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OBJETIVOS: 1-definir e caracterizar a puberdade feminina (fatores físicos e psicológicos, idade) A puberdade é um período que marca a transição da infância para a fase adulta, sendo essa passagem caracterizada por alterações marcantes no corpo das meninas. É na puberdade que surgem os chamados caracteres sexuais secundários e que se estabelece a capacidade reprodutiva, sendo, portanto, um período de maturação biológica. Vale salientar, no entanto, que nesse período observa-se desenvolvimento não só físico, como também social e mental. Início A puberdade inicia-se nas meninas, geralmente entre os 8 e 13 anos de idade; . Alguns sinais indicam que a puberdade está iniciando-se, nas meninas tem o surgimento do broto mamário, O início da puberdade está relacionado com fatores genéticos, ambientais, psicológicos e a saúde do indivíduo. É importante destacar que, além da variação da época em que a puberdade inicia-se de uma pessoa para outra, a velocidade dos acontecimentos também pode variar. Isso significa que pessoas da mesma idade não estão necessariamente na mesma fase da puberdade. Isso é facilmente observado no grupo feminino, em que algumas meninas apresentam um corpo mais desenvolvido que outras, apesar da mesma idade. Fim Geralmente o fim da puberdade ocorre por volta dos 18 anos de idade. É nessa fase que se percebe o fim do crescimento esquelético e também o completo amadurecimento do sistema reprodutor feminino. Puberdade precoce Quando a puberdade acontece antes dos 8 anos, dizemos que temos um caso de puberdade precoce. Esse evento pode ser observado em ambos os sexos, mas é mais comum em meninas. Estima-se que ocorra de 10 a 23 vezes a mais no grupo feminino. É importante estarmos atentos aos sinais de puberdade para que seja avaliado se esta está sendo iniciada antes do período considerado normal. Se, antes dos oito anos, a menina já apresentar o desenvolvimento dos seios, é necessário tomar providências. Um dos motivos para isso é que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP), “quando o diagnóstico é demorado e a idade óssea da criança avança muito, ela poderá perder estatura”. A puberdade precoce é consequência do aumento dos hormônios sexuais antes do momento ideal, e esse aumento pode ter diferentes causas. Normalmente o tratamento é baseado na utilização de medicamentos para retardar esse processo. Em alguns casos, no entanto, é necessário cirurgia e, em outros, nenhum medicamento é recomendado. Puberdade atrasada A puberdade atrasada é aquela que ocorre depois do tempo considerado normal para seu início. Como, em meninas, espera-se que a puberdade inicie-se até os 13, dizemos que a puberdade está atrasada quando ela tem início após os 13 anos. Mudanças físicas A puberdade desencadeia uma série de modificações no corpo. É nessa fase que observamos, por exemplo, o crescimento rápido em tamanho, o surgimento dos pelos pubianos, aumento da oleosidade da pele, surgimento de odor nas axilas, aumento do seio. Ao final da puberdade, o indivíduo adquiriu capacidade reprodutiva e não é mais considerado uma criança. Durante a puberdade, verifica-se o aumento da oleosidade da pele. O quadro seguinte traz as principais mudanças corporais que são observadas na puberdade: Mudanças corporais que ocorrem na puberdade Estirão puberal (ganho rápido de estatura) Aparecimento de caracteres sexuais secundários Modificação na quantidade e distribuição de gordura Desenvolvimento do sistema muscular e esquelético Desenvolvimento do aparelho reprodutor Sinais da puberdade feminina A puberdade feminina tem seu início marcado pelo surgimento do broto mamário, e, posteriormente, acontece o desenvolvimento do corpo da menina até que ela se torne uma mulher. Durante a puberdade, a menina, fase após fase, torna-se apta para a reprodução. Veja a seguir alguns sinais da puberdade feminina: Sinais da puberdade feminina Acúmulo de gordura na região do quadril, coxas e nádegas Aumento da secreção dos hormônios sexuais, sendo verificada elevação nos níveis de estrogênio e progesterona. Aumento da velocidade do crescimento Desenvolvimento dos seios Ocorrência da primeira menstruação (menarca). Geralmente a primeira menstruação acontece cerca de dois anos após o aparecimento das mamas. Surgimento dos pelos pubianos 2-definir menarca, pubarca e telarca A telarca (aparecimento do broto mamário entre 8 e 13 anos) é o primeiro sinal da puberdade feminina, seguido do surgimento de pelos pubianos (pubarca) e axilares, e posteriormente da menarca (primeira menstruação). A telarca pode ser assimétrica ou unilateral no início do desenvolvimento puberal. A menarca ocorre dois a cinco anos após a telarca, e os primeiros ciclos menstruais costumam ser irregulares, frequentemente anovulatórios e mais prolongados. 3-explicar o eixo hhg e os hormônios envolvidos Fisiologia da Puberdade A infância é marcada pelas baixas dosagens de esteroides sexuais. Além disso, nesta fase, a hipófise possui grande sensibilidade ao feedback negativo, ou seja, uma pequena quantidade de hormônios sexuais consegue inibir toda a produção da hipófise, fazendo com que sua síntese de FSH e LH seja mínima. Entretanto, durante a puberdade, o organismo passa por alterações hormonais, as quais culminam nas transformações que marcam esta fase do desenvolvimento. O processo de maturação hormonal do organismo envolve: adrenarca, ativação do eixo hipotálamo-hipofisário e gonadarca. Entenda melhor a seguir: Adrenarca A adrenarca é o início da produção dos andrógenos pela adrenal (também denominada glândula suprarrenal). Geralmente, ocorre entre 6 e 8 anos e é independente do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal. A gonadarca é marcada pelo aumento da secreção de andrógenos suprarrenais, principalmente o DHEAS (sulfato de dehidroepiandrosterona), responsável pelo odor das axilas, pelos pubianos e pela acne. Ativação do eixo hipotálamo-hipofisário A ativação (ou desinibição) do eixo hipotálamo-hipofisário é resultado do aumento da sensibilidade da hipófise ao GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas), produzido pelo hipotálamo. Na puberdade, ocorre um aumento nos pulsos noturnos de GnRH, o qual age na hipófise, que, uma vez sensível, libera FSH e LH. Estes, por sua vez, atuam nas gônadas, dando início a gonadarca. Gonadarca A gonadarca é o aumento dos esteroides sexuais, por ação do FSH e do LH. Dessa forma, os ovários produzem estrógenos, que levam ao desenvolvimento das mamas e do útero, a mudança do epitélio vaginal e a menstruação. Ou seja, a testosterona e os estrógenos são responsáveis pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários. Sequência da Puberdade As modificações físicas que compõem a puberdade costumam seguir uma ordem cronológica, que depende do sexo da criança, de fatores genéticos e ambientais. Entre as principais alterações que marcam este período de transição estão a telarca, a pubarca e a menarca. Primeiramente, você deve ter em mente que o eixo hipotálamo-hipófise-ovário (HHO) é regulado através de RETROALIMENTAÇÃO POSITIVA E NEGATIVA (ou feedback positivo e negativo, se preferir) pelos hormônios ovarianos, além de também envolver as gonadotrofinas (FSH e LH) e pelo próprio GnRH no hipotálamo (alça ultra-curta). Calma que já vamos explicar todos esses conceitos direitinho… O estímulo inicial é feito pelo HIPOTÁLAMO, que possui um mecanismo gerador de PULSOS DE GnRH… O GnRH (ou Hormônio Liberador de Gonadotrofina) é um decapeptídeo codificado pelo gene GNRH1, sendo que sua ação é mediada por receptores associados a proteína G. Os neurônios presentes no hipotálamo que secretam GnRH possuem um receptor denominado GPR54, e nele se liga o secretagogo de GnRH kisspeptina. Os neutransmissores que atuam como agentes EXCITATÓRIOS da liberação de GnRH são: 1) Noradrenalina 2) Kisspeptina 3) Acetilcolina 4) GABA Os neurotransmissores que atuam como agentes INIBIDORES da liberação de GnRH são: 1) Dopamina 2) Serotonina 3) Endorfinas 4) Melatonina A liberaçãopulsátil de GnRH faz com que a HIPÓFISE libere, também de forma pulsátil, as gonadotrofinas (FSH e LH) que, por sua vez, estimulam a função ovariana, ou seja, agem no ovário. Nas mulheres, o FSH (Hormônio Folículo Estimulante) tem como funções: 1) Regular o crescimento dos folículos; 2) Regular a produção crescente de estradiol pelas células da granulosa. Nas mulheres, o LH (Hormônio Luteinizante) tem como funções: 1) Aumentar a captação de colesterol pelas células da teca; 2) Estimular as células intersticiais da teca dos folículos ovarianos a secretar androgênios (androstenediona e testosterona). Tanto o FSH quanto o LH se ligam a receptores acoplados à proteína G, causando a ativação da subunidade Ga estimuladora (Gas). Ocorrendo esta ativação, passa a haver a indução de eventos esteroidogênicos, que é mediada pelo monofosfato de 3′,5′-adenosina cíclico. Como produto final desta cascata, temos os esteróides sexuais que, por sua vez, atuam na regulação da função ovariana e no controle do ciclo reprodutivo. Vamos fazer um breve resuminho do que foi ensinado até aqui pra que vocês não fiquem confusos… – HIPOTÁLAMO -> GnRH em pulsos -> HIPÓFISE -> FSH e LH também em pulsos – LH -> age nas células da TECA -> aumenta captação de colesterol e produz androgênios (a partir do colesterol) – FSH -> age nas células da granulosa -> induzindo a conversão de androgênios em estrogênios (Estrona e Estradiol) através da aromatização Agora vamos continuar a partir do momento em que os estrogênios já foram produzidos… Os estrogênios possuem ação variável sobre o hipotálamo. O mais comum é terem ação INIBITÓRIA, porém podem exercer efeito estimulatório se suas concentrações permanecerem altas por longos períodos de tempo. A progesterona, por sua vez, tem SEMPRE EFEITO NEGATIVO sobre o GnRH. A inibina A e a inibina B são outros produtos de secreção ovariana que interferem nas gonadotrofinas: a inibina A inibe a secreção hipofisária de LH e a inibina B inibe a secreção hipofisária de FSH. E como é feito esse controle do eixo Hipotálamo-Hipófise-Ovário (HHO)? No início da puberdade ocorre um estímulo do eixo hipotálamo-hipófise-ovário (HHO) devido ao AUMENTO da frequência e da amplitude dos pulsos de GnRH gerados pelo hipotálamo, porém os mecanismos que desencadeiam este processo ainda não estão bem elucidados. O que se sabe é que vários fatores estimulam ou inibem esse processo. Entre os fatores que estimulam esse processo, temos: 1) NPY 2) Serotonina 3) Alguns fatores de crescimento Entre os fatores que inibem esse processo, temos: 1) GABA 2) Prolactina 3) Beta-endorfina Os folículos ovarianos são gerados a partir da interação entre as células germinativas que atingem a crista gonadal e as células somáticas já nela presentes. A formação de novos folículos cessa um pouco antes da 20ª SEMANA DE GESTAÇÃO e, a partir daí, começa a acontecer um consumo gradual da população de folículos previamente formados. É importante ter em mente que a velocidade com que os folículos são consumidos é diferente em determinados momentos da vida e é controlada por mecanismos endócrinos, parácrinos e autócrinos. Na 20ª semana de vida intrauterina, a mulher tem cerca de 6 a 7 milhões de folículos em cada ovário. As nascer, ela passa a ter uma população de cerca de 1 a 2 milhões. O número de folículos vai diminuindo gradativamente por atresia e/ou recrutamento para ovulação. O período intrauterino possui como característica o rápido decaimento do número de folículos (cerca de 50 mil folículos por dia) entre a 20ª semana e o nascimento. Do nascimento à puberdade, a velocidade de consumo dos folículos diminui para cerca de 300 a 500 folículos por dia, fazendo com que a mulher atinja sua vida reprodutiva com uma população total de cerca de 300 a 500 mil folículos. Durante a menacme, ou seja, o período reprodutivo da vida da mulher, ela consome cerca de 1000 folículos a cada ciclo (ou 30 folículos diariamente). E como tudo isso se relaciona com o ciclo menstrual? O ciclo menstrual começa a partir do primeiro dia de menstruação e a variação da secreção de gonadotrofinas possui uma resposta ovariana cíclica a cada 28 dias, média. Assim que a mulher menstrua, se inicia a primeira fase do CICLO OVARIANO, que é chamada de FASE FOLICULAR. Mais pra frente, nós veremos que essa fase tem período variável, mas aqui vamos considerar uma fase folicular que dure 14 dias… Nos primeiros 14 dias do ciclo menstrual ovariano da mulher (fase folicular), o hipotálamo gera pulsos de GnRH com ALTA FREQUÊNCIA E BAIXA AMPLITUDE, o que estimula a síntese e liberação de Hormnônio Folículo Estimulantes (FSH) por parte da hipófise. Isso faz com que haja um estímulo à foliculogênese (formação de folículos) ovariana e à secreção de altas concentrações de Estradiol. No início, as células dos ovários respondem exclusivamente ao FSH, porém, após a seleção do folículo para ovulação (Folículo Dominantes ou Folículo de Graaf) ocorre uma suprarregulação dos receptores de LH (ou seja, ocorre um aumento da atividade dos receptores de LH do ovário). O estradiol secretado pelo ovário pode agir localmente ou na hipófise ou no hipotálamo. Resumindo… – Fase Folicular -> pulsos de GnRH de baixa amplitude e alta frequência -> síntese e liberação de FSH pela hipófise -> FSH vai pro ovário e estimula a formação do folículo e a secreção de estradiol -> assim que o folículo dominante é selecionado, o ovário passa a responder também ao LH… Ou seja… A primeira fase do ciclo é marcada por altas concentrações de FSH e ESTRADIOL… Já na segunda fase do ciclo menstrual ovariano, também chamada de FASE LÚTEA, o hipotálamo passa a gerar pulsos de GnRH com BAIXA FREQUÊNCIA E ALTA AMPLITUDE, o que faz com que a hipófise faça uma secreção aumentada de Hormônio Luteinizante (“surto” de LH). Como consequência, temos a ovulação e a formação do corpo lúteo. O aumento dos níveis de LH faz com que o corpo lúteo produza Progesterona que, por sua vez, possui vários efeitos sobre o útero e sobre o endométrio caso se dê a fertilização. Somado a isso, ocorre um aumento da produção de androgênios ovarianos, pois o LH estimula as células ovarianas da teca a produzirem androgênios (Androstedeniona e Testosterona) a partir do colesterol, enquanto o FSH vai agir nas células da granulosa estimulando a conversão destes androgênios em 17-beta-estradiol pela aromatase. No caso de não ocorrer uma fertilização, o corpo lúteo não é estimulado pelo hCG placentário, o que faz com que ele regrida e, com isso, ocorre uma redução dos níveis de progesterona. A queda nos níveis de progesterona, por sua vez, leva ao desabamento do endométrio, causando a menstruação, e ao progressivo aumento do FSH, reiniciando o ciclo. Resumindo… – Fase Lútea -> pulsos de GnRH de baixa frequência e alta amplitude -> síntese e liberação de LH pela hipófise -> LH vai pro ovário e estimula a ovulação e a formação do corpo lúteo -> corpo lúteo produz progesterona -> progesterona age no endométrio e útero para garantir condições para gestação. 4-explicar a gametogênese feminina A ovogênese é o processo de desenvolvimento e maturação das células germinativas femininas, chamadas de óvulos. Diferente da espermatogênese, a ovogênese só é completa se houver a fecundação. O espermatozoide é o responsável por iniciar o processo de fecundação, finalizando a meiose e o óvulo é formado. Fases da ovogênese · Fase de multiplicação · Fase de crescimento · Fase de maturação Na fase de multiplicação as células germinativas, localizadas nos folículos ovarianos de Graff, passam por mitoses e se multiplicam, formando as ovogônias que também sofrerão sucessivas divisões mitóticas. Na fase de crescimento as ovogônias aumentam de tamanho e passam pelo processo de meiose, que ocorre até a prófase I, para a formação dos ovócitos I. A fase de maturação é marcada pelo término da meiose no ovócito I e dará origem a duas células: um ovócito II, liberado na ovulação, e um glóbulo polar. Com a fecundação o espermatozoide inicia o processo de meiose II, ao penetrar no ovócitoII, e produz um óvulo, uma célula maior que o espermatozoide e sem mobilidade. Com a fusão do material genético do óvulo e do espermatozoide produz-se o zigoto. O desenvolvimento do zigoto é marcado por um processo de multiplicação celular e reprodução das células embrionárias. Portanto, a ovogênese, juntamente com o processo de fecundação, faz com que de cada ovogônia surja um óvulo e três corpúsculos polares. Vale lembrar que o óvulo é funcional e em alguns casos os glóbulos polares não se formam ou logo se degeneram. Gametogênese feminina_II (unesp.br) tem umas figuras bem legais. 5-descrever o ciclo menstrual (menarca) 6-reconhecer os métodos de avaliação da puberdade feminina(tanner) Considerase atraso puberal a ausência de caracteres sexuais secundários em meninas a partir dos 13 anos; O desenvolvimento segundo tanner acontece em 5 etapas: fase das mamas: • M1 – mama infantil. • M2 (8-13 anos) – fase de broto mamário, com elevação da mama e aréola como pequeno montículo. • M3 (10-14 anos) – maior aumento da mama, sem separação dos contornos. • M4 (11-15 anos) – projeção da aréola e das papilas para formar montículo secundário por cima da mama. • M5 (13-18 anos) – fase adulta, com saliência somente nas papilas. Fase puberal • P1 – fase de pré-adolescência (não há pelugem). • P2 (9-14 anos) – presença de pêlos longos, macios e ligeiramente pigmentados ao longo dos grandes lábios. • P3 (10-14,5 anos) – pêlos mais escuros e ásperos sobre o púbis. • P4 (11-15 anos) – pelugem do tipo adulto, mas a área coberta é consideravelmente menor que a do adulto. • P5 (12-16,5 anos) – pelugem do tipo adulto, cobrindo todo o púbis e a virilha. 7-identificar as formas de avaliação feminina por meio da medicina por imagem O ultrassom transvaginal, também chamado de endovaginal, é um exame diagnóstico muito utilizado por ginecologistas e obstetras. O exame consiste na inserção de um aparelho chamado transdutor na vagina, que vai gerar imagens dos órgãos internos daquela região: útero, trompas e ovários.O exame não é doloroso, é rápido e pode ser realizado em qualquer clínica de diagnóstico por imagens, com prescrição médica. Ele não emite radiação, porque utiliza ondas de som para produzir suas imagens. Por isso, não existe risco algum para a saúde da paciente ou do médico. Como é feito: O médico utiliza o transdutor, uma espécie de sonda, para avaliar os órgãos reprodutores internamente. O transdutor é protegido por um preservativo, e o examinador aplica lubrificante para auxiliar na introdução do aparelho no canal vaginal. Por isso, o exame só pode ser feito em mulheres que já perderam a virgindade, mas não há dor e nem necessidade de anestesia para o ultrassom.A mulher deve ficar deitada em uma cadeira ginecológica, com as pernas afastadas. O médico introduz o aparelho e faz alguns movimentos para obter as imagens dos órgãos analisados. É possível que a paciente introduza o transdutor, se assim se sentir mais relaxada, o médico apenas guia o movimento. As imagens são de alta definição, e aparecem no computador em tempo real. Esse exame permite que o médico possa ver os órgãos com mais clareza, o que facilita um diagnóstico mais preciso. Ao contrário do ultrassom pélvico, que necessita que a bexiga esteja bem cheia para a realização do exame, a ultrassonografia endovaginal geralmente não exige nenhum preparo. Porém, é possível que em alguns casos seja necessário estar com a bexiga meio cheia, ou algum outro preparo. Por isso, é importante conversar com seu médico e pedir as instruções para a realização do exame Mint: Alterações de imagem em Sistema Reprodutor Feminino Fisiológico · A ultrassonografia (US), através das técnicas transabdominal, transvaginal e Doppler, é a principal modalidade de imagem para a avaliação do sistema genital feminino e da pelve. · As indicações: infertilidade, dor pélvica, distúrbios menstruais, exame físico anormal ou limitado, suspeita de massa ou infecção e localização de dispositivo intrauterino (DIU). · Utilizada como auxiliar ao exame físico, para confirmar se há ou não massa pélvica; medir seu tamanho, contorno e caráter; determinar o órgão de origem; avaliar o envolvimento de outros órgãos e detectar ascite, hidronefrose e metástases. · O exame geralmente se inicia com abordagem transabdominal da bexiga urinária distendida, como janela para a pelve. · A transvaginal é realizada com a bexiga vazia e fornece avaliação mais detalhada. · A US com fluxo colorido é empregada para identificar os vasos sanguíneos pélvicos, identificar lesões vasculares na pelve e para demonstrar a vascularização do tumor. · Outro exame, menos realizado e conhecido, é a histerossonografia com infusão de solução salina (HSN) utiliza US com aquisição de imagens em tempo real do útero durante a infusão da cavidade uterina com solução salina estéril para detectar e caracterizar anormalidades do útero e endométrio. • Útero · O útero na mulher pós-púbere apresenta contorno suave e formato de pera. · O miométrio mostra ecogenicidade uniforme de nível médio, com o endométrio nitidamente mais ecogênico. · A espessura do eco endometrial varia de acordo com o período do ciclo menstrual. · A camada mais interna do miométrio, designada zona juncional, pode aparecer como camada fina hipoecoica, adjacente à faixa endometrial ecogênica. · As dimensões uterinas normais máximas na mulher adulta são 9 cm de comprimento, 6 cm de largura e 4 cm de diâmetro anteroposteriormente. · Após a menopausa, o útero atrofia para cerca de 6 × 2 × 2 cm. · O útero pré-púbere, infantil, tem forma de charuto. · O colo do útero compreende cerca de um terço do comprimento do útero na mulher adulta e aproximadamente dois terços do comprimento do útero na menina pré-púbere. · O posicionamento do útero normal na pelve pode ser com o órgão inclinado para frente (anteversão – mais comum), inclinado para trás em direção ao sacro (retroversão), dobrado para frente (anteflexão) ou para trás (retroflexão). · O útero normal pode também estar inclinado para a direita ou para a esquerda, em direção às paredes laterais da pelve. · A posição do útero é afetada pelo grau de enchimento da bexiga e pela existência de massas pélvicas. • A vagina normal tem aspecto de tubo muscular achatado, com mucosa ecogênica. · A US deve sempre ser correlacionada ao período do ciclo menstrual, que afeta o brilho e a espessura do endométrio. 1. No final da menstruação, o endométrio é bem definido e fino (2 a 3 mm). Durante a fase proliferativa, o endométrio assume aspecto de três linhas de 4 a 8 mm de espessura. O endométrio basal, adjacente à zona juncional do miométrio, permanece ecogênico, enquanto o endométrio funcional, que se torna espessado e por fim é descartado durante a menstruação, é relativamente hipoecoico na primeira metade do período do ciclo menstrual. As três linhas são formadas pelo endométrio basal anterior e posterior e, pela faixa ecogênica que marca a cavidade uterina. A medida da espessura endometrial é definida adicionando-se a espessura do endométrio anterior e posterior. Qualquer líquido ou sangue dentro da cavidade uterina deve ser excluído. 1. Na metade do ciclo, o endométrio normalmente mede de 8 a 10 mm de espessura em camada dupla. 1. Da ovulação à menstruação durante a fase secretória, o endométrio é progressivamente espessado até alcançar 14 mm e se tornar mais uniformemente ecogênico. A zona juncional do miométrio aparece como halo hipoecoico em torno do endométrio brilhante. · Na mulher pós-menopausa normal, a espessura do endométrio ecogênico não é superior a 5 a 7 mm. · No exame de mulheres em idade fértil, a gravidez sempre deve ser considerada na avaliação do sistema genital feminino. · A RM e a TC são empregadas para o estadiamento e o acompanhamento de malignidades pélvicas e para suplementar os resultados obtidos por US, fornecendo caracterização adicional das lesões. · Pela excelente capacidade de diferenciar tipos de tecidos, a RM é particularmente útil no estabelecimento de diagnósticopor imagem de patologias pélvicas, além disso, tem potencial para auxiliar a discriminação entre lesões benignas e malignas e para proporcionar melhor detecção de metástases peritoneais e recidiva do tumor. · A histerossalpingografia (HSG) é empregada em combinação com US, TC e RM para diagnosticar anomalias congênitas do sistema genital feminino e causas mecânicas de infertilidade. É realizada por canulação do colo do útero e injeção de contraste na cavidade uterina e nas tubas uterinas. A livre comunicação destes lumens com a cavidade peritoneal é evidenciada pelo extravasamento livre do contraste para a cavidade peritoneal, delineando as alças intestinais. · A histerossonografia é uma alternativa para HSG. Injeta-se solução salina isotônica na cavidade uterina, enquanto o útero é examinado por ultrassonografia. · HSG virtual é uma técnica de TC emergente, que oferece o potencial de imagens de alta resolução que descrevem as superfícies interna e externa do útero e as tubas uterinas. • Ovários · Têm tamanho e aspecto variáveis, de acordo com a idade, o estado hormonal e as fases do ciclo menstrual da mulher. · O da mulher adulta é ovalado, com dimensão máxima de 5 × 3 × 2 cm. · Anormalidade no tamanho pode ser mais bem determinada pelo cálculo do volume ovariano com o emprego da fórmula (comprimento × largura × espessura × 0,52). · O volume ovariano máximo é 9 mℓ antes da menarca, 22 mℓ em mulheres que menstruam e 6 mℓ após a menopausa. · Podem ter localização variada entre as pacientes e até mesmo ter alturas diferentes na mesma paciente, dependendo do grau de enchimento da bexiga e da existência e, do tamanho das outras estruturas pélvicas. · A localização típica é lateral, superior, ou posterior ao fundo do útero, ou no fundo de saco. · Os ureteres pélvicos estabelecem importante marco anatômico, que auxilia no reconhecimento da origem de massas pélvicas. · Os ovários têm localização anterior aos ureteres; portanto, massa ovariana deslocará o ureter posteriormente ou posterolateralmente. · Os linfonodos ilíacos localizam-se lateralmente aos ureteres e, portanto, uma adenopatia deslocará os ureteres. · A RM é sensível a alterações fisiológicas que afetam o útero e os ovários durante o ciclo menstrual e também é útil para avaliação de extensão local e estadiamento de patologias que afetam o sistema genital feminino. · Em geral, sob o ponto de vista funcional, à RM observa-se intensidade mais elevada de sinal do miométrio durante o final da fase de proliferação e início da fase de secreção e mais baixa durante o período menstrual e início da fase proliferativa. • HSG · É empregada primariamente para a avaliação de infertilidade, para demonstrar a morfologia e a perviedade do canal uterino e das tubas uterinas. · Um agente de contraste injetado na cavidade uterina descreve o canal endocervical, a cavidade uterina e o lúmen das tubas uterinas por meio do extravasamento livre de contraste para a cavidade peritoneal da paciente normal. · A cavidade uterina é bem definida e tem forma triangular, com ligeira concavidade normal na região fúndica. O tamanho da cavidade varia de acordo com a paridade. · O canal endocervical tem forma cilíndrica, 3 a 4 cm de comprimento e 1 a 3 cm de largura. Pregas na mucosa endocervical têm aspecto normal serrilhado. · As tubas uterinas normais têm 10 a 12 cm de comprimento, estendendo-se a partir dos cornos uterinos. · O lúmen é filiforme (1 a 2 mm) até atingir a ampola, onde se expande e alcança 5 a 10 mm, e as pregas enrugadas se tornam visíveis. · A perviedade das tubas é confirmada pelo extravasamento de contraste para cavidade peritoneal, delineando as alças intestinais. • Conceitos: · A ultrassonografia (US), por meio de técnicas transabdominal, transvaginal e Doppler, é a principal modalidade de imagem para a avaliação do sistema genital feminino e da pelve. · As indicações para o exame da pelve por US incluem infertilidade, dor pélvica, distúrbios menstruais, exame físico anormal ou limitado, suspeita de massa ou infecção e localização de dispositivo intrauterino (DIU). · A US é utilizada como auxiliar ao exame físico, para confirmar se há ou não massa pélvica; medir seu tamanho, contorno e caráter; determinar o órgão de origem; avaliar o envolvimento de outros órgãos e detectar ascite, hidronefrose e metástases. · O exame de US geralmente se inicia com abordagem transabdominal da bexiga urinária distendida, como janela para a pelve. · A US transvaginal é realizada com a bexiga vazia e fornece avaliação mais detalhada. · A US com fluxo colorido é empregada para identificar os vasos sanguíneos pélvicos, identificar lesões vasculares na pelve e para demonstrar a vascularização do tumor. · A RM é sensível a alterações fisiológicas que afetam o útero e os ovários durante o ciclo menstrual e também é útil para avaliação de extensão local e estadiamento de patologias que afetam o sistema genital feminino. · A HSG é empregada primariamente para a avaliação de infertilidade, para demonstrar a morfologia e a perviedade do canal uterino e das tubas uterinas. 8-citar os métodos contraceptivos, como atuam e sua eficácia · Métodos contraceptivos reversíveis: Abstinência sexual periódica: Os métodos de abstinência sexual periódica também podem ser conhecidos como métodos naturais e são definidos pela Organização Mundial de Saúde como “métodos para planificar ou evitar gestações pela observação dos sinais e sintomas da fase fértil do ciclo menstrual”.O mecanismo de ação desse método é baseado na anatomia e fisiologia reprodutiva e consiste em interpretar os sinais e sintomas que ocorrem durante o crescimento folicular, a ovulação e a formação do corpo lúteo. Pressupõe-se que o tempo médio de vida dos espermatozóides no trato genital feminino é de 72 horas (variando entre 2 a 7 dias) e que o período de fertilidade do óvulo é de 24-48 horas. Diante disso, o período fértil varia entre 3-4 dias antes e 3 dias após a ovulação. Para que esse método seja eficaz, é necessário que o casal entenda como identificar corretamente o período fértil e como adaptar-se sexualmente para os períodos de abstinência e permissão ao ato. Método rítmico (tabelinha): É provavelmente um dos mais utilizados. Esse método busca encontrar, através de cálculos, o início e o fim do período fértil. A mulher geralmente está fértil no meio do ciclo menstrual, quando ocorre a ovulação. Para saber, com precisão, se o ciclo é regulado e de quantos dias ele é, o ideal é anotar, durante seis meses, o dia do início de cada menstruação. Ao final, deve-se contar o intervalo de dias entre o início de duas menstruações consecutivas. Estes correspondem ao ciclo menstrual. Como a grande maioria dos ciclos variam entre 28 e 31 dias, do 14º ao 16º dia são os dias mais férteis. Assim, para evitar a gravidez, a mulher e seu parceiro não devem ter relações sexuais nestes dias. Para reduzir a margem de erro, o ideal é evitar relações sexuais, ou não deixar de usar o preservativo, quatro dias antes e quatro dias depois da provável data da ovulação – e também nesse dia. Método da temperatura basal: Baseia-se no fato de a mulher, após a ovulação, apresentar aumento da temperatura basal, entre 0,3 e 0,8°C. Isso acontece porque a progesterona atua no centro termorregulador do hipotálamo. A mulher precisa registrar a temperatura diariamente, a partir do primeiro dia do ciclo, em um gráfico. O termômetro deve ser colocado na boca, logo pela manhã, antes de qualquer atividade, durante pelo menos 5 minutos. De preferência, a temperatura deve ser aferida aproximadamente na mesma hora e após um período de sono de pelo menos 5 horas. Para não engravidar, a mulher deve evitar relações desde o primeiro dia da menstruação até que a temperatura se eleve de 0,3 a 0,8°C por três dias consecutivos. Observa-se que, geralmente, ocorre uma queda da temperatura no dia da ovulação, seguida de elevação nos dias subseqüentes. Por isso, o método da temperatura serve para diagnóstico de gravidez, pois, nesse caso, a temperaturacontinua elevada depois do 28° dia do ciclo. Método do muco cervical: baseia-se na ocorrência de modificações cíclicas no muco cervical, através das quais a mulheres podem observar se estão ou não no período fértil. Deve-se pesquisar a presença do muco todos os dias, observando atentamente a sensação ocasionada pelo mesmo, buscando perceber as mudanças progressivas que ocorrem; é preciso interromper a atividade sexual ao menor sinal da presença do muco, após o período de secura vaginal que normalmente sucede a menstruação; deve-se observar também o aumento progressivo do muco, que atinge o pico durante a ovulação, passando a regredir a partir dela, por ação da progesterona; por fim, é necessário permanecer em abstinência por no mínimo 3 dias a partir do pico, podendo reiniciar a atividade sexual no quarto dia Método sintotérmico Consiste na utilização de indicadores múltiplos, o que aumenta a capacidade de identificar o início e o final do período fértil, melhorando a eficácia do método e diminuindo o tempo de abstinência. Para identificar o início do período fértil, é preciso detectar o aparecimento do muco e calcular o calendário. Já para a identificação do final do período fértil devem-se observar as modificações do muco e avaliar as variações da temperatura basal. Podem ser acrescentados outros sinais sistêmicos que sugerem a ovulação, como a dor ovulatória e o sangramento intermenstrual. Ejaculação extra-vaginal O coito interrompido baseia-se na capacidade do homem em pressentir a iminência da ejaculação e, nesse momento, retirar o pênis da vagina evitando, assim, a deposição do esperma. O método requer autocontrole por parte do homem, de forma que ele possa retirar o pênis pouco antes da ejaculação. Alguns pontos devem ser ressaltados: antes do ato sexual o homem deve urinar e retirar restos de esperma de uma eventual relação anterior; o líquido pré-ejaculatório pode conter espermatozóides vivos o que aumenta o índice de falha; antes da ejaculação, o pênis deve ser retirado da vagina e o sêmen ser depositado longe dos genitais femininos; além de não oferecer proteção contra ISTs. O coito interrompido é considerado um método primitivo e deve ser desestimulado devido às repercussões na esfera sexual e baixa eficácia na prevenção da gravidez. · Métodos de barreira: Camisinha: Apresentam benefícios não contraceptivos importantes. Umas das grandes vantagens do preservativo é a proteção que oferece contra infecções sexualmente transmissíveis, inclusive as viróticas, como HPV, HIV e hepatite B. Seu uso protege a mulher contra essas doenças viróticas e consequentemente diminui a incidência de neoplasias cervicais. Outras vantagens desse método são a sua praticidade, o fácil acesso e o fato de não depender de controle médico. O preservativo feminino é um contraceptivo de barreira vaginal, geralmente de poliuretano. Adequadamente posicionado recobre a cérvice uterina, paredes vaginais e parte da vulva. Devido à maior área genital tanto feminina quanto masculina recoberta, oferece proteção mais efetiva contra a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis. Sua eficácia aumenta principalmente quando usado associado a lubrificantes com capacidade espermaticida. É mais resistente e durável que o preservativo masculino, e tem a vantagem de poder ser inserido fora do intercurso sexual, ficando seu uso sob o controle feminino. Diafragma É um pequeno dispositivo circular de borracha com borda firme flexível, que, ao ser colocado na vagina, forma uma barreira física no colo do útero. O tamanho e o tipo ideal são definidos durante o exame ginecológico e a sua inserção requer um treinamento específico. Recomenda-se o uso de espermaticida com o diafragma, que deve ser colocado nas bordas e no lado côncavo. O diafragma deve ser inserido de preferência um pouco antes da relação sexual, porém não mais que seis horas. Se este tempo for ultrapassado uma dose adicional de espermaticida deve ser aplicada. O mesmo procedimento deve ser feito no caso de relações subseqüentes. A remoção deve ser feita seis a oito horas depois da relação. O uso contínuo do diafragma é contra-indicado por haver riscos de infecção geniturinária e de choque tóxico. Após o seu uso, deve ser lavado com sabão neutro e água fria e enxugado em toalha de pano ou papel. Deve ser sempre guardado em recipiente próprio, para proteção e transporte adequados. O diafragma pode ser utilizado até dois anos, devendo ser substituído após este período. Esponjas As esponjas modernas são feitas de poliuretano associados com o espermaticida nonoxinol-9. Têm um formato ligeiramente côncavo, para adaptar-se melhor ao colo uterino, devendo ser umedecidas antes da sua colocação para ativar o espermaticida. Possui uma alça para facilitar a remoção, que deve ser feita seis a oito horas após a última relação sexual. Sua vantagem consiste na facilidade do uso, em poder ser colocada previamente ao intercurso sexual, ao fato de ser descartável e não requerer treinamento para sua aplicação. Elas podem reduzir a transmissão de algumas infecções sexualmente transmissíveis. Espermaticida São substâncias que, quando colocadas no fundo da vagina, têm ação de barreira por inativação dos espermatozóides, devido à lesão de sua membrana celular. Atualmente uma série de substâncias têm sido usadas, tais como nonoxinol-9, octocinol e o menfegol. Espermaticidas que contenham fenil-mercúrio não devem ser usados, visto que o mercúrio pode ser absorvido e causar toxicidade, com possível efeito teratogênico. Os espermaticidas existem em várias apresentações: cremes, geleias, supositórios, tabletes e espumas. Basicamente não existem grandes diferenças entre eles, apenas o fato de que cremes, geleias e espumas tem ação quase imediata ao passo que os tabletes e supositórios necessitam de cerca de 10-15 minutos para dissolverem-se. Não oferece uma proteção contraceptiva adequada, se usado isoladamente. O mais recomendável é o uso do espermaticida associado ao diafragma, ao preservativo ou a outro método qualquer, a fim de aumentar a eficácia isolada de cada um deles. Contraceptivos hormonais Anticoncepcional hormonal combinado oral (AHCO) Consiste na utilização por via oral de estrogênio associado ao progestênio, com a finalidade de impedir a concepção. O estrogênio usado é o etinilestradiol, que é ativado por via oral. Os progestogênios mais comumente utilizados são: levonorgestrel, noretindrona, acetato de ciproterona, hidroxiprogesterona, desogestrel e gestodeno. Uma vez que alguns progestogênios apresentam maior atividade androgênica e que este efeito oferece maior possibilidade de alteração no metabolismo lipídico, a escolha deve recair nos compostos com menor androgenicidade. Os AHCO inibem a ovulação através do bloqueio da liberação de gonadotrofinas pela hipófise. Além disso, modificam o muco cervical tornando-o hostil à espermomigração, altera o endométrio, modifica a contratilidade das tubas interferindo no transporte ovular e altera a resposta ovariana às gonadotrofinas. Injetável mensal Os injetáveis mensais são aplicados por via intramuscular, sendo que propostos em posologias diferentes; entre o 7° e 10° dia do ciclo iniciado entre o 1° e o 5° dia, com aplicações ulteriores a cada trinta dias. A segunda opção oferece uma maior regularidade do ciclo, mantendo a eficácia. Não se deve massagear, nem colocar bolsa de água quente no local da aplicação. Os estrogênios foram associados ao progestogênio com a finalidade de minimizar as alterações do padrão menstrual. Os estrogênios naturais são de ação curta, porém com níveis séricos diferentes, cuja meia vida varia de 9 a 14 dias. Por este motivo, não determinam hiperplasia endometrial. Paradoxalmente, com a queda dos seus níveis, descama a camada superficial do endométrio, surgindo o fluxo sangüíneo. A ação anticonceptiva reside no efeito do progestogênio sobre o eixo neuroendócrino, inibindo a ovulação pelo bloqueio do pico do LH, que permanece em seus níveis basais. São observadas, também, atividades sobre o muco cervical,o endométrio e a peristalse tubária, ampliando seu potencial anticonceptivo. Injetável trimestral A anticoncepção injetável trimestral é realizada com o uso do acetato de medroxiprogesterona de depósito (AMP-D). O AMP-D apresenta vantagens que o fazem apropriado para algumas mulheres e conveniente para os programas de planejamento familiar. Uma só injeção oferece anticoncepção altamente eficaz durante 3 meses. Seu uso é simples e independente do coito. Por conter apenas o componente progestogênico, o método não tem várias das contra-indicações atribuídas ao estrogênio sintético. O AMP-D é um potente anovulatório, suprimindo o pico de LH, além de tornar o muco cervical espesso, dificultando a ascensão dos espermatozoides, e de tornar o endométrio hipotrófico pela redução da vascularização. Implantes Os implantes contraceptivos são constituídos de silicone polimerizado com um hormônio no seu interior, que é liberado continuamente para a corrente sangüínea, proporcionando o efeito contraceptivo. O mais popular de todos contém o progestogênio levonorgestrel e a elcometrina. A inserção dos implantes é feita no subcutâneo da face interna do braço esquerdo das mulheres destras e vice-versa, a cerca de quatro dedos transversos acima da prega do cotovelo. Ela deve ser feita entre o primeiro e o sétimo dias do ciclo, para garantir a eficácia contraceptiva desde o primeiro mês de uso. É realizada ambulatoriamente, observando-se a assepsia recomendada para todos os procedimentos cirúrgicos que é feita na face interna do braço. O levonorgestrel é liberado continuamente através das cápsulas. O período total de “funcionamento” são cinco anos. A anticoncepção é conseguida graças à associação de anovulação com o efeito progestogênico, inibindo a produção de muco cervical e alterando o endométrio. Dispositivo intrauterino (DIU) Apresenta grande eficácia prática, ausência de efeitos metabólicos sistêmicos e elevada taxa de continuidade. O DIU atua sobre os óvulos e os espermatozóides de várias maneiras: estimula reação inflamatória pronunciada no útero, por ser um corpo estranho; as alterações bioquímicas interferem no transporte dos espermatozóides no aparelho genital, bem como alteram os espermatozóides e óvulos, impedindo a fecundação. Por esses mecanismos, as evidências permitem afirmar que um conjunto de alterações espermáticas, ovulares, cervicais, endometriais e tubárias causam a inibição da fertilização. Anticoncepção de emergência (AE) Método anticonceptivo que pode evitar a gravidez após a relação sexual. O método, também conhecido por “pílula do dia seguinte”, utiliza compostos hormonais concentrados e por curto período de tempo nos dias seguintes da relação sexual. As indicações principais da anticoncepção de emergência são: relação sexual não planejada e desprotegida (comuns em adolescentes); uso inadequado de métodos anticoncepcionais; falha anticonceptiva presumida e violência sexual (estupro). Há duas formas de oferecer a AE. A primeira, conhecida como regime ou método de Yuzpe, utiliza AHOC de uso rotineiro em planejamento familiar e conhecidos como “pílulas anticoncepcionais”. O método de Yuzpe consiste na administração combinada de um estrogênio e um progestágeno sintético, administrados até cinco dias após a relação sexual desprotegida. A associação mais estudada recomendada pela Organização Mundial de Saúde é a que contém etinilestradiol e levonorgestrel. A segunda forma de realizar a AE é com o uso de progestágeno isolado, o levonorgestrel. Da mesma forma que o método de Yuzpe, o levonorgestrel pode ser utilizado até cinco dias da relação sexual desprotegida. Se utilizada na primeira fase do ciclo menstrual, antes do pico do hormônio luteinizante (LH), altera o desenvolvimento dos folículos, impedindo a ovulação ou a retardando por vários dias. A ovulação pode ser impedida ou retardada em quase 85% dos casos, nos quais os espermatozóides não têm qualquer oportunidade de contato com o óvulo. Na segunda fase do ciclo menstrual, após a ovulação, atua por outros mecanismos, alterando o transporte dos espermatozóides e do óvulo nas trompas. A AE modifica o muco cervical, tornando-o espesso e hostil, impedindo ou dificultando a migração dos espermatozóides do trato genital feminino até as trompas, em direção ao óvulo. Além disso, interfere na capacitação dos espermatozóides, processo fundamental para a fecundação. · Métodos contraceptivos definitivos Ligadura tubária Os serviços que oferecem este método têm que ter a consciência de que o procedimento envolve conseqüências a curto, médio e longo prazo. O cirurgião tem responsabilidades médico-legais e deve assegurar-se que sua paciente foi suficientemente esclarecida da natureza, dos riscos e benefícios, e das implicações da cirurgia e da esterilização, bem como que ainda existe uma pequena possibilidade de falha contraceptiva. A ligadura tubária constitui método permanente de contracepção, operacionalizado através da obstrução do lúmen tubário, impedindo, assim, o transporte e a união dos gametas. Independentemente da técnica a ser utilizada, recomenda-se o terço proximal da tuba (região ístmica) como o local ideal para ligadura. · Métodos contraceptivos distribuídos pelo sus: Diafragma; Camisinha masculina e feminina; Pílula anticoncepcional; Injeção combinada; Minipílula; Pílula de emergência; Dispositivo intrauterino (DIU). 9-identificar as ist´s (HPV,HIV e sífilis)/ sintomas, transmissão, prevenção e tratamento. HIV: A aids é definida como um ou mais dos seguintes: · Infecção por HIV que leva a qualquer uma de certas doenças definidoras da Aids As doenças definidoras da aids são: · Infecções oportunistas graves · Certos cânceres nos quais há predisposição a defeitos de imunidade mediada por células · Disfunção neurológica Transmissão: · Sexual: transferência direta por meio de relações sexuais · Relacionada com agulhas ou instrumentos: compartilhamento de agulhas contaminadas com sangue ou exposição a instrumentos contaminados · Materna: parto ou aleitamento Relacionada com hemotransfusão ou transplantes de órgãos Sistema imunitário Duas consequências importantes da infecção pelo HIV são · Danos no sistema imunitário, especificamente a depleção de linfócitos CD4+ · Ativação imunitária Ciclo de vida simplificado do HIV O HIV acopla-se e penetra nas células T do hospedeiro, a seguir libera RNA do HIV e enzimas para o interior da célula do hospedeiro. A transcriptase reversa do HIV transcreve o RNA viral em DNA proviral. O DNA proviral penetra no núcleo da célula do hospedeiro e a integrase do HIV facilita sua integração do DNA proviral para o interior do DNA do hospedeiro. Em seguida, a célula do hospedeiro produz RNA e proteínas de HIV. As proteínas do HIV são agregadas aos vírions e enviadas para a superfície da célula. A protease do HIV cliva as proteínas virais, convertendo o vírion imaturo em maduro, o vírion infeccioso. Prevencção: As vacinas contra HIV são difíceis de serem desenvolvidas por causa da extrema mutabilidade das proteínas de superfície do HIV que resultam em grande diversidade de tipos antigênicos. Mas há várias vacinas experimentais sendo estudadas e algumas mostraram ser promissoras em ensaios clínicos. No momento, não há uma vacina eficaz contra a aids. HPV: HPV é a infecção sexualmente transmissível mais comum. O HPV é tão comum que 80% dos homens e mulheres sexualmente ativos não vacinados contraem o vírus em algum momento da vida. A maioria das infecções por HPV desaparece espontaneamente em 1 a 2 anos, mas algumas persistem. As manifestações importantes de HPV anogenital são: · Verrugas genitais (condiloma acuminado) · Neoplasia intraepitelial e carcinoma em colo do útero, ânus, ou pênis · Cânceres anal, laríngeo, vesical e orofaríngeo · Papulose bowenoide O HPV é transmitido pelas lesões existentes durante o contato de pele. Os tipos que afetam a região anogenital são, geralmente, transmitidos sexualmente por penetração vaginal ou sexo anal, mas o contato genital digital, oral e sem penetraçãopode estar envolvido. Avaliação clínica, algumas vezes incluindo colposcopia, anoscopia, ou ambas. Verrugas genitais geralmente são diagnosticadas clinicamente. Seu aparecimento normalmente as diferencia do condiloma plano da sífilis secundária (que é achatado nas extremidades) e de carcinomas. Porém, sorologias para sífilis devem ser realizadas no início e após 3 meses. Biopsias de verrugas atípicas, hemorrágicas, ulceradas, ou persistentes podem ser necessárias para excluir carcinoma. PREVENÇÃO: Uma vacina nonovalente e uma vacina tetravalente estão disponíveis e protegem contra os 2 tipos de HPV (tipos 6 e 11) que causam > 90% das verrugas genitais visíveis. SIFILIS: A sífilis é provocada por T. pallidum, um espiroqueta que não pode sobreviver muito tempo fora do corpo humano. Na sífilis sexualmente adquirida, T. pallidum entra pelas mucosas ou pela pele, alcança os linfonodos regionais dentro de horas e rapidamente se dissemina ao longo do corpo. A infecção geralmente é transmitida por meio de contato sexual (incluindo genital, orogenital e anogenital), mas pode ser transmitida não sexualmente por contato cutâneo ou transplacentário, causando sífilis congênita. O risco de transmissão é de aproximadamente 30% com um único encontro sexual com uma pessoa com sífilis primária e de 60 a 80% de uma mãe infectada para o feto. Infecção anterior não confere imunidade contra reinfecção. Exames diagnósticos para sífilis · Incluem testes sorológicos para sífilis (STS), que consistem em · Testes de triagem (reagínicos, ou não treponêmicos) · Testes confirmatórios (treponêmicos) · Microscopia de campo escuro TRATAMENTO: · Penicilina benzatina para a maioria das infecções · Penicilina aquosa para a sífilis ocular ou neurossífilis · Tratamento dos parceiros sexuais Ponto chave: · Lesão cutânea característica (cancro) geralmente aparece no local da infecção primária. · Subsequentemente, quase todos os órgãos podem ser afetados, mas pele, mucosas, olhos, ossos, aorta, meninges e cérebro costumam ser atingidos. · Diagnosticar usando um teste não treponêmico (reagínico) [p. ex., reagina plasmática rápida (RPR) ou Venereal Disease Research Laboratory (VDRL)] e confirmar os resultados positivos usando um teste de anticorpos treponêmicos. · Tratar com penicilina benzatina (Benzetacil) sempre que possível, exceto que a sífilis ocular e a neurosífilis são inicialmente tratadas com penicilina G IV. · Notificar os casos de sífilis aos órgãos de saúde pública. Muitas pessoas com IST não buscam tratamento porque são assintomáticas (maioria) ou têm sinais e sintomas leves e não percebem as alterações. As pessoas sintomáticas podem preferir tratar-se por conta própria ou procurar tratamento em farmácias ou junto a curandeiros tradicionais. Mesmo aqueles que buscam atendimento na unidade de saúde podem não ter uma IST diagnosticada ou tratada corretamente. No final, apenas uma pequena proporção de pessoas com IST pode chegar à cura e evitar a transmissão. Referencia: Puberdade: o que é, mudanças físicas e sinais - Mundo Educação (uol.com.br), visitado em 31/08/2022 A puberdade nas meninas - Problemas de saúde feminina - Manual MSD Versão Saúde para a Família (msdmanuals.com), visitado em 31/08/2022 Revista de Pediatria SOPERJ visitado em 31/08/2022 Puberdade: o que é, fisiologia e modificações físicas - Sanar Medicina visitado em 31/08/2022 O Eixo Hipotálamo-Hipófise-Ovário (HHO) e sua fisiologia | Blog Jaleko visitado em 31/08/2022 Gametogênese: o que é e tipos (feminina e masculina) - Toda Matéria (todamateria.com.br) visitado em 31/08/2022 Gametogênese feminina_II (unesp.br) v5n3a10.pdf (gn1.link) https://www.sanarmed.com/metodos-contraceptivos-colunistas visitado em 31/08/2022 https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/infec%C3%A7%C3%B5es-sexualmente-transmiss%C3%ADveis/infec%C3%A7%C3%A3o-por-papilomav%C3%ADrus-humano-hpv visitado em 31/08/2022 https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/infec%C3%A7%C3%B5es-sexualmente-transmiss%C3%ADveis/s%C3%ADfilis visitado em 31/08/2022 https://www.clinicaceu.com.br/blog/ultrassom-transvaginal-conheca-as-indicacoes/