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ç - O sistema imune do nosso corpo é de grande eficiência no combate a microrganismos invasores. Mas não é só isso, ele é responsável pela “limpeza” do organismo, ou seja, a retirada de células mortas, a renovação de determinadas estruturas, rejeição de enxertos e memória imunológica; - Existe uma variedade de locais onde podemos encontrar tecidos linfoides. O tecido linfoide pode estar acumulado, formando os linfonodos que se interpõem entre os vasos linfáticos do corpo, pode fazer parte do parênquima de órgãos maciços, como o baço, o timo ou as placas de Peyer do íleo; - As tonsilas (amígdalas) são formadas puramente por tecido linfoide; - Alguns órgãos não possuem tecido linfoide, mas tem uma grande população de macrófagos prontos para agir e fazer a “limpeza” do local, como o pulmão (macrófagos alveolares), o fígado (células de Kuppfer), o cérebro (micróglias) e a pele (células de Langehans); - Células do sistema imune são altamente organizadas como um exército. Cada tipo de célula age de acordo com sua função; - Algumas são encarregadas de receber ou enviar mensagens de ataque, ou mensagens de supressão (inibição), outras apresentam o “inimigo” ao exército do sistema imune, outras só atacam para matar, outras constroem substâncias que neutralizam os “inimigos” ou neutralizam substâncias por eles liberadas; - Células do sistema imune: * O número de leucócitos por mm3 de sangue no adulto normal é de 5.000 a 10.000; * Leucocitose: mais que 10.000/mm3; * Leucopenia: menos que 2.000/mm3; * Leucemia (câncer de leucócitos): mais que 100.000/mm3; - Normalmente, encontramos seis tipos diferentes de leucócitos no sangue: * Polimorfonucleados: neutrófilos, eosinófilos e basófilos; * Monomorfonucleares: monócitos, linfócitos e alguns plasmócitos (tecidos); - Os três tipos de células polimorfonucleares (possuem núcleo bilobulado, trilobulado ou pentalobulado, lóbulos cujas interligações são feitas por cromatina) possuem aspecto granular, razão pela qual são denominados granulócitos; - Os granulócitos e os monócitos protegem o organismo contra os microrganismos invasores ao fagocitá-los; - Os linfócitos e os plasmócitos funcionam principalmente em conexão com o sistema imune. Todavia, certos linfócitos têm por função fixar-se a microrganismos invasores específicos e destruí-los, atuando de forma semelhante aos granulócitos e monócitos; - As porcentagens normais dos diferentes tipos de leucócitos são aproximadamente as seguintes: neutrófilos polimorfonucleares (62%), eosinófilos polimorfonucleares (2,3%), basófilos polimorfonucleares (0,4%), monócitos (5,3%), linfócitos (30%); - Os granulócitos e monócitos só são formados na medula óssea; - Os linfócitos e os plasmócitos são produzidos principalmente nos vários órgãos linfogênicos, incluindo os gânglios linfáticos, o baço, o timo, as tonsilas e vários restos linfoides na medula óssea, no intestino e em outros locais; - Os leucócitos formados na medula óssea, sobretudo os granulócitos, são armazenados no interior da medula até que sua presença seja necessária no sistema circulatório; - Normalmente, existem cerca de 3x mais granulócitos armazenados na medula do que no sangue circulante, o que representa um suprimento para cerca de 6 dia; - É o nome dado a origem e maturação de células brancas ou leucócitos, a partir de células totipotentes; - Na formação do embrião antes do 2º mês de vida, o sangue formado não contém leucócitos, nem plaquetas e as hemácias estão nucleadas; - Quando o embrião está no seu 2º mês de vida intrauterina, o fígado e o baço passam a ser órgãos hemocitopoiéticos. O timo trabalha na maturação e produção de linfócitos para o embrião (incapazes de realizar resposta imune, humoral ou celular); - Quando o embrião está no seu 3º mês começa a formação da medula óssea. As células precursoras com alta atividade mitótica proliferam-se na medula e depois diferenciam-se em células maduras indiferenciadas na sua maioria (com exceção dos linfócitos, pois seu desenvolvimento se faz nos órgãos linfáticos); - Os leucócitos estão presentes no sangue porque simplesmente são transportados da medula óssea ou do tecido linfoide para as áreas do corpo onde são necessários; - Quando liberados pela medula óssea, a sobrevida dos granulócitos é normalmente de 4 a 8h no sangue e de mais 4 a 5 dias nos tecidos; - Na presença de infecção tecidual grave, esse tempo de sobrevida total quase sempre diminui para algumas horas, visto que os granulócitos dirigem-se rapidamente para área infectada, desempenham sua função e, nesse processo, são destruídos; - Os monócitos também possuem tempo de trânsito curto no sangue, da ordem de 10 a 20h, antes de atravessarem as membranas capilares para se dirigirem aos tecidos; - Todavia, uma vez nesses tecidos, aumenta, acentuadamente de tamanho e transformam-se em macrófagos teciduais. Sob essa forma, podem sobreviver durante meses ou até anos, a não ser que sejam destruídos ao desempenham sua função fagocítica; - Esses macrófagos teciduais formam a base do sistema de macrófagos teciduais, responsável pela defesa contínua dos tecidos contra a infecção; - Os linfócitos penetram continuamente no sistema circulatório com a drenagem da linfa dos linfonodos; - A seguir, depois de algumas horas, penetram nos tecidos por diapedese. Em seguida, voltam a linfa e retornam ao sangue, repetidamente, de modo que existe circulação contínua de linfócitos pelos tecidos; - Os linfócitos possuem tempo de sobrevida de vários meses ou anos, embora isso dependa das necessidades do organismo; - A cromatina nuclear dos neutrófilos estando frouxa indica que a célula é jovem, e se estiver condensada, que a célula é antiga; - São os leucócitos mais populosos do sangue (65%), sendo os principais fagócitos do sangue participantes da reação inflamatória, sendo sensíveis a agentes quimiotáxicos liberados pelos mastócitos, basófilos e complemento; - Agentes quimiotáxicos são substâncias que atraem os neutrófilos até o local, ajudando no movimento em direção ao agente agressor; - A leucocitose de neutrófilos pode indicar uma infecção bacteriana, visto que estes leucócitos participam da fagocitose de bactérias e são altamente estimulados numa infecção deste tipo, que é chamada de desvio à esquerda no estudo do hemograma; - Os neutrófilos são células piogênicas, ou seja, dão o aspecto purulento nas inflamações; - O pus é formado por substâncias bacterianas, bactérias mortas, sangue e, principalmente, por neutrófilos que morreram em combate; - Ao se ligar ao endotélio, o neutrófilo realiza a diapedese, processo no qual o neutrófilo atravessa os poros do endotélio dilatado e entra no tecido (vasodilatadores: histamina, prostaglandina E2, prostaciclina e C5a do complemento); - Os neutrófilos possuem em sua membrana receptores para componentes C3b do complemento, que estimula a fagocitose pelos neutrófilos e é um importante quimiotáxico para eles, aumentando também seu metabolismo; - O citoplasma destes granulócitos (neutrófilos) é rico em grânulos específicos (corantes neutros), mas também possuem grânulos azurófilos, que não são específicos para eles; - Os grânulos azurófilos contêm fosfatase ácida, mieloperoxidase (MPO), proteínas básicas e glicosaminas sulfatadas; - Os grânulos específicos possuem: * Fosfatase alcalina, * Colagenase; * Lactoferrina liberada no meio por exocitose, que se liga a todo o ferro que encontra no caminho e mata a bactéria de fome, pois ela não tem ferro para ingerir; * Lisozima, que hidrolisa a parede de bactérias gram-positivas principalmente; * A APB (proteína bactericida de aumento da permeabilidade), uma substância altamente catiônica que altera a permeabilidade da membrana plasmática das bactérias (que é altamente aniônica) e as mata por osmose (entrada excessiva de líquido); - São leucócitos granulócitospresentes no sangue em pequena quantidade (3%); - É binucleado e seu citoplasma possui grânulos específicos que se coram pela eosina (acidófilos), os quais são lisossomas, ricos em fosfatases ácidas; - Funcionalmente, esta célula é capaz de fagocitar bactérias ou qualquer outro material estranho. Entretanto, sua principal função não é a fagocitose, mas sim a exocitose de PBM (proteína básica maior), a qual é rica em arginina (aminoácido básico) e é tóxica de para parasitas de humanos, causando sua morte; - Se o sangue do indivíduo estiver com a taxa de eosinófilos alta (leucocitose eosinofílica), é um grande indicador de infecção parasitária (exemplo: Schistossoma mansoni); - Os eosinófilos também estão muito presentes em reações alérgicas do organismo; - Estas reações ocorrem porque o basófilo ou o mastócito, estimulado na reação alérgica, libera o ECF-A (fator quimiotáxico dos eosinófilos na anafilaxia), ou seja, é um fator que atrai e dirige os eosinófilos até o local da alergia; - O eosinófilo chega ao local da reação para resolvê-la (inibir) através da liberação de histaminase e aril sulfatase B, que destroem a histamina e o SRS-A, respectivamente, dois produtos inflamatórios liberados pelos mastócitos ou basófilos sensibilizados; - Os basófilos são granulócitos encontrados no sangue em pequena quantidade, variando ente 0 a 1% dos leucócitos. É uma célula grande, com núcleo volumoso, geralmente em forma de “S” e possui grânulos grandes no citoplasma; - Os basófilos têm função semelhante aos mastócitos. Possuem os mesmos mediados nos seus lisossomas e possuem também receptores de IgE; - Participa de reações alérgicas da mesma forma que os mastócitos. A diferença básica entre basófilos e mastócitos está no fato de que os basófilos são encontrados no sangue (e não típico do tecido conjuntivo) e da estrutura morfológica; - A sua participação no choque anafilático (sistêmico) é maior que a dos mastócitos, pois os basófilos são células que realmente estão presentes no sangue, e liberam os mediadores para a circulação; - Os monócitos estão presentes no sangue, constituindo- se de 3 a 8 % dos leucócitos circulantes; - Os macrófagos não estão circulando no sangue. Eles são células que aparecem no tecido conjuntivo ou no parênquima de algum órgão, e é originado a partir dos monócitos, que migraram até o local; - Os monócitos tem núcleo ovoide, ou em forma de rim, e seu citoplasma basófilo, com grânulos azurófilos. São diferentes dos macrófagos, que são células grandes, ameboides, com retículo endoplasmático rugoso e complexo de Golgi bem desenvolvidos; - O monócito também participa da formação dos granulomas na inflamação crônica granulomatosa; - Eles se fundem e formam as células gigantes de Langerhans. Estas células multinucleadas gigantes têm grande capacidade fagocitária, e engloba partículas maiores, como fungos (paracoccidioides, coccidioides, bastomyces, etc.) e também bactérias (Treponema pallidum, Mycobacterium tuberculosis e M. Leprae); - No granuloma, os macrófagos (originados dos monócitos do sangue) se modificam e viram células epitelioides, com grande atividade secretora e pouca atividade fagocítica; - Essas células secretam enzimas hidrolíticas que matam o patógeno presente no granuloma; - Estas enzimas também causam necrose no centro dos granulomas, como a necrose caseosa encontrada na tuberculose; - Os macrófagos são células de altíssimo poder fagocitário, possuindo funções de extrema importância para o sistema imune, como a apresentação de antígenos, limpeza e produção de interleucinas; - Os monócitos também formam os osteoclastos, presentes no tecido conjuntivo ósseo (digerem a hidroxiapatita dos ossos); - Os macrófagos são responsáveis pelo sistema monocítico fagocitário (SMF), pois vem da maturação dos monócitos que chegam pelo sangue; - Existem células que são morfologicamente diferentes dos macrófagos, mas tem a mesma função, e provêm dos monócitos da mesma forma, sendo, então, parte do SMF. São eles: * Monócito sanguíneo (circulante no sangue), células de Kuppfer (fígado), micróglia (SNC), células dendríticas (região subcortical dos linfonodos), macrófagos alveolares (pulmões), mesangio intraglomerular (glomérulo de Malpighi renal), macrófagos sinusais do baço (cordões de Billroth da polpa vermelha do baço), macrófagos das serosas (peritônio, pericárdio e pleura), células de Langerhans (pele); - Os macrófagos da pele ou células de Langerhans, quando inativados, viram histiócitos. Estes reduzem suas organelas e diminuem seu metabolismo, ficando como um “vegetal”; - Os histiócitos são responsáveis pela formação da tatuagem, onde seu citoplasma fica cheio de pigmentos fagocitados; - São encontrados no sangue, contribuindo para 20-30% dos leucócitos; - Se o paciente está deprimido ou estressado, essa porcentagem cai muito, e, no caso de infecções virais, esta porcentagem cresce bastante; - Em rejeições de enxerto, observa-se grande aumento de linfócitos; - Os linfócitos possuem núcleo esférico, preenchendo quase toda a célula, deixando o citoplasma com pequena área. O núcleo é bem maciço, e não deixa aparecer o nucléolo na microscopia óptica, sendo visível apenas na microscopia eletrônica; - Linfócitos T e linfócitos B são indiferenciados pela microscopia, sendo, portanto, diferenciáveis pelas técnicas imunocitoquímicas para detecção de receptores específicos de membrana; - Os linfócitos T possuem o receptor TCR específico para células T, que funcionalmente serve para reconhecer o antígeno que lhe é apresentado e ativar o linfócito; - Os linfócitos B possuem receptores diversos, sendo a IgM monomérica o principal receptor, identificado pela imunocitoquímica. Essa IgM monomérica também serve para reconhecer o antígeno que lhe é apresentado; - São células que têm diversas funções no organismo, e todas são de extrema importância para o sistema imune; - O termo linfócito T deriva das células serem dependentes do timo para seu desenvolvimento, sendo timo-dependentes; - Funcionalmente, os linfócitos são separados em LT helper (auxiliares), citotóxicos e supressores; - O LT helper possui o receptor CD4 em sua superfície, tendo a função de reconhecer o macrófago ativado. Esta célula é a mensageria mais importante do sistema imune. Ela envia mensagens de ataque para diversos leucócitos para que seja realizada a guerra imunológica contra o agente agressor; * O LT helper 1 produz as IL-2 e interferon γ, que estão relacionadas com a resposta imune celular principalmente; * O LT helper 2 produz as interleucinas 4, 5, 6 e 10, sendo a IL-4 e a IL-10 as mais importantes. Relacionam-se com a resposta imune humoral; - O linfócito T citotóxico possui receptores CD8, que têm a função de reconhecer o MHC-classe I (complexo de histocompatibilidade principal) expresso por células rejeitadas; - Todas as células do organismo possuem genes próprios para o MHC denominados HLA; - Quando uma célula estranha entra no organismo, vão expressar o MHC-classe I na superfície, cuja expressão é ampliada por estímulos como o interferon γ; - A célula T citotóxica (LTc) é o principal “soldado” do sistema imune, pois ataca diretamente as células estranhas que expressam o MHC-I e lisa a célula. Participam também de reações de hipersensibilidade tardia (tipo IV), como as reações que caracterizam os testes intradérmicos tipo PPD na pele; - Os linfócitos T supressores são linfócitos que tem a função de modular a resposta imune através da inibição da mesma. Não se conhece muito a respeito desta célula, mas sabe-se que ela age através da inativação dos linfócitos T citotóxicos e helpers, limitando a ação deles no organismo em uma reação imune; - Os LT supressores também participam da tolerância imunológica, mecanismo que o sistema imune utiliza para impedir que os leucócitos ataquem as próprias células do organismo.Portanto, se houver deficiência na produção ou ativação dos linfócitos T supressores, poderá haver um ataque autoimune ao organismo; - São células que fazem parte de 5 a 15% dos linfócitos circulantes e se originam na medula óssea, desenvolvendo-se nos órgãos linfoides; - São células de núcleo grande, que possuem retículo endoplasmático rugoso e complexo de Golgi extremamente desenvolvidos em seu citoplasma, além de serem especialistas em síntese de gamaglobulinas quando ativadas; - Tem como função própria a produção de anticorpos contra um determinado agressor. Estes anticorpos realizam diversas funções, como opsoninas, ativadores de complemento, neutralizadores de substâncias tóxicas (como as liberadas por bactérias ou animais peçonhentos), aglutinação, neutralização de bactérias, etc; - Os LB em repouso não produzem imunoglobulinas, mas quando estimulados por interleucinas (como IL-4 e IL-1), sofrem expansão clonal e se transformam em uma célula ativa denominada plasmócito; - Os plasmócitos possuem uma ultra-estrutura, com REG e complexo de Golgi bem desenvolvidos e núcleo com aspecto de roda de carroça. Secretam ativamente anticorpos específicos na resposta imune humoral (RIH); - Os LB expressam o MHC classe II quando entram em contato com o antígeno. Este MHC é importante para a interação com os LT, pois o MHC-II reconhece o CD4 dos LT helpers; - “Natural killer”; - São células matadoras naturais, ou células assassinas, que fazem parte de 10 a 15% dos linfócitos do sangue; - Elas lisam (destroem) as células tumorais (estranhas) ou infectadas por vírus sem que estas expressem algum antígeno ativador da resposta imune específica; - Esse tipo de resposta é chamada de resposta imune inespecífica, pois não há reconhecimento de epítopos e nem formação de células monoclonais específicas ou qualquer memória imunológica (que sempre é específica); - São células do tecido conjuntivo, originados a partir de células mesenquimatosas (células de grande potência de diferenciação que dão origem às células do tecido conjuntivo); - A principal função dos mastócitos é armazenar potentes mediadores químicos da inflamação, como a histamina, heparina, ECF-A (fator quimiotáxico dos eosinófilos), SRS-A, serotonina e fatores quimiotáxicos dos neutrófilos; - São células que não possuem significado no sangue, sendo células próprias do tecido conjuntivo. Participam de reações alérgicas (de hipersensibilidade), na qual atrai os leucócitos até o local e cria uma vasodilatação. É a principal célula responsável pelo choque anafilático; - O processo de ativação da desgranulação (exocitose) se baseia na sensibilização destas células (mastócitos), que ocorre em indivíduos com uma predisposição genética na maioria dos casos; - A condição clínica conhecida como leucopenia ou agranulocitose ocorre ocasionalmente e caracteriza-se pela interrupção da produção de leucócitos pela medula óssea, deixando o organismo desprotegido contra bactérias e outros agentes que possam invadir os tecidos; - Normalmente, o corpo humano vive em simbiose com muitas bactérias, visto que todas as mucosas do organismo estão constantemente expostas a grande número de bactérias; - A boca, o tubo gastrointestinal, olhos, uretra e vagina contêm quantidades abundantes de bactérias; - Por conseguinte, qualquer declínio do número de leucócitos permite imediatamente a invasão dos tecidos por bactérias que já estão ali presentes; - Durante 2 dias após a medula óssea interromper sua produção de leucócitos, podem aparecer úlceras na boca e no cólon, ou o indivíduo pode desenvolver alguma forma de infecção respiratória grave; - As bactérias das úlceras invadem rapidamente os tecidos circundantes e o sangue. Sem tratamento, a morte quase sempre ocorre dentro de 3 a 6 dias após o início da leucopenia total aguda; - A irradiação do corpo por raios gama de explosão nuclear ou a exposição a medicamentos e substâncias químicas contendo núcleos de benzeno ou de antraceno tem muita probabilidade de causar aplasia da medula óssea; - Com efeito, alguns medicamentos comuns, como o cloranfenicol (antibiótico), o tiouracil (tratamento da tireotoxicose) e até mesmo os vários barbitúricos hipnóticos provocam, em cercas ocasiões, agranulocitose (ou aplasia da medula óssea, em que não há produção de nenhum tipo celular – inclusive eritrócitos – pela medula óssea), desencadeando, assim, toda a sequência infecciosa dessa doença; - Após lesão da medula óssea por irradiação, algumas células-tronco, mieloblastos e hemocitoblastos geralmente não são destruídos e têm capacidade de regenerar a medula óssea, contanto que haja tempo suficiente; - Por conseguinte, o paciente adequadamente tratado com antibióticos e outros medicamentos para deter a infecção costuma formar nova medula óssea dentro de semanas a meses, permitindo a normalização da concentração de células sanguíneas; - A produção descontrolada de leucócitos é causada por mutação cancerosa de célula mielogênica ou linfogênica; - Esse processo provoca leucemia, que geralmente se caracteriza por número muito aumentado de leucócitos anormais no sangue circulante. As leucemias são divididas em dois tipos gerais: * Leucemias linfogênicas: causadas pela produção cancerosa de células linfoides. EM geral, começa em um linfonodo ou em outro tecido linfogênico e, a seguir, propaga-se para outras áreas do organismo; * Leucemias mielogênicas: começa pela produção cancerosa de células mielogênicas jovens na medula óssea, que se disseminam por todo o organismo, de modo que os leucócitos são produzidos em numerosos órgãos extramedulares; - Na leucemia mielogênica, o processo canceroso, algumas vezes, produz células parcialmente diferenciadas, resultando em leucemia neutrófila, leucemia eosinófila, leucemia basófila ou leucemia monocítica; - Todavia, com mais frequência, as células leucêmicas são bizarras e indiferenciadas e, portanto, não são idênticas a nenhum dos leucócitos normais; - Em geral, quando mais indiferenciada a célula, mais aguda a leucemia, levando quase sempre à morte do indivíduo em poucos meses, se não for instituído tratamento; - As células leucêmicas, em particular as células muito indiferenciadas, não costumam ser funcionais, de modo que não podem oferecer a proteção habitual contra as infecções;
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