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5 APOSTILA DIREITO PROCESSUAL CIVIL

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DIREITO PROCESSUAL 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
a) Lide 
 
A lide, nada mais é do que um conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida. No Processo 
Civil, que é o início da resolução do conflito judiciais; as lides são resolvidas pelo poder Jurisdicional. 
 
Sendo que a jurisdição somente se manifesta após a provocação da parte, por meio de uma ação, que de 
fato, dá início ao processo. O fim do processo é chamado provimento jurisdicional (sentença). Assim é o ciclo do 
Processo Civil. 
 
b) Ação 
 
Conceito: é o direito público e subjetivo exercido pelo Estado para o fim de se obter uma sentença de mérito. 
 
Condições da ação: Art. 17 e 485, VI CPC. 
 
Legitimidade de parte: é a titularidade do direito discutida no processo. 
 
Ordinária: defender o direito próprio. 
 
Extraordinária: defender em nome próprio, direito de outra pessoa. 
 
Representação processual: defender em nome alheio, direito alheio. 
 
Interesse de agir: é a necessidade de se buscar o judiciário e a adequação do meio escolhido. 
 
OBS.: Se faltar qualquer das condições de ação, o processo será extinto sem resolução do mérito. 
 
c) Jurisdição 
 
Conceito: É o poder dever do Estado de resolver o conflito de interesses. Pode ser entendida como a realização do 
Direito por um terceiro imparcial em uma situação concreta. 
 
Características: 
• Jurisdição é uma: quando existe, somente uma jurisdição; 
 
• Substitutividade: substitui a vontade das partes pela vontade da lei; 
 
• Inércia: a jurisdição somente se inicia se for provocada. 
 
 
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Jurisdição Contenciosa e Voluntária: 
 
• Contenciosa: as partes buscam uma decisão judicial, que obrigue outra pessoa. 
 
• Voluntária: as partes buscam uma decisão judicial que obrigue ela mesma. 
 
Meios Alternativos de Solução de Conflitos: 
 
O Código de Processo Civil também estimula a solução alternativa de conflitos. O parágrafo 3°, do artigo 3°, 
do CPC, prevê que a conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser 
estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do 
processo judicial. 
 
As estruturas mais clássicas de resolução de conflitos e técnicas alternativas de solução de disputas 
interindividuais e sociais classificam-se, fundamentalmente, em três grupos: a autotutela, autocomposição e 
heterocomposição. 
 
I. Autotutela 
 
A autotutela é utilizada em alguns casos específicos como o direito de greve e na legítima defesa, prevista 
no Código Penal, sendo considerada como o meio mais antigo, e rudimentar de solução de conflitos, pois na 
resolução dos conflitos não havia interferência de terceiros e nem do Estado, e era praticada com as próprias mãos. 
Assim, a vontade de uma parte se estabelecia sobre a vontade do outro, através do uso da força. 
 
II. Autocomposição 
 
Na autocomposição, o conflito é solucionado com ou sem a necessidade de intervenção de terceiros, e 
principalmente, sem o uso da força, onde as partes chegam a um consenso para a resolução do litígio. 
 
Atualmente, a autocomposição pode ser dividida em três modalidades: 
 
i. negociação: quando o acordo é firmado entre as partes, sem que haja a intervenção de terceiros; 
 
ii. mediação: quando o acordo é firmado na presença de um terceiro imparcial, que facilitará o diálogo 
entre as partes e buscará reestabelecer a relação havida entre as partes; e 
 
iii. a conciliação: quando existe a presença de um terceiro imparcial, interferindo com fatos e 
informações relevantes sobre o litígio, buscando a melhor forma de solucionar o impasse, com a finalidade 
de ao final, celebrar o acordo. 
 
 
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Ainda, as partes podem buscar solucionar os conflitos pelo consenso, através de: 
 
• Transação: é a solução por sacrifícios recíprocos. 
 
• Renúncia: renunciar ao seu direito, perdoa. 
 
• Submissão: ocorre todas as vezes que a parte contrária admite o direito do titular (reconhecimento 
do pedido). 
 
III. Heterocomposição 
 
A heterocomposição ou meio adjudicatório, consiste na solução do conflito através de um terceiro imparcial 
(arbitro ou juiz), que estabelece a resposta definitiva e impositiva em relação as partes. A heterocomposição pode 
ocorrer das seguintes formas: 
 
i. arbitral, quando as partes geralmente escolhem um terceiro de confiança de cada um e um terceiro 
em comum para decidir a demanda; e 
 
ii. a jurisdicional, que ocorre quando uma das partes, utilizando-se do seu direito de ação, buscando 
o Poder Judiciário, no intuito de resolver a questão litigiosa, através de decisão proferida por uma 
autoridade investida de poder coercitivo (Estado-Juiz). 
 
A autocomposição e a heterocomposição são meios válidos no atual sistema brasileiro e acessíveis à 
população, cabendo às partes analisarem o meio mais adequado para resolverem seus conflitos. 
 
 
ARBITRAGEM – LEI 9307/96: 
 
Conceito: A arbitragem é um procedimento já conhecido por resolver conflitos relativos a direitos patrimoniais 
disponíveis., por um terceiro, eleito pelas partes pela convenção da arbitragem. 
 
A Lei de Arbitragem – Lei n° 9.307/96 foi instituída através do negócio jurídico denominado convenção de 
arbitragem (gênero), que contempla duas espécies: a cláusula compromissória e o compromisso arbitral. 
 
Tanto a cláusula compromissória, quanto o compromisso arbitral, têm como intuito a instauração do 
procedimento arbitral como opção para que as partes não se submetam ao juízo estatal. 
 
 
 
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A convenção de arbitragem, é um pressuposto processual, que nos termos do artigo 485, VII, do CPC, 
vislumbra a extinção do feito sem a resolução do mérito, não podendo ser conhecida de ofício pelo julgador, 
conforme preceituado pelo §5°, do artigo 377, do CPC. 
 
A cláusula compromissória está expressamente prevista através dos artigos 4° e seguintes da Lei e é assim 
definida: 
 
“Art. 4º A cláusula compromissória é a convenção através da qual as 
partes em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os 
litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal contrato. § 1º A 
cláusula compromissória deve ser estipulada por escrito, podendo 
estar inserta no próprio contrato ou em documento apartado que a 
ele se refira. 
§ 2º Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá 
eficácia se o aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou 
concordar, expressamente, com a sua instituição, desde que por 
escrito em documento anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto 
especialmente para essa cláusula.” 
 
A cláusula compromissória nada mais é do que uma cláusula contratual que garante às partes o 
compromisso de se submeterem à Arbitragem, na hipótese de vir a surgir algum litígio em virtude de algum 
desentendimento na vigência do contrato. O compromisso arbitral tem previsão legal nos artigos 9° e seguintes da 
Lei de Arbitragem e pode assim ser definido: 
 
“Art. 9º O compromisso arbitral é a convenção através da qual as 
partes submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, 
podendo ser judicial ou extrajudicial. 
§ 1º O compromisso arbitral judicial celebrar-se-á por termo nos autos, 
perante o juízo ou tribunal, onde tem curso a demanda. 
§ 2º O compromisso arbitral extrajudicial será celebrado por escrito 
particular, assinado por duas testemunhas, ou por instrumento 
público.” 
 
Nos termos legais, o compromisso arbitral refere-se ao compromisso de dirimir um conflito já existente 
através da arbitragem. 
 
A sentença arbitral está prevista nos artigos 23 e seguintes da Lei de Arbitragem e determina que, ao ser 
proferida,produz, entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da sentença proferida pelos órgãos do 
Poder Judiciário e, sendo condenatória, constitui título executivo. 
 
 
 
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Proferida a sentença arbitral e na hipótese de nenhuma parte apresentar embargos ou qualquer outra 
manifestação, a arbitragem dar-se-á por encerrada. 
 
Caso não haja o cumprimento espontâneo da obrigação determinada na sentença, a parte deverá promover 
sua execução na justiça comum. 
 
 
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PROCESSO 
 
Sujeitos do Processo: 
 
Fundamento legal: artigos 70 ao 112 do Código de Processo Civil. 
 
I. Elementos do Processo 
 
Que podem ser: 
 
• Subjetivos: partes, órgão jurisdicional (juíz e seus auxiliares) e Ministério Público 
 
• Objetivos: mérito (pedido do autor e defesa do réu) atos processuais (citação; decisões 
dentre outros) 
 
II. Elementos Subjetivos 
 
Partes e seus procuradores: a parte deve ter legitimidade (capacidade de ser parte, capacidade processual 
e capacidade postulatória). 
 
O advogado que detém a capacidade postulatória atuará em juízo em nome do cliente através do 
instrumento de mandato (procuração). 
 
CUIDADO: O advogado poderá postular em juízo sem procuração apenas para evitar preclusão, decadência ou 
prática de atos urgentes, juntando a no prazo de 15 dias prorrogáveis por mais 15 dias, ratificando os atos 
processuais praticados, sob pena de serem considerados ineficazes, respondendo o advogado pelas despesas e 
eventuais perdas e danos(art. 104, parágrafos primeiro e segundo do CPC). 
 
OBS.: Verificada a incapacidade processual ou irregularidade da representação da parte, o juíz suspenderá o 
processo e designar prazo razoável para que seja sanado o vicio. Sendo descumpridor a determinação: 
 
Caso o processo esteja na instância originária e a providência couber ao: 
 
• Autor: processo será extinto; 
 
• Réu: será considerado revel; 
 
• Terceiro: será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se 
encontrar. 
 
 
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Caso o processo esteja perante tribunal de segundo grau ou tribunal superior e caso a providência caiba ao: 
• Recorrente: o relator não conhecera do recurso; 
• Recorrido: o relator determinará o desentramento das contrarrazões. 
 
III. Sucessão das Partes e Procuradores 
 
São 3 fatores de sucessão: 
1. Inter vivos: regra fundamental, a alienação de coisa ou direito litigioso não altera a 
legitimidade das partes. O processo continua correndo entre as parte originárias, salvo a anuência da parte 
contrária com a respectiva sucessão; 
2. Em caso de morte: as partes em caso de falecimento serão sucedidas pelo espólio ou 
herdeiros; 
3. Sucesso de procuradores, pode ser de duas formas: 
• Revogação do mandato; 
• Morte do advogado; 
• Renúncia, durante os 10 dias seguintes, o advogado continuará a representar o mandantes, 
desde que necessário par evitar prejuízos. 
 
IV. Ministério Público 
 
É responsável pela defesa da ordem pública, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais 
indisponíveis. A sua atuação pode ser: 
• Como parte; 
• Como fiscal da ordem judicial. 
 
V. Juíz 
 
Tem a função de exercer a atividade jurisdicional do Estado com a condução do processo, pugnando pela 
administração da justiça e aplicação do direito ao caso concreto. 
 
VI. Auxiliares da Justiça 
 
São funcionários, servidores públicos que no exercício de suas funções atendem a determinação do juíz 
dando sequência a atos de vital importância para o desenvolvimento do processo e para garantia da infra estrutura 
necessária ao exercício da jurisdição. 
 
Atenção: Habilitação (Arts. 687 e ss. do CPC) 
 
Com a morte de uma das partes, o processo será suspenso (art. 313, I e § 1º, do CPC). Ocorre que a relação 
processual precisa ser regularizada para que seja possível dar continuidade do processo. Sendo assim, é necessário 
o procedimento especial de habilitação. 
 
 
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NORMAS FUNDAMENTAIS – ART. 1º AO 12º CPC 
 
Interpretação conforme a Constituição Federal: 
 Art.1º e 3º CPC – a título de interpretação, temos a Constituição Federal, como norteadora do Direito. 
 
Priorização da solução por autocomposição: 
 Art. 3º §2º, CPC – o Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. 
 
Exemplo: Art. 344, CPC Audiência de Conciliação e de Mediação. 
 
Princípio da primazia do Mérito: 
 Art. 4º CPC – as partes têm o direito de obter a solução integral do mérito, inclusive no processo de 
execução. 
 
Exemplo: Art. 321 CPC: emenda à inicial, o juiz informa o que precisa ser concertado, não julga o mérito, antes do 
concerto. 
 
Princípio do Efetivo Contraditório: 
 Art. 7º, 9º e 10º CPC – o juiz deve zelar pelo efetivo contraditório entre as partes, não proferindo decisão 
contra uma delas, sem que antes ela seja previamente ouvida. 
 
Exceção: Art. 9º, tutela de urgência, tutela de evidência; Art. 311, II e III CPC; e tutela monitória art. 701 CPC. 
 
Atenção: O Juiz não pode decidir com base em fundamento sobre o qual, não tenha dado às partes, a oportunidade 
de se manifestar, ainda que seja matéria de ofício. 
 
Exemplo: O autor promoveu a demanda, o juiz viu a prescrição; e a parte contrária não se manifestou. A prescrição 
pode ser decidida de ofício e nenhuma das partes alegou. Assim, o juiz não pode, para evitar uma surpresa, 
proibição de decisão surpresa. 
 
 
 
 
 
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LITISCONSÓRCIO (ART. 113 AO 118 DO CPC) 
 
Quando há mais de um autor ou mais de um réu (pluralidade de partes) no polo do processo. 
 
Requisitos (art. 113, I, II e III do CPC): 
 
• Comunhão de direitos e obrigações; 
 
• Conexão; 
 
• Ponto comum de fato ou de direito. 
 
Exemplo: Um conjunto habitacional e as casas começam a dar problemas, poderão se juntar os moradores com os 
mesmos problemas e demandar. 
 
“Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, 
em conjunto, ativa ou passivamente, quando: 
 
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações 
relativamente à lide; 
 
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; 
 
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de 
direito. 
 
§ 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número 
de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou 
na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou 
dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença. 
 
§ 2º O requerimento de limitação interrompe o prazo para 
manifestação ou resposta, que recomeçará da intimação da decisão 
que o solucionar.” 
 
Limites: 
 
Para a constituição de um litisconsórcio, exige-se no mínimo 2 pessoas, não havendo limite máximo (é 
ilimitado). 
 
 
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Litisconsórcio Multitudinário: 
Quando o juiz consegue limitar o litisconsórcio facultativo. Ocorre nas hipóteses nas quais o número de 
litigantes for: 
 
• Quando comprometer a rápida solução do litígio; 
 
• Quando dificultar a defesa. 
 
Nestes casos ocorre o desmembramento do processo com a criação de novos processos. 
 
Classificação: 
 
a) Quanto às partes: 
 
• Ativo (vários autores); 
 
• Passivo (vários réus); 
 
• Misto (vários autores e vários réus). 
 
b) Quanto ao momento de formação: 
 
• Inicial (desde a inicial); 
 
• Ulterior (no decorrer da ação) – caso o juiz ao sanear o processo entenda a necessidade ou caso de 
sucessão processual. 
 
c) Quanto à decisão judicial: 
 
• Simples – a decisão pode ser diferente, para cada litisconsorte,exemplo malas extraviadas, tem 
quem tenha uma grande outro tem uma pequena e assim será a sentença para cada um diferentemente. 
 
• Unitário – a decisão será necessariamente igual para todos os litisconsortes. 
 
d) Quanto à obrigatoriedade de formação: 
 
• Facultativo – a formação do facultativo é opcional. 
 
• Necessário – a formação é obrigatória em razão da lei ou caso haja a mesma relação jurídica. 
 
 
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Independência dos Litisconsortes: 
 
Regra: Os litisconsortes serão considerados como litigantes independentes ou distintos. 
 
Exceção: No litisconsórcio unitário (decisão igual para todos), se um contestar beneficia todos, se um recorrer 
beneficia todos. Porém, se um dos litisconsortes fizer alguma confissão, os demais não serão prejudicados. 
 
ATENÇÃO! Art. 229 do CPC. 
 
“Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de 
escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro 
para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, 
independentemente de requerimento. 
 
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) 
réus, é oferecida defesa por apenas um deles. 
 
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos 
eletrônicos.” 
 
Advogados diferentes; 
 
Escritórios diferentes e 
 
 Autos físicos – isso implica que os litisconsortes têm prazo em dobro, preenchidos todos os requisitos. 
 
IMPORTANTE! TODOS OS REQUISITOS PRECISAM ESTAR PREENCHIDOS. 
 
Exceção aos embargos à execução – art. 915, § 3°, CPC. 
 
“Art. 915, § 3º, CPC. Em relação ao prazo para oferecimento dos 
embargos à execução, não se aplica o disposto no art. 229 .” 
 
 
 
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INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
 
Art. 119 ao 138 do CPC 
 
Conceito: 
 
É a figura processual que possibilita a participação do terceiro no processo. Poderá acontecer de duas 
formas: 
 
I. Voluntária ou espontânea: é aquela que o terceiro pleiteia sua participação no processo. 
 
II. Provocada: uma das partes busca, trazer o terceiro para o processo, independentemente 
de sua vontade. 
 
Modalidades: 
 
• Assistência (voluntária); 
• Denunciação da lide (provocada); 
• Incidente de desconsideração da personalidade jurídica (provocada); 
• Chamamento (provocada); 
• Amicus curiae (É VOLUNTÁRIA E PROVOCADA E DE OFÍCIO PELO JUIZ). 
 
1. Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica 
 
É a intervenção que tem por objetivo, responsabilizar os sócios da empresa, pelas dívidas da sociedade ou 
de forma inversa. 
 
Empresa sendo responsabilizada pelos débitos dos sócios (desconsideração inversa da personalidade 
jurídica). 
 
Modalidade provocada, por meio de uma petição feita pela parte ou pelo Ministério Público. Deverá haver 
a citação dos sócios da sociedade no prazo de 15 dias, e consequentemente, a suspensão do processo principal; e 
ao final a decisão do juiz. Se proferida uma decisão interlocutória que caberá Agravo de Instrumento. 
 
Inicial: requerida na própria Petição Inicial. Não precisa ter incidente. 
 
Incidental: é requerida a qualquer tempo no processo de conhecimento ou de execução. 
 
 
 
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Atenção! não se admite a intervenção de terceiros nos Juizados Especial Cível (JEC), salvo o IDPJ, art. 10 da Lei 
9099/95 e art. 1062 do CPC. 
 
“Art. 10, Lei nº 9.099/95. Não se admitirá, no processo, qualquer 
forma de intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o 
litisconsórcio.” 
 
“Art. 1.062, CPC. O incidente de desconsideração da personalidade 
jurídica aplica-se ao processo de competência dos juizados especiais.” 
 
2. Amicus Curiae 
 
Pode ser uma pessoa natural, uma pessoa jurídica ou ente despersonalizado desde que tenha 
representatividade. É a forma do terceiro especialista auxiliar o juízo nas causas de maior relevância impacto e 
repercussão social em razão da importância da matéria discutida, o juiz concederá o prazo de 15 dias para a 
manifestação definindo seus poderes, salvo em duas situações que o juiz não pode mexer: 
 
• Opor embargos de declaração, caso não foi analisado pelo julgador; 
 
• Direito de recorrer em julgamento de IRDR, incidente de resolução de demandas repetitivas. 
 
O amicus curiae não desloca a competência. 
 
3. Assistência 
 
Haverá assistência sempre que um terceiro tiver interesse jurídico, de que uma das partes vença a 
demanda. Por meio de uma simples petição, o assistente pleiteará a sua participação no processo. As partes são 
intimadas a se manifestarem no prazo de 15 dias. 
 
Modalidades: 
 
• Assistência Simples: O terceiro ingressa por meio de uma petição, possui relação jurídica com uma das 
partes e será atingido indiretamente pela sentença. Neste caso, não vira parte do processo. 
 
Exemplo: O locador de um imóvel ajuíza ação contra o locatário, mas existe um sublocatário, e ele tem interesse 
na ação a favor do locatário. Neste caso, o sublocatário pode entrar no pedido para assistência. O recurso do 
sublocatário após entrar no processo, valerá para o locatário que não recorreu. 
 
OBS.: Sendo réu revel ou omisso, o assistente será considerado seu substituto processual (legitimidade 
extraordinária). 
 
 
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• Assistência Litisconsorcial: O terceiro é o próprio titular do direito discutido, e será diretamente atingido 
pela sentença, tornando-se parte do processo. 
 
4. Denunciação da Lide 
 
Permite que a parte exerça o direito de regresso contra o terceiro no mesmo processo. Tem como 
finalidade, a economia processual. 
 
Há a ampliação do objeto do processo, autor contra réu, denunciante contra denunciado. O juiz poderá 
julgar simultaneamente a questão principal e o direito de regresso. 
 
Só é cabível em processo de conhecimento, e pode ser requerida tanto pelo autor como pelo réu. Só será 
admitida uma única denunciação sucessiva. 
 
Exemplo: Seguradora quem paga, no caso de colisão no próprio processo, denunciação da lide contra a seguradora, 
pois o autor pagava seguro com terceiros. 
 
5. Chamamento ao Processo 
 
É a possibilidade do réu na contestação, trazer ao processo o coobrigado, em determinada relação jurídica. 
Aqui, o devedor só chama outros devedores. Já o fiador pode chamar outros fiadores e o devedor principal. O 
devedor não pode chamar fiador. 
 
OBS.: O réu deverá promover a citação do chamado no prazo de 30 dias, sob pena de ficar sem efeito o 
chamamento. 
 
Exceção: Se residir em outra comarca ou lugar incerto prazo de 2 meses. 
 
 
 
 
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COMPETÊNCIA 
 
Art. 42 ao 53 do CPC. 
 
É uma parte da jurisdição, dentro do poder judiciário. Existem alguns limites que precisam ser estabelecidos 
para que haja uma organização na hora da decisão. 
 
Classificações: 
• Competência material – diz respeito à matéria discutida (civil, penal, trabalhista, militar etc.); 
• Competência Funcional – diz respeito à pessoa que participa do processo (presidente quem julga é 
o STF); 
• Diz respeito à hierarquia – (apelação quem julga TJ); 
 
Valor da Causa: 
Diz respeito ao valor que o autor atribui ao valor da causa, JEC 40 salários-mínimos. 
 
Competência Territorial (art. 46 ao 53 do CPC): 
Diz respeito ao local que a ação deve ser ajuizada. 
 
IMPORTANTE: Art. 53, I do CPC. 
 
I – Para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união 
estável: 
a) de domicílio do guardião de filho incapaz; 
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; 
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; 
d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei Maria da Penha 
11.340/2006. 
 
CompetênciaAbsoluta x Competência relativa 
 
Absoluta Relativa 
Interesse público Interesse das partes 
Deve ser reconhecida de ofício Não precisa ser reconhecida de ofício 
Pode ser alegada em qualquer fase do processo, em 
contestação e desse ser arguida em preliminar e não 
está sujeita a preclusão 
Necessariamente deve ser alegada em preliminar de 
contestação sob pena de preclusão 
O processo deve ser remetido ao juízo competente, e 
há manutenção dos atos decisórios 
Não gera nulidade dos atos decisórios 
Material e funcional 
Valor da causa JEF e JEFP até 60 salários-mínimos 
Territorial (art.47 do CPC) ações de bens imóveis 
Valor da causa e territorial 
 
 
 
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TUTELA PROVISÓRIA 
 
Art.294 ao 311 do CPC. 
 
Entende-se por provisório o provimento que não revela caráter definitivo, possuindo duração temporal 
limitada, ao período de seu deferimento e a superveniência do provimento principal definitivo. 
 
Espécies: 
• Tutela de Urgência e Tutela de Evidência (Não há urgência); 
 
• Tutela de urgência antecipada – antecedente, concedida antes de formular o pedido principal, satisfativa; 
 
• Tutela de urgência cautelar – incidental, concedida junto a formulação do pedido principal, garantidora; 
 
• Tutela de Evidência – incidental. 
 
Características comuns das tutelas provisórias (urgência e evidência): 
Conservam sua eficácia na pendência ou suspensão do processo, podendo ser revogada ou modificada a 
qualquer tempo. 
 
O juiz poderá conceder as medidas que considerar adequadas para efetivação, das tutelas provisórias. 
 
A Competência, é o mesmo juízo competente para julgar o processo principal. 
 
Tutela Provisória de Urgências (abrange a antecipada e a cautelar) 
 
Requisitos: 
 
• Comuns: para a antecipada e cautelar art. 300 do CPC. 
 
“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver 
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de 
dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
 
§ 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o 
caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos 
que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada 
se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. 
 
 
 
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§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após 
justificação prévia. 
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida 
quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.” 
 
• Elementos que evidenciam a probabilidade do direito; 
 
• Perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. 
 
• Específicos da antecipada: art. 300 §3º do CPC. 
 
• Reversibilidade, provimento deve retornar ao estado anterior. Não sendo possível revolve-se em perdas e 
danos. 
 
OBSERVAÇÃO: 
 O magistrado, poderá exigir garantia real ou fidejussória (caução). 
A responsabilidade é objetiva da parte, que requerer a tutela de urgência e causar dano a outro. 
 
Existe fungibilidade entre as medidas. 
 
1. Tutela Provisória de Urgência Antecipada Antecedente 
 
A tutela antecipada serve para que o juiz conceda antes aquilo que seria deferido ao final, podendo ser 
todos os pedidos ou somente um deles. 
 
Micro petição art. 303 do CPC, juiz concede a medida, o autor terá o prazo de 15 dias para completar a 
petição inicial. O réu será citado e intimado para audiência de conciliação ou de mediação, e após seguirá o rito 
comum. 
 
OBS.: Não realizado o aditamento, o processo será extinto sem resolução do mérito sem julgamento do 
pedido. Se o juiz reconhecer que não existem os elementos para a tutela antecipada, determinará a emenda no 
prazo de 5 dias. Concedida a tutela antecipada antecedente, e não havendo interposição de recurso pela parte 
contrária a decisão se torna estável e seus efeitos continuam sendo preservados – Art.304 do CPC. 
 
Qualquer das partes poderá demandar a outra no prazo de até dois anos com intuito de rever, reformar ou 
invalidar a tutela antecipada antecedente estabilizada. 
 
 
 
 
 
 
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2. Tutela Provisória de Urgência Cautelar Antecedente 
 
A Cautelar serve para garantir o resultado útil do pedido principal, quando requerida em caráter 
antecedente, e se a medida for deferida, caberá ao requerente formular o pedido principal no prazo de 30 dias. 
 
3. Tutela Provisória de Evidência (Art.311 do CPC) 
 
Tutela de evidência, faz com que o juiz conceda antes o que ele concederia ao final. Trata-se de uma medida 
que vislumbra antecipar o próprio resultado prático final do processo, satisfazendo-se na prática o direito do 
requerente independente da presença do perigo da demora. 
 
“Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente 
da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do 
processo, quando: 
 
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto 
propósito protelatório da parte; 
 
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas 
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos 
repetitivos ou em súmula vinculante; 
 
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental 
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a 
ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; 
 
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos 
fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova 
capaz de gerar dúvida razoável. 
 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir 
liminarmente.” 
 
 
 
 
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ATOS PROCESSUAIS – ART.188 AO 217 DO CPC 
 
São atos humanos que possuem relevância para o processo devendo ser praticado conforme determinação 
da lei. 
 
Cada sujeito do processo, são responsáveis por atos no processuais. 
 
Tempo dos atos processuais: os atos processuais serão praticados em dias úteis, das 06:00 às 20:00 de segunda a 
sexta (art.212), inclusive para fins de contagem de prazo. Feriados, são considerados sábado, domingo e declarados 
por lei (art.216). 
 
Atos fora do tempo legal: citação, intimação e penhora, podem ser realizados fora do horário legal e nos feriados, 
independente de autorização judicial. 
 
Fuso horário de processo eletrônico hoje em dia, poderá peticionar online, tomar atenção do fuso horário 
do local onde tramita o processo, em que deve ser praticado. 
 
O prazo do processo eletrônico até as 00:00 do último dia. 
 
Negócio Jurídico processual art. 190 do CPC, ato interpartes, se permitir acordo, poderão as partes alterar 
os prazos, produção de prova, recurso. 
 
“Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam 
autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular 
mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa 
e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres 
processuais, antes ou durante o processo. 
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a 
validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes 
aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em 
contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta 
situação de vulnerabilidade.” 
 
Antes do processo ou no curso do processo, o juiz interfere somente se tiver irregularidades. 
 
Calendário processual: art. 191 do CPC, de comum acordo o juiz e as partes, poderão fixar calendários dos atos 
processuais, o juiz quem estabelece as datas. 
 
“Art. 191, CPC. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar 
calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso. 
§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos 
somente serão modificadosem casos excepcionais, devidamente 
justificados. 
 
 
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§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato 
processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido 
designadas no calendário.” 
 
 
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PRAZOS PROCESSUAIS 
 
Art. 218 a 235, CPC. 
 
Os atos processuais precisam ser cumpridos dentro de um prazo estipulado. A contagem dos prazos, no 
entanto podem ser determinadas por lei ou fixadas pelo juiz. Ainda, existem penalidades em casos de 
descumprimento dos prazos processuais. 
 
i. Classificação: 
• Prazo Legal: são aqueles decorrentes da legislação e que não há possibilidade de alteração. 
Exemplo: Apresentação de Contestação, em 15 dias, oposição de Embargos de Declaração, em 5 dias. 
• Judiciais: são aqueles determinados pelo juiz quando há omissão na legislação. Exemplo: pode ser 
que há a necessidade de alguma manifestação pontual no curso de um processo – neste caso, o juiz pode 
estipular um prazo para manifestação. 
• Convencionais: são aqueles decorrentes do negócio jurídico processual, em que as partes podem 
alterar, em comum acordo, a duração de todos os prazos, inclusive os prazos legais. 
 
ii. Alteração dos prazos processuais 
• Dilatórios: são aqueles que podem ser alterados (aumentados ou reduzidos), conforme convenção 
das partes e autorização legal. Exemplo: requerimento suspensão do processo por decisão das partes. 
• Peremptórios: são aqueles que, em tese, não podem ser alterados. Porém, desde 2015, todos os 
prazos processuais são, em abstrato, dilatórios, em virtude da prática de negócios jurídicos processuais 
(prazos convencionais). 
 
iii. Contagem de prazos 
Os prazos processuais são contados em dias úteis, ou seja, feriados e fins de semana não entram na 
contagem dos prazos. 
 
É comum que tal prorrogação em casos de feriados ou, também, caso o acesso ao processo eletrônico seja 
prejudicado por algum tipo de indisponibilidade. 
 
Para a contagem dos prazos, é preciso excluir a data do início do prazo e incluir a data do término, conforme 
previsão do art. 224, CPC. Ainda, é necessária a verificação detalhada do marco inicial do prazo, nos termos do art. 
231, CPC, excluindo este dia da contagem. 
 
Obs.: Art. 219 - Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias 
úteis. 
 
Importante: Quando há um feriado local (ex.: aniversário da cidade de São Paulo), o advogado deve comprovar que 
naquele dia não houve expediente forense no processo, no ato do efetivo protocolo da interposição do recurso 
(art. 1.003, § 6º, CPC). 
 
 
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FLUXOGRAMA DO PROCEDIMENTO COMUM 
 
Processo de conhecimento – dois tipos de procedimentos: (i) comum, art. 318 e seguintes do CPC e (ii) 
especial – art. 539 e seguintes do CPC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Petição inicial 
 
 A jurisdição é inerte, precisa ser provocada; e isso é feito através da petição inicial art. 319 e 320, CPC. 
 
“Art. 319. A petição inicial indicará: 
I - o juízo a que é dirigida; 
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, 
a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou 
no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o 
domicílio e a residência do autor e do réu; 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
IV - o pedido com as suas especificações; 
V - o valor da causa; 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos 
fatos alegados; 
Petição Inicial
Juízo de 
Admissibilidade
Designação de 
Audiência de 
Conciliação ou de 
Mediação
Audiência de 
Conciliação ou de 
Mediação
Réu: prazo de 15 
dias para 
apresentar resposta
Réplica (15 dias) Juiz
Julgamento 
Antecipado Parcial 
do Mérito
Decisão Saneadora 
e Organizadora
Audiência de 
Instrução e 
Julgamento
Sentença: em 
audiência ou prazo 
de 30 dias
 
 
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VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de 
conciliação ou de mediação. 
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá 
o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua 
obtenção. 
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de 
informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. 
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao 
disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações 
tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.” 
 
“Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos 
indispensáveis à propositura da ação.” 
 
Requisitos: 
 
• Partes de suas qualificações (endereço eletrônico), pedido e a causa de pedir; 
 
• Informar se quer ou não audiência de conciliação. 
 
OBSERVAÇÃO: caso o autor não tenha condições de inserir os dados do réu, poderá pedir ao juiz, art. 319, CPC. 
 
• Endereçamento: juízo para o qual o processo será encaminhado; 
 
• Valor da causa: regras do art. 292, CPC; 
 
“Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da 
reconvenção e será: 
I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida 
do principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se 
houver, até a data de propositura da ação; 
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o 
cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de 
ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida; 
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais 
pedidas pelo autor; 
IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de 
avaliação da área ou do bem objeto do pedido; 
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor 
pretendido; 
 
 
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VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia 
correspondente à soma dos valores de todos eles; 
VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor; 
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido 
principal. 
§ 1º Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-
se-á o valor de umas e outras. 
§ 2º O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação 
anual, se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo 
superior a 1 (um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das 
prestações. 
§ 3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa 
quando verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em 
discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em 
que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes.” 
 
• Pedido: art. 322 e seguintes 
Em regra, o pedido deve ser, certo e determinado. 
 
Exceções: 
 
• Pedido genérico: 
 
▪ Nas chamadas ações universais, são aqueles que não sabem quantos os bens envolvidos; 
 
Exemplo: inventário. 
 
▪ Quando impossível consequências de ato ou fato ilícito. 
 
Exemplo: batida de automóvel. 
 
▪ Quando depender de ato do réu. 
 
Exemplo: prestação de contas. 
 
• Pedido implícito 
 
Exemplo: juros e prestações vincendas, honorários. 
 
• Cumulação de pedidos 
 
 
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▪ Cumulação simples: o autor formula dois ou mais pedidos e deseja todos eles. 
 
Exemplo: danos materiais e morais. 
 
▪ Cumulação alternativa: o autor formula dois ou mais pedidos, deseja somente um deles. Sem preferência. 
 
Exemplo: o pintor pinte novamente ou devolva o dinheiro. 
 
▪ Cumulação sucessiva: o autor formula dois ou mais pedidos e se o juiz conceder o primeiro que o segundo 
seja também reconhecido. 
 
Exemplo: reconhecimento de paternidade e alimentos. 
 
▪ Cumulação subsidiária:o autor formula dois ou mais pedidos e deseja somente um deles com 
preferência. 
 
Exemplo: o pintor é muito bom, quero que ele pinte com preferência, deve ser ele se não devolva o dinheiro. 
 
OBSERVAÇÃO: Os requisitos para cumulação, estão previstos no art. 327, §1º, do CPC – os pedidos o juiz deve ser 
competente, para cumulação devem ser compatíveis. 
 
2. Juízo de admissibilidade 
 
Inicial perfeita: o juiz, em regra, designa uma audiência de conciliação ou de mediação e determina a citação do 
réu. 
 
Exceções: julgamento de improcedência liminar do pedido, art. 332 do CPC. 
 
• Quando não houver necessidade de provas; 
 
• Houver súmula do STF, STJ ou precedentes; 
 
• Quando reconhecer a prescrição e decadência; 
 
Poderá o juiz Proferir uma sentença e poderá o autor apelar e poderá o juiz reconhecer ou não. 
 
“Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, 
independentemente da citação do réu, julgará liminarmente 
improcedente o pedido que contrariar: 
 
 
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I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior 
Tribunal de Justiça; 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior 
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas 
repetitivas ou de assunção de competência; 
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. 
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o 
pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de 
prescrição. 
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em 
julgado da sentença, nos termos do art. 241 . 
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. 
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do 
processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, 
determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo 
de 15 (quinze) dias.” 
 
Inicial com vícios sanáveis: o juiz determina por intimação a emenda da inicial, no prazo de 15 dias indicando o que 
deverá ser emendado. 
 
Inicial com vícios insanáveis: o juiz indefere a inicial, art. 330, CPC, extingui o processo, poderá apelar e o juiz 
poderá retratar. 
 
“Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: 
 
I - for inepta; 
 
II - a parte for manifestamente ilegítima; 
 
III - o autor carecer de interesse processual; 
 
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 . 
 
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando: 
 
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
 
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que 
se permite o pedido genérico; 
 
 
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III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; 
 
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. 
 
§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação 
decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, 
o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, 
dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, 
além de quantificar o valor incontroverso do débito. 
 
§ 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser 
pago no tempo e modo contratados.” 
 
3. Audiência de Conciliação ou de Mediação – art. 334 do CPC 
 
Em regra, o juiz designa a audiência. 
 
Exceções: 
 
• Quando ambas as partes recusarem a audiência pela inicial e o réu em petição simples até 10 dias 
antes da audiência; 
 
• Quando o direito não admite a autocomposição. 
 
OBSERVAÇÃO: 
1- Designada a audiência, as partes deverão comparecer acompanhadas dos advogados, podendo se fazer 
representar com procuração com poderes para transigir. 
 
2- O não comparecimento injustificado acarreta multa de até 2% do valor da causa e ato atentatório da dignidade 
da justiça. 
 
 
 
 
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CITAÇÃO 
 
Art. 238 a 268 do CPC. 
 
Uma ação é ajuizada, e somente o autor sabe da demanda. Assim, a citação é a forma de trazer o réu, 
interessado, para o processo, a fim de que, querendo possa se defender. 
 
OBSERVAÇÃO: para a validade do processo é indispensável a citação do réu (art. 238, §único, CPC), deve ser 
efetivada no prazo de 45 dias da propositura da ação. 
 
“Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado 
ou o interessado para integrar a relação processual. 
Parágrafo único. A citação será efetivada em até 45 (quarenta e cinco) 
dias a partir da propositura da ação. (Incluído pela Lei nº 14.195, de 
2021)” 
 
A citação será realizada pessoalmente ao réu na pessoa de seu representante ou procurador legalmente 
autorizado – Art. 242, CPC. 
 
“Art. 242. A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na 
pessoa do representante legal ou do procurador do réu, do executado 
ou do interessado. 
§ 1º Na ausência do citando, a citação será feita na pessoa de seu 
mandatário, administrador, preposto ou gerente, quando a ação se 
originar de atos por eles praticados. 
§ 2º O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de 
que deixou, na localidade onde estiver situado o imóvel, procurador 
com poderes para receber citação será citado na pessoa do 
administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis, 
que será considerado habilitado para representar o locador em juízo. 
§ 3º A citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações de direito 
público será realizada perante o órgão de Advocacia Pública 
responsável por sua representação judicial.” 
 
Será efetivada em qualquer lugar que o réu se encontrar – Art. 243, CPC. 
 
“Art. 243. A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se 
encontre o réu, o executado ou o interessado. 
Parágrafo único. O militar em serviço ativo será citado na unidade em 
que estiver servindo, se não for conhecida sua residência ou nela não 
for encontrado.” 
 
 
 
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Art. 239, §1º, CPC, se o réu comparece até o processo, ele comparecendo espontaneamente ao processo, 
suprirá a falta ou nulidade de citação, fluindo a partir dessa data o prazo para apresentação de contestação. 
 
“Art. 239, § 1º, CPC. O comparecimento espontâneo do réu ou do 
executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta 
data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à 
execução.” 
 
1. Formas de Citação 
 
Oficial de justiça, meio eletrônico, correios ou edital, chefe da secretária. 
 
OBSERVAÇÃO: Atualização – A citação será feita preferencialmente, por meio eletrônico no prazo de 2 dias úteis 
contados da decisão que a determinar nos endereços indicados pelo citando no banco de dados do poder judiciário, 
a ausência de confirmação de até 3 dias úteis do recebimento implicará a citação pelo correio, oficial, chefe de 
secretaria ou edital, considera-se ato atentatório de dignidade da justiça passível de multa de 5% do valor da causa, 
deixar de confirmar o recebimento da citação eletrônica sem justa causa. 
 
Prazo para apresentação de defesa iniciará no quinto dia útil seguinte a confirmação do recebimento da 
citação eletrônica, art. 231, IX do CPC. 
 
“Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do 
começo do prazo: 
(...) 
IX - o quinto dia útil seguinte à confirmação, na forma prevista na 
mensagem de citação, do recebimento da citação realizada por meio 
eletrônico. (Incluído pela Lei nº 14.195, de 2021)” 
 
Citação por oficial de justiça: 
Caso o réu resida em condomínio ou loteamento com controle de acesso, a citação poderá ser realizada na 
pessoa do porteiro, que somente poderá recusar se declarar por escrito que o citando encontra-seausente. 
 
Caso o oficial comparecer duas vezes em dias e horários extintos no domicílio do réu e presumir ocultação, 
poderá fazer a citação por hora certa, marcando dia e horário, para retorno, podendo ser feita a quem o lhe atender 
art. 252 do CPC. 
 
“Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver 
procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, 
deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da 
família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, 
voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar. 
Parágrafo único. Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com 
controle de acesso, será válida a intimação a que se refere o caput feita 
a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de 
correspondência.” 
 
 
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RESPOSTAS DO RÉU – ART. 335 A 343, CPC 
 
As respostas do réu possuem duas modalidades: 
 
I. Contestação; 
 
II. Reconvenção. 
 
OBSERVAÇÃO: As respostas do réu estão concentradas dentro da contestação. 
 
1. Contestação 
 
É a resistência do réu aos pedidos formulados pelo autor. 
 
Preliminares: Art. 337, CPC – defesas processuais, nulidade de citação, impugnar valor, ilegitimidade de parte. 
 
Cuidado! Poderá o juiz conhecer de ofício todas a preliminares, exceto incompetência relativa e convenção de 
arbitragem, art. 337, §5º, prazo de 15 dias úteis. 
 
Três inícios de contagem do prazo de 15 dias para contestação: 
 
i. Da audiência de conciliação ou de mediação; 
 
ii. Do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação e mediação; 
 
iii. Da juntada do comprovante de citação, quando não for designada a audiência de 
conciliação e mediação. 
 
Mérito: Fatos impeditivos, modificativo ou extintivo do autor. 
 
Reconvenção: dentro da contestação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Princípios: 
 
Eventualidade – art. 336, CPC Ônus da impugnação específica 
Toda matéria de defesa deve ser alegada na 
contestação, pena de preclusão. 
 
Exceção – Art. 342, CPC, podem ser alegadas após a 
contestação. 
 
Direito superveniente; 
Ofício pelo juiz; 
Autorização legal. 
Art. 341, CPC – impugnar de forma específica os 
pedidos do autor sendo vedada defesa genérica 
 
Exceções: Curador especial, advogado dativo e 
Ministério Público. 
 
2. Reconvenção 
 
É a possibilidade do réu formular pedidos contra o autor dentro do mesmo processo, é o contra-ataque do 
réu contra o autor. 
 
Natureza jurídica de ação, nas hipóteses da extinção da ação principal a reconvenção continua por se tratar 
de ação independente. 
 
Apresentação: 
 
Se não apresentar contestação, a reconvenção poderá ser uma ação autônoma. 
 
Legitimidade: 
 
Ação do réu contra autor e poderá ter um terceiro, o réu poderá se unir a um terceiro e reconvir contra o 
autor. 
 
E contra o autor e terceiro. 
 
OBSERVAÇÃO: Revelia – A revelia, é a ausência de qualquer resposta por parte do réu. 
 
 
 
 
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DECISÃO SANEADORA E JULGAMENTO 
 
Régua Processual: 
 
Petição inicial → juízo de admissibilidade → citação (por meio eletrônico, de preferência) ---
____________________________________________________________________________________ 
--→ para Audiência de Conciliação ou de Mediação ---→ réu apresentou a defesa (contestação) --→ 
 
juiz abre o prazo para réplica (resposta do autor aos fatos alegados em contestação) prazo 15 dias -→ 
Juiz analisa se vai julgar, conforme o estado do processo (julgamento antecipado do mérito) art. 355 
 
Fase Saneadora (decisão saneadora) -----→ fase de instrução processual (provas) -------→ audiência de 
instrução de julgamento 
 
Poderá o juiz julgar antecipadamente, quando: 
 
→ Não houver necessidade de produção de provas, ele julgará o mérito; 
 
→ Quando houver revelia; 
 
→ Julgamento total de todo o mérito, profere uma sentença, que caberá apelação; 
 
→ Julgamento antecipado parcial do mérito – art. 356, CPC. 
 
“Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais 
dos pedidos formulados ou parcela deles: 
 
I - mostrar-se incontroverso; 
 
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 
355 . 
 
§ 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a 
existência de obrigação líquida ou ilíquida. 
 
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação 
reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, 
 
 
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independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa 
interposto. 
 
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a 
execução será definitiva. 
 
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente 
o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a 
requerimento da parte ou a critério do juiz. 
 
§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por 
agravo de instrumento.” 
 
O juiz pode julgar um ou mais pedidos, quando: 
 
→ Quando forem incontroversos e quando não contestados pelo réu; 
 
→ Ou tiverem condições de julgamento, art. 355, CPC. 
 
Proferida decisão interlocutória, que julgar parcialmente o mérito, caberá agravo de instrumento, nos 
termos do art. 356, § 5°, do CPC. 
 
No próximo passo, o juiz terá que decidir por meio de uma decisão saneadora ou organizadora: 
 
• Resolve as questões processuais pendentes 
 
• Preliminares (questões de fato e direito) 
 
• Determina provas 
 
• Distribui ônus da prova 
 
• Designa audiência instrução e julgamento 
 
Atenção! Realizado o saneamento do processo, as partes têm 5 dias para pedirem esclarecimentos. 
 
As partes podem, de comum acordo apresentar a delimitação consensual das questões. 
 
Se a causa apresentar complexidade, o juiz deverá designar audiência para saneamento do processo. 
 
 
 
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Instrução processual: 
 
Prova, é o meio utilizado para convencer o juiz dos fatos controvertidos e relevantes ao processo. 
 
Classificação da prova quanto ao objeto: 
 
A prova pode ser pessoal ou real. 
 
• Na prova pessoal depende de uma pessoa; 
 
• Na prova real, depende de um documento; 
 
• Na prova oral, depende de testemunha(s); 
 
• Na prova escrita redigida, depende um documento. 
 
Provas quanto ao sujeito: 
 
Em regra, o objetivo da prova, são fatos controversos e relevantes. 
 
Exceção: Existem direitos que devem ser provados: 
 
• Lei estadual, Lei municipal. 
 
Direito estrangeiro e costumeiro 
 
Exceção: Fatos que não precisam de provas: 
 
• Os notórios, de conhecimento geral – art. 374, CPC; 
 
“Art. 374. Não dependem de prova os fatos: 
 
I - notórios; 
 
II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; 
 
III - admitidos no processo como incontroversos; 
 
 
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IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de 
veracidade.” 
 
• Afirmados e não contestados pela parte contrária; 
 
• Presunção de veracidade. 
 
Ônus de prova – art. 373 do CPC: 
 
• É, em regra, do autor, para os fatos constitutivos. 
 
• É alegada pelo réu, para os fatos impeditivos, modificativos e exclusivos de seus direitos. 
 
“Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
 
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou 
extintivo do direito do autor. 
 
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa 
relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o 
encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtençãoda 
prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo 
diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que 
deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe 
foi atribuído. 
 
§ 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação 
em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou 
excessivamente difícil. 
 
§ 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por 
convenção das partes, salvo quando: 
 
I - recair sobre direito indisponível da parte; 
 
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 
 
 
 
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§ 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou 
durante o processo.” 
 
 
OBSERVAÇÃO: o juiz, tem o poder diante da facilidade ou dificuldade de uma das partes atribuir o ônus da prova 
de forma diversa. 
 
Produção antecipada de provas – art. 381, CPC: 
 
“Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em 
que: 
I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito 
difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação; 
II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a 
autocomposição ou outro meio adequado de solução de conflito; 
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o 
ajuizamento de ação. 
§ 1º O arrolamento de bens observará o disposto nesta Seção quando 
tiver por finalidade apenas a realização de documentação e não a 
prática de atos de apreensão. 
§ 2º A produção antecipada da prova é da competência do juízo do 
foro onde esta deva ser produzida ou do foro de domicílio do réu. 
§ 3º A produção antecipada da prova não previne a competência do 
juízo para a ação que venha a ser proposta. 
§ 4º O juízo estadual tem competência para produção antecipada de 
prova requerida em face da União, de entidade autárquica ou de 
empresa pública federal se, na localidade, não houver vara federal. 
§ 5º Aplica-se o disposto nesta Seção àquele que pretender justificar a 
existência de algum fato ou relação jurídica para simples documento e 
sem caráter contencioso, que exporá, em petição circunstanciada, a 
sua intenção.” 
 
Cabimento: 
 
• Quando houver receio de perda da prova; 
 
• Para viabilizar a autocomposição; 
 
• Para justificar o ajuizamento ou evitar a ação. 
 
 
 
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Ata Notarial – art. 384, CPC: 
 
Elaboração de ata por um tabelião, que atesta a existência ou não de um fato ou seu modo de existir. 
 
“Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser 
atestados ou documentados, a requerimento do interessado, 
mediante ata lavrada por tabelião. 
 
Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados 
em arquivos eletrônicos poderão constar da ata notarial.” 
 
Depoimento Pessoal – art. 385 a 397 do CPC: 
 
É a oitiva da parte, a fim de se obter uma confissão. 
 
Confissão – art. 389 a 397 do CPC: 
 
É a declaração da parte que reconhece como verdadeiro o alegado pela parte. 
 
Prova Documental – art. 405 a 441 do CPC: 
 
Pode ser um documento, fotos, contratos etc. 
 
Prova testemunhal – art. 442 a 463 do CPC: 
 
Oitiva de pessoa que não fazem parte do processo, ressalvados os impedimentos. 
 
Prova pericial – art. 464 a 480 do CPC 
 
Depende de conhecimento técnico. 
 
Inspeção Judicial – art. 481 a 484 do CPC: 
 
Exame realizado diretamente pelo juiz. 
 
Audiência de instrução e julgamento – art. 358 a 368 do CPC: 
 
Essa audiência ocorrerá quando houver a necessidade de ouvir peritos, depoimento pessoal e testemunhas. 
 
 
 
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Encerrada a instrução abre-se prazos para os debates orais, de 20 minutos e prorrogáveis por mais 10, se 
litisconsórcio 30 minutos diretos. 
 
 
 
 
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SENTENÇA – ART. 485 A 488, CPC 
 
Conceito: 
Arts. 485 e 487 + Fim Fase do 
Extingue a execução processo 
 
Espécies: 
a. Terminativa: extingue o processo sem resolução mérito (art.485) 
 
b. Definitiva: extingue o processo com resolução do mérito (art. 487) 
 
Defeitos em relação ao pedido: 
 
‘’EXTRA PETITA’’ ‘’ULTRA PETITA’’ ‘’CITRA OU INFRA PETITA’’ 
Juiz julga FORA do pedido Juiz julga ALÉM do pedido Juiz julga ABAIXO do pedido 
Sentença é NULA Sentença NÃO é nula Sentença NÃO é nula 
SANAR O VÍCIO: 
• EMBARGOS DE DECLARAÇÃO; 
• APELAÇÃO; 
• AÇÃO RESCISÓRIA. 
SANAR O VÍCIO: 
• EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
• APELAÇÃO 
• AÇÃO RESCISÓRIA EM RELAÇÃO 
A PARTE EM EXCESSO 
SANAR O VÍCIO: 
• EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
• APELAÇÃO 
 
PROPOR NOVA AÇÃO EM RELAÇÃO 
AO PEDIDO NÃO APRECIADO 
 
O JUIZ PODE CORRIGIR A PRÓPRIA SENTENÇA APÓS A PUBLICAÇÃO? EM REGRA, NÃO. 
 
Exceção: O juiz pode corrigir em: 
• Inexatidões materiais; 
 
• Erros de cálculos; 
 
• Embargos de declaração. 
 
Requisitos essenciais (art.489, CPC): 
a) Relatório – resumo do processo. 
 
b) Fundamentação – razões pelas quais o juiz acolhe ou rejeita o pedido do autor e resolve questões 
prejudiciais de mérito – art. 93, IX, CF. 
 
 
 
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c) Dispositivo – juiz decide se acolhe ou não o pedido do autor ou extingue o processo sem examiná-lo. 
Recairá a Coisa Julgada. 
COISA JULGADA 
 
Arts. 502 a 508 CPC. 
 
Função: assegurar que os efeitos decorrentes das decisões judiciais, não possam ser mais modificados, tornando-
se definitivos. A materialização da coisa julgada se dá através do trânsito em julgado. 
 
Formas: 
 
i. A coisa julgada formal: formalidades ligadas aos aspectos processuais. Recairá quando a 
sentença extinguir o processo sem resolução do mérito. Ex.: sentença terminativa. Poderá repropor a 
ação desde que seja distribuída por dependência ao juízo prevento. 
 
ii. A coisa julgada material: art. 502, CPC, diz respeito ao mérito, recairá quando a sentença 
extinguir o processo com resolução do mérito. Ex.: sentença definitiva. Não poderá ser reproposta. 
 
Limites: 
 
i. Subjetivos: a coisa julgada atingirá somente as partes litigantes, não prejudicando terceiros 
– Art. 506, CPC. 
 
ii. Objetivos: a decisão de mérito faz coisa julgada material nos limites da questão principal 
expressamente decidida, seja decisão total ou parcial. A coisa julgada atingirá o dispositivo da decisão. 
 
CUIDADO! A coisa julgada poderá recair em questão prejudicial do mérito alocada na fundamentação desde que 
preencha 3 requisitos (art. 502, § 1°, CPC). 
 
I) For objeto de contraditório prévio, efetivo e completo 
 
II) Processo tramitado perante o juízo competente 
 
III) Não tendo sido revel o réu 
 
Exemplo.: Ação de alimentos – trata-se de ação de alimentos ajuizada pelo autor versus réu. É dever do pai pagar 
alimentos, considerando que o réu é pai do autor, deverá pagar. Julgo procedente o pedido condenando o réu a 
pagamento de R$/mês. 
 
 
 
 
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LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA (ARTS. 509 A 512 CPC) 
 
Conceito: é a etapa processual utilizada quando o título judicial não determinar exatamente o valor devido na 
condenação. 
 
Modalidades: 
• Liquidação por arbitramento: é aquela que depende de um perito para se apurar ‘’quantum’’. 
• Liquidação pelo rito comum: necessita de alegar e comprovar fato novo. 
 
“Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia 
ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou 
do devedor: 
I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, 
convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da 
liquidação; 
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar 
e provar fato novo. 
§ 1º Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao 
credor é lícito promoversimultaneamente a execução daquela e, em 
autos apartados, a liquidação desta. 
§ 2º Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo 
aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da 
sentença. 
§ 3º O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à 
disposição dos interessados programa de atualização financeira. 
§ 4º Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a 
sentença que a julgou.” 
 
“Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes 
para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no 
prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, 
observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial.” 
 
“Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz 
determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou 
da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, 
apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, 
a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste 
Código.” 
 
“Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, 
processando-se em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao 
liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais 
pertinentes.” 
 
 
 
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TEORIA GERAL DOS RECURSOS 
 
Conceito: é o meio voluntário, previsto em lei, que tem por finalidade impugnar uma decisão judicial. 
 
Julgamento de recursos tem duas fases: 
 
1. Juízo de admissibilidade: fase em que se analisa os pressupostos, todos os recursos são analisados 
pelo juiz de admissibilidade. 
 
2. Juízo de mérito recursal: fase em que se analisa se o recorrente tem ou não razão. 
 
Pressuposto recursal: 
 
• Cabimento, será cabível em que a decisão for recorrível; 
 
• Adequado, decisão for adequado. 
 
Atos judiciais art. 203 e 204 do CPC: 
 
• Despacho; ato que dá andamento ao processo, não decide nada. (não cabe recurso) 
 
• Decisão interlocutória, aquela que o juiz decide durante o processo, antes da sentença. 
 
• Sentença é o conteúdo mais uma função de extinção do processo art. 203 §1º do CPC 
 
• Acordão decisão colegiada. 
 
Recursos, art. 994 do CPC: 
 
• Pressuposto legitimidade para recorrer, art. 996 do CPC 
 
As partes em tese: 
 
▪ Ministério Público (fiscal da lei); 
 
▪ Terceiro juridicamente prejudicado. 
 
• Interesse recursal 
 
▪ Tem interesse o sucumbente, quem perde a demanda ou deixa de receber algo que desejava. 
 
 
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• Tempestividade 
 
▪ Deve ser interposto no prazo legal; 
 
▪ Prazos recursais 15 dias e 5 dias úteis; 
 
▪ Em 5 dias embargos de declaração, os demais são 15 dias; 
 
▪ Prazo diferente o MP e fazenda pública, a defensoria pública, núcleos de prática jurídica, prazo em 
dobro; 
 
▪ Se a parte ou representante morrer durante o prazo recursal, interrompe o prazo recursal, art. 1004 
do CPC; 
 
• Recolhimento de Custas, tem exceção embargos de declaração e agravo em recurso 
especial e extraordinário 
 
▪ Se deixar de recolher o preparo será intimado para recolher em dobro sob pena de deserção. 
 
▪ A menos será intimado a complementar. 
 
• Causa impeditiva, antes da interposição do recurso com a renúncia ou concordância. 
 
• Após a interposição do recurso é a desistência, sem precisar de concordância da parte. 
 
1. Recurso Adesivo/Julgamento Contínuo/Apelação 
 
Recursos: Interesse em recorrer é o sucumbente, quem perdeu alguma parte na decisão, ambas as partes poderão 
recorrer. 
 
I. Recurso Adesivo – Art. 997 do CPC 
 
Não é um tipo de recurso, mas uma forma de interposição para aquele que perdeu o prazo para recorrer. 
 
Só cabe na apelação, no recurso especial e extraordinário. 
 
 
 
 
 
 
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Requisitos: 
 
• Deve haver sucumbência recíproca. 
 
• Necessidade da perda do prazo. 
 
• Outra parte recorra. 
 
O recurso adesivo é acessório do principal, só será julgado se o principal for – acessório segue o principal. 
 
II. Técnica de Julgamento continuado – Art. 942 do CPC 
 
Quando o resultado da apelação for um acordão, não unânime o julgamento terá prosseguimento com a 
presença de julgadores com a presença suficiente para reverter o resultado. 
 
• O novo acordão pode ser modificado 
 
• Pode ocorrer no acordão e na ação rescisória procedente 
 
• Agravo de instrumento reforma decisão parcial de mérito 
 
OBS.: Art. 942 §4º não haverá a técnica do continuado, na remessa necessária. 
 
III. Apelação – Art. 1009 e seguintes do CPC 
 
É o recurso cabível a partir do proferimento de uma sentença – com ou sem o julgamento do mérito. 
 
Se a decisão são extinguir o processo todo, não cabe a sentença. 
 
Também cabe apelação para a decisão interlocutória, contra a qual não caiba agravo de instrumento. Art. 
1009, §1º do CPC. 
 
Prazo: 15 dias. 
 
Efeito devolutivo e suspensivo são os efeitos da apelação, art. 1012 do CPC 
 
Exceção efeito devolutivo: A sentença que condena alimentos, sentença que decreta interdição, concede confirma 
ou revoga a tutela. 
 
 
 
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OBS.: Nestes casos é possível formular recurso autônomo de efeito suspensivo. 
 
Efeito suspensivo, é até a decisão do recurso. 
 
Interposição é para o juiz que proferiu a sentença. 
 
Relator faz o juízo de admissibilidade, pode o relator não reconhecer o recurso admissível, prejudicado ou 
que não tenha impugnado especificamente a decisão. 
 
Acordão não unanime. 
 
Cabe retratação da apelação 3 casos: 
 
• Sentença que indefere a inicial; 
 
• Sentença que profere julgamento liminar; 
 
• Sentença de extinção do processo sem resolução do mérito. 
 
Em qualquer desses casos em 5 dias a retratação deverá ser feita. 
 
2. Recursos em espécies 
 
I. Agravo de Instrumento – Art. 1015 e seguintes do CPC (prazo: 15 dias) 
 
Cabimento: decisões interlocutórias do juiz, previstas no rol taxativo do art. 1015 do CPC. 
 
OBS.: em todas as decisões interlocutórias da falência cabe agravo de instrumento, art. 189 §1º, II da Lei de Falência. 
 
Interposto perante o Tribunal; agravante deverá juntar cópias obrigatórias e facultativas, art. 1017, I e II do 
CPC. 
 
Se os autos forem eletrônicos as cópias serão dispensadas. 
 
Informar o juízo de 1º grau da interposição do agravo em 3 dias, art. 1018, §2º, CPC. 
 
Desembargador monocrático, negará e intimará a parte contraria e MP se necessário. 
 
O julgamento é feito por 3 desembargadores do tribunal. 
 
 
 
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II. Agravo Interno – Art. 1021 CPC (prazo: 15 dias) 
 
Cabimento: decisão monocrática do relator, decidiu sozinho, caberá o agravo interno. 
 
Art. 932 CPC – decisões monocráticas. 
 
OBS.: Se a decisão for manifestamente inadmissível ou improcedente por votação unanime, haverá multa de 1 a 
5% do valor da causa. 
 
III. Agravo em recurso especial ou recurso extraordinário – Art. 1042 do CPC (prazo: 15 dias) 
 
Cabimento: Decisão do desembargador presidente ou vice que nega seguimento ao RESP ou RE. 
 
Diretamente para o desembargador que julgou, juízo que fará admissibilidade, se negar seguimento. 
Caberá o agravo em RESP ou RE. 
 
Não exige preparo e permite retratação. 
 
IV. Embargos de declaração art. 1022 e seguintes do CPC (prazo: 05 dias) 
 
Atenção! O prazo para a oposição, é de 5 dias e interrompe o prazo para a interposição dos demais recursos – art. 
1023 do CPC. 
 
Cabível de qualquer decisão que contenham: 
 
→ Omissão, o julgador deixa de apreciar algum pedido. 
→ Obscuridade, ocorre quando faltar clareza, não entendeu o que foi julgado. 
→ Contradição, ocorre quando a decisão é conflitante com si mesma. 
→ Erro material, erro de dados daspartes. 
 
Não exigem preparo. 
 
Efeitos devolutivo, sendo possível o pedido de efeito suspensivo. 
 
Interposição e julgamento para o próprio órgão que proferiu a decisão. 
 
 
 
 
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OBS.1: Se a decisão dos embargos puder modificar a decisão original, o embargado será intimado para 
contrarrazões em 5 dias, art. 1023, §5º do CPC. 
 
OBS.2: Se os embargos forem considerados protelatórios será aplicada uma multa no valor correspondente a 2% 
valor da causa, se forem reiterados o valor da multa será até 10% de qualquer outro recurso – Art. 1026 do CPC. 
 
Cabem embargos para mero prequestionamento da matéria, art. 1025 do CPC. 
 
V. Recurso Extraordinário e Recurso Especial 
 
Art. 102, III e 105, III da CF e art. 1029 do CPC. 
 
Cabimento dos dois recursos: 
 
RESP – Cabível contra acordão de tribunal que viole uma lei federal, de única e última instância. 
 
Não cabe contra acordão de JEC súmula 203, STJ. 
 
RE – Qualquer acordão de única ou de última instância que viole a CF. 
 
Matérias de recurso: 
 
RESP – Violação Lei federal 
 
RE – Violação da Constituição Federal 
 
Prazo 15 dias 
 
Procedimento dos recursos 
 
Quem faz o juízo de admissibilidade, Desembargador Presidente ou Vice que proferiu o acordão art. 1.030 
do CPC. 
 
OBS.: Impossibilidade de reexame de fatos e provas. Súmula 7, STJ e 279 do STF. 
 
Prequestionamento da matéria em ambos os recursos, a matéria deve ter sido analisada anteriormente. 
 
Relevância geral, para a discussão para o Recurso Especial – Art. 105 §2º e 3º da CF. 
 
 
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Repercussão geral, só serve para o recurso Extraordinário, relevância da matéria, do ponto de vista social, 
econômico e político, art. 1.035 do CPC. 
 
2/3 dos Ministros para ser derrubada. 
 
Se negar seguimento, caberá Agravo em recurso RESP e RE. 
 
Julgamento: art. 1032 e 1033 do CPC; 
 
RESP: STJ; 
 
RE: STF; 
 
VI. Recurso Ordinário Constitucional (ROC) 
 
O Recurso Ordinário Constitucional visa a obter o reexame das decisões que são de competência originaria 
dos Tribunais. Assim, como não há apelação para esses casos, caberá o recurso ordinário constitucional. 
 
Por isso, ele será muito parecido com a apelação. Inclusive, o art. 1.028, caput, do CPC, dispõe serem 
aplicáveis, no que for possível e quanto aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento, as disposições 
referentes a apelação. 
 
Prazo: 15 dias a contar da prolação da decisão impugnada. 
 
Partes: recorrente e recorrido. 
 
Em regra, o recurso ordinário constitucional terá os efeitos devolutivo e suspensivo. 
 
O recurso deverá ser interposto em duas vias, ao presidente do Tribunal que proferiu a decisão, com a sua 
remessa para o STF ou o STJ, a depender da decisão impugnada. 
 
VII. Embargos de Divergência 
 
É o recurso que tem por finalidade evitar divergência de entendimento dentro do STF ou STJ. 
 
Cabimento: Acordão divergente no STF ou STJ. 
 
• STF tem 2 Turmas de 5 ministros e o Plenário de 11 ministros. 
 
 
 
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• STJ tem 6 Turmas de 5 ministros. Cada 2 Turmas formam uma Seção. 
 
Fundamento legal: art. 1.043, CPC. 
 
Prazo: 15 (quinze) dias. 
 
Partes: Embargante e Embargado. 
 
Efeitos: devolutivo e suspensivo 
 
Forma: (1 peça) 
 
• Interposição: Ministro Presidente do STJ ou STF. 
 
• Julgamento: STJ ou STF. 
 
VIII. Recurso Inominado 
 
Cabimento: contra sentença proferida no Juizado Especial (art. 41 da Lei no 9.099/1995), isto e, ato do juiz que tem 
como fundamento os arts. 485 e 487, e põe fim a fase de conhecimento do procedimento comum, bem como 
extingue a execução. 
 
Fundamento legal: arts. 41 e ss. da Lei no 9.099/1995. 
 
Prazo: 10 (dez) dias uteis (arts. 42, caput, e 12-A da Lei no 9.099/1995). 
 
Partes: Recorrente e Recorrido. 
 
Efeitos: em regra terá somente o efeito devolutivo. Pode o juiz conceder o efeito suspensivo para evitar dano 
irreparável para a parte (art. 43 da Lei no 9.099/1995). 
 
Forma: (2 peças) 
 
• Interposição: Juiz sentenciante – Importante destacar que o entendimento e o de que o juiz 
faz o juízo de admissibilidade 
 
• Julgamento: Turma Recursal, composta por três juízes (orgão de segunda instância do JEC) 
 
 
 
 
 
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TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO 
 
Processo de conhecimento: tem por objetivo, obter uma decisão para reconhecer o direito. 
 
Processo de Execução: satisfazer o direito representado por um título executivo. 
 
Teoria geral da execução art. 513 a 538 e 771 a 925 do CPC. 
 
Execução é a atividade que visa satisfazer o credor representado por um título executivo judicial previsto 
no rol do art. 515 do CPC ou extrajudicial art. 784 do CPC. 
 
Precisa preencher os seguintes requisitos: obrigação certa, exigível e líquida art. 786 do CPC. 
 
Formas processual, processo autônomo: título executivo extrajudicial. 
IMPORTANTE: houve alteração recente no artigo 784 do CPC, em decorrência da Lei n° 14.620/23. Trata-se da 
possibilidade de assinatura eletrônica nos títulos executivos, a saber: 
 
Art. 784, § 4º Nos títulos executivos constituídos ou atestados por 
meio eletrônico, é admitida qualquer modalidade de assinatura 
eletrônica prevista em lei, dispensada a assinatura de testemunhas 
quando sua integridade for conferida por provedor de assinatura. 
(Incluído pela Lei nº 14.620, de 2023) 
 
Forma processual para título judicial: dentro do processo 1ª fase de conhecimento e 2ª fase o cumprimento da 
execução, esta é a regra. 
 
Exceção: Como um processo autônomo, poderá ocorrer nas seguintes hipóteses: Sentença Penal, Sentença Arbitral 
e Sentença Estrangeira. 
 
Isso ocorrerá tendo em vista que os títulos previstos nos incisos VI a XI do art. 515 do CPC, são formados 
fora do juízo civil. 
 
I. Espécies de Execução: 
 
a) Execução Específicas: Obrigações: Fazer, não fazer e entrega de coisa, obrigações 
especificas. 
 
O juiz decidirá que o devedor cumpra medidas para sua efetivação, fungível podendo ser cumprido por 
terceiro e infungível pelo devedor, se o devedor não cumprir, será revertida em perdas e danos, e segue a execução 
de pagar quantia. 
 
 
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Poderá acarretar litigância de má fé e crime de desobediência – art. 536 §3º do CPC. 
 
b) Obrigação de Pagar alimentos 
 
Art. 528 e 911 do CPC – diz respeito ao débito, até as últimas 3 parcelas. 
 
O juiz determinará a citação ou a intimação pessoalmente, do executado, para que no prazo de 3 dias pague 
a dívida, comprove o pagamento, justifique a impossibilidade de pagamento, sob pena de prisão civil e protesto. 
 
Regime fechado de 1 a 3 meses. 
 
c) Pagar quantia certa 
 
Se o título for judicial: cumprimento de sentença. 
 
Se o título for extrajudicial: execução por quantia certa. 
 
Visão geral do cumprimento de sentença de pagar quantia: 
 
• Exequente dá seguimento por simples petição, no valor atual do débito e indicação à 
penhora. 
 
• Juiz intima para pagamento, no prazo de 15 dias, sob pena de 10% honorários e 10% de 
multa. 
 
• Se pagar parcelado, índice em multa de honorários de 10% sob o saldo remanescente. 
 
• Findo do prazo para pagamento voluntário, não pagou renova automaticamente o prazo 
de 15 dias. 
 
• Para apresentar a impugnar. 
 
• E a penhora poderá ser solicitada. 
 
 
• A decisão do juiz é interlocutória e caberá o Agravo de instrumento art. 1015 do CPC. 
 
• E extinguindo a 2ª fase caberá a apelação. 
 
 
 
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OBS.: Nas hipóteses das sentenças criminal, arbitral e estrangeira, não existiu a fase de conhecimento prévio do 
juízo civil,

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