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Pontifica Universidade Católica de Goiás – PUC GO
 Igor Castilho Delgado
Macroeconomia II
Atividade: Analisar os impactos das políticas econômicas adotadas a partir da pandemia no PIB.
A pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus tem sido responsável por impactos importantes e deverá ter efeitos duradouros no desenvolvimento econômico e social. Quedas inéditas na produção e no emprego vêm sendo acompanhadas, muitas vezes, de políticas extraordinárias de sustentação do sistema financeiro, de empresas, do emprego e da renda.
A Organização Mundial da Saúde registrava, em 31/10/2020, 45,4 milhões de casos confirmados em 219 países, áreas ou territórios, e 1,1 milhão de mortes no mundo. No Brasil, pelos dados da entidade, eram 5,4 milhões de casos confirmados e 158,9 mil mortes.
Diferentemente de outras grandes crises econômicas mundiais, como a grande crise financeira de 2008 a 2009, aparentemente há um elemento exógeno que está na questão de saúde. No entanto, diversos problemas sociais e econômicos contribuem para que esta crise tenha impactos profundos e duradouros.
A política econômica e a atuação do Estado têm-se tornado imprescindíveis nesse contexto. São aspectos centrais da discussão atual a necessidade de utilizar políticas para sustentação do nível de atividade econômica, a renda e o emprego, assim como enfrentar a piora na desigualdade, junto com o retorno ou a intensificação do planejamento para o desenvolvimento econômico e social.
As políticas adotadas trazem instrumentos variados de proteção social, planejamento e estímulos monetários e produtivos, além do campo estrito da saúde pública. O acompanhamento de medidas vem sendo realizado por diversos países e organizações internacionais e de pesquisa, buscando lançar luz sobre as práticas e as melhores ações para os diversos desafios colocados.
O caso brasileiro traz diversos exemplos de medidas e está associado a diferentes interpretações sobre como tratar a emergência de saúde pública, a política econômica e o desenvolvimento econômico e social. O mundo, inclusive o Brasil, parece necessitar da continuidade das medidas de estímulo e de maior planejamento estatal para a retomada das economias.
Diversas autoridades ou dirigentes de organismos internacionais compararam a pandemia atual com uma guerra a combater e prometeram fazer tudo o que fosse necessário para enfrentar a crise sanitária, econômica e social advinda da disseminação do novo coronavírus. Não raro foi mencionada a necessidade de recuperar as economias por meio de um New Deal ou, como defendido pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento (OCDE), um novo Plano Marshall.
Foram observados choques do lado da oferta e da demanda pelo mundo. Políticas de contenção da doença paralisaram diversas atividades, especialmente em serviços, como hotelaria, alimentação, turismo e entretenimento, que não serão compensados posteriormente. Outras atividades, como a indústria, sofreram menos com paralisações e chegaram a aumentar produção e vendas, como equipamentos médicos e medicamentos, além de ramos do comércio, entre os quais supermercados e farmácias.
Problemas maiores do lado da demanda foram evidenciados, com a escalada sem precedentes na incerteza, a forte queda no investimento e na renda e a redução do consumo. Perdas no consumo de bens e serviços, por medo do contágio, tiveram efeitos negativos sobre a expectativa de demanda efetiva. A diminuição do investimento privado em razão da incerteza foi especialmente pior em economias que já operavam com significativa capacidade ociosa. Somam-se a esses efeitos as restrições finan- ceiras decorrentes do aumento da preferência pela liquidez dos bancos.
Estudos sobre efeitos de pandemias evidenciam que as políticas de saúde e de contenção da doença, como confinamento, paralisação de atividades e isolamento social, não determinam isoladamente a queda na atividade econômica. Esse abalo decorre dos problemas mencionados, especialmente do lado da demanda, enfraquecendo o argumento de que há oposição entre saúde e economia. No caso dos EUA, durante a atual pandemia, por exemplo, Lin et al. (2020) evidenciaram que a perda de empregos não foi maior em estados que realizaram políticas de confina- mento.
Avaliação recente do FMI (2020c) encontra evidências de que a retirada prematura das medidas de confinamento (lockdown), as quais reduzem as infecções, não melhora efetivamente a situação econômica, uma vez que a incerteza leva as pessoas a continuarem em isolamento voluntário, sendo necessário conter os riscos de saúde para que haja retomada concreta da economia.
Quando os impactos da pandemia começaram a ser sentidos mais fortemente a partir da metade de março, a economia brasileira já vinha em trajetória de estagnação do nível de atividade, desemprego elevado e fragilização do mercado de trabalho, da indústria e do investimento. Nesta seção são tratados impactos sobre o nível de atividade e setores, o mercado de trabalho e transações internacionais, crédito e finanças públicas. Após crescimento médio do PIB de 4,0% em 2003-2013, desaceleração em 2014 (0,5%) e forte recessão em 2015 e 2016, com quedas, respectivamente, de 3,5% e de 3,3% em 2016, foram verificadas taxas de crescimento reduzidas, segundo dados do IBGE. O ano de 2019 havia mostrado crescimento de 1,1%, revelando desaceleração frente às variações de 1,3% em 2017 e em 2018, e estava em nível 3,1% abaixo daquele observado em 2014.
A resposta brasileira à Covid-19 também incluiu medidas em diversas áreas. A maior parte do impacto fiscal, no âmbito dos gastos federais, tem sido direcionado para ações referentes aos impactos econômicos e sociais da pandemia no Brasil. A definição de políticas públicas esteve muito associada à produção legislativa, que contou com número proporcionalmente elevado e importante participação de Proposições de iniciativa parlamentar8.
Nesta seção são apresentados elementos da evolução das ações de política econômica e social, do arcabouço institucional criado e de algumas políticas destacadas, para o mercado de trabalho e renda e para o crédito, além de outros programas relevantes e da discussão atual sobre consolidação fiscal e reformas.
No Brasil, parece ter havido uma primeira resposta da área econômica em que foram subestimados os efeitos da pandemia. Em entrevista veiculada em 13/03/2020, o ministro da Economia chegou a comentar que com “3 bilhões, 4 bilhões ou 5 bilhões de reais a gente aniquila o coronavírus”9. Adicionalmente, foi afirmado que “sem espaço fiscal não dá”. “Se promovermos as reformas, abriremos espaço para um ataque direto ao coronavírus”. O ministro ainda asseverou que, feitas as reformas, o Brasil poderia crescer 2% em 2020. Dessa maneira, a atuação do Estado poderia ser pequena e, de todo modo, estaria limitada à necessidade de ser liberado espaço fiscal, por meio de reformas.
O mundo não parece ter-se preparado para a pandemia atual, nem to- das as respostas foram a contento até agora, destaca relatório de setembro deste ano do GPMB (2020). Insuficiência de investimentos para prevenção, desigualdades e problemas de coordenação em nível internacional e nacional, inclusive com a politização da pandemia, são ressaltados como dificuldades. Além disso, os efeitos duradouros e as perdas verificadas no desenvolvimento humano constituem problemas para o futuro.
No caso brasileiro, apesar do elevado volume de gastos na comparação internacional, diversas análises apontam desempenho ruim no enfrenta- mento da emergência de saúde pública, algumas ações sendo considera- das tardias e descoordenadas, especialmente entre as esferas federativas, além de ter havido subestimação dos efeitos da pandemia sobre a saúde, a economia e a sociedade no país.
Referencias:
https://corecondf.org.br/caderno-no-004-2021-politicas-economicas-no-enfrentamento-da-crise-provocada-pela-pandemia-de-covid-19/?doing_wp_cron=1655947402.4470300674438476562500#:~:text=S%C3%A3o%20aspectos%20centrais%20da%20discuss%C3%A3o,o%20desenvolvimento%20econ%C3%B4mico%20e%20social.

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