para incluir o novo art. 7º-A, que arrola os direitos da advogada em relação à 
gestação, ao parto e à adoção, sendo que dentre os direitos consta a suspensão de prazos processuais, 
devendo, contudo, a patrona única da causa notificar, por escrito, ao cliente, a suspensão do processo 
(art. 7º-A, IV). Essa notificação deverá também ser comprovada em juízo (CPC, art. 313, § 6º).
7.2.1.10 Suspensão por motivo de o advogado tornar-se pai
Esta hipótese de suspensão também foi inserida, ao artigo 131 do CPC, pela Lei nº 13.363/2016, 
ocorrendo quando o advogado responsável pelo processo, sendo o único patrono da causa, venha a 
tornar-se pai (CPC, art. 313, X).
A duração da suspensão é de 8 dias, contado a partir da data do parto ou da concessão da adoção. 
Para tanto, o advogado deverá apresentar certidão de nascimento ou documento similar que comprove 
a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção. Deverá, ainda, comprovar no 
processo a notificação da suspensão ao cliente (CPC, art. 313, § 7º).
7.3 Extinção do processo
O processo de conhecimento tem por objetivo a produção de um provimento jurisdicional que revista 
de certeza jurídica o direito que está sendo postulado, solucionando a lide (sentença).
126
Unidade III
A extinção do processo sempre se dará por meio da sentença (CPC, art. 316).
O autor tem uma pretensão em face do réu, e essa pretensão deve ser submetida a apreciação 
judicial, decidindo se tem ou não razão (sentença de mérito).
Pode ocorrer que o processo seja exaurido por fatos extraordinários que venham impedir a solução do 
conflito por meio da sentença de mérito. Ocorre a extinção do processo por meio de uma sentença terminativa.
Assim, a extinção do processo que põe fim a relação processual se dá por sentença proferida pelo juiz 
(CPC, art. 203, § 1º), sentença definitiva com resolução de mérito (CPC, art. 487) ou sentença terminativa 
sem resolução de mérito (CPC, art. 485). O recurso cabível contra a sentença é a apelação (CPC, art. 1.009).
7.3.1 Sentenças definitivas e terminativas
São duas as espécies de sentenças ou acórdãos proferidas no processo de conhecimento, vejamos:
•	 Sentença definitiva: são aquelas sentenças que apreciam o mérito, a pretensão formulada, em 
sentido afirmativo ou negativo, com resolução de mérito (CPC, art. 487).
•	 Sentença terminativa: são aquelas que não apreciam o mérito, extinguindo o processo sem 
resolução de mérito (CPC, art. 485).
7.3.2 Sentenças terminativas: extinção do processo sem resolução de mérito
O autor tem o direito material subjetivo à prestação jurisdicional (ação) contra o réu. No processo de 
conhecimento, a extinção do processo se dá por meio da sentença, em que o Estado põe fim ao conflito, 
concedendo ou não o direito material objetivo à quem o tem.
Ocorre que, nem sempre a parte satisfaz os requisitos necessários para que o processo seja julgado 
no mérito, razão pelo qual deve o juiz encerrá-lo sem analisar o que efetivamente lhe deu causa, qual 
seja o direito material pretendido (pretensão do autor).
Nestes casos, o juiz põe fim ao processo por meio da sentença terminativa, que extingue o processo 
sem resolução de mérito.
Mas, antes de extinguir o processo, o juiz deverá conceder prazo à parte para sanar ou corrigir o 
vício, que está impossibilitar a resolução de mérito. Se não sanado, ocorrerá a extinção do processo sem 
resolução de mérito.
7.3.2.1 Hipóteses de extinção do processo sem resolução de mérito
As hipóteses de extinção do processo sem resolução de mérito estão previstas no Código de Processo 
Civil, art. 485 e incisos, e são as seguintes:
127
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
a) Quando o juiz indeferir a petição inicial (CLT, art. 485, I)
O indeferimento da petição inicial se dá quando não preenche os requisitos para o seu recebimento 
(CPC, art. 330).
O juiz põe fim ao processo sem ter havido a citação do réu.
Não há propriamente indeferimento da petição inicial, mas a extinção do processo por falta de 
um pressuposto processual de desenvolvimento válido e regular do processo, qual seja, a aptidão da 
petição inicial.
b) Quando ficar parado o processo durante mais de um ano por negligência das partes (CLT, art. 485, II)
Proposta a ação, o processo corre por impulso oficial. Porém, pode ocorrer eventual paralisação.
Na paralisação do processo, as partes serão intimadas para dar andamento ao processo, sob pena de 
extinção sem resolução do mérito.
A extinção do processo sem a resolução do mérito se verificará em duas condições:
• Que o processo não possa prosseguir, pela omissão quanto à prática de um ato que seja 
indispensável;
• Que o autor seja intimado pessoalmente para dar andamento ao feito, em 5 dias, sob pena de 
extinção (CPC, art. 485, II, § 1º).
Extinto o processo com o fundamento ora citado, caberá às partes o pagamento proporcional das 
custas (CPC, art. 485, parágrafo 2º, primeira parte).
c) Quando, por não promover os atos e diligências que lhe competir, o autor abandonar a causa por 
mais de 30 dias (CLT, art. 485, III)
O processo não pode ficar paralisado, o que incumbe ao autor tomar algumas providências que são 
imprescindíveis para o seu andamento.
Se o autor não tomar as providências necessárias para o andamento do processo e este ficar paralisado 
por mais de 30 dias, o juiz determinará a intimação na pessoa do autor (intimação pessoal), para, no 
prazo de 5 dias, promover o ato ou diligência que lhe incumbe, sob pena de extinção do processo (CLT, 
art. 485, III, § 1º).
Extinto o processo com o fundamento ora citado, será o autor condenado ao pagamento das 
despesas e dos honorários advocatícios (CPC, art. 485, parágrafo 2º, secunda parte).
128
Unidade III
d) Quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e 
regular do processo (CLT, art. 485, IV)
Há casos em que a falta de um pressuposto processual gera a nulidade, mas não a extinção do 
processo. Exemplo: é pressuposto de validade que o juízo seja competente, mas se a demanda por 
proposta e correr perante juízo incompetente, constatado o vício, o processo será declarado nulo e 
remetido ao juízo competente, e não extinto.
Pode ocorrer que, a falta de pressupostos processuais gera a extinção do processo, mas somente 
após intimadaa parte para regularização, e esta não cumpre o necessário. Exemplo: se a capacidade 
processual ou a capacidade postulatória do autor estiverem irregulares, o processo será extinto, mas 
antes o juiz deve conceder um prazo para a regularização pela parte; se a irregularidade for por parte 
do réu e transcorrido o prazo para o cumprimento das providências, este será considerado revel (CPC, 
art. 76, § 1º, I e II).
Há pressupostos processuais cuja ausência é insanável e levará irremediavelmente à extinção do 
processo. Exemplo: se um dos polos do processo for ocupado por quem não tem capacidade de ser parte, 
que por tratar-se de matéria de ordem pública, deve ser declarada extinta a ação de ofício pelo juiz, o que 
poderá ocorrer a qualquer tempo e grau de jurisdição, exceto em recurso especial ou extraordinário, aos 
quais não se tem reconhecido efeito translativo.
e) Quando o juiz reconhecer a existência de perempção, litispendência e coisa julgada (CLT, art. 485, V)
Perempção é a perda do direito de ação por aquele que, por três vezes anteriores, deu causa à 
extinção do processo por abandono (CPC, art. 486, parágrafo 3º).
Litispendência é causa impeditiva do prosseguimento do processo, ante a existência de outra ação 
idêntica em andamento, mas com citação válida anterior a deste processo, devendo prevalecer o 
processo anterior.
Coisa julgada é causa impeditiva do prosseguimento do processo, ante a existência de outra ação 
com decisão já transitada em julgado.
O juiz pode determinar a extinção do processo por uma dessas matérias de ofício, ou a requerimento 
da parte, a qualquer tempo nas instâncias ordinárias.
f) Quando verificar ausência de legitimidade das partes e de interesse processual (CLT, art. 485, VI)
As partes devem ter capacidade para ser parte e para estar em juízo. A capacidade de ser parte 
é adquirida com o nascimento com vida (capacidade de direito); já a capacidade para estar em juízo 
(capacidade de fato), é aquela para postular em juízo, capaz de exercer direitos e obrigação da vida civil.
129
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
Compõem as condições da ação, a legitimidade da parte e o interesse processual, que na ausência 
de uma delas torna o autor carecedor da ação, impedindo o prosseguimento do processo para fins de 
resolução de mérito (sentença definitiva).
Além das condições da ação, o juiz também verificar se preenchidos os pressupostos processuais, que 
na ausência resultará na extinção do processo sem resolução de mérito.
A ausência das condições da ação e dos pressupostos processuais pode ser declarada pelo juiz de 
ofício ou a requerimento da parte, a qualquer tempo nas instâncias ordinárias.
g) Quando acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral 
reconhecer sua competência (CLT, art. 485, VII)
A Lei de Arbitragem estabelece que as pessoas capazes de contratar podem valer-se da arbitragem 
para dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis (Lei nº 9.307/96, art. 1º).
A convenção de arbitragem sujeita a solução do litígio à decisão do árbitro, excluindo a jurisdição.
h) Quando o juiz homologar a desistência da ação (CLT, art. 485, VIII)
A desistência da ação é uma das causas mais comuns de extinção do processo sem resolução de mérito.
A desistência tem cunho estritamente processual, e não afeta o direito substancial do autor, que 
poderá propor nova demanda, a ser requerida a qualquer momento, enquanto não proferida a sentença 
de mérito (CLT, art. 485, VIII, § 5º).
Diferentemente da desistência, a renúncia diz respeito ao direito substancial subjacente e implica a 
extinção do processo com resolução de mérito (CPC, art. 487, III, “c”).
Dependerá da concordância do réu a desistência da ação, caso este já tiver sido citado validamente 
e apresentado contestação (CPC, art. 485, VIII, § 4º). Justifica a necessidade do consentimento do réu, 
pois não impede que outra demanda seja intentada.
Pode haver desistência parcial do autor com relação a um dos litisconsortes no polo passivo, desde 
que não se trate de litisconsórcio necessário (CPC, art. 335, § 2º).
i) Em caso de morte da parte, quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal 
(CLT, art. 485, IX)
Ações de cunho personalíssimo e que não se transmitem por força da sucessão, o juiz poderá 
conhecer de ofício a matéria, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado.
Exemplo: ações de separação e divórcio, anulação de casamento, interdição (quando houver morte 
do interditando).
130
Unidade III
j) Demais casos prescritos no Código de Processo Civil (CLT, art. 485, X)
Podem ser citadas as hipóteses previstas no Código de Processo Civil, a seguir:
• Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a citação 
de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do 
processo (CPC, art. 115, parágrafo único); e
• No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência de 
instrução e julgamento, o juiz determinará que a parte constitua novo mandatário, no prazo de 
15 dias, ao final do qual extinguirá o processo sem resolução de mérito, se o autor não nomear 
novo mandatário, ou ordenará o prosseguimento do processo à revelia do réu, se falecido o 
procurador deste (CPC, art. 313, § 3º).
7.3.2.2 Consequências da extinção do processo sem resolução de mérito
As consequências da extinção do processo sem resolução de mérito são as seguintes:
• Não atinge o direito material e não faz coisa julgada material.
• É possível nova propositura da ação, isto é, não impede a reapresentação da demanda, após 
implementar-se o requisito faltante que ocasionou a extinção (CPC, art. 486). Exemplos:
— Processo extinto por ilegitimidade de parte, admite a propositura de nova ação com a 
regularização da legitimidade (condição da ação).
— Extinção em razão da litispendência e nos casos do CPC, art. 485, I, IV, VI e VII, cabe nova ação 
se corrigido o vício que levou à extinção sem resolução de mérito.
• A coisa em discussão no processo deixa de ser litigiosa, de forma que sua alienação em se 
considerará fraude à execução.
• Processo extinto sem resolução de mérito não produz mais os efeitos da litispendência.
• Citação válida interrompe a prescrição (CC, art. 175). A eficácia interruptiva da prescrição decorre 
do despacho que ordena a citação, mesmo que o processo seja extinto sem resolução de mérito. 
Não haverá a interrupção da prescrição na extinção por abandono do autor (CPC, art. 485, II e III).
• Mantém a constituição do devedor em mora.
• Juízo em que o processo foi extinto estará prevento para conhecer de ações idênticas que venham 
a ser reiteradas, como nas hipóteses de desistência e nas de extinção sem resolução de mérito 
(CPC, art. 286, II).
131
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
7.3.2.3 Outras questões sobre a extinção do processo sem resolução de mérito
No tocante à extinção do processo e ao contraditório, é proibido o juiz decidir com base em 
fundamento sobre o qual não se tenha dado às partes oportunidade de manifestar-se, razão pela qual 
quando o juiz verificar a existência de alguma razão que justifique a extinção do processo deve antes 
de fazê-lo, ouvir o autor.
É possível a retratação do juiz, caso haja apelação. Toda a vez que extinguir o processo sem resolução 
de mérito e for interposta apelação, o juiz pode retratar-se, no prazo de 5 dias (CPC, art. 485, § 7º).
Na ocorrência de retratação, segue o processo do ponto em que estava, se ainda não houver elementos 
para julgar o mérito. Se houver elementos para decidir o mérito, o juiz proferirá sentença definitiva.
Se o juiz mantiver a extinção, intimará a parte contrária para contrarrazoar a apelação e remeterá 
os autos ao juízo ad quem.
No caso de indeferimento da petição inicial o procedimento está previsto no CPC, art. 331.
7.3.3 Sentenças definitivas: extinção do processo com resolução de mérito
Hipóteses de proferimentode sentença definitiva, em que ocorre a extinção do processo com 
resolução de mérito estão previstas no Código de Processo Civil, art. 487 e incisos.
Na sentença definitiva, o juiz julga o mérito da ação, que é a pretensão formulada na inicial pelo 
autor, impondo a resolução de mérito. Ao proferir a sentença, o juiz acolhe ou não o pedido do autor. 
A resolução de mérito também ocorre quando o juiz julga a reconvenção, que nada mais é do que a 
pretensão do réu formulada contra o autor, na oportunidade de defesa daquele, nos próprios autos do 
processo (CPC, art.487, I).
Entretanto, há hipóteses em que a lei considera resolução de mérito, mas o juiz não aprecia 
propriamente a pretensão do autor (mérito), são as seguintes (CPC, art. 487, II e III):
• Juiz se pronuncia de ofício sobre a decadência e a prescrição, respeitado o contraditório (CPC, 
arts. 487, parágrafo único e 10). A prescrição e a decadência podem ser alegadas em qualquer 
tempo e grau de jurisdição.
 Saiba mais
Prazos de prescrição são os taxativamente discriminados no Código 
Civil, na Parte Geral, nos arts. 205 (regra geral) e 206 (regras especiais), 
sendo os prazos de decadência os demais, previstos em outros artigos na 
Parte Geral e na Parte Especial.
BRASIL. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002, com a alteração da 
Lei n. 13.874, de 2019 (Código Civil). Brasília, 2002.
132
Unidade III
• Réu reconhece a procedência do pedido, cabendo ao juiz, uma vez preenchidos os requisitos 
formais, acolher o pedido do autor, por meio da homologação judicial. Atinge o próprio direito 
substancial que embasa a ação. Da mesma forma, o autor pode reconhecer a procedência do 
pedido do réu formulado na reconvenção, cabendo ser acolhido pelo juiz.
• Partes transigirem. Pressupõe que as partes tenham feito concessões recíprocas, extinguindo as 
obrigações. Feito o acordo, não pode haver arrependimento unilateral. Acordo versado sobre a 
totalidade do pedido, será homologado judicialmente, encerrando a fase cognitiva, permitindo ao 
juiz verificar o cumprimento do acordo. Acordo parcial, processo prosseguirá na parte em discussão.
• Autor renunciar ao direito em que se funda a ação ou a reconvenção. Renúncia é ato unilateral 
do autor, cabendo ao juiz a homologação judicial.
8 PROCESSO E PROCEDIMENTO
8.1 Processo e procedimento
Processo é uma relação jurídica que se estabelece entre as partes, autor e réu, e juiz e se desenvolve 
por uma sucessão de atos processuais que visam formar um provimento processual final para dar uma 
solução ao litígio (sentença).
Para o exercício da prestação jurisdicional, é necessário que o Poder Judiciário seja provocado pelo 
autor, que formula um pedido contra o réu, em busca de um provimento judicial. Entre o pedido da 
parte e o provimento judicial há uma série de atos que compõem o procedimento judicial.
Segundo os ensinamentos de Marcus Vinicius Rios Gonçalves o procedimento
 
é o modo pelo qual os atos processuais encadeiam-se no tempo para atingir 
a sua finalidade. É preciso que os atos processuais sejam ordenados de uma 
maneira, e com uma lógica interna, que permita ao juiz emitir o provimento 
final. Todo procedimento começa com uma pretensão formulada por meio 
de uma petição inicial. É obrigatório que o réu seja chamado a integrar a 
relação processual, o que se faz por intermédio da citação, e que lhe seja 
dada oportunidade de oferecer resposta7.
Para solucionar os litígios, as partes terão duas espécies de tutela jurisdicional: a cognição e a 
execução, que se distinguem pelos procedimentos judiciais, para o exercício do direito de ação.
Humberto Theodoro Júnior cita Moacyr Amaral Santos para explicar que procedimento, como 
sinônimo de rito do processo, é “o modo e a forma por que se movem os atos no processo”8.
7 GONÇALVES, M. V. R. Novo Curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 399.
8 AMARAL SANTOS, M. apud THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 60. ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2019, p. 776.
133
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
Em sendo assim, o Código de Processo Civil prevê para o processo de conhecimento dois tipos 
fundamentais de procedimentos: o procedimento comum e o procedimento especial.
8.2 Procedimento comum e procedimentos especiais
Como o processo é um instrumento para se obter a solução do conflito por meio da prestação 
jurisdicional, há casos em que precisa de amoldar-se ao tipo de pretensão formulada.
O procedimento constitui matéria de ordem pública, determinando a lei o procedimento que deve ser 
observado para determinadas causas, que pode ser o procedimento comum e os procedimentos especiais.
Procedimento comum é aquele que se aplica à tutela cognitiva em caráter geral a todas as causas 
para as quais não tenha sido instituído um procedimento especial, previstos no CPC, artigos 318 a 538. 
O seu âmbito de aplicação se dá por exclusão, ou melhor, se não houver previsão legal de processamento 
da causa pelo procedimento especial, aplicam-se as regras do procedimento comum (CPC, art. 318).
Para Humberto Theodoro Júnior o procedimento comum
 
é o mais completo e o mais apto à perfeita realização do processo de 
conhecimento, pela amplitude com que permite às partes e ao juiz pesquisar 
a verdade real e encontrar a justa composição da lide. Está estruturado 
segundo fases lógicas, que tornam efetivos os princípios fundamentais 
do procedimento, como o da iniciativa da parte, o do contraditório e o do 
convencimento motivado do julgador9.
Procedimentos especiais são ritos próprios para o processamento de determinadas causas, previstas 
no Título III, do Livro I, da Parte Especial do Código de Processo Civil, previstos nos artigos 539 a 718, ou 
em leis esparsas.
O procedimento comum tem aplicação subsidiária nos procedimentos especiais e ao processo de 
execução (CPC, art. 318, parágrafo único).
Citamos algumas ações que têm procedimento especial são: ação de consignação em pagamento, 
ação de exigir contas, os inventários, as ações possessórias de força nova, dentre outras.
À falta de especificação de um rito específico, deverá ser observado o procedimento comum (CPC, 
art. 1.049).
O procedimento comum se dividem em quatro fases, levando em conta o tipo de ato predominante 
em cada fase, a seguir:
9 THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 60. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 780.
134
Unidade III
• Fase postulatória: fase de requerimento das partes, o autor apresenta a petição inicial e o 
réu a sua contestação. Com a petição inicial e contestação são apresentados os documentos 
comprobatórios das alegações das partes.
• Fase ordinatória: juiz saneia o processo, aprecia os requerimentos de provas formuladas pelas 
partes e reconhece que o processo tem condições para sua tramitação, visando a decisão final.
• Fase instrutória: produção de provas, de todos os meios de prova em direito admitidos, como: 
depoimento pessoal, oitiva de testemunha, perícia, documental e inspeção judicial.
• Fase decisória: sentença.
8.3 Petição inicial
O Código de Processo Civil, a partir do artigo 318, trata do procedimento comum, que é aquele que 
se aplica à tutela cognitiva em caráter geral, visando uma sentença definitiva (sentença de mérito).
Começamos o nosso estudo pela primeira das quatro fases citadas no item anterior, qual seja a fase 
postulatória, em que prevalecem os atos de requerimento das partes, autor e réu.
A petição inicial é ato processual que dá início ao processo, ato de propositura da ação, e que 
delimita a pretensão (pedido), os polos ativo e passivo e fundamentos.
A função jurisdicional é exercida mediante provocação da parte interessada, conforme dispõe o 
artigo 2º do CPC, a seguir transcrito: “O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por 
impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei”10.
Essa provocação do Judiciário se dá por meio da petição inicial. Cássio Scarpinella Bueno 
explica que a
 
petiçãoinicial é o primeiro requerimento formulado pelo autor no qual 
concretiza, exteriorizando-o, o exercício do seu direito de ação rompendo a 
inércia da jurisdição e apresentando os contornos, subjetivos e objetivos, da 
tutela jurisdicional por ele pretendida 11.
A petição inicial deve preencher alguns requisitos previstos em lei, como elementos de constituição 
válida e desenvolvimento regular do processo, para fins de julgamento do mérito (CPC, art. 319).
10 BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). Brasília, 2015.
11 BUENO, C. S. Manual de Direito Processual Civil - volume único. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2019, p. 358. 
135
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
8.3.1 Requisitos da petição inicial
No processo civil, a petição inicial deve ser escrita, em vernáculo português e assinada pelo advogado 
do autor ou pelo próprio advogado, se estiver advogando em causa própria, e deverá observar os 
requisitos previstos no artigos 319 e 320 do CPC, os quais estudaremos a seguir.
Por meio da distribuição da petição inicial no órgão jurisdicional competente que se dá início 
ao processo.
Registrada e autuada a inicial, esta é encaminhada ao juiz que verificará se preenchidos os requisitos 
que permitem a tramitação do processo. Caso contrário, o juiz só poderá indeferir a petição inicial, 
se o autor não sanar o vício apresentado, no prazo de 15 dias, sob pena de extinção do processo sem 
resolução de mérito (CPC, arts. 321 e 330).
Os requisitos da petição inicial no processo civil estão relacionados nos artigos 319 e 320, ambos 
do CPC. No primeiro artigo mencionado, estão elencados os requisitos intrínsecos, aqueles que devem 
ser observados na própria peça da petição inicial; no segundo, estão os extrínsecos, referentes aos 
documentos que devem acompanhar a inicial.
Requisitos da petição inicial (CPC, art. 319 e incisos):
a) Juízo a que é dirigida
Na petição inicial deve vir indicado o juiz a que se dirige, competência do órgão jurisdicional (CPC, 
art. 319, I).
Se a demanda for proposta perante juízo incompetente, será remetida ao competente.
b) Qualificação completa das partes
Na petição inicial deve conter a qualificação das partes, autor e réu, como: nomes, prenomes, estado 
civil, a existência de união estável, a profissão, o número do Cadastro Pessoas Físicas (CPF) ou Cadastro 
Nacional Pessoa Jurídica (CNPJ), o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu (CPC, 
art. 319, II).
Justifica a qualificação completas das partes para a individualização dos sujeitos do processo e para 
a prática dos atos de comunicação, como a citação e a intimação, que possibilita o curso normal.
Pode ocorrer de o autor ter dificuldade para identificar e qualificar o réu. Neste caso, o autor poderá 
requerer ao juiz diligências necessárias para a obtenção de informações (CPC, art. 319, § 1º).
Admite-se a propositura de demandas em face de réu desconhecido ou incerto, como nas grandes 
invasões de terra, em que não há como identificar os esbulhantes, admitindo-se que na inicial se faça 
referência genérica a todos eles, sem nomear e identificar cada um (CPC, art. 256, I).
136
Unidade III
Quando houver um número grande de autores, a jurisprudência admite que os nomes e as 
qualificações constem de lista anexa.
Pequenos equívocos na indicação do nome ou qualificação são considerados erros materiais, não 
implicando nulidade, desde que não traga prejuízo e possibilite a citação do réu (CPC, art. 319, § 2º).
Não será indeferida a petição inicial por falta de alguns dos elementos de identificação das partes, se a 
obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça (CPC, art. 319, § 3º).
c) Fatos e fundamentos jurídicos do pedido
Com a inicial o autor da ação deve descrever as razões de fato que o levaram a ajuizar a ação, e as 
motivações jurídicas para sua pretensão jurisdicional. É a chamada causa de pedir ou causa petendi de 
seu pleito judicial (CPC, art. 319, III).
A narração dos fatos deve ser feita de forma inteligível e ter correlação lógica com a pretensão inicial.
Ressaltamos para o que vem a ser causa de pedir, que pode ser próxima e remota. Os fatos jurídicos 
são a causa de pedir próxima, imediata; e os fundamentos jurídicos são a causa de pedir remota, mediata, 
pois é dependente da análise anterior, de sorte que previamente (imediatamente) se verifica a ligação 
entre os fatos narrados e o que motivou o pedido (fundamentos jurídicos).
O pedido decorre da causa de pedir, da conjugação de fatos, sendo que será inepta a petição inicial 
em que o pedido se apresentar sem causa de pedir (CPC, art. 330, I e § 1º).
Não é imprescindível a menção do texto legal que fundamenta o pretenso direito subjetivo material 
que o autor opõe contra o réu. Ao juiz incumbe solucionar o conflito, aplicando a lei.
d) Pedido com as suas especificações
O pedido é a providência jurisdicional que decorre da causa de pedir e que deve constar expressamente 
na petição inicial, ou melhor, é a pretensão do autor levada à apreciação do juiz, o que fará por meio da 
sentença (CPC, art. 319, IV).
Há pedido imediato e pedido mediato. O pedido imediato está configurado no fato de que o autor 
deve indicar ao juiz o provimento jurisdicional postulado (declaratório, constitutivo ou condenatório). 
O pedido mediato é o bem pretendido, o autor deve indicar o bem da vida que se quer obter (dar/pagar, 
fazer ou não fazer, entregar coisa certa ou incerta, etc.).
Humberto Theodoro Júnior cita o seguinte exemplo:
137
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
[...] numa ação de indenização, o autor alega ato ilícito do réu, afirma sua 
responsabilidade civil pela reparação do dano e pede que seja proferida uma 
sentença que dê solução à lide (pedido imediato) e condene o demandado a 
indenizar o prejuízo sofrido (pedido mediato)12.
Pedido deve ser redigido de forma clara e especificada, para delimitar a ação. Caso contrário, poderá 
gerar dúvidas quanto a esse contorno para fins de decisão, que se não observados os limites, pode 
ocorrer as seguintes decisões:
•	 Extra petita: a sentença aprecia pedido diverso ou fundamento distinto daqueles 
formulados na inicial.
•	 Ultra petita: sentença concede mais do que o pedido.
•	 Citra petita: sentença concede menos do que o pedido.
 Saiba mais
O Código de Processo Civil, na Seção II, Capítulo II, Título I, Livro I, da 
Parte Especial, prevê as possibilidades de pedido genérico, implícito e de 
cumulação de pedidos, nos artigos 322 a 329.
BRASIL. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002, com a alteração da 
Lei n. 13.874, de 2019 (Código Civil). Brasília, 2002.
e) Valor da causa
O valor da causa é a expressão econômica dos pedidos formulados na petição inicial, razão pela 
qual deve corresponder à soma de todos os pedidos (CPC, art. 319, V). Deve constar o valor da causa na 
reconvenção e nos embargos à execução.
A toda causa será atribuído um valor certo, que deve corresponder ao valor total do pedido 
(CPC, art. 292). Se não houver conteúdo econômico aferível, como no caso de um pedido para declarar 
um direito, o valor será fixado por estimativa ou de acordo com leis estaduais de custas (CPC, art. 291).
O valor da causa deve corresponder ao do conteúdo econômico do pedido e pode influir:
• Na competência, por ser um dos critérios de sua fixação, em relação ao juízo.
• No procedimento: para delimitar o âmbito de atuação do juizado especial cível (Lei nº 9.099/1995).
12 THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 60 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 791.
138
Unidade III
• No recolhimento das custas e do preparo: tem como base de cálculo o valor da causa.
• Nos recursos em execução fiscal: Lei 6.830/80, art. 34.
• Na possibilidade de o inventário ser substituído por arrolamento sumário: quando o valor dos 
bens do espólio for igual ou inferior a 1.000 salários mínimos (CPC, art. 664).
O valor da causa serve de base de cálculo parao recolhimento de custas processuais que incidem 
na petição inicial (CPC, art. 290), multas impostas ao longo do processo, como no caso de litigância de 
má-fé (CPC, arts. 77, § 2º, e 81), e honorários sucumbenciais (CPC, arts. 85, § 2º, segunda parte, e 338, 
parágrafo único).
O réu pode impugnar o valor da causa em preliminar de contestação, uma vez que este é a base para 
o recolhimento de custas e preparo (CPC, art. 293).
O juiz pode determinar a correção do valor da causa de ofício (CPC, art. 337, III).
Há causas em que somente o autor pode fixar o valor, como nas ações de indenização por danos morais.
Critérios para fixação do valor da causa estão previstos no CPC, art. 292.
 Lembrete
A Lei nº 9.009/95 dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e 
regulamente seu procedimento especial.
f) Provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados
Toda a pretensão formulada pelo autor deve ser provada, sob pena de sucumbência na causa 
(improcedência da ação) (CPC, arts. 319, VI, e 373, I).
Logo, deve o autor indicar na petição inicial os meios de prova que irá utilizar para comprovar sua 
pretensão, como depoimento pessoal, oitiva de testemunhas, juntada de novos documentos, perícia, 
inspeção judicial, sendo que os documentos devem acompanhar a petição inicial.
A falta desse requisito não enseja o indeferimento da petição inicial, porque o autor ainda não tem 
como saber quais as matérias fáticas que se tornarão controvertidas para fins de provas (o que será 
possível saber somente após a contestação do réu).
g) Opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou mediação
139
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
A audiência de conciliação será obrigatoriamente designada, salvo se não admitir autocomposição, 
ou se ambas as partes manifestarem expressamente sobre o desinteresse na sua realização 
(CPC, art. 319, VII).
Sobre o desinteresse na conciliação, o autor manifesta-se na petição inicial e o réu no prazo de 
10 dias, antes da data designada para a realização da audiência conciliatória (CPC, art. 334, §§ 4º e 5º).
Trata-se de oportunidade que o autor tem para manifestar-se sobre o seu desinteresse na audiência 
inicial de tentativa de conciliação, vez que na ausência de manifestação será designada audiência de 
conciliação ou mediação, que se realiza no procedimento comum, antes da resposta do réu. O silêncio é 
entendido como concordância.
8.3.1.1 Outras formalidades exigidas na petição inicial
O Código de Processo Civil estabelece outras formalidades que devem ser observadas na petição 
inicial, como:
a) Endereço do advogado do autor
A petição inicial deve vir acompanhada da procuração ad judicia. O endereço do advogado do autor, 
eletrônico e não eletrônico, deve constar da procuração que acompanha a petição inicial (CPC, arts. 105, 
§ 2º, e 287).
Se o autor advoga em causa própria, deve indicar na inicial o endereço, seu número da OAB e o 
nome da sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de intimações (CPC, art. 106, I).
Qualquer mudança no endereço deverá ser comunicada (CPC, art. 106, II).
Em caso de omissão do endereço do advogado, o juiz deve conceder prazo de 5 dias para que ela seja 
suprida, sob pena de indeferimento da inicial (CPC, art. 106, § 1º).
Se houver mudança de endereço do advogado sem comunicação no processo, serão consideradas 
válidas as intimações enviadas por carta registrada ou meio eletrônico, ao endereço constante nos autos 
(CPC, art. 106, § 2º).
b) Outros requisitos do CPC, art. 320
• Inicial deve vir instruída com os documentos indispensáveis para provar as alegações do autor.
Para o ajuizamento de algumas ações, além do preenchimento dos requisitos acima estudados, à 
petição inicial deve constar documento específico para a prova da pretensão do autor. Exemplos: ação 
reivindicatória de imóveis em que é necessária a juntada da certidão registrária de propriedade ao autor; 
140
Unidade III
ação de rescisão ou revisão de contrato, é necessária a juntada do instrumento de contrato; ação de 
anulação de casamento, é necessária a juntada da respectiva certidão.
Se o documento não estiver em poder do autor, este deve requerer que o juiz ordene ao réu ou a 
terceiro a sua exibição (CPC, art. 396 e seguintes)
Na falta de documento indispensável, o juiz concederá ao autor prazo de 15 dias para trazê-lo, sob 
pena de indeferimento da inicial.
• Juntar procuração outorgada ao seu advogado, com as ressalvas do CPC, arts. 103, parágrafo 
único, e 104.
Quando o autor for pessoa jurídica deve constar anexa à petição inicial o estatuto ou contrato social 
da sociedade empresarial, que permita verificar se a pessoa que outorgou a procuração tem poderes 
para fazê-lo.
• Juntar o comprovante da guia de recolhimento das custas iniciais e despesas, salvo se requerido 
a concessão da justiça gratuita, ou se a demanda for daquelas que não recolhem custas iniciais.
Distribuída a petição inicial à Vara Cível competente, que também poderá ser eletrônica, e procedido 
ao registro do processo nos arquivos de dados do Poder Judiciário, a parte será intimada para juntar o 
recolhimento de custas, no prazo de 15 dias, contados da data da intimação, sob pena de cancelamento 
da distribuição do processo (CPC, art. 290).
A falta de procuração ou do recolhimento das custas iniciais, se não sanadas a tempo, implicará a 
extinção do processo sem resolução de mérito (sentença terminativa).
 Saiba mais
Para os processos cíveis as taxas judiciárias constam de uma tabela de 
competência de cada Tribunal de Justiça e devem ser recolhidas por meio 
da Guia DARE-SP (Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais – SP), 
constando o código do recolhimento. É possível emitir a guia pela internet, 
através do link: https://portaldecustas.tjsp.jus.br/portaltjsp.
Taxa judiciária é uma espécie de tributo, paga em decorrência da prestação de serviços 
jurisdicionais do Estado.
141
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
Quadro 9 – Tribunal de Justiça do Estado de 
São Paulo: taxas judiciárias (Lei nº 11.608/2003)13
Descrição Valor
1) Petições iniciais, reconvenção e oposição de embargos
1% (um por cento) sobre o valor da causa no momento 
da distribuição ou, na falta desta, antes do despacho 
inicial.
2) Preparo da apelação e do recurso adesivo, ou, nos 
processos de competência originária do Tribunal, como 
preparo dos embargos infringentes, nos termos do artigo 
1.007 do Código de Processo Civil
4% (quatro por cento) sobre o valor da causa. Nas 
hipóteses de pedido condenatório, o valor do preparo 
será calculado sobre o valor fixado na sentença se for 
líquido, ou, se ilíquido, sobre o valor fixado pelo Juiz 
para esse fim.
3) Quando da satisfação da execução 1% sobre o valor fixado na sentença.
4) Cartas de ordem e cartas precatórias
10 (dez) UFESPs. Para o exercício de 2020, o valor da 
UFESP é de R$ 27,61.
5) Agravo de instrumento
10 (dez) UFESPs + taxa do porte de retorno. Para o 
exercício de 2020, o valor da UFESP é de R$ 27,61.
6) Inventários, arrolamentos e nas causas de separação 
judicial e de divórcio, e outras, em que haja partilha de 
bens ou direitos
Monte-mor até R$ 50.000,00: 10 UFESPs;
De R$ 50.001,00 até R$ 500.000,00: 100 UFESPs;
De R$ 500.001,00 até R$ 2.000.000,00: 300 UFESPs;
De R$ 2.000.001,00 até R$ 5.000.000,00: 1.000 UFESPs;
Acima de R$ 5.000.000,00: 3.000 UFESPs.
7) Habilitação retardatária de crédito em processo de 
recuperação judicial e de falência. Lei nº 15.760/2015.
A credora recolherá a taxa na forma prevista nos itens 
1 e 2 desta tabela.
8) Ações penais em geral, salvo de competência do 
JECRIM
100 UFESPs. Para o exercício de 2020, o valor da UFESP é 
de R$ 27,61.
9) Ações penais privadas
50 UFESPs recolhidas no momento da distribuição, ou, 
na falta desta, antes do despacho inicial;
50 UFESPs - no momento da interposição do recurso.
10) Litisconsórcio ativo voluntário
Além dos valores previstos nos itens 1 e 2, será cobrada 
parcelaequivalente a 10 UFESPs para cada grupo de 10 
autores, ou fração que a exceder.
11) Litisconsorte ativo voluntário ulterior e de assistente
O mesmo valor pago, até o momento do ingresso no 
processo, pelo autor da ação.
12) Recurso Inominado do Juizado Especial Cível
Taxas na forma prevista nos itens 1 e 2 desta tabela, 
englobando as custas do próprio recurso e ainda aquelas 
dispensadas em 1ª Instância de jurisdição.
13) Agravo Regimental Não há.
13 BRASIL. Tribunal de Justiça de São Paulo. Taxa judiciária. Disponível em: https://www.tjsp.jus.br/Indices 
TaxasJudiciarias/DespesasProcessuais/TaxaJudiciaria. Acesso em: 22 fev. 2021.
142
Unidade III
 Observação
O recolhimento da taxa judiciária poderá ser feito pela DARE – SP 
(Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais – Demais Receitas). 
É possível emitir a guia pela internet, pelo link https://portaldecustas.tjsp. 
jus.br/portaltjsp.
8.3.1.2 Pedido
Pedido com suas especificações é um dos requisitos fundamentais da petição inicial (CPC, art. 319, IV) e a 
sua formulação pode ser de pedido genérico, pedido implícito e da cumulação de pedidos, conforme 
regulamentado no Código de Processo Civil, artigos 322 a 329.
a) Pedido genérico
O pedido deve ser certo e determinado, conforme estabelecido no CPC, arts. 322 a 324.
Por pedido certo e determinado podemos entender que a pretensão do autor descrita na petição 
inicial deve ser individualizada e identificada quanto à sua quantidade e qualidade.
Excepcionalmente, é possível formular pedido genérico (CPC, art. 324, § 1º).
Marcus Vinicius Rios Gonçalves explica que pedido genérico é “[...] aquele que é certo quanto ao 
objeto, mas ainda indeterminado em relação à quantidade, no qual se indica o an debeatur, mas não o 
quantum debeatur”14.
É permitida a formulação de pedido genérico em algumas hipóteses previstas no CPC, art. 324, § 1º, 
a seguir transcrito:
 
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os 
bens demandados;
II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências 
do ato ou do fato;
III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender 
de ato que deva ser praticado pelo réu15.
14 GONÇALVES, M. V. R. Novo Curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 408.
15 BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). Brasília, 2015.
143
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
Citamos alguns exemplos de pedidos genéricos referentes às hipóteses previstas acima:
• Quando a pretensão do autor se referir a um conjunto de bens, relação jurídicas, direitos e 
obrigações, como o patrimônio e a herança.
• No caso de ação de indenização por lesões corporais, quando ainda não se sabe a gravidade da 
incapacidade, por depender de tratamento e exames médicos a ser realizados.
• Ações de exigir contas, em que depende de eventual saldo que o réu ainda irá apresentar.
 Saiba mais
Sobre pedido genérico, segue acórdão do Superior Tribunal de Justiça 
proferido em ação de prestação de contas:
BRASIL. Tribunal de Justiça de São Paulo. Agravo em Recurso Especial 
n. 1.401.017-SP. Relator: Raul Araújo. São Paulo, 3 dez. 2018. Disponível 
em: https://corpus927.enfam.jus.br/inteiro-teor/37nv57ljky6x. Acesso em: 
22 fev. 2021.
b) Pedido implícito
Em regra, o pedido deve ser interpretado restritivamente, para possibilitar ao juiz que analise a 
pretensão e suas consequências lógico-jurídicas.
No entanto, há exceção e que são os pedidos implícitos, os quais o juiz concede ao autor, mesmo 
não tendo este requerido na petição inicial, como por exemplo, os juros e a correção monetária, 
custas, despesas processuais e verbas sucumbenciais, inclusive honorários advocatícios (CPC, art. 322, 
§ 1º; SSTF 256).
c) Cumulação de pedidos
A cumulação de pedidos é permitida quando as demandas estão relacionadas entre si, visando um 
julgamento em conjunto, com fundamento na economia processual.
Tem-se a cumulação de pedidos subjetiva ou objetiva. A subjetiva ocorre quando houver pluralidade 
de partes (litisconsórcio). A objetiva ocorre quando existir cúmulo de pedidos ou fundamentos.
O CPC, art. 327, autoriza a cumulação de pedidos, conforme transcrito: “É lícita a cumulação, em um 
único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão”16.
16 BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). Brasília, 2015.
144
Unidade III
Somente será possível a cumulação de pedidos se observado o seguinte:
• Pedidos compatíveis entre si.
• Que o mesmo juízo seja competente para conhecer e julgar todos os pedidos.
• Adequação do procedimento a todos os pedidos.
Há formas de cumulação de pedidos, que são simples, sucessiva, alternativa e eventual ou subsidiária. 
Citamos exemplos abaixo.
Exemplo de cumulação simples e interdependentes de pedidos (CPC, art. 327): autor formula contra 
o réu dois ou mais pedidos, pretendendo obter êxito em todos.
Exemplo de cumulação sucessiva de pedidos: autor formula vários pedidos contra o réu, mas 
o resultado de um pedido tem repercussão nos demais, como no caso da ação de investigação de 
paternidade cumulada com pedido de herança ou alimentos, que, se reconhecida a paternidade, poderá 
ser examinado o pedido de herança ou alimentos.
Exemplo de cumulação alternativa de pedidos (CPC, art. 325 e parágrafo único): autor formula 
dois ou mais pedidos, postulando seja acolhido apenas um deles, sem estabelecer uma preferência. O 
acolhimento de um pedido, exclui o do outro. Ocorre quando há inadimplemento contratual, em que 
o credor ajuíza uma ação postulando o cumprimento do contrato ou a rescisão deste. Há situações em 
que a escolha cabe ao réu.
Exemplo de cumulação eventual ou subsidiária (CPC, art. 326): autor formula vários pedidos, 
pretendendo que o juiz acolha apenas um deles em detrimento dos demais, mas estabelecendo uma 
ordem de preferência.
8.3.2 Emenda, saneamento ou complementação da inicial e inalterabilidade 
da petição inicial
Com a distribuída ou o protocolo eletrônico da petição inicial perante o juízo competente, instaurada 
está a relação processual (bilateral entre autor e o juiz) e proposta a ação judicial (CPC, art. 312).
A petição inicial é registrada e autuada perante a respectiva repartição e encaminhada ao juiz, para 
examinar se presentes os requisitos que permitem a tramitação do processo e despachar.
Nesta fase de saneamento, pode-se verificar a necessidade de emedar ou aditar a petição inicial. 
A emenda da petição inicial significa corrigir, suprir uma falta ou um vício, para a sua regularidade. 
O aditivo da inicial pode ocorrer para complementar uma formalidade legal ou um pedido, quando dos 
fatos narrados não decorre logicamente a conclusão.
145
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
Ainda quanto à fase de saneamento, o juiz poderá proferir decisão, que pode ser de quatro naturezas, 
a seguir relacionadas:
a) de determinação da citação
Se a petição inicial estiver em ordem, o juiz irá despachar, ordenando a citação do réu para responder. 
Cumprida validamente a citação, forma-se a relação processual trilateral (autor, réu e juiz).
b) de saneamento da petição inicial
Se a petição inicial apresentar lacunas, defeitos ou irregularidades, e se forem sanáveis, o juiz intimará 
o autor para emendar, adiar ou sanas o vício apresentado, no prazo de 15 dias, sob pena de extinção do 
processo sem resolução de mérito (CPC, art. 321). Neste caso exige-se que o juiz indique com precisão o 
que deve ser corrigido ou completado (CPC, art. 321, in fine).
Se o autor não cumprir a diligência no prazo legal, o juiz indeferirá a petição inicial (CPC, art. 321, 
parágrafo único).
Humberto Theodoro Júnior entende por petição inicial defeituosa e carente de saneamento “a 
que não preenche os requisitos exigidos pelo art. 319, a que não se faz acompanhar dos documentos 
indispensáveis à propositura da ação, ou a que apresenta defeitos e irregularidades capazes dedificultar 
o julgamento de mérito (art. 321, caput)”.17
A decisão do juiz, determinando o saneamento da inicial, tem natureza de decisão interlocutória 
(CPC, art. 203, § 2º). E, corresponderá à sentença terminativa se extinguir o processo sem resolução de 
mérito, por falta de cumprimento da medida saneadora determinada (CPC, art. 321, parágrafo único, c/c 
art. 203, §§ 1º e 2º).
c) de indeferimento da petição
Ao examinar a regularidade da petição, ou do não cumprimento da diligência saneadora de suas 
deficiências pelo autor, o juiz poderá decidir pelo indeferimento da petição inicial, fundamentado em 
questões processuais, que impedem a formação da relação processual trilateral.
Por se tratar de decisão de natureza processual, não impede que o autor venha a propor nova ação, 
desde que sanada a irregularidade apresentada na anterior.
Há casos em que o juiz ao indeferir a petição inicial, julga o mérito, como ocorre quando do cotejo 
entre os fatos narrados pelo autor e o pedido, não decorrer logicamente a conclusão exposta (CPC, art. 330, 
§ 1º, III). Exemplos: uma noiva que, descumprida a promessa de casamento, ajuíza uma ação para pedir 
que o noivo cumpra o prometido.
17 THEODORO JÚNIOR, H. Curso de Direito Processual Civil, Vol. I. 60. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 793.
146
Unidade III
A decisão do juiz fundamentada no indeferimento da petição inicial tem natureza de sentença 
terminativa, põe fim ao processo, mas não julga o mérito. Contra esta decisão cabe apelação (CPC, art. 331).
Interposta a apelação, poderá o juiz rever sua decisão e reformá-la, no prazo de 5 dias (juízo de 
retratação). Se não houver a retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso (CPC, 
art. 331, § 1º).
Se a sentença for reformada no Tribunal, começará a contar o prazo para contestação, contado 
a partir da intimação do retorno dos autos, observando a designação de audiência de conciliação ou 
mediação, se for o caso (CPC, arts. 331, § 2º, e 334).
Se não houver recurso, a decisão de indeferimento da petição inicial transitará em julgado, e o réu 
será intimado, mesmo sem participar dessa relação processual (CPC, art. 331, § 3º).
d) de improcedência liminar do pedido
O juiz decide pela improcedência quando rejeita liminarmente o pedido, independente da citação do 
réu. São casos taxativamente arrolados no CPC, art. 332.
A sentença de improcedência liminar do pedido põe fim ao processo, contra a qual cabe recurso 
de apelação.
Na fase de saneamento, observado pelo juiz que a petição inicial está em ordem e regular quanto 
ao preenchimento dos requisitos, e, portanto, superado o juízo de admissibilidade positivo, com o 
recebimento da petição inicial, o juiz determina a citação do réu, para que este possa ser integrado 
ao processo.
A partir de então, com a citação válida do réu, qualquer emenda ou aditivo na petição inicial somente 
será possível com a concordância do réu.
Assim dispõe o CPC, art. 329, a seguir transcrito:
Art. 329. O autor poderá:
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, 
independentemente de consentimento do réu;
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de 
pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a 
possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, 
facultado o requerimento de prova suplementar.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à 
respectiva causa de pedir18.
18 BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). Brasília, 2015.
147
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
8.3.3 Indeferimento da petição inicial
Compete ao juiz a admissibilidade da petição inicial, verificando se esta preenche os requisitos 
intrínsecos e extrínsecos do CPC, arts. 319 e 320.
Se a petição inicial está em termos, o juiz a recebe e determina a citação do réu.
Depois da citação do réu, o pedido e seus fundamentos não poderão ser modificados, senão com o 
consentimento do réu.
No entanto, se verificado vício na petição inicial e não solucionado pelo autor, o juiz poderá 
indeferir a inicial.
O indeferimento da petição inicial pode ser total ou parcial. Será total quando a inicial não puder ser 
aceita em relação à nenhuma das pretensões nela contida. E, parcial quando aceita com relação à uma 
ou outra pretensão, sendo extinto o processo quanto às pretensões não admitidas e prosseguindo seu 
andamento quanto às pretensões admitidas.
Causas de indeferimento da petição inicial estão enumeradas no CPC, art. 330, a seguir:
a) Inépcia da petição inicial: é a incapacidade de produzir resultados, relacionada ao pedido ou causa 
de pedir, que impossibilita o exame de mérito (CPC, art. 330 e § 1º, I).
A inépcia da inicial ocorre quando (CPC, art. 330, § 1º):
• Faltar pedido ou causa de pedir.
• Pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico.
• Da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão.
• Contiver pedidos incompatíveis entre si.
Não é possível prosperar uma ação cuja petição inicial não tenha objeto ou pedido ou que 
indeterminado, ou da narração dos fatos descritos não puder concluir logicamente o pedido, muitas 
vezes por apresentar questões incompatíveis ou incoerência.
b) Falta de legitimidade e de interesse de agir: ocorre quando faltar uma das condições da ação, 
sendo inviável o julgamento do mérito (CPC, art. 330, § 1º, II e III).
148
Unidade III
 Lembrete
Condições da ação é matéria estudada na disciplina Teoria Geral 
do Processo. Cabe ressaltar que, a falta de uma das condições da ação 
acarreta a extinção do processo sem resolução de mérito, fundamentado 
na carência da ação.
c) Quando, postulando em causa própria, o advogado não cumprir as determinações do art. 106, e 
quando o autor não emendar a inicial, na forma do art. 321, ambos do CPC: ocorre quando faltar um 
dos pressupostos processuais e o autor não proceder à diligência determinada pelo juiz, no prazo de 
15 dias, para sanar omissões ou corrigir vícios, defeitos, ou, ainda, irregularidades da petição inicial 
(CPC, art. 330, § 1º, IV).
A inépcia da inicial, falta de condições da ação e de pressuposto processual podem ser conhecidas 
de ofício pelo juiz.
Recomenda-se que, antes da decisão de indeferimento da petição inicial, observe o contraditório. 
Portanto, deve o réu ser validamente citado, para que apresente sua manifestação.
Da sentença de extinção do processo por indeferimento da inicial, sem resolução de mérito, cabe 
apelação (CPC, art. 331).
Interposta apelação, o juiz poderá retratar-se no prazo de 5 dias, prosseguindo o processo com a 
citação do réu.
Interposta a apelação e o juiz manter a sua decisão (não se retratar), mandará citar o réu para 
apresentação de contrarrazões no prazo de 15 dias (CPC, art. 331, § 1º).
Caso o tribunal decida por reformar a decisão de indeferimento da petição inicial, deve o réu ser 
intimado do retorno no processo, contando a partir daí o prazo para contestar. (CPC, art. 331, § 2º).
Se não interposta apelação e a decisão de indeferimento da petição inicial transitar em julgado, o 
réu deverá ser intimado do trânsito em julgado (CPC, art. 331, § 3º).
8.3.4 Improcedência liminar do pedido
O CPC, no art. 332, prevê a possibilidade de o juiz julgar liminarmente improcedente o pedido, 
antes da citação do réu, quando já possuir elementos para proferir sentença. Mas, antes deve ouvir as 
partes, mediante decisão pública e fundamentada (CPC, arts. 10 e 11), exceto se em caso de prescrição 
e decadência.
149
PROCESSO E RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL
O juiz julgará liminarmente improcedente o pedido, quando for dispensada a fase instrutória, 
independentemente da citação do réu, em duas circunstâncias em que contrariar (CPC, art. 332 e § 1º):
• Enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça (CPC, 
art. 332, I).
• Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior

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