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ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL! PROFESSORES Dr. Diego Granja do Amaral Esp. Cecília Adriana da Silva Novas Mídias e Tecnologias em Marketing NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 DIREÇÃO UNICESUMAR NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional Débora Leite Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima Head de Produção de Conteúdo Franklin Portela Correia Gerência de Contratos e Operações Jislaine Cristina da Silva Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisora de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel Supervisora de Produção de Conteúdo Daniele C. Correia Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi EXPEDIENTE C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância. SILVA, CECÍLIA ADRIANA, AMARAL, DIEGO GRANJA. Novas Mídias e Tecnologias em Marketing. Cecília Adriana da Silva, Diego Granja do Amaral. Maringá - PR.: UniCesumar, 2021. 192 p. “Graduação - EaD”. 1. Novas Mídias 2. Tecnologia 3. Marketing. 4. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 658.8 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Impresso por: Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 Coordenador(a) de Conteúdo Fernanda Gabriela de Andrade Coutinho Victor Vinicius Biazon Projeto Gráfico e Capa André Morais, Arthur Cantareli e Matheus Silva Editoração Matheus Silva de Souza Design Educacional Bárbara Neves Revisão Textual Ariane Andrade Fabreti Ilustração André Azevedo Fotos Shutterstock FICHA CATALOGRÁFICA A UniCesumar celebra os seus 30 anos de história avançando a cada dia. Agora, enquanto Universidade, ampliamos a nossa autonomia e trabalhamos diaria- mente para que nossa educação à distância continue como uma das melhores do Brasil. Atuamos sobre quatro pilares que consolidam a visão abrangente do que é o conhecimento para nós: o intelectual, o profissional, o emocional e o espiritual. A nossa missão é a de “Promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, for- mando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária”. Neste sentido, a UniCesumar tem um gênio impor- tante para o cumprimento integral desta missão: o coletivo. São os nossos professores e equipe que produzem a cada dia uma inovação, uma transforma- ção na forma de pensar e de aprender. É assim que fazemos juntos um novo conhecimento diariamente. São mais de 800 títulos de livros didáticos como este produzidos anualmente, com a distribuição de mais de 2 milhões de exemplares gratuitamente para nos- sos acadêmicos. Estamos presentes em mais de 700 polos EAD e cinco campi: Maringá, Curitiba, Londrina, Ponta Grossa e Corumbá), o que nos posiciona entre os 10 maiores grupos educacionais do país. Aprendemos e escrevemos juntos esta belíssima his- tória da jornada do conhecimento. Mário Quintana diz que “Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”. Seja bem-vindo à opor- tunidade de fazer a sua mudança! Reitor Wilson de Matos Silva Tudo isso para honrarmos a nossa missão, que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. BOAS-VINDAS MEU CURRÍCULO MINHA HISTÓRIA Aqui você pode conhecer um pouco mais sobre mim, além das informações do meu currículo. CECÍLIA ADRIANA DA SILVA Sou de uma família humilde de nove pessoas (meus pais e sete irmãos) de uma cidadezinha no interior do Para- ná. Tivemos uma infância simples, mas cheia de amor e carinho. Desde que eu criança, minha mãe dizia: “estude, somente os estudos poderão mudar a sua vida!” Comecei a trabalhar aos dez anos de idade, mas minha mãe nunca permitiu que eu deixasse de estudar! Traba- lhei de babá, na lavoura, de sol a sol, mas sempre levava os meus livros e aproveitava para estudar nas horas de descanso e deslocamento. Aos 14 anos, consegui um em- prego como Jovem Aprendiz em um banco estatal e, logo em seguida, tive a oportunidade de trabalhar em uma coo- perativa agropecuária. Trabalhei por quase 20 anos nessa cooperativa e, neste período, ingressei no curso de Admi- nistração com Habilitação em Marketing e fiz a especiali- zação em Gestão Estratégica Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Me apaixonei pelo Marketing e tive a oportunidade de atuar na área de Marketing de Relacionamento! Sempre gostei de ensinar, e as pessoas diziam: você tem que ser professora! Isso ficou gravado em minha memória e, há seis anos, realizei este sonho de transformar vidas por meio da educação! A minha mãe tinha razão! A educação mudou a minha vida e mudará a sua também! Aproveite todas as opor- tunidades que a vida lhe proporcionar, melhor estar pre- parado(a) e não ter nenhuma oportunidade do que ter a oportunidade e não estar preparado(a)! Grande abraço! MEU CURRÍCULO MINHA HISTÓRIA Aqui você pode conhecer um pouco mais sobre mim, além das informações do meu currículo. DIEGO GRANJA DO AMARAL Nasci em Recife, Pernambuco, e passei a maior parte da minha vida entre Recife e Olinda, cidade da região metro- politana. Aos 18 anos, ingressei no curso de Publicidade e Propaganda com o desejo de trabalhar na área de marke- ting. Durante o curso, descobri a disciplina de Planejamento Publicitário e, ali, nasceu um interesse que guardo até hoje. Durante o curso, fiz um estágio na área de Marketing e No- vos Negócios em uma startup que desenvolvia jogos digitais para grandes marcas, os advergames. Trabalhei por mais de dois anos na empresa, mas, depois disso, entendi que precisava conhecer outras áreas e tive experiências muito enriquecedoras como gerente de projetos. Alguns anos depois de eu ter me graduado, comecei a trabalhar com Planejamento Publicitário. O trabalho na área me permitiu ter uma visão nova sobre Comunicação e Marketing. Apesar de adorar Planejamento, depois de al- guns anos, senti a necessidade de mudar, novamente. Por isso, escolhi entrar no mestrado e pesquisar um tema com o qual eu tive contato durante a minha graduação: os jogos digitais. O mestrado foi uma experiência fundamental, ali, descobri a paixão pela carreira acadêmica, especialmente, pelo ensino e pela pesquisa. Assim, partir para o doutorado foi uma escolha quase que inevitável. Para este momento, porém, optei por mais uma mudança: mudei para o Rio de Janeiro, lá, fiz os dois primeiros anos do doutorado e tive contato com um projeto que envolvia uma universidade ale- mã. Seguindo esta inquietação que me levou ao Rio, mudei para a Alemanha e completei o restante do trabalho por lá. Agora, estou de volta à Olinda, começando mais um novo capítulo desta história. As paixões, no entanto, seguem as mesmas! Planejamento, Marketing, games, ensino e pes- quisa. Este sou eu! E você, qual história está escrevendo? https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/8245 INICIAIS PROVOCAÇÕES Os seus amigos já sabem que você é estudante no curso de Marketing e começaram a “solicitar consultorias”? Por exemplo: “me ajuda a escolher as melhores mídias para os meus clientes?” Ou ainda: “quais as melhores mídias para investir hoje?” Você fica confuso(a), pois ainda não conhece, a fundo, esteconceito, fica sem graça em dizer que ainda não sabe e responde: calma, ainda sou estudante e, em breve, saberei responder a essas perguntas! Então, lhe convido a ler este material. Tenho certeza de que este livro lhe proporcionará muito aprendizado. Vamos lá? Diante da necessidade de promover os produtos e serviços, a comunicação com o clien- te passa a ser fundamental. O consumidor mudou, está cada vez mais exigente, consciente, conectado, deixou de ser reativo, passando a ser o protagonista nas relações de consumo! Dentro do processo de comunicação com os clientes, as mídias são fundamentais para que as empresas se comuniquem com o seu público-alvo, assim, pela leitura deste material, você compreenderá o universo das mídias, as suas interfaces e aplicações dentro da realidade de cada empresa. A nossa profissão tem um expressivo diferencial, pois, também somos consumidores, e isso facilita o nosso trabalho como profissionais de marketing! Ao comunicarmos com as marcas, temos as nossas percepções como clientes, mas com o olhar de profissional de marketing, não é mesmo? Pense nas suas últimas experiências de compras, qual ou quais foram as mídias por meio das quais você se comunicou com as empresas? Foi fácil o acesso a essas empresas? Elas ofereceram mais de uma mídia para contato com o cliente? Você ficou satisfeito(a) com as formas de comunicação delas? Refletindo sobre as suas últimas experiências de compra, lhe proponho a pensar: Se ao invés de cliente, você fosse o profissional de marketing responsável pela comu- nicação com os consumidores dessa empresa, você utilizaria as mesmas mídias que ela utiliza hoje? Pense como profissional de marketing e como consumidor! Será que os objetivos da em- presa estão sendo atingidos? Ela utiliza, apenas, as mídias que estão em alta, mas sem saber se, realmente, estão sendo eficazes? Quais os tipos de mídias mais utilizados na atualidade? NOVAS MÍDIAS E TECNOLOGIAS EM MARKETING Mais importante do que utilizar as mídias é conhecê-las e identificar quais são aquelas mais utilizadas pelo seu público-alvo. Com base nestes questionamentos, lhe convido à ação! Na Unidade 1 deste material, você conhecerá as transformações que as mídias passa- ram ao longo do tempo para que pudessem se adaptar às mudanças no perfil dos con- sumidores. Terá, ainda, a oportunidade de conhecer o surgimento da internet, o conceito de mídia e as diversas linguagens e interfaces tecnológicas para o desenvolvimento de estratégias de marketing. Na Unidade 2, você conhecerá o universo das novas mídias, analisando as característi- cas dos principais meios e canais digitais, também aprenderá como esses canais podem ser utilizados no planejamento de marketing digital. Você acompanhará a jornada de Bruno, um jovem empreendedor que está se aventurando em sua primeira empresa. Seguindo para a Unidade 3, você terá a oportunidade de conhecer a importância dos novos dispositivos digitais na comunicação da marca com seu público-alvo. Advergames, realidade aumentada, videomapping, Internet das Coisas, machine learning (aprendizado por máquinas) e aplicativos para celular são as novas tecnologias utilizadas para facilitar as estratégias de marketing e comunicação digital. Na Unidade 4, abordaremos como as mudanças estruturais na sociedade têm afetado a comunicação, assim como o impacto delas no consumo. O mundo mudou, o consumidor também, logo, a comunicação tem que se adaptar a essas mudanças! Na nossa última unidade, discutiremos como gerenciar ações de marketing nas plata- formas tecnológicas, assim como o uso de novas mídias para campanhas digitais, méto- dos, indicadores e métricas para gerenciamento da marca em ambientes digitais. Ainda, abordaremos storytelling e gamificação, dois fenômenos que têm se destacado muito no marketing moderno. Vamos lá? Ao finalizar a leitura deste material, você será capaz de responder às perguntas de seus amigos e, assim, poderá sugerir quais são as mídias mais utilizadas na atualidade, de que forma escolher uma mídia adequada aos objetivos da organização, fazer o planejamento de ações de marketing utilizando as novas mídias bem como fazer o gerenciamento por meio dos indicadores e das métricas. IMERSÃO RECURSOS DE Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do aplicativo está disponível nas plataformas: Google Play App Store Ao longo do livro, você será convida- do(a) a refletir, questionar e trans- formar. Aproveite este momento. PENSANDO JUNTOS NOVAS DESCOBERTAS Enquanto estuda, você pode aces- sar conteúdos online que amplia- ram a discussão sobre os assuntos de maneira interativa usando a tec- nologia a seu favor. Sempre que encontrar esse ícone, esteja conectado à internet e inicie o aplicativo Unicesumar Experien- ce. Aproxime seu dispositivo móvel da página indicada e veja os recur- sos em Realidade Aumentada. Ex- plore as ferramentas do App para saber das possibilidades de intera- ção de cada objeto. REALIDADE AUMENTADA Uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Posicionando seu leitor de QRCode sobre o códi- go, você terá acesso aos vídeos que complementam o assunto discutido. PÍLULA DE APRENDIZAGEM OLHAR CONCEITUAL Neste elemento, você encontrará di- versas informações que serão apre- sentadas na forma de infográficos, esquemas e fluxogramas os quais te ajudarão no entendimento do con- teúdo de forma rápida e clara Professores especialistas e convi- dados, ampliando as discussões sobre os temas. RODA DE CONVERSA EXPLORANDO IDEIAS Com este elemento, você terá a oportunidade de explorar termos e palavras-chave do assunto discu- tido, de forma mais objetiva. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3881 NOVAS MÍDIAS E SEU PROCESSO EVOLUTIVO 11 37 APRENDIZAGEM CAMINHOS DE 1 2 NOVAS MÍDIAS: LINGUAGENS E INTERFACES 85 NOVOS DISPOSITIVOS 3 4 123 COMO UTILIZAR AS NOVAS MÍDIAS PARA ESTRATÉGIAS EM NEGÓCIOS 5 155 PARTINDO PARA A AÇÃO 1Novas Mídias e seu Processo Evolutivo Esp. Cecília Adriana da Silva Na Unidade 1, você terá a oportunidade de refletir sobre as transfor- mações que as mídias passaram e, ainda, estão passando para que possam se adaptar às mudanças no comportamento das pessoas. Num passado não muito distante, o mundo não era conectado, des- sa forma, a comunicação entre pessoas e empresas era diferente, praticamente, sem interação! A inovação e a tecnologia mudaram a forma de consumo, os consumidores estão cada vez mais conectados e antenados, exigindo que as empresas se adaptem a eles por meio de mídias que os possibilitem interagir com essas empresas. Você, ainda, terá a oportunidade de conhecer, um pouco, o surgimento da internet, o conceito de mídia e as múltiplas linguagens e interfaces tecnológicas para o desenvolvimento de estratégias de marketing. Vamos colocar a mão na massa? UNIDADE 1 12 A cada dia que passa, as pessoas estão ficando mais conectadas e digitais, o mundo está se transformando em uma velocidade muito rápida e abrupta, esta mudança envolve, inclusive, os novos estilos de vida, a forma como nos comportamos e o nosso tipo de consumo, a diversidade de meios e canais que temos, hoje, tam- bém traz mais participação e envolvimento com os clientes e usuários. E, junto disso, ocorre, também, o risco da exposição da privacidade, assim, diante deste cenário atual, trago um questionamento para que façamos uma leve imersão: qual o impacto dessa mudança no nosso dia a dia e no das empresas? Você tem acompanhado essa evolução e essas transformações? Digo mais, como profissional de marketing, você percebeu a evolução dessas mídias, em seu cotidiano, e está atualizado(a) e preparado(a) para atuar neste “novo” mercado? Em um passado recente, tínhamos pouca interatividade entre empresas, ca- nais e meios, achávamos que aquilo tudo era muito distante, apenasconsumía- mos, de maneira passiva, o que nos era fornecido e, com toda essa transformação, agora, vemos as possibilidades que foram geradas, desde a interação ao vivo de qualquer ponto do mundo, até a construção de marcas e produtos, podendo influenciar, diretamente, a nossa própria opinião bem como a expor. As novas mídias deram voz ativa aos consumidores, possibilitando as melhores compreen- são e adaptação de modelos de negócios e produtos, os moldando de acordo com a necessidade das pessoas. UNICESUMAR 13 Podemos ver muitos exemplos na prática … Trarei, aqui, um bem simples, que todos conhecemos: o serviço de streaming (Netflix, por exemplo) que revo- lucionou a forma como as pessoas consomem entretenimento, fazendo com que um produto, antes, inexistente, passasse a ter uma demanda gigante e, também, possibilitando que uma marca crescesse de modo forte. Como não bastasse isso tudo, esse serviço mantém, em suas mídias digitais, um diálogo irreverente e singular com os seus usuários: respondem aos posts, tiram sarro, consultam os clientes para a criação de novos produtos e muito mais. Mas citarei um exemplo que foi um dos primeiros e principais veículos de informação: os jornais impressos, os quais tiveram que passar por um processo de digitalização, e os que ainda resistem em circular estão em extinção, deixando claro o processo de adaptação às novas mídias. Voltando ao exemplo dos jornais impressos, que tiveram de passar por um processo de digitalização para continuar no mercado, convido você a vivenciar a experiência, vamos lá? Busque, pelo menos, cinco outras mídias que tiveram que se transformar e inovar para não serem extintas, e, assim que identificar, observe qual foi a mudança para se adaptar a esse novo cenário e manter a sobrevivência. Feita a observação e a identificação destas mídias mais antigas que precisaram passar por um processo de mudança, lhe convido a refletir sobre os principais pontos de transformações das mesmas e como essas alterações alcançaram o seu dia a dia, aluno(a). Se preferir, utilize o seu Diário de Bordo para anotar as reflexões obtidas. DIÁRIO DE BORDO UNIDADE 1 14 O conceito da palavra mídia vem do latim medium, que significa “meio”. Como os americanos sempre foram pioneiros nos campos do marketing e comunicação, a palavra media foi “abrasileirada”, ganhando a pronúncia “mídia”. Essa palavra está, diretamente, relacionada aos campos do jornalismo e da comunicação social, da publicidade e do marketing, mas, com a entrada da era digital, ganhou um sentido mais amplo, envolvendo uma série de outras inteligências artificiais, sendo levada para um novo patamar de compreensão, sob foco estratégico, e, em decorrência disso, a mídia exige, também, ações táticas de alta performance. De posse desta conceituação, então, uma das melhores formas de descrever a ferramenta mídia é como sendo o composto dos diversos meios de comunicação cujo objetivo é transmitir conteúdos e informações em diferentes plataformas e/ ou canais. Os meios midiáticos têm forte influência nos indivíduos, provocando mudanças de comportamentos e de valores, além de influenciar tendências, e são os meios pelos quais a propaganda busca atingir os seus objetivos, por meio da transmissão da mensagem ao consumidor-alvo de uma marca. Vários conceitos descrevem a comunicação como uma ativação de mensagem en- tre duas partes, um emissor e um receptor. A forma pelo qual é conduzida ou enviada a mensagem é o meio ou canal, o qual também v bode ser interpretado como mídia. Se buscarmos, então, as primeiras mídias, na história do ser humano, elas foram os desenhos feitos em cavernas ou em pontos de encontro de grupos, seguidas pelo sinal de fumaça, adotado, principalmente, por tribos indígenas. Sequencialmente, houve o processo de disseminação de informação por correspondências escritas, mas o mundo pedia por velocidade de recepção de informações, principalmente, as de ordem estratégica (situações de guerra), estimulando o invento de meios que não dependessem do ser humano para operacionalizar todo o processo manual de entrega. Assim, surge o telégrafo, em 1835, criado pelo pintor Samuel Morse. Por consequência, surge o telegrama, a versão da mensagem emitida por có- digo morse via telégrafo, impressa, e entregue ao destinatário final. As pessoas queriam, então, ainda mais agilidade e personalização, e esta necessidade propor- cionou a criação do aparelho de telefone, em 1876, por Alexander Graham Bell. Outras mídias, como o telex e o fax, surgiram como derivações ou utilizando as características operacionais de mídias anteriores. Em seguida, a velocidade no processo de mudanças evolutivas das mídias teve um avanço exponencial. UNICESUMAR 15 As mídias analógicas ou tradicionais são denominadas assim por serem as pre- cursoras. Podemos citar, aqui, alguns exemplos para facilitar o entendimento: outdoors, anúncios em revistas e jornais, comerciais de televisão, impressos, rá- dios. Esses meios tiveram muita notoriedade até a década passada, mas perderam espaço, pois são mais inflexíveis, têm pouca interatividade com a informação ou o conteúdo direcionado ao seu receptor, além disso, possuem um custo, geralmente, mais elevado de produção e exibição, se comparado aos novos meios, os quais se tornaram mais competitivos por causa da evolução do mercado. Desse modo, tornou-se essencial a rapidez e a mutabilidade, para minimizar desvios de rota do planejamento e oportunidades. Uma análise histórica demonstra, inclusive, as diversas fases em que cada meio de comunicação detinha mais poder de acesso e influência sobre a popula- ção, e vale ressaltar que levava um período longo entre as mudanças perceptíveis de lideranças. Sem ater-se a datas, é factível que, no passado remoto, os meios impressos, os folhetins, as correspondências e os jornais (até então, não existiam revistas periódicas), foram os que tiveram mais alcance, apesar da desvantagem do tempo entre a confecção e o recebimento pelos interessados ou público-alvo. Os avanços das mídias se deram pela dificuldade de comunicação entre as pessoas ou pela necessidade de obter mais velocidade na forma de se comunicar? Você acredita que esse avanço nas formas de comunicação acontece no mesmo grau de acesso para toda a sociedade? PENSANDO JUNTOS As mídias podem ser divididas em duas grandes categorias: as mídias analógicas, também conhecidas como tradicionais, ou offline, que são as ferramentas que não utilizam a internet em seu processo, e as mídias digitais ou tecnológicas, que fazem parte da internet ou se utilizam dela. Mas um aspecto muito interessante é que algumas mídias, antes, essencialmente, offline, hoje, transitam, também, no digital, tais como a televisão, o jornal, o rádio e a revista. Adaptação e mudança necessárias para a sobrevivência em meio à queda de visibilidade e audiência, consequência da influência da Internet no comportamento humano. UNIDADE 1 16 Na sequência, com a chegada do rádio, houve uma ruptura dos padrões infor- mativos, inclusive, com as primeiras vendas radiofônicas, ocorrendo a explosão do número de abertura de emissoras em todo o planeta. Esse meio tinha, também, como principais vantagens, a interatividade com os ouvintes e a versatilidade para mudar a propaganda no decorrer de sua programação, inclusive, ao vivo, em tempo real. E, aqui, vale ressaltar que o rádio facilitou e permitiu uma ampla revolução para artistas do segmento teatral e musical. Surgem, então, os progra- mas de auditório e o início de referências (ídolos) às pessoas que tinham acesso ao meio. Durante décadas, a radiodifusão foi o meio que mais esteve presente nos lares do mundo. Vizinhos se reuniam para ouvir entretenimento e noticiários e, como consequência, as primeiras propagandas transmitidas ao vivo. Houve, neste momento, duas grandes mudanças no processo de comuni- cação: o estático (impresso) e o interativo. Mas o instinto criativo e provocativolevou o ser humano a ir além, pois ele queria ver e ouvir ao mesmo tempo. O que parecia impossível, em 1928, se realizou. Ernst Alexanderson fez a primeira transmissão televisiva, em preto e branco, chegando ao Brasil, somente, em 1950. O meio televisão gerou nova rupturas em conceitos, até então, vistos como imutáveis. Tornou-se possível demonstrar experiências em programas, huma- nizou-se a comunicação, possibilitou-se olhar nos olhos de quem assistia e vis- lumbrava um novo cenário de perspectivas. Pode-se afirmar, sem dúvida, que a inserção dessa mídia, – a qual, atualmente, junto com o rádio, é vista, apenas, como tradicional, mas a qual participa, também, dos meios digitais –, foi um novo fator histórico para a evolução de “como se comunicar” com as pessoas. O que, para nós, hoje, é algo normal (ver artistas e poder segui-los nas redes sociais) para a devida época, foi um divisor de águas. Para o segmento artístico certamente foi um novo direcionamento profissio- nal. O interessante é que para promover os artísticas o campo publicitário teve que utilizar as emissoras de rádio e meios impressos para darem sustentação ou mesmo lançar novos “talentos”. A manifestação que, atualmente, ocorre nas redes sociais, era protagonizada por longas cartas e declarações feitas em cartazes e fai- xas (hoje posts). O autógrafo (um prêmio para quem conseguisse) foi substituído pela self, pois dá maior credibilidade e visibilidade. O meio rádio, que chegou a praticamente todos os lares brasileiros, foi trocado pela televisão pela maioria esmagadora da população urbana até o início deste século. UNICESUMAR 17 É chegado o século XXI, novas transformações em comportamento social e de consumo geradas pelas mídias originam uma disrupção no envolvimento com os meios. As pessoas, de forma geral, começam a se desapegar das mídias tradi- cionais, os mais jovens, praticamente, não ouvem rádio ou assistem à TV. Muitas crianças, atualmente, com menos de 7 anos, têm seguidores nas redes sociais. O advento das mídias digitais que ocorre a partir dos anos 90, no Brasil, que é nossa segunda categoria, trouxe uma mudança significativa em todo o processo de comunicação e consumo. Ao contrário da mídia analógica, a digital permitiu mais recursos e possibilidades de interação com os clientes. O mercado da inovação e tecnologia vem transformando o universo da co- municação, tudo tem ficado cada vez mais rápido, acessível e escalável, opor- tunizando mais alcance e segmentação com qualidade e assertividade percep- tíveis. Alguns exemplos: internet, smartTVs, painéis digitais, os quais, ainda, desmembraram-se em inúmeros canais e em formatos variados, cada um bus- cando atingir um novo público ou públicos mais estratificados e nucleados, fracionando e fragmentando, ainda mais, a especificidade do público-alvo. Esse e processo deriva das necessidades das novas mídias, especialmente, das mídias que estão mais atreladas à inteligência artificial, o que facilita o entendimento nas decisões de compra dos consumidores. Apesar de toda essa mudança e migração, ainda é importante que o profissio- nal responsável pela análise, avaliação e decisão em relação às informações seja, extremamente, criterioso, pois, mesmo com o processo de evolução para a era da internet, devemos reforçar que ainda existem clientes com forte adesão aos meios tradicionais, e eles não devem ser dispensados, dependendo dos objetivos da empresa. Inclusive, ao buscar fontes de referência para determinadas matérias e propagandas, as mídias tradicionais, como rádio e TV (entrevistas), jornais e revistas (registro impresso), são utilizadas para avalizar ou dar credibilidade à informação, com cunho e/ou amparo jurídico, quando necessário. Para tal cenário, é necessário um planejamento bem elaborado e detalhado, para convergir com os interesses da empresa e fazer com que a comunicação seja ade- quada, lembrando que um meio não anula o outro, eles sofrem transformações que se complementam e que fortalecem, por vezes, as mensagens a serem transmitidas. Enfim, esses meios ainda desempenham um papel fundamental como influentes disseminadores de informação e conhecimento entre a população. UNIDADE 1 18 De acordo com Kotler (2005), é necessário fazer um planejamento de estra- tégia de mídia, levando em conta algumas etapas: a cobertura, a frequência e o impacto. O autor afirma que a cobertura considera o número de pessoas impac- tadas, a frequência diz respeito ao número de vezes em que a pessoa é exposta à mídia, e o impacto é o valor qualitativo da exposição por determinado meio. Além disto, é importante ressaltar que os custos, as vantagens e as limitações das mídias devem ser muito bem analisados antes de qualquer decisão. É importante destacar que duas preocupações de ordem operacional e es- tratégica as quais, praticamente, não existiam, ou, pelo menos, não eram vistas com meios de propagação viral, as fake news e a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), hoje, são fortes desafios aos desenvolvedores e juristas. Ao observarmos o cenário atual, poderíamos considerar a internet quase que uma “terra sem lei”, mas a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) do Brasil é a nova lei de privacida- de que se aplica a empresas dentro e fora do país as quais processam dados pessoais de usuários. EXPLORANDO IDEIAS Ao escrever sobre as mídias digitais, se faz necessário relatar o surgimento do meio que permitiu todo o processo evolutivo e seus desdobramentos, a internet, a ponto de, hoje, haver a aprimoração da integração entre as diversas informações, até mesmo, com objetos, a denominada IoT (Internet of Things) ou Internet das Coisas, a ser tratada em unidades futuras. UNICESUMAR 19 Voltando no tempo, há 50 anos, o telégrafo e o telefone representavam os prin- cipais meios de comunicação, enquanto os computadores seriam, apenas, para armazenar e gerar dados e informações ou realizar cálculos. Na conjuntura atual, vivemos um revés, totalmente, diferente, inclusive, com a integração entre diversos objetos que cumprem o papel dos computadores tradicionais, com destaque para o smartphone, o smartwatch e a smartTV. As facilidades as quais temos acesso, nos dias atuais, só são possíveis pela existência da internet. O público mais jovem, com menos de 12 anos, fica estarrecido ao pensar como era possível viver sem a internet. As grandes invenções da humanidade, em sua maioria, foram decorrentes de momentos críticos que a sociedade atravessava, em especial, as guerras. Com a internet, não foi muito diferente, logo após a Segunda Guerra Mundial, que ocorreu entre 1939 e 1945, tem início a Guerra Fria, situação em que não há combates físicos, mas o embate psicológico de poder pela posse de informações sigilosas para serem utilizadas como arma de inteligência nas tomadas de deci- sões estratégicas. Estas passam a tomar outra esfera, a político-social-econômica. Assim, de acordo com site Rock Content (2020, on-line), surge, no ano de 1958, o Darpa (Defense Advanced Research Projects Agency) – Agência de Pro- jetos de Pesquisa Avançada de Defesa, que tinha, por objetivo, desenvolver tec- nologias com finalidade militar, em especial a defesa. Em meados de 1962 J. C. R Licklider, chefe da Darpa, apresentou o estudo sobre a ligação de computadores em sistema de rede, que poderiam estar em diversas partes do mundo, trocando mensagens de forma segura. Paralelamente, Paul Baran apresentou uma versão em que computadores poderiam estar interligados e, caso algum deles sofresse ataques, danos ou perdas, não afetariam a rede como um todo, além de permitir que todos os demais funcionassem de forma independente. UNIDADE 1 20 Três anos depois, em 1965, Lawrence G. Roberts, em Massachusetts, e Thomas Merrill, na Califórnia, interconectam por meio de uma linha telefônica comutada por dois computadores com configurações diferentes. Neste momento histórico, surge a primeira WAN (Wide Area Network) –rede de área ampla.Na sequência, um grupo de estudiosos da NPL (Laboratório Nacional de Física) do Reino Unido iniciaram o desenvolvimento de comutação de informações por rede, que virou referência quando a Universidade da Califórnia (UCLA) manteve contato com a Stanford Research Institute (SRI). Como resultado positivo, quatro universida- des norte-americanas interligam-se e dão vida à Arpanet – Advanced Research Projects Agency Network (rede de comutação de pacotes) a qual permite a troca de informações entre computadores. Dois anos depois, em 1970, o programa já detinha centenas de computadores interligados, trocando dados e informações. Eis que, em 1972, Ray Tomlinson apresentou e disponibilizou um software básico, conhecido como e-mail, que transformou a forma de as pessoas se comu- nicarem, estabelecendo um novo processo de fluxo de informações e documen- tos, extinguindo um enorme volume de arquivos físicos. O sucesso e a aceitação foram tão expressivos que a Arpanet, criada, inicialmente, para fins militares, aos poucos, saiu deste cenário, indo para o aspecto mais científico das informações, abrindo caminho para novas evoluções do novo sistema de comunicação. Foi em 1985 que a internet alcançou o título de maior rede interligada de comunicação global. De acordo com Kurose e Ross (2010), ao final da década de 80, o número de máquinas ligadas à internet passava de 100 mil, sendo uma década de excepcional crescimento da rede. Em 1989, Tim B. Lee desenvolveu a tão conhecida www (World Wide Web) ou rede de alcance mundial. Um marco considerado divisor de águas entre a restrição e a disseminação das informações e, apesar de ser algo muito diferente para a época, com toda a sua complexidade e o baixo conhecimento de desenvolvedores sobre a nova tecnologia, em 1997, já havia algo em torno de 210 mil sites disponíveis ao acesso público. Mesma época em que surge Google, democratizando a informação a todos os interessados. Surge, então, o marketing digital, com penetração em todas as camadas sociais da população, facilitando os processos educacionais e a introdução do comércio eletrônico. Decorrente destes fatos, surgem as redes sociais, que, inicialmente, serviam, apenas, como troca de correspondências e processos de interatividade, as quais, após novos processos de melhoria tecnológica, passaram a aceitar outras mídias, como fotos e vídeos, e, hoje, servem como UNICESUMAR 21 uma ferramenta de comunicação e comercialização, temas a serem abordados, posteriormente, em unidades e aulas específicas. E, no Brasil, quando a internet teve o seu início? Foi em 1988, quando o Laboratório Nacional de Computação Científica do Estado do Rio de Janeiro conseguiu realizar a primeira conexão com a Universidade de Maryland, dos Estados Unidos, seguindo conexões e contatos entre diversas Instituições acadêmicas até 1994. Neste mesmo ano, em 17 de julho, a Folha de São Paulo publica uma extensa matéria com o título: “Superinfovia do Futuro”, fazendo alusão ao contexto da época, em que o governo passou a investir na tecnologia, deixando a cargo da Embratel o controle de acessos. O primeiro passo foi a cessão de 5 mil pontos para testes do novo meio de comunicação e interação. Em maio do ano seguinte, é liberado o acesso aos usuários de telefonia, saindo do estágio de experimentação. No ano de 1996, a internet começa a ter expressivo crescimento no país, por dois aspectos: venceu o espaço inicial de temerosidade das pessoas pelo ineditismo e, também, graças à melhoria dos serviços de telefonia. Para Kotler (2017), o marketing foi de algo vertical, exclusivo e individual para algo horizontal, inclusivo e social. Isso nos mostra que, antes do digital, o marketing era direcionado às massas, por exemplo, o uso da TV como umas das principais for- mas de mídia para publicidade. Com o processo da revolução da internet, que foi o meio de comunicação mais rápido a proliferar entre a sociedade mundial, causando uma disruptura global, a partir do marketing online, a internet criou uma rede global pública, acessível a todos, com uma base mundial de dados e informações navegando em um oceano sem dono, ou seja, a internet é o que chamamos de novas mídias. A partir da globalização da internet, começaram a surgir os primeiros sites controlados por seus proprietários, lojas virtuais e buscadores, iniciando, assim, os banners promocionais. A partir de então, a internet não parou de evoluir com o marketing online, criando, a cada dia, novos canais, novas ferramentas e soluções diferenciadas, podendo ser de criação independente ou de cocriação com o usuário. Esses se moldam e se estruturam para o usuário atender a seus desejos e necessidades. Decorrente deste processo de interação com o usuário, houve a evolução dos nichos e da segmentação de clientes, tendo a possibilidade de se comunicar com esses clientes por meio de seus interesses, por mais específicos que sejam, trazen- do alto nível de customização para o direcionamento de campanhas específicas, de acordo com o objetivo. UNIDADE 1 22 A partir deste breve resumo da evolução e do cenário, fica clara a importância da internet para o marketing, por meio da criação de novos canais e ferramentas que estimulem a comunicação personalizada e o consumo e que se tornem mais presentes e relevantes no dia a dia das pessoas. Com a ampliação dos canais di- gitais, as empresas começaram a minerar os seus novos clientes e a manter um relacionamento mais próximo com os clientes atuais. Podemos considerar os canais digitais como as novas mídias de massa que têm alcance digital. As mídias tradicionais têm passado, também, pela transformação digi- tal e tecnológica, a busca pelo alcance do novo consumidor transformou o jornal físico na sua versão digital, os canais de televisão aberta no formato on demand, as rádios em conteúdo selecionável e em podcasts, tornando os usuários mais autônomos no seu formato de consumo, além da interatividade disponível em seus respectivos canais. As novas mídias ganharam mais poder, mais funções, mais conectividade, sendo utilizadas para entregar mais con- teúdos e dar mais força a ações de marketing. A maior limitação desses novos formatos e mídias digitais são as pessoas que vivem em áreas mais remotas com pouco acesso à tecnologia e à conexão adequada. Mas essa perspectiva já tem sido mudada a partir de novas empresas privadas que estão investindo, de maneira pesada, na democratização do sinal de internet transmitido via satélite para o mundo inteiro, com baixa latência e alta velocidade. Devemos sempre levar em consideração o público-alvo de cada marca e produto para medir o potencial e acesso a essas novas mídias. Para exemplificar bem esse processo das novas mídias, podemos trazer, aqui, a experiência que você está vivendo, neste momento. Em um passado próximo, há menos de duas décadas, em meu tempo de ensino no colégio, os professores encaminhavam trabalhos escolares como atividade extra, porém, nesta época, os computadores não eram acessíveis como hoje, ou seja, nos deslocávamos até a biblioteca municipal, pois os acervos das bibliotecas de escolas também eram restritos, e algumas pessoas tinham, em suas casas, as enciclopédias, que serviam como fonte de pesquisa. Feito o processo de pesquisa, iniciávamos o momento da execução, ou seja, precisávamos fazer a leitura do material e transcrever à mão e, obrigatoriamente, em letras cursivas, no papel almaço, o conteúdo pes- quisado, ou seja, um modo totalmente analógico. Agora, retomando ao processo de experiência que você está vivendo, neste momento, o trabalho que eu realizava em dois dias, hoje, com a evolução das UNICESUMAR 23 mídias, levaria algumas horas, talvez, minutos. Mas o grande desafio está em estabelecer conexão e entretenimento com o aluno para que ele melhore o seu processo de aprendizagem, não basta ser, apenas, digital e disponibilizar o conteúdo em plataformas. Os estudantes querem experiência, conhecimento,porém de forma mais interativa e intuitiva, e os espaços educacionais, a cada dia, se reinventam, buscando atingir este objetivo. Conforme a tecnologia se otimiza, com melhores conexões e velocidades de internet, os conteúdos ganham mais qualidade e se tornam mais comuns, permitindo mais interatividade e de maneira exclusiva ao usuário. As novas mídias fizeram o mercado e, principalmente, o marketing, se reorganizarem, elas mudaram, completamente, a forma e o relacionamento entre cliente e empresa, pois, hoje, as redes permitem que o consumidor comente, repasse, avalie, compartilhe, auxilie na criação. Num relacionamento direto e construtivo, as empresas passaram a ou- vir mais para entender melhor o novo cliente. Antigamente, o conteúdo era editado, revisado e julgado por profissionais da área e das suas respectivas empresas, com as novas mídias, o cliente tem o poder de avaliar, pontuar e fazer comentários a outros usuários e a futuros clientes, expressando o seu ponto de vista e a sua opinião. A conexão proporcionou rapidez na propagação das informações e con- teúdo, ganhando uma dimensão, antes, inimaginável, por isso, é importante a agilidade na gestão dessas novas mídias, engajando e aproximando esse consumidor à marca, não o tratando, apenas, como um espectador, pois os efeitos negativos podem ter a mesma proporção. O que podemos observar é o aumento crescente na busca e na concentra- ção de investimentos nos novos formatos de mídias. As empresas têm aposta- do no potencial deste formato e na tendência que tem se consolidado a cada dia que passa, visto que os valores costumam ter boa conversão financeira, mais acessível que os meios tradicionais. As vantagens das novas mídias estão no poder de conexão e rastreabilidade, pois, no mundo digital, por onde você navega, ficam registros e históricos que servem de subsídio para ações de melhoria em experiência e navegação, assim como servem de subsídio à leitura comportamental para estímulos de consumo que serão feitos em campanhas comerciais. Estas tornam-se mais assertivas para encontrar o cliente ideal a determinado produto ou serviço. UNIDADE 1 24 As cidades e as pessoas estão se conectando, experiências melhores es- tão sendo criadas, as barreiras enfrentadas pelas mídias tradicionais já não existem nesse novo cenário, os meios que, até então, achávamos improváveis de existirem, os quais assistíamos em desenhos futuristas, como Os Jetsons, já são realidade. Podemos dizer que somos seres rastreados por nossos dis- positivos tecnológicos, estes, em um futuro próximo, serão capazes de tomar as melhores decisões por nós graças às probabilidades feitas pela leitura de informações, a qual é realizada por meio da inteligência artificial. Mas isso gera uma dúvida: o quanto estamos expostos? EU INDICO Fonte: Wikimedia (2016, on-line). De acordo com Evangelista (2020, on-line), o desenho animado Os Jetsons (lançado em 1962 e relançado em 1985) mostrava como seria a vida de uma família no futuro, com todas as modernidades do século 21. Será que o de- senho acertou as previsões? Veja a matéria completa que apresenta as pre- visões acertadas pelos Jetsons sobre a tecnologia deste século. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6961 UNICESUMAR 25 Pensando nisso, as novas mídias têm uma característica que as mídias tra- dicionais não proporcionam, isto é, citamos a liberdade em diversas situa- ções. Em relação a datas de início de uma ação ou campanha, com as novas mídias, você não precisa comprar espaços e horários definidos, no ambiente digital, você pode dar o start a qualquer momento e deixar pelo tempo que julgar necessário. A liberdade geográfica também permite o alcance sem restrições, po- dendo ser local, regional, nacional ou mundial. A liberdade de escala pode ser uma campanha para um público específico ou global, oportunizando que empresas de todos os tamanhos possam utilizar tal liberdade. E, por último, a liberdade em relação ao formato. As campanhas não precisam mais seguir padrões e tamanhos determinados pelos meios ana- lógicos, nas novas mídias, você pode fazer um vídeo com a durabilidade de tempo desejada, banners digitais do tamanho e formato desejados ou animados ou estáticos. Apesar de toda a liberdade concedida, as ações de marketing devem ter a cautela e se atentarem para ofertar conteúdo relevante e de alto engajamento, atraindo a atenção do público, pois da mesma forma que a empresa possui a liberdade de exibir, o cliente tem a liberdade e opção de rejeitar. Uma pesquisa feita pela Media Dynamics publicada pelo SJ Insights (apud TRACTO, 2018, on-line), em setembro de 2014, mostra que uma pessoa é ex- posta a mais de 5 mil marcas por dia, a 362 anúncios e, percebe, em média, 153 deles, retém 86 na memória, mas essa pessoa está disposta a se engajar com 12 deles. O consumidor possui mais autonomia para conceder e decidir o tipo de informação que deseja receber, ele cria o seu próprio filtro de interesses. Um estudo feito pela PageFair 2017 Global Adblock Report (apud TRACTO, 2018, on-line) mostra que 615 milhões de aparelhos possuem bloqueadores de anúncio devido à superexposição de propaganda. Com estes indicadores e algumas percepções, muitas empresas trocaram os anúncios e propagandas por geração de conteúdo relevante, por meio de técnicas de marketing de influência, com o intuito de alcançar o cliente de maneira mais sutil e customizada, com base no interesse dele, mas com a sua autorização ou assinatura, evitando, assim, cair em listas de spam. UNIDADE 1 26 As empresas devem ficar atentas com as oportunidades que surgem pelas novas mídias, fazendo um acompanhamento e tendo a compreensão, individualizada, de cada cliente, além de agirem de maneira customizada e individual para atingir o melhor nível de satisfação e engajamento. O feedback de clientes é importante para montar novas estratégias e corrigir possíveis distorções de frequência, volume ou mensagem, aperfeiçoando o relacionamento. Empresas que constroem bom relacionamento e conteúdo de qualidade con- seguem respeito e prestígio do cliente, marcas que conseguem conectar-se com seu público tendem a desenvolver propagadores de conteúdo e, quando ocorre este com- partilhamento, de forma espontânea, pelos seguidores, tratamos esse conteúdo como marketing viral, também conhecido como propagação orgânica quando se trata da multiplicação própria e sem custos de todo e qualquer material pelo usuário das redes sociais. Isto contribui para fortalecer a construção de marcas. Mas devemos ser cautelosos ao falarmos de liberdade: o marketing viral pode ocorrer de forma positiva bem como pode ter efeito negativo. O consumidor tem o poder do compartilhamento nas mãos: tornou-se uma voz ativa na multidão. A força da viralização está, diretamente, conectada ao público engajado com a marca e, também, à qualidade e à riqueza do conteúdo apresentado, assim como a expectativa de que ele ganhe propagação. As redes sociais têm esse poder de alcance e espontaneidade, e as empresas devem ter ciência que este controle não depende mais delas. Um dos cases que deu muito certo no Brasil foi a campanha da Nissan, em 2011, anunciando a nova versão de sua picape, a Frontier. Com o nome de Pôneis Malditos, a campanha foi postada nas redes sociais, mais especificamente, no Face- book, e gerou viralização orgânica exponencial, aumentando as vendas de imediato. UNICESUMAR 27 Qual a grande vantagem? Sem algumas restrições de compartilhamento que não existiam na época, foi possível atingir, com custos ínfimos, milhões de internautas e, dentre eles, milhares de potenciais compradores. Por conse- quência, o investimento aplicado nas mídias tradicionais foi, proporcional- mente, muito menor do que os realizados pelas empresas concorrentes para atingir os mesmos resultados em vendas e visibilidade. E esta velocidade de viralização e de alcance só é possível devido às novas mídias. EU INDICO Assistaao vídeo da campanha da Nissan que conquistou muitos espectado- res e potenciais compradores, mesmo com o investimento menor em mí- dias do que os seus concorrentes: Agora, explanaremos, em relação às novas mídias, as suas múltiplas linguagens e interfaces tecnológicas, para que, no desenvolvimento das estratégias de mar- keting, possam ser avaliadas e levadas em consideração as escolhas de acordo com os objetivos e o público-alvo. A inovação e a tecnologia mudaram a forma de consumo, com esse avanço, as diferentes formas de linguagem e interfaces evoluíram, as plataformas digitais ganharam mais espaço e trouxeram novas experiências pessoais aos usuários, seja de modo coletivo, seja de modo individual, em ambientes públicos ou privados. O que, de certo modo, contribuiu para acelerar processos, facilitar rotinas e ope- rações as quais, antes, eram feitas de modo, exclusivamente, presencial. No passado, as mídias tradicionais lutavam para atrair a atenção das pes- soas na tentativa de aumentar a interatividade. Se fizermos uma breve reflexão, lembraremos dos programas, dos “shows”, que tinham, como objetivo, o puro entretenimento, e, nesse novo cenário, podemos observar que a interatividade e a conexão já são parte do recurso, os nossos relógios não são mais analó- gicos, os relógios smartwatches são, praticamente, celulares compactados, conseguem, inclusive, medir níveis dos batimentos cardíacos e alertar em caso de anormalidades, fazer pagamentos, eliminando o uso do cartão de crédito físico, ou seja, a interatividade já está presente. O que as empresas buscam, hoje, é o conteúdo de qualidade para a aceitação espontânea do mesmo, com https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6962 UNIDADE 1 28 geração de valor, e proporcionar melhores experiências de navegação, faci- litando a rotina. Tanto que o próximo nível de interação, que já é um mo- vimento existente, mas está em constantes evolução e aperfeiçoamento, é a inteligência artificial por meio do reconhecimento de voz. A mobilidade tecnológica digital trouxe consigo o impacto gerado, principal- mente, nos campos profissionais. Hoje, acompanhamos processos digitais que acontecem de maneira, totalmente, online, sem a necessidade de as pessoas esta- rem presentes na mesma sala, reuniões pessoais e corporativas sendo realizadas de diversos pontos distintos, e cirurgias de alta complexidade executadas por profissionais a milhares de quilômetros de distância, de forma assistida, com con- trole e precisão totais da operação cirúrgica, tudo isso ocorrendo pela evolução das linguagens e interfaces tecnológicas. Podemos afirmar que este é, apenas, o começo de toda a transformação. Inclusive, recentemente, a medicina, a qual podemos considerar uma área, ainda, das mais tradicionais, abriu precedente para um caminho de inovação, UNICESUMAR 29 isto é, o uso da telemedicina, o qual pude presenciar por meio de um cliente que é médico dermatologista: houve a videoconsulta de um paciente que morava na Inglaterra e, por meio de uma chamada em ambiente virtual privado, esse médico fez todo o diagnóstico e prescreveu o tratamento, inclusive, emitiu a receita com assinatura digital para a aquisição do medicamento no exterior. Ou seja, uma quebra de barreira possibilitada pelas novas linguagens e interfaces tecnológicas disponíveis, sendo possível, então, todo o atendimento. As ferramentas e tecnologias estão cada vez mais avançadas e, com isso, a sua acessibilidade. Atualmente, grande parte da população possui um celular mais avançado, com diversas funcionalidades, tanto que as empresas que criam materiais e conteúdos fazem, hoje, o caminho inverso: ao invés de construírem um site, uma ferramenta, um jogo, uma propaganda ou outro item, elas sempre constroem pensando na sua aplicação mobile em um smartphone e, posterior- mente, adaptam para a versão desktop, pois estudos constatam que a maioria das pessoas já não tem um notebook ou computador em suas residências, mas sim, um tablet ou celular. As novas mídias oportunizam que clientes sejam alcançados em diversos formatos. Neste momento, é importante que o marketing da empresa tenha muita sensibilidade, planejando e escolhendo os elementos de marketing para selecionar qual o mix ideal de mídias que atendem às necessidades dos clientes da empresa. Não existe regra ou fórmula perfeita que funcione para todas as organizações. O que dá certo para a empresa A pode ser que não funcione em, absolutamente, nada para a empresa B, então, é importante buscar a informação sobre o cliente desejado, quais os seus anseios e as suas expectativas, para, assim, criar um rela- cionamento efetivo e duradouro. Kotler (2017) explica que houve evolução na orientação do marketing. O iní- cio foi o marketing 1.0 focado no produto, surgiu o 2.0, centrado no consumidor, em seguida, o 3.0, centralizado nas interações humanas, e, por fim, o 4.0, que é focado na horizontalidade, inclusão e socialização em ambiente digital, ou seja, a era das mídias sociais e dos seus impactos no consumo. Cada vez mais se torna necessária a presença web. Empresas que não possuem esta presença digital enfrentam muitas dificuldades em aproximar a sua marca e o seu cliente. Deve-se pensar: “se as pessoas estão se conectando, por que a minha empresa está desconectada”? UNIDADE 1 30 Para as empresas, se torna uma atividade cada vez mais complexa man- terem-se atualizadas nas diversas mídias. Observamos empresas nascerem, se tornarem potências e, com a entrada de uma nova ferramenta concorren- te, entrarem em crise e desaparecerem. Exemplos disso foram o Orkut e o MSN, que foram substituídos pelo Facebook e pelo WhatsApp, ou seja, foi um processo evolutivo cujas empresas tiveram que mudar os seus hábitos e reaprenderem a utilizar a nova ferramenta. Possivelmente, na próxima década, as empresas que acabei de citar nem farão mais parte de nossa existência ou farão de modo, totalmente, transformado. Por isso, reforço, aqui, a ideia de que o primeiro passo para a empresa estar atualizada é ela entender, exatamente, quem é o seu cliente, afinal, ele possui características que direcionarão as escolhas das ferramentas mais utilizadas no cotidiano, pois é muito complexo e exige muito tempo ter a operação em todas as ferramentas, até porque existem milhares de mídias e meios disponíveis. Outro ponto de reflexão é observar qual dessas ferramentas se adapta à rotina da empresa e, a partir disso, gerar algum valor ou alguma melhoria no cotidiano, para que o seu uso faça sentido, pois ela pode atrapalhar o proces- so e, assim, deixar de ser uma ferramenta, pois a função dessa é otimizar os processos ao invés de trazer problemas. Como saber em qual mídia a empresa deve focar ou investir os esforços? Pergunta difícil de ser respondi- da, mas, antes de respondê-la, você precisa conhecer o seu público e em qual mídia ele está! Para isso, lhe convido a ouvir o podcast com o tema “invista na mí- dia onde seu cliente está”! É só dar o play! Após identificar todos esses pontos e fazer um planejamento bem elabora- do, se torna possível selecionar o mix de ferramentas digitais para auxiliar o marketing da empresa, com o objetivo de transformá-lo em um trabalho construtivo e conectado, para melhorar as métricas da empresa. Tudo isso pode ser feito com a intenção de reter clientes, mantê-los, ou, até mesmo, convertê-los em vendas. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/6963 UNICESUMAR 31 As novas mídias de hoje, que tratamos neste livro, em breve, estarão ultrapassadas, como reforçado, diversas vezes, durante esta unidade. Após a introdução da inter- net e da globalização, tudo ganhou mais velocidade, mais performance. Quais, então, serão as tendências para as novas mídias? É válido lem- brar que o conceito, a base teórica, sempre serão os mes- mos, este será o nosso ponto de partida e o alicerce para a transformação, a qual estimula a evolução. No mundo com este poder de interaçãoe trocas de informação, não é novidade novos produtos serem construídos por diversas mãos de diversos países diferen- tes, o que possibilita visões diferentes e realidades distintas que tornam o produto mais funcional e adaptável a diversos locais. Anteriormente, levava-se anos para construir, décadas para emplacar, hoje, em nossa realidade, essas limitações foram encurtadas, consideravelmente, inclusive, as adaptações a novas realidades. Tivemos recentemente uma mudança gigante de caráter global, em que con- seguimos medir a intensidade, o impacto e o poder de transformação das novas mídias. Devido a uma pandemia mundial, empresas e pessoas tiveram que rea- prender a reinventar o seu modelo de negócio, um processo que, talvez, levaria anos para acontecer, encurtou para alguns meses. Os impactos econômicos foram inevitáveis, porém o poder da digitalização e introdução de novas mídias, nas empresas, foi enorme. Empresas que ainda estavam desconectadas se obrigaram a entrar no universo digital, caso contrário, seriam extintas. Mas, de qualquer forma, mesmo não sendo a maneira ideal ou o melhor cenário, as organizações viram o quão valioso e benéfico foram essas mudanças, pois novas oportunidades, novos formatos de interação foram criados com os clientes. As empresas perceberam, também, o fim da limitação geográfica, porque novos mercados passaram a ser explorados, conquistando clientes onde, até então, os empresários acreditavam não haver potencial de consumo. UNIDADE 1 32 O processo de disrup- tura foi inevitável, mas, extremamente, relevante. O o mercado virou digi- tal, lojas virtuais coletivas, individuais, anúncios pa- trocinados, foco em deli- very, um mercado pouco explorado ganhou todos os holofotes, pois, antes, esse mercado era colocado em xeque por aqueles que nunca haviam explo- rado as novas mídias. Antes do cenário pandêmico, o investimento de publici- dade no mercado global era projetado em 7,1%, em 2020. Com esta mudança abrupta, estudos estimam que haja con- tração de 8,1%, valor que equivale a, aproximadamente, R$ 250 bilhões (WARC, 2020), comprovando e endossando a tese da mudança no mercado de consumo e do seu respectivo comportamento. Mesmo assim, se considerarmos a expectativa e a projeção dos investimentos, houve grande perda resultante ao cenário, pois a previsão de crescimento era, aproximadamente, de US$ 500 bilhões, segundo estudos feitos pela World Advertising Research Center – WARC (2020), agência internacional especializada em marketing e publicidade. À medida que empresas anunciantes se adaptam ao aumento do consumo de mídias, na disputa entre os meios online e tradicionais, observamos a transfor- mação e o crescimento do meio digital. Os investimentos em todos os tipos de formatos de mídia tradicionais sofreram e ainda sofrerão declínio em 2020, en- quanto a maioria dos formatos de mídia online deverá aumentar os investimentos. As mudanças nos hábitos do consumidor, decorrentes de novas tecnologias, levaram cinemas ao fechamento, TVs abertas a adesão à internet e a quase extin- ção de jornais e revistas impressas, ao mesmo tempo, patrocinadores migraram os seus investimentos em novos meios e formatos de mídias, muito mais versáteis, econômicos e personalizáveis. Há pouco tempo, fazer a assinatura de alguns canais fechados parecia, econo- micamente, inviável e um luxo para a imensa maioria de usuários de meios televisi- UNICESUMAR 33 vos. Mas, neste exato momento, é possível verificar o crescente e constante volume de ven- das de plataformas como a Netflix. Por consequência, os espaços publicitários disponi- bilizados em suas programa- ções vêm sendo disputados por diversos players. Outro aspecto é a necessidade de as operadoras de internet terem que aumentar as suas capacidades em fornecimento e atendimento. Clientes e usuários estão utilizando, de maneira massificada, o meio virtual tanto para o trabalho como para o entretenimento, ocasionando, em determinados mo- mentos, colapsos e congestionamentos de fluxo. Podemos concluir que, quanto mais tempo em casa, mais as pessoas consu- mem conteúdo digital. Podemos ver isto, claramente, no aumento relevante de lives, de shows em ambiente digital, de lojas virtuais e, consequentemente, no aumento de publicidade e propaganda. Ou seja, entramos em um caminho sem volta, onde vemos, claramente, a importância e a presença dessas novas mídias em nosso cotidiano. Após esta jornada de leitura, em que, citando alguns exemplos do nosso cotidia- no, conseguimos visualizar a parte teórica sobre as novas mídias e todo o seu processo evolutivo, que tal colocar, em prática, alguns destes conceitos? Busque observar, dentro de um ambiente corporativo (utilize a empresa que você trabalha. Caso você não esteja atuando, neste momento, pode escolher a empresa de um amigo, parente ou pesquisar na internet), quais mídias e canais estão sendo utilizados, atualmente, pela organização, se possível, converse com pessoas que atuam na organização, para conhecer o processo histórico da evolução ocorrida na empresa, e proponha soluções tecnológicas que possam otimizar o tempo das tarefas e a sua execução. Em seu relatório, recomende as mídias pelas quais a organização pode se conectar melhor com seus clientes, assim, você já se coloca como futuro(a) consul- tor(a), auxiliando a organização a se conectar com o público de interesse. 34 AGORA É COM VOCÊ 1. Para avaliarmos o seu conhecimento até aqui, vamos criar um mapa mental com as principais mídias que você recomendou para a empresa, na etapa anterior? O mapa mental é uma forma de organizar as ideias por meio de palavras-chave, é uma ferramenta muito utilizada para sintetizar os conceitos e torná-los representativos, visualmente, facilitando a compreensão. Para criar o seu mapa mental, você pode utilizar uma ferramenta gratuita: a Gocon- qr. Não esqueça de pontuar as principais mídias, exemplificando como elas podem trazer grandes resultados no relacionamento com o público-alvo. http://www.goconqr.com/ http://www.goconqr.com http://www.goconqr.com 35 CONFIRA SUAS RESPOSTAS 1. No exemplo, pontuei algumas mídias para lhe inspirar, mas, em seu mapa men- tal, você deve destacar as mídias que recomendou para a empresa. É importante ressaltar a mídia e a sua importância para o relacionamento entre a empresa e os clientes. Lembrando sempre que o importante não é a quantidade de mídias utilizadas, e sim, aquelas em que o seu público estará presente e pelas quais ele se relacionará com a empresa. 36 REFERÊNCIAS EVANGELISTA, R. Veja 12 previsões acertadas pelos Jetsons sobre a tecnologia do século 21. Tilt, 4 maio 2020. Disponível em: https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2020/05/04/ 11-previsoes-que-os-jetsons-acertaram-sobre-a-tecnologia-no-seculo-21.htm. Acesso em: 11 mar. 2021. KOTLER, P. Marketing 4.0: do tradicional ao digital. São Paulo: Prentice Hall, 2017. KOTLER, P. Marketing essencial: conceitos, estratégias e casos. São Paulo: Prentice Hall, 2005. KUROSE, J. F.; ROSS, K. W. Redes de Computadores e a Internet: uma abordagem top-dow. 5. ed. São Paulo: Addison Wesley, 2010. ROCK CONTENT. Conheça a história da Internet, sua finalidade e qual o cenário atual. 27 jan. 2020. Disponível em: https://rockcontent.com/br/blog/historia-da-internet/. Acesso em: 11 mar. 2021. TRACTO. Uma pessoa vê mais de 5 mil marcas por dia. 22 jun. 2018. Disponível em: https:// www.tracto.com.br/marcas-vistas-por-uma-pessoa/. Acesso em: 11 mar. 2021. WARC. Global Ad Trends: January 2020. [S. l.]: WARC, 2020. Disponível em: https://content. warc.com/rs/809-PJV-078/images/WARC_Global_Ad_Trends_Sports_Sponsorship_SAMPLE.pdf. Acesso em: 11 mar. 2021. WIKIMEDIA. [Sem título]. 2016. 1 fotografia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fi- cheiro:Jetsons.jpg. Acesso em: 11 mar. 2021. https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2020/05/04/11-previsoes-que-os-jetsons-acertaram-sobre-a-tecnologia-no-seculo-21.htmhttps://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2020/05/04/11-previsoes-que-os-jetsons-acertaram-sobre-a-tecnologia-no-seculo-21.htm https://rockcontent.com/br/blog/historia-da-internet/ 2Novas Mídias: Linguagens e Interfaces Dr. Diego Granja do Amaral Na Unidade 2, você entrará em contato com o universo das novas mídias a partir de um olhar focado na interface entre elas. Assim, analisaremos as características dos principais meios e canais digitais e como esses canais po- dem ser operacionalizados no planejamento de marketing digital. Para isso, acompanharemos a trajetória de Bruno, um jovem empreendedor que está prestes a abrir a sua primeira empresa – uma loja de roupas voltada para o público masculino. Veremos de perto quais são as possibilidades de Bruno para construir um plano de marketing coerente, utilizando diferentes canais de comunicação para se conectar com o consumidor. Como você verá ao longo do material, o plano de marketing deve funcionar de forma integrada, de modo que cada um dos canais dê continuidade à conversa entre a marca e o consumidor. É exatamente disso que Bruno precisa, e o ajudaremos a escolher as melhores opções. Assim, nesta unidade, descobriremos, juntos, as características de cada canal de comunicação e a sua importância para o relacionamento com o consumidor. 38 UNIDADE 2 Bruno escolheu o Natal para inaugurar o seu primeiro empreendimento: uma loja de roupas masculinas, localizada em um movimentado shopping. Ciente de que a comunicação é parte fundamental deste processo de inauguração e, também, do bom funcionamento da sua loja, ele precisa de ajuda para tomar algumas decisões e montar o seu plano de comunicação inicial. O empreendedor já sabe que a internet mudou, drasticamente, o cenário do marketing e da comunicação. Mas é importante, também, que ele saiba contextualizar esse processo, e isso significa saber que se, historicamente, o marketing e a publicidade se pautavam na produção, distribuição e divulgação de produtos e serviços, todas estas etapas foram desafiadas pela revolução tecnológica. E por que é tão importante ter isso em mente? Bem, porque é crucial que o empreendedor compreenda que, hoje, consumidores dividem o seu tempo entre aplicativos de celular, tablets, computadores e atividades off-line de forma cada vez mais fluida e menos previsível. Com tudo isso, além das mudanças nos hábitos de trabalho, estudo e lazer provocadas pelas tecnologias, a relação com o consumidor e o mapeamento de seus hábitos passou a ser uma tarefa ainda mais complexa. UNICESUMAR 39 Então, para criar um plano de marketing eficiente, Bruno precisa conside- rar este cenário e se perguntar uma questão fundamental: como dialogar com consumidores hiperconectados em um mercado ultrassegmentado? Como fa- zer com que homens, envolvidos com seus afazeres do dia a dia, identifiquem a necessidade de ir até o shopping center e entrar em sua loja? Responder a estas perguntas requer um planejamento de marketing capaz de incorporar não, apenas, as novas ferramentas à disposição, mas os novos paradigmas da comunicação e consumo. Para dar início ao seu plano de marketing, Bruno fez algumas pesquisas que trouxeram dados importantes para situá-lo diante de seus novos desafios. A primeira foi a pesquisa TIC Domicílios 2019 (CGI BRASIL, 2020) sobre o acesso dos brasileiros à internet, a qual fala que o principal uso da rede por parte dos brasileiros é o envio de mensagens. Ainda analisando os dados da pesquisa, há outra informação interessante: 92% da população do país envia mensagens pelos aplicativos WhatsApp, Facebook Messenger ou Skype. Mas o domínio do digital vai ainda mais longe, de acordo com a pesquisa. Além das mensagens instantâneas, as redes sociais são uma grande preferência dos usuários, sendo que 76% usam redes sociais como o Facebook. Outra estatística relevante é que 39% das pessoas utilizam o comércio eletrônico (e-commerce) e 59% dos brasileiros buscam informações sobre produtos e serviços online (CGI BRASIL, 2020). Além disso, um dado relevante é que, dentre os canais de anúncio pagos na internet, o Facebook Ads e o Goo- gle Search são as ferramentas com mais retorno sobre investimento, o ROI (HUBSPOT, [2020], on-line). Esses dados são importantes para acabar com o mito de que a população tem medo do comércio online ou de que “a maior parte das pessoas” não têm acesso à internet, e esses dados também fazem parte do panorama inicial de Bruno para pensar o seu plano de marketing. Eles mostram para o nosso empreendedor estreante que, de acordo com as estatísticas, os brasileiros estão cada vez mais conectados e usam a internet não, apenas, para lazer, mas para se comunicar com amigos, colegas e familiares, fazer compras e se informar sobre produtos e serviços. E esse cenário inclui aquela camisa de linho bem- -feita e com excelente custo-benefício, que Bruno tem em estoque e quer colocar como carro-chefe em sua loja. 40 UNIDADE 2 Com isso em mente, lembre-se que, em relação ao planejamento de campa- nhas digitais, é preciso ir além das características demográficas e de dispositivos. Para a boa comunicação digital, é preciso ter em conta o tipo de conteúdo con- sumido pelo público com o qual a marca deseja dialogar. Isto dito, analisaremos o gráfico produzido pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI BRASIL, 2020) que aponta para o tipo de conteúdo de vídeo pre- ferido pelos brasileiros na internet. No gráfico, chama atenção a importância de conteúdos ligados ao entretenimento, tais como “música”, “comédia” e “animações”. Figura 1 - Indivíduos por tipo de conteúdo dos vídeos assistidos pela internet Fonte: CGI Brasil (2020, p. 84). Descrição da Imagem: a figura exibe um gráfico de barras. O eixo vertical contém o tipo de conteúdo, o eixo horizontal, o percentual. Legenda abaixo do gráfico: azul: sim; roxo: não; cinza: não assistiram a vídeos pela internet. Dados do gráfico de cima para baixo: Música, como shows ou videoclipes: 44 (barra azul) - 12 (barra roxa) - 44 (barra cinza). Notícias: 38 (barra azul) - 18 (barra roxa) - 44 (barra cinza). Comédia ou programas humorísticos: 33 (barra azul) - 23 (barra roxa) - 44 (barra cinza). Animações ou desenhos animados 32 (barra azul) - 24 (barra roxa) - 44 (barra cinza). Influenciadores digitais: 29 (barra azul) - 28 (barra roxa) - 44 (barra cinza). Tutoriais ou videoaulas 28 (barra azul) - 29 (barra roxa) - 44 (barra cinza). Esportes: 27 (barra azul) - 30 (barra roxa) - 44 (barra cinza). Eventos ou programas religiosos: 22 (barra azul) - 34 (barra roxa) - 44 (barra cinza). Pessoas jogando videogame: 14 (barra azul) - 43 (barra roxa) - 44 (barra cinza). Outros temas ou assuntos: 24 (barra azul) - 32 (barra roxa) - 44 (barra cinza). UNICESUMAR 41 Agora que conhecemos melhor o hábito dos consumidores brasileiros, fica mais fácil pensar em uma estratégia digital. Tudo o que precisamos fazer, então, é se- guir um caminho que vem sendo trilhado por diversas empresas, de diferentes segmentos: desenvolver estratégias capazes de dialogar com o público nestas várias esferas da vida social na internet. Parece simples, não é? Mas existe uma infinidade de questões por trás deste desenvolvimento e é preciso conhecer bem o seu público para saber, exatamente, como se aproximar dele. Por isso, traçaremos um panorama das características dos principais meios e canais digitais e como esses canais podem ser operacionalizados no planejamento de marketing. Como premissa básica, é importante ter em mente que todo plano de mar- keting deve funcionar, de forma integrada, de modo que cada um dos canais dê continuidade à conversa entre a marca e o consumidor. E, aqui, temos a primeira solução que você precisa oferecer para Bruno: quais são os principais canais de comunicação, atualmente, que poderiam fornecer ao nosso amigo empreendedor uma conexão eficiente com seu potencial público? Considerando os dados das pesquisas citadas,anteriormente, a respeito da relação da audiência com os canais de comunicação, vamos esboçar uma estraté- gia preliminar? Para isso, precisamos indicar três canais para exposição de marca, pensando no segmento de vestuário, apontando o vínculo entre eles. O nosso objetivo é mostrar um pano- rama das possibilidades que Bruno pode ter para trabalhar a inserção de sua marca. Para isso, faça uma lista, citan- do o canal, a razão que justifica o uso desse e como ele poderá levar o con- sumidor ao canal seguinte. Lembre-se que a sua experiência como usuário de internet poderá lhe ajudar bastan- te nesta tarefa! Mesmo que você não se enquadre no perfil do público-alvo de Bruno, você pode se perguntar quais tipos de canais esse público costuma usar para comprar os seus produtos preferidos na internet e como você se sente usando cada um deles. 42 UNIDADE 2 Aproveite esse exercício para, além de pensar em alguns canais de comuni- cação, a partir dos hábitos de consumo desse público-alvo geral, refletir sobre a jornada desse consumidor na internet ao longo de uma semana. O que procura um homem, entre 25 e 40 anos, quando está precisando de novas peças em seu guarda-roupa? Ele busca algo específico e não tem flexibilidade para mudanças? Ou ele está aberto a mudar de ideia? Essas são algumas perguntas que podem guiar você na criação de um calen- dário que aponte as principais atividades de um jovem adulto na internet em busca de uma roupa nova. Por exemplo, qual a primeira ação desse jovem, na segunda-feira, na internet? Uma vez que você tenha respondido a essa pergunta, siga a linha do tempo e mapeie a rotina até o domingo. Com esse calendário pronto, você poderá identificar diversas oportunidades de interação com a marca ao longo do dia a dia desse consumidor em potencial. Pense nessa atividade realizada. Com algumas informações básicas de pesqui- sas e a sua vivência, você foi capaz de definir etapas importantes de uma estratégia de comunicação digital. Tendo em vista os dados que apresentamos até agora e, sobretudo, o desafio proposto na seção “Mão na Massa”, anote, em seu Diário de Bordo, quais foram suas principais dificuldades e descobertas nesse processo. Quais informações surpreenderam você? Quais as principais dificuldades ao realizar o desafio proposto? DIÁRIO DE BORDO UNICESUMAR 43 Um livro que, certamente, lhe ajudará bastante a montar um plano de marketing é o Marketing 4.0: do Tradicional ao Digital, escrito por Philip Kotler, Hermawan Kartajaya e Iwan Setiawan e publicado em 2017. Essa obra também ajuda a com- preender por que é tão importante que tenhamos domínio sobre o mundo digital. De forma resumida, Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017) descrevem novas características e desafios do marketing como disciplina do mundo empresarial. Mas, vamos por partes: para compreender bem a noção de marketing 4.0, fare- mos uma breve digressão para que você acompanhe as mudanças nas relações entre produção e consumo que influenciaram o marketing, ao longo dos anos. Começaremos, então, pelo marketing 1.0. Aliás, é aqui que o marketing apa- rece como disciplina, sendo que, antes, ele surgiu com a Revolução Industrial no fim do século XVIII, a qual gerou imensa oferta de produtos que precisavam ser escoados para um mercado crescente e, sobretudo, urbano. Naquele ponto, a principal preocupação do marketing era o produto, afinal, estamos falan- do de um campo de conhecimento baseado nas necessidades da indústria. Descrição da Imagem: duas mãos seguram um tablet que exibe a imagem de um robô de fábrica de cor amarela e a interface de um software. A imagem retrata um galpão onde está a pessoa segurando o tablet e, na parte superior, um braço do mesmo robô retratado neste dispositivo. 44 UNIDADE 2 Logo, temos uma disciplina que se preocupa com produtos de qualidade, bom preço e capazes de atender às demandas da sociedade. Essa fase se encerra com o surgimento do marketing 2.0, que aparece, juntamente, com o amadurecimento dos meios de comunicação de massa, como a televisão e o rádio. É, também, nessa fase, que a publicidade vive a sua era de ouro e o marketing se desenvolve como disciplina focada no consumidor. Note que há mudança de foco: o produto continua sendo peça- -chave em qualquer campanha de marketing, mas, para o marketing 2.0, o consumidor é rei. Como dito, é, também, neste período, que o marketing se desenvolve como disciplina e surgem os famosos 4 Ps da área: preço, praça, produto e promoção. A ideia de marketing 3.0 aparecerá, somente, muitos anos após a fase do marketing focado no “consumidor”. Agora, Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017) defendem uma mudança de paradigma que parece sutil, mas, muito importante: antes, focado no consumidor, agora, o marketing pensa nas pes- soas. Em outras palavras, ao invés de pensar, apenas, nas necessidades daquele que compra produtos e contrata serviços, o marketing começa a se preocupar com valores, crenças e culturas. A sua versão 3.0 é aquela da visão holística, se preocupa com a relação entre empresa e sociedade, indo muito além do produto/serviço. A chegada do marketing 3.0 está ligada às transformações decorrentes de processos como a globalização e os avanços das tecnologias da informação e comunicação (TICs). A comunicação digital tem grande peso nessa mudança, pois, neste momento, as pessoas passam a ter amplo acesso à internet e a exigir das empresas um compromisso abrangente com questões sociais e ambientais. Em outras palavras, o cidadão ganha voz no mercado, e as empresas precisam ouvir essa voz. Compreender bem este novo cenário comunicacional e de consumo é fundamental para que você possa desenvolver uma estratégia de marketing compatível com as expectativas do seu público. Agora veremos algumas ca- racterísticas a respeito do marketing 4.0, segundo o modelo proposto por Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017). UNICESUMAR 45 Segundo os autores, o novo mix de marketing evolui dos 4Ps aos 4Cs. Esta mudan- ça na “sopa de letrinhas” marca uma transição do marketing baseado em produto, preço, praça e promoção para um mix baseado em conversa (conversation), cocriação (co-creation), moeda (currency) e ativação comunitária (commu- nal activation). Ok, mas o que significa isso tudo? Basicamente, o que os autores estão propondo com esse novo mix de marketing é que a relação entre empresas e consumidores evoluiu, por isso, o modelo baseado em escolhas unilaterais da empresa, como: qual produto produzir (produto), como comunicar (promoção), onde vender (praça) e, até mesmo, noções de preço, hoje, responde, de forma muito mais intensa, à participação da sociedade. É neste contexto que emerge o novo mix de marketing, baseado nos quatro Cs, e o primeiro deles é a cocriação. Como o próprio nome sugere, a ideia é que os produtos e serviços sejam desenvolvidos com a participação dos clientes. Esta mudança está, diretamente, relacionada aos avanços das tecnologias da comunicação, mas não só. O desenvol- vimento da indústria, hoje, permite um grau muito mais elevado de customização, tornando viável a produção de produtos mais diversos. 46 UNIDADE 2 É importante entender, também, que essa é uma mudança de mentalidade. As empresas têm integrado cada vez mais os seus clientes em todos os seus processos, inclusive, no centro de sua atividade: a criação dos produtos ou serviços. Sob o ponto de vista da empresa, há um ganho enorme, já que não há pesquisa melhor do que a própria influência do consumidor no produto, ou seja, o índice de satisfação é elevado em razão da participação do consumidor no processo de criação do produto que será consumido por ele. Outro elemento importante do novo mix de marketing é a conversa. Este ponto refere-se ao antigo P de “promoção”. Foi-se o tempo em que as empre- sas decidiam o que comunicariam sobre o produto e esperavam o retorno na forma de vendas ou índices de recall (lembrança) de marca. Atualmente, os consumidores
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