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A história e importância da antiga Rádio (1)

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A história e importância da antiga Rádio-Patrulha da Polícia Militar
Publicado em 05/02/2019
Por Alex Mesmer
A velha rádio-patrulha não era tão veloz; mas nenhum meliante, ainda que ágil, escapava à sua guarnição. Não era tão espaçosa; mas dezenas de crianças vieram ao mundo em seu estreito banco traseiro. Não era tão possante; mas retirou bois de piscinas, vítimas ilhadas de enchentes, motociclistas de precipícios, carros possantes e majestosos de fétidos atoleiros.
Não era sofisticada; mas rodava no asfalto e na lama, na pedra ou na água, na areia, e chegou mesmo a cruzar pontes trepidantes, sobre as quais nenhum outro veículo se arriscaria a passar. E como era frágil de aparência… a rádio-patrulha não parecia um cavalo fogoso, um tigre ou uma águia, era mais parecida com um besouro, de que, aliás, imitou a técnica de parecer inviável, mas de dar certo; pois resistia às balas, ao serviço ininterrupto.
Às mudanças abruptas de temperatura e a manutenção insuficiente, e, modesta, só exigia em troca combustível para rodar. Seu rádio era tosco, mas acionava todo um povo nas calamidades. Não poderia ser classificada como bonita ou nobre, mas escoltou com dignidade rainhas e presidentes.
Não era tão confortável, mas serviu de hábitat, dia e noite, sob chuva ou sob sol, as gerações de patrulheiros que com ela se pareciam. Pois atletas, isso não eram, mas não se tem notícia de que perdessem uma corrida, na maratona de perseguir um assaltante.
Não eram pilotos festejados, mas eram inigualáveis, rápidos e seguros na babel do trânsito da cidade, socorrendo uma vítima ao hospital distante.
Não eram heróis de quadrinho, e seu cinto, singelo como o de um franciscano, não possuía artifícios ou mil e uma utilidades, mas salvaram pessoas de carne e osso, deram conselhos, reconciliaram casais, sorriram e se emocionaram, impediram crimes e orientaram crianças, fizeram amigos e batizaram legiões de recém nascidos.
E algumas vezes, morreram. Longe de casa, olhando para o teto da rádio-patrulha e para as estrelas cintilantes muito além, seus rostos banhados pela luz intermitente, vermelha, que piscava, nos braços de seu companheiro de guarnição.
Humildes e discretos, poucos os apontavam, reverentes, pelas ruas, mas os criminosos os odiavam e temiam. E os cidadãos de bem, que um dia deles precisaram, os veneravam.
Ninguém fez Polícia como eles; ninguém era tão versátil como eles; e ninguém viveu mais intensamente do que eles.
A eles, a Polícia Militar de nossos dias deve sua personalidade, sua autoridade, o respeito que a sociedade lhe devota. E o que sabe – e sabe muito – sobre como fazer Polícia.
Policiamento ostensivo preventivo executado em viatura policial de quatro rodas, composta por pelo menos dois policiais, equipados com armamento e rádio de comunicação interligado a uma central de atendimento ao público e despacho para atendimento a solicitações e denúncias.
Histórico 
A então companhia de vigilância de radio patrulha de policia militar de Pernambuco foi a primeira OPM do Brasil criada com características de serviço de radio patrulha em 25 de agosto de 1951, conforme Souza (2014,p.10). Dotada de veículos equipados com radio transmissores, teve como um dos principais responsáveis pela sua criação o então Cel. Do EB Roberto Pessoa, também conhecido por ser primeiro pára-quedista militar do Brasil. 
Em 1974, a companhia de vigilância passou a denominar- se batalhão de policia de radiopatrulha- BPRp, sendo ate hoje uma das mais tradicionais Unidades da PMPE. Conforme Aldo Pereira de Souza retrata, a missão desta nobre OPM “visa o caráter preventivo e repressivo contra ação delituosas, atendendo ocorrências, em especial às que o policiamento comum não teria condições de fazê-la”.
O Batalhão Rondas Ostensiva Tobias de Aguiar (ROTA) da PMESP recebe relevante destaque na modalidade de policiamento de radio patrulha. Entretanto, somente a partir do ano de 1970, por ocasião dos enfretamentos a grupos de guerrilha Rural como a Vanguarda Popular Revolucionaria atuante no vale do ribeira bem como o desmantelamento de seus centros, que eram liderados por guerrilheiros como Carlos Laamarca e Yoshitane Fujimori, a ROTA adquiriu o formato atual pautado na mobilidade e eficácia, aos moldes do Rádio Patrulhamento.

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