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Concepção e Formação do Ser Humano Thais M. Souto Concepção e Formação do Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO PROBLEMA 1 SISTEMAS REPRODUTORES FEMININOS E MASCULINO ➔ANATOMIA DO APARELHO REPRODUTOR MASCULINO TESTÍCULOS Os testículos são conhecidos como as gônadas sexuais masculinas. Consiste em um par de glândulas reprodutivas, de formato ovoide, responsável por produzir os espermatozóides e hormônios masculinos, como a testosterona. São glândulas que ficam suspensas no escroto, seguras pelos funículos espermáticos. Geralmente o testículo esquerdo encontra-se em posição mais baixa do que o direito. Cada testículo é circundado parcialmente pela túnica vaginal, que consiste em um saco peritoneal fechado, remanescente da parte distal cega do processo vaginal embrionário. Além disso, eles possuem uma face externa fibrosa e resistente, chamada de túnica albugínea, que se espessa em uma crista sobre a face interna posterior do testículo como o mediastino testicular. EPIDÍDIMO O epidídimo consiste em uma estrutura alongada localizada na face posterior do testículo. é formado por minúsculas alças (ou ductos) extremamente compactado. Os espermatozoides recentes sintetizados pelo testículo chegam ao epidídimo através dos ductos eferentes e desaguam na cabeça do epidídimo, de onde seguem curso lento e progressivo ductal em direção ao corpo e por fim a cauda. Nesse trajeto, os espermatozoides são armazenados e amadurecem, até serem expelidos da cauda do epidídimo para o ducto deferente. DUCTO DEFERENTE O ducto deferente é a continuação do ducto do epidídimo, a porção final por onde são liberados os espermatozoides maduros que estavam armazenados. O ducto deferente tem paredes musculares relativamente espessas e um lúmen muito pequeno, o que confere a ele firmeza semelhante à de um cordão. Ascende posteriormente ao testículo e medialmente ao epidídimo, sendo o principal componente do funículo espermático (junto com vasos e nervos). Penetra a parede abdominal anterior através do canal inguinal e cruza sobre os vasos ilíacos externos, ao adentrar a pelve. Em seu trajeto, segue ao longo da parede lateral da pelve, onde se situa externamente ao peritônio parietal e termina dilatando-se na ampola do ducto deferente, antes de se unir ao ducto da glândula seminal para formar o ducto ejaculatório. GLÂNDULAS SEMINAIS O ser humano possui um par de glândulas seminais. São estruturas alongadas (tem cerca de 5 cm de comprimento, algumas vezes bem mais curta) situada entre o fundo da bexiga e o reto. Encontram- se em posição oblíqua superiormente à próstata e não armazenam espermatozoides. São responsáveis por secretar um líquido alcalino espesso com frutose (futura fonte de energia para os espermatozoides) e um agente coagulante que se mistura aos espermatozoides no seu trajeto para os ductos ejaculatórios e a uretra. Seu ducto une-se ao ducto deferente para formar o ducto ejaculatório. DUCTOS EJACULATÓRIOS Ducto curto (aproximadamente 2,5cm), de paredes delgadas que se origina no colo da bexiga e atravessa a parte posterior da próstata. Embora atravessem a porção glandular da próstata, seguem sem contato com a secreção produzida nesta glândula, mantendo o líquido seminal inalterado em todo percurso até seu término, na porção prostática da uretra. PRÓSTATA A próstata tem aproximadamente 3 cm de comprimento e é a maior glândula acessória do sistema genital masculino. Apresenta consistência firme, do tamanho de uma noz e circunda a parte prostática da uretra. Sua porção glandular representa cerca de dois terços do órgão, sendo o outro terço de característica fibromuscular. É firmemente revestida por uma cápsula fibrosa, densa e neurovascular, que incorpora os plexos prostáticos de veias e nervos. Concepção e Formação do Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO Tudo isso é circundado pela fáscia visceral da pelve, que forma uma bainha prostática fibrosa. A próstata divide-se em lobos direito e esquerdo, separados anteriormente pelo istmo e posteriormente por um sulco longitudinal central e pouco profundo. Além disso, possui cerca de 30 ductos que se abrem nos seios prostáticos, na parte prostática da uretra. O líquido prostático é fino e leitoso, representa aproximadamente 20% do volume do sêmen (uma mistura de secreções produzidas pelos testículos, glândulas seminais, próstata e glândulas bulbouretrais que constitui o veículo no qual os espermatozoides são transportados) e participa intrinsecamente da ativação dos espermatozoides. GLÂNDULAS BULBOURETRAIS Também podem ser chamadas de glândulas de Cowper e tem o tamanho de uma ervilha cada. Ficam localizadas posterolateralmente à parte membranácea da uretra. São glândulas exócrinas que liberam uma secreção mucosa na uretra, durante a excitação sexual como forma de limpar e lubrificar a uretra, por onde os espermatozoides passarão. URETRA A uretra masculina é um tubo muscular que mede 18 a 22cm e que conduz urina do óstio interno da uretra na bexiga urinária até o óstio externo da uretra, localizado na extremidade da glande do pênis em homens. Como mencionado, a uretra também é a via de saída do sêmen durante a ejaculação. Para fins descritivos, a uretra é dividida em quatro partes: 1. Intramural (0,5 a 1,5cm): localiza entre a camada muscular lisa da bexiga; 2. Prostática (3 a 4cm): atravessa essa glândula e possui a crista uretral, via de saída do colículo seminal, através dos quais as secreções prostáticas juntam-se ao líquido seminal e aos espermatozoides. É o ponto anatômico onde o sistema urinário e sexual se interseccionam. 3. Membranácea (1 a 1,5cm): porção estreita e menos distensível. 4. Esponjosa (15 cm): porção mais longa, móvel e dilatada da uretra. Atravessa o corpo esponjoso do pênis e recebe conteúdo das glândulas bulbouretrais. Alarga-se na fossa navicular (localizada na glande do pênis) PÊNIS Consiste no órgão mascuilino responsável pela cópula. É atravessado pela uretra e fornece via de saída comum para a urina e para o sêmen. É formado por três corpos cilíndricos de tecido erétil: dois corpos cavernosos (dorsalmente) e um corpo esponjoso (ventralmente). ESCROTO Consiste em um saco fibromuscular, revestido por tecido cutâneo fino que reveste e protege os testículos e as estruturas a ele associadas. Localiza- se posteroinferiormente ao pênis e abaixo da sínfise púbica. Mantém uma rafe mediana que remonta a formação embrionária bilateral, sendo contínua com a rafe do pênis e a rafe do períneo. ANATOMIA DO APARELHO REPRODUTOR FEMININO Os órgãos genitais internos femininos e a parte terminal dos sistemas urinário e digestivo estão localizados na cavidade osteomuscular e fascial, chamada de bacia ou pelve. ÚTERO, TUBAS UTERINAS E OVÁRIOS →O útero é um órgão muscular com formato de pera e paredes espessas, medindo 7 a 8 cm de comprimento, 5 a 7 cm de largura na sua porção superior, e 2 a 3 cm de espessura da parede. Ele é formado por duas porções principais: o corpo, que compreende os dois terços superiores, e o colo, o terço inferior com aspecto cilíndrico. O corpo do útero estreita-se desde o fundo, a porção superior arredondada do corpo, até o istmo, a região estreita Concepção e Formação do Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO de 1 cm de comprimento entre o corpo e o colo. O colo do útero é a porção terminal vaginal, de formato cilíndrico. O lúmen do colo, o canal do colo uterino, possui uma abertura estreita em cada extremidade. O óstio interno comunica-se com a cavidade do corpo uterino, o óstio externo comunica-se com a vagina. As paredes do corpo do útero são constituídas por três camadas: • O perimétrio; a fina camada externa. • O miométrio; a espessa camada de músculo liso. • O endométrio; a fina camada interna. O perimétrio é uma camada peritoneal firmemente aderida ao miométrio. Durante a faselútea (secretora) do ciclo menstrual, distinguem-se, microscopicamente, três camadas do endométrio. • Uma fina camada compacta formada de tecido conjuntivo disposto densamente em torno dos colos das glândulas uterinas. • Uma espessa camada esponjosa composta de tecido conjuntivo edematoso (com grande quantidade de fluido), formada pelas porções tortuosas e dilatadas das glândulas uterinas. • Uma delgada camada basal, formada pelo fundo cego das glândulas uterinas. No pico do desenvolvimento, o endométrio tem 4 a 5 mm de espessura. A camada basal do endométrio possui seu próprio suprimento sanguíneo e não se desintegra durante a menstruação. As camadas compacta e esponjosa, conhecidas coletivamente como camada funcional, desintegram-se e descamam durante a menstruação e após o parto. TUBAS UTERINAS As tubas uterinas, com aproximadamente 10 cm de comprimento e 1 cm de diâmetro, estendem-se lateralmente a partir dos cornos uterinos. Cada tuba se abre na sua porção distal dentro da cavidade peritoneal. Para fins descritivos, a tuba uterina é dividida em quatro porções: infundíbulo, ampola, istmo e porção uterina. Uma das tubas conduz um oócito de um dos ovários; as tubas também conduzem os espermatozoides que entram pelo útero para alcançar o local de fecundação, na ampola (Figs. 2-6B e 2-20). A tuba uterina também conduz o zigoto em clivagem para a cavidade uterina. OVÁRIOS Os ovários são glândulas reprodutivas em formato de amêndoa, localizados próximos às paredes pélvicas laterais, de cada lado do útero. Os ovários produzem os oócitos; estrogênio e progesterona, os hormônios responsáveis pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias e pela regulação da gestação. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO PUBERAL NA ADOLESCENCIA A puberdade é um período da adolescência que se caracteriza pelas mudanças biológicas que ocorrem nessa fase da vida. Com duração de cerca de dois a quatro anos, ela é marcada por: crescimento esquelético linear; alteração da forma e composição corporal; desenvolvimento de órgãos e sistemas e desenvolvimento de gônadas e caracteres sexuais secundários. A adolescência compreende a faixa etária situada entre os dez e vinte anos incompletos, segundo a Organização Mundial de Saúde, e se constitui como uma fase crítica do processo de crescimento e desenvolvimento humano, marcada por numerosas transformações relacionadas aos aspectos físicos, psíquicos e sociais do indivíduo. Sabe-se que a ativação puberal, se inicia após a reativação de neurônios hipotalâmicos, que secretam, de uma maneira pulsátil bastante específica, o hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH). A secreção desse resulta na consequente liberação também pulsátil dos hormônios luteinizante (LH) e folículo- estimulante (FSH) pela glândula hipófise. Isso ocorre inicialmente durante o sono e, mais tarde, estabelece-se em ciclo circadiano. Fatores climáticos, socioeconômicos, hormonais, psicossociais e, sobretudo, nutricionais são alguns dos interferentes do processo de crescimento e desenvolvimento. Nas pessoas com menor nível socioeconômico o desenvolvimento sexual é mais tardio. CRESCIMENTO ESQUÉLETICO LINEAR Se faz necessária a analise da curva de velocidade de crescimento. Nessa fase da vida, o adolescente apresenta grande aquisição pôndero- Concepção e Formação do Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO estatural, ganhando cerca de 50% do seu peso adulto e 20% de sua estatura final. A observação da curva de velocidade de crescimento permite a identificação de três momentos fundamentais do crescimento humano: • FASE 1- Lactância • FASE 2 – Infância propriamente dita • FASE 3 – Puberdade O estirão de crescimento ou estirão puberal é composto, portanto, pelo período de aceleração da velocidade de crescimento (VC), até atingir um valor de pico (PVC), e subsequente desaceleração até o término do crescimento. O PVC no sexo masculino pode chegar a valores de 10-12 cm/ano e, no sexo feminino, de 8-10 cm/ano; ALTERAÇÃO DA FORMA E DA COMPOSIÇÃO CORPORAL A forma do corpo de um bebê ou de uma criança não permite a diferenciação masculino/ feminino, aspecto que se torna nítido durante a puberdade. O depósito de gordura nas meninas ocorre principalmente na região das mamas e dos quadris, e confere um aspecto característico do corpo feminino. Nos homens, o crescimento do diâmetro biacromial (entre ombros), conferindo relação biacromial/bi-ilíaco elevada, associado ao desenvolvimento muscular na região da cintura escapular, define a forma masculina. DESENVOLVIMENTO DE TODOS OS ÓRGÃOS E SISTEMAS Com exceção do tecido linfoide, que apresenta involução progressiva a partir da adolescência, e do tecido nervoso (praticamente com todo o seu crescimento já estabelecido), todos os órgãos e sistemas se desenvolvem durante a puberdade, sobretudo os sistemas cardiocirculatório e respiratório. DESENVOLVIMENTO GONADAL E DAS CARACTERÍSTICAS SEXUAIS SECUNDÁRIAS Nota-se a influência de fatores hereditários nos eventos puberais, sobretudo no tocante à variabilidade de tais fenômenos e à sua magnitude, a exemplo das características de pilosidade, tamanho das mamas e idade de ocorrência da primeira menstruação (menarca). No sexo feminino se inicia sempre antes as modificações. A primeira manifestação puberal nas meninas é o desenvolvimento do broto ou botão mamário, fenômeno denominado de TELARCA. No sexo masculino, o início clínico da puberdade é marcado pelo aumento do volume testicular, ao atingir quatro centímetros cúbicos (mililitros), o que é raramente percebido pelo próprio adolescente. O desenvolvimento gonadal é marcante nesse período e culmina com o desenvolvimento da capacidade reprodutiva completa do adolescente. A sequência do desenvolvimento das características sexuais secundárias no adolescente foi sistematizada por Tanner, em 1962. Considerando-se o desenvolvimento mamário (M) e a pilosidade pubiana (P) para o sexo feminino, e o desenvolvimento da genitália externa (G) e da pilosidade pubiana (P) para o sexo masculino. DESENVOLVIMENTO MAMÁRIO – SEXO FEMININO M1 - Mama infantil, com elevação somente da papila. M2 - Broto mamário. Forma-se uma saliência pela elevação da aréola e da papila. O diâmetro da aréola aumenta e há modificação na sua textura. Há pequeno desenvolvimento glandular subareolar. M3 - Maior aumento da mama e da aréola, sem separação dos seus contornos. O tecido mamário extrapola os limites da aréola. M4 - Maior crescimento da mama e da aréola, sendo que esta forma uma segunda saliência acima do contorno da mama (duplo contorno). M5 - Mama de aspecto adulto, em que o contorno areolar novamente é incorporado ao contorno da mama. DESENVOLVIMENTO GENITAL – SEXO MASCULINO G1 - Testículos, escroto e pênis de tamanho e proporções infantis. G2 - Aumento inicial do volume testicular (3-4 ml). Pele do escroto muda de textura e torna-se avermelhada. Aumento do pênis pequeno ou ausente. G3 - Crescimento do pênis em comprimento. Maior aumento dos testículos e do escroto. G4 - Aumento do pênis, principalmente em diâmetro e desenvolvimento da glande. Maior crescimento de testículos e escroto, cuja pele torna-se mais enrugada e pigmentada. G5 - Desenvolvimento completo da genitália, que assume características adultas. PILOSIDADE PUBIANA – SEXOS FEMININO E MASCULINO P1 - Ausência de pelos pubianos. Pode haver uma leve penugem, semelhante à observada na parede abdominal. P2 - Aparecimento de pelos longos e finos, levemente pigmentados, lisos ou pouco encaracolados, ao longo dos grandes lábios e na base do pênis. Concepção e Formaçãodo Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO P3 - Maior quantidade de pelos, agora mais grossos, escuros e encaracolados, espalhando-se esparsamente na região pubiana. P4 - Pelos do tipo adulto, cobrindo mais densamente a região pubiana, mas sem atingir a face interna das coxas. P5 - Pilosidade pubiana igual à do adulto, em quantidade e distribuição, invadindo a face interna da coxa. Obs. Algumas pessoas apresentam extensão dos pelos pela linha alba, acima da região pubiana, constituindo-se o estágio P6. GAMETOGÊNESE A gametogênese (formação dos gametas) é o processo de formação e desenvolvimento das células germinativas especializadas, os gametas (oócitos/espermatozoides) a partir de células precursoras bipotentes. Esse processo, que envolve os cromossomos e o citoplasma dos gametas, prepara essas células para a fecundação. Um cromossomo é definido pela presença de um centrômero, uma constrição de uma porção do cromossomo. Antes da replicação do DNA na fase S do ciclo celular, os cromossomos existem como cromossomos de cromátide única. Uma cromátide consiste em filamentos paralelos de DNA. Após a replicação do DNA, os cromossomos tornam-se cromossomos de cromátides duplas. →GAMETOGÊNESE NORMAL: conversão de células germinativas em gametas (células sexuais). Os esquemas comparam a espermatogênese e a oogênese. Note que: (1) Após duas divisões meióticas, o número diploide de cromossomos, 46, é reduzido a número haploide, 23. (2) Quatro espermatozoides se formam a partir de um espermatócito primário, enquanto apenas um oócito maduro resulta da maturação de um oócito primário. (3) O citoplasma é conservado durante a oogênese para formar uma célula grande, o oócito maduro. Os corpos polares são células pequenas não funcionais que se degeneram. →"Tanto a espermatogênese quanto a ovogênese envolvem processos de mitose e meiose (processos de divisão celular). →A meiose, processo que reduz a quantidade de material genético, é fundamental para a manutenção da quantidade adequada de cromossomos da espécie. MEIOSE • Possibilita a constância do número cromossômico de geração a geração pela redução do número cromossômico de diploide para haploide, produzindo, assim, gametas haploides. • Permite o arranjo aleatório dos cromossomos materno e paterno entre os gametas. • Reposiciona os segmentos dos cromossomos materno e paterno, por meio de cruzamento de segmentos cromossômicos, que “embaralham” os Concepção e Formação do Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO genes, produzindo a recombinação do material genético. →GAMETOGENESE ANORMAL: Distúrbios da meiose durante a gametogênese, tais como a não disjunção, resultam na formação de gametas anormais cromossomicamente. Se envolvidos na fecundação, esses gametas com anormalidades cromossômicas numéricas causam um desenvolvimento anormal, como ocorre em crianças com a síndrome de Down. ESPERMATOGÊNESE A espermatogênese é a sequência de eventos pelos quais as espermatogônias (células germinativas primordiais) são transformadas em espermatozoides maduros; esse processo começa na puberdade. As espermatogônias permanecem quiescentes nos túbulos seminíferos dos testículos durante os períodos fetal e pós-natal. Elas aumentam em número durante a puberdade. Após várias divisões mitóticas, as espermatogônias crescem e sofrem modificações. As espermatogônias são transformadas em espermatócitos primários, as maiores células germinativas nos túbulos seminíferos dos testículos. Cada espermatócito primário sofre, em seguida, uma divisão reducional – a primeira divisão meiótica – para formar dois espermatócitos secundários haploides, que possuem aproximadamente metade do tamanho do espermatócito primário. Em seguida, os espermatócitos secundários sofrem a segunda divisão meiótica para formar quatro espermátides haploides, que são aproximadamente a metade do tamanho dos espermatócitos secundários. As espermátides (células em estágio avançado de desenvolvimento) são transformadas gradualmente em quatro espermatozoides maduros pelo processo conhecido como espermiogênese. O processo completo, incluindo a espermiogênese, demora cerca de dois meses para acontecer. →Quando a espermiogênese é completada, os espermatozoides entram na luz dos túbulos seminíferos. ➔As células de Sertoli revestem os túbulos seminíferos, sustentam e participam da nutrição das células germinativas (espermatozoides/oócito) e estão envolvidas na regulação da espermatogênese. Os espermatozoides são transportados passivamente dos túbulos seminíferos para o epidídimo, onde são armazenados e tornam-se funcionalmente maduros durante a puberdade. O epidídimo é um ducto longo e espiralado. No seguimento do epidídimo vem o ducto deferente, que transporta os espermatozoides para a uretra. Os espermatozoides maduros são células ativamente móveis, que nadam livremente, constituídos por uma cabeça e uma cauda. O colo do espermatozoide é a junção entre a cabeça e a cauda. A cabeça do espermatozoide forma a maior parte dele e, é onde se localiza o núcleo. Os dois terços anteriores da cabeça são cobertos pelo ACROSSOMA, uma organela sacular em forma de capuz que contém várias enzimas. Quando liberadas, as enzimas facilitam a dispersão das células foliculares da corona radiata e a penetração do espermatozoide na zona pelúcida durante a fecundação. ➔A cauda do espermatozoide consiste em três segmentos: a peça intermediária, a peça principal e a peça terminal. →A peça intermediária da cauda contém mitocôndrias que fornecem o trifosfato de adenosina (ATP), necessário para fornecer energia requerida para a motilidade do espermatozoide. OOGÊNESE A oogênese é a sequência de eventos pelos quais as oogônias (células germinativas primordiais) são transformadas em oócitos maduros. Todas as oogônias se desenvolvem em oócitos primários antes do nascimento; nenhuma oogônia se desenvolve após o nascimento. A oogênese continua até a menopausa, que é a interrupção permanente do ciclo menstrual. Concepção e Formação do Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO MATURAÇÃO PRÉ-NATAL DOS OÓCITOS Durante a vida fetal inicial, as oogônias proliferam por mitose (duplicação das células), um tipo especial de divisão celular. As oogônias (células sexuais primordiais) crescem e se tornam os oócitos primários antes do nascimento; por essa razão. Assim que o oócito primário se forma, células do tecido conjuntivo o circundam e formam uma única camada de células achatadas, as células foliculares. O oócito primário circundado por essa camada de células foliculares, constitui o folículo primário. Conforme o oócito primário cresce durante a puberdade, as células foliculares se tornam cúbicas e depois cilíndricas, formando, assim, o folículo primário. O oócito primário é logo envolvido por um material glicoproteico acelular e amorfo, a zona pelúcida. A microscopia eletrônica de varredura da superfície da zona pelúcida revela um aspecto regular de trama com fenestrações intrincadas. Os oócitos primários iniciam a primeira divisão meiótica antes do nascimento, mas o término da prófase não ocorre até a adolescência (começando com a puberdade). As células foliculares que envolvem o oócito primário secretam uma substância, conhecida como inibidor da maturação do oócito, que mantém estacionado o processo meiótico do oócito. MATURAÇÃO PÓS-NATAL DOS OÓCITOS Esta etapa se inicia na puberdade, quando geralmente um folículo ovariano amadurece a cada mês e ocorre a ovulação (liberação do oócito do folículo ovariano), exceto quando contraceptivos orais são utilizados. A longa duração da primeira divisão meiótica (até 45 anos) pode ser responsável, em parte, pela alta frequência de erros meióticos, tais como a não disjunção (falha na separação das cromátides irmãs de um cromossomo), que ocorre com o aumento da idade materna. Os oócitos primáriosna prófase suspensa (dictióteno) são vulneráveis aos agentes ambientais como a radiação. Nenhum oócito primário se forma após o nascimento, o que contrasta com a produção contínua de espermatócitos primários. Os oócitos primários permanecem em repouso nos folículos ovarianos até a puberdade. Quando um folículo matura, o oócito primário aumenta de tamanho e, imediatamente, antes da ovulação, completa a primeira divisão meiótica para dar origem ao oócito secundário e ao primeiro corpo polar. Diferentemente do estágio correspondente na espermatogênese, a divisão do citoplasma é desigual. O oócito secundário recebe quase todo o citoplasma e o primeiro corpo polar recebe muito pouco. O corpo polar é uma célula minúscula destinada à degeneração. Na ovulação, o núcleo do oócito secundário inicia a segunda divisão meiótica, mas ela progride somente até a metáfase, quando a divisão é interrompida. Se um espermatozoide penetra o oócito secundário, a segunda divisão meiótica é completada, e a maior parte do citoplasma é novamente mantida em uma célula: o oócito fecundado. A outra célula, o segundo corpo polar, também é formada e irá se degenerar. Assim que os corpos polares são expelidos, a maturação do oócito está completa. Existem cerca de 2 milhões de oócitos primários nos ovários de uma menina recém- nascida, mas a maioria deles se degeneram durante a infância, de modo que na adolescência restam não mais que 40.000 oócitos primários. Destes, somente cerca de 400 se tornam oócitos secundários e são liberados na ovulação durante o período reprodutivo. Somente alguns desses oócitos, se algum, tornam- se maduros e são fecundados. O número de oócitos liberados é bastante reduzido em mulheres que tomam contraceptivos orais porque os hormônios contidos neles impedem a ovulação. → A idade biológica materna considerada ideal para a reprodução é geralmente entre 18 e 35 anos. CICLOS REPRODUTIVOS FEMININOS Iniciando-se na puberdade (10 a 13 anos de idade), as mulheres passam por ciclos reprodutivos (ciclos sexuais), que envolvem a atividade do hipotálamo do encéfalo, da glândula hipófise, dos ovários, do útero, das tubas uterinas, da vagina e das glândulas mamárias. Esses ciclos mensais preparam o sistema genital para a gestação. O hormônio liberador de gonadotrofina é sintetizado pelas células Concepção e Formação do Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO neurossecretoras do hipotálamo. Esse hormônio é transportado pela rede de capilares da circulação porta hipofisária (sistema porta hipofisário), para o lobo anterior da glândula hipófise. O hormônio estimula a liberação de dois hormônios hipofisários produzidos por essa glândula e que atuam nos ovários: • O hormônio folículo-estimulante (FSH) estimula o desenvolvimento dos folículos ovarianos e a produção de estrogênio pelas células foliculares. • O hormônio luteinizante (LH) age como um “disparador” da ovulação (liberação do oócito secundário) e estimula as células foliculares e o corpo lúteo a produzirem progesterona. • Esses hormônios também induzem o crescimento dos folículos ovarianos e do endométrio. NO PERÍODO GERMINATIVO, NA ESPERMATOGÊNESE E NA OOGÊNESE, OCORREM APENAS MITOSES DE CÉLULAS DIPLOIDES! PRIMEIRO SÃO DIPLOIDES E SE DIVIDEM EM HAPLOIDES E APÓS VOLTAM AO NÚMERO 46 DE CROMOSSOMOS DIPLOIDES! Ao final de cada gametogêneses, cada oogônia gera um oocito e cada espermatogônia 4 espermátozoides. CICLO OVARIANO O FSH e o LH produzem mudanças cíclicas nos ovários – o ciclo ovariano – o desenvolvimento dos folículos, a ovulação (liberação de um oócito de um folículo maduro) e a formação do corpo lúteo. Durante cada ciclo, o FSH estimula o desenvolvimento de vários folículos primários em 5 a 12 folículos primários; entretanto, somente um folículo primário normalmente chega ao estágio de folículo maduro e se rompe na superfície ovariana, expelindo seu oócito. DESENVOLVIMENTO FOLICULAR O desenvolvimento de um folículo ovariano caracterizado por: • Crescimento e diferenciação de um oócito primário. • Proliferação das células foliculares. • Formação da zona pelúcida. • Desenvolvimento das tecas foliculares. OVULAÇÃO Por volta da metade do ciclo ovariano, o folículo ovariano, sob influência do FSH e do LH, sofre um repentino surto de crescimento, produzindo uma dilatação cística ou uma saliência na superfície ovariana. Um pequeno ponto avascular, o estigma, logo aparece nessa saliência. Antes da ovulação, o oócito secundário e algumas células do cumulus oophorus se desprendem do interior do folículo distendido. A ovulação é disparada por uma onda de produção de LH. Normalmente, a ovulação acontece de 12 a 24 horas após o pico de LH. A elevação nos níveis de LH, induzida pela alta concentração de estrogênio no sangue, parece causar a tumefação do estigma, formando uma vesícula. O estigma logo se rompe expelindo o oócito secundário junto com o líquido folicular. A expulsão do oócito é o resultado da pressão intrafolicular e possivelmente da contração da musculatura lisa da teca externa (capsular), estimulada pelas prostaglandinas. O oócito secundário expelido está circundado pela zona pelúcida e uma ou mais camadas de células foliculares, organizadas radialmente como uma corona radiata, formando o complexo oócito- cumulus. Os altos níveis de LH também parecem ser responsáveis por induzir o término da primeira divisão meiótica do oócito primário. Portanto, os folículos ovarianos maduros contêm oócitos secundários. A zona pelúcida é composta por três glicoproteínas (ZPA, ZPB, e ZPC), que normalmente formam uma rede de filamentos com múltiplos poros. A ligação do espermatozoide com a zona pelúcida (interação espermatozoide oócito) é um evento complexo e crítico durante a fecundação. Concepção e Formação do Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO CORPO LÚTEO Logo após a ovulação, as paredes do folículo ovariano e da teca folicular colapsam e se tornam pregueadas. Sob a influência do LH, elas formam uma estrutura glandular, o corpo lúteo, que secreta progesterona e alguma quantidade de estrogênio, o que leva as glândulas endometriais a secretarem e, assim, o endométrio se prepara para a implantação do blastocisto. Se o oócito é fecundado, o corpo lúteo cresce e forma o corpo lúteo gestacional e aumenta a produção de hormônios. A degeneração do corpo lúteo é impedida pela ação da gonadotrofina coriônica humana, um hormônio secretado pelo sinciciotrofoblasto do blastocisto. O corpo lúteo gestacional permanece funcionalmente ativo durante as primeiras 20 semanas de gestação. Nesse momento, a placenta assume a produção de estrogênio e de progesterona necessária para a manutenção da gestação. Se o oócito não é fecundado, o corpo lúteo involui e se degenera 10 a 12 dias após a ovulação. Ele é, então, chamado corpo lúteo menstrual. O corpo lúteo, em seguida, se torna uma cicatriz branca no tecido ovariano, denominada corpo albicans. Os ciclos ovarianos cessam na menopausa, a suspensão permanente da menstruação devido à falência dos ovários. A menopausa normalmente ocorre entre os 48 e os 55 anos de idade. As alterações endócrinas, somáticas (corporais) e psicológicas que ocorrem ao término do período reprodutivo são denominadas de climatéricas. CICLO MENSTRUAL O ciclo menstrual é o período durante o qual o oócito amadurece, é ovulado e entra na tuba uterina. Os hormônios produzidos pelos folículos ovarianos e pelos corpos lúteos (estrogênio e progesterona) produzem mudanças cíclicas no endométrio. Essas mudanças mensais na camada interna do útero constituem o ciclo endometrial, mais comumente chamado de ciclo (período) menstrual, porque a menstruação (fluxo sanguíneo do útero) é evidente. O endométrio é um “espelho” do ciclo ovariano porque ele responde de maneira consistente às flutuações de concentrações de hormônios gonadotróficos e ovarianos. O tempomédio do ciclo menstrual é de 28 dias, sendo o primeiro dia do ciclo determinado quando se inicia o fluxo menstrual. Os ciclos menstruais normalmente variam em extensão por vários dias. Em 90% das mulheres, a duração do ciclo varia entre 23 e 35 dias. Quase todas essas variações resultam de alterações na duração da fase proliferativa do ciclo menstrual. FASES DO CICLO MENSTRUAL As alterações nos níveis de estrogênio e progesterona causam mudanças cíclicas na estrutura do sistema genital feminino, notadamente no endométrio. O ciclo menstrual é um processo contínuo; cada fase passa gradualmente para a fase seguinte. FASE MENSTRUAL A camada funcional da parede uterina desintegra-se e é expelida no fluxo menstrual ou menstruação (sangramento mensal), que normalmente dura 4 a 5 dias. O sangue descartado pela vagina está misturado a pequenos fragmentos de tecido endometrial. Após a menstruação, o endométrio erodido fica delgado. FASE PROLIFERATIVA Esta fase, que dura aproximadamente 9 dias, coincide com o crescimento dos folículos ovarianos e é controlada pelo estrogênio secretado pelos folículos. Nesta fase de reparo e proliferação ocorre um aumento de duas a três vezes na espessura do endométrio e no seu conteúdo de água. No início desta fase, a superfície do epitélio se refaz e recobre o endométrio. As glândulas aumentam em número e comprimento e as artérias espiraladas se alongam. FASE SECRETORA OU LÚTEA A fase secretora ou fase lútea, dura aproximadamente 13 dias e coincide com a formação, o funcionamento e o crescimento do corpo lúteo. A progesterona produzida pelo corpo lúteo estimula o epitélio glandular a secretar um material Concepção e Formação do Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO rico em glicogênio. As glândulas se tornam grandes, tortuosas e saculares, e o endométrio se espessa devido à influência da progesterona e do estrogênio produzidos pelo corpo lúteo e também por causa do aumento de fluido no tecido conjuntivo. Conforme as artérias espiraladas crescem na camada compacta superficial, elas se tornam mais tortuosas. A rede venosa torna-se mais complexa e ocorre o desenvolvimento de grandes lacunas (espaços venosos). As anastomoses arteriovenosas são características importantes desse estágio. Se a fecundação não ocorrer: • O corpo lúteo se degenera. • Os níveis de estrogênio e progesterona diminuem e o endométrio secretor entra na fase isquêmica. • Ocorre a menstruação. FASE ISQUÊMICA A fase isquêmica ocorre quando o oócito não é fecundado; as artérias espiraladas se contraem, dando ao endométrio uma aparência pálida. Essa constrição é resultado da diminuição da secreção de hormônios, principalmente a progesterona, devido à degradação do corpo lúteo. Além das alterações vasculares, a queda hormonal provoca a parada da secreção glandular, a perda de fluido intersticial e um importante adelgaçamento do endométrio. No fim da fase isquêmica, as artérias espiraladas se contraem por longos períodos, isso provoca estase venosa (congestão e diminuição da circulação venosa) e necrose isquêmica (morte) dos tecidos superficiais. Finalmente, ocorre a ruptura das paredes dos vasos lesionados e o sangue penetra o tecido conjuntivo adjacente. Pequenas lacunas de sangue se formam e se rompem na superfície endometrial, resultando em sangramento para a cavidade uterina e através da vagina. À medida que pequenos fragmentos de endométrio se destacam e caem dentro da cavidade uterina, as extremidades das artérias sangram para a cavidade, levando à perda de 20 a 80 mL de sangue. Por fim, 3 a 5 dias depois, toda a camada compacta e a maior parte da camada esponjosa do endométrio são eliminadas na menstruação. Os remanescentes das camadas esponjosa e basal permanecem para que se regenerem durante a fase proliferativa subsequente do endométrio. Torna-se óbvio, por meio das descrições anteriores, que a atividade hormonal cíclica do ovário está intimamente ligada às mudanças histológicas do endométrio. EIXO HIPOTÁLAMO HIPÓFISE GONADAL A maior parte do controle das funções sexuais começa com a secreção do hormônio liberador de gonadotrofina GnRH, pelo hipotálamo esse hormônio estimula a adeno-hipófise a secretar o hormônio luteinizante LH e o hormônio folículoestimulante FSH. O GnRH é secretado pelos neurónios cujo cujos corpos celulares estão localizados no núcleo arqueado do hipotálamo, essas terminações encontram-se na eminência mediana do hipotálamo e é liberado no sistema vascular portal hipotalâmico hipofisário. ➔A testosterona apresenta mecanismo de feedback negativo sobre o hipotálamo diminuindo a secreção de GnRH, o que posteriormente diminui a secreção de LH e FSH pela hipófise. SISTEMA MASCULINO LH: estímulo primário para a secreção de testosterona pelos testículos em ponto, FSH: estimula a espermatogênese; Testosterona: aumento do tamanho do pênis, escroto e testículos, estimula os folículos pilosos e glândulas sebáceas, aumento da massa muscular, ampliam a laringe, mudança na voz, desenvolvimento fetal; A testosterona é secretada pela células de Leyding nos testículos, mas apenas quando estimuladas pelo LH; Assim sempre que a secreção de testosterona eleva se, existe o efeito automático de feedback negativo, esperando por meio do hipotálamo e da hipófise anterior, reduz a secreção de testosterona para os níveis desejados →O FSH liga-se aos receptores específicos as células de sertoli nos túbulos seminíferos que estimula o crescimento celular e a secreção de várias substâncias espermatogênicas; Simultaneamente, a testosterona difundida nas células de leydig nos espaços intersticiais também tem efeito trófico intenso na espermatogênese. →Quando os túbulos seminíferos deixam de produzir espermatozoides, a secreção de FSH pela adeno hipófise aumenta acentuadamente; A causa desse feedback negativo na hipófise anterior seja a secreção de INIBINA Pelas células de sertoli QUE tem ação de inibidor direto intenso na hipótese anterior. A INIBINA produzida nas células de sertoli diminui a secreção de FSH pela hipófise anterior através de feedback negativo, regulando a espermatogênese e a secreção da testosterona; SISTEMA FEMININO Múltiplos centros neuronais no sistema límbico transmite sinais aos núcleos arqueados para modificar tanto a intensidade da liberação de gn RH quanto a frequência dos pulsos, oferecendo assim Concepção e Formação do Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO uma explicação parcial para o fato de fatores psíquicos modificarem a função feminina sexual. Em pequenas quantidades o estrógenio tem forte efeito de inibir a produção de LH e FSH. Esses efeitos de feedback parecem operar basicamente na hipófise anterior de modo direto mas também esperam em menor extensão no hipotálamo, diminuindo a secreção de GnRH em especial alterando a frequência dos pulsos de GnRH. 1- Secreção pós-ovulatória de estrogênio e progesterona e depressão de LH e FSH: entre a ovulação e o início da menstruação o corpo lúteo secreta aumento de progesterona e estrogênio e inibina, que ocasionan um feedback negativo causando supressão de LH e FSH cerca de 3 a 4 dias antes da menstruação reduzindo aos seus níveis mais baixos; 2- Fase de crescimento folicular: após a menstruação, a secreção folicular de FSH começa novamente a aumentar em seguida após dias do início da menstruação a secreção de LH aumenta rapidamente; FSH e LH inicia um crescimento de novos folículos ovarianos atingindo um pico de estrogênio; Durante o crescimento folicular 11-12 dias a secreção de FSH e LH cai ligeiramente devido ao feedback negativo especialmente do estrogênio; Em seguida há aumento de LH subitamente acentuado e em menor extensão de FSH; seria o pico pré- ovulatório de LH e FSH que é seguido pela ovulação. 3- Pico pré-ovulatório de LH e FSH causa a ovulação: após o pico pré-ovulatório o declínio da secreção de FSHe LH chega ao seu fim súbito; devido o aumento de estrogênio nesse momento há um efeito estimulador de feedback positivo na adenohipófise, levando ao grande pico de LH. -O grande excesso de LH leva a ovulação e ao desenvolvimento subsequente do corpo luta o quanto a sua secreção. ELUCIDAR SOBRE O PROCESSO DE FECUNDAÇÃO A fecundação normalmente ocorre na ampola da tuba uterina, embora ela possa ocorrer em outras partes desta tuba. Os oocitos (células germinativas femininas), junto com as células foliculares circundantes secretam sinais químicos que atraem e guiam os espermatozóides capacitados em direção ao oocito. No corpo do útero não ocorre fecundação. Sabe-se que a fecundação é um processo complexo que respeita a ocorrência de eventos sequenciais e coordenados inicialmente com o contato entre um espermatozóide e um óocito e termina com a mistura dos cromossomos maternos e paternos na metáfase da primeira divisão mitótica do zigoto, esse processo de fecundação dura 24 horas. Passagem do espermatozóide através da corona radiata → durante esse processo uma enzima tem um papel muito importante à hialuronidase liberada pela vesícula acrossômica do espermatozóide que tem como função causar dispersão das células foliculares da corona radiada. Além disso, algumas enzimas da mucosa da tuba uterina também parecem auxiliar nesse processo. Os movimentos da cauda do espermatozóide também são importantes durante a apresentação da corona. Penetração da zona Pelúcida→ a formação dessa passagem também é resultado da ação de enzimas acrossómica: acrosina, esterases e neuraminidase. A acrosina é a mais importante, mais sendo o principal responsável pela dissolução da zona pelúcida. Reação zonal →após a penetração do espermatozóide na zona pelúcida, ocorre alterações nas propriedades da zona pelúcida tornando-a impermeável a outros espermatozóides. Chamado assim reação zonal. Fusão das membranas plasmáticas do oocito e do espermatozoide→ essas membranas se fundem permitindo que a cabeça e a cauda do espermatozóide entre no citoplasma do oocito. A membrana celular espermática e as mitocôndrias ficam para trás. Término da segunda divisão meiótica do ovócito e formação do pronúcleo feminino→ após a penetração do espermatozoide o ovócito é ativado e termina a segunda divisão meiótica, formando oocito maduro e um segundo corpo polar. Dando segmento os cromossomos maternos são descondensados e o núcleo do oocito se torna o pronúcleo feminino. Formação do pronúcleo masculino→ o núcleo do espermatozóide dentro do citoplasma do oocito, aumenta seu tamanho para formar o pronúcleo masculino. A cauda do espermatozoide é degenerada nessa fase. Durante o crescimento dos pronúcleos eles replicam seu DNA haploide com 2 cromátides, neste contexto o oocito contendo 2 pronúcleos haplóides é denominado oótide. Fusão dos pró núcleos→ quando esse evento acontece forma-se um único agregado diplóide de cromossomos e a oótide se torna um zigoto os cromossomos se organizam em um fuso de clivagem, em preparação para as divisões futuras. Concepção e Formação do Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO →O sexo cromossômico do embrião é determinado na hora da fecundação e depende do tipo do espermatozóide que fecunda oócito. O espermatozóide que carrega o cromossomo x do zigoto XX -feminino mas quando é um cromossomo y reproduz um zigoto XY -masculino. FECUNDAÇÃO: • Estimula oócito a completar a segunda divisão meiótica; • Restaurar o número diplóide normal dos cromossomos 46 no ZIGOTO; • Resulta na variação da espécie humana; • Determina o sexo cromossômico do embrião; • Causa ativação metabólica da oótide de inicia clivagem do zigoto; Tecnologia de reprodução assistida→ a fertilização in vitro FIV de oócitos e a transferência de zigoto em clivagem para o útero oferece uma oportunidade para mulheres estéreis da à luz. SEGMENTAÇÃO O zigoto formado sofrerá divisões mitóticas repetidas, resultando em um aumento rápido do número de células -blastômeros. A clivagem ocorre conforme o zigoto passa pela tuba uterina e as células vão se tornando menores a cada divisão. A divisão do zigoto em blastômeros se inicia aproximadamente 30 horas após a fecundação após atingirem o número de 8 células, ocorrem mudanças na forma dos blastômeros, sendo agrupadas uns aos outros para formar uma bola compacta de células. Esse fenômeno é conhecido como compactação, é mediado por glicoproteínas de adesão de superfície celular. Sabe se que a compactação é um evento necessário para que ocorra a separação das células internas, que formam o embrioblasto uma massa interna do blastócisto. Quando a divisão chega a 12 -32 blastômeros o embrião em desenvolvimento é chamado de mórula. A formação da mórula se inicia cerca de 3 dias após a fecundação e é nesse estágio que o embrião chega ao útero. Formação do blastócito→ após a mórula alcançar a cavidade uterina, cerca de 4 dias após a fecundação, surge no seu interior um espaço preenchido por líquido, a cavidade blastocistica. Esse líquido é proveniente da cavidade uterina, passando pela zona pelúcida para formar esse espaço. Observa-se a importância desse líquido pois conforme ele aumenta na cavidade blastocistica, há a separação do blastômeros em 2 partes (trofoblasto e embrioblasto ). Uma proteína imunossupressora secretária pelas células trofoblásticas, o fator de gestação inicial, aparece no soro materno com 24 48 horas após a implantação ponto sendo esse fator, a base do teste de gravidez nos primeiros dias de desenvolvimento bom Durante este estágio de desenvolvimento, conhecido como blastogênese, o concepto é chamado de blastocisto. diante disso após 2 dias da formação do blastócisto a zona pelúcida é degenerada e desaparece gradualmente .Cerca de 6 dias após a fecundação o blastócisto se adere ao epitélio endometrial, quando o trofoblasto se prolífera Concepção e Formação do Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO rapidamente e se diferencia em 2 camadas interna- citotrofoblasto e externa- sincíciotrofoblasto. EXPLICAR OS TIPOS DE METODOS CONTRACEPTIVOS E SUAS INDICAÇÕES E CONTRA INDICAÇÕES A anticoncepção é um conjunto de métodos e técnicas utilizadas com o intuito de impedir a gravidez. A partir da década de 1996 pela Lei n. 9263, o planejamento familiar foi oficialmente empregado no Brasil. O planejamento familiar corresponde ao recurso que permite ao casal a decisão do número de filhos e intervalo entre as gestações que desejam, de maneira programada e consciente. A maioria desses métodos são oferecidos pelo- Sistema Único de Saúde (SUS), difundindo assim o emprego planejamento familiar. Os métodos contraceptivos podem ser agrupados de diferentes maneiras, como o tipo de método, o potencial de reversibilidade e de acordo com a sua efetividade. Quando se considera a efetividade do método, podemos dividi-lo em: • métodos de primeira linha que são mais efetivos, no qual não é necessário a motivação de uso pela paciente; • métodos de segunda linha, muito efetivos, no qual precisam de atenção da paciente em relação ao uso correto; • métodos de terceira linha que são efetivos e incluem os métodos de barreira e percepção das mudanças corporais; • e os métodos de quarta linha que são menos efetivos, onde se encontram os espermicidas e o coito interrompido. METODOS COMPORTAMENTAIS São eles: • Tabelinha (OGINO-KNAUS) • Temperatura basal • Billings (muco cervical) • Sinto térmico • Coito interrompido CRITERIOS DE ELEGIBILIDADE- OMS MÉTODOS DE BARREIRA São métodos que formam uma barreira entre os espermatozoides e a cavidade uterina, impedindo a fecundação. O nível de eficiência desses métodos varia entre 2 a 6%, a depender se seu uso é correto. Todos os métodos de barreira, além do efeito contraceptivo, também reduzem a transmissão de ISTs.PRESERVATIVOS (CAMISINHA) Dentre os métodos de barreira os preservativos são os mais utilizados. Existem preservativos masculinos e femininos que podem ser feitos de látex ou poliuretrano. Sua taxa de falha geralmente está ligada ao uso incorreto. Além do efeito contra- ceptivo, é o método mais eficaz de prevenção de ISTs. Além disso, está associado a redução de neoplasias do colo do útero pela diminuição da transmissão do papilomavírus humano (HPV). Por isso, é indicado o seu uso em associação com outros métodos. O preservativo feminino é feito de poliuretano ou látex sintético e tem um anel flexível em cada extremidade. O anel aberto fica fora do canal vaginal e o anel fechado interno é colocado no espaço entre a sínfise e o colo uterino. Concepção e Formação do Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO DIAFRAGMA O diafragma é um disco de borracha ou látex, colocado na vagina, recobrindo colo do útero para impedir a entrada de espermatozoides. Possui vários tamanhos, por isso, antes do início do uso, é necessária uma consulta com o ginecologista para ser indicado o tamanho mais adequado para a paciente. ESPERMICIDA Os espermicidas são substâncias em forma de tabletes de espuma, geleia ou creme que provocam a ruptura da membrana das células dos espermatozoides matando-os ou retardando sua passagem pelo canal cervical. É recomendado o seu uso apenas em associação com outros métodos contraceptivos, como o diafragma. No entanto, não deve ser usada com preservativos masculinos, pois pode aumentar o risco de contaminação pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). DISPOSITIVOS INTRAUTERINOS (DIUS) Os DIUs, junto com o implante de etonogestrel, faz parte dos LARCs (Long acting reversible contraceptives) que são os contraceptivos de longa duração. Consistem em um objeto de formato variável que é inserido na cavidade uterina. Eles são amplamente difundidos como métodos contraceptivos reversíveis, possuem pequenas axas de falha e descontinuidade, poucas contraindicações e têm um ótimo custo-benefício. No Brasil, os dois DIUs utilizados são o dispositivo intrauterino de cobre (DIU-Cu) e o sistema intrauterino liberador de levonogestrel (SIU de levonogestrel). DIU DE COBRE O DIU-Cu é o dispositivo mais utilizado no Brasil, sendo o único LARC fornecido pelo SUS no Brasil. Tem formato de T, é feito de um fio de prata corado com cobre e pode ser eficaz de 10 a 12 anos a depender da literatura. O DIU-Cu age por meio da indução de uma reação de corpo estranho, levando à inflamação, visto que o cobre induz a liberação de interleucinas e citocinas que têm ação espermicida. Além disso, leva a mudanças bioquímicas e morfológicas no endométrio, além de produzir modificações no muco cervical e alterar a espermomigração e transporte do óvulo. SIU DE LEVONORGESTREL (SIU- LNG) - DIU DE PROGESTERONA O SIU- LNG, também conhecido pelo nome comercial Mirena, é um dispositivo de poliuretrano em forma de T que libera 20 mcg levonorgestrel por dia. Tem validade de cerca de 5 anos, apesar de alguns estudos admitirem até 7 anos. Funciona levando ao efeito a atrofia do endométrio, tornando o muco cervical espesso e dificultando a espermo migração e motilidade tubária. Além disso, provoca a reação inflamatória de corpo estranho, como o DIU de cobre. Possui o benefício: de reduzir a dismenorreia e causar amenorreia em alguns casos. No entanto, em algumas pacientes pode levar a cefaleia, mastalgia, acne, depressão, cisto ovarianos funcionais e spotting (sangramento uterino irregular). Além de ter as mesmas contraindicações do DIU de cobre (ver em quadro acima), →o SIU-LNG não é recomendado em mulheres com câncer de mama atual ou prévio, tumor hepático, trombose venosa profunda ou tromboembolismo pulmonar atual, lúpus eritematoso sistêmico com anticorpo antifosfolipídeo positivo ou desconhecido. Além disso, não é indicada a continuidade do uso em pacientes que iniciaram quadro de enxaqueca com aura. Apesar de raro, pode levar à expulsão, dor ou sangramento, perfuração uterina, infecção e gravidez ectópica. →O melhor momento para ser inserido é durante a menstruação, pois nesse período o colo do útero está mais pérvio, facilitando a inserção. A contracepção é imediata e pode ser colocado em qualquer idade, inclusive em pacientes sem prole constituída. CONTRACEPÇÃO HORMONAL Os contraceptivos hormonais são métodos extremamente difundidos e eficazes. No entanto, seu índice de sucesso depende fundamentalmente da paciente. Com isso, na prática seu índice de falhas aumenta consideravelmente decorrente do Concepção e Formação do Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO uso incorreto, chegando a taxas de gravidez no primeiro ano de uso entre 3 e 9 por 100 usuárias. Dentre esses contraceptivos os mais conhecidos são: contraceptivos orais combinados (COCs), contraceptivos contendo apenas progestogênio (COPs) e contraceptivos com estrogênios e/ou progestogênios de uso sistêmico por injeção, adesivo transdérmico ou anel intravaginal. CONTRACEPTIVOS HORMONAIS COMBINADOS (CHCS) Os CHCs possuem a combinação de um estrogênio e um progestogênio no mesmo método. Desse grupo fazem parte as pílulas contraceptivas de uso oral, o injetável mensal, o adesivo transdérmico e o anel intravaginal. →O mecanismo de ação dos CHCs ocorre pela inibição da ovulação. Vamos relembrar, no ciclo menstrual o hormônio folículo estimulante (FSH) é responsável pelo recrutamento e desenvolvimento folicular. Já o hormônio luteinizante (LH) é o responsável pela ovulação. O componente de estrogênio dos CHCs inibe o FSH, enquanto que o progestogênio age inibindo o LH. Ora, se esses dois hormônios estão bloqueados, não pode ocorrer recrutamento folicular, amadurecimento do folículo dominante e nem ovulação. Além disso, a progesterona presente nesses contraceptivos torna o muco cervical espesso, dificultando a espermomigração, reduz a motilidade tubária e ainda tem efeito antiproliferativo no endométrio. Já o estrogênio contido na formulação estabiliza o endométrio, reduzindo os sangramentos e aumenta a produção hepática da globulina carreadora de hormônios sexuais (SHBG), reduzindo a fração livre de testosterona. Sabendo disso, fica fácil elencar vários benéficos dos CHCs: INJETÁVEL MENSAL Os anticoncepcionais hormonais combinado injetável são utilizados mensalmente. Os mais utilizados são o de valerato de estradiol com enantato de noretisterona, e o cipionato de estradiol com acetato de medroxiprogesterona. É indicado para pacientes que possuem dificuldade de aderir pílula anticoncepcional. ANEL VAGINAL Esse método contraceptivo combinado que possui o formato de um anel transparente e flexível e contém 2,7 mg de etinilestradiol e 11,7 mg de etonogestrel. O anel vaginal libera cerca de 15 μg de etinilestradiol/dia e 120 μg de etonogestrel/dia. Deve ser colocado em forma de “8” no fundo vaginal entre o primeiro e o quinto dia do ciclo menstrual. O dispositivo permanece por três semanas consecutivas, faz-se uma pausa de sete dias, quando ocorre o sangramento e recoloca um novo dispositivo ao final da pausa. ADESIVO TRANSDÉRMICO O adesivo transdérmico contém uma camada interna hormonal e uma camada externa resistente à água. Ele libera diariamente 30 μg de EE e 150 μg de norel- gestromina, que, após metabolismo hepático, se transforma em levonorgestrel. O adesivo deve ser Concepção e Formação do Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO aplicado na pele limpa, podendo ser colocado nas nádegas, parte externa do braço, abdome inferior ou região superior do dorso, evitando as mamas. CONTRACEPTIVOS APENAS DE PROGESTOGÊNIO (COPS) Esses contraceptivos possuem como hormônio apenas a progesterona. Dentro desse grupo está a pílula de progesterona isolada, o injetável trimestral, o implante subdérmico e o SIU de levonorgestrel. As principais contraindicações desse métodoestão descritas no quadro abaixo. PÍLULA DE PROGESTERONA ISOLADA Esses contraceptivos podem ser compostos por desogestrel, acetato de noretindrona e levonorgestrel. Minipílula: Os contraceptivos compostos por acetato de noretindrona e levonorgestrel são também conhecidos como minipílulas e podem ser utilizados em pacientes em aleitamento e na perimenopausa. Essas medicações promovem efeito contraceptivo através do espessamento do muco cervical e inibição da implantação do embrião no endométrio. Não possuem efeitos anovulatórios. Nesse caso, o uso de minipílulas é contínuo e devem ser prescritas no puerpério de mulheres que amamentam seis semanas após o parto. O seu uso deve ser rigoroso, pois após 27 horas da injesta do último comprimido já pode perder o seu efeito. →Uma contraindicação relativa ao uso de anticoncepcionais com progestágeno isolado é o diabetes mellitus gestacional prévio, pois está relacionado ao desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2 nos primeiros dois anos após o parto. DESOGESTREL: Esse contraceptivo é composto por 75 μg de desogestrel e tem a capacidade de inibir a ovulação, por isso, é mais eficaz que as minipílulas. Além disso, torna o muco cervical espesso, dificultando a ascensão dos espermatozoides. Também pode ser indicado durante a amamentação e tem a vantagem de poder ser tomado com atraso de até 12 horas, sem comprometer a sua eficácia. INJETÁVEL TRIMESTRAL O contraceptivo injetável trimestral geralmente é utilizado em pacientes que possuem contraindicação ao uso de estrogênios. Ele bloqueia a ovulação através da inibição do LH, também levando à alteração nas características do muco e atrofia endometrial. Além disso, pode levar à amenorreia e redução da dismenorreia, TPM e câncer endometrial. Como efeitos adversos, pode estar presente o sangramento intermenstrual, edema, ganho de peso, acne, náuseas, mastalgia, cefaleia, alterações do humor e redução da densidade mineral óssea. É aplicado via intramuscular na nádega ou músculo deltoide a cada três meses. IMPLANTE SUBDÉRMICO O implante subdérmico é composto contendo progestágenos como o etonogestrel (Implanon) e o levonorgestrel (Norplant). O primeiro tem duração de 3 anos, enquanto que o segundo dura até 5 anos. Esse dispositivo é implantado na parte subdérmica do antebraço, entre os músculos bíceps e tríceps. Para ser retirado, é preciso pequena incisão sob anestesia local. O implante de levonorgestrel atua inibindo a ação do LH, impedindo a ovulação. Além disso, leva à atrofia endometrial e alteração do muco cervical. Por não apresentar um componente estrogênico que estabiliza o endométrio, pode ocorrer como efeito adverso o spotting. Já o implante de levonorgestrel previne a gestação por meio da ação sobre o muco cervical que se torna impenetrável aos espermatozoides. Também está associado a cefaleia, mastalgia, acne e ganho de peso. Após a remoção do implante, o retorno à fertilidade é rápido, podendo variar em média de 1 a 18 semanas. O implante de etonogestrel tem uso seguro durante a amamentação. CONTRACEPÇÃO CIRÚRGICA A contracepção cirúrgica consiste em método considerado irreversível ou definitivo, podendo ser masculina com a vasectomia ou feminina com a ligadura tubária (LT). Tem grande efetividade com índice de Pearl variando de 0,1 a 0,3 por 100 mulheres/ano. A Lei 9263 de 12/01/1996, também conhecida como Lei do planejamento familiar, regulamenta o seu uso no Brasil, sendo indicado somente nas seguintes situações: • Homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de 25 anos de idade OU, pelo menos, com dois filhos, desde que observado o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico. Concepção e Formação do Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO • Risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, desde que tenha relatório escrito e assinado por dois médicos. Além disso, é vedado a esterilização cirúrgica durante o parto, aborto ou até 42 dias após o parto (ou aborto), exceto nos casos de comprovada necessidade, como: • Cesárias sucessivas anteriores (no mínimo 2); • Doença de base com risco à saúde. → Para fazer a esterilização é necessário o registro da expressa manifestação da vontade da paciente em documento escrito e firmado. Caso seja casada, deve também ter o consentimento do cônjuge e se for incapaz, deve ter a autorização judicial. →Na vasectomia se faz a ligadura do ducto deferente, podendo ser realizado apenas com anestesia local. Lembrem-se que esse procedimento não altera o aspecto do sêmen e não afeta o desempenho sexual. →Na ligadura tubária realiza-se a obstrução do lúmen tubário, principalmente o istmo, seja com fio cirúrgico e/ou secção da trompa, eletrocoagulação ou obstrução mecânica com clips ou anéis. Com isso, se impede o transporte do óvulo e o encontro dos gametas femininos e masculinos. Pode ser realizado tanto por via laparotômica, laparoscópica, vaginal ou histeroscópica. CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA A contracepção de emergência é um método que visa prevenir uma gestação inoportuna após relação sexual. Pode ser indicada no ato sexual desprotegido, falha ou uso inadequado do método contraceptivo em uso ou violência sexual. Os contraceptivos de emergência atuais geralmente são efetivos e seguros, apresentando poucos efeitos adversos. Com isso, reduz a quantidade de abortamentos inseguros e garante o planejamento familiar. O mecanismo de ação desses métodos varia de acordo com o período do ciclo menstrual no qual é utilizado. Se o uso ocorre na primeira fase do ciclo, antes do pico do LH (hormônio luteinizante), ele altera o desenvolvimento folicular, impedindo ou retardando a ovulação. Já quando é usado na segunda fase do ciclo menstrual, ou seja, após a ovulação, ele modifica as características do muco cervical, deixando-o mais viscoso e com isso alteração o transporte dos espermatozoides. Atualmente estão disponíveis vários métodos contraceptivos de emergência. Os mais utilizados são o método Yuzpe e o contraceptivo de levonorgestrel isolado, ambos são igualmente eficazes, podendo ser utilizado até 5 dias após o ato sexual desprotegido. Entretanto, sua eficácia é inversamente proporcional ao tempo decorrido desde a atividade sexual, sendo recomendado o uso até 72 horas após o ato. Pela comodidade posológica e menos efeitos colaterais, o método de levonorgestrel é o mais indicado. • MÉTODO YUZPE: É um contraceptivo combinado que consiste no uso de duas doses de 100 mcg de etinilestradiol e 500 mcg de levonorgestrel, com intervalo de 12 horas; sendo que a primeira deve ser tomada o mais próximo possível da atividade sexual desprotegida e até 72 horas depois. • CONTRACEPTIVO DE LEVONOGESTREL ISOLADO: Nesse método deve-se ingerir o levonorgestrel na dose de 1,5 mg em dose única ou fracionada em duas tomadas, com intervalo de 12 horas. Ambas as formas de uso são igualmente eficazes. Podem ocorrer alguns efeitos adversos como náuseas, vômitos, cefaleia e aumento da sensibilidade mamária. No entanto, não há nenhuma evidência de que os contraceptivos de emergência exerçam abortamento. Concepção e Formação do Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO Concepção e Formação do Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO VIOLENCIA SEXUAL NA CRIANÇA E ADOLESCENTE -É de notificação compulsória. -O boletim de ocorrência não é obrigado para o atendimento médico; -Comunicar o Conselho Tutelar- Vara da Infância→ Obrigatório! Até os 18 anos! - Oferecer a contracepção de emergência. -HIV- medicações recomendadas -HEP B- Vacinação + medicação - ISTS- Medicação O atendimento inicial à vítima de violência sexual nas unidades de saúde e hospitais deve incluir entrevista, registro da história, exame clínico e ginecológico, exames complementares e acompanhamento psicológico. A Ficha de Notificação e Investigação de ViolênciaDoméstica, Sexual e/ou outras Violências é composta por um conjunto de variáveis e categorias que retratam, minimamente, o perfil das violências perpetradas contra as mulheres e os adolescentes, a caracterização das pessoas que sofreram violências e dos (as) prováveis autores (as) de agressão. →Quando se tratar de notificação de violência contra crianças e adolescentes um ficha deve ser encaminhada para o Conselho Tutelar. • Em crianças e adolescentes menores de 18 anos de idade, a suspeita ou confirmação de abuso sexual deve, obrigatoriamente, ser comunicada ao Conselho Tutelar ou à Vara da Infância e da Juventude. Na falta destes, comunicar à Vara de Justiça existente no local ou à Delegacia. O abuso sexual pode ser classificado em EXTRA E INTRAFAMILIAR. EXTRA- fora do ambiente familiar INTRA- dentro do ambiente familiar VIOLENCIA AGUDA- acometida 1 ou poucas vezes VIOLENCIA CRONICA- acometida diversas vezes PROTOCOLO DE ATENDIMENTO Acolhimento e escuta qualificada O acolhimento e a escuta qualificada são elementos importantes para uma atenção humanizada às pessoas em situação de violência sexual. O acolhimento engloba o tratamento digno e respeitoso, a escuta, o reconhecimento e a aceitação das diferenças, o respeito ao direito de decidir de mulheres e homens, assim como o acesso a resolutividade da assistência. Exame Físico O exame físico deve ser precedido de explicação, a vítima, sobre a necessidade de sua realização, sobre os locais do corpo a serem tocados, esclarecendo os procedimentos que serão realizados e os materiais que serão coletados. Havendo recusa, a decisão e autonomia da pessoa devem ser respeitadas. O exame deverá ser realizado pelo médico com a presença de outro profissional de saúde também habilitado para o atendimento integral às pessoas em situação de violência sexual. Coleta de Vestígios • Secreção Vaginal; • Secreção anal; • Sêmen, secreções e/ou fluidos depositados na pele ou em outra regiões do corpo; • Vestígio Subungueal; • Cabelo e Pelo; • Vestes e objetos com possível presença de sêmen e/ou fluidos biológicos; • Células de mucosa oral; ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA O método anticonceptivo pode prevenir a gravidez forçada e indesejada utilizando composto hormonais concentrados e por curto período de tempo. →Tratando-se de adolescente, o direito à confidencialidade e ao sigilo sobre a atividade sexual e sobre a prescrição de métodos anticonceptivos deve ser igualmente preservado, segundo os artigos 11, 102 e 103 do Código de Ética Médica, reiterados pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). PROFILAXIA DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS NÃO VIRAIS Doenças como gonorreia, sífilis, infeção por clamídia, tricomoníase e cancro mole podem ser prevenidas com o uso de medicamentos de reconhecida eficácia. Esquema profilático para crianças Crianças apresentam maior vulnerabilidade às IST devido a imaturidade anatômica e fisiológica da mucosa vaginal, além de outros fatores. O diagnóstico de uma IST em crianças pode ser o primeiro sinal de abuso sexual. PROFILAXIA CONTRA INFECÇÃO PELO HIV O esquema de profilaxia para crianças e adolescentes é orientado de acordo a faixa etária. Veja na tabela abaixo. Concepção e Formação do Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO →Os adolescentes têm direito à PEP mesmo sem a presença dos pais ou responsáveis. Nesses casos, como previsto no ECA e pela Lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990, deve-se avaliar a capacidade de discernimento do adolescente, com exceção das situações de violência. PROFILAXIA PARA TÉTANO PROBLEMA 2 ELUCIDAR AS MUDANÇAS FISIOLÓGICAS ATRAVÉS DE SINAIS E SINTOMAS DA GRAVIDEZ O organismo feminino sofre mudanças anatômicas e funcionais durante a gestação, adaptando-se para a presença do feto em desenvolvimento. SISTEMA CIRCULATÓRIO O volume sanguíneo materno aumenta consideravelmente durante a gestação, atingindo valores 30 a 50% maiores do que os níveis pré- gestacionais. A hipervolemia no organismo materno está relacionada com a necessidade de suprimento sanguíneo nos órgãos genitais, principalmente no território uterino, cuja vascularização encontra- se aumentada na gestação. Há também um aumento na concentração das células vermelhas em cerca de 30%, estabelecendo um estado de hemodiluição, uma vez que o aumento não acompanha o aumento do volume sanguíneo total. Dessa forma, há uma diminuição da viscosidade plasmática, diminuindo também o trabalho cardíaco. O sistema renina-angiotensina-aldosterona tem maior atividade na gestação para suplantar a ação dos mecanismos excretores, como o aumento da filtração glomerular e do peptídeo atrial natriurético. A concentração de hemoglobina está levemente diminuída durante a gestação (“anemia fisiológica”) devido à hemodiluição e, por isso, valores de hemoglobina até 11g/dl são aceitos. Em relação aos glóbulos brancos, a leucocitose pode estar presente na gravidez normal, com valores de leucócitos totais entre 5.000 e 14.000/ mm³. Durante o parto e o puerpério imediato, os valores de leucócitos podem chegar a 29.000/mm³, possivelmente relacionados à atividade das adrenais no momento de estresse. Os níveis plaquetários estão discretamente reduzidos na gravidez normal, em parte devido à hemodiluição, e em parte relacionado ao consumo de plaquetas e à coagulação intravascular no leito uteroplacentário. Considera-se plaquetopenia na gestação uma contagem de plaquetas inferior ou igual a 100.000/mm³. A contagem de plaquetas volta a aumentar logo depois do parto e atinge valores basais após 4 semanas, aproximadamente. Praticamente todos os fatores de coagulação Concepção e Formação do Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO apresentam-se elevados na gestação, com exceção dos fatores XI e XIII. Fibrinogênio e dímero D têm seus níveis elevados em até 50% durante a gestação. As necessidades de ferro durante o ciclo gravídico- puerperal aumentam consideravelmente devido ao consumo e à perda que ocorrem nessa fase. Por esse motivo, a maioria das gestantes apresentará anemia ferropriva, a não ser que haja uma suplementação adequada. Há um aumento no débito cardíaco (DC), devido ao aumento da frequência cardíaca (em torno de 15 a 20 bpm) e à elevação do volume sistólico. Esse processo se inicia por volta da 5ª semana, se estabiliza por volta de 24 semanas e atinge seu ápice no pós-parto imediato, com aumento de 80% no DC. Observa-se uma redução da resistência vascular periférica extremamente acentuada, devido à vasodilatação periférica e ao surgimento da circulação uteroplacentária (de baixa resistência). Devido a isso, há uma queda também na pressão arterial sistêmica, apesar do aumento do DC. O sopro cardíaco sistólico é comum devido à redução da viscosidade sanguínea e do aumento do DC. Cerca de 90% das gestantes apresentam sopro sistólico leve, 20% apresentam sopro diastólico e 10% apresentam sopro contínuo, consequente à hipervascularização das mamas. Por fim, devido às modificações anatômicas e funcionais do coração, pode haver alterações fisiológicas eletrocardiográficas nas ondas T e Q, no segmento ST e desvio do eixo cardíaco para a esquerda 15 a 20°. SISTEMA ENDÓCRINO E METABOLISMO: As alterações endócrinas e metabólicas do organismo materno visam garantir o aporte nutricional para o desenvolvimento do feto. Para que isso ocorra, várias transformações funcionais das glândulas maternas coexistirão com a placenta – novo órgão que apresenta importante função endócrina. Com relação às demandas energéticas, o ganho de peso materno decorre, em grande parte, do acúmulo de componente hídrico intra e extravascular, e em menor proporção, do acúmulo de componentes energéticos e estruturais (carboidratos, lipídios e proteínas). O ganho de pesoadequado varia conforme o peso da mulher no início da gestação de acordo com seu Índice de Massa Corporal (IMC) pré-gestacional. PELE E ANEXOS: A produção placentária de estrógenos leva à proliferação da microvasculatura de todo o tegumento (angiogênese). Devido ao estado hiperprogestogênico, ocorre vasodilatação de toda a periferia do organismo, levando a eventos vasculares da pele e anexos como eritema palmar, teleangectasias, aumento da secreção sebácea e da sudorese, entre outros. A alopecia é rara, mas pode ocorrer em decorrência das alterações hormonais. A hiperpigmentação da pele da gestante também está relacionada aos altos níveis de progesterona, que parecem aumentar a produção e secreção do hormônio melanotrófico da hipófise. Este hormônio induz a produção excessiva de melanina, levando ao aparecimento de máculas hipercrômicas, conhecidas como cloasma ou melasma. Os locais de maior incidência são: face, fronte, projeção cutânea da linha alba (que passa a ser chamada de linha nigra), aréola mamária e regiões de dobra. Podem piorar com a exposição solar e costumam desaparecer após a gestação. A distensão da pele do abdome, das mamas e do quadril pode provocar o aparecimento de estrias nestas regiões. Os fatores de risco são história Concepção e Formação do Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO familiar e, principalmente, ganho de peso excessivo na gestação. SISTEMA ESQUELÉTICO: As articulações, de modo geral, sofrem um processo de relaxamento durante a gravidez. As articulações da bacia óssea (sínfise púbica, sacrococcígea e sinostoses sacroilíacas) se apresentam com maior elasticidade, aumentando a capacidade pélvica e modificando a postura e a deambulação da gestante, preparando-a para o parto. O aumento do volume abdominal e das mamas desvia anteriormente o centro de gravidade materno. De forma instintiva, a gestante direciona o corpo posteriormente, com intuito de compensar e encontrar um novo eixo de equilíbrio. Como consequência, surgem hiperlordose e hipercifose da coluna vertebral, aumento da base de sustentação, com afastamento dos pés e diminuição da amplitude dos passos durante a deambulação (marcha anserina). O aumento da flexão cervical causa compressão das raízes dos nervos ulnar e mediano, levando a fadiga muscular, dores lombares e cervicais e parestesias de extremidades. SISTEMA DIGESTÓRIO: Náuseas e vômitos são ocorrências muito prevalentes no primeiro trimestre de gestação devido aos altos níveis de HCG. Além disso, muitas gestantes se queixam de alterações no apetite e sede, essa alteração parece ocorrer devido resistência à ação da leptina e às mudanças na secreção de ADH. A progesterona tem uma potente ação relaxante sobre as fibras musculares lisa levando a uma série de alterações no sistema digestório como: relaxamento do esfíncter esofágico inferior, redução do peristaltismo, diminuição da contratilidade da musculatura lisa do intestino. Como consequência, são frequentes as queixas de pirose e constipação durante a gestação. As alterações hepáticas e pancreáticas observadas na gestação são eminentemente funcionais e relacionadas ao metabolismo energético. Com o aumento do volume uterino, ocorrem alterações anatômicas que desviam o estômago e o apêndice para cima e para a direita e os intestinos para a esquerda. O apêndice cecal pode ocupar o flanco direito, dificultando o diagnóstico clínico de apendicite na gravidez. SISTEMA RESPIRATÓRIO: As vias aéreas superiores apresentam modificações significativas durante a gestação. Ocorre ingurgitamento e edema da mucosa nasal, que leva a um aumento das obstruções nasais, sangramentos e rinite durante a gestação. O edema da mucosa também acomete a laringe e a faringe, diminuindo o lúmen dessas vias e podendo, inclusive, representar maior dificuldade para intubações orotraqueais nessas pacientes. Alterações anatômicas da caixa torácica podem ser notadas já no início da gestação. Observa-se elevação do diafragma de aproximadamente 4 cm e maior capacidade de excursão do mesmo, em torno de 2 cm. A caixa torácica apresenta aumento de 5 a 7 cm em sua circunferência e 2 cm em seu diâmetro anteroposterior, com consequente ampliação dos ângulos costofrênicos, de até 35°. A amplitude do movimento do diafragma se reduz ao longo da gestação devido ao aumento do volume abdominal que ocorre com o crescimento uterino. A capacidade pulmonar total está reduzida em aproximadamente 200 mL devido à elevação do diafragma em razão da redução do volume residual. SISTEMA RENAL/URINÁRIO: O aumento da volemia, em associação com a redução da resistência vascular periférica, provoca elevação do fluxo plasmático glomerular, com consequente aceleração do ritmo de filtração glomerular. O fluxo plasmático glomerular pode ter um acréscimo de 50 a 80%, enquanto o ritmo de filtração glomerular aumenta entre 40 e 50% já no final do primeiro trimestre de gestação. A osmolaridade plasmática também se modifica na gravidez devido à ativação do sistema renina-angiotensina- aldosterona e da redução do limiar para secreção de ADH. A liberação de ADH e o mecanismo da sede são, portanto, desencadeados por menores níveis osmóticos. As grávidas, em geral, filtram maiores quantidades de sódio e água no glomérulo, o que é compensado por maior reabsorção tubular Concepção e Formação do Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO desses elementos, resultado da ação da aldosterona e do ADH. ÊMESE E HIPERÊMESE GRAVIDICA A êmese gravídica, vômitos simples do início da gestação, e a hiperêmese gravídica, vômitos incoercíveis da gravidez, diferem apenas na intensidade e na repercussão clínica de seus efeitos. Trata-se do mesmo processo, no entanto, a hiperêmese configura a forma grave. Náuseas e vômitos da gravidez são condições comuns que afetam 70 a 85% das grávidas. Em 60% dos casos, cessam ao fim do 1º trimestre; em 90% dos casos, com 20 semanas. Do ponto de vista epidemiológico, a hiperêmese gravídica é cada vez mais rara, e ocorre em 0,5 a 2% das gestações. Não há definição única para a hiperêmese gravídica, sendo a mais aceita aquela que considera a perda ponderal de, no mínimo, 5% do peso pré- gravídico; anormalidades como desidratação e desnutrição (cetonúria) costumam estar presentes. →A hiperêmese gravídica é a segunda causa mais frequente de internação hospitalar, após o parto pré-termo. →O vômito ou êmese é a expulsão do conteúdo gástrico pela boca, causada por contração forte e sustentada da musculatura da parede torácica e abdominal. →A náusea é a sensação desagradável da necessidade de vomitar, acompanhada de sudorese fria, sialorreia, hipotonia gástrica e refluxo do conteúdo intestinal para o estomago. A evolução do quadro de NVG (náuseas e vômitos na gestação), com necessidade de tratamento farmacológico situa-se em torno de 10% das gestações. Por sua vez, os quadros mais graves de vômitos nas gestantes, denominados de hiperêmese gravídica, respondem por 1,1% de todos os quadros de NVG. ETIOLOGIA Entre os vários fatores e as diversas teorias apontadas como responsáveis pelo aparecimento das NVG, as que possuem maior embasamento epidemiológico e fisiológico são as seguintes: TEORIA ENDÓCRINA O aparecimento da gonadotrofina coriônica e o aumento do estrogênio e da progesterona durante a gravidez apresentam potencialidades diretas ou indiretas responsáveis por causarem Concepção e Formação do Ser Humano CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO náuseas lideram as justificativas neste sentido. Considerar que a gonodotrofina coriônica (GC) seja a responsável etiológica pelo aparecimento das NVG, tem sua base lógica na relação temporal entre a concentração máxima de produção da GC e o pico de ocorrência das NVG, os quais ocorrem em média entre a 7ª a 10ª semana. Além disso, as NVG são mais frequentes e mais graves entre gestantes
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