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Políticas de Segurança Pública e Prevenção

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Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professor: Luis Filipe Chateaubriand
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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Este documento apresentará aspectos elementares do Fun-
cionamento da Segurança Pública, articulando-os com os conceitos 
de Gestão, de metodologia e de cidadania. Primeiramente, serão 
apresentadas noções de Administração, partindo-se do princípio que 
a Gestão é elemento eficaz para que a Segurança Pública seja me-
lhor desenvolvida. Mostrar-se-ão noções de Administração que, em 
geral, podem ser úteis para o desenvolvimento da Segurança Pública 
nos seus diversos, passando desde conceitos elementares até fer-
ramentas mais complexas, como a Gestão da Qualidade e a Gestão 
Estratégica. Em seguida, caberá discutir-se metodologias que possam 
ser úteis no desenvolvimento da Segurança Pública. Então, uma vas-
ta coleção de conhecimentos será apresentada, desde métodos do 
pensamento, inteligência policial, metodologia da pesquisa, sistemas 
da informação e racionalidade do processo decisório. Por fim, serão 
apresentadas as relações entre Segurança Pública e cidadania, enfa-
tizando que os mecanismos de segurança devem existir exatamente 
para servir aos cidadãos, e as formas como isso pode e deve aconte-
cer. O documento será escrito em linguagem linear, porém pontificado 
de exemplos, afirmações, conhecimentos adicionais, constatações, 
curiosidades, fatos importantes, dicas de leituras e filmes, afirmações 
e outros instrumentos. Pretende-se que, ao final da leitura deste do-
cumento, o leitor tenha não só plena compreensão de que gestão, 
metodologia e cidadania são elementos essenciais para a construção 
da boa Segurança Pública, como que os três conceitos devem se in-
tegrar e interagir para que haja êxito na empreitada, pois a Segurança 
Pública do Brasil está bastante carente de implementos.
Administração. Qualidade. Estratégia. Cidadania. Direitos Humanos.
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 CAPÍTULO 01
MODELOS DE GESTÃO E SEGURANÇA PÚBLICA
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
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Segurança Pública _____________________________________________
Investimentos na Segurança Pública ___________________________
Administração __________________________________________________
 CAPÍTULO 02
METODOLOGIAS DE PROMOÇÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA
Segurança Pública: Possibilidades e Problemas _________________ 48
42Recapitulando ________________________________________________
Sistemas de Informação ________________________________________ 65
22Gestão da Qualidade ___________________________________________
59
Levantamentos, Diagnósticos e Pesquisas na Área de Segurança 
Pública ________________________________________________________
Processo Decisório _____________________________________________ 69
28Gestão Contemporânea _________________________________________
36Gestão Estratégica e Investigação Criminal _____________________
Recapitulando _________________________________________________ 73
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Defesa Social ____________________________________________________ 78
Raízes da Violência ______________________________________________ 81
Trabalho Integrado e Interatividade em Segurança Pública ______ 84
 CAPÍTULO 03
A SEGURANÇA PÚBLICA VOLTADA PARA A CIDADANIA
Controle Democrático Interno e Externo Institucional em Segu-
rança Pública ___________________________________________________ 88
O Papel dos Direitos Humanos em uma Política de Segurança Pú-
blica ____________________________________________________________ 93
Recapitulando __________________________________________________98
Fechando a Unidade ____________________________________________ 104
Considerações Finais ____________________________________________ 107
Referências _____________________________________________________ 108
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A Segurança Pública tem sido, por décadas, um problema cen-
tral na sociedade brasileira, resultado, possivelmente, da péssima dis-
tribuição de renda do país. 
Os ricos tentam se defender da insegurança morando em condo-
mínios fechados e providos de segurança privada, a classe média se pro-
tege da insegurança com cuidados que os indivíduos adotam no dia a dia, 
e os pobres têm poucos instrumentos para se protegerem da insegurança.
E, assim, todos os extratos sociais confiam pouco nas instituições de 
segurança, nos agentes de Segurança Pública, o que precisa ser modificado.
Dentro deste contexto, é fácil constatar que o cidadão não con-
fia na Segurança Pública, tal qual nos é apresentada. 
Dentro deste paradigma, é importante ter consciência de que 
as instituições que fazem parte do universo da Segurança Pública de-
vem melhorar o seu padrão de Gestão, porque isso fará com que estas 
tenham um melhor padrão de desempenho, podendo atender de forma 
mais apropriada aos anseios da sociedade.
Nesse sentido, é necessário inserir a Administração no cotidia-
no das organizações de Segurança Pública.
No primeiro capítulo, será demonstrado, portanto, que a Ges-
tão deve ser praticadas em órgão de Segurança Pública. 
Serão discutidos, nesse momento, conceitos como os fundamen-
tais sobre Segurança Pública, os gerais sobre Administração, Gestão da 
Qualidade, Gestão Estratégica e os impactos desta na investigação criminal.
No segundo capítulo, terá espaço o debate sobre quais são os 
métodos apropriados para se promover a Segurança Pública na sociedade.
Serão discutidos, então, temas como possibilidades e pro-
blemas na Segurança Pública, quais os investimentos que são neces-
sários, como se fazem pesquisas na área, qual é a contribuição dos 
sistemas de informação e nos métodos de processo decisório para o 
desenvolvimento da Segurança da Informação.
No terceiro capítulo, terá espaço o debate sobre como a Se-
gurança Pública deve estar a serviço da cidadania, ou seja, como essa 
deve proteger o cidadão contribuinte.
Serão discutidos, assim, temas como a Segurança Pública 
pode contribuir para a defesa social, se entender as raízes da violência 
da sociedade, como a promoção da Segurança Pública é resultado de 
um trabalho integrado, como deve haver controle das instituições de Se-
gurança Pública e como os direitos humanos desempenham um papel 
fundamental em uma política de Segurança Pública.
Mostra-se, precipuamente, que trazer a Gestão para o univer-
so da Segurança Pública é, além de tudo, uma demanda constitucional.
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No primeiro capítulo deste documento, busca-se elucidar que a 
utilização de instrumentos de Gestão propicia melhorias para o funcio-
namento de órgãos de Segurança Pública.
Inicialmente, a apresentação será sobre Segurança Pública 
em si, sobre a legislação pertinente, sobre a autoridade policial, sobre o 
sistema prisional, sobre as atividades punitivas, dentre outros.
Depois, serão mostrados instrumentos de Gestão, será expli-
cado o que é administrar, quais são os órgãos de uma organização a 
serem administrados, como se deve administrar, dentre outros.
Em seguida, mostra-se instrumentos de Gestão da Qualidade, 
quais são, como funcionam, quais os benefícios que propiciam para 
órgãos de Segurança Pública.
Logo depois, mostra-se a Gestão Contemporânea e seus valio-
sos instrumentos contributivos para a Segurança Pública.
A GESTÃO NA SEGURANÇA
PÚBLICA
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Então, retornando à Segurança Pública em si, comenta-se a 
Gestão Estratégica em investigações criminais.
A diretriz é mostrar, o tempo todo, que boa gestão significa 
melhor desempenho do órgão de Segurança Pública.
SEGURANÇA PÚBLICA
Não é de hoje que a Segurança Pública é objeto de preocupa-
ção do cidadão brasileiro, afinal, a criminalidade crescente é fato desde 
os anos 1970.
Vá ao Youtube e acompanhe o sequestro do empresário Abí-
lio Diniz, em 1989: https://www.youtube.com/watch?v=upUsYvwzSxM
Neste contexto, a atividade policial precisa ser discutida, pois 
os policiais devem ser representantes dos cidadãos, para exercerem 
uma política pública de segurança.
Em outros termos, policial só deve bater em bandido ou matar 
bandido em último caso, sua obrigação é detê-lo, não denegrir sua in-
tegridade.
Assim, policiais não devem ser truculentos, violentos, despre-
parados, devem, antes de tudo, ser treinados.
Sobre os órgãos policiais, tudo parece meio velho, apesar de 
novo, como se pode constatar abaixo:
Antigos planejamentos rudimentares (ou simplesmente a ausência de pla-
nos) que se sustentavam unicamente na opção de aquisição de viaturas e 
armas, infelizmente foram transformados em novos e ineficientes planeja-
mentos que visam à aquisição de viaturas, armas e computadores, sendo 
que, mais recentemente, nos últimos 05 (cinco) anos acrescentou-se a esse 
discurso a falsa ideia de “atividade de inteligência policial” como se isso fosse 
o verdadeiro remédio mágico para as frequentes e gradativas “ondas de vio-
lência” a que são submetidos os cidadãos, vítimas de latrocínios, sequestros, 
homicídios, dentre tantos delitos diários que apurados por procedimentos e 
técnicas ultrapassadas, amargam baixos índices de condenação e não sur-
tem o efeito desejado no combate à criminalidade, transformando o convívio 
coletivo em árdua rotina (MALAQUIAS, 2019, p. 310)
Como se vê, a autoridade policial não é, definitivamente, bem 
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vista pela sociedade.
O autor Roberto Antônio Darós Malaquias não é contra o 
conceito de inteligência policial – esclarece que este já era utiliza-
do na Roma Antiga – apenas condena o fato de se utilizar a termi-
nologia, sem fazê-la na prática. 
Ainda segundo Malaquias:
A atividade de polícia deve ser baseada em “padrões de ação” eleitos pela 
comunidade, orientando-se pelos seguintes princípios: dignidade da pessoa 
humana, legalidade, profissionalismo, eficiência do serviço público, utilização 
limitada da força, moralidade, imparcialidade, participação comunitária, flexi-
bilidade estratégica, transparência, e responsabilidade, interdisciplinaridade, 
pluralismo organizacional descentralização estrutural, e separação de pode-
res (MALAQUIAS, 2019, p. 312)
Uma das faces com as quais a Segurança Pública no Brasil 
deve-se defrontar é a violência, que campeia de Norte a Sul, de Leste a 
Oeste, há tempos duradouros e lamentáveis.
O professor Sérgio Adorno fala sobre as raízes da violên-
cia no Brasil, no YouTube https://www.youtube.com/watch?v=xu-
z1sv5nFT0.
Outra das faces com as quais a Segurança Pública no Brasil 
deve-se confrontar é com a corrupção, que retira dos cidadãos o direito 
à igualdade perante a lei.
O professor Leandro Karnal mostra que a corrução é gene-
ralizada no Brasil, no YouTube https://www.youtube.com/watch?-
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v=Jv6F1tJ-8C4.
Dentro do aparato da Segurança Pública, tristemente se obser-
va que os presídios são objeto de práticas lamentáveis, como rebeliões 
e motins e disputas entre quadrilhas e facções, que envergonham e 
ameaçam a sociedade.É necessária uma mudança de mentalidade, com o abandono 
da ideia do “combate ao indivíduo criminoso” pela adoção e percepção 
do “controle dos atos criminosos” (MALAQUIAS, 2019, 315).
Também se observa uma crescente onda de crimes ciber-
néticos aparecendo de forma avassaladora na sociedade brasilei-
ra, o que merece atenção das autoridades de Segurança Pública. 
É essencial que, em crimes ou delitos, a identificação de auto-
ria seja precisa, que haja uma correta identificação do infrator e exata 
delimitação da conduta infracional.
E a sansão penal terá que ser consequência óbvia do fato de que 
é preciso haver identificação exata do criminoso, sob pena de erro penal.
A boa técnica de investigação criminal é princípio basal de jul-
gamentos fundamentados e de veredictos precisos.
Faz parte, ainda de um processo jurídico hígido, o princípio do 
contraditório, em que as partes litigantes têm direito de apresentarem os 
seus argumentos de forma aberta, clara e transparente.
No entanto, é de se notar que o Brasil carece, contudo, de uma 
verdadeira política de Segurança Pública:
É possível notar que a falta de um robusto arcabouço jurídico decorre da 
própria estrutura deficiente e ausência de uma política criminal que possa 
dar fundamento adequado à área de segurança pública. A principal diretriz 
emanada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública – MJSP, contém o 
Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania – PRONASCI, que 
nunca foi completamente implementado por falta de vontade política e tem se 
transformado, gradativamente, em planejamento descritivo de mera intenção 
inócua (MALAQUIAS, 2019, p. 323)
Sobre o sistema penitenciário brasileiro, trata-se de uma tragédia 
anunciada, relatada e demonstrada pelos fatos, perante índices de aprisio-
namento indecentes e condições de vida dos aprisionados indignas.
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É de imaginar que o potencial criminoso pensaria mil vezes 
antes de cometer o delito, soubesse ele das condições desumanas que 
pode vir a encontrar em presídios de estrutura absolutamente medieval, 
onde será objeto de maus tratos os mais diversos.
Reportagem do Jornal O Globo mostra os números assus-
tadores da superlotação carcerária no Rio de Janeiro no Youtube, 
texto “A Superlotação dos Presídios / Violência Encarcerada”: ht-
tps://www.youtube.com/watch?v=W0YjKTKQMgQ.
É fácil constatar, assim, que o presidiário não é simplesmente 
alguém que foi privado de sua liberdade para ser punido por um crime, 
mas, sim, foi transformado em um pária, em um animal, em um selva-
gem, em um exilado, em um inumano.
E é aí que transparece a pior face do sistema de Segurança Pú-
blica, que deixa de ser a cerceadora de liberdade de condenados, e passa 
a ser a verduga desses, com a desumanidade se contrapondo à justiça.
O discurso de que o sistema está falido é comodista e derrotis-
ta – se está falido, não se precisa reformar, reconhece-se que é assim 
e deixa como está.
Bem ao contrário, o sistema precisa ser reformado e, mais do que 
isso, preciso ser reformado de forma ampla, desde o espaço físico, até ao 
tratamento dado ao encarcerado, passando pelas ações condenatórias.
É tristemente interessante constatar que há extratos sociais 
que pregam revanchismo social contra os condenados, ao invés de tra-
tá-los como seres humanos, um contra senso, conforme abaixo:
Essa complexa e cruel constatação é facilmente absorvida pela sociedade 
ignorante e desinformada da realidade fática e das origens do fenômeno 
criminológico e, assim, aceita e também dissemina ideologias revanchistas 
contra os indivíduos criminosos, incutindo na mentalidade popular que as 
agruras e crueldade do cárcere fazem parte da própria pena, deixando claro 
que o problema penitenciário é desmerecedor de qualquer atenção, ficando 
fácil compor e pacificar a consciência do cidadão acrítico que aceita a ideia 
de as pessoas infratoras não são humanas, transformando esse assunto em 
pauta proibida e indesejada (MALAQUIAS, 2019, p. 328)
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O colapso do sistema penitenciário brasileiro é muito gra-
ve, haja vista que o número de detentos é muito superior à capa-
cidade de vagas dos presídios, gerando superlotações, ao fato de 
que os encarcerados não são separados por tipos de penas come-
tidas, o que potencialmente aumenta a periculosidade de detentos 
condenados por penas leves, e a total omissão das autoridades 
competentes quanto a facções rivais que se enfrentam nos presí-
dios em busca de poder – tudo isso acarretando o caos carcerário.
Também, chama atenção o fato das unidades carcerárias não 
serem antigas, mas, sim, mal projetadas, de não haver farmácias e con-
sultórios adequados, de não se tratarem as presentes doenças mentais, 
de não se estimular o estudo e o trabalho prisional.
Definitivamente, boa gestão é bem vinda na Segurança Pública!
O filme “Carandiru” mostra muito bem o caos carcerário, 
em seus diversos primas, baseado em uma história real.
ADMINISTRAÇÃO
A administração, ou gestão, não é algo que seja praticado des-
de os dias atuais, pois, desde a Antiguidade, ela é executada.
Mas, vista do ponto científico, pensa-se a Administração des-
de 1911, quando Frederick Winslow Taylor lançou o livro “Princípios de 
Administração Científica”, inaugurando oficialmente esta área do saber.
Percebe-se que a importância da administração cresce a 
cada dia, pois esta existe para atender às necessidades humanas 
e, como estas são cada vez maiores e mais complexas, cada vez 
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mais demandam a administração ou a gestão.
Administrar é uma atividade composta de quatro atos cíclicos: 
planejar, organizar, dirigir e controlar.
O ato de planejar diz respeito a traçar objetivo detalhadamente, 
assim como meios detalhados de atingi-los ao longo do tempo.
O ato de organizar diz respeito à forma de alocar recursos, 
sejam materiais, sejam financeiros, sejam humanos, de acordo com o 
planejamento.
O ato de dirigir dizer respeito à forma que se propagar lideran-
ça e motivação aos colaboradores, coerentemente com o planejamento 
e a organização.
O ato de controlar é verificar resultados e compará-los com o 
que se almejava, replanejando o próximo ciclo.
De todos os atos, o mais importante é o planejamento, que 
deve dar o tom de todos os outros, mas, no Brasil, que têm uma 
cultura histórica avessa ao longo prazo, dá-se pouca atenção ao 
planejamento, algo que deve ser combatido.
Outro ponto importante é que a boa gestão de uma organiza-
ção é facilitada com a divisão do trabalho desta, ou seja, a organização 
deve ser dividida em unidades ou departamentos.
Apenas quando a organização é muito pequena, não deve ser 
dividida em unidades, mas organizações maiores, como presídios, devem.
De forma geral, uma organização deve ser dividida em quatro uni-
dades: marketing, finanças, recursos humanos e produção / operações.
Marketing é a área da organização que cuida dos clientes, ela 
passa as mensagens apropriadas para os consumidores.
Na Segurança Pública, o marketing pode ser substituído pelas 
Relações Públicas, que informa à sociedade.
Finanças é a área da organização que cuida do dinheiro, ela 
arrecada e dá destinação aos recursos pecuniários.
Na Segurança Pública, o processo de alocação dos recursos 
pecuniários tem que ser feito com absoluto profissionalismo.
O Recursos Humanos é a área da organização que cuida dos 
colaborados, pensando no bem estar destes.
Na Segurança Pública, os recursos humanos devem pensar 
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não apenas nos colaboradores, mas, também,nos presidiários, tão des-
tratados como são.
A Produção/Operações cuida do trabalho da organização, seja 
ele industrial (produção), seja ele de serviços (operações).
Na Segurança Pública, as operações podem supervisionar pla-
nos de trabalho aos encarcerados que lhes propiciem dignidade.
Como se vê, nos órgãos de Segurança Pública, a divisão 
do trabalho deve ser peculiar.
Outros conceitos importantes da Gestão, ou da Adminis-
tração, são os da eficiência e o da eficácia.
A eficiência é voltada para os meios, ou seja, métodos, ins-
trumentos, ferramentas, formas de realização.
A eficácia é voltada para os fins, ou seja, as metas, os ob-
jetivos, os resultados, da destinação.
Organização eficiente sem ser eficaz é improdutiva, não 
consegue resultados.
Organização eficaz sem ser eficiente apenas conta com a 
sorte, o resultado aparece sem um método apropriado.
O que se procura é ter organizações tanto eficazes como 
eficientes, ou seja, que tenham métodos hígidos e resultado satis-
fatórios.
Outro ponto importante na gestão ou administração de uma 
organização são os níveis organizacionais, definidos em estratégico, 
tático e organizacional.
O nível estratégico diz respeito à cúpula da organização, aos 
gestores principais, como membros do Conselho de Gestão, presiden-
te, superintendente, diretor geral, ou o nome que for.
Cabem a estes profissionais fazer a supervisão geral da orga-
nização, definir atribuição dos gestores de níveis hierárquicos abaixo 
deles e representar a organização perante a sociedade.
O nível tático diz respeito aos gestores intermediários, como o 
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diretor de marketing, o diretor de finanças, o diretor dos recursos huma-
nos e o diretor de operações.
Neste nível, cada gerente cuida apenas do seu setor, devendo 
apresentar resultado para as instâncias estratégicas.
O nível operacional é composto por gerências menores, ocu-
padas por profissionais que lidam diretamente com os profissionais que 
não são gerentes e que ocupam o serviço.
Esses gerentes são mais responsáveis por cobrar resultado e 
até executar o serviço operacional.
É muito comum ser ver nas organizações tanto gerentes 
de nível estratégico desempenhando tarefas de nível operacional, 
quanto gerentes de nível operacional desempenhando tarefas de 
nível estratégico – o que precisa ser evitado.
Outra classificação importante da Administração são suas cin-
co variáveis: tarefas, estrutura, pessoas, ambiente, tecnologia.
Em relação às tarefas, bem administrar significa selecionar as 
tarefas certas a serem executadas, fazer mais com menos, obter o má-
ximo de resultado com o mínimo de trabalho.
Em relação à variável estrutura, refere-se tanto à estrutura for-
mal, relativa à divisão de trabalho, como à estrutura informal, ou seja, o 
relacionamento entre as pessoas.
Em relação às pessoas, diz respeito à maneira como os cola-
boradores são tratados, são motivados, são incentivados, são objeto de 
liderança.
Em relação ao ambiente, uma organização bem gerida leva 
em consideração o ambiente interno, o que acontece dentro da orga-
nização, mas, sobretudo, o ambiente externo, o que acontece fora da 
organização que a impacta fortemente.
Em relação à tecnologia, essa não se consiste em máquinas e 
equipamentos, mas em formas de trabalhar, e a Gestão pensa as for-
mas de trabalhar apropriadas a uma organização.
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Existe uma palavra, holismo, que é muito utilizada em Ad-
ministração, que significa algo integrado, sistêmico, em que as 
partes se interpenetram umas com as outras.
Usa-se muito a expressão “visão holística”, que represen-
ta visão integrada.
Pois, pode-se afirmar que as cinco variáveis – tarefas, es-
truturas, pessoas, ambiente, tecnologia – devem ser vistas, em 
uma organização, sob a perspectiva holística.
Aliás, isso também deve acontecer com os departamentos 
de uma organização.
Também, é importante ressaltar que a gestão de uma organi-
zação é facilitada por um processo sistêmico, composto de entradas, 
processamentos e saídas, conforme assinalado na Figura 1.
Figura 1. O PROCESSO SISTÊMICO
Fonte: STAIR e Reynolds, 2002.
São qualificadas como saídas os resultados que uma organiza-
ção almeja, que podem ser mensuráveis ou não.
São qualificados como processamentos os trabalhos que de-
vem ser realizados para que as saídas almejadas sejam obtidas.
São qualificadas como entradas os materiais ou informações 
necessários para se realizarem os processamentos.
Em suma, boas entradas contribuem para bons processamen-
tos, que contribuem para boas saídas.
Um conceito que está presente no universo da gestão de orga-
nizações é o de reinvenção.
Periodicamente, as organizações precisam se reinventar, para 
se adequar a mudanças existentes na sociedade, especialmente, no 
que diz respeito à Tecnologia da Informação.
Uma prática muito comum nas organizações atuais é a da tercei-
rização, onde determinadas atividades são delegadas para que outras or-
ganizações a executem, mediante pagamento anteriormente combinado. 
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Há de se ter muito cuidado com o que é passível de terceiriza-
ção e com o que não é passível de terceirização, em uma organização.
O ideal é que a organização faça um mapeamento das ati-
vidades que são estratégicas e das que não são estratégicas, sen-
do que as não estratégicas podem ser objeto de terceirização.
É interessante notar, também, que organizações que estão em 
crescimento necessitam mais ainda de gestão, para não se perderem 
enquanto crescem.
Quanto ao administrador, propriamente dito, podemos dizer que 
há três habilidades que deve possuir: técnicas, humanas e conceituais.
As habilidades técnicas dizem respeito ao próprio exercício da 
Administração, ao domínio e à aplicação dos conceitos.
As habilidades humanas dizem respeito à capacidade de se 
relacionar com pessoas, dialogar, construir consensos, saber ouvir, ser 
flexível nas relações sociais / profissionais.
As habilidades conceituais dizem respeito a enxergar horizon-
tes, saber para onde quer ir, vislumbrar possibilidades.
Não basta a um gestor ter uma das habilidades, a boa visão 
holística nos mostra que ter as três habilidades é mister.
Profissionais com estas características, assim, podem contri-
buir para uma segurança pública melhor.
GESTÃO DA QUALIDADE
O mundo da Gestão possui ferramentas diversas para melho-
rias organizacionais.
Algumas delas são ligadas à Gestão da Qualidade, mas o que 
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seria Gestão da Qualidade?
Gestão da Qualidade diz respeito a técnicas ou ferramentas, 
absolutamente simples, que gerem satisfação do cliente.
Vamos mostrar algumas delas.
Just in Time
Não se deve produzir o máximo possível, mas de acordo com 
a demanda.
Adaptando para trabalho de escritório, não se deve adquirir 
materiais de consumo em demasia, mas de acordo com a necessidade.
Isso ajuda a diminuir gastos.
Padronização
Um conjunto de atividades sequenciais constitui um processo, 
e os processos não podem ser realizados de forma irregular, precisam 
ser padronizados.
O gráfico que representa o padrão de execução de um proces-
so é denominado fluxograma, então é necessário desenhar o fluxogra-
ma que representa a maneira correta de execução do processo.
Se o gestor imagina que determinado processo está sen-
do executado de forma equivocada, deve desenhar o fluxograma 
da forma equivoca, para desenhar o fluxograma da forma correta, 
para, a partir daí, essa forma passar a ser adotada. 
Ciclo PDCA
Se refere às palavras Inglesas Plan (planejamento),Do (fazer), 
Check (verificar), Act (agir), indicando que as ações cotidianas devem 
ser, primeiro, planejadas, depois, executadas conforme planejadas, de-
pois, verificados os resultados e, depois, pensadas ações restauradoras.
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Repare que o Ciclo PDCA guarda certa semelhança com o 
planejar, organizar, dirigir, controlar, da Administração Geral – a di-
ferença é que a segunda conceituação se volta para a organização 
como um todo, enquanto a primeira, para uma ação específica na 
organização. 
Círculos de Controle Qualidade
Consistem-se no fato de que, periodicamente, os colaboradores 
se reúnem para trocarem ideias sobre o que pode ser melhorado no ser-
viço e, eventualmente, algumas dessas ideias podem ser aproveitadas.
Atualmente, chamam as técnicas parecidas de Brainstor-
ming (quando há debates) e Brainwritting (quando há anotações).
Percepção do Cliente
O conceito de Qualidade é sempre voltado para a satisfação 
do cliente, no entanto deve-se ter em mente que esse cliente pode ser 
externo ou interno.
Trabalho em Equipe
Costuma-se dizer que o trabalho em equipe produz melhor re-
sultado do que quando as pessoas trabalham em separado, pois uma 
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pessoa ajuda à outra, há mais energia criativa envolvida.
Trabalho em equipe significa doação, significa solidariedade, 
significa satisfação, significa aprendizado, e, corolário disso tudo, signi-
fica melhores resultados.
A palavra sinergia significa somar esforços, produzindo 
melhores resultados, é como, metaforicamente, “2 + 2 = 5”. 
Kaizen
Esta palavra em japonês significa melhoria contínua, e expres-
sa a filosofia de que é melhor promover pequenas melhorias com conti-
nuidade que grandes melhorias eventuais.
6W2H
Diz respeito a seis palavras inglesas começadas com w e uma 
palavra inglesa começada com h e uma expressão inglesa começada 
com h: what (o que), why (por que), when (quando), where (onde), who 
(quem), with (com), how (como), how much (quanto custa).
O que? Por quê? Quando? Onde? Quem? Com o que? Como? 
Quanto custa?
Responder a essas perguntas ajuda a decidir se uma ação é 
viável ou não.
5S
Designação de cinco palavras japonesas: seiri (arrumação), 
seiton (ordenação), seiso (limpeza), seiketsu (asseio), shitsuke (auto-
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disciplina).
São valores que podem contribuir muito para uma organização 
bem gerida.
Muito embora o conceito de Qualidade tenha começado 
nos Estados Unidos, no início, não foi muito divulgado naquele 
país, foi no Japão que ganhou imensa notoriedade.
Os cinco “gurus” da qualidade são William Edwards De-
ming, Philip Crosby, Joseph Moses Juran, Armand Vallin Fei-
genbaum e Kaoru Ishikawa.
Defeito Zero
Sabe-se que defeito zero não existe, mas, se as pessoas tra-
balharem visando ter defeito zero, estarão mais próximas de obtê-lo.
Qualidade Total
Também se sabe que a qualidade não pode ser total, mas, se o 
colaborador busca a qualidade total, está mais próximo dela.
Além disso, a qualidade começou na fábrica, mas, atualmente, 
ela é extensiva a todos os setores de uma organização, à totalidade desta.
Regra de Pareto
Vilfredo Pareto é um sociólogo italiano que viveu no século XIX 
e cunhou a regra dos 80/20, que tem várias aplicações.
Uma delas é a seguinte: Identifique os 20% de problemas prin-
cipais e resolva 80% das dificuldades.
Diagrama de Ishikawa
Também chamado de “Diagrama Espinha de Peixe”, preconiza 
que não se resolve os problemas agindo sobre os efeitos, mas sobre as 
causas que provocam estes efeitos, sendo que um efeito tem algumas 
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causas – é preciso identificar tanto causas como efeitos.
Com efeito, a distribuição do efeito em uma linha horizontal e 
das causas em linhas diagonais lembra uma espinha de peixe, confor-
me a Figura 2:
Figura 2: Esquematização do Diagrama de Ishikawa
Fonte: Blog.Qualyteam, 2011.
Controle Estatístico de Processos
Consiste-se em se utilizar elementos da estatística para desen-
volver processos.
Análise SWOT
A Análise SWOT é um clássico elemento de Planejamento Es-
tratégico das Organizações baseado nas palavras inglesas strong (for-
te), weak (fraco), opportunity (oportunidade) e trath (ameaça).
Em suma, a Análise SWOT diz respeito ao mapeamento dos 
pontos fortes e dos pontos fracos (variáveis internas) e das oportuni-
dades e das ameaças (variáveis externas) da organização, para saber 
como lidar com elas.
Matriz GUT
É uma ferramenta de gestão utilizada para priorização de tarefas.
Ao identificar a urgência, a gravidade e a tendência de com-
portamento de cada problema da organização, ajuda o administrador a 
decidir o que fazer primeiro.
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Certificações
Segundo Vicente Falconi, as normas da International Stan-
dards Organization (ISO), na linha ISO-9000, são insuficientes para ga-
rantir a competitividade das organizações brasileiras no futuro.
GESTÃO CONTEMPORÂNEA
Quando se pensa em Gestão Contemporânea, pensa-se nos 
instrumentos da Administração do presente, no entanto é impossível 
deixar de atrelar o que se fazer no presente ao futuro que se quer cons-
truir, o que nos remete à Gestão Estratégica.
O professor Luis Filipe Chateaubriand, autor do presente do-
cumento, define três premissas como fundamentais para que a Ges-
tão de uma Organização seja estratégica: A primeira delas é que de 
vê-se querer construir o futuro, definir aonde se quer chegar (visão) 
e pensar o modo de chegar onde se quer, o que pressupõe a contem-
plação de longo prazo; a segunda é olhar para o ambiente externo 
(ambiência) com atenção, captando suas nuances; a terceira é cons-
truir diferenciais, especialmente os que são difíceis de ser replicados. 
A Gestão Estratégica alia a visão de ambiência proveniente 
de estratégia com o conjunto de princípios gerenciais provenientes da 
Gestão, é apoiada pela Gestão da Qualidade e pelos princípios da Ad-
ministração Participativa.
Quanto ao gestor estratégico, algumas de suas características 
devem ser (OLIVEIRA, 1993, pp. 191-210): Ter uma atitude interativa; 
ter pensamento estratégico; saber trabalhar com as turbulências am-
bientais; ter atitude empreendedora e saber trabalhar com riscos e er-
ros; estar voltado para o processo de inovação; ter racionalidade com 
intuição; ter diálogo otimizado e “fazer parte do mundo”; ter valores cul-
turais consolidados; ter interesse pelo negócio e lealdade às pessoas; 
ter adequado processo de tomada de decisões e estabelecimento de 
prioridades; ter adequado processo de autocontrole estratégico, tático 
e operacional; ser líder e ético; ser agente de mudanças; saber assumir 
responsabilidades; ter um plano estruturado de sucessão; ter conhe-
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cimentos de Administração e Economia com enfoque para resultados; 
ser generalista com algumas especialidades; trabalhar com estrutura 
organizacional enxuta voltada para resultados.
De certa maneira, as habilidades que o gestor contempo-
râneo deve possuir guardam certa semelhança com as habilidades 
de um professor.
Um professor deve dominar o assunto que leciona (habili-
dade técnica), deve buscar ter bom relacionamento com as turmas 
que leciona (habilidade humana) e deve inspirar os alunos a bus-
carem caminhos (habilidade conceitual).
Da mesma forma, um gestor contemporâneo deve estar 
bem informado sobreo mundo dos negócios (habilidade técnica), 
ter bom relacionamento com ser pares de negócios (habilidade hu-
mana) e ser inspirador de inovações (habilidade conceitual).
 
Alguns dos grandes deméritos do gestor contemporâneo são 
promover o incrementalismo e a reconciliação com o passado, dissociar 
planejamento e execução e definir objetivos de forma ampla e imprecisa.
Da mesma forma, méritos do gestor contemporâneo são rea-
valiar constantemente a missão organizacional, buscar a coerência dos 
objetivos em função da racionalidade dos propósitos e pensar mais nos 
problemas incomuns no que nos comuns.
Três variáveis devem ser levadas em consideração pelo gestor 
contemporâneo: o ambiente, a tecnologia e a estrutura.
Sobre o ambiente, deve ser analisado com muita atenção, pois 
qualquer fator pode ser útil para o funcionamento da organização.
No caso da Segurança Pública, isso é ainda mais verdadei-
ro, pois é do ambiente, sobretudo externo, que advêm os delitos 
que são objeto de penalidades.
A Análise SWOT, já anteriormente explicada, é uma boa técni-
ca de mapeamento ambiental.
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Sobre tecnologia, é importante esclarecer que não se trata de 
máquinas ou computadores, mas, sim, da forma de trabalhar, que deve 
ser a mais apropriada possível.
Chama-se software à forma de pensar que dará origem ao 
trabalho e de hardware às ferramentas de trabalho, o conjunto, que 
é o que importa, é a forma de trabalhar.
A variável estrutura diz respeito à maneira como o trabalho 
está dividido na organização.
Daí, vale dizer que é ideal que essa estrutura deve ser com-
posta de departamentos, que são áreas permanentes, e de projetos, 
que são áreas temporárias.
Enquanto os departamentos lidam com o presente da organi-
zação, os projetos cuidam do futuro desta.
A Figura 3 ilustra a situação:
 Figura 3: A Estrutura Matricial em uma Organização
Fonte: Autor, 2020.
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Esse gestor contemporâneo também será responsável pela elabora-
ção e acompanhamento do Planejamento Estratégico da Organização. 
Segundo Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira (OLIVEIRA, 
2003), a metodologia para implantar o Planejamento Estratégico em 
uma Organização é composta de cinco fases sequenciais: Diagnóstico 
estratégico, missão, objetivos e desafios, projetos e planos de ação, 
controle e avaliação de resultados.
O diagnóstico estratégico procura responder à pergunta básica 
"qual a real situação da Organização quanto aos seus aspectos internos 
e externos?" (OLIVEIRA, 2003, p. 86).
Primeiro, deve-se proceder a análise externa, para se identifi-
car as oportunidades e ameaças (OLIVEIRA, 2003).
Depois, procede-se a análise interna, verificando os pontos for-
tes e fracos (OLIVEIRA, 2003).
Finalmente, deve-se fazer a correlação das variáveis externas 
com as variáveis internas (OLIVEIRA, 2003).
A análise deverá ser efetuada considerando-se a realidade dos 
principais concorrentes (OLIVEIRA, 2003).
A missão é a razão de ser da Organização (OLIVEIRA, 2003). 
Neste ponto, procura-se determinar qual é o "negócio" da Or-
ganização, porque ela existe, ou ainda em que tipos de atividades a 
Organização deverá concentrar-se no futuro (OLIVEIRA, 2003). 
Aqui, procura-se responder à pergunta básica: "Onde se quer 
chegar com a Organização?" (OLIVEIRA, 2003, pp.128).
Qual a melhor missão para um fabricante de microcom-
putadores: "vender minicomputadores para as organizações", ou 
"atender às necessidades das organizações na facilitação do pro-
cesso decisório?”. 
Os negócios são considerados os propósitos da organização. 
Devem ser coerentes com a missão.
A missão da organização pode ser traduzida em áreas espe-
cíficas de empenho, que correspondem aos seus propósitos (exemplo 
da BIC: Todos os produtos da BIC são descartáveis; missão da BIC, 
produzir e comercializar produtos descartáveis).
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Adjuntos à missão, há os cenários (OLIVEIRA, 2003). 
Esses devem ser desenvolvidos a partir das convicções dos 
executivos (OLIVEIRA, 2003).
O executivo deve considerar que “à medida que o ambiente 
fica mais turbulento, os cenários se tornam mais importantes para o 
processo decisório estratégico” (OLIVEIRA, 2003, pp. 136).
Os cenários podem ser analisados em suas situações de mais 
provável, de otimista e de pessimista (OLIVEIRA, 2003).
A abordagem de cenários pode ser projetiva (o futuro a partir 
do passado) ou prospectiva (diversas possibilidades), sendo a segunda 
hipótese mais indicada (OLIVEIRA, 2003).
Outro conceito associado à missão é a postura estratégica. 
Para fazer frente à situação apresentada, a organização pode escolher 
uma das seguintes posturas estratégicas: Conservadora ou agressiva 
(OLIVEIRA, 2003).
Outros conceitos que são compatíveis com o de missão são o 
de macroestratégia (estratégia geral) e o de macropolítica (orientação 
da estratégia geral) (OLIVEIRA, 2003).
O objetivo poderá ser geral e interessar a toda organização ou 
ser específico de um setor da organização (OLIVEIRA, 2003).
Nesta última situação, têm-se os objetivos funcionais de áreas 
específicas da Organização (OLIVEIRA, 2003).
Há diferenças entre objetivos e desafios, pois os últimos lidam 
com motivação (OLIVEIRA, 2003).
Os objetivos de uma organização são resultados da “média 
ponderada” dos objetivos das pessoas (OLIVEIRA, 2003).
Cabe salientar que “é importante que os funcionários da orga-
nização considerem os objetivos empresariais como os seus próprios 
objetivos pessoais” (OLIVEIRA, 2003, pp. 163).
Para resumir, a hierarquia dos objetivos e desafios é esta (OLI-
VEIRA, 2003): Nível 1 - missão da organização; nível 2 - objetivos da 
organização; nível 3 - objetivos funcionais; nível 4 – desafios.
Os objetivos e desafios podem ser "de obtenção" (quando se 
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quer conquistar algo novo) ou "de manutenção" (quando se quer obter 
algo que já se conseguiu) (OLIVEIRA, 2003).
Lucro é um objetivo?
Uma vez estabelecidos os objetivos do Planejamento Estra-
tégico, parte-se para a definição das estratégias a serem seguidas (no 
sentido de como fazer), com suas respectivas políticas correspondentes 
(orientações para como fazer) (OLIVEIRA, 2003). 
Então, pode-se pensar nos projetos e planos a serem imple-
mentados (OLIVEIRA, 2003).
Técnicas para a elaboração de planos levam em consideração 
algumas variáveis básicas, tais como (OLIVEIRA, 2003): Tempo utiliza-
do na realização de cada tarefa ou atividade que faz parte do projeto ou 
programa; custo de cada tarefa ou atividade do programa. 
Toda organização que pretende desenvolver-se deve ter uma 
boa carteira de projetos, e o elenco de projetos possível deve ser des-
crito no Planejamento Estratégico (OLIVEIRA, 2003).
No Planejamento Estratégico, o controle e avaliação são do-
tados de indicadores escolhidos, que devem ser definidos antes que o 
processo de trabalho se realize (OLIVEIRA, 2003).
Para proceder um bom controle, os tipos de informações de-
vem ser variados, a frequência de obtenção de informações deve ser 
constante, a qualidade das informações deve ser boa, as fontes de in-
formação devem ser diversas e confiáveis (OLIVEIRA, 2003).
Importante é prever, no Planejamento Estratégico, quais as 
reações que pode haver ao método de controle escolhido, bem com 
pensar como diminuí-las.
O Modelo de Análise Estrutural das Indústrias de Michael 
Porter, ou Modelo Porter, é um elemento importante para a defini-
ção da estratégia organizacional, conforme ver-se-á doravante, a 
partir da Figura 4.
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Figura 4. O Modelo Porter
Fonte: PORTER, MICHAEL E, 2004.
A análise das fontes de cada força permite às Organizações a 
obtenção de elementos para a formulação de uma estratégia (PORTER, 
2004).
A ameaça de entrada de novos concorrentes é, potencial-
mente, um redutor de rentabilidade das Organizações já estabelecidas 
(PORTER, 2004).
O grau em que isso acontece depende das barreiras de entra-
da existentes (PORTER, 2004).
Quanto à rivalidade entre concorrentes existentes, essa ocorre 
porque alguns deles sentem-se pressionados ou percebem a oportuni-
dade de melhorar as suas posições, o que gera um padrão de ação e 
reação permanente (PORTER, 2004).
Todas as Organizações em uma indústria estão competindo, 
em termos amplos, com indústrias que fabricam produtos que funcio-
nam como substitutos ao bem original, o que pressiona os lucros da 
indústria (PORTER, 2004).
Quanto aos compradores, esses competem com a indústria 
forçando os preços para baixo, barganhando por melhor qualidade ou 
mais serviços e jogando os concorrentes uns contra os outros – tudo à 
custa da rentabilidade da indústria (PORTER, 2004).
Em relação aos fornecedores, podem exercer poder de negocia-
ção sobre os participantes de uma indústria ameaçando elevar os preços 
ou reduzir a qualidade dos bens e serviços oferecidos (PORTER, 2004). 
Alguns fornecedores poderosos podem sugar a rentabilidade 
de uma indústria incapaz de repassar os aumentos de custos em seus 
próprios preços (PORTER, 2004).
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O governo também é uma força que deve ser considerada 
(PORTER, 2004).
A definição de uma indústria não é a mesma que a definição do 
negócio de uma organização, já que a definição de indústria é mais ampla.
Michael Porter define três estratégias genéricas possíveis para 
as organizações: liderança no custo, diferenciação e enfoque.
A estratégia Liderança no Custo é a em que se busca reduzir 
custo operacional para que se tenha preço mais competitivo, com o in-
tuito de se obter uma clientela maior.
A estratégia Diferenciação é a em que se busca adicionar um 
diferencial ao produto ou serviço, justificando-se cobrar mais caro por ele, 
com o intuito de se obter uma clientela mais qualificada financeiramente.
A estratégia de Enfoque é a em que se abre mão de um alvo 
estratégico maior, buscando um alvo estratégico estreito, mas em que 
se preste em serviço mais intensivo.
Quando se pensa nas estratégicas genéricas de Michael Por-
ter, a ideia de meio termo deve ser desconsiderada.
A Matriz BCG, criada pelo Boston Consulting Group, é uma 
técnica para se medir desempenho e perspectivas para as unidades 
estratégicas de negócios, conforme a Figura 5. 
Figura 5. MATRIZ BCG
Fonte: FERNANDES, Bruno Henrique Rocha, 2012.
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O diagrama BCG aponta para decisões de participação futura 
da empresa nas diversas Unidades Estratégicas de Negócios: A estrela 
deve ser bem tratada e reforçada; os abacaxis devem ser liquidados, a 
menos que haja razões fortes para mantê-los; as vacas leiteiras devem 
controlar severamente seus investimentos e enviar os fundos exceden-
tes à administração central; as crianças problemas devem ser analisa-
das para se determinar se vale a pena fazer nelas o investimento neces-
sário para transformá-las em estrelas (FERNANDES, 2012).
Em suma, pode-se dizer que a Gestão Contemporânea é a que 
leva em consideração a Estratégia Organizacional.
GESTÃO ESTRATÉGICA DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL
Assim como as próprias Organizações de Segurança Pública 
devem evoluir e ser objeto de uma Gestão Estratégica e com qualidade, 
a própria investigação criminal também assim deve ser:
O gerenciamento estratégico na condução da investigação criminal demons-
tra profissionalismo e direciona a Administração Pública exercida pelo Poder 
Executivo no sentido de melhores resultados na busca da verdade dos fatos 
para a solução de todos os fatos concretos que se apresentem, sejam sim-
ples ou complexos, na atividade institucional de combate ao crime (MALA-
QUIAS, 2019, p. 98)
O papel de uma liderança firme, enérgica, ética, voltada para o en-
frentamento do crime, junta-se ao do Planejamento Estratégico de da Ges-
tão Estratégica nesse esforço que deve ser conjunto com a corporação.
É triste constatar que os órgãos públicos, aos quais a Segu-
rança Pública está vinculada, ainda não dão o devido valor à Gestão 
Estratégica – um quadro que, no entanto, vem se modificando.
Sob a ótica do fenômeno processual, é sempre importante lem-
brar que qualquer cidadão é inocente até que se prove em contrário e, tam-
bém, que sua integridade física deve ser garantida, sendo inocente ou não. 
Ainda sob este ponto de vista, há o lamentável repúdio aos de-
fensores dos Direitos Humanos, classificados como protetores de ban-
didos, quando denunciam maus tratos a encarcerados.
Quando alguém é condenado e vai preso, está perdendo 
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seu maior bem, a sua liberdade, não existe castigo maior.
É preciso, ainda, ser objeto de sevícias, agressões, maus 
tratos?
Querem tratar o preso como selvagem, mas o verdadeiro 
selvagem é quem o faz. 
A polícia é órgão salutar para nossa sociedade e seu surgimen-
to foi resultado de forte demanda desta:
A atividade policial é fruto da evolução cultural fundada na ne-
cessidade de autocontrole do núcleo social turbulento como instrumento 
de coerção do indivíduo infrator da norma de comportamento tradicional-
mente definida e adotada pela comunidade. Nasceu no seio da socieda-
de angustiada por injustiças, em que seus próprios membros foram se 
reunindo em torno do objetivo de proteção coletiva. Somente mais tarde 
no ciclo evolutivo começou a ser composta por agentes recrutados e re-
munerados pelo administrador público (MALAQUIAS, 2019, p. 105)
Os primeiros aparatos policiais apareceram na Grécia An-
tiga e, logo em seguida, na Roma Antiga.
À medida que o tempo passava, percebia-se que os delinquen-
tes se aproveitavam do escuro da noite para cometerem crimes e foi 
assim que, inicialmente, nas sociedades mais modernas, os órgãos po-
liciais tiveram um caráter de vigilância noturna.
Já nos dias atuais, e em se falando da realidade Brasileira, 
menciona-se a polícia judiciária, que:
... busca apurar a verdade sobre um fato apurado como delito que, somente a 
investigação eficiente e técnica, deverá definir se o fato noticiado como crime 
deve prosseguir e ingressar na fase processual, devendo ser encaminhado 
por intermédio de “minucioso relatório”, conforme preceituado no Código de 
Processo Penal, para que a justiça seja feita mediante a aplicação da lei pe-
nal a quem a violou, impedindo que inocentes sejam levados às barras dos 
tribunais sob falsa acusação (MALAQUIAS, 2019, pp. 109-110)
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Segundo o jurista português Manuel Monteiro Guedes Valen-
te, a polícia deve agir como garantidora da liberdade dos cidadãos 
tanto vítimas como acusados, tendo, portanto, abrangente função.
E, para ficar muito bem entendido: confissão por meio de tortura é 
um método não autorizado pelo Estado e, assim, não dotado de validade.
De certo modo, a polícia é fragmentada em polícia administra-
tiva e polícia de segurança.
A polícia administrativa tem natureza preventiva, busca impedir 
os delitos criminais, além de sustentar direitos de investigados, em prol 
do interesse público.
A polícia de segurança está exclusivamente voltada para o 
combate da violência, programando e executando rotinas de prevençãoao crime, independentemente de autorização judicial. 
A polícia de segurança pode ser ostensiva ou judiciária. 
A polícia ostensiva é um agregado de órgãos e corporações 
que atuam em conjunto em determinada situação.
A polícia judiciária é que entra em ação quando a polícia osten-
siva não foi suficiente para se resolver alguma querela.
Para se diferenciar, efetivamente, polícia administrativa de po-
lícia judiciária, deve-se ter em mente que:
Será polícia administrativa quando a atividade girar em torno do ilícito mera-
mente administrativo, atuando de forma preventiva ou repressiva. Caracteri-
za-se como polícia judiciária quando for necessária sua atuação por ocasião 
da prática do crime (MALAQUIAS, 2019, p. 121)
Sobre autoridade, sabe-se que, no Brasil, esse conceito é, mui-
tas vezes, obstaculizado por ingerências políticas, fruto de uma cultura 
patrimonialista e clientelista.
No entanto, vislumbra-se progressos a respeito, haja vista que 
o Estado que manda em tudo, que tudo define, não mais prevalece so-
bre os direitos individuais dos cidadãos.
O indicativo deste avanço parece claro:
O direito administrativo pátrio caminha no sentido de superar os resquícios do 
absolutismo estatal para absorver valores e princípios constitucionais e desli-
gar-se definitivamente de obstáculos que o impeçam de posicionar-se em prol 
do Estado democrático de direito, atuando como instrumento do poder político 
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que cria uma estrutura adequada de princípios e regras para delimitar a atua-
ção aceitável do intervencionismo estatal (MALAQUIAS, 2019, p. 123)
Reflexão
Você, cidadão, consegue perceber esse Estado menos inter-
ventor em relação à vida das pessoas?
Quando se transcende o conceito de autoridade propriamente 
dita, e se concebe a significação da autoridade policial, a palavra meri-
tocracia tem uma importância significativa.
As pessoas que têm méritos tendem a ser mais respeitadas, 
exatamente por terem seus méritos reconhecidos e, assim, tem maior 
ascendência sobre as outras pessoal, têm maior autoridade.
Portanto, a autoridade dos agentes de Segurança Pública daí 
deriva.
Assim, é importante investir na formação do policial, quanto 
mais ele estudar, dentro do escopo da Segurança Pública, mais poderá, 
juntamente com as suas ações, aumentar seu mérito.
Isso não quer dizer, contudo, que se deve sobrecarregar os po-
liciais e demais agentes de Segurança Pública de trabalho – o trabalho 
bem dividido é um dos pilares do sucesso.
Outro ponto é o uso da força, policiais têm poder para isso, e 
devem exercê-lo em caso extremos, mas devem evitar esse poder sem-
pre que possível, não devem exagerar de suas prerrogativas. 
Entre os órgãos policiais existentes no país, temos: Polí-
cia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal, 
Polícias Civis, Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, 
outras entidades auxiliares na Área de Segurança Pública. 
O delegado de polícia é o profissional responsável pela ins-
tauração de Inquérito Policial e, assim, é quem inicia as investigações 
acerca de um delito.
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) com-
bate crimes de “lavagem de dinheiro” e financiamentos ao terrorismo.
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Nos anos 1930, a Máfia Norte Americana investia o dinhei-
ro que ganhava por meios ilícitos em um negócio de máquinas de 
lavar roupa e, por extensão, “lavar dinheiro” é pegar dinheiro ga-
nho de forma ilícita e aplicá-lo em atividades lícitas, para obscure-
cer sua origem.
O Conselho de Administração e Defesa Econômica (CADE) 
tem a função de zelar pela livre concorrência de mercado, combatendo 
oligopólios, cartéis, monopólios, combinações de preços, todos crimes 
contra a ordem econômica.
A Secretaria da Receita Federal do Brasil investiga o pagamen-
to de tributos e a regularidade fiscal, tanto de Pessoas Físicas como de 
Pessoas Jurídicas.
O Conselho Nacional de Justiça objetiva aperfeiçoar o sistema 
jurídico brasileiro, efetuando medidas de controle e transparência para 
o funcionamento do sistema.
A Polícia Legislativa Federal é parte do Senado Federal, com 
finalidades ligadas, sobretudo, à segurança do Congresso Nacional.
Ainda, pode-se destacar as investigações das Comissões Par-
lamentares de Inquérito (CPI) e Comissões Parlamentares Mistas de 
Inquérito (CPMI), sobre temas decididos pelos congressistas.
A diferença básica entre as duas estruturas é que as Comis-
sões Parlamentares de Inquérito (CPI) contam apenas com deputados 
federais, enquanto as Comissões Parlamentares Mistas de Inquérito 
(CPMI) contam com deputados federais e com senadores.
Ao Ministério Público cabe promover ações penais públicas, 
além de outras atribuições constitucionais.
Sendo assim, as instâncias de investigação criminal são variadas.
As investigações criminais são compostas de atividades ad-
ministrativas, e isso justifica a necessidade de se entender Gestão nas 
investigações criminais:
Observa-se que as funções de Administração estão presentes na investiga-
ção criminal, tendo em vista ser um procedimento que trabalha com pessoas 
e bens no sentido de se realizar objetivos organizacionais. Não resta dúvida 
que as atividades de planejamento da investigação criminal incluem a análise 
dos objetivos, a escolha de estratégias corporativas, a viabilização de recur-
sos financeiros (MALAQUIAS, 2019, p. 243)
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Outro ponto que se torna fundamental para que as investiga-
ções tenham uma melhor performance é que haja mais vontade do ente 
Estado, que precisa ser mais vigoroso, tanto quanto aos recursos orça-
mentários quanto aos recursos humanos.
Quanto às etapas da investigação, uma boa metodologia indi-
ca que sejam quatro sequenciais: planejamento, organização, liderança 
e controle.
Percebe-se que são etapas muito parecidas com as da Ad-
ministração: planejamento, organização, direção e controle.
Na verdade, apenas se tem “liderança”, ao invés de “di-
reção”, sendo que, em Gestão, “liderança” faz parte de “direção”. 
Por fim, investigações criminais devem ser objeto de análise 
contínua para detecção de erros que não venham a se repetir.
Um ponto adicional, nas investigações criminais, é a Logística.
Logística é a área do saber que diz respeito à movimentação, à 
racionalidade desta, e o crime possui logística – sobretudo o crime bem 
pensado tem boa logística.
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QUESTÕES DE CONCURSO
QUESTÃO 01:
(SENAI – PR – ITAIPU BINACIONAL – AGENTE DE SEGURANÇA – 
2016)
Em relação ao Sistema de Segurança Pública do Brasil é ao seu 
cenário atual, é correto afirma que:
a) Um estado marcado fortemente pela implementação de um sistema 
penal pode ser fruto de uma desregulamentação da economia e das 
relações sociais do trabalho.
b) A segurança pública é um processo estático e desarticulado, à medi-
da que as necessidades da população mudam ao longo do tempo.
c) A prestação de serviços públicos de segurança engloba apenas a 
segurança repressiva, sendo a segurança preventiva função da segu-
rança privada.
d) A segurança pública é direito do Estado; dever e responsabilidade de 
todos.
e) A Segurança Pública brasileira é composta pelos seguintes órgãos: 
Polícia Federal, Polícia Civil e Forças Armadas.
QUESTÃO 02:
(CESPE – DEPEN – AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL – 2015 – 
Adaptada)
No que se refere às políticas de educação nos estabelecimentos 
penais, julgue o próximo item.
A legislação brasileira referente à educação no sistema prisional 
não prevê o emprego da modalidade de educação a distância.
a) Certo.
b) Errado.QUESTÃO 03:
(QUADRIX – CREA – TO – 2019 – Adaptada)
A liderança autocrática conduz e orienta o grupo e incentiva a par-
ticipação democrática das pessoas, de modo a desenvolverem co-
municações espontâneas, francas e cordiais.
a) Certo.
b) Errado.
QUESTÃO 04:
(AOCP – Prefeitura de São Bento do Sul – SC – 2019)
Sobre os conceitos de eficiência e eficácia, assinale a alternativa 
correta.
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a) Quanto menor é o esforço necessário para produzir um resultado 
mais eficiente é o processo.
b) Dois critérios específicos devem ser considerados para avaliar a efi-
cácia: produtividade e qualidade.
c) Eficácia relaciona-se aos recursos empregados no processo da me-
lhor maneira possível.
d) A antítese da eficácia é o desperdício.
QUESTÃO 05:
(QUADRIX, CRO_PB, 2017 – Adaptada)
Com relação ao modelo de excelência gerencial, aos principais 
teóricos e a suas contribuições para a gestão da qualidade, ao ci-
clo PDCA e às ferramentas de gestão da qualidade, julgue o item.
A qualidade total baseia-se no empoderamento (empowerment) 
das pessoas, ou seja, em proporcionar aos funcionários as habi-
lidades e a autoridade para tomar decisões que tradicionalmente 
eram dadas somente aos gerentes.
a) Certo.
b) Errado.
QUESTÃO 06:
(ADM&TEC – Prefeitura de Major Isidoro – 2018)
Leia as afirmativas a seguir:
I. Na etapa de fazer (Do), do ciclo PDCA, o Agente Administrativo 
pode executar as tarefas previstas no planejamento. II. Na etapa de 
verificação (Plan), do ciclo PDCA, o Agente Administrativo deve al-
terar todos os métodos empregados, tornando os processos inefi-
cientes. III. No contexto do gerenciamento de projetos, a gestão do 
tempo limita-se ao desenvolvimento do orçamento e da estrutura 
analítica do projeto (EAP).
Marque a alternativa CORRETA:
a) Nenhuma afirmativa está correta.
b) Está correta a afirmativa I, apenas.
c) Está correta a afirmativa II, apenas.
d) Está correta a afirmativa III, apenas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
QUESTÃO 07:
(FUNDATEC – Prefeitura de Santana do Livramento- RS -2015
O Planejamento Estratégico não deve ficar restrito somente às em-
presas privadas, pois, com as crises políticas e financeiras que 
ocorrem em movimentos cíclicos cada vez mais frequentes, é ne-
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cessário um bom planejamento das ações por parte do Poder Pú-
blico. Para Thompson e Strickland III (2003), as tarefas necessárias 
para a elaboração de uma Estratégia são:
I. O desenvolvimento de uma visão estratégica.
II. O estabelecimento de objetivos.
III O refinamento da estratégia.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
QUESTÃO 08:
(INSTITUTO AOCP – IBGE – Analista Censitário – 2019)
O Diretor do IBGE, ao iniciar o processo de planejamento estratégico 
da organização, segue uma rotina determinada por um antecessor, 
que também recebeu essa rotina do diretor que o precedeu. Essa si-
tuação, a qual vem sendo transmitida aos novos diretores como sen-
do a maneira certa de fazer o planejamento estratégico, denomina-se:
a) Plano de ação.
b) Princípio de trabalho.
c) Submissão gerencial.
d) Respeito administrativo.
e) Cultura organizacional.
QUESTÃO 09:
(CESPE – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Área XVII 
– 2014 – Adaptada)
Julgue o item a seguir, referentes à defesa nacional.
O desenvolvimento das capacidades de monitorar e controlar o 
espaço aéreo, o território e as águas jurisdicionais brasileiras, a 
desarticulação progressiva do setor nuclear e o fortalecimento da 
mobilidade e da capacidade logística na região amazônica consti-
tuem diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa.
a) Certo.
b) Errado.
QUESTÃO 10:
(CESPE – DEPEN – Agente Penitenciário – Área 3 – 2015 – Adap-
tada)
Um dos maiores desafios do Estado e da sociedade é prestar as-
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sistência ao homem que enfrenta os problemas advindos do encar-
ceramento, quer durante o cumprimento da pena de prisão, quer 
após, quando ele é devolvido à liberdade. De nada adiantará todo o 
esforço para melhorar o sistema prisional, se, ao retornar ao con-
vívio social, esse homem for rejeitado e incitado a voltar à crimina-
lidade por absoluta falta de opção.
Tendo como referência inicial essas informações e considerando a 
temática da inclusão de presos em estabelecimentos penais federais 
de segurança máxima ou sua transferência, julgue o item a seguir.
De acordo com o Regulamento Penitenciário Federal, os presos 
condenados podem manter contato com os presos provisórios, pre-
servadas a ordem e a disciplina do estabelecimento penal federal.
a) Certo.
b) Errado.
QUESTÃO DISSERTATIVA
Quando se pensa em Gestão em geral, e em Gestão na Segurança Pú-
blica em particular, as siglas PODC e PDCA são utilizadas. Diferencie-as.
TREINO INÉDITO
Imagine que um grupo de policiais está se preparando para invadir 
uma comunidade onde se aloja em conjunto de traficantes de armas, 
a ação precisa ser muito bem planejada, pois a intenção é capturar 
todos os bandidos – qual das ferramentas abaixo da Gestão da Quali-
dade é mais apropriada como ferramenta para reflexão dos policiais?
a) 5S.
b) 6W2H.
c) Diagrama Espinha de Peixe.
d) 80/20.
e) Kaizen.
NA MÍDIA:
MENDONÇA CRIA ÓRGÃO DE GESTÃO E ENSINO EM SEGURAN-
ÇA PÚBLICA NO MJ
O Ministério da Justiça, comandado por André Mendonça, criou nesta 
sexta uma secretaria especial para lidar com gestão de outra área im-
portante da pasta, a Segurança Pública.
O novo setor terá como missão aprimorar a administração e gestão 
orçamentária dos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública, 
além de tocar licitações e contratação relativos ao setor, demanda prio-
ritária da pasta e uma das principais agendas de Jair Bolsonaro.
A Secretaria de Gestão e Ensino em Segurança Pública (SEGEN) tam-
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bém terá o papel de fomentar estudos e pesquisas para formação e apri-
moramento de competências dos profissionais de segurança pública.
Essa reorganização de atribuições vai liberar a Secretaria Nacional de 
Segurança Pública e a Secretaria de Operações Integradas para que 
concentrem esforços na formulação de políticas públicas e no cumpri-
mento de operações.
Por Robson Bonin - Atualizado em 29 maio 2020, 15h11 - Publicado em 
29 maio 2020, 15h10
https://veja.abril.com.br/blog/radar/mendonca-cria-secretaria-de-ges-
tao-e-ensino-em-seguranca-publica/
NA PRÁTICA
Imagine que você é um policial de carreira, já com um certo tempo de 
trabalho, uma experiência comprovada e serviços muito bem prestados.
Devido a esse histórico muito bem construído, você alçado a secretário 
municipal de Segurança Pública de sua cidade, o que é motivo de orgu-
lho para sua família!
No entanto, ao assumir o novo cargo, você descobre que as coisas não 
são tão simples como parecem, porque a natureza do serviço é diversa 
do anterior.
Agora, você não negocia com pessoas uma a uma, mas com pessoas 
em coletivo, tem que lidar com orçamentos, precisa prestar contas do 
que faz não a um chefe, mas a uma sociedade, precisa desenvolver a 
oratória para fazer discursos, enfim, precisa se qualificar em Gestão, o 
que vai fazer imediatamente! 
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No segundo capítulo deste documento, busca-se mostrar e de-
monstrar métodos que façam com a atividade de Segurança Pública 
possa ser colocada em evidência.
Inicialmente, o universo da Segurança Pública será retratado 
tanto em termos de dificuldades como em termos de oportunidades, 
constituindo-seum mosaico de sua figura.
Depois, serão elencados uma série de investimentos que a Se-
gurança Pública necessita para se tornar plena e mais funcional.
Em seguida, demonstrar-se-á como a pesquisa e obtenção de 
dados têm papel crucial para que a Segurança Pública possa evoluir ao 
longo do tempo.
Logo depois, haverá o debate sobre a importância dos siste-
mas da informação, ou seja, das modernas tecnologias de dados, para 
que a atividade de Segurança Pública seja mais efetiva.
METODOLOGIAS DE PROMOÇÃO
DA SEGURANÇA PÚBLICA
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Então, será comentado como as técnicas de processo decisó-
rio podem ajudar os agentes de Segurança Pública a refletirem melhor 
acerca do cenário que os cerca.
A diretriz é mostrar, o tempo todo, que metodologias adequadas 
evidenciam o trabalho de Segurança Pública e de seus Profissionais.
SEGURANÇA PÚBLICA: POSSIBILIDADES E PROBLEMAS
Neste espaço, serão contadas quatro histórias envolvendo a 
Segurança Pública no Brasil, duas negativas (onde os problemas preva-
lecem) e duas positivas (onde as possibilidades prevalecem). 
História 1 (Possibilidade): Como o Ministério Público Está Ajudan-
do a Combater a Violência Contra as Mulheres (GARCIA, Claudia R. 
Santos Albuquerque. In: SEGURANÇA PÚBLICA: OS DESAFIOS DA 
PÓS MODERNIDADE / Organizadores: Antônio Henrique Graciano 
Suxberger [et al.] – Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2019. pp. 69-89).
A autora do artigo lida diariamente com situações de discri-
minação contra mulheres, ou mesmo violência contra elas, valendo-se 
como instrumento de trabalho da Lei número 11.340/06 da Constituição 
Federativa do Brasil de 1988 – a popular Lei Maria da Penha.
Levando-se em conta que a Constituição é garantidora dos 
direitos individuais, em seu bojo insere-se a atuação do Ministério Pú-
blico, indelevelmente promotor dos Direitos Humanos, o que enseja a 
possibilidade de atuar favoravelmente pelas pessoas do sexo feminino 
afastadas de seus direitos elementares de cidadania.
O feminicídio, em particular, é problema grave no país, onde as 
mulheres que são vítimas do abominável ato o sofrem a partir de com-
panheiros – maridos, namorados, cônjuges – o que torno o delito ainda 
mais repugnante.
A importância da atuação do Ministério Público consiste exa-
tamente em caracterizar e tipificar os assassinos, seus perfis, como 
medida preventiva de novos casos, assim como garantir que os casos 
ocorridos não fiquem impunes.
Cabe constatar que a violência contra a mulher é milenar, com um 
constante esforço, pelos homens, de apagamento de sua identidade social.
Os anos 1980 marcam uma era de grandes conquistas para o 
universo feminino sem que, no entanto, isso signifique uma tranquilida-
de plena para as mulheres: Ressentidos com os direitos conquistados 
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por elas, homens resistem e retaliam.
Em 1985, é criado o Conselho Nacional do Direito das Mu-
lheres (CNDM) e a primeira Delegacia de Atendimento às Mulheres 
em São Paulo.
A Secretaria de Políticas para as Mulheres, criada em 2003 com 
status de ministério, passa por momento de esvaziamento, infelizmente.
Em Junho de 1994, foi concluído, em Belém do Pará, o pri-
meiro documento internacional a afirmar que violência contra mulher é 
violência contras Direitos Humanos, a Convenção Interamericana para 
prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher.
Esse mesmo espírito norteia a Lei número 11.340/06, a popular 
Lei Maria da Penha.
Sobre a violência contra as mulheres propriamente dita, esta 
tem suas origens em um modelo de dominação masculina e dependên-
cia feminina.
Em outros termos, tradicionalmente, o homem é o provedor 
financeiro do lar e a mulher, dependente financeira deste, o que faz com 
que o ente masculino sinta-se no direito de recorrer ao domínio físico – 
uma impropriedade.
Mesmo em tempos atuais, onde as mulheres têm sua vida 
profissional e são independentes financeiramente, homens se res-
sentem dessa situação, e se acham no direito de exercer o domínio 
que a situação antiga ensejava – uma desfaçatez.
Em um ranking de 83 países, promovido pela Organização Mun-
dial de Saúde, o Brasil é o quinto colocado em homicídios contra mulheres.
Uma vergonha!
A autora do texto atua no Estado do Espírito Santo, o qual pas-
samos a retratar.
Em 2010, o Espírito Santo apresentava 9,4 vítimas de homicí-
dio feminino a cada 100 mil mulheres, tristemente ocupando o primeiro 
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lugar do cenário dos estados brasileiros.
Em 2016, em estudo de mesma natureza do Instituto de Pes-
quisas Econômicas Aplicadas (IPEA), a situação do Espírito Santo ha-
via melhorado, para a quarta colocação – ainda assim, muito ruim.
 Desde 2018, e este é o dado positivo, o Ministério Público 
Capixaba vem investindo no enfrentamento da violência contra as mu-
lheres em uma atuação transversal com gênero, cor e racismo, sensível 
às particularidades dessas violências.
No Brasil, é amplamente comprovado que o preconceito 
é amplamente difundido, seja ele de sexo, cor, gênero, origem de 
país e outras dimensões.
A autora mostra, claramente, que os casos de homicídios con-
tra mulheres prevalecem ao norte do Espírito Santo, sendo muito me-
nores no sul do estado.
 E, também, é notória que a exploração é, historicamente, 
maior em relação às mulheres negras, em duplo caso de preconceito.
É explicável: Ao contrário do que muitos acreditam, o Espírito 
Santo foi berço amplo da chegada de escravos no Brasil, especialmente 
o norte do estado, onde os senhores de engenho abusavam sexual-
mente das escravas.
Voltando à atuação do Ministério Público, esse tem se concen-
trado em três eixos de ação na violência contra as mulheres: Criação 
de estruturas administrativas especializadas em cada unidade ministe-
rial Estadual e no Distrito Federal; criação de um Grupo Nacional com 
membros do Parquet nacional de acompanhamento e deliberação de 
estratégias e criação da Comissão de Direitos Fundamentais no Conse-
lho Nacional do Ministério Público.
Também foi criada, em 2011, a COPEVID – Comissão Perma-
nente de Combate à Violência Doméstica contra a Mulher, que é uma das 
comissões que compõem o Grupo Nacional de Direitos Humanos (GNDH).
A Comissão de Defesa dos Direitos Fundamentais (CDDF), criada 
em 2012, é um órgão de estudos e estratégias para combater a dificuldade.
Em resumo, pode-se dizer que o quadro de extrema violência 
contra as mulheres capixabas é oriundo de dois fatores: Cultura patriar-
cal e práticas processuais engessadas gerando impunidade.
No entanto, há consideráveis avanços no combate à prática, a 
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partir do esforço de abnegados juristas que não se conformam com a 
ignomínia, com a opressão, com a indignidade!
História 2 (Problema): O Combate à Impunidade como Direito Fun-
damental da Vítima e da Sociedade (BEDÊ JÚNIOR, Américo. In: 
SEGURANÇA PÚBLICA: OS DESAFIOS DA PÓS MODERNIDADE / 
Organizadores: Antônio Henrique Graciano Suxberger [et al.] – Rio 
de Janeiro: Lumen Juris, 2019. pp. 25-41).
Uma das questões fundamentais que afeta a impunidade no 
Brasil é o que fazer com o Direito Penal.
Há os que pretendem eliminá-lo, enquanto há os que pretendem 
ampliá-lo – polos extremos, quando se diz que no meio está a virtude.
É importante conciliar a ideia que nenhum culpado deve ficar 
livre, assim como nenhum inocente deve ser condenado.
Será que todos os erros, excessos e imperfeições conti-
dos no CódigoPenal justificam sua extinção, ou se tem o caso de 
sua reforma?
Outro ponto importante é: culpados devem ser condenados, 
mas nunca torturados, devem cumprir pena pelos crimes cometidos.
A tortura é uma brutalidade que não é justificável em ne-
nhuma situação, em nenhum contexto, em nenhuma realidade.
 
Não obstante, pela ótica da vítima, esta não pode ser esque-
cida, é preciso respeitá-la, levando o devido processo legal a cabo – o 
que, muitas vezes, demora muito tempo a acontecer.
Tristemente, constata-se que, tanto em relação a vítimas como 
condenados, existem os chamados “Tribunais do Crime”, ou seja, pro-
fissionais do meio jurídico que são corrompidos por interesses escusos, 
em prejuízo da justiça e promovendo a impunidade.
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Em suma, precisa-se de um Direito Penal reformado, de maior 
equilíbrio na dinâmica entre réu e vítima (que tende muito mais para o 
réu), de entes do sistema jurídico ativos e incorruptíveis.
Parece ser trabalho para muitas gerações.
História 3 (Possibilidade): O Controle Jurisdicional de Políticas Pú-
blicas e o Dever do Poder Judiciário da Garantia ao Direito Fun-
damental à Segurança Pública (SILVA, Rodrigo Monteiro da. In: 
SEGURANÇA PÚBLICA: OS DESAFIOS DA PÓS MODERNIDADE / 
Organizadores: Antônio Henrique Graciano Suxberger [et al.] – Rio 
de Janeiro: Lumen Juris, 2019. pp. 419-443).
É necessário, primordialmente, que o Poder Judiciário cumpra 
o papel de garantidor da “Imperatividade constitucional”, a partir do mo-
mento que a Constituição Federal de 1988 não é cumprida em muitas 
de suas determinações.
Destarte, o gestor público não deve ser senhor absoluto de 
suas atitudes, estas devem ser guiadas pelos dizeres da Carta Magna.
Há uma judicialização da vida crescente, resultado do descré-
dito da vida política, que, por sua vez, é resultante direta de um sistema 
de representação política ineficaz.
O autor deste documento escreveu a Dissertação de Mes-
trado “O Congresso Nacional: Alternativas de Representação Polí-
tica e Paradigmas Eleitorais”, sobre o tema representação política, 
encontrada na Biblioteca Virtual da Fundação Getúlio Vargas.
Em contramão desta realidade, o Poder Judiciário deve ter uma 
atuação em defesa da Constituição e, em conseguinte, da Democracia.
É necessário diferenciar judicialização e ativismo judicial.
A judicialização existe de qualquer forma, uma vez que ao Po-
der Judiciário não é dada a possibilidade de omissão quando requerido, 
já o ativismo judicial é uma opção, uma atitude de determinados magis-
trados na defesa dos direitos fundamentais.
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O órgão que o guardião da defesa da Constituição Federal, 
no Poder Judiciário, é o Supremo Tribunal Federal (STF).
 
Especificamente sobre a Segurança Pública, entende-se como 
direito fundamental que não advém de ilações ou construções acadêmi-
cas, mas, sim, de um desejo explícito estampado na Constituição Federal.
O artigo 144 da Constituição Federal é dedicado integralmen-
te à Segurança Pública, onde fica explícito que é dever fundamental 
do Estado ofertar segurança pública e preservar a ordem pública, bem 
como a incolumidade e o patrimônio das pessoas.
Infelizmente, tais preceitos não são cumpridos, o que re-
sulta no caos urbano que vemos nas grandes cidades brasileiras, 
com a grande escalada da violência.
Cabe ressaltar o papel do agente público na promoção do dis-
posto na Constituição Federal quanto à Segurança Pública, quando 
mais comprometido for com seu papel constitucional, mais estará apto 
para exercer seu papel com dignidade.
Em suma, pode-se dizer que é fato que, em termos de Segu-
rança Pública, os índices de violência exorbitam no Brasil, mas, tam-
bém, é fato que, pensando positivamente, boa parte da solução para 
este fato está na própria Carta Cidadã, basta os agentes públicos se 
qualificarem para cumpri-la.
História 4 (Problema): O Encarceramento em Massa no Brasil a 
Partir de suas Assimetrias: O que Dizem os Números e sua Re-
lação com a Segurança Pública (SUXBERGER, Antônio Henrique 
Graciano. In: SEGURANÇA PÚBLICA: OS DESAFIOS DA PÓS MO-
DERNIDADE / Organizadores: Antônio Henrique Graciano Suxber-
ger [et al.] – Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2019. pp. 43-68).
A questão da criminalidade – que em décadas anteriores era 
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uma questão de política – tornou-se, hodiernamente, uma questão po-
lítica e social, o que nos leva a questionamentos, reflexões e análises.
A população em geral, sentindo-se insegura, cobra das auto-
ridades públicas providências, mesmo das autoridades que não têm 
como atribuição cuidar do tema.
Sem entrar no mérito se pelos métodos corretos ou não, o 
atual Presidente da República foi eleito devido, principalmente, às 
suas ideias sobre Segurança Pública, o que reafirma a preocupa-
ção da população com a insegurança.
Entrando-se na discussão do sistema prisional, no Brasil há 
cerca de 630 mil presos.
Cerca de 40 % desse total encontram-se em prisão provisória, 
ou seja, não têm sentença definitiva.
Uma barbaridade, pois, segundo as Nações Unidas, “nenhuma 
pessoa deve aguardar a solução de seu processo detida de maneira 
desnecessária, bem assim por força da presunção da inocência”.
Cabe constatar que, considerando os estados brasileiros, o 
percentual de presos provisórios por estado é bastante heterogêneo, o 
que demonstra assimetrias entre os sistemas prisionais estaduais.
Mas a assimetria não se resume à situação dos presos provi-
sórios, também acontece em relação ao número de presos em relação 
ao total da população.
Assim, por exemplo, Mato Grosso do Sul tem 834 presos para 
cada 100 mil habitantes, enquanto a Bahia possui 115 presos para cada 
100 mil habitantes, um exemplo de flagrante assimetria.
Dos encarcerados no Brasil, cerca de 74 % cumprem pena 
em regime fechado, cerca de 24 % cumprem pena em regime se-
miaberto e cerca de 2 % cumprem pena em regime aberto.
Diminuir o número de encarcerados em regime fechado é 
algo necessário, desinchar o absurdo número de encarcerado em 
cada prisão, em condições insalubres e desumanas. 
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O fenômeno da superlotação de presídios se faz presente e, 
definitivamente, isto em nada contribui nem para a recuperação dos 
detentos, nem para a sociedade que os receberá de volta algum dia. 
Também se vê, muitas vezes, que detentos que deveriam en-
contrar-se em prisões ficam, bastante tempo, hospedados em delega-
cias policiais, o que se constitui um grande contra senso.
Impressiona que apenas cerca de 12% dos presos o sejam por 
homicídio, o que atesta que o Estado Brasileiro, em relação a este tipo 
gravíssimo de delito, o mais grave de todos, prende pouco.
Em suma, a questão carcerária é um problema sério de se-
gurança pública no Brasil – embora não seja assim reconhecido – e a 
questão não passa apenas pelos desmandos amplamente conhecidos, 
mas, sim, pelas assimetrias desses desmandos e, portanto, equalizar 
as situações carcerárias pelos entes federativos é mister.
INVESTIMENTOS NA SEGURANÇA PÚBLICA
O primeiro investimento que se pode fazer para que a segu-
rança pública seja melhorada não é nela própria, mas, sim, em um fator 
que poderá impedir o surgimento de uma futura geração de criminosos, 
delinquentes, marginais: A educação.
É o investimento em educação que poderá transformar crian-
ças em futuros cidadãos cientes de suas responsabilidades, compro-
metidos com a sociedade, aptos para exercer plenamente a cidadania.
A educação de qualidade requer horário integral, para que me-
ninos fiquem mais tempona escola e menos tempo na rua, na ociosida-
de, próximos do mundo do crime.
A educação da qualidade exige currículos diversificados, com 
conteúdos úteis, atrativos e aplicáveis à vida dos meninos e meninas.
A educação de qualidade exige complementos de atividade fí-
sicas e esportes, bem como de atividades intelectuais e de jogos.
A Educação de qualidade exige que os alunos tenham acesso 
a uma alimentação balanceada, concebida por nutricionistas, capaz de 
desenvolver suas faculdades cerebrais.
Enfim, educação no Brasil é um projeto vital, que afeta os des-
tinos do país e, no que concerne à segurança pública, uma maneira de 
reduzir expressivamente a criminalidade futura.
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Custa muito menos ao Estado investir em uma criança que 
será cidadã no futuro do que em um detento que fere a sociedade.
O segundo investimento é na municipalização dos serviços pú-
blicos, porque é nos municípios que as pessoas vivem, e é mais fácil 
combater a criminalidade a partir deles.
Nesse sentido, a Guarda Municipal cumpre importante papel, 
atuando de maneira ostensiva, tendo um papel comunitário e cumprin-
do demandas que não sejam resultado de ações de judicialização ou 
repressão (PIRES, 2017, p. 66).
Dentro da perspectiva de municipalização, a criação de Con-
selho Municipais de Segurança, com a participação de membros da co-
munidade, é capaz de propiciar soluções que não aconteceriam em um 
modelo mais engessado.
Também é importante ressaltar que “as Guardas Municipais 
precisam ser equipadas com viaturas, rádio de comunicação, arma-
mentos (de preferência não letais) e um sistema de monitoramento com 
OCRs e um trabalho de inteligência compartilhado com as demais for-
ças de Segurança Pública” (PIRES, 2017, p. 67).
O uso do monitoramento pelos agentes municipais deve ser 
estimulado, a partir das tecnologias existentes, porém com cuidado, 
pois é preciso evitar invadir a privacidade das pessoas.
Ainda no campo da Gestão Municipal, a Defesa Civil é órgão 
de suma importância, pois presta socorro sobre desastres naturais e 
tecnológicos, sendo um órgão que visa proteger os vulneráveis de uma 
situação ainda pior.
Outro aspecto que diz respeito à atuação municipal para a pro-
moção da segurança pública é o controle do trânsito, especialmente da 
sinalização, pois a quantidade de homicídios decorrente daí é muito gran-
de, e a sistematização da atividade é algo que pode evitar muitas mortes.
Mais uma atividade que deve ficar a cargo do município que é li-
gada à segurança pública é a fiscalização do comércio, zelando pela higie-
ne, combatendo o comércio ilegal e as atividades que ensejam corrupção.
Também, é atribuição municipal cuidar da preservação ambien-
tal, evitando que lugar, como parques e jardins, tornem-se ponto de en-
contro para atividades ilícitas, como o uso de entorpecentes, por exemplo.
A iluminação pública talvez seja uma das principais atribuições 
municipais no que concerne à segurança pública, pois locais devida-
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mente iluminados são menos favoráveis para a ação de criminosos.
A dimensão municipal da saúde tem a ver com a segurança 
pública na medida em que as vítimas de atividades criminosas precisam 
de tratamentos de saúde eficazes.
Como se vê, há uma série de ações que os municípios podem 
promover, ligadas à segurança pública, para promover o bem estar da 
sociedade.
O terceiro investimento é na polícia, que é o órgão que protege 
a sociedade contra o crime.
Uma medida essencial é que a polícia precisa de treinamen-
to humanístico, principalmente em relação à visão de mundo de seus 
membros, pois “não há dúvida de que negros e pobres são as principais 
vítimas do crime mais grave, o homicídio doloso, além de serem as 
principais vítimas da brutalidade policial letal e das abordagens ilegais” 
(SOARES, 2019, p. 25).
Ao contrário do homicídio culposo, onde quem mata não 
tem intenção de matar, no homicídio doloso quem mata efetiva-
mente quer matar.
O que se percebe, claramente, é que a polícia brasileira cons-
titui uma herança do regime militar, onde as práticas policiais eram im-
placáveis, sórdidas, inclementes.
Então, a polícia de hoje – que deveria ser sóbria, comedida, 
discreta – incorpora, em boa parte, os valores do regime de exceção 
pretérito.
Uma união tétrica entre, por um lado, preconceito contra negro 
e pobre, e, por outro, reprodução de métodos de trabalho herdados de 
uma era negra, fazem de nossa polícia uma entidade violenta, opres-
sora e cruel, e isto, por óbvio, não contribui para o desenvolvimento da 
segurança pública.
Outra característica de nossa polícia é a incapacidade de in-
vestigação – nos homicídios dolosos, por exemplo, apenas 8% dos ca-
sos são esclarecidos (SOARES, 2019, p. 28).
É também marcante o fato de como a polícia prende quem não 
deveria prender, como por exemplo: “No Rio de Janeiro, segundo pes-
quisa do Pnud, 80% dos presos por tráfico de drogas são jovens entre 
16 e 28 anos. A grande maioria foi capturada em flagrante, não portava 
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arma, não agia com violência e não tinha qualquer vínculo com organi-
zações criminosas” (SOARES, 2019, p. 30).
Definitivamente, não é essa polícia que precisamos, é preciso 
construir uma polícia qualificada, com discernimento, investigativa, que 
interaja com a sociedade, que tenha formação humana.
O quarto investimento deve ser em relação às drogas, uma vez 
que os entorpecentes geram tantos problemas em nossa sociedade. 
A indústria das drogas é bilionária e constitui um dos maiores 
fracassos, se não o maior, da segurança pública no Brasil.
A proibição das drogas não parece ser uma solução eficaz para 
o problema.
Vejamos...
Então, por que não se proíbe o cigarro?
Então, por que não se proíbe as bebidas alcoólicas?
Então, por que não se proíbe outros entorpecentes?
A melhor solução parece ser legalizar, da mesma forma que os 
vendedores também devem ser legalizados – o que quebra a “espinha 
dorsal” do tráfico.
Esses vendedores pagariam impostos altíssimos e, com parte 
substancial do dinheiro arrecadado, investir-se-ia em clínicas de recu-
peração para viciados.
Cada cidadão que cometesse crimes sob o efeito de drogas 
responderia por eles, com o consumo da droga sendo considerado não 
uma atenuante, mas, sim, uma agravante.
 O consumo das drogas, legalizadas, não iria explodir, mas di-
minuir: Com altos impostos, o preço do produto seria caríssimo, afas-
tando potenciais consumidores.
Ao contrário, deixar proibido, como atualmente, só alimenta um 
ciclo de confrontação, corrupção e morte.
Repare que uma política de liberação das drogas traz no-
vos desafios à segurança pública – não mais o combate aos trafi-
cantes, mas, sim, aos entes que se excedem nas drogas e, a partir 
disso, cometem delitos, o que parece uma tarefa mais amena.
O quinto investimento deve ser feito no combate às armas, que 
são a matéria-prima de tantas mortes, de tanta dor, de tanto sofrimento.
Um dado estarrecedor é que mais da metade das armas que 
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circula pelo país são armas ilegais, a maior parte delas vinculadas ao 
tráfico de armas.
Ao contrário do que se pensa, a maioria das armas ilegais 
existentes no Brasil não vem do exterior, mas são fabricadas no 
próprio país – em alguns casos, as armas feitas aqui saem pelas 
fronteiras para o Paraguai e retornam ao Brasil.
Então, depreende-se que a questão do tráfico de armas está 
muito ligada não à importação de armas de fora, mas, sim, à exportação 
de armas ilegais feitas no Brasil, para fora do país.E o que fazer para combater o tráfico de armas, além de fazer 
liberalização responsável das drogas – que são associadas ao tráfico 
de armas – já salientada?
É preciso que o Estado tenha uma maior atuação na intercep-
tação de mercadorias (as armas) e matérias primas (os materiais de 
que se faz as armas), bem como a coibição dos líderes do negócio (e 
não de se seus prepostos).
Ainda cabe ao Estado fazer o papel de regularizar as frontei-
ras, fazendo uma vigilância eficaz do que entra e do que sai.
Enfim, as organizações públicas que lidam com armas devem 
ter controle rigoroso delas, impedindo que, via corrupção, estas tenham 
destinos inadequados.
Enfim, a Segurança Pública tem uma agenda vasta para se 
reinventar.
LEVANTAMENTOS, DIAGNÓSTICOS E PESQUISAS NA ÁREA DE 
SEGURANÇA PÚBLICA
Quando se pensa em métodos de pesquisa voltados para a 
Segurança Pública, duas questões se demonstram importantes, a sa-
ber: A metodologia da pesquisa e a inteligência policial.
Pode-se dizer, sem medo de errar, que os órgãos de Seguran-
ça Pública, notadamente a polícia, precisam investir em pesquisa.
E, quando se fala em pesquisa, se fala em documentos e, por-
tanto, projeto de pesquisa e relatório de pesquisa.
Pode-se qualificar o projeto de pesquisa como um pequeno 
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manual para proceder a pesquisa.
O documento chamado projeto de pesquisa se inicia com a fo-
lha de rosto, onde é enunciado o título da pesquisa, o autor (ou autores) 
e a data de publicação.
Em seguida, vem o sumário do projeto de pesquisa, onde to-
dos os temas são listados, bem como a página onde se encontram.
O passo seguinte é a introdução, onde uma breve apresenta-
ção do assunto da pesquisa é arrolada.
Na sequência, vem o problema de pesquisa científica, que 
deve ser formulado em forma de pergunta – no caso de Segurança 
Pública, a pergunta, que é o que vai se tentar responder ao longo da 
pesquisa, deve ser pertinente ao tema.
Em seguida, deve-se listar os objetivos da pesquisa, o que con-
templa um objetivo principal e pelo menos dois objetivos secundários.
Logo após, devem ser listadas algumas questões a serem res-
pondidas.
Tem-se as hipóteses ou suposições, que são ideias que o autor 
(ou autores) tem (ou têm) sobre o tema, que serão comprovadas, ou 
não, ao longo da pesquisa.
Vem a delimitação do estudo, que indica o que fica dentro e o 
que fica fora do que será abordado na pesquisa.
A relevância do estudo indica a justificativa para a realização 
da pesquisa.
Enfim, a definição dos termos indica quais as palavras-chave 
que são parte da pesquisa a se desenvolver.
Todas essas informações são parte integrante do que pode-
mos chamar de um primeiro capítulo do projeto de pesquisa.
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O projeto de pesquisa segue com o referencial teórico, que é 
uma breve estudo sobre os assuntos que são coerentes com a pesquisa 
que se pretende fazer.
Por óbvio, quando for acontecer a pesquisa propriamente dita, 
já se tem um caminho pronto para começar, o pesquisador não se en-
contra “perdido” para iniciar suas leituras e seus escritos.
É importante, assim, que o pesquisador consiga eleger, cri-
teriosamente, quais os assuntos que dissertará, brevemente, no refe-
rencial teórico, que, obviamente, devem ser coerentes com o problema 
elencado no capítulo anterior.
Uma vez decidido o tratamento que será dado ao problema da 
pesquisa e o referencial teórico da pesquisa, é preciso definir a metodo-
logia da pesquisa.
Quanto ao tipo de pesquisa, faz-se quanto aos fins (explora-
tória, descritiva, explicativa, metodológica, aplicada, intervencionista) e 
quanto aos meios (de campo, de laboratório, documental, bibliográfi-
ca, experimental, ex post facto, participante, pesquisa-ação, estudo de 
caso), sendo que se podem combinar os tipos.
No universo e amostra, define-se qual população será pesqui-
sada e qual será o método para definir a amostra dessa população.
Na seleção dos sujeitos, tem-se as pessoas que fornecerão os 
dados que o pesquisador necessita.
Na coleta de dados, o pesquisador define quais serão as fontes 
de pesquisa onde irá procurar informações, tais quais jornais, revistas, 
teses de Doutorado, dissertações de Mestrado, livros, etc.
No tratamento de dados, o pesquisador define como pretende 
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utilizar os dados coletados, que tipo de linguagem pretende utilizar na 
pesquisa (fenomenológico, hipotético-dedutivo, dialético), assim como se 
pretende usar os dados – quantitativamente, qualitativamente ou ambos.
Nas limitações do método, o pesquisador deve antecipar as 
dificuldades que antevê encontrar ao longo da pesquisa.
Por fim, o cronograma lista as atividades que a pesquisa terá 
realizadas ao longo do tempo, e a bibliografia, que foi necessária, so-
bretudo, para constituir o referencial teórico.
Portanto, o projeto de pesquisa serve como uma espécie de 
manual para a realização da pesquisa, um facilitador para que esta 
aconteça de forma mais eficaz e tranquila.
O passo seguinte é a realização da pesquisa propriamente 
dita, sendo que o projeto de pesquisa deve ser respeitado ao máximo 
possível, especialmente o cronograma, para que esta possa transcorrer 
de forma adequada.
Finda a pesquisa, ela precisa ser transcrita, em um documento 
que se chama relatório de pesquisa, que, como o nome já diz, relata a 
pesquisa em si.
O relatório de pesquisa começa com agradecimentos, dedica-
dos a quem o pesquisador orienta seu coração.
Em seguida, vem a apresentação, onde o pesquisador contex-
tualiza o leitor sobre o que ele está prestes a ler.
O resumo sumariza o relatório de pesquisa, fornecendo infor-
mações condensadas sobre este.
Segue uma lista de símbolos e abreviaturas utilizadas no rela-
tório de pesquisa, visando a melhor compreensão do leitor.
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Também se enuncia a lista de ilustrações, indicando onde cada 
ilustração se encontra no relatório de pesquisa.
Em seguida, tem-se o sumário, dispondo os capítulos do rela-
tório de pesquisa.
Na introdução, começa o relatório propriamente dito, onde se 
explica genericamente o assunto tratado.
No desenvolvimento, haverá vários capítulos, onde o referen-
cial teórico tratado no projeto de pesquisa será expandido, uma vez que 
aprofundado pela pesquisa propriamente dita.
Os resultados se referem ao que a pesquisa apurou de resulta-
dos, sendo um capítulo à parte.
As conclusões são as respostas sobre a pesquisa que se ofe-
rece ao leitor.
Como se vê, duas das partes do projeto de pesquisa, o proble-
ma e a metodologia, podem ser inseridas no relatório de pesquisa – o 
referencial teórico, não faz sentido, visto que já implícito nos capítulos 
de desenvolvimento.
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Portanto, saber desenvolver uma pesquisa é um passo gigan-
tesco para também se qualificar para levantar dados e proceder diag-
nósticos a partir dos resultados destas.
Outra questão que envolve o assunto, esta mais próxima do 
cotidiano da Segurança Pública, é a da inteligência policial.
Atividades de inteligência são úteis para subsidiar atuações no 
campo da persecução penal e, também, são úteis como forma de orien-
tação no âmbito da investigação preliminar.
A partir de 1999, o moderno sistema de inteligência no Brasil 
começa a vigorar:
No final de 1999, foi promulgada a Lei número 9.883, instituindo o Sistema 
Brasileiro de Inteligência ((SISBIN), que integra as ações de planejamento e exe-
cução das atividades deinteligência do país, e criou a Agência Brasileira de Inte-
ligência (ABIN), o órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência e que tem a 
função de planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades 
de inteligência e de contrainteligência do país (SUXBERGER, 2019, p. 94)
Sobre o que vem a ser inteligência, do ponto de vista da segu-
rança pública, tem-se que:
A atividade de inteligência se constitui na produção sistemática de conhe-
cimento de dados, além da sua salvaguarda, de interesse do Estado. Tal 
atividade requer a utilização de técnicas e métodos específicos voltados para 
a produção de conhecimento, afastando de plano ações de cunho intuitivo e 
procedimentos não racionais (SUXBERGER, 2019, p. 95)
E ainda:
... entende-se como inteligência a atividade que objetiva a obtenção, aná-
lise e disseminação de conhecimentos dentro e fora do território nacional 
sobre fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o processo 
decisório e a ação governamental e sobre a salvaguarda e a segurança da 
sociedade e do Estado (SUXBERGER, 2019, p. 95)
Uma questão importante é que as ações de inteligência podem 
ser ações de coleta e ações de busca.
Quando, no exercício de suas atribuições, o agente de Segu-
rança Pública busca um dado que é disponível, se está referindo a uma 
ação de coleta.
Por seu turno, quando, no exercício de suas atribuições, o 
agente de Segurança Pública busca um dado que não é disponível, se 
está referindo a uma ação de busca.
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Pela natureza dos dois tipos de ações, é aparentemente 
óbvio que é mais difícil proceder uma ação de busca do que uma 
ação de coleta.
Mas, essencialmente, o que importa é entender quais são as 
ações de inteligência que o agente de Segurança Pública pode empre-
ender e, neste sentido, temos que:
Quanto às operações de inteligência, entendidas como o conjunto de ações 
planejadas, com emprego de técnicas operacionais e meios para a realização 
de busca, Almeida Neto, ilustrativamente, elenca a estória cobertura (EC), a 
observação, memorização e descrição (OMD), a entrada, a vigilância, o re-
conhecimento, a desinformação, o recrutamento operacional, a provocação, 
a entrevista, o interrogatório, a interceptação de comunicações, o disfarce, 
as comunicações sigilosas, a leitura da fala, a defesa pessoal, o tiro e o em-
prego de recursos tecnológicos (foto interpretação, identificação de pessoas, 
entre outros) (SUXBERGER, 2019, p. 99)
Por fim, cabe registrar que a inteligência não tem efeito apenas 
nas diligências criminais, mas pode ser utilizada nos autos do processo 
penal como elemento informativos.
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
É lógico imaginar que as modernas possibilidades da tecno-
logia da informação podem melhorar o desempenho da segurança da 
informação como um todo e, de fato, o podem.
A proposta, aqui, é apresentar algumas possibilidades tecnoló-
gicas, seus benefícios e, assim, gerar uma reflexão sobre a aplicabilida-
de disso na segurança da informação.
Começa-se pela tecnologia denominada Enterprise Resources 
Planning, o ERP.
Não é conhecida por esse nome, mas, sim, por SAP, isso porque 
a empresa alemã SAP produz o R/3, versão mais conhecida do ERP.
Mas, existem fornecedores conhecidos, como a Oracle, a Peo-
plesoft e a brasileira Totus.
A ideia é informatizar toda a organização, de modo que uma 
movimentação em uma área gere movimentações reativas em áreas 
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impactadas.
Por óbvio, é uma tecnologia que pode ser útil para organiza-
ções de Segurança Pública.
O Eletronic Data Interchange, o EDI, permite que duas organi-
zações troquem informações entre si através de um formulário padrão, 
pela internet.
No caso da segurança pública, o EDI pode ser útil em diversos ca-
sos, como quando uma delegacia de polícia que passar um ofício a outra.
O e-learning é um sistema de aprendizado a distância, ou ensi-
no a distância, ou educação a distância.
Um instrutor ou uma Instituição que conta com instrutores 
transmite conhecimento para alguém, através do computador.
É sabido que muitos agentes de segurança da informação, espe-
cialmente policiais, precisam de formação humanística e, assim, o uso do 
e-learning pode ser uma excelente alternativa para o profissional ser treina-
do sem necessitar se deslocar a salas de aulas, maximizando seu tempo.
O Radio Frequency Identification é a forma de identificação 
por meio de ondas de rádio.
Ao colocar uma etiqueta no produto desejado, utiliza-se um lei-
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tor para capturar e armazenar suas informações, por meio de um micro-
chip que se comunica com o software.
Um exemplo no contexto da segurança pública é uma infiltração 
em uma organização criminosa, uma microcâmera com uma microetique-
ta, podendo ser encontrada através da leitora pelos policiais infiltrados.
O Suppliers Relastionship Management (SEM), ou Gerencia-
mento do Relacionamento com Fornecedores, consiste, principalmente, 
em se criar um histórico dos fornecimentos feitos por cada fornecedor.
O Wirehouse Management System (WMS), ou Sistema de 
Gestão de Depósitos, auxilia a ordenar como os materiais devem ser 
disponibilizados em seus relativos almoxarifados.
Da mesma forma, qualquer órgão de segurança pública, con-
tando com o WMS, pode saber, em tempo, real, com quais e quantos 
materiais conta, evitando estoques em excesso (e reduzindo custo) e 
planejando o ressuprimento dos que são necessários.
Os Sistemas de Processamento de Transações (SPT) funcio-
nam de uma maneira em que, a cada transação que é feita sobre deter-
minado assunto, há uma reação relativa ao mesmo assunto.
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Em um Secretaria Municipal de Segurança Pública, por exem-
plo, pode ter um SPT para contabilidade, em que cada despesa é ca-
talogada no sistema, classificada como débito e, automaticamente, o 
balanço contábil é atualizado.
Há, também, os Sistemas de Informações Gerenciais (SIG), 
em que a transmissão da informação é enriquecida por instrumentos de 
complemento.
Como se pode ver, o SIG não é apenas informática, mas pro-
cedimentos e pessoas.
Imagine, então, uma delegacia de polícia aprontando um rela-
tório sobre determinado ex-detento, em liberdade provisória, para seu 
julgamento – ela pode se valer do SIG para tanto.
O Sistema de Apoio à Decisão (SAD) é um instrumento que 
ajuda os entes a tomarem decisões racionais.
Imagine, então, que o Ministério Público utiliza uma tecnologia 
SAD para dividir os processos pelos promotores.
O MS Project é um software que ajuda na concepção de proje-
tos organizacionais.
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Ao contrário dos processos, que são atividades organiza-
cionais de natureza continuada, os projetos são atividades de na-
tureza temporária.
Os projetos são cada vez mais presentes no universo organi-
zacional e, assim sendo, o MS Project torna-se instrumento útil.
Imagine, então, alguma operação policial, por exemplo, a “Cas-
telo de Areia”, para iniciá-la é preciso documentar o projeto e, nesse 
ponto, o MS Project pode ser útil.
Portanto, depreende-se que sistemas de informação podem 
ser úteis à Segurança Pública de diversas formas.
PROCESSO DECISÓRIO
É inquestionável que a tomada de decisão deve ser objeto de 
atenção especial em termos de segurança pública, pois decisões equi-
vocadas podem ocasionar mortes desnecessárias, condenações de 
inocentes, desvios de recursos pecuniários do Erário e outros males degrande monta.
Segundo todos os estudos sobre o tema apontam, emo-
ções e paixões não são “boas companheiras” para a tomada de 
decisão, esta deve ser a mais racional o quanto for possível.
Segundo Max H. Bazerman, existem seis etapas de uma toma-
da racional de decisão (BAZERMAN, 2004, pp. 04-05).
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A primeira etapa é definir o problema, sem um problema claro 
a ser solucionado não há o que decidir.
A segunda fase é identificar os critérios, ou seja, qual os objeti-
vos que se almeja alcançar com a tomada de decisão e, portanto, o que 
se irá avaliar.
A terceira fase é ponderar os critérios, ou seja, os objetivos 
não são todos de igual importância, é preciso elencar a importância dos 
objetivos.
A quarta fase é gerar alternativas, ou seja, identificar quais são 
as soluções possíveis para o problema que se quer resolver.
A quinta fase é classificar cada alternativa segundo cada crité-
rio, ou seja, ver como as alternativas atendem quão bem, ou quão mal, 
os objetivos que se fixou anteriormente, fazer uma análise disso.
 A sexta fase é identificar a solução ótima, ou seja, aquela mais 
adequada entre todas as alternativas.
A tomada de decisão é, obviamente, associada a erros, e exis-
tem determinados erros que são previsíveis.
Portanto, uma técnica importante para a tomada de decisão é 
identificar erros previsíveis e evitá-los.
Outro ponto importante é que muita gente – em qualquer setor 
da vida profissional – trabalha arduamente com a certeza de algo.
Só que não há certeza de nada, tudo é incerto, a incerteza é 
certa, o que pressupõe o conceito de risco.
Então, quando se decide, há que se ter em mente que se bus-
ca minimizar riscos, para ter êxito no resultado.
Outro ponto é que cognição e motivação devem estar conjuga-
das para que a decisão tenha mais chances de funcionar.
Quando a decisão é tomada por quem tem conhecimento, mas 
quem executa não tem motivação, possivelmente não funcionará.
Quando a decisão é tomada por quem não tem conhecimento, 
mesmo que executada por alguém motivado, também tende a não fun-
cionar.
Cognição e motivação são indissociáveis para que a decisão 
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tenha mais chances de funcionar.
Comprometimento também é um fato importante para que o 
processo decisório se efetive de forma mais satisfatória.
Qual a diferença entre envolvimento e comprometimento?
Quando comemos ovos com bacon, a galinha está envolvi-
da, o porco está comprometido.
Um elemento importante a ser considerado no processo de-
cisório é a justiça – ainda mais quando estamos tratando do processo 
decisório em um órgão de segurança pública.
Decidir de forma justa é uma atribuição imprescindível dos en-
tes envolvidos em decisões em geral.
Um ponto seminal das tomadas de decisões são os processos 
negociais, muitas vezes depende-se de outras partes, com as quais é 
preciso negociar, para que se venha a alcançar os objetivos.
Negociar não significa “passar a perna” no outro, mas, 
sim, estabelecer uma relação construtiva para ambas as partes o 
conhecido “jogo de ganha-ganha”.
Se torna um bom tomador de decisões adquirindo experiência 
e conhecimento técnico.
Quer dizer que, quanto mais se decide, mais se tende a decidir 
melhor.
Torna-se um bom tomador de decisões o que consegue mobi-
lizar forças para mudanças.
Segundo o prestigiado autor Kurt Lewin, a mudança sau-
dável deve ocorrer pelo processo de descongelamento / mudança 
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/ recongelamento.
O descongelamento significa explicar por que o padrão 
atual não serve mais, sua desatualização.
A mudança é implantar a ação modificadora.
O recongelamento é acompanhar a mudança, com o intui-
to de impedir que o padrão antigo retorne e buscando que o padrão 
novo prevaleça.
Assim, a tomada de decisões deve ser racional, imparcial, neu-
tra, desprovida de vieses.
Se torna um bom tomador de decisões olhando o processo de 
tomada de decisão como um agente externo.
Enxergar o processo como se estivesse fora dele dá uma per-
cepção de erros, vícios e vicissitudes, que, assim, podem ser eliminados.
Se torna um bom tomador de decisões aceitando a imprescin-
dível colaboração da tecnologia da informação.
Determinadas decisões compreendem uma complexidade tal 
que modelos matemáticos, compreendidos na tecnologia da informa-
ção, podem ser úteis, tal como o Sistema de Apoio à Decisão (SAD).
Se torna um bom tomador de decisões aquele que dá voz à 
sua intuição, mas a submete a critérios racionais.
Não há nada de errado em ser intuitivo, desde que aquela deci-
são incomum que se queira tomar seja analisada racionalmente.
São algumas dicas para que o processo decisório dos agentes 
da Segurança Pública seja eficaz.
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QUESTÕES DE CONCURSO
QUESTÃO 01:
(CESPE – DEPEN – Agente Penitenciário – Área 3 – 2015 – Adaptada)
Um dos maiores desafios do Estado e da sociedade é prestar as-
sistência ao homem que enfrenta os problemas advindos do encar-
ceramento, quer durante o cumprimento da pena de prisão, quer 
após, quando ele é devolvido à liberdade. De nada adiantará todo o 
esforço para melhorar o sistema prisional, se, ao retornar ao con-
vívio social, esse homem for rejeitado e incitado a voltar à crimina-
lidade por absoluta falta de opção.
Tendo como referência inicial essas informações e considerando a 
temática da inclusão de presos em estabelecimentos penais federais 
de segurança máxima ou sua transferência, julgue o item a seguir.
A assistência ao egresso será obtida no Distrito Federal ou no es-
tado onde, comprovadamente, residam seus familiares.
a) Certo.
b) Errado.
QUESTÃO 02:
(CESPE / CEBRASPE – DEPEN – Agente e Técnico – Todas as 
Áreas – Conhecimentos Básicos – 2015 – Adaptada)
A partir dessas informações, julgue o próximo item.
O crescimento econômico das cidades sem o adequado investi-
mento em infraestrutura e segurança pública, e a atuação do crime 
organizado são fatores que contribuem para o aumento das taxas 
de homicídio.
a) Certo.
b) Errado 
QUESTÃO 03:
(FADESP – CPC – RENATO CHAVES – Perito Criminal – Engenharia 
Civil – 2019)
Toda prova deve ser documentada, desde seu nascimento no local 
de crime até sua análise e descrição final, de forma a se estabelecer 
um histórico completo e fiel de sua origem. Essa afirmação baseia-
-se no princípio fundamental da perícia criminalística chamado:
a) Princípio da observação.
b) Princípio da documentação.
c) Princípio da descrição.
d) Princípio da análise.
e) Princípio da interpretação.
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QUESTÃO 04:
(FUNDATEC – IGP – RS – Perito Criminal – Engenharia Civil – 2017)
A Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) elaborou um 
Manual visando uniformizar o processo de produção das provas téc-
nicas no país. Assinale a alternativa INCORRETA em relação ao Pro-
cedimento Operacional Padrão em local de crimes contra a pessoa.
a) Verificar se as áreas mediatas e imediatas estão isoladas e preservadas 
adequadamente, corrigindo, se necessário, o perímetro da área isolada.
b) Somente por ordem dos Peritos Criminais outras pessoas poderão 
ter acesso à área isolada, cabendo medidas coercitivas no sentido de 
impedir que pessoas estranhas adentrem ao local isolado.
c) A coleta de material biológico será feita sempre com o uso de luvas 
novas e descartáveis, que serão trocadas antes da manipulação de um 
novo vestígio.
d) Em casos de morte com suspeita de utilização de arma de fogo, 
em não havendo coleta de materialpara exame residuográfico no local, 
os Peritos Criminais deverão providenciar para que sejam protegidas e 
preservadas as áreas anatômicas de interesse dos exames.
e) Os objetos que não forem coletados pelos Peritos Criminais ficarão 
sob custódia dos familiares da vítima.
QUESTÃO 05:
(AOCP – UFOB – Analista de Tecnologia da Informação – Desenvol-
vimento – 2018 – Adaptada)
Um Sistema de Informação diz respeito somente ao software e har-
dware utilizado.
a) Certo.
b) Errado 
QUESTÃO 06:
(AOCP – UFOB – Analista de Tecnologia da Informação – Desenvol-
vimento – 2018 – Adaptada)
Uma das características de um Sistema de Informação é a integra-
ção entre o sistema de informação e a estrutura da empresa.
a) Certo.
b) Errado 
QUESTÃO 07:
(FUNDEP – INB – Técnico de Informática – 2018)
Qual é o tipo de relacionamento comercial na internet que permite 
que empresas façam negócios entre si utilizando o meio digital?
a) C2C.
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b) B2C.
c) B2B.
d) G2B.
QUESTÃO 08:
(CESPE – TER – GO – Analista Judiciário – Área Administrativa – 
Conhecimentos Específicos – 2015 – Adaptada)
O modelo racional de tomada de decisão exige que o gestor se 
apoie em informações consideradas perfeitas e que tome, com 
base nelas, decisões de forma totalmente imparcial.
a) Certo.
b) Errado 
QUESTÃO 09:
(FCC – MANAUSPREV – Técnico Previdenciário – Administrativa)
O processo de tomada de decisões, seja no âmbito organizacional 
ou pessoal, normalmente é complexo e produz efeitos. A sequência 
que garante a eficácia e a racionalidade do processo decisório é:
a) O diagnóstico; a identificação do problema ou oportunidade; escolha 
da alternativa; implantação e avaliação da decisão.
b) O diagnóstico; identificação do problema ou oportunidade; escolha 
da alternativa; avaliação da decisão e geração de alternativas.
c) A identificação do problema ou oportunidade; geração de alternativas; 
escolha da alternativa; implantação e avaliação da decisão.
d) A identificação do problema; geração de alternativas; diagnóstico; 
avaliação da decisão e escolha da alternativa.
e) A identificação do problema ou oportunidade; diagnóstico; geração de 
alternativas; escolha da alternativa e avaliação da decisão.
QUESTÃO 10:
(CESPE – FUB – Relações Pública – 2015 – Adaptada)
Acerca das técnicas de negociação e de tomada de decisões, jul-
gue o item subsequente.
Projetos e planos desenvolvidos nas organizações podem afetar 
muitos grupos com interesses diversos, que são impactados pelas 
decisões tomadas.
a) Certo.
b) Errado 
QUESTÃO DISSERTATIVA
Muitos policiais, para se exercerem atividades investigativas, devem se 
travestir em pesquisadores, o que coloca em relevância a atividade de 
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pesquisa em seu trabalho. Descreva a atividade de pesquisa.
TREINO INÉDITO
Todas as Secretarias Estaduais de Segurança Pública pretendem 
se comunicar através de um sistema integrado de informação, que 
deve ser:
a) o SIG.
b) o EDI.
c) o ERP.
d) o ECR.
e) o SPT.
NA MÍDIA:
A Força Nacional de Segurança Pública foi autorizada a atuar na região da 
Amazônia Legal, em ações de fiscalização e repressão ao desmatamento 
ilegal, combate a incêndios florestais, entre outros crimes ambientais.
A portaria do Ministério da Justiça e Segurança Pública foi publicada 
nesta sexta-feira (22). Os agentes da Força Nacional devem atuar em 
articulação com as forças armadas e outros órgãos de Segurança Pú-
blica nos Estados.
Não foi informando quantos agentes devem seguir para a região. A por-
taria vale até o dia 10 de junho, mas pode ser prorrogada, se necessário.
https://radioagencianacional.ebc.com.br/seguranca/audio/2020-05/for-
ca-nacional-de-seguranca-publica-vai-atuar-no-combate-crimes-am-
bientais 22/05/2020
NA PRÁTICA
Imagine que, agora que você é secretário municipal de Segurança Pú-
blica, identificou que não existe o mínimo controle sobre os materiais 
que entram e que saem do escritório da secretaria, inclusive os bélicos.
Isso pode gerar uma série de prejuízos, uma vez que, saindo mais ma-
teriais do que entram, é patrimônio que se perde.
Mas, você está estudando Administração e aprendeu, em Logística, so-
bre uma tecnologia chamada WMS – Wirehouse Management System, 
ou Sistema de Gerenciamento de Depósitos.
Você adotou essa tecnologia em seu escritório e, com isso, viu o ge-
renciamento de materiais tornar-se muito mais eficaz, ágil e econômico.
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No terceiro capítulo deste documento, busca-se mostrar que a 
melhoria do aparato de Segurança Pública pode contribuir para uma so-
ciedade brasileira melhor, onde a cidadania é exercida em sua plenitude.
Inicialmente, será abordada a importante questão da defesa 
social, ou seja, que a Segurança Pública existe em prol da defesa da 
sociedade, e não como instrumento de aterrorizá-la, como, muitas ve-
zes, parece acontecer.
Depois, serão detectadas as raízes da violência na sociedade, 
posto que vivemos em um ordenamento social extremamente violento 
e, muitas vezes, a imagem do “homem cordial” de Sérgio Buarque de 
Hollanda não passa de uma ilusão.
Em seguida, demonstrar-se-á que a melhoria na Segurança 
Pública terá mais possibilidades de acontecer se um trabalho integrado 
de diversos órgãos, do próprio aparato e outros, que venha a contribuir 
A SEGURANÇA PÚBLICA VOLTADA
PARA A CIDADANIA
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para uma visão holística da proposição.
Logo depois, haverá o debate sobre a necessidade de a segu-
rança pública ser objeto de controle interno e de controle externo como 
forma de autoaperfeiçoamento.
Então, será comentado como a Segurança Pública e os Direi-
tos Humanos são conceitos que contribuem um com o outro e, assim, 
devem ser compatibilizados.
A diretriz é mostrar, o tempo todo, que a Segurança Pública 
cumpre um papel relevante para a construção da cidadania no Brasil.
DEFESA SOCIAL
É fato claro que a segurança pública que aí está muito mais 
escandaliza, afronta e amedronta a população, do que lhe dê algum 
sentimento de proteção, de conforto, de bem estar.
Este quadro é que precisa ser modificado, trata-se de uma ta-
refa histórica do Estado brasileiro.
E esta modificação só poderá vir, necessariamente, pela alte-
ração dos padrões de ação que os agentes de Segurança Pública têm 
seguido até então.
Um retrato da opressão do sistema atual segue abaixo:
O sistema de Segurança Pública que atualmente é executado pelas corpora-
ções policiais é ultrapassado e injusto, baseado no medieval inquérito policial 
que nada consegue apurar, posto que, segue uma rotina inquisitiva de prepo-
tência e violação dos direitos individuais sendo conduzido pela figura ímpar 
do “delegado de polícia” que não sedimentou a ideia de sociedade igualitária 
e segue uma tendência arbitrária e burocrática herdada da ditadura militar 
que visualiza o cidadão infrator como um “inimigo” e ser dizimado em prol da 
falsa sensação de segurança de classe privilegiada que pode comprá-la ou 
usufruí-la sempre que estiver ao lado do poder estatal exageradamente re-
pressor. Nunca se imagina, nem de longe, que um sobrinho, primo ou mesmo 
filho pode sofrer eventualmente as mazelas da repressão estatal arbitrária 
(MALAQUIAS, 2019, p. 376)
O que propiciará a reversão desse tenebroso quadro não é a 
aquisição de mais armamentos, a aquisição de mais viaturas, a aquisi-
ção de mais computadores.
O que reverte esse quadro é a qualificação intensiva dos pro-
fissionais, a valorização salariale uma política de Segurança Pública 
em que se previna mais para se ter que matar menos.
As prioridades estão invertidas.
Ainda sobre segurança pública, seguem as sábias palavras:
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A verdadeira política social deve prezar por uma posição ideológica coeren-
te que realmente queira diminuir os índices de criminalidade que tanto 
faz vítimas na população hipossuficiente, devendo ser utilizada para uma 
intervenção eficiente e seja instrumento de transformação social, conjugando 
ações técnicas com intenções dignas direcionadas ao bem estar da socieda-
de (MALAQUIAS, 2019, p. 376)
Os policiais são profissionais pagos para protegerem a 
população em geral.
Portanto, a população deveria confiar nos policiais.
Mas, você acredita que a população confia nos policiais, 
ou não?
Um ponto importante é que, se a Segurança Pública vai funcio-
nar, é preciso haver um comando unificado, a questão hierárquica tem 
fundamental importância no processo.
É aí que a política pode ser um fator decisivo... para atra-
palhar a segurança!
Houve épocas que havia um Ministério da Segurança Pú-
blica, outras que havia uma Secretaria de Segurança Pública.
Perfeito, unidade do comando.
Daí, para se agradar o ex-juiz Sergio Moro, foi criado o Mi-
nistério da Justiça e Segurança Pública, com a pasta ficando a car-
go de Moro.
Como Moro é da Justiça, mas pouco valor dá à Segurança 
Pública, esta ficou relegada ao segundo plano, em sua gestão.
A Segurança Pública merece a devida atenção. 
É necessário, também, que a Segurança Pública seja reconfi-
gurada, com uma nova estrutura organizacional, que venha a coibir a 
atuação de estruturas paralelas – como milícias e grupos de justiceiros 
– em sem entorno.
Outro ponto importante é que, no bojo dessa reconfiguração, 
redefinir de forma estratégica o que é papel da União, dos estados e dos 
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municípios é algo muito importante.
Mas, deve-se destacar que a esperança deve ser um norte, 
como nos demonstra o programa Segurança Presente:
O programa Segurança Presente foi criado através do decreto 45.072 do 
Governo do Estado do Rio de Janeiro. Podemos afirmar que, sem a parceria 
com a sociedade organizada, provavelmente não teríamos conseguido. As 
campanhas dos próprios cidadãos, muitos deles lideranças dos bairros, fo-
ram fundamentais para o apoio do Sistema Sesc / Sebrae. Pela primeira vez 
na história, uma ação de polícia acontece junto a uma ação de assistência 
social. No rio de Janeiro, cidade onde a desigualdade econômica assume 
contornos abissais, é impossível pensar em Segurança Pública sem consi-
derar este aspecto (GONÇALVES, 2018, p. 25)
No programa Segurança Presente, o foco são os moradores de 
rua, que são objeto de auditivas de assistentes sociais.
As assistentes sociais querem entender os motivos por que as 
pessoas moram nas ruas, que podem ser sociais ou de ordem econômica.
Muitas vezes, a questão é que a pessoa “não existe” oficial-
mente, ou seja, não possui documentos e, nesses casos, é redireciona-
da para obtê-los e, depois, conseguir alguma qualificação mínima que 
lhe garanta uma renda.
Outros casos indicam para pessoas que vieram de fora para 
tentar realizar o sonho de “melhorar de vida no Rio de Janeiro”, mas 
não conseguiram exatamente por falta de qualificação – são igualmente 
reorientadas para alguma qualificação que possa gerar alguma renda.
Às vezes, a pessoa é da própria cidade, mas tem origem pau-
pérrima, e precisa do auxílio.
 Para cada diagnóstico, uma solução diferente.
O ponto interessante é que as assistentes sociais são acompa-
nhadas por um policial, que lhes faz a proteção, que recebe uma renda 
extra para isso, ou por um policial aposentado, que recebe igualmente 
a renda extra.
Cabe a estes profissionais sugerirem caminhos, juntamente 
com a assistente social, e, por vezes, indicar algo que a própria polícia 
possa fazer para auxiliar o morador de rua.
O resultado é que policiais da ativa, muitas vezes de personali-
dade dura e inflexível, tornam-se mais sensíveis do ponto de vista social 
e compartilham isso com seus pares.
E os ex-policiais, que poderiam ser cooptados pelo tráfico de 
drogas e de armas para obter a renda extra, a obtém de uma maneira 
mais digna, além de também desenvolverem a sensibilidade social.
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Como se viu, o programa Segurança Presente tem cunho 
social e, ao mesmo tempo, envolve os policiais, sensibilizando-os, 
será que ele não pode, e deve, ser replicado ao nível nacional? 
RAÍZES DA VIOLÊNCIA
Antes de mais nada, é preciso fazer referência à herança es-
cravocrata, que tanto infelicitou este país por mais de três séculos.
É a partir do escravagismo que negros, pobres e outros são 
humilhados, derrotados, vilipendiados, e não só na época em si, mas 
depois do evento e até os dias atuais.
As raízes de toda a problemática são descritas:
Na raiz dos problemas estão as desigualdades abissais, o racismo estrutu-
ral e a arquitetura institucional da Segurança Pública, estabelecida pelo artigo 
144 da Constituição, que atribui à União poucas responsabilidades (salvo em 
crises), não confere autoridade relevante ao município (na contramão do que 
ocorre nas demais áreas) e concentra praticamente todo o poder nas polícias 
estaduais, ordenadas segundo modelo que fratura o ciclo de trabalho e, por 
seu desenho incompatível com as funções atribuídas, condena as instituições 
à ingovernabilidade e à mutua hostilidade (SOARES, 2019, pp. 179-180)
Se assim é, por que não mudar?
Há notório lobbie de oficiais e delegados para que as coi-
sas permaneçam como estão.
Ademais, não há consenso entre os atores envolvidos nem 
sobre a necessidade de mudança, nem sobre como promovê-la.
Eis um quadro, real, extremamente ameaçador à Segurança 
Pública, mas que tem origens em fatores pretéritos.
Um dos pontos centrais é que, há 60 anos, o Brasil era 75 % 
rural e, atualmente, é 75 % urbano.
Em consequência, tem-se um Brasil muito diferente, onde a 
possibilidade do delito, do crime, do mal feito é real:
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Passar a viver na cidade implica revolucionar as relações de trabalho, envol-
ver-se em diferentes ambientes normativos e em distintas experiências com o 
tempo e a natureza, submetendo-se a outras disciplinas e rotinas. Mudar para 
o meio urbano implica também redefinir a relação com a religiosidade, com os 
rituais e com a família – a mudança incide sobre o sentido que se atribui ao 
conceito de família e ao modo como se vivenciam os laços familiares. Trans-
formam-se os significados de propriedade, os vínculos com a terra, a casa, a 
vizinhança, assim como as modalidades de consumo. Instalar-se na cidade 
tende a provocar a renúncia a tradições, a pautas morais, a concepções sobre 
autoridade. O convívio com a complexidade urbana promove a mudança na 
visão relativa a justiça e lealdade, nas percepções a respeito das instituições 
públicas e nas próprias ideias sobre a distinção entre público e privado. Mudam 
comportamentos, sentimentos, imagens de si e do outro, crenças, compromis-
sos, gramáticas (individuais e coletivas) de construção da memória, projetos 
para o futuro, critério de juízo sobre certo e errado, belo e repulsivo, verdadeiro 
e falso, aceitável e inaceitável, natural e antinatural, honra e desonra, mascu-
lino e feminino, superior e inferior. Nessa travessia, a impressão com frequ-
ência é a de que as “garantias ontológicas” – as colunas da fé que sustentam 
o mundo em que se crê, a que se dá o nome “realidade” – fenecem, porque 
desmoronam asestruturas de plausibilidade em que se apoiam as convicções 
pessoais. Nesse quadro, tudo pode ruir. A segurança mítica do universo parece 
ingressar em uma zona instável, como se oscilasse, ameaçando a solidez de 
tudo o que há. Vive-se a angústia do colapso iminente. Não se trata (apenas) 
do colapso material, econômico e financeiro, com ruinosas consequências 
para a própria subsistência, quando as contas não fecham, empregos não há 
ou o trabalho (informal) não rende o indispensável. Trata-se de uma inseguran-
ça mais radical (SOARES, 2019, p. 183)
Como se vê, o ser humano que sai do campo e vem para a 
cidade entra em outro paradigma, perigoso, que, muitas vezes, o leva 
para o crime, promovendo problemas para a Segurança Pública.
Será que uma Reforma Agrária consequente não ajudaria a 
fixar milhares de pessoas no campo e, por um lado, geraria rique-
zas para o país e, por outro, reduziria a criminalidade nos grandes 
centros urbanos?
Também podemos dizer que o fato de não termos, no Brasil, 
o que se chama de Walfare State é algo que contribui profundamente 
para a pobreza e, consequente, para a criminalidade.
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Walfare State, ou Estado de Bem Estar Social, é um mode-
lo político – adotado sobretudo em países europeus – em que o Es-
tado atua incisivamente em diversos setores econômico e sociais, 
no intuito de promover o bem estar do conjunto dos cidadãos.
De forma geral, o Walfare State é um modelo que leva as pes-
soas a viverem com mais dignidade e, assim, a praticarem menos cri-
mes, fazendo com que a Segurança Pública seja menos requisitada. 
Pode-se listar, também, entre as raízes da violência presente 
em nossa sociedade a escalada autoritária acontecida no regime de 
exceção, especialmente a partir da implantação, em 1968, do Ato Insti-
tucional Número 5 (AI5).
A resultante dos fatores citados é um país desigual, heterogê-
neo, em que a violência impera, especialmente contra negros e pobres, 
um país onde se passa ao largo da cidadania.
O economista Edmar Bacha costuma dizer que, no Brasil, 
temos uma fração pequena da população que é próspera – uma 
Bélgica – entre uma enorme fração da população que é carente de 
tudo que se possa imaginar – uma Índia.
Vivemos, portanto, segundo Bacha, na “Belíndia”, ou seja, 
uma pequena elite rica e uma enorme população pobre.
Destarte, existe uma grande e notória dicotomia entre o país 
legal e o país real, onde “o resultado da iniquidade é o descrédito, nos 
meios populares, das leis, da Justiça, do Estado e da própria ideia de 
legalidade, à qual se deixa, assim, de atribuir sentido universal de valor” 
(SOARES, 2019, p. 186).
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A situação, por óbvio, gera revolta nas classes menos favoreci-
das do ponto de vista econômico.
A metáfora disso é uma música dos anos 1980, chama-
da “Nós vamos invadir sua praia”, da banda “Ultraje a rigor”, que 
mostra os excluídos se revoltando e dizendo que vão entrar na 
praia, frequentada pelas elites, de qualquer jeito.
Um outro aspecto dos dias atuais é a questão religiosa, onde a 
população evangélica cresce a olhos vistos, uma vez que profetiza a pros-
peridade material, algo que o catolicismo e o espiritismo não advogam.
E, por fim, cabe caracterizar a juventude brasileira dentro deste 
quadro desolador: a ideia que prevalece é a da falta de esperança.
Em suma, jovens vilipendiados, policiais ameaçados, violência 
enraizada, um quadro nada fácil para a Segurança Pública se reinventar.
TRABALHO INTEGRADO E INTERATIVIDADE EM SEGURANÇA PÚ-
BLICA
Aqui, abordaremos reflexões apresentadas em um seminário para 
políticas integradas da Segurança Pública no município de Jundiaí, São 
Paulo, e relatadas no livro “Segurança Pública: Uma inovação na gestão”, 
de José Carlos Pires, onde o autor relata um Plano de Gestão integrado de 
Segurança Pública para Jundiaí e arredores (PIRES, 2017, pp. 157-251).
É necessário integrar o trabalho de Polícia Civil, Polícia Militar, 
Guarda Municipal, Exército, Vigilantes, Delegacia de Polícia Federal, 
todos trabalhando de forma sinérgica, holística, integrada, não apenas 
em Jundiaí, mas toda a região de entorno.
A Guarda Municipal desempenha sempre um papel importante, 
e é a primeira instância de um projeto de segurança integrado, pois é 
ela que lida com o cidadão no dia a dia.
No caso específico de Jundiaí, um trunfo é o bom sistema de 
monitoramento e, assim, os sistemas de monitoramento devem ser le-
vados em consideração nesse projeto integrado e a experiência munici-
pal deve ser levada em consideração.
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Há que se ter em mente que a necessidade de um projeto 
integrado é ainda maior, porque o crime é organizado, e quem com-
bate o crime não é organizado e, portanto, precisa se organizar.
Uma ação importantíssima que um projeto integrado de Se-
gurança Pública deve empreender é a de se construir internatos para 
órfãos de rua, vítimas de confrontos com o crime.
Outra ação seminal que um projeto integrado de Segurança 
Pública deve empreender é a de fazer o Estado chegar onde não está 
presente, o que representa o ingresso dos serviços públicos onde eles 
são necessários.
Mais uma ação de interesse que um projeto integrado de Segu-
rança Pública deve empreender é fazer as prefeituras participarem dos 
esforços integrados de combate à bandidagem, não ser uma atribuição 
apenas das forças estaduais, pois isso implica controle do uso do solo, 
do espaço público e da iluminação – instrumentos úteis e ligados às 
prefeituras.
Ação de relevância que um projeto integrado de Segurança Pú-
blica deve empreender é que a Polícia Federal participe com as ações 
de inteligência, criando as “ciladas” necessárias para o mundo do crime.
Ação imprescindível que um projeto integrado de Segurança 
Pública deve empreender é colocar as crianças na escola, em tempo 
integral, alimentadas, bem vestidas, providas de saúde, para impedir 
que ingressem no crime em tenra idade.
Ação importantíssima que um projeto integrado de Segurança 
Pública deve empreender é, enquanto as drogas forem ilícitas, respon-
sabilizar o consumidor abastado, que faz a indústria das drogas prospe-
rar, o cidadão deve ser enquadrado nos termos da lei.
Ação crucial que um projeto integrado de Segurança Pública 
deve empreender é ser intolerante com a violência, não se conformar 
com ela, lutar com todas as forças contra ela.
Ação central que um projeto integrado de Segurança Pública deve 
empreender é envolver todos os atores sociais possíveis nesta luta contra 
a violência, desde as igrejas até órgãos de tecnologia da informação.
Ação saudável que um projeto integrado de Segurança Pública 
deve empreender é prover orçamento adequado para que a infraestru-
tura seja adequada para o combate à violência.
No seminário citado, Henrique Neto tece comentários sobre o 
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trabalho integrado:
O segredo da integração é conhecer as instituições, ter objetivos comuns e 
querer que esses objetivos sejam realizados para o bem da sociedade, nada 
mais do que isso. É respeitar os limites, pois eu não posso querer que guar-
das municipais enfrentem um tiroteio com fuzis de grosso calibre; para isso, 
eu tenho policiais militares treinados, para isso eu tenho fuzis, para isso eu 
equipo, eu treino, eu tenho um batalhão de ações especiais que é treinado 
constantemente, e eu faço treinamentos todas as semanas. Para isso, nós 
conseguimos essa estrutura, mas também não posso prescindir do guarda, 
pois sua presença nos ajuda e muito (PIRES, 2017, pp. 178-179)
Henrique Neto prossegue,alertando que a sonhada integração 
não é automática, pois seres humanos e instituições possuem limitações:
O trabalho complementar e integrado voltado às diversas realidades que 
compõem a Segurança Pública, não reflete se um trabalho é melhor do que 
outro, mas sim a união entre essas diversas atividades, todos trabalhando 
lado a lado, com harmonia e entendimento. Nós precisamos percorrer um 
longo caminho, pois somos seres humanos e temos que observar que as 
opiniões da sociedade duram determinado tempo, e depois essa mesma so-
ciedade se reconstrói ao longo de sua história, pois algumas coisas que de-
ram certo no passado não existem atualmente e estamos reconstruindo, sob 
novas formas. Essa é a luta da humanidade (PIRES, 2017, p. 179)
Henrique Neto chama atenção para a necessidade de se tentar 
construir Planejamentos Estratégicos conjuntos:
Procuramos fazer Planejamento Estratégico juntos? Claro; às vezes não nos 
entendemos por questões diversas, pois as instituições são diferentes. Ques-
tões de horário, questões de orçamento, questões de formação e treinamento 
dos profissionais. A integração apresenta dificuldades, porque as pessoas e as 
instituições são diferentes, fato este que não significa que nós não possamos 
chegar a um entendimento final; basta eu respeitar a Polícia Civil, basta eu res-
peitar a Guarda Municipal, a prefeitura, ou seja, basta todo mundo se respeitar 
e, assim, melhoraremos a nosso desempenho no trabalho. É deste modo que 
nossa integração funciona e tem dado certo (PIRES, 2017, p. 179)
E Henrique Neto ainda assinala que, para que o trabalho inte-
grado aconteça, é imprescindível que o cidadão comum se reacostume 
com o Estado:
A comunidade se acostuma com a ausência do Estado de tal forma que é di-
fícil voltar com os valores do Estado para dentro dela. Para nós, parece uma 
coisa óbvia, estudar, trabalhar, constituir família e ser feliz, pois são objetivos 
tão básicos, mas não são objetivos tão comuns em determinadas comunida-
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des, pela destruição dos valores sociais que hoje nós verificamos: uma série 
de acontecimentos monstruosos que aparecem na televisão, com crianças e 
jovens no mundo do crime e a arrogância do crime organizado, que se impõe 
e afirma ser dono de determinado território e age como se nós fossemos os 
intrusos naquele local. No entanto, quando o Estado começa a agir de ma-
neira forte e integrada, quando as partes agem com força de vontade, tudo 
se concretiza. É preciso se importar com o ser humano, pois se isso não 
acontece, acabaremos por não obter resultados (PIRES, 2017, pp. 180-181)
Já Paulo Silvino Ribeiro assevera que, para que haja um traba-
lho integrado de Segurança Pública, a participação da sociedade torna-
-se absolutamente imprescindível.
Dois aspectos são importantes para Paulo Silvino Ribeiro, sen-
do que o primeiro deles:
Um primeiro aspecto diz respeito aos níveis de vulnerabilidade social aos 
quais os indivíduos podem estar submetidos. Ao se falar em vulnerabilidade 
social é preciso levar em conta pelo menos três aspectos fundamentais à 
vida humana: escolaridade, renda e longevidade. É a partir da avaliação des-
tes aspectos que a Organização das Nações Unidas – ONU tem produzido 
o conhecido IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), índice este utilizado 
como critério para acompanhar a permanência da pobreza e da exclusão 
social em todo mundo (PIRES, 2017, p. 203)
Paulo Silvino Ribeiro assim descreve o segundo aspecto:
O segundo aspecto: A necessidade dos Estado promover políticas públicas 
para segurança que sejam plenamente integradas à promoção social – e, nes-
te sentido, voltada à promoção da cidadania, ainda que tais medidas possa 
trazer retorno a médio e longo prazo (prazos estes que, muitas vezes, contraria 
expectativas eleitoreiras de administradores públicos, o que contribui para a 
adoção de medidas paliativas ou mais simbólicas à opinião pública como o 
aumento do efetivo de policiais nas ruas). Dito de outro modo, cabe ao Estado 
contribuir para a geração de inclusão e oportunidades por meio de políticas 
mais estruturais, atacando deste modo o início de um ciclo gerador de pobreza, 
exclusão e violência. Por outro lado, cabe à sociedade também considerar a 
relação direta entre a vulnerabilidade social e a violência (PIRES, 2017, p. 204)
Será que a pobreza é a mãe da violência?
Nesse sentido, Paulo Silvino Ribeiro redefine o conceito de 
marginal, que costumamos dizer que é o sujeito que está à margem dos 
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bons costumes sociais, mas, para o citado, não é bem assim:
Mas não seria interessante, também, considerarmos que há indivíduos que 
estão na condição de marginais porque estão às margens das condições 
mínimas de vida? Porque também estão às margens de condições dignas 
de sobrevivência, de escolaridade, de possibilidade de inserção no mercado 
de trabalho, da possibilidade de ter liberdade de escolha sobre sua vida, de 
poder estar entre aqueles que podem consumir, enfim, às margens de to-
das as esferas da vida que outros cidadãos podem gozar? Assim, não seria 
importante na questão da marginalidade à cidadania? A desigualdade e a 
concentração de renda fazem parte do processo histórico de formação da 
sociedade brasileira, principalmente, porque sempre atuaram como modo de 
distinção social. A primeira, em especial, não se limita a um questão apenas 
econômica, mas está cingida pela pecha do preconceito racial, o qual usurpa 
ainda mais a cidadania dos negros que ao mesmo tempo, não apenas estão 
entre os mais pobres, como também entre os rostos daqueles considera-
dos marginais ao cumprimento das leis. A cor predominante da população 
carcerária brasileira é prova disso. Portanto, enquanto o Estado brasileiro 
continuar falhando no que se refere ao modus operandi de sua formulação de 
políticas, o tratamento à questão seria como que o equivalente a um doente 
que toma aspirinas para tratar de um câncer (PIRES, 2017, p. 205)
Paulo Silvino Ribeiro conclui sua abordagem asseverando que, 
sem transformações sociais, a violência em escalada continuará pre-
sente em nosso cotidiano.
Tem-se, portanto, o olhar de diversas instituições, e até da so-
ciedade civil, sobre a violência.
Promover um trabalho integrado para enfrentar o grave proble-
ma é mister!
CONTROLE DEMOCRÁTICO INTERNO E EXTERNO INSTITUCIO-
NAL EM SEGURANÇA PÚBLICA
O controle tem papel estratégico para o desenvolvimento da 
Segurança Pública – afinal, o que se pretende é saber se o que se faz 
é, efetivamente, o que se deve fazer.
Do ponto de vista do controle interno, que será tratado inicial-
mente, este é procedido pelas corregedorias, principalmente, e pelas 
ouvidorias, secundariamente, já que a ouvidoria tem mais a ver com o 
controle externo.
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Nas corregedorias, um denunciante se apresenta e faz a 
denúncia formalmente.
Nas ouvidorias, a denúncia é feita por telefone ou email, 
sendo anônima.
Uma denúncia feita via ouvidoria é encaminhada à corre-
gedoria.
Como é comum acontecer em todos os setores da vida huma-
na, ninguém – e nenhuma instituição – gosta de ser objeto de controle, 
e não seria diferente com os agentes de Segurança Pública, especial-
mente os policiais.
Existe forte resistência, especialmente dos policiais, às ativida-
des tanto de corregedoria como de ouvidoria.
Viu-se, no Capítulo I, que administrar é planejar, organizar, 
dirigir e controlar.
Viu-se, também, a importância do controle, onde se vê o 
que se pode melhorar para progredir.
Então, como a Segurança Pública progredirá sem controle?
Será que os agentes não podem compreender isso?
Não é raro, nas corregedorias, que ocomportamento dos pro-
fissionais seja negligente, displicente e até avesso à sequência dos pro-
cessos, em atitude corporativista – é tudo que precisa mudar.
Existem dificuldades operacionais para as corregedorias da-
rem sequência ao trabalho, pois, muitas vezes, a infraestrutura é defici-
tária, faltando itens desde internet banda larga até papel higiênico.
Um debate que existe ao longo do século XXI é que, no caso 
dos polícias, deveriam existir corregedorias unificadas por estado – por-
tanto, havendo 27 estados, haveria 27 corregedorias de polícia.
No entanto, tal não acontece, pois Polícia Militar e Polícia Civil 
possuem as suas próprias corregedorias e, muitas vezes, mais de uma 
por estado, criando uma complexidade que gera ineficácia.
De forma geral, as corregedorias não possuem autonomia fi-
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nanceira, dependendo assim, de verbas estaduais, que, invariavelmen-
te, são parcas e insuficientes e, assim sendo, isso funciona como fator 
“amigo da impunidade”.
Se, muitas vezes, não há autonomia financeira, muitas vezes, 
também, não há autonomia para punir, há vezes que a punição para 
infratores denunciados à corregedoria (quando há) não parte de própria, 
mas, sim, de órgãos do estado, lhe tirando autonomia.
E, também, é fato notório que, especialmente na polícia, as 
corregedorias não possuem prestígio perante a corporação, são consi-
deradas uma espécie de “dedo duro” de profissionais.
Muitas vezes, as corregedorias têm um corpo de colaborado-
res insuficiente, muito pequeno para dar conta das demandas de traba-
lho próprias deste tipo de serviço.
E, muitas vezes também, os próprios membros da corregedo-
ria são corporativistas, querem proteger colegas que cometem delitos e, 
assim, constrangem denunciantes, quando estes querem se iterar dos 
devidos processos.
Quanto às ouvidorias, as denúncias feitas sob a proteção do 
anonimato são imediatamente informadas às corregedorias.
Muitas vezes, o pessoal das corregedorias se queixa que as 
informações que recebem, principalmente quando a denúncia é por te-
lefone, são imprecisas, podendo ser falsas pistas.
As denúncias encaminhadas à ouvidoria, quando chegam à 
corregedoria, tendem a passar por um trâmite muito lento, porque se dá 
preferência ao trâmite dos processos que já estavam na corregedoria.
Em termos de controle interno, há muito que mudar em 
Segurança Pública.
Quando se pensa em controle externo da Segurança Pública, 
duas entidades devem ser consideradas: o Ministério Público e as ou-
vidorias.
Quanto ao Ministério Público, existem atribuições constitucio-
nais que fazem do órgão, naturalmente, um ente externo que deverá 
controlar todo o aparto de Segurança Pública, no entanto, não o tem 
feito com a eficácia necessária.
Quanto às ouvidorias, estas também não vem funcionando 
com a devida eficácia como órgãos de controle externo.
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As ouvidorias são, basicamente, órgãos de controle exter-
no, na medida em que recebem dados de pessoas alheias ao siste-
ma de Segurança Pública.
Sua relação com o controle interno é que fornecem dados 
às corregedorias, que são internas.
Ao nível internacional, algumas práticas vêm sendo adotadas, 
como a do ombudsman, ou seja, o sujeito que é contratado pela própria 
organização para criticá-la, uma espécie de ouvidor interno – uma práti-
ca considerada positiva, mas que ainda não se afirmou no Brasil.
Uma questão interessante é se as organizações têm o po-
der para investigar pelos próprios meios, ou não, pois, se não têm, 
o controle externo pouco acrescenta.
É importante analisar que, ao longo do mundo, órgãos equiva-
lentes ao Ministério Público e às ouvidorias não se contentam em ouvir 
críticas, mas estão preocupados em avaliar e reavaliar seus próprios pro-
cedimentos e suas próprias políticas, melhorando, assim, os seus serviços.
Também, espalhados pelo mundo, órgão similares ao Ministé-
rio Público e às ouvidorias possuem autonomia financeira e administra-
tiva, o que lhes permite realizar um trabalho mais pleno e vigoroso.
Percebe-se que, ao longo do tempo, o número de ouvidorias 
espalhadas pelos estados aumentou, mas isto não significa, necessa-
riamente, uma boa notícia, pois muitas delas operam de uma forma 
precária e deficiente.
Uma das principais dificuldades é a falta de poder investiga-
tivo, pois, normalmente, as ouvidorias acolhem as denúncias e as en-
caminham às corregedorias, que as efetivamente investigam (ou não, 
dependendo de sua vontade política), em suma não é a ouvidoria que 
investiga, o que é desmotivante.
Muitas vezes, também, ouvidores nem encaminham denúncia 
para corregedorias, pressionados por governadores de estado o por en-
tes ligados a determinadas conjunturas políticas estaduais.
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É interessante notar, também, sobre o perfil elitista do ouvidor 
médio: branco, 40 anos, formado em Direito – a exclusão social parece 
estar presente entre os ouvidores.
As ouvidorias têm recursos precários, a infraestrutura das ou-
vidorias é do mesmo tipo das corregedorias, falta tudo, desde internet 
banda larga a papel higiênico.
A quantidade de ouvidores disponível para prestar atendimento 
aos cidadãos é parca, insuficiente, é necessário que mais profissionais 
prestem serviço tão relevante.
Sobre o atendimento, o ouvidor deve realizar dupla função: 
Acolher o cidadão que procura a ouvidoria, que muitas vezes é uma 
pessoa acuada, sofrida, assustada; Colher o máximo de informações 
possíveis que o denunciante possa fornecer.
Há que se diferenciar as denúncias em geral dos casos de ho-
micídio, pois estes últimos são muito mais graves, devem ser objeto de 
um detalhamento maior, de mais informações, de uma maior atenção e 
paciência por parte dos ouvidores.
As ouvidorias devem emitir, periodicamente, relatórios de ativi-
dades e resultados, mas estes não costumam ser bem elaborados, haja 
vista que há falta de pesquisadores, assistentes de pesquisa e estatís-
ticos nas corporações.
Toda ouvidoria que se preze deve divulgar o próprio trabalho, 
em órgãos da imprensa e da sociedade civil em geral.
Quando se pensa em controle externo da Segurança Pública, 
é impossível não pensar na Imprensa.
É a partir da imprensa que o cidadão comum tem notícias dos 
crimes, barbaridades, atrocidades, que são cometidas diuturnamente 
em nossa sociedade.
No momento que escrevo este trecho, a triste curiosidade 
é que sou informado, pela imprensa, de uma moça que foi baleada 
na cabeça, enquanto dormia, no bairro da Cidade de Deus, no Rio 
de Janeiro.
O trabalho da imprensa é imprescindível para nos informar da 
insegurança em que vivemos, para que possamos exercer nossa cida-
dania, elegendo nossos representantes políticos.
Imprensa livre é uma grande aliada da construção de uma Se-
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gurança Pública digna!
O PAPEL DOS DIREITOS HUMANOS EM UMA POLÍTICA DE SEGU-
RANÇA PÚBLICA
O respeito aos Direitos Humanos pode, e deve, ser, em última 
instância, o maior imperativo dos agentes de Segurança Pública, seja 
em relação à população em geral, seja em relação aos cidadãos que 
comentam delitos.
Não é para atirar primeiro para perguntar depois.
Não é Direitos Humanos para humanos direitos (defina huma-
nos direitos...), mas Direitos Humanos para todos os humanos.
Não é atirar no bandido que já se entregou, mas conduzi-lo 
para a custódia do Estado.
Não é matar o bandido de alta periculosidade na prisão, mas 
isolá-lo e condená-lo a cumprir pena integralmente.
Não é atirar a esmo em diligências, matando pessoas alheias a 
delitos,vítimas de balas perdidas.
Não é submeter suspeitos a torturas físicas e psicológicas, 
querendo fazer-lhe confessar na base da imbecilidade.
Não é maltratar presos, submetendo-os a condições insalu-
bres, a castigos físicos, a privações alimentares.
Não é forjar tentativas de fugas e presídios e aproveitar para 
eliminar dezenas e até centenas de detentos.
Não é para abordar o cidadão comum, nas ruas, cismar com a 
cara dele, e submetê-lo a castigos físicos.
Não é para não se empenhar em elucidar crimes hediondos 
cometidos por assassinos que devem ser encarcerados, mas, uma vez 
encarcerados, devem ser tratados com dignidade.
Luiz Eduardo Soares, grande especialista em Segurança Pú-
blica, assegura que “nas sociedades modernas, complexas e que se 
pretendem democráticas, Segurança Pública e Direitos Humanos são 
duas faces da mesma moeda. Ou deveriam ser. Afinal, quando estamos 
seguros enquanto cidadãos, é porque nossos direitos estão sendo res-
peitados” (SOARES, 2019, p. 215).
Luiz Eduardo Soares vai além, e assevera que a Segurança 
deve ter o papel de garantidora dos Direitos Humanos, pois “no Estado 
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Democrático de Direito, cabe à Segurança Pública garantir o exercício e 
a fruição dos Direitos Humanos e dos mandamentos constitucionais, os 
quais, para existir fora do papel, precisam contar, por sua vez, com as 
instituições e os agentes da Lei” (SOARES, 2019, p. 215).
Mas, é fato que as coisas não funcionam assim, infelizmente:
O campo da Segurança Pública, não obstante esforços admiráveis de alguns 
profissionais, em vez de contraface de direitos, tem se tornado crescente-
mente o espaço do abuso e da violação, no qual se reproduzem o racismo 
e as desigualdades, assim com tantos preconceitos. Salvo honrosas exce-
ções, o Ministério Público não vem cumprindo sua obrigação constitucional 
de realizar o controle externo da atividade policial, a Justiça tem abençoado o 
imobilismo – afinal, só age provocada e só enxerga o real nos autos, a menos 
que o ativismo judicial se revele politicamente conveniente, a depender de 
conjunturas muito particulares (SOARES, 2019, p. 216)
Esse é o quadro desolador!
Não se diz, aqui, que polícia não deve matar, há casos que 
se faz algo necessário.
Se um conjunto de policiais persegue bandidos que assal-
taram uma casa, os bandidos atiram, os policiais, em sua própria 
defesa, têm direito de atirar para se defender, para matar, e efetiva-
mente matar.
Estão em meio a uma diligência policial, é lícito matar.
Mas, muitas vezes, matam quando o bandido já está rendi-
do, o que é grave violação aos Direitos Humanos.
Como já ressaltado antes as origens de um aparato de Segu-
rança Pública tão violento, cruel e desumano remontam há dois fatos: 
Mais de três século de escravidão que perpetuaram abusos de todos os 
tipos e produziram uma cultura podre que se perpassou por gerações; 
uma ditadura em que a cultura da tortura foi se alastrando e se difundin-
do para além de seu encerramento.
Aliás, Luiz Eduardo Soares assevera que “na vigência da dita-
dura e mesmo quando o seu poder declinava, a expressão “Direitos Hu-
manos” era uma heresia, um ultraje que o Estado punia com violência. 
“Direitos Humanos” frequentava o vocabulário dos que denunciavam 
torturas, arbitrariedades e assassinatos perpetrados pelo aparato de 
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Estado” (Doares, 2019, pp. 225).
Vê-se, portanto, que a “turma dos Direitos Humanos” não ape-
nas incomodava os agentes da ditadura, como estes consideravam-nos 
subversivos, perigosos rebeldes.
O filme sobre Zuzu Angel, com Patrícia Pilar no papel títu-
lo, é ilustrativo a respeito.
Aliás sobre o funcionamento orgânico da ditadura, são in-
dicados os livros “1968: O ano que não terminou” (Zuenir Ventura) 
e “Brasil: nunca mais”.
A raiva do establishment ditatorial às pessoas que lutavam por 
Direitos Humanos era, com efeito, incisiva, a ponto de Luiz Eduardo 
Soares mencionar que “por isso, levar a sério os Direitos Humanos, tra-
tá-los como ingrediente constitutivo e estruturante de uma escatologia 
política alternativa, não apenas incomodava a ditadura; tinha significa-
dos subversivos e perturbadores para amplos setores que poderíamos 
chamar “cultura de esquerda”” (SOARES, 2019, p. 226).
Dialeticamente, as reações da “turma dos direitos humanos” 
começou na própria ditadura:
Vários tabus foram vencidos com a formação de espaços universitários de-
dicados aos Direitos Humanos nas ciências sociais no período anterior à 
consolidação formal do trânsito para a democracia: firmavam-se posições 
contrárias ao regime militar; apostava-se na cooperação entre disciplinas; in-
vestia-se no diálogo entre reflexão teórica e pesquisa empírica; assumia-se 
a legitimidade dos Direitos Humanos como objeto e campo de estudo; confe-
ria-se a validade a suas postulações axiológicas e normativas para além dos 
marcos da guerra fria ou do paradigma crítico segundo o qual a Declaração 
de 1948 e seus desdobramentos se inscreviam na dinâmica colonial, isto é, 
na expansão imperialista do capitalismo (SOARES, 2019, p. 226)
Mas, Luiz Eduardo Soares também mostra que a postura retró-
grada não vinha só do regime, pois “em outras palavras, as resistências 
aos Direitos Humanos não vinham só da caserna, dos gabinete gover-
namentais ou de algumas salas de aula e de nichos politizados, mas 
também – e talvez principalmente – das ruas” (SOARES, 2019, p. 227).
Também, não se pode esquecer o papel preponderante que o 
racismo histórico, vil, deplorável, ridículo, exerce sobre o fato de haver 
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tantas violações sobre os Direitos Humanos no Brasil.
Sobre questionamentos acerca dos Direitos, segue que:
Questionamentos dos Direitos Humanos, no campo das ciências sociais bra-
sileiras (tal como observado pelo prisma das obras analisadas), têm acompa-
nhado principalmente os seguintes padrões: a) Consideram-nos etnocêntricos 
e expressões ou armas do domínio colonial e da expansão imperialista do ca-
pitalismo, implicando expropriação cultural e condenação ao “silêncio”, neutra-
lização, silenciamento ou mesmo liquidação da “cultura” nativa. Aqui há os que 
reabrem o problema, tensionando a suposição idealizada da unidade do grupo 
explorado; b) Afirmam que as organizações internacionais vinculadas à ONU 
não têm autonomia e são manipuladas por países e interesses hegemônicos 
no mundo pós guerra fria (antes a espelhavam, duplicando-a a cada instância, 
sendo as diferenças entre os Direitos Humanos de primeira e de segunda ge-
rações sintomáticas as disputasse por elas reapropriadas e ressignificadas); 
c) Consideram que os funcionários nessas instâncias políticas internacionais 
(da ONU) constroem carreiras e interesses próprios, o que torna quase irre-
levante a questão da autonomia, uma vez que, mesmo independentes das 
forças regionais ou nacionais, elas servirão aos propósitos menores de seus 
operadores diretos, que se beneficiam de vantagens corporativas derivadas da 
reprodução dos problemas; d) Postulam que as ONGs internacionais desen-
volvem interesses próprios, que acabam sendo os de seus operadores, que se 
burocratizam, além de reproduziram a cultura liberal dos países capitalistas 
centrais; e) Afirmam que o problema pode ou tende a se reproduzir em escala 
nacional e, no limite, revela-se questão constitutiva do exercício de qualquer 
“representação” política; f) Consideram que os direitos constituem formas ou 
meios de acuar países dependentes ou periféricos, subtraindo-lhes sobera-
nia, em nome de valores elevados, mas com interesses escusos; g) Declaram 
que, por mais que os direitos de segunda, terceira e quarta gerações tenhamrequalificado os Direitos Humanos, o liberalismo continua sendo sua marca 
essencial, porque promove a confusão (ou troca) entre as categorias igualdade 
e equidade, ignora a problemática das classes e dos modos de produção e 
permanece regido pelos conceitos abstratos de ser humano; h) Aceitam seu 
uso instrumental a serviço dos oprimidos, mas não se identificam com os valo-
res que exprimem (SOARES, 2019, pp. 231-232)
 
É interessante notar que, em determinadas sociedades, a vio-
lação dos Direitos Humanos é algo que se constitui do ponto vista his-
tórico e cultural.
Nesses casos, os agentes que lutam pelos Direitos Humanos 
têm o mérito adicional de promoverem mudanças dos costumes, de for-
ma favorável.
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Não se pode esquecer, de forma alguma, de como os Direitos 
Humanos dos indígenas tem sido negligenciados neste país – são mais 
de 500 anos de extermínios, opressão, desaculturação. 
Promover uma política indigenista afirmativa, sólida, consisten-
te, onde a Segurança Pública seja utilizada em prol dos índios, e não 
contra eles, é o que se deseja.
Também, é bom mencionar que existe, cada vez mais no Bra-
sil, uma aproximação dos Direitos Humanos com a Antropologia, ou 
seja, as culturas estão mais suscetíveis ao discurso que a dignificação 
da vida humana é imprescindível.
Tal modernidade também se dá na relação entre a Sociologia 
e o Direito e os Direitos Humanos, onde uma relação de capilaridade e 
iteratividade vem se construindo, onde havia uma hierarquia rígida.
Sobre tais avanços, Luiz Eduardo Soares salienta que “essas 
reflexões demonstram quão importante é trabalhar os Direitos Humanos 
promovendo o diálogo entre as três disciplinas que constituem o campo 
das ciências sociais, às quais outras devem se associar, sobretudo a 
Educação, a Filosofia, a História, as Relações Internacionais e o Direito” 
(SOARES, 2019, p. 245).
Em suma, todo esse cabedal de informações indica que é pre-
ciso estudar o que é Direitos Humanos, para se interagir com eles – 
essa é uma tarefa inadiável de uma Segurança Pública digna, séria, 
responsável.
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QUESTÕES DE CONCURSO
QUESTÃO 01:
(CESPE – DEPEN – Agente Penitenciário Federal – Área 3 – 2015 – 
Adaptada)
Em relação aos preceitos da criminologia contemporânea e a as-
pectos relevantes sobre a justiça criminal, o sistema penal e a es-
trutura social, julgue o item que se segue.
A justiça criminal, além de aplicar as leis e delimitar o direito, bus-
ca dar cumprimento ao decreto condenatório e assegurar a devida 
proteção aos direitos e garantias fundamentais dos presos.
a) Certo.
b) Errado.
QUESTÃO 02:
(FCC – DPE – SP – Defensor Público – 2015)
“O atestado de que a prisão fracassa em reduzir os crimes deve tal-
vez ser substituído pela hipótese de que a prisão conseguiu muito 
bem produzir a delinquência, tipo especificado, forma política ou 
economicamente menos perigosa − talvez até utilizável − de ilega-
lidade; produzir delinquentes, meio aparentemente marginalizado 
mas centralmente controlado; produzir o delinquente como sujeito 
patologizado".
O trecho acima, extraído de Vigiar e punir, sintetiza uma importante 
conclusão de Michel Foucault decorrente de suas análises sobre 
a prisão como uma instituição disciplinar moderna. Para o autor, a 
prisão permite:
a) Objetivar a delinquência por trás da infração e consolidar a delin-
quência no movimento das ilegalidades.
b) Classificar a delinquência em suas categorias e erradicar a delin-
quência do meio social.
c) Reduzir a delinquência através do controle e controlar a delinquência 
por meio da repressão.
d) Combater a delinquência por meio da punição e erradicar a delin-
quência do meio social.
e) Controlar a delinquência por meio da repressão e diferenciar a delin-
quência da periculosidade.
QUESTÃO 03:
(COVEST – COPSET – UFPE – Assistente Social – 2015)
A conjuntura atual de crise do capital trouxe rebatimentos à luta 
por direitos sociais universais, uma vez que as reformas em curso 
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enfatizam a redução do papel do Estado e cortes de recursos para 
o social. Avança nesse cenário a defesa do processo de privatiza-
ção, cujo ideário ressalta:
a) A mercantilização da saúde e da previdência e a ampliação da assis-
tência social como política pública de direito.
b) A universalização da saúde, a mercantilização da previdência e a 
ampliação do assistencialismo.
c) A universalização da saúde e da assistência, e a mercantilização da 
previdência.
d) A mercantilização da saúde e da previdência, e a ampliação do as-
sistencialismo.
e) A mercantilização da saúde, da previdência e da assistência social.
QUESTÃO 04:
(FGV – TJ – SC – Psicólogo – 2015)
As consequências da violência doméstica contra a criança podem 
assumir várias formas, tanto em quantidade quanto em intensida-
de, embora seja difícil determinar precisamente o impacto produzi-
do sobre ela. A esse respeito, é INCORRETO afirmar que:
a) A violência praticada por um desconhecido tende a produzir menos 
dano para a criança do que aquela cujo autor é parente próximo;
b) O auxílio de profissionais especializados ou a intervenção de opera-
dores do direito são fatores que contribuem para reduzir o dano oriundo 
da violência;
c) O apoio que a criança recebe por parte de outros familiares significa-
tivos tende a minimizar os efeitos do ato violento;
d) O afastamento da criança do lar doméstico elimina o prejuízo emocio-
nal decorrente da violência;
e) Um elevado grau de autoestima da criança tende a neutralizar os 
efeitos adversos da violência.
QUESTÃO 05:
(SELECON – Prefeitura de Niteroi – RJ – Guarda Civil Municipal – 2019)
A segurança pública é dever do Estado, direito e responsabilidade 
de todos, segundo preceitua o caput do art. 144 da Constituição 
Federal de 1988. Em outras palavras, a questão da ordem pública 
não se restringe apenas às polícias, mas depende da colaboração 
e da integração de toda a sociedade. Nesse passo, a Constituição 
Federal em vigor estabelece que a organização da segurança pú-
blica, obrigatoriamente, é exercida por meio dos seguintes órgãos:
a) Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Fede-
ral, Polícias Civis, Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares e 
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Guardas Municipais.
b) Tribunal Desportivo, Tribunal Marítimo e Tribunais Federais, Esta-
duais e Municipais.
c) Ministério Público Federal e Estadual, Tribunal Desportivo, Tribunal 
Marítimo e Tribunais Federais, Estaduais e Municipais.
d) Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Fede-
ral, Polícias Civis, Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares.
e) Tribunal Desportivo, Tribunal Marítimo e Tribunais Federais e Esta-
duais
QUESTÃO 06: 
(VUNEST – TJ – SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2015)
Os servidores da justiça darão atendimento prioritário às pessoas 
portadoras de deficiência, aos idosos, às gestantes, às lactantes e 
às pessoas acompanhadas por crianças de colo, mediante, exem-
plificativamente:
a) Garantia de lugar privilegiado em filas ou distribuição de senhas com 
numeração adequada ao atendimento preferencial 
b) Atendimento imediato obrigatório quando da che¬gada das pessoas 
em tais condições ao balcão de atendimento
c) Instalação de cadeiras para que as pessoas em tais condições espe-
rem sentadas, pelo tempo que for necessário.
d) Triagem para atendimento das pessoas em tais condições em sala 
separada do restante do público, que deverá existir em todos os fóruns.
e) Fila única para atendimento em balcão, atenden¬do-¬se às pessoasrigorosamente por ordem de chegada, independentemente de sua con-
dição.
QUESTÃO 07:
(VUNESP – TJ – SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2015)
Acerca da autuação, abertura de volumes e numeração de feitos, 
preveem as Normas da Corregedoria Geral da Justiça que:
a) Todas as conclusões ao juiz serão anotadas no sistema informatiza-
do, acrescendo¬-se a carga, em meio físico ou eletrônico, no número 
máximo de 50 (cinquenta) processos por dia.
b) Deverá ser feita conclusão dos autos no prazo de 48 (quarenta e oito) 
horas e executados os atos processuais no prazo de 3 (três) a 5 (cinco) 
dias, dependendo da complexidade do ato a ser reali¬zado.
c) Os autos de processos não excederão de 200 (duzentas) folhas em 
cada volume, salvo determinação judicial expressa em contrário ou para 
manter peça processual com seus documentos anexos, podendo, nes-
tes casos, ser encerrado com mais ou menos folhas.
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d) Para a juntada, na mesma oportunidade, de duas ou mais petições ou 
documentos, será confeccionado um termo de juntada para cada uma 
das peças, com a devida descrição pormenorizada do conteúdo delas.
e) Ao receber a petição inicial ou a denúncia, o ofício de justiça provi-
denciará, em 48 (quarenta e oito) horas, a autuação, nela afixando a eti-
queta que, gerada pelo sistema informatizado e oriunda do distribuidor, 
atribui número ao processo..
QUESTÃO 08:
(CESPE – TJ – DFT – Técnico Judiciário – Administrativa – 2015 – 
Adaptada)
Acerca do Provimento Geral da Corregedoria aplicado aos juízes e 
ofícios judiciais, julgue o item a seguir.
As varas criminais deverão registrar as condenações por improbi-
dade administrativa, transitadas em julgado, no Cadastro Nacional 
de Condenados por Ato de Improbidade Administrativa (CNCIA), 
do Conselho Nacional de Justiça.
a) Certo.
b) Errado.
QUESTÃO 09:
(VUNESP – PC – CE – Delegado de Polícia Civil de Primeira Classe 
– 2015)
No Brasil, com relação à diversidade étnico-racial, é correto afirmar:
a) A fim de fomentar a igualdade étnico-racial, é facultado aos estabe-
lecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e priva-
dos, o estudo da história geral da África.
b) É vedada a utilização da expressão população negra por ser conside-
rada uma forma de discriminação decorrente de raça ou de cor.
c) As ações afirmativas adotadas para a correção das desigualdades 
raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades substituirão, 
paulatinamente, as medidas repressivas previstas para a prática do ra-
cismo, inclusive possibilitando a futura revogação de leis que a consi-
dere como crime.
d) São considerados ilegais programas e políticas de emprego e de ge-
ração de renda voltados para populações vítimas de intolerância étnica 
em virtude da vedação constitucional a qualquer forma de preconceito 
de origem, raça, sexo, cor ou idade.
e) A população negra abrange o conjunto de pessoas que se autodecla-
ram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pela Funda-
ção Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que ado-
tam autodefinição análoga.
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QUESTÃO 10:
(CESPE – DPE – PE – Defensor Público – 2015 – Adaptada)
Com relação aos tratados internacionais de proteção aos direitos 
humanos, julgue o próximo item.
A tortura é um crime que viola o direito internacional, porém, em 
circunstâncias excepcionais, como em casos de segurança nacio-
nal, se comprovada grave ameaça à segurança pública, pode ser 
exercida com limites.
a) Certo.
b) Errado.
QUESTÃO DISSERTATIVA 
Vivemos, claramente, em um país violento, onde, especificamente no 
aparato da Segurança Pública, a cultura também é violenta – temos uma 
polícia que mata muito e morre muito. Descreva as raízes deste processo.
TREINO INÉDITO
Quando um agente de Segurança Pública comete um pretenso de-
lito, o órgão responsável pela investigação é:
a) A penitenciária.
b) A enfermaria.
c) A corregedoria.
d) A secretaria.
e) A ouvidoria.
NA MÍDIA:
A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, no es-
tado do Rio de Janeiro, deve ouvir hoje (28) o depoimento dos pais e 
amigos do adolescente João Pedro Matos, de 14 anos, morto durante 
uma operação das polícias civil e federal no complexo do Salgueiro, em 
São Gonçalo. O jovem foi baleado dentro de casa, no dia 18 deste mês.
Segundo a Polícia Civil, já foram ouvidos um bombeiro que socorreu o 
adolescente e duas testemunhas do crime. A Polícia Federal (PF) tam-
bém recebeu um ofício para prestar informações sobre o planejamento 
e objetivos da operação, já que a ação foi coordenada pela PF.
A Polícia Civil também analisa os laudos de perícia do local e de necropsia 
e aguarda o de confronto balístico. Uma reprodução simulada está prevista 
para ser realizada depois da fase dos depoimentos e dos laudos periciais.
Três policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), que 
participaram da operação, foram afastados do serviço operacional provi-
soriamente. A corregedoria instaurou sindicância administrativa discipli-
nar para apurar a conduta dos policiais civis que participaram da ação.
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https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/brasil/2020/05/pais-de-
-joao-pedro-adolescente-morto-em-operacao-policial-serao-ouvi.html
28 de Maio de 2020
NA PRÁTICA
Você, secretário municipal de Segurança Pública, tem que lidar com um 
protesto de representantes de uma comunidade, pois um homem que lá 
morava foi assassinado pela milícia local.
O rapaz era muito querido pela comunidade, bom marido, bom pai, tra-
balhador, e todos na comunidade estão inconformados, há uma multi-
dão há sua porta protestando.
Aparentemente, o problema não é seu, pois situações desse tipo são 
afeitas à Secretaria Estadual de Segurança Pública, e não a umas Se-
cretaria Municipal de Segurança Pública, como a sua.
De todo modo, algo você precisa fazer e, talvez o primeiro passo, seja 
construir empatia com a aglomeração.
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GABARITOS
CAPÍTULO 01
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO 
DE RESPOSTA
O PODC é o próprio ato de administrar, ou seja, planejar, organizar, 
dirigir e controlar.
Planejar significa definir objetivos ao longo do tempo, bem como os 
meios que se pretende utilizar para alcançá-los.
Organizar vem após planejar, e diz respeito à maneira correta de alocar 
recursos, sejam eles materiais, financeiros ou humanos.
Dirigir está associado e lidar com gente, com os colaboradores, apon-
tando-lhes caminhos, à capacidade de liderar, de negociar, de dialogar, 
sempre visando ao cumprimento do planejamento.
Controlar diz respeito a um tempo decorrido, verificar o resultado alcan-
çado e proceder as ações corretivas.
O processo é cíclico, recomeça para o período seguinte.
O PDCA diz respeito a ações de melhorias organizacionais, o plan, do, 
check, action.
Plan significa planejar algo que vamos fazer, antes que comecemos a 
fazê-lo.
Do siginificar fazer o que tem que ser feito, de acordo com o que foi 
planejado.
Check significa verificar se o que foi feito transcorreu da forma que foi 
planejado.
Action significa agir para que seja feito de forma melhor da próxima vez.
São conceitos parecidos, sim, mas, enquanto PDCA deve ser utilizado para 
problemas setorizados dentro da Organização, o PODC diz respeito à Or-
ganização como um todo e de forma muito mais completa e duradoura.
TREINO INÉDITO
Gabarito: B
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CAPÍTULO 02
QUESTÕESDE CONCURSOS
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO 
DE RESPOSTA
Basicamente, um trabalho de pesquisa é desmembrado em três momen-
tos: método de pesquisa, realização de pesquisa e relatório de pesquisa.
O método de pesquisa é o momento em que a pessoa definirá como 
realizará a pesquisa antes dela acontecer.
É um documento escrito, relatando um guia de intenções para a reali-
zação da pesquisa.
É basicamente composta por três partes:
• O problema, onde se enuncia a que se quer responder com a pesquisa.
• O referencial teórico, onde se transcorre, brevemente, sobre os assun-
tos ligados à pesquisa.
• A metodologia, onde se esmiúça como se pretende escrever a pesquisa.
Feito o referencial teórico, parte-se para a pesquisa propriamente dita.
Uma vez concluída a pesquisa, escreve-se o relatório de pesquisa, nar-
rando-se a experiência vivida.
No caso de um grupo de policiais, é perfeitamente plausível eles plane-
jarem uma diligência futura através deste itinerário.
TREINO INÉDITO
Gabarito: C
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CAPÍTULO 03
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO 
DE RESPOSTA
Em primeiro lugar, um regime de mais de três séculos de escravidão 
produziu uma situação tal de opressão, de tirania, de despudor, contra 
a raça negra que deixou de herança o ódio contra os negros, por parte 
de branco, e até de negros contra negros.
Em segundo lugar, mais ou menos na mesma época, a extração de 
riquezas minerais no solo brasileiro fazia dos exploradores rivais, opo-
sitores, contentores, o que, muitas vezes, gerava contendas e ensejou 
uma cultura de contendas.
 Em terceiro lugar, o regime de exceção de 1964 é o próprio retrato da 
violência desenfreada e de todos os seus efeitos deletérios.
Em quarto lugar, a própria distribuição de renda, um descalabro, é um 
incentivo demolidor para o delito, para a transgressão, para o crime, o 
que, com efeito, se torna realidade.
Em quinto lugar, a falta de um projeto consistente de educação em mas-
sa, que poderia evitar a cultura da violência, completa o quadro desolador.
TREINO INÉDITO
Gabarito: C
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Ao chegarmos ao fim deste documento, vale a pena relembrar 
o caminho percorrido nesta imersão pela Segurança Pública Nacional.
No primeiro capítulo, mostrou-se como a Gestão é imprescindí-
vel para que possamos ter uma Segurança Pública plena, hígida, sólida, 
capaz de conduzir a Nação a caminhos de paz.
Mostrou-se, assim, os princípios da Gestão, em ternos gerais, 
a Gestão de Qualidade, a Gestão Estratégica e a aplicabilidade desses 
conceitos para o cotidiano dos órgãos de Segurança Pública.
No segundo capítulo, discutiu-se metodologias de trabalho 
para o aprimoramento da Segurança Pública, bem como a divulgação 
dessas metodologias para a sociedade civil.
Cabe ressaltar que ter projetos de pesquisa consistentes, sis-
temas de informação sólidos e processos decisórios racionais são dife-
rencias para que se tenha uma Segurança Pública de excelência.
No terceiro capítulo, mostrou-se que a Segurança Pública preci-
sa, por definição, voltar-se para a cidadania, pois é o cidadão, é a socie-
dade, que se mostra como o principal cliente dos serviços de segurança.
Foi importante entender quais são as raízes da violência, que 
utilizar a Segurança Pública para promover a cidadania exige um traba-
lho integrado e que promover os Direitos Humanos é objetivo central da 
Segurança Pública, e não seu oponente. 
Cabe ressaltar que estes três pilares – Gestão, metodologia, 
cidadania – devem ser considerados de forma integrada.
Não adianta ter gestão e metodologia, sem cidadania.
Não adianta ter gestão e cidadania, sem metodologia.
Não adianta ter metodologia e cidadania, sem gestão.
Em uma perspectiva holística, as três ideias devem nortear, 
simultaneamente, a transfiguração da Segurança Pública.
Mas, antes de tudo, existe algo vital: vontade política!
Esperemos que esta não falte, porque são muitas vidas em jogo, 
muitos destinos a serem selados, muitas histórias as serem contadas.
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