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CONCEPÇÃO RESUMO THAIS

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Concepção e Formação
do Ser Humano
Thais M. Souto
Concepção e Formação do Ser Humano 
CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
 
PROBLEMA 1 
SISTEMAS REPRODUTORES FEMININOS E 
MASCULINO 
➔ANATOMIA DO APARELHO REPRODUTOR 
MASCULINO 
TESTÍCULOS 
Os testículos são conhecidos como as gônadas 
sexuais masculinas. Consiste em um par de 
glândulas reprodutivas, de formato ovoide, 
responsável por produzir os espermatozóides e 
hormônios masculinos, como a testosterona. 
São glândulas que ficam suspensas no escroto, 
seguras pelos funículos espermáticos. Geralmente o 
testículo esquerdo encontra-se em posição mais 
baixa do que o direito. 
Cada testículo é circundado parcialmente pela 
túnica vaginal, que consiste em um saco peritoneal 
fechado, remanescente da parte distal cega do 
processo vaginal embrionário. 
Além disso, eles possuem uma face externa fibrosa 
e resistente, chamada de túnica albugínea, que se 
espessa em uma crista sobre a face interna posterior 
do testículo como o mediastino testicular. 
EPIDÍDIMO 
O epidídimo consiste em uma estrutura alongada 
localizada na face posterior do testículo. é formado 
por minúsculas alças (ou ductos) extremamente 
compactado. Os espermatozoides recentes 
sintetizados pelo testículo chegam ao epidídimo 
através dos ductos eferentes e desaguam na cabeça 
do epidídimo, de onde seguem curso lento e 
progressivo ductal em direção ao corpo e por fim a 
cauda. 
Nesse trajeto, os espermatozoides são 
armazenados e amadurecem, até serem expelidos 
da cauda do epidídimo para o ducto deferente. 
 
DUCTO DEFERENTE 
O ducto deferente é a continuação do ducto do 
epidídimo, a porção final por onde são liberados os 
espermatozoides maduros que estavam 
armazenados. O ducto deferente tem paredes 
musculares relativamente espessas e um lúmen 
muito pequeno, o que confere a ele firmeza 
semelhante à de um cordão. 
Ascende posteriormente ao testículo e medialmente 
ao epidídimo, sendo o principal componente do 
funículo espermático (junto com vasos e nervos). 
Penetra a parede abdominal anterior através do 
canal inguinal e cruza sobre os vasos ilíacos 
externos, ao adentrar a pelve. 
Em seu trajeto, segue ao longo da parede lateral da 
pelve, onde se situa externamente ao peritônio 
parietal e termina dilatando-se na ampola do ducto 
deferente, antes de se unir ao ducto da glândula 
seminal para formar o ducto ejaculatório. 
 
GLÂNDULAS SEMINAIS 
O ser humano possui um par de glândulas seminais. 
São estruturas alongadas (tem cerca de 5 cm de 
comprimento, algumas vezes bem mais curta) 
situada entre o fundo da bexiga e o reto. Encontram-
se em posição oblíqua superiormente à próstata e 
não armazenam espermatozoides. 
São responsáveis por secretar um líquido alcalino 
espesso com frutose (futura fonte de energia para os 
espermatozoides) e um agente coagulante que se 
mistura aos espermatozoides no seu trajeto para os 
ductos ejaculatórios e a uretra. Seu ducto une-se ao 
ducto deferente para formar o ducto ejaculatório. 
DUCTOS EJACULATÓRIOS 
Ducto curto (aproximadamente 2,5cm), de paredes 
delgadas que se origina no colo da bexiga e 
atravessa a parte posterior da próstata. Embora 
atravessem a porção glandular da próstata, seguem 
sem contato com a secreção produzida nesta 
glândula, mantendo o líquido seminal inalterado em 
todo percurso até seu término, na porção prostática 
da uretra. 
PRÓSTATA 
A próstata tem aproximadamente 3 cm de 
comprimento e é a maior glândula acessória do 
sistema genital masculino. Apresenta consistência 
firme, do tamanho de uma noz e circunda a parte 
prostática da uretra. 
Sua porção glandular representa cerca de dois 
terços do órgão, sendo o outro terço de característica 
fibromuscular. É firmemente revestida por uma 
cápsula fibrosa, densa e neurovascular, que 
incorpora os plexos prostáticos de veias e nervos. 
Concepção e Formação do Ser Humano 
CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
Tudo isso é circundado pela fáscia visceral da pelve, 
que forma uma bainha prostática fibrosa. 
A próstata divide-se em lobos direito e esquerdo, 
separados anteriormente pelo istmo e 
posteriormente por um sulco longitudinal central e 
pouco profundo. Além disso, possui cerca de 30 
ductos que se abrem nos seios prostáticos, na parte 
prostática da uretra. 
O líquido prostático é fino e leitoso, representa 
aproximadamente 20% do volume do sêmen (uma 
mistura de secreções produzidas pelos testículos, 
glândulas seminais, próstata e glândulas 
bulbouretrais que constitui o veículo no qual os 
espermatozoides são transportados) e participa 
intrinsecamente da ativação dos espermatozoides. 
 
GLÂNDULAS BULBOURETRAIS 
Também podem ser chamadas de glândulas de 
Cowper e tem o tamanho de uma ervilha cada. Ficam 
localizadas posterolateralmente à parte 
membranácea da uretra. 
São glândulas exócrinas que liberam uma secreção 
mucosa na uretra, durante a excitação sexual como 
forma de limpar e lubrificar a uretra, por onde os 
espermatozoides passarão. 
URETRA 
A uretra masculina é um tubo muscular que mede 18 
a 22cm e que conduz urina do óstio interno da uretra 
na bexiga urinária até o óstio externo da uretra, 
localizado na extremidade da glande do pênis em 
homens. Como mencionado, a uretra também é a via 
de saída do sêmen durante a ejaculação. Para fins 
descritivos, a uretra é dividida em quatro partes: 
1. Intramural (0,5 a 1,5cm): localiza entre a 
camada muscular lisa da bexiga; 
2. Prostática (3 a 4cm): atravessa essa 
glândula e possui a crista uretral, via de saída 
do colículo seminal, através dos quais as 
secreções prostáticas juntam-se ao líquido 
seminal e aos espermatozoides. É o ponto 
anatômico onde o sistema urinário e sexual 
se interseccionam. 
3. Membranácea (1 a 1,5cm): porção estreita e 
menos distensível. 
4. Esponjosa (15 cm): porção mais longa, 
móvel e dilatada da uretra. Atravessa o corpo 
esponjoso do pênis e recebe conteúdo das 
glândulas bulbouretrais. Alarga-se na fossa 
navicular (localizada na glande do pênis) 
PÊNIS 
Consiste no órgão mascuilino responsável pela 
cópula. É atravessado pela uretra e fornece via de 
saída comum para a urina e para o sêmen. 
É formado por três corpos cilíndricos de tecido erétil: 
dois corpos cavernosos (dorsalmente) e um corpo 
esponjoso (ventralmente). 
 
ESCROTO 
Consiste em um saco fibromuscular, revestido por 
tecido cutâneo fino que reveste e protege os 
testículos e as estruturas a ele associadas. Localiza-
se posteroinferiormente ao pênis e abaixo da sínfise 
púbica. 
Mantém uma rafe mediana que remonta a formação 
embrionária bilateral, sendo contínua com a rafe do 
pênis e a rafe do períneo. 
 
ANATOMIA DO APARELHO REPRODUTOR 
FEMININO 
Os órgãos genitais internos femininos e a parte 
terminal dos sistemas urinário e digestivo estão 
localizados na cavidade osteomuscular e fascial, 
chamada de bacia ou pelve. 
ÚTERO, TUBAS UTERINAS E OVÁRIOS 
 
→O útero é um órgão muscular com formato de pera 
e paredes espessas, medindo 7 a 8 cm de 
comprimento, 5 a 7 cm de largura na sua porção 
superior, e 2 a 3 cm de espessura da parede. Ele é 
formado por duas porções principais: o corpo, que 
compreende os dois terços superiores, e o colo, o 
terço inferior com aspecto cilíndrico. O corpo do 
útero estreita-se desde o fundo, a porção superior 
arredondada do corpo, até o istmo, a região estreita 
Concepção e Formação do Ser Humano 
CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
de 1 cm de comprimento entre o corpo e o colo. O 
colo do útero é a porção terminal vaginal, de formato 
cilíndrico. O lúmen do colo, o canal do colo uterino, 
possui uma abertura estreita em cada extremidade. 
O óstio interno comunica-se com a cavidade do 
corpo uterino, o óstio externo comunica-se com a 
vagina. 
As paredes do corpo do útero são constituídas por 
três camadas: 
• O perimétrio; a fina camada externa. 
• O miométrio; a espessa camada de músculo liso. 
• O endométrio; a fina camada interna. 
O perimétrio é uma camada peritoneal firmemente 
aderida ao miométrio. Durante a faselútea 
(secretora) do ciclo menstrual, distinguem-se, 
microscopicamente, três camadas do endométrio. 
• Uma fina camada compacta formada de tecido 
conjuntivo disposto densamente em torno dos colos 
das glândulas uterinas. 
• Uma espessa camada esponjosa composta de 
tecido conjuntivo edematoso (com grande 
quantidade de fluido), formada pelas porções 
tortuosas e dilatadas das glândulas uterinas. 
• Uma delgada camada basal, formada pelo fundo 
cego das glândulas uterinas. 
 
No pico do desenvolvimento, o endométrio tem 4 a 5 
mm de espessura. A camada basal do endométrio 
possui seu próprio suprimento sanguíneo e não se 
desintegra durante a menstruação. As camadas 
compacta e esponjosa, conhecidas coletivamente 
como camada funcional, desintegram-se e 
descamam durante a menstruação e após o parto. 
 
TUBAS UTERINAS 
As tubas uterinas, com aproximadamente 10 cm de 
comprimento e 1 cm de diâmetro, estendem-se 
lateralmente a partir dos cornos uterinos. Cada tuba 
se abre na sua porção distal dentro da cavidade 
peritoneal. Para fins descritivos, a tuba uterina é 
dividida em quatro porções: infundíbulo, ampola, 
istmo e porção uterina. Uma das tubas conduz um 
oócito de um dos ovários; as tubas também 
conduzem os espermatozoides que entram pelo 
útero para alcançar o local de fecundação, na 
ampola (Figs. 2-6B e 2-20). A tuba uterina também 
conduz o zigoto em clivagem para a cavidade 
uterina. 
 
OVÁRIOS 
Os ovários são glândulas reprodutivas em formato 
de amêndoa, localizados próximos às paredes 
pélvicas laterais, de cada lado do útero. Os ovários 
produzem os oócitos; estrogênio e progesterona, os 
hormônios responsáveis pelo desenvolvimento das 
características sexuais secundárias e pela regulação 
da gestação. 
 
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
PUBERAL NA ADOLESCENCIA 
A puberdade é um período da adolescência 
que se caracteriza pelas mudanças biológicas que 
ocorrem nessa fase da vida. Com duração de cerca 
de dois a quatro anos, ela é marcada por: 
crescimento esquelético linear; alteração da 
forma e composição corporal; desenvolvimento 
de órgãos e sistemas e desenvolvimento de 
gônadas e caracteres sexuais secundários. 
A adolescência compreende a faixa etária 
situada entre os dez e vinte anos incompletos, 
segundo a Organização Mundial de Saúde, e se 
constitui como uma fase crítica do processo de 
crescimento e desenvolvimento humano, marcada 
por numerosas transformações relacionadas aos 
aspectos físicos, psíquicos e sociais do 
indivíduo. 
Sabe-se que a ativação puberal, se inicia 
após a reativação de neurônios hipotalâmicos, que 
secretam, de uma maneira pulsátil bastante 
específica, o hormônio liberador de 
gonadotrofinas (GnRH). A secreção desse resulta 
na consequente liberação também pulsátil dos 
hormônios luteinizante (LH) e folículo-
estimulante (FSH) pela glândula hipófise. Isso 
ocorre inicialmente durante o sono e, mais tarde, 
estabelece-se em ciclo circadiano. 
Fatores climáticos, socioeconômicos, 
hormonais, psicossociais e, sobretudo, nutricionais 
são alguns dos interferentes do processo de 
crescimento e desenvolvimento. Nas pessoas com 
menor nível socioeconômico o desenvolvimento 
sexual é mais tardio. 
 
CRESCIMENTO ESQUÉLETICO LINEAR 
Se faz necessária a analise da curva de 
velocidade de crescimento. Nessa fase da vida, o 
adolescente apresenta grande aquisição pôndero-
Concepção e Formação do Ser Humano 
CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
estatural, ganhando cerca de 50% do seu peso 
adulto e 20% de sua estatura final. 
A observação da curva de velocidade de 
crescimento permite a identificação de três 
momentos fundamentais do crescimento humano: 
• FASE 1- Lactância 
• FASE 2 – Infância propriamente dita 
• FASE 3 – Puberdade 
O estirão de crescimento ou estirão puberal é 
composto, portanto, pelo período de aceleração da 
velocidade de crescimento (VC), até atingir um valor 
de pico (PVC), e subsequente desaceleração até 
o término do crescimento. O PVC no sexo 
masculino pode chegar a valores de 10-12 
cm/ano e, no sexo feminino, de 8-10 cm/ano; 
 
ALTERAÇÃO DA FORMA E DA COMPOSIÇÃO 
CORPORAL 
A forma do corpo de um bebê ou de uma 
criança não permite a diferenciação masculino/ 
feminino, aspecto que se torna nítido durante a 
puberdade. O depósito de gordura nas meninas 
ocorre principalmente na região das mamas e 
dos quadris, e confere um aspecto característico 
do corpo feminino. Nos homens, o crescimento 
do diâmetro biacromial (entre ombros), conferindo 
relação biacromial/bi-ilíaco elevada, associado ao 
desenvolvimento muscular na região da cintura 
escapular, define a forma masculina. 
 
DESENVOLVIMENTO DE TODOS OS ÓRGÃOS 
E SISTEMAS 
Com exceção do tecido linfoide, que 
apresenta involução progressiva a partir da 
adolescência, e do tecido nervoso (praticamente 
com todo o seu crescimento já estabelecido), 
todos os órgãos e sistemas se desenvolvem 
durante a puberdade, sobretudo os sistemas 
cardiocirculatório e respiratório. 
 
DESENVOLVIMENTO GONADAL E DAS 
CARACTERÍSTICAS SEXUAIS SECUNDÁRIAS 
Nota-se a influência de fatores hereditários 
nos eventos puberais, sobretudo no tocante à 
variabilidade de tais fenômenos e à sua 
magnitude, a exemplo das características de 
pilosidade, tamanho das mamas e idade de 
ocorrência da primeira menstruação (menarca). 
No sexo feminino se inicia sempre antes as 
modificações. 
A primeira manifestação puberal nas 
meninas é o desenvolvimento do broto ou 
botão mamário, fenômeno denominado de 
TELARCA. No sexo masculino, o início clínico da 
puberdade é marcado pelo aumento do volume 
testicular, ao atingir quatro centímetros cúbicos 
(mililitros), o que é raramente percebido pelo próprio 
adolescente. O desenvolvimento gonadal é 
marcante nesse período e culmina com o 
desenvolvimento da capacidade reprodutiva 
completa do adolescente. 
A sequência do desenvolvimento das 
características sexuais secundárias no adolescente 
foi sistematizada por Tanner, em 1962. 
Considerando-se o desenvolvimento mamário (M) e 
a pilosidade pubiana (P) para o sexo feminino, e 
o desenvolvimento da genitália externa (G) e da 
pilosidade pubiana (P) para o sexo masculino. 
 
DESENVOLVIMENTO MAMÁRIO – SEXO 
FEMININO 
M1 - Mama infantil, com elevação somente da papila. 
M2 - Broto mamário. Forma-se uma saliência pela 
elevação da aréola e da papila. O diâmetro da aréola 
aumenta e há modificação na sua textura. Há 
pequeno desenvolvimento glandular subareolar. 
M3 - Maior aumento da mama e da aréola, sem 
separação dos seus contornos. O tecido mamário 
extrapola os limites da aréola. 
M4 - Maior crescimento da mama e da aréola, 
sendo que esta forma uma segunda saliência 
acima do contorno da mama (duplo 
contorno). 
M5 - Mama de aspecto adulto, em que o contorno 
areolar novamente é incorporado ao contorno da 
mama. 
DESENVOLVIMENTO GENITAL – SEXO 
MASCULINO 
G1 - Testículos, escroto e pênis de tamanho e 
proporções infantis. 
G2 - Aumento inicial do volume testicular (3-4 ml). 
Pele do escroto muda de textura e torna-se 
avermelhada. Aumento do pênis pequeno ou 
ausente. 
G3 - Crescimento do pênis em comprimento. Maior 
aumento dos testículos e do escroto. 
G4 - Aumento do pênis, principalmente em diâmetro 
e desenvolvimento da glande. Maior crescimento de 
testículos e escroto, cuja 
pele torna-se mais enrugada e pigmentada. 
G5 - Desenvolvimento completo da genitália, que 
assume características adultas. 
PILOSIDADE PUBIANA – SEXOS FEMININO E 
MASCULINO 
P1 - Ausência de pelos pubianos. Pode haver uma 
leve penugem, semelhante à observada na parede 
abdominal. 
P2 - Aparecimento de pelos longos e finos, 
levemente pigmentados, lisos ou pouco 
encaracolados, ao longo dos grandes lábios e na 
base do pênis. 
Concepção e Formaçãodo Ser Humano 
CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
P3 - Maior quantidade de pelos, agora mais grossos, 
escuros e encaracolados, espalhando-se 
esparsamente na região pubiana. 
P4 - Pelos do tipo adulto, cobrindo mais densamente 
a região pubiana, mas sem atingir a face interna das 
coxas. 
P5 - Pilosidade pubiana igual à do adulto, em 
quantidade e distribuição, invadindo a face interna 
da coxa. 
Obs. Algumas pessoas apresentam extensão dos 
pelos pela linha alba, acima da região pubiana, 
constituindo-se o estágio P6. 
 
 
 
GAMETOGÊNESE 
A gametogênese (formação dos gametas) é 
o processo de formação e desenvolvimento das 
células germinativas especializadas, os gametas 
(oócitos/espermatozoides) a partir de células 
precursoras bipotentes. Esse processo, que envolve 
os cromossomos e o citoplasma dos gametas, 
prepara essas células para a fecundação. Um 
cromossomo é definido pela presença de um 
centrômero, uma constrição de uma porção do 
cromossomo. Antes da replicação do DNA na fase S 
do ciclo celular, os cromossomos existem como 
cromossomos de cromátide única. Uma cromátide 
consiste em filamentos paralelos de DNA. Após a 
replicação do DNA, os cromossomos tornam-se 
cromossomos de cromátides duplas. 
 
→GAMETOGÊNESE NORMAL: conversão de 
células germinativas em gametas (células sexuais). 
Os esquemas comparam a espermatogênese e a 
oogênese. Note que: (1) Após duas divisões 
meióticas, o número diploide de cromossomos, 46, é 
reduzido a número haploide, 23. (2) Quatro 
espermatozoides se formam a partir de um 
espermatócito primário, enquanto apenas um oócito 
maduro resulta da maturação de um oócito primário. 
(3) O citoplasma é conservado durante a oogênese 
para formar uma célula grande, o oócito maduro. Os 
corpos polares são células pequenas não funcionais 
que se degeneram. 
 
 
→"Tanto a espermatogênese quanto a ovogênese 
envolvem processos de mitose e meiose 
(processos de divisão celular). 
→A meiose, processo que reduz a quantidade de 
material genético, é fundamental para a manutenção 
da quantidade adequada de cromossomos da 
espécie. 
 
 
MEIOSE 
• Possibilita a constância do número cromossômico 
de geração a geração pela redução do número 
cromossômico de diploide para haploide, 
produzindo, assim, gametas haploides. 
• Permite o arranjo aleatório dos cromossomos 
materno e paterno entre os gametas. 
• Reposiciona os segmentos dos cromossomos 
materno e paterno, por meio de cruzamento de 
segmentos cromossômicos, que “embaralham” os 
Concepção e Formação do Ser Humano 
CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
genes, produzindo a recombinação do material 
genético. 
 
→GAMETOGENESE ANORMAL: Distúrbios da 
meiose durante a gametogênese, tais como a não 
disjunção, resultam na formação de gametas 
anormais cromossomicamente. Se envolvidos na 
fecundação, esses gametas com anormalidades 
cromossômicas numéricas causam um 
desenvolvimento anormal, como ocorre em crianças 
com a síndrome de Down. 
 
ESPERMATOGÊNESE 
A espermatogênese é a sequência de eventos pelos 
quais as espermatogônias (células germinativas 
primordiais) são transformadas em 
espermatozoides maduros; esse processo começa 
na puberdade. 
As espermatogônias permanecem quiescentes nos 
túbulos seminíferos dos testículos durante os 
períodos fetal e pós-natal. Elas aumentam em 
número durante a puberdade. Após várias divisões 
mitóticas, as espermatogônias crescem e sofrem 
modificações. As espermatogônias são 
transformadas em espermatócitos primários, as 
maiores células germinativas nos túbulos 
seminíferos dos testículos. 
Cada espermatócito primário sofre, em seguida, uma 
divisão reducional – a primeira divisão meiótica – 
para formar dois espermatócitos secundários 
haploides, que possuem aproximadamente metade 
do tamanho do espermatócito primário. Em seguida, 
os espermatócitos secundários sofrem a segunda 
divisão meiótica para formar quatro espermátides 
haploides, que são aproximadamente a metade do 
tamanho dos espermatócitos secundários. 
As espermátides (células em estágio avançado de 
desenvolvimento) são transformadas gradualmente 
em quatro espermatozoides maduros pelo 
processo conhecido como espermiogênese. O 
processo completo, incluindo a espermiogênese, 
demora cerca de dois meses para acontecer. 
→Quando a espermiogênese é completada, os 
espermatozoides entram na luz dos túbulos 
seminíferos. 
➔As células de Sertoli revestem os túbulos 
seminíferos, sustentam e participam da nutrição das 
células germinativas (espermatozoides/oócito) e 
estão envolvidas na regulação da espermatogênese. 
Os espermatozoides são transportados 
passivamente dos túbulos seminíferos para o 
epidídimo, onde são armazenados e tornam-se 
funcionalmente maduros durante a puberdade. O 
epidídimo é um ducto longo e espiralado. No 
seguimento do epidídimo vem o ducto deferente, que 
transporta os espermatozoides para a uretra. 
Os espermatozoides maduros são células 
ativamente móveis, que nadam livremente, 
constituídos por uma cabeça e uma cauda. O colo do 
espermatozoide é a junção entre a cabeça e a 
cauda. A cabeça do espermatozoide forma a 
maior parte dele e, é onde se localiza o núcleo. 
Os dois terços anteriores da cabeça são cobertos 
pelo ACROSSOMA, uma organela sacular em 
forma de capuz que contém várias enzimas. 
Quando liberadas, as enzimas facilitam a 
dispersão das células foliculares da corona 
radiata e a penetração do espermatozoide na 
zona pelúcida durante a fecundação. 
➔A cauda do espermatozoide consiste em três 
segmentos: a peça intermediária, a peça principal e 
a peça terminal. 
→A peça intermediária da cauda contém 
mitocôndrias que fornecem o trifosfato de 
adenosina (ATP), necessário para fornecer energia 
requerida para a motilidade do espermatozoide. 
 
 
 
 
OOGÊNESE 
A oogênese é a sequência de eventos pelos quais 
as oogônias (células germinativas primordiais) são 
transformadas em oócitos maduros. Todas as 
oogônias se desenvolvem em oócitos primários 
antes do nascimento; nenhuma oogônia se 
desenvolve após o nascimento. A oogênese 
continua até a menopausa, que é a interrupção 
permanente do ciclo menstrual. 
Concepção e Formação do Ser Humano 
CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
MATURAÇÃO PRÉ-NATAL DOS OÓCITOS 
Durante a vida fetal inicial, as oogônias proliferam 
por mitose (duplicação das células), um tipo especial 
de divisão celular. As oogônias (células sexuais 
primordiais) crescem e se tornam os oócitos 
primários antes do nascimento; por essa razão. 
Assim que o oócito primário se forma, células do 
tecido conjuntivo o circundam e formam uma única 
camada de células achatadas, as células 
foliculares. O oócito primário circundado por essa 
camada de células foliculares, constitui o folículo 
primário. Conforme o oócito primário cresce durante 
a puberdade, as células foliculares se tornam 
cúbicas e depois cilíndricas, formando, assim, o 
folículo primário. O oócito primário é logo envolvido 
por um material glicoproteico acelular e amorfo, a 
zona pelúcida. A microscopia eletrônica de 
varredura da superfície da zona pelúcida revela um 
aspecto regular de trama com fenestrações 
intrincadas. Os oócitos primários iniciam a primeira 
divisão meiótica antes do nascimento, mas o término 
da prófase não ocorre até a adolescência 
(começando com a puberdade). As células 
foliculares que envolvem o oócito primário secretam 
uma substância, conhecida como inibidor da 
maturação do oócito, que mantém estacionado o 
processo meiótico do oócito. 
 
MATURAÇÃO PÓS-NATAL DOS OÓCITOS 
Esta etapa se inicia na puberdade, quando 
geralmente um folículo ovariano amadurece a cada 
mês e ocorre a ovulação (liberação do oócito do 
folículo ovariano), exceto quando contraceptivos 
orais são utilizados. A longa duração da primeira 
divisão meiótica (até 45 anos) pode ser responsável, 
em parte, pela alta frequência de erros meióticos, 
tais como a não disjunção (falha na separação das 
cromátides irmãs de um cromossomo), que ocorre 
com o aumento da idade materna. Os oócitos 
primáriosna prófase suspensa (dictióteno) são 
vulneráveis aos agentes ambientais como a 
radiação. Nenhum oócito primário se forma após o 
nascimento, o que contrasta com a produção 
contínua de espermatócitos primários. Os oócitos 
primários permanecem em repouso nos folículos 
ovarianos até a puberdade. Quando um folículo 
matura, o oócito primário aumenta de tamanho e, 
imediatamente, antes da ovulação, completa a 
primeira divisão meiótica para dar origem ao oócito 
secundário e ao primeiro corpo polar. 
Diferentemente do estágio correspondente na 
espermatogênese, a divisão do citoplasma é 
desigual. O oócito secundário recebe quase todo o 
citoplasma e o primeiro corpo polar recebe muito 
pouco. O corpo polar é uma célula minúscula 
destinada à degeneração. Na ovulação, o núcleo do 
oócito secundário inicia a segunda divisão meiótica, 
mas ela progride somente até a metáfase, quando a 
divisão é interrompida. Se um espermatozoide 
penetra o oócito secundário, a segunda divisão 
meiótica é completada, e a maior parte do citoplasma 
é novamente mantida em uma célula: o oócito 
fecundado. A outra célula, o segundo corpo polar, 
também é formada e irá se degenerar. Assim que os 
corpos polares são expelidos, a maturação do oócito 
está completa. Existem cerca de 2 milhões de 
oócitos primários nos ovários de uma menina recém-
nascida, mas a maioria deles se degeneram durante 
a infância, de modo que na adolescência restam não 
mais que 40.000 oócitos primários. Destes, somente 
cerca de 400 se tornam oócitos secundários e são 
liberados na ovulação durante o período reprodutivo. 
Somente alguns desses oócitos, se algum, tornam-
se maduros e são fecundados. O número de oócitos 
liberados é bastante reduzido em mulheres que 
tomam contraceptivos orais porque os hormônios 
contidos neles impedem a ovulação. 
 
→ A idade biológica materna considerada ideal para 
a reprodução é geralmente entre 18 e 35 anos. 
 
CICLOS REPRODUTIVOS FEMININOS 
Iniciando-se na puberdade (10 a 13 anos de idade), 
as mulheres passam por ciclos reprodutivos (ciclos 
sexuais), que envolvem a atividade do hipotálamo do 
encéfalo, da glândula hipófise, dos ovários, do útero, 
das tubas uterinas, da vagina e das glândulas 
mamárias. Esses ciclos mensais preparam o sistema 
genital para a gestação. O hormônio liberador de 
gonadotrofina é sintetizado pelas células 
Concepção e Formação do Ser Humano 
CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
neurossecretoras do hipotálamo. Esse hormônio é 
transportado pela rede de capilares da circulação 
porta hipofisária (sistema porta hipofisário), para o 
lobo anterior da glândula hipófise. O hormônio 
estimula a liberação de dois hormônios hipofisários 
produzidos por essa glândula e que atuam nos 
ovários: 
• O hormônio folículo-estimulante (FSH) estimula o 
desenvolvimento dos folículos ovarianos e a 
produção de estrogênio pelas células foliculares. 
• O hormônio luteinizante (LH) age como um 
“disparador” da ovulação (liberação do oócito 
secundário) e estimula as células foliculares e o 
corpo lúteo a produzirem progesterona. 
• Esses hormônios também induzem o crescimento 
dos folículos ovarianos e do endométrio. 
 
 NO PERÍODO GERMINATIVO, NA 
ESPERMATOGÊNESE E NA OOGÊNESE, 
OCORREM APENAS MITOSES DE 
CÉLULAS DIPLOIDES! 
 PRIMEIRO SÃO DIPLOIDES E SE DIVIDEM 
EM HAPLOIDES E APÓS VOLTAM AO 
NÚMERO 46 DE CROMOSSOMOS 
DIPLOIDES! 
 Ao final de cada gametogêneses, cada 
oogônia gera um oocito e cada 
espermatogônia 4 espermátozoides. 
 
CICLO OVARIANO 
O FSH e o LH produzem mudanças cíclicas nos 
ovários – o ciclo ovariano – o desenvolvimento dos 
folículos, a ovulação (liberação de um oócito de um 
folículo maduro) e a formação do corpo lúteo. 
Durante cada ciclo, o FSH estimula o 
desenvolvimento de vários folículos primários em 5 
a 12 folículos primários; entretanto, somente um 
folículo primário normalmente chega ao estágio de 
folículo maduro e se rompe na superfície ovariana, 
expelindo seu oócito. 
 
DESENVOLVIMENTO FOLICULAR 
O desenvolvimento de um folículo ovariano 
caracterizado por: 
• Crescimento e diferenciação de um oócito 
primário. 
• Proliferação das células foliculares. 
• Formação da zona pelúcida. 
• Desenvolvimento das tecas foliculares. 
 
 
OVULAÇÃO 
Por volta da metade do ciclo ovariano, o folículo 
ovariano, sob influência do FSH e do LH, sofre um 
repentino surto de crescimento, produzindo uma 
dilatação cística ou uma saliência na superfície 
ovariana. Um pequeno ponto avascular, o estigma, 
logo aparece nessa saliência. Antes da ovulação, o 
oócito secundário e algumas células do cumulus 
oophorus se desprendem do interior do folículo 
distendido. A ovulação é disparada por uma onda de 
produção de LH. Normalmente, a ovulação acontece 
de 12 a 24 horas após o pico de LH. A elevação nos 
níveis de LH, induzida pela alta concentração de 
estrogênio no sangue, parece causar a tumefação 
do estigma, formando uma vesícula. O estigma logo 
se rompe expelindo o oócito secundário junto com o 
líquido folicular. A expulsão do oócito é o resultado 
da pressão intrafolicular e possivelmente da 
contração da musculatura lisa da teca externa 
(capsular), estimulada pelas prostaglandinas. 
O oócito secundário expelido está circundado pela 
zona pelúcida e uma ou mais camadas de células 
foliculares, organizadas radialmente como uma 
corona radiata, formando o complexo oócito-
cumulus. Os altos níveis de LH também parecem ser 
responsáveis por induzir o término da primeira 
divisão meiótica do oócito primário. Portanto, os 
folículos ovarianos maduros contêm oócitos 
secundários. A zona pelúcida é composta por três 
glicoproteínas (ZPA, ZPB, e ZPC), que normalmente 
formam uma rede de filamentos com múltiplos poros. 
A ligação do espermatozoide com a zona pelúcida 
(interação espermatozoide oócito) é um evento 
complexo e crítico durante a fecundação. 
Concepção e Formação do Ser Humano 
CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
 
CORPO LÚTEO 
Logo após a ovulação, as paredes do folículo 
ovariano e da teca folicular colapsam e se tornam 
pregueadas. Sob a influência do LH, elas formam 
uma estrutura glandular, o corpo lúteo, que secreta 
progesterona e alguma quantidade de estrogênio, o 
que leva as glândulas endometriais a secretarem e, 
assim, o endométrio se prepara para a implantação 
do blastocisto. Se o oócito é fecundado, o corpo lúteo 
cresce e forma o corpo lúteo gestacional e aumenta 
a produção de hormônios. A degeneração do corpo 
lúteo é impedida pela ação da gonadotrofina 
coriônica humana, um hormônio secretado pelo 
sinciciotrofoblasto do blastocisto. O corpo lúteo 
gestacional permanece funcionalmente ativo durante 
as primeiras 20 semanas de gestação. Nesse 
momento, a placenta assume a produção de 
estrogênio e de progesterona necessária para a 
manutenção da gestação. Se o oócito não é 
fecundado, o corpo lúteo involui e se degenera 10 a 
12 dias após a ovulação. Ele é, então, chamado 
corpo lúteo menstrual. O corpo lúteo, em seguida, se 
torna uma cicatriz branca no tecido ovariano, 
denominada corpo albicans. Os ciclos ovarianos 
cessam na menopausa, a suspensão permanente da 
menstruação devido à falência dos ovários. A 
menopausa normalmente ocorre entre os 48 e os 55 
anos de idade. As alterações endócrinas, somáticas 
(corporais) e psicológicas que ocorrem ao término do 
período reprodutivo são denominadas de 
climatéricas. 
 
CICLO MENSTRUAL 
O ciclo menstrual é o período durante o qual o oócito 
amadurece, é ovulado e entra na tuba uterina. Os 
hormônios produzidos pelos folículos ovarianos e 
pelos corpos lúteos (estrogênio e progesterona) 
produzem mudanças cíclicas no endométrio. Essas 
mudanças mensais na camada interna do útero 
constituem o ciclo endometrial, mais comumente 
chamado de ciclo (período) menstrual, porque a 
menstruação (fluxo sanguíneo do útero) é evidente. 
O endométrio é um “espelho” do ciclo ovariano 
porque ele responde de maneira consistente às 
flutuações de concentrações de hormônios 
gonadotróficos e ovarianos. O tempomédio do ciclo 
menstrual é de 28 dias, sendo o primeiro dia do ciclo 
determinado quando se inicia o fluxo menstrual. Os 
ciclos menstruais normalmente variam em extensão 
por vários dias. Em 90% das mulheres, a duração do 
ciclo varia entre 23 e 35 dias. Quase todas essas 
variações resultam de alterações na duração da fase 
proliferativa do ciclo menstrual. 
 
 
FASES DO CICLO MENSTRUAL 
As alterações nos níveis de estrogênio e 
progesterona causam mudanças cíclicas na 
estrutura do sistema genital feminino, notadamente 
no endométrio. O ciclo menstrual é um processo 
contínuo; cada fase passa gradualmente para a fase 
seguinte. 
FASE MENSTRUAL 
A camada funcional da parede uterina desintegra-se 
e é expelida no fluxo menstrual ou menstruação 
(sangramento mensal), que normalmente dura 4 a 5 
dias. O sangue descartado pela vagina está 
misturado a pequenos fragmentos de tecido 
endometrial. Após a menstruação, o endométrio 
erodido fica delgado. 
FASE PROLIFERATIVA 
Esta fase, que dura aproximadamente 9 dias, 
coincide com o crescimento dos folículos 
ovarianos e é controlada pelo estrogênio 
secretado pelos folículos. Nesta fase de reparo e 
proliferação ocorre um aumento de duas a três vezes 
na espessura do endométrio e no seu conteúdo de 
água. No início desta fase, a superfície do epitélio se 
refaz e recobre o endométrio. As glândulas 
aumentam em número e comprimento e as artérias 
espiraladas se alongam. 
FASE SECRETORA OU LÚTEA 
 A fase secretora ou fase lútea, dura 
aproximadamente 13 dias e coincide com a 
formação, o funcionamento e o crescimento do corpo 
lúteo. A progesterona produzida pelo corpo lúteo 
estimula o epitélio glandular a secretar um material 
Concepção e Formação do Ser Humano 
CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
rico em glicogênio. As glândulas se tornam grandes, 
tortuosas e saculares, e o endométrio se espessa 
devido à influência da progesterona e do 
estrogênio produzidos pelo corpo lúteo e também 
por causa do aumento de fluido no tecido conjuntivo. 
Conforme as artérias espiraladas crescem na 
camada compacta superficial, elas se tornam mais 
tortuosas. A rede venosa torna-se mais complexa e 
ocorre o desenvolvimento de grandes lacunas 
(espaços venosos). As anastomoses arteriovenosas 
são características importantes desse estágio. Se a 
fecundação não ocorrer: 
• O corpo lúteo se degenera. 
• Os níveis de estrogênio e progesterona 
diminuem e o endométrio secretor entra na fase 
isquêmica. 
 • Ocorre a menstruação. 
FASE ISQUÊMICA 
 A fase isquêmica ocorre quando o oócito não é 
fecundado; as artérias espiraladas se contraem, 
dando ao endométrio uma aparência pálida. Essa 
constrição é resultado da diminuição da secreção 
de hormônios, principalmente a progesterona, 
devido à degradação do corpo lúteo. Além das 
alterações vasculares, a queda hormonal provoca a 
parada da secreção glandular, a perda de fluido 
intersticial e um importante adelgaçamento do 
endométrio. No fim da fase isquêmica, as artérias 
espiraladas se contraem por longos períodos, isso 
provoca estase venosa (congestão e diminuição da 
circulação venosa) e necrose isquêmica (morte) dos 
tecidos superficiais. Finalmente, ocorre a ruptura das 
paredes dos vasos lesionados e o sangue penetra o 
tecido conjuntivo adjacente. Pequenas lacunas de 
sangue se formam e se rompem na superfície 
endometrial, resultando em sangramento para a 
cavidade uterina e através da vagina. À medida que 
pequenos fragmentos de endométrio se destacam e 
caem dentro da cavidade uterina, as extremidades 
das artérias sangram para a cavidade, levando à 
perda de 20 a 80 mL de sangue. Por fim, 3 a 5 dias 
depois, toda a camada compacta e a maior parte da 
camada esponjosa do endométrio são eliminadas na 
menstruação. Os remanescentes das camadas 
esponjosa e basal permanecem para que se 
regenerem durante a fase proliferativa subsequente 
do endométrio. Torna-se óbvio, por meio das 
descrições anteriores, que a atividade hormonal 
cíclica do ovário está intimamente ligada às 
mudanças histológicas do endométrio. 
 
EIXO HIPOTÁLAMO HIPÓFISE GONADAL 
A maior parte do controle das funções sexuais 
começa com a secreção do hormônio liberador de 
gonadotrofina GnRH, pelo hipotálamo esse 
hormônio estimula a adeno-hipófise a secretar o 
hormônio luteinizante LH e o hormônio 
folículoestimulante FSH. 
O GnRH é secretado pelos neurónios cujo cujos 
corpos celulares estão localizados no núcleo 
arqueado do hipotálamo, essas terminações 
encontram-se na eminência mediana do 
hipotálamo e é liberado no sistema vascular portal 
hipotalâmico hipofisário. 
➔A testosterona apresenta mecanismo de 
feedback negativo sobre o hipotálamo 
diminuindo a secreção de GnRH, o que 
posteriormente diminui a secreção de LH e FSH 
pela hipófise. 
SISTEMA MASCULINO 
LH: estímulo primário para a secreção de 
testosterona pelos testículos em ponto, 
FSH: estimula a espermatogênese; 
Testosterona: aumento do tamanho do pênis, 
escroto e testículos, estimula os folículos pilosos e 
glândulas sebáceas, aumento da massa muscular, 
ampliam a laringe, mudança na voz, 
desenvolvimento fetal; 
A testosterona é secretada pela células de Leyding 
nos testículos, mas apenas quando estimuladas pelo 
LH; 
Assim sempre que a secreção de testosterona eleva 
se, existe o efeito automático de feedback negativo, 
esperando por meio do hipotálamo e da hipófise 
anterior, reduz a secreção de testosterona para os 
níveis desejados 
 
→O FSH liga-se aos receptores específicos as 
células de sertoli nos túbulos seminíferos que 
estimula o crescimento celular e a secreção de 
várias substâncias espermatogênicas; 
Simultaneamente, a testosterona difundida nas 
células de leydig nos espaços intersticiais também 
tem efeito trófico intenso na espermatogênese. 
→Quando os túbulos seminíferos deixam de produzir 
espermatozoides, a secreção de FSH pela adeno 
hipófise aumenta acentuadamente; 
A causa desse feedback negativo na hipófise 
anterior seja a secreção de INIBINA Pelas células 
de sertoli QUE tem ação de inibidor direto 
intenso na hipótese anterior. 
 A INIBINA produzida nas células de sertoli 
diminui a secreção de FSH pela hipófise 
anterior através de feedback negativo, 
regulando a espermatogênese e a 
secreção da testosterona; 
 
SISTEMA FEMININO 
Múltiplos centros neuronais no sistema límbico 
transmite sinais aos núcleos arqueados para 
modificar tanto a intensidade da liberação de gn RH 
quanto a frequência dos pulsos, oferecendo assim 
Concepção e Formação do Ser Humano 
CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
uma explicação parcial para o fato de fatores 
psíquicos modificarem a função feminina sexual. 
Em pequenas quantidades o estrógenio tem forte 
efeito de inibir a produção de LH e FSH. 
Esses efeitos de feedback parecem operar 
basicamente na hipófise anterior de modo direto mas 
também esperam em menor extensão no 
hipotálamo, diminuindo a secreção de GnRH em 
especial alterando a frequência dos pulsos de 
GnRH. 
1- Secreção pós-ovulatória de estrogênio e 
progesterona e depressão de LH e FSH: 
entre a ovulação e o início da menstruação o 
corpo lúteo secreta aumento de 
progesterona e estrogênio e inibina, que 
ocasionan um feedback negativo causando 
supressão de LH e FSH cerca de 3 a 4 dias 
antes da menstruação reduzindo aos seus 
níveis mais baixos; 
2- Fase de crescimento folicular: após a 
menstruação, a secreção folicular de FSH 
começa novamente a aumentar em 
seguida após dias do início da menstruação 
a secreção de LH aumenta rapidamente; 
FSH e LH inicia um crescimento de novos 
folículos ovarianos atingindo um pico de 
estrogênio; Durante o crescimento folicular 
11-12 dias a secreção de FSH e LH cai 
ligeiramente devido ao feedback negativo 
especialmente do estrogênio; Em seguida há 
aumento de LH subitamente acentuado e em 
menor extensão de FSH; seria o pico pré-
ovulatório de LH e FSH que é seguido pela 
ovulação. 
3- Pico pré-ovulatório de LH e FSH causa a 
ovulação: após o pico pré-ovulatório o 
declínio da secreção de FSHe LH chega ao 
seu fim súbito; devido o aumento de 
estrogênio nesse momento há um efeito 
estimulador de feedback positivo na 
adenohipófise, levando ao grande pico de 
LH. 
-O grande excesso de LH leva a ovulação e ao 
desenvolvimento subsequente do corpo luta o 
quanto a sua secreção. 
 
ELUCIDAR SOBRE O PROCESSO DE 
FECUNDAÇÃO 
A fecundação normalmente ocorre na ampola da 
tuba uterina, embora ela possa ocorrer em outras 
partes desta tuba. Os oocitos (células germinativas 
femininas), junto com as células foliculares 
circundantes secretam sinais químicos que atraem e 
guiam os espermatozóides capacitados em direção 
ao oocito. 
No corpo do útero não ocorre fecundação. 
Sabe-se que a fecundação é um processo complexo 
que respeita a ocorrência de eventos sequenciais e 
coordenados inicialmente com o contato entre um 
espermatozóide e um óocito e termina com a mistura 
dos cromossomos maternos e paternos na metáfase 
da primeira divisão mitótica do zigoto, esse processo 
de fecundação dura 24 horas. 
Passagem do espermatozóide através da corona 
radiata → durante esse processo uma enzima tem 
um papel muito importante à hialuronidase liberada 
pela vesícula acrossômica do espermatozóide que 
tem como função causar dispersão das células 
foliculares da corona radiada. Além disso, algumas 
enzimas da mucosa da tuba uterina também 
parecem auxiliar nesse processo. Os movimentos da 
cauda do espermatozóide também são importantes 
durante a apresentação da corona. 
Penetração da zona Pelúcida→ a formação dessa 
passagem também é resultado da ação de enzimas 
acrossómica: acrosina, esterases e 
neuraminidase. A acrosina é a mais importante, 
mais sendo o principal responsável pela dissolução 
da zona pelúcida. 
Reação zonal →após a penetração do 
espermatozóide na zona pelúcida, ocorre alterações 
nas propriedades da zona pelúcida tornando-a 
impermeável a outros espermatozóides. Chamado 
assim reação zonal. 
Fusão das membranas plasmáticas do oocito e 
do espermatozoide→ essas membranas se fundem 
permitindo que a cabeça e a cauda do 
espermatozóide entre no citoplasma do oocito. A 
membrana celular espermática e as mitocôndrias 
ficam para trás. 
Término da segunda divisão meiótica do ovócito 
e formação do pronúcleo feminino→ após a 
penetração do espermatozoide o ovócito é ativado e 
termina a segunda divisão meiótica, formando oocito 
maduro e um segundo corpo polar. Dando segmento 
os cromossomos maternos são descondensados e o 
núcleo do oocito se torna o pronúcleo feminino. 
Formação do pronúcleo masculino→ o núcleo do 
espermatozóide dentro do citoplasma do oocito, 
aumenta seu tamanho para formar o pronúcleo 
masculino. A cauda do espermatozoide é 
degenerada nessa fase. 
Durante o crescimento dos pronúcleos eles replicam 
seu DNA haploide com 2 cromátides, neste contexto 
o oocito contendo 2 pronúcleos haplóides é 
denominado oótide. 
Fusão dos pró núcleos→ quando esse evento 
acontece forma-se um único agregado diplóide de 
cromossomos e a oótide se torna um zigoto os 
cromossomos se organizam em um fuso de 
clivagem, em preparação para as divisões futuras. 
Concepção e Formação do Ser Humano 
CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
→O sexo cromossômico do embrião é determinado 
na hora da fecundação e depende do tipo do 
espermatozóide que fecunda oócito. O 
espermatozóide que carrega o cromossomo x do 
zigoto XX -feminino mas quando é um cromossomo 
y reproduz um zigoto XY -masculino. 
 
FECUNDAÇÃO: 
• Estimula oócito a completar a segunda 
divisão meiótica; 
• Restaurar o número diplóide normal dos 
cromossomos 46 no ZIGOTO; 
• Resulta na variação da espécie humana; 
• Determina o sexo cromossômico do embrião; 
• Causa ativação metabólica da oótide de 
inicia clivagem do zigoto; 
 
Tecnologia de reprodução assistida→ a 
fertilização in vitro FIV de oócitos e a transferência 
de zigoto em clivagem para o útero oferece uma 
oportunidade para mulheres estéreis da à luz. 
 
 
SEGMENTAÇÃO 
O zigoto formado sofrerá divisões mitóticas 
repetidas, resultando em um aumento rápido do 
número de células -blastômeros. A clivagem ocorre 
conforme o zigoto passa pela tuba uterina e as 
células vão se tornando menores a cada divisão. 
A divisão do zigoto em blastômeros se inicia 
aproximadamente 30 horas após a fecundação após 
atingirem o número de 8 células, ocorrem mudanças 
na forma dos blastômeros, sendo agrupadas uns aos 
outros para formar uma bola compacta de células. 
Esse fenômeno é conhecido como compactação, é 
mediado por glicoproteínas de adesão de superfície 
celular. 
Sabe se que a compactação é um evento necessário 
para que ocorra a separação das células internas, 
que formam o embrioblasto uma massa interna do 
blastócisto. 
Quando a divisão chega a 12 -32 blastômeros o 
embrião em desenvolvimento é chamado de mórula. 
A formação da mórula se inicia cerca de 3 dias após 
a fecundação e é nesse estágio que o embrião chega 
ao útero. 
 
Formação do blastócito→ após a mórula alcançar 
a cavidade uterina, cerca de 4 dias após a 
fecundação, surge no seu interior um espaço 
preenchido por líquido, a cavidade blastocistica. 
Esse líquido é proveniente da cavidade uterina, 
passando pela zona pelúcida para formar esse 
espaço. Observa-se a importância desse líquido pois 
conforme ele aumenta na cavidade blastocistica, há 
a separação do blastômeros em 2 partes 
(trofoblasto e embrioblasto ). 
Uma proteína imunossupressora secretária pelas 
células trofoblásticas, o fator de gestação inicial, 
aparece no soro materno com 24 48 horas após a 
implantação ponto sendo esse fator, a base do teste 
de gravidez nos primeiros dias de desenvolvimento 
bom 
Durante este estágio de desenvolvimento, conhecido 
como blastogênese, o concepto é chamado de 
blastocisto. diante disso após 2 dias da formação 
do blastócisto a zona pelúcida é degenerada e 
desaparece gradualmente .Cerca de 6 dias após a 
fecundação o blastócisto se adere ao epitélio 
endometrial, quando o trofoblasto se prolífera 
Concepção e Formação do Ser Humano 
CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
rapidamente e se diferencia em 2 camadas interna- 
citotrofoblasto e externa- sincíciotrofoblasto. 
 
EXPLICAR OS TIPOS DE METODOS 
CONTRACEPTIVOS E SUAS INDICAÇÕES E 
CONTRA INDICAÇÕES 
A anticoncepção é um conjunto de métodos e 
técnicas utilizadas com o intuito de impedir a 
gravidez. A partir da década de 1996 pela Lei n. 
9263, o planejamento familiar foi oficialmente 
empregado no Brasil. O planejamento familiar 
corresponde ao recurso que permite ao casal a 
decisão do número de filhos e intervalo entre as 
gestações que desejam, de maneira programada e 
consciente. 
A maioria desses métodos são oferecidos pelo- 
Sistema Único de Saúde (SUS), difundindo assim o 
emprego planejamento familiar. Os métodos 
contraceptivos podem ser agrupados de diferentes 
maneiras, como o tipo de método, o potencial de 
reversibilidade e de acordo com a sua efetividade. 
Quando se considera a efetividade do método, 
podemos dividi-lo em: 
• métodos de primeira linha que são mais 
efetivos, no qual não é necessário a 
motivação de uso pela paciente; 
• métodos de segunda linha, muito efetivos, no 
qual precisam de atenção da paciente em 
relação ao uso correto; 
• métodos de terceira linha que são efetivos e 
incluem os métodos de barreira e percepção 
das mudanças corporais; 
• e os métodos de quarta linha que são menos 
efetivos, onde se encontram os espermicidas 
e o coito interrompido. 
 
METODOS COMPORTAMENTAIS 
São eles: 
• Tabelinha (OGINO-KNAUS) 
• Temperatura basal 
• Billings (muco cervical) 
• Sinto térmico 
• Coito interrompido 
 
 
 
CRITERIOS DE ELEGIBILIDADE- OMS 
 
 
MÉTODOS DE BARREIRA 
São métodos que formam uma barreira entre os 
espermatozoides e a cavidade uterina, impedindo a 
fecundação. O nível de eficiência desses métodos 
varia entre 2 a 6%, a depender se seu uso é correto. 
Todos os métodos de barreira, além do efeito 
contraceptivo, também reduzem a transmissão de 
ISTs.PRESERVATIVOS (CAMISINHA) 
Dentre os métodos de barreira os preservativos são 
os mais utilizados. Existem preservativos masculinos 
e femininos que podem ser feitos de látex ou 
poliuretrano. Sua taxa de falha geralmente está 
ligada ao uso incorreto. Além do efeito contra-
ceptivo, é o método mais eficaz de prevenção de 
ISTs. Além disso, está associado a redução de 
neoplasias do colo do útero pela diminuição da 
transmissão do papilomavírus humano (HPV). Por 
isso, é indicado o seu uso em associação com outros 
métodos. O preservativo feminino é feito de 
poliuretano ou látex sintético e tem um anel flexível 
em cada extremidade. O anel aberto fica fora do 
canal vaginal e o anel fechado interno é colocado no 
espaço entre a sínfise e o colo uterino. 
Concepção e Formação do Ser Humano 
CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
 
DIAFRAGMA 
O diafragma é um disco de borracha ou látex, 
colocado na vagina, recobrindo colo do útero para 
impedir a entrada de espermatozoides. Possui vários 
tamanhos, por isso, antes do início do uso, é 
necessária uma consulta com o ginecologista para 
ser indicado o tamanho mais adequado para a 
paciente. 
 
 
ESPERMICIDA 
Os espermicidas são substâncias em forma de 
tabletes de espuma, geleia ou creme que provocam 
a ruptura da membrana das células dos 
espermatozoides matando-os ou retardando sua 
passagem pelo canal cervical. É recomendado o seu 
uso apenas em associação com outros métodos 
contraceptivos, como o diafragma. No entanto, não 
deve ser usada com preservativos masculinos, pois 
pode aumentar o risco de contaminação pelo vírus 
da imunodeficiência humana (HIV). 
 
DISPOSITIVOS INTRAUTERINOS (DIUS) 
Os DIUs, junto com o implante de etonogestrel, faz 
parte dos LARCs (Long acting reversible 
contraceptives) que são os contraceptivos de 
longa duração. Consistem em um objeto de formato 
variável que é inserido na cavidade uterina. Eles são 
amplamente difundidos como métodos 
contraceptivos reversíveis, possuem pequenas axas 
de falha e descontinuidade, poucas contraindicações 
e têm um ótimo custo-benefício. No Brasil, os dois 
DIUs utilizados são o dispositivo intrauterino de 
cobre (DIU-Cu) e o sistema intrauterino liberador 
de levonogestrel (SIU de levonogestrel). 
 
DIU DE COBRE 
O DIU-Cu é o dispositivo mais utilizado no Brasil, 
sendo o único LARC fornecido pelo SUS no Brasil. 
Tem formato de T, é feito de um fio de prata corado 
com cobre e pode ser eficaz de 10 a 12 anos a 
depender da literatura. O DIU-Cu age por meio da 
indução de uma reação de corpo estranho, levando 
à inflamação, visto que o cobre induz a liberação 
de interleucinas e citocinas que têm ação 
espermicida. Além disso, leva a mudanças 
bioquímicas e morfológicas no endométrio, além 
de produzir modificações no muco cervical e 
alterar a espermomigração e transporte do óvulo. 
 
SIU DE LEVONORGESTREL (SIU- LNG) - DIU DE 
PROGESTERONA 
O SIU- LNG, também conhecido pelo nome 
comercial Mirena, é um dispositivo de poliuretrano 
em forma de T que libera 20 mcg levonorgestrel por 
dia. Tem validade de cerca de 5 anos, apesar de 
alguns estudos admitirem até 7 anos. Funciona 
levando ao efeito a atrofia do endométrio, 
tornando o muco cervical espesso e dificultando 
a espermo migração e motilidade tubária. Além 
disso, provoca a reação inflamatória de corpo 
estranho, como o DIU de cobre. 
Possui o benefício: de reduzir a dismenorreia e 
causar amenorreia em alguns casos. 
No entanto, em algumas pacientes pode levar a 
cefaleia, mastalgia, acne, depressão, cisto ovarianos 
funcionais e spotting (sangramento uterino irregular). 
Além de ter as mesmas contraindicações do DIU de 
cobre (ver em quadro acima), 
→o SIU-LNG não é recomendado em mulheres 
com câncer de mama atual ou prévio, tumor 
hepático, trombose venosa profunda ou 
tromboembolismo pulmonar atual, lúpus 
eritematoso sistêmico com anticorpo 
antifosfolipídeo positivo ou desconhecido. 
Além disso, não é indicada a continuidade do uso em 
pacientes que iniciaram quadro de enxaqueca com 
aura. Apesar de raro, pode levar à expulsão, dor ou 
sangramento, perfuração uterina, infecção e 
gravidez ectópica. 
→O melhor momento para ser inserido é durante a 
menstruação, pois nesse período o colo do útero 
está mais pérvio, facilitando a inserção. A 
contracepção é imediata e pode ser colocado em 
qualquer idade, inclusive em pacientes sem prole 
constituída. 
 
CONTRACEPÇÃO HORMONAL 
Os contraceptivos hormonais são métodos 
extremamente difundidos e eficazes. No entanto, 
seu índice de sucesso depende fundamentalmente 
da paciente. Com isso, na prática seu índice de 
falhas aumenta consideravelmente decorrente do 
Concepção e Formação do Ser Humano 
CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
uso incorreto, chegando a taxas de gravidez no 
primeiro ano de uso entre 3 e 9 por 100 usuárias. 
Dentre esses contraceptivos os mais conhecidos 
são: contraceptivos orais combinados (COCs), 
contraceptivos contendo apenas progestogênio 
(COPs) e contraceptivos com estrogênios e/ou 
progestogênios de uso sistêmico por injeção, 
adesivo transdérmico ou anel intravaginal. 
 
CONTRACEPTIVOS HORMONAIS COMBINADOS 
(CHCS) 
Os CHCs possuem a combinação de um estrogênio 
e um progestogênio no mesmo método. Desse grupo 
fazem parte as pílulas contraceptivas de uso oral, 
o injetável mensal, o adesivo transdérmico e o 
anel intravaginal. 
→O mecanismo de ação dos CHCs ocorre pela 
inibição da ovulação. Vamos relembrar, no ciclo 
menstrual o hormônio folículo estimulante (FSH) é 
responsável pelo recrutamento e desenvolvimento 
folicular. Já o hormônio luteinizante (LH) é o 
responsável pela ovulação. O componente de 
estrogênio dos CHCs inibe o FSH, enquanto que o 
progestogênio age inibindo o LH. Ora, se esses dois 
hormônios estão bloqueados, não pode ocorrer 
recrutamento folicular, amadurecimento do folículo 
dominante e nem ovulação. Além disso, a 
progesterona presente nesses contraceptivos torna 
o muco cervical espesso, dificultando a 
espermomigração, reduz a motilidade tubária e 
ainda tem efeito antiproliferativo no endométrio. 
Já o estrogênio contido na formulação estabiliza o 
endométrio, reduzindo os sangramentos e aumenta 
a produção hepática da globulina carreadora de 
hormônios sexuais (SHBG), reduzindo a fração livre 
de testosterona. Sabendo disso, fica fácil elencar 
vários benéficos dos CHCs: 
 
 
 
 
 
 
INJETÁVEL MENSAL 
Os anticoncepcionais hormonais combinado 
injetável são utilizados mensalmente. Os mais 
utilizados são o de valerato de estradiol com 
enantato de noretisterona, e o cipionato de estradiol 
com acetato de medroxiprogesterona. É indicado 
para pacientes que possuem dificuldade de aderir 
pílula anticoncepcional. 
ANEL VAGINAL 
Esse método contraceptivo combinado que possui o 
formato de um anel transparente e flexível e contém 
2,7 mg de etinilestradiol e 11,7 mg de etonogestrel. 
O anel vaginal libera cerca de 15 μg de 
etinilestradiol/dia e 120 μg de etonogestrel/dia. Deve 
ser colocado em forma de “8” no fundo vaginal entre 
o primeiro e o quinto dia do ciclo menstrual. O 
dispositivo permanece por três semanas 
consecutivas, faz-se uma pausa de sete dias, 
quando ocorre o sangramento e recoloca um novo 
dispositivo ao final da pausa. 
ADESIVO TRANSDÉRMICO 
O adesivo transdérmico contém uma camada interna 
hormonal e uma camada externa resistente à água. 
Ele libera diariamente 30 μg de EE e 150 μg de norel-
gestromina, que, após metabolismo hepático, se 
transforma em levonorgestrel. O adesivo deve ser 
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CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
aplicado na pele limpa, podendo ser colocado nas 
nádegas, parte externa do braço, abdome inferior ou 
região superior do dorso, evitando as mamas. 
 
CONTRACEPTIVOS APENAS DE 
PROGESTOGÊNIO (COPS) 
Esses contraceptivos possuem como hormônio 
apenas a progesterona. Dentro desse grupo está a 
pílula de progesterona isolada, o injetável 
trimestral, o implante subdérmico e o SIU de 
levonorgestrel. As principais contraindicações 
desse métodoestão descritas no quadro abaixo. 
 
 
PÍLULA DE PROGESTERONA ISOLADA 
Esses contraceptivos podem ser compostos por 
desogestrel, acetato de noretindrona e 
levonorgestrel. 
Minipílula: Os contraceptivos compostos por 
acetato de noretindrona e levonorgestrel são 
também conhecidos como minipílulas e podem ser 
utilizados em pacientes em aleitamento e na 
perimenopausa. Essas medicações promovem 
efeito contraceptivo através do espessamento do 
muco cervical e inibição da implantação do 
embrião no endométrio. Não possuem efeitos 
anovulatórios. Nesse caso, o uso de minipílulas é 
contínuo e devem ser prescritas no puerpério de 
mulheres que amamentam seis semanas após o 
parto. O seu uso deve ser rigoroso, pois após 27 
horas da injesta do último comprimido já pode perder 
o seu efeito. 
→Uma contraindicação relativa ao uso de 
anticoncepcionais com progestágeno isolado é o 
diabetes mellitus gestacional prévio, pois está 
relacionado ao desenvolvimento de diabetes mellitus 
tipo 2 nos primeiros dois anos após o parto. 
 
DESOGESTREL: Esse contraceptivo é composto 
por 75 μg de desogestrel e tem a capacidade de inibir 
a ovulação, por isso, é mais eficaz que as 
minipílulas. Além disso, torna o muco cervical 
espesso, dificultando a ascensão dos 
espermatozoides. Também pode ser indicado 
durante a amamentação e tem a vantagem de poder 
ser tomado com atraso de até 12 horas, sem 
comprometer a sua eficácia. 
 
INJETÁVEL TRIMESTRAL 
O contraceptivo injetável trimestral geralmente é 
utilizado em pacientes que possuem contraindicação 
ao uso de estrogênios. Ele bloqueia a ovulação 
através da inibição do LH, também levando à 
alteração nas características do muco e atrofia 
endometrial. Além disso, pode levar à amenorreia e 
redução da dismenorreia, TPM e câncer 
endometrial. Como efeitos adversos, pode estar 
presente o sangramento intermenstrual, edema, 
ganho de peso, acne, náuseas, mastalgia, cefaleia, 
alterações do humor e redução da densidade 
mineral óssea. É aplicado via intramuscular na 
nádega ou músculo deltoide a cada três meses. 
IMPLANTE SUBDÉRMICO 
O implante subdérmico é composto contendo 
progestágenos como o etonogestrel (Implanon) e 
o levonorgestrel (Norplant). O primeiro tem 
duração de 3 anos, enquanto que o segundo dura 
até 5 anos. Esse dispositivo é implantado na parte 
subdérmica do antebraço, entre os músculos bíceps 
e tríceps. Para ser retirado, é preciso pequena 
incisão sob anestesia local. O implante de 
levonorgestrel atua inibindo a ação do LH, impedindo 
a ovulação. Além disso, leva à atrofia endometrial e 
alteração do muco cervical. Por não apresentar um 
componente estrogênico que estabiliza o 
endométrio, pode ocorrer como efeito adverso o 
spotting. Já o implante de levonorgestrel previne a 
gestação por meio da ação sobre o muco cervical 
que se torna impenetrável aos espermatozoides. 
Também está associado a cefaleia, mastalgia, acne 
e ganho de peso. Após a remoção do implante, o 
retorno à fertilidade é rápido, podendo variar em 
média de 1 a 18 semanas. O implante de 
etonogestrel tem uso seguro durante a 
amamentação. 
 
CONTRACEPÇÃO CIRÚRGICA 
 A contracepção cirúrgica consiste em método 
considerado irreversível ou definitivo, podendo ser 
masculina com a vasectomia ou feminina com a 
ligadura tubária (LT). Tem grande efetividade com 
índice de Pearl variando de 0,1 a 0,3 por 100 
mulheres/ano. A Lei 9263 de 12/01/1996, também 
conhecida como Lei do planejamento familiar, 
regulamenta o seu uso no Brasil, sendo indicado 
somente nas seguintes situações: 
• Homens e mulheres com capacidade civil plena 
e maiores de 25 anos de idade OU, pelo menos, 
com dois filhos, desde que observado o prazo 
mínimo de 60 dias entre a manifestação da 
vontade e o ato cirúrgico. 
Concepção e Formação do Ser Humano 
CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
• Risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro 
concepto, desde que tenha relatório escrito e 
assinado por dois médicos. Além disso, é vedado 
a esterilização cirúrgica durante o parto, aborto 
ou até 42 dias após o parto (ou aborto), exceto 
nos casos de comprovada necessidade, como: 
• Cesárias sucessivas anteriores (no mínimo 2); 
• Doença de base com risco à saúde. 
→ Para fazer a esterilização é necessário o registro 
da expressa manifestação da vontade da paciente 
em documento escrito e firmado. Caso seja casada, 
deve também ter o consentimento do cônjuge e se 
for incapaz, deve ter a autorização judicial. 
 
→Na vasectomia se faz a ligadura do ducto 
deferente, podendo ser realizado apenas com 
anestesia local. Lembrem-se que esse procedimento 
não altera o aspecto do sêmen e não afeta o 
desempenho sexual. 
→Na ligadura tubária realiza-se a obstrução do 
lúmen tubário, principalmente o istmo, seja com fio 
cirúrgico e/ou secção da trompa, eletrocoagulação 
ou obstrução mecânica com clips ou anéis. Com 
isso, se impede o transporte do óvulo e o encontro 
dos gametas femininos e masculinos. Pode ser 
realizado tanto por via laparotômica, laparoscópica, 
vaginal ou histeroscópica. 
 
 
CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA 
A contracepção de emergência é um método que 
visa prevenir uma gestação inoportuna após relação 
sexual. Pode ser indicada no ato sexual 
desprotegido, falha ou uso inadequado do método 
contraceptivo em uso ou violência sexual. Os 
contraceptivos de emergência atuais geralmente são 
efetivos e seguros, apresentando poucos efeitos 
adversos. Com isso, reduz a quantidade de 
abortamentos inseguros e garante o planejamento 
familiar. O mecanismo de ação desses métodos 
varia de acordo com o período do ciclo menstrual no 
qual é utilizado. Se o uso ocorre na primeira fase do 
ciclo, antes do pico do LH (hormônio luteinizante), 
ele altera o desenvolvimento folicular, impedindo ou 
retardando a ovulação. 
Já quando é usado na segunda fase do ciclo 
menstrual, ou seja, após a ovulação, ele modifica as 
características do muco cervical, deixando-o mais 
viscoso e com isso alteração o transporte dos 
espermatozoides. Atualmente estão disponíveis 
vários métodos contraceptivos de emergência. Os 
mais utilizados são o método Yuzpe e o 
contraceptivo de levonorgestrel isolado, ambos 
são igualmente eficazes, podendo ser utilizado até 5 
dias após o ato sexual desprotegido. Entretanto, sua 
eficácia é inversamente proporcional ao tempo 
decorrido desde a atividade sexual, sendo 
recomendado o uso até 72 horas após o ato. 
Pela comodidade posológica e menos efeitos 
colaterais, o método de levonorgestrel é o mais 
indicado. 
• MÉTODO YUZPE: É um contraceptivo combinado 
que consiste no uso de duas doses de 100 mcg de 
etinilestradiol e 500 mcg de levonorgestrel, com 
intervalo de 12 horas; sendo que a primeira deve ser 
tomada o mais próximo possível da atividade sexual 
desprotegida e até 72 horas depois. 
• CONTRACEPTIVO DE LEVONOGESTREL 
ISOLADO: Nesse método deve-se ingerir o 
levonorgestrel na dose de 1,5 mg em dose única ou 
fracionada em duas tomadas, com intervalo de 12 
horas. 
Ambas as formas de uso são igualmente eficazes. 
Podem ocorrer alguns efeitos adversos como 
náuseas, vômitos, cefaleia e aumento da 
sensibilidade mamária. No entanto, não há nenhuma 
evidência de que os contraceptivos de emergência 
exerçam abortamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Concepção e Formação do Ser Humano 
CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
 
 
 
Concepção e Formação do Ser Humano 
CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
VIOLENCIA SEXUAL NA CRIANÇA E 
ADOLESCENTE 
-É de notificação compulsória. 
-O boletim de ocorrência não é obrigado para o 
atendimento médico; 
-Comunicar o Conselho Tutelar- Vara da 
Infância→ Obrigatório! Até os 18 anos! 
- Oferecer a contracepção de emergência. 
-HIV- medicações recomendadas 
-HEP B- Vacinação + medicação 
- ISTS- Medicação 
 
O atendimento inicial à vítima de violência sexual nas 
unidades de saúde e hospitais deve incluir 
entrevista, registro da história, exame clínico e 
ginecológico, exames complementares e 
acompanhamento psicológico. 
A Ficha de Notificação e Investigação de ViolênciaDoméstica, Sexual e/ou outras Violências é 
composta por um conjunto de variáveis e categorias 
que retratam, minimamente, o perfil das violências 
perpetradas contra as mulheres e os adolescentes, 
a caracterização das pessoas que sofreram 
violências e dos (as) prováveis autores (as) de 
agressão. 
→Quando se tratar de notificação de violência contra 
crianças e adolescentes um ficha deve ser 
encaminhada para o Conselho Tutelar. 
• Em crianças e adolescentes menores de 
18 anos de idade, a suspeita ou 
confirmação de abuso sexual deve, 
obrigatoriamente, ser comunicada ao 
Conselho Tutelar ou à Vara da Infância e 
da Juventude. Na falta destes, comunicar 
à Vara de Justiça existente no local ou à 
Delegacia. 
O abuso sexual pode ser classificado em EXTRA 
E INTRAFAMILIAR. 
EXTRA- fora do ambiente familiar 
INTRA- dentro do ambiente familiar 
VIOLENCIA AGUDA- acometida 1 ou poucas 
vezes 
VIOLENCIA CRONICA- acometida diversas vezes 
PROTOCOLO DE ATENDIMENTO 
Acolhimento e escuta qualificada 
O acolhimento e a escuta qualificada são elementos 
importantes para uma atenção humanizada às 
pessoas em situação de violência sexual. O 
acolhimento engloba o tratamento digno e 
respeitoso, a escuta, o reconhecimento e a 
aceitação das diferenças, o respeito ao direito de 
decidir de mulheres e homens, assim como o acesso 
a resolutividade da assistência. 
Exame Físico 
O exame físico deve ser precedido de explicação, a 
vítima, sobre a necessidade de sua realização, sobre 
os locais do corpo a serem tocados, esclarecendo os 
procedimentos que serão realizados e os materiais 
que serão coletados. Havendo recusa, a decisão e 
autonomia da pessoa devem ser respeitadas. O 
exame deverá ser realizado pelo médico com a 
presença de outro profissional de saúde também 
habilitado para o atendimento integral às pessoas 
em situação de violência sexual. 
Coleta de Vestígios 
• Secreção Vaginal; 
• Secreção anal; 
• Sêmen, secreções e/ou fluidos depositados 
na pele ou em outra regiões do corpo; 
• Vestígio Subungueal; 
• Cabelo e Pelo; 
• Vestes e objetos com possível presença de 
sêmen e/ou fluidos biológicos; 
• Células de mucosa oral; 
 
ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA 
O método anticonceptivo pode prevenir a gravidez 
forçada e indesejada utilizando composto hormonais 
concentrados e por curto período de tempo. 
→Tratando-se de adolescente, o direito à 
confidencialidade e ao sigilo sobre a atividade sexual 
e sobre a prescrição de métodos anticonceptivos 
deve ser igualmente preservado, segundo os artigos 
11, 102 e 103 do Código de Ética Médica, reiterados 
pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, Estatuto 
da Criança e do Adolescente (ECA). 
PROFILAXIA DE DOENÇAS SEXUALMENTE 
TRANSMISSÍVEIS NÃO VIRAIS 
Doenças como gonorreia, sífilis, infeção por 
clamídia, tricomoníase e cancro mole podem ser 
prevenidas com o uso de medicamentos de 
reconhecida eficácia. 
Esquema profilático para crianças 
Crianças apresentam maior vulnerabilidade às IST 
devido a imaturidade anatômica e fisiológica da 
mucosa vaginal, além de outros fatores. O 
diagnóstico de uma IST em crianças pode ser o 
primeiro sinal de abuso sexual. 
PROFILAXIA CONTRA INFECÇÃO PELO HIV 
O esquema de profilaxia para crianças e 
adolescentes é orientado de acordo a faixa etária. 
Veja na tabela abaixo. 
Concepção e Formação do Ser Humano 
CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
→Os adolescentes têm direito à PEP mesmo sem a 
presença dos pais ou responsáveis. Nesses casos, 
como previsto no ECA e pela Lei nº 8.069 de 13 de 
julho de 1990, deve-se avaliar a capacidade de 
discernimento do adolescente, com exceção das 
situações de violência. 
PROFILAXIA PARA TÉTANO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROBLEMA 2 
ELUCIDAR AS MUDANÇAS FISIOLÓGICAS 
ATRAVÉS DE SINAIS E SINTOMAS DA 
GRAVIDEZ 
O organismo feminino sofre mudanças anatômicas 
e funcionais durante a gestação, adaptando-se 
para a presença do feto em desenvolvimento. 
 
SISTEMA CIRCULATÓRIO 
 O volume sanguíneo materno aumenta 
consideravelmente durante a gestação, atingindo 
valores 30 a 50% maiores do que os níveis pré-
gestacionais. 
A hipervolemia no organismo materno está 
relacionada com a necessidade de suprimento 
sanguíneo nos órgãos genitais, principalmente no 
território uterino, cuja vascularização encontra-
se aumentada na gestação. 
Há também um aumento na concentração das 
células vermelhas em cerca de 30%, 
estabelecendo um estado de hemodiluição, uma 
vez que o aumento não acompanha o aumento do 
volume sanguíneo total. Dessa forma, há uma 
diminuição da viscosidade plasmática, 
diminuindo também o trabalho cardíaco. 
O sistema renina-angiotensina-aldosterona tem 
maior atividade na gestação para suplantar a ação 
dos mecanismos excretores, como o aumento da 
filtração glomerular e do peptídeo atrial 
natriurético. 
A concentração de hemoglobina está levemente 
diminuída durante a gestação (“anemia 
fisiológica”) devido à hemodiluição e, por isso, 
valores de hemoglobina até 11g/dl são aceitos. 
Em relação aos glóbulos brancos, a leucocitose 
pode estar presente na gravidez normal, com valores 
de leucócitos totais entre 5.000 e 14.000/ mm³. 
Durante o parto e o puerpério imediato, os valores 
de leucócitos podem chegar a 29.000/mm³, 
possivelmente relacionados à atividade das adrenais 
no momento de estresse. 
Os níveis plaquetários estão discretamente 
reduzidos na gravidez normal, em parte devido à 
hemodiluição, e em parte relacionado ao consumo 
de plaquetas e à coagulação intravascular no leito 
uteroplacentário. Considera-se plaquetopenia na 
gestação uma contagem de plaquetas inferior ou 
igual a 100.000/mm³. A contagem de plaquetas 
volta a aumentar logo depois do parto e atinge 
valores basais após 4 semanas, aproximadamente. 
Praticamente todos os fatores de coagulação 
Concepção e Formação do Ser Humano 
CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
apresentam-se elevados na gestação, com 
exceção dos fatores XI e XIII. Fibrinogênio e dímero 
D têm seus níveis elevados em até 50% durante a 
gestação. 
As necessidades de ferro durante o ciclo gravídico-
puerperal aumentam consideravelmente devido ao 
consumo e à perda que ocorrem nessa fase. Por 
esse motivo, a maioria das gestantes apresentará 
anemia ferropriva, a não ser que haja uma 
suplementação adequada. 
Há um aumento no débito cardíaco (DC), devido 
ao aumento da frequência cardíaca (em torno de 
15 a 20 bpm) e à elevação do volume sistólico. Esse 
processo se inicia por volta da 5ª semana, se 
estabiliza por volta de 24 semanas e atinge seu 
ápice no pós-parto imediato, com aumento de 
80% no DC. 
Observa-se uma redução da resistência vascular 
periférica extremamente acentuada, devido à 
vasodilatação periférica e ao surgimento da 
circulação uteroplacentária (de baixa resistência). 
Devido a isso, há uma queda também na pressão 
arterial sistêmica, apesar do aumento do DC. O 
sopro cardíaco sistólico é comum devido à redução 
da viscosidade sanguínea e do aumento do DC. 
Cerca de 90% das gestantes apresentam sopro 
sistólico leve, 20% apresentam sopro diastólico e 
10% apresentam sopro contínuo, consequente à 
hipervascularização das mamas. Por fim, devido às 
modificações anatômicas e funcionais do coração, 
pode haver alterações fisiológicas 
eletrocardiográficas nas ondas T e Q, no segmento 
ST e desvio do eixo cardíaco para a esquerda 15 a 
20°. 
SISTEMA ENDÓCRINO E METABOLISMO: As 
alterações endócrinas e metabólicas do organismo 
materno visam garantir o aporte nutricional para o 
desenvolvimento do feto. Para que isso ocorra, 
várias transformações funcionais das glândulas 
maternas coexistirão com a placenta – novo órgão 
que apresenta importante função endócrina. 
Com relação às demandas energéticas, o ganho de 
peso materno decorre, em grande parte, do 
acúmulo de componente hídrico intra e 
extravascular, e em menor proporção, do acúmulo 
de componentes energéticos e estruturais 
(carboidratos, lipídios e proteínas). O ganho de pesoadequado varia conforme o peso da mulher no início 
da gestação de acordo com seu Índice de Massa 
Corporal (IMC) pré-gestacional. 
 
 
 
 
PELE E ANEXOS: A produção placentária de 
estrógenos leva à proliferação da microvasculatura 
de todo o tegumento (angiogênese). Devido ao 
estado hiperprogestogênico, ocorre vasodilatação 
de toda a periferia do organismo, levando a eventos 
vasculares da pele e anexos como eritema 
palmar, teleangectasias, aumento da secreção 
sebácea e da sudorese, entre outros. A alopecia é 
rara, mas pode ocorrer em decorrência das 
alterações hormonais. A hiperpigmentação da pele 
da gestante também está relacionada aos altos 
níveis de progesterona, que parecem aumentar a 
produção e secreção do hormônio melanotrófico 
da hipófise. Este hormônio induz a produção 
excessiva de melanina, levando ao aparecimento 
de máculas hipercrômicas, conhecidas como 
cloasma ou melasma. Os locais de maior incidência 
são: face, fronte, projeção cutânea da linha alba 
(que passa a ser chamada de linha nigra), aréola 
mamária e regiões de dobra. Podem piorar com a 
exposição solar e costumam desaparecer após a 
gestação. 
A distensão da pele do abdome, das mamas e do 
quadril pode provocar o aparecimento de estrias 
nestas regiões. Os fatores de risco são história 
Concepção e Formação do Ser Humano 
CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
familiar e, principalmente, ganho de peso 
excessivo na gestação. 
 
SISTEMA ESQUELÉTICO: As articulações, de 
modo geral, sofrem um processo de relaxamento 
durante a gravidez. As articulações da bacia óssea 
(sínfise púbica, sacrococcígea e sinostoses 
sacroilíacas) se apresentam com maior 
elasticidade, aumentando a capacidade pélvica e 
modificando a postura e a deambulação da 
gestante, preparando-a para o parto. 
O aumento do volume abdominal e das mamas 
desvia anteriormente o centro de gravidade materno. 
De forma instintiva, a gestante direciona o corpo 
posteriormente, com intuito de compensar e 
encontrar um novo eixo de equilíbrio. Como 
consequência, surgem hiperlordose e hipercifose 
da coluna vertebral, aumento da base de 
sustentação, com afastamento dos pés e diminuição 
da amplitude dos passos durante a deambulação 
(marcha anserina). O aumento da flexão cervical 
causa compressão das raízes dos nervos ulnar e 
mediano, levando a fadiga muscular, dores 
lombares e cervicais e parestesias de 
extremidades. 
 
SISTEMA DIGESTÓRIO: Náuseas e vômitos são 
ocorrências muito prevalentes no primeiro 
trimestre de gestação devido aos altos níveis de 
HCG. Além disso, muitas gestantes se queixam de 
alterações no apetite e sede, essa alteração parece 
ocorrer devido resistência à ação da leptina e às 
mudanças na secreção de ADH. 
A progesterona tem uma potente ação relaxante 
sobre as fibras musculares lisa levando a uma série 
de alterações no sistema digestório como: 
relaxamento do esfíncter esofágico inferior, 
redução do peristaltismo, diminuição da 
contratilidade da musculatura lisa do intestino. 
Como consequência, são frequentes as queixas de 
pirose e constipação durante a gestação. 
As alterações hepáticas e pancreáticas 
observadas na gestação são eminentemente 
funcionais e relacionadas ao metabolismo 
energético. Com o aumento do volume uterino, 
ocorrem alterações anatômicas que desviam o 
estômago e o apêndice para cima e para a direita 
e os intestinos para a esquerda. O apêndice cecal 
pode ocupar o flanco direito, dificultando o 
diagnóstico clínico de apendicite na gravidez. 
 
SISTEMA RESPIRATÓRIO: As vias aéreas 
superiores apresentam modificações significativas 
durante a gestação. Ocorre ingurgitamento e 
edema da mucosa nasal, que leva a um aumento 
das obstruções nasais, sangramentos e rinite 
durante a gestação. O edema da mucosa também 
acomete a laringe e a faringe, diminuindo o lúmen 
dessas vias e podendo, inclusive, representar maior 
dificuldade para intubações orotraqueais nessas 
pacientes. 
Alterações anatômicas da caixa torácica podem ser 
notadas já no início da gestação. Observa-se 
elevação do diafragma de aproximadamente 4 
cm e maior capacidade de excursão do mesmo, em 
torno de 2 cm. A caixa torácica apresenta aumento 
de 5 a 7 cm em sua circunferência e 2 cm em seu 
diâmetro anteroposterior, com consequente 
ampliação dos ângulos costofrênicos, de até 35°. A 
amplitude do movimento do diafragma se reduz ao 
longo da gestação devido ao aumento do volume 
abdominal que ocorre com o crescimento uterino. A 
capacidade pulmonar total está reduzida em 
aproximadamente 200 mL devido à elevação do 
diafragma em razão da redução do volume residual. 
 
SISTEMA RENAL/URINÁRIO: O aumento da 
volemia, em associação com a redução da 
resistência vascular periférica, provoca elevação 
do fluxo plasmático glomerular, com consequente 
aceleração do ritmo de filtração glomerular. O 
fluxo plasmático glomerular pode ter um acréscimo 
de 50 a 80%, enquanto o ritmo de filtração 
glomerular aumenta entre 40 e 50% já no final do 
primeiro trimestre de gestação. A osmolaridade 
plasmática também se modifica na gravidez devido 
à ativação do sistema renina-angiotensina-
aldosterona e da redução do limiar para secreção 
de ADH. A liberação de ADH e o mecanismo da sede 
são, portanto, desencadeados por menores níveis 
osmóticos. As grávidas, em geral, filtram maiores 
quantidades de sódio e água no glomérulo, o que 
é compensado por maior reabsorção tubular 
Concepção e Formação do Ser Humano 
CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
desses elementos, resultado da ação da aldosterona 
e do ADH. 
 
 
 
 
ÊMESE E HIPERÊMESE GRAVIDICA 
A êmese gravídica, vômitos simples do início da 
gestação, e a hiperêmese gravídica, vômitos 
incoercíveis da gravidez, diferem apenas na 
intensidade e na repercussão clínica de seus efeitos. 
Trata-se do mesmo processo, no entanto, a 
hiperêmese configura a forma grave. 
Náuseas e vômitos da gravidez são condições 
comuns que afetam 70 a 85% das grávidas. Em 60% 
dos casos, cessam ao fim do 1º trimestre; em 90% 
dos casos, com 20 semanas. 
Do ponto de vista epidemiológico, a hiperêmese 
gravídica é cada vez mais rara, e ocorre em 0,5 a 2% 
das gestações. 
Não há definição única para a hiperêmese gravídica, 
sendo a mais aceita aquela que considera a perda 
ponderal de, no mínimo, 5% do peso pré-
gravídico; anormalidades como desidratação e 
desnutrição (cetonúria) costumam estar presentes. 
→A hiperêmese gravídica é a segunda causa 
mais frequente de internação hospitalar, após o 
parto pré-termo. 
→O vômito ou êmese é a expulsão do conteúdo 
gástrico pela boca, causada por contração forte 
e sustentada da musculatura da parede torácica 
e abdominal. 
→A náusea é a sensação desagradável da 
necessidade de vomitar, acompanhada de sudorese 
fria, sialorreia, hipotonia gástrica e refluxo do 
conteúdo intestinal para o estomago. 
 
A evolução do quadro de NVG (náuseas e vômitos 
na gestação), com necessidade de tratamento 
farmacológico situa-se em torno de 10% das 
gestações. Por sua vez, os quadros mais graves 
de vômitos nas gestantes, denominados de 
hiperêmese gravídica, respondem por 1,1% de 
todos os quadros de NVG. 
ETIOLOGIA 
Entre os vários fatores e as diversas teorias 
apontadas como responsáveis pelo aparecimento 
das NVG, as que possuem maior embasamento 
epidemiológico e fisiológico são as seguintes: 
TEORIA ENDÓCRINA 
O aparecimento da gonadotrofina coriônica e o 
aumento do estrogênio e da progesterona 
durante a gravidez apresentam potencialidades 
diretas ou indiretas responsáveis por causarem 
Concepção e Formação do Ser Humano 
CONCEPÇÃO- THAIS M. SOUTO 
náuseas lideram as justificativas neste sentido. 
Considerar que a gonodotrofina coriônica (GC) 
seja a responsável etiológica pelo aparecimento das 
NVG, tem sua base lógica na relação temporal entre 
a concentração máxima de produção da GC e o 
pico de ocorrência das NVG, os quais ocorrem em 
média entre a 7ª a 10ª semana. Além disso, as NVG 
são mais frequentes e mais graves entre gestantes

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