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PAPER 07-01 LETÍCIA (2)

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3
CICLOS DE VIDA E ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS 
Influências da alimentação no autismo
Letícia Bartmann dos Santos¹
Mariana Potugal²
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI 
Nutrição (FLC0307NTR) – Seminário interdisciplinar 
 15/06/2022
1. INTRODUÇÃO
 Para estudar sobre a influência da alimentação do portador de autismo, também conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), deve-se entender que é um transtorno que afeta o desenvolvimento da criança, caracterizado por alterações na capacidade cognitiva, habilidades sociais e até mesmo na alimentação. Em relação à alimentação, há três características peculiares aos portadores, que são a recusa, seletividade e indisciplina, tornando o processo nutricional bastante difícil. Em geral, o estado nutricional do autista depende da ingestão alimentar, mas também de processos fisiológicos e metabólicos, como a digestão e a absorção. Será abordado alguns estudos que têm avaliado os efeitos de uma dieta isenta de caseína e glúten em autistas, o que tem proporcionado uma melhora significativa nas capacidades cognitivas, sociais e de comunicação.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
“Pessoas com distúrbios neuropsicológicos podem apresentar dificuldade na alimentação, tendo a saúde prejudicada como qualquer indivíduo normal quando não consomem a quantidade de nutrientes recomendadas diariamente.” (MELO, 2009).
Acredita-se que a origem do autismo seja uma anormalidade em alguma parte do cérebro ainda não definida de forma conclusiva provavelmente de origem genética. Além disso, admite-se que possa ser causado por problemas relacionados a fatos ocorridos durante a gestação ou no momento do parto. As causas não são totalmente conhecidas, então são recomendados os cuidados gerais a todas as gestantes, especialmente cuidados com ingestão de produtos químicos, como remédios, álcool ou fumo. (MELLO, 2000).
O autismo não tem cura, porém existem maneiras que ajudam na melhora da qualidade de vida. Quando há outra doença associada como a epilepsia e hiperatividade, remédios podem ser receitados. O tratamento deve considerar a criança como um todo, levando em conta seus sentimentos, comportamentos, sua família e sua escola. As características dos autistas permanecem por toda a vida. Existem tratamentos alternativos como a equoterapia, musicoterapia, natação especial e intervenção dietoterápica, como dietas restritivas de glúten e caseína, SCDiet (remoção de carboidratos), Feingold diet (sem conservantes, corantes e sabores artificiais) e vitaminas/suplementos. (OAB, 2015).
A partir de estudos iniciados na década de 80, alguns pesquisadores indicaram a existência de uma possível correlação entre alguns comportamentos característicos de pessoas com autismo e a presença de glúten e caseína na alimentação. Porém, este tipo de dieta não pode ser feito sem o acompanhamento de um especialista, pois requer algumas medidas como encontrar um alimento que substitua o cálcio que está deixando de ser ingerido ao retirar-se o leite da dieta (MELLO, 2016).
Glúten e caseína são proteínas presentes quase que diariamente na mesa do consumidor brasileiro. Entretanto o consumo dessas substâncias pode diminuir a qualidade de vida dos portadores do TEA. A composição do glúten é de 80% de proteínas, dentre estas são encontradas duas principais, a gliadina e a glutenina, as quais, depois de entrarem em contato com a água e ação mecânica, como o amassamento dos pães, combinam-se entre si e formam o glúten; portanto o glúten não é encontrado diretamente no grão de trigo e sim em alimentos processados [...]. (SEBESS, 2013).
A ação da caseína para minimizar os sintomas na encefalopatia hepática pode ser adaptada em pessoas com autismo, mas é uma hipótese que pode ser uma idéia de pesquisa para a constatação. As crianças autistas apresentam, com freqüência, sintomas gastrointestinais tais como, dor abdominal, diarréia crônica, flatulência, vômitos, regurgitação, perda de peso, intolerância aos alimentos, irritabilidade, disenteria entre outros. (GONALÉZ et al., 2006).
Devido a essas ocorrências seria interessante evitar a ingestão de glúten, presente no trigo, aveia, centeio e cevada, pois pode causar dano conseqüente das vilosidades da membrana intestinal resultando em uma potencial ou real má absorção de todos os nutrientes. (MAHAN e STUMP, 2002).
Estudos desenvolvidos na Dinamarca, com crianças autistas que foram alimentadas com dieta restrita em glúten e caseína, foram obtidas melhoras consideráveis no comportamento destas crianças após 8 a 12 meses de dieta. Devido à complexidade e potencial de deficiência nutricional como resultado de longo prazo da dieta, suporte clínico adequado e dietético deve ser utilizado durante toda a tentativa de fazer tal mudança na dieta. (WHITELEY, 2010). 
Outro estudo, no qual os pais de crianças autistas com dietas especiais foram pesquisados, mostrou que 20-29% dos pais mencionaram melhorias significativas em relação à condição de seus filhos. No entanto, estudos sobre o impacto dessas dietas em outros aspectos associados ao autismo, como distúrbios gastrointestinais, déficits de atenção e concentração, são inconclusivos. (CRUCHET, 2016).
FIGURA 1 – A MELHORA DOS SINTOMAS DO AUTISMO PELA ALIMENTAÇÃO 
FONTE: Espaço Meditação. Paraná, 2014. Disponível em: http://psicopedagogiacuritiba.com.br/a-melhora-dos-sintomas-do-autismo-pela-alimentacao/. Acesso junho 2022. 
Crianças autistas possuem de duas a três vezes mais chances de serem obesas do que os adolescentes na população em geral. Os agravos à saúde secundários às morbidades de base, tais como: paralisia cerebral, autismo etc., foram mais frequentes em adolescentes obesos, em comparação a adolescentes saudáveis e com peso adequado. (ABREU, 2011).
Poucos estudos podem ser considerados como fornecendo evidências científicas sólidas, uma vez que foram cegados ensaios clínicos randomizados, e mesmo estes foram baseados em amostras pequenas, reduzindo sua validade. Observamos que as evidências sobre esse tópico são atualmente limitadas e fracas. Recomendamos que seja usado somente após o diagnóstico de intolerância ou alergia a alimentos contendo alérgenos excluídos em dietas sem glúten e sem caseína. (MARÍ-BAUSET, 2016).
De acordo com o artigo publicado por Castro e Gamonal (2012), diversos estudos científicos sobre a alimentação do autista, associados à experiência de pessoas diretamente envolvidas vêm contribuindo para a melhoria dos comportamentos e atitudes próprias destes portadores, mas não há um consenso entre os pesquisadores, visto que cada ser humano tem suas próprias características pessoais, psicológicas e corporais. 
FIGURA 2 – GLÚTEN E CASEÍNA E SINTOMAS AUTÍSTICOS
FONTE: COCA, Alice. São Paulo, 2021. Disponível em: https://www.alicecocanutri.com.br/post/gl%C3%BAten-e-case%C3%ADna-e-sintomas-aut%C3%ADsticos. Acesso junho 2022.
 3. METODOLOGIA
A metodologia utilizada para a produção deste trabalho foi ter como referência materiais publicados entre os anos de 2012 a 2019. A busca para leitura foi realizada no Google Acadêmico para o desenvolvimento e Google fotos para inclusão de fotos no trabalho. As palavras chaves utilizadas para a pesquisa foram: autismo, nutrição, influência da alimentação no autismo. Sendo critérios de inclusão, literatura que abordassem informações sobre a importância da dieta no comportamento alimentar dos indivíduos com o autismo, a importância do acompanhamento com profissionais qualificados e as variáveis que podem influenciar a alimentação do autista. 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 As orientações gerais relacionadas à alimentação, em específico a retirada de alimentos contendo glúten e caseína, é dada inicialmente pelos médicos, mas é de extrema importância que o portadores do espectro autista tenha acompanhamento de um nutricionista. Ainda sim, não é possível afirmarque alimentos possam piorar ou melhorar a saúde e desenvolvimento de um autista. Os responsáveis restringem a alimentação dos portadores de TEA, mesmo sem comprovações científicas, pois estão à procura de informações que possam melhorar a qualidade de vida dessas crianças.
Apesar da falta de validação científica, resultados positivos têm sido observados e a orientação com um nutricionista deve ser adotada para intervenção segura e sem riscos de deficiências nutricionais, sendo importante enfatizar o quanto as restrições alimentares podem causar problemas para a saúde de qualquer indivíduo. Além disso, ressalta-se a importância de aprofundar as pesquisas sobre o espectro autista, há carência de informações e aquelas existentes não são conclusivas. Somente por meio das investigações científicas é que se conseguirá propor melhores condições de vida aos portadores de TEA. Estes estudos servirão para maiores esclarecimentos e para aprimorar os tratamentos multifatoriais, envolvendo a nutrição, os fatores ambientais, medicamentos e as terapias comportamentais, de fala e educacional, questões de dependência ou deficiência de algumas vitaminas e minerais.
REFERÊNCIAS
BATISTA, Aline Roberta; XAVIER, Thainara Vanessa da Costa Lima; Ferreira, Juliana. A influência da alimentação no transtorno do espectro autista. Três Lagoas, 2019. Disponível em: <http://revistaconexao.aems.edu.br/wp-content/plugins/download-attachments/includes/download.php?id=2340>. Acesso em: 17/06/2022.
CARVALHO, Jair Antonio; SANTOS, Cristiane Santiago Sabença; CARVALHO, Márcio Pedrote de. Nutrição e Autismo: Considerações sobre a alimentação do autista. Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: <https://assets.unitpac.com.br/arquivos/revista/51/1.pdf>. Acesso em: 30/06/2022.
COCA, Alice. Autismo: Descubra porque e como a nutrição pode ajudar. São Paulo, 2018. Acesso em: <www.alicecocanutri.com.br/_files/ugd/0846ec_e415ff9ad73e4c3e810f3ff3be70928f.pdf>.
Acesso em: 26/06/2022.
Espaço Meditação. A melhora dos sintomas do autismo pela alimentação. Paraná, 2014. Disponível em: <http://psicopedagogiacuritiba.com.br/a-melhora-dos-sintomas-do-autismo-pela-alimentacao/>. Acesso em: 18/06/2022.
GAMONAL, Juliana Silva; CASTRO, Maína Ribeiro Pereira. Efeito da exclusão do glúten e da caseína na alimentação de crianças autistas. Brasília, 2018. Disponível em: <https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/12640/1/21502777.pdf>. Acesso em: 18/06/2022.
1 Nome dos acadêmicos
2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (Código da Turma) – Prática do Módulo I - dd/mm/aa

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