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Historia das artes

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História das Artes
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Rita de Cássia Garcia Jimenez
Revisão Textual:
Profa. Ms. Natalia Conti
Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
• Introdução
• Renascimento – a Busca do Clássico
• Barroco – a Busca pela Emoção
• Rococó
 · Conhecer os estilos e movimentos artísticos e estéticos: Renascimento 
e Barroco.
 · Elaborar opiniões referentes à produção artística contemporânea 
e ao patrimônio histórico e artístico, relacionando-os a história, 
sociedade, política e a cultura do país.
 · Respeitar e avaliar as diferentes correntes e tendências artísticas, suas 
origens e características.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Renascimento e Barroco – 
Retorno ao Clássico
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Introdução
Fig. 1 – A lamentação (1304-1306), de Giotto di Bondone, afresco
Fonte: Wikimedia Commons
Fig. 2 – Escola de Atenas (1510-1511), de Raffaello Sanzio da Urbino, afresco, 
Stanza della Segnatura, Palácio Apostólico, Cidade do Vaticano
Fonte: Wikimedia Commons
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Fig. 3 – The legend of Fred ILLE and Gwen VILAINE: Part II (2013), do grupo MTO
Fonte: isupportstreetart.com
O que há de semelhança entre as figuras 1, 2 e 3? O seu olhar pode percorrer 
os espaços representados nessas três imagens? A resposta é simples: o que você 
vê são imagens com representações da tridimensionalidade.
Em nosso tempo, na contemporaneidade, ver imagens com profundidade pode 
parecer comum. Mas houve um tempo na história da arte em que este tipo de 
visualidade era algo novo e surpreendente.
Vimos nas outras unidades que as imagens, enquanto linguagem, comunicam 
e apresentam significados e expressões em cada cultura. Dos tempos da arte 
rupestre até o momento atual, o que vemos é a formação de uma cultura visual 
(cultura de imagens). Cultura esta que apresenta valores e escolhas em cada época, 
estabelecendo diálogos que são atemporais.
Na pintura da arte gótica dos séculos XII ao XIV, vemos uma busca para superar 
a criação de imagens simbólicas, para criar imagens mais realistas. Este novo 
pensamento influenciou profundamente a produção estética dos movimentos 
artísticos que estavam por vir.
Na obra renascentista, A Lamentação (1304-1306) (Fig. 1), de Giotto di 
Bondone (1267-1337), vemos espaços entre as figuras e uma certa dramaticidade 
na narrativa. Podemos perceber a dor que as pessoas estão sentindo ao velar o 
corpo de Cristo e até mesmo a emoção das figuras que estão de costas.
O artista cria uma visão mais humanista dos personagens bíblicos, ao contrário 
do que se fazia na Idade Média – arte românica e gótica –, quando as imagens eram 
mais estilizadas e simbólicas.
9
UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
A principal preocupação da arte neste momento é criar ambientes nos quais a 
profundidade também é representada. A criação de planos na pintura passa a dar 
a sensação de podermos adentrar nos espaços e participar das cenas.
O Renascimento apresenta imagens que buscam imitar a realidade, se utilizando 
da perspectiva, uma técnica capaz de criar ilusão de profundidade. Foram criados 
tratados matemáticos, assim como técnicas de luz e sombra para criar volumes e 
efeitos tonais para reforçar ainda mais a sensação de espaços dentro da imagem.
As pessoas, quando viam uma imagem pintada com efeitos de perspectiva, 
chegavam a colocar a mão sobre a pintura para ter certeza de que ali não havia 
uma fenda. Era difícil acreditar que em uma superfície plana (bidimensional) poderia 
haver a percepção da tridimensionalidade.
A pintura Escola de Atenas (Fig. 2) é um afresco pintado por Raffaello Sanzio da 
Urbino (1483-1520) no Palácio do Vaticano, para a Sala da Assinatura, a pedido 
do Papa Júlio II (1443-1513).
A obra é a representação de uma cena construída da imaginação do artis-
ta, já que os personagens representados não viveram todos no mesmo tempo. 
São filósofos, matemáticos, astrônomos e cientistas da Antiguidade que parecem 
conversar sobre a nova Basílica de São Pedro, um projeto antigo do arquiteto 
renascentista Bramante (1444-1514). Podemos identificá-los pelos gestos e po-
ses de cada um. Vemos no centro Platão, com a mão apontando para cima, e 
Aristóteles ao seu lado, assim como Sócrates à esquerda deles e os matemáticos 
gregos Euclides e Pitágoras.
Estes personagens ilustres estão em um espaço arquitetônico clássico com arcos 
e estátuas, construído com a técnica da perspectiva, que possibilita a organização 
dos personagens em diferentes planos, dando à sala da escola amplitude e 
profundidade em uma composição simétrica e harmônica.
Rafael Sanzio, como é conhecido, é considerado o pintor que melhor desenvolveu 
os ideais clássicos da beleza, harmonia, forma e cor.
Nos dias de hoje esse tipo de imagem é muito comum. Estamos acostumados 
a ver a profundidade nos desenhos, pinturas e fotografias, por exemplo. Nas salas 
de cinemas vemos as imagens em 3D e 4D com muita naturalidade. Tudo isso é 
consequência dos estudos da representação que se iniciaram no Renascimento.
Podemos perceber no grafite do grupo MTO (Fig. 3) que, ainda hoje, há 
fascínio em criar mundos visuais em profundidade. Note que a pintura é feita na 
parede de uma casa, mas parece que o personagem está apenas encostado nela. 
Não é impressionante? Desde o Renascimento, buscamos ilusão e realidade em 
uma só imagem.
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Renascimento – a Busca do Clássico
De tempos em tempos, o Céu nos envia alguém que não é apenas humano, 
mas também divino, de modo que através de seu espírito e da superioridade 
de sua inteligência, possamos atingir o Céu. VASARI, Georgio. (1511-1574).
Fig. 4 – Davi (1501-1504) (detalhe), de Michelangelo, mármore, Museu Acadêmico, Florença (Itália)
Fonte: michelangelobuonarrotietornato.com
Se pensarmos na história como uma linha contínua, o que só complicaria nosso 
entendimento, poderíamos, então, vislumbrar a ideia de visitarmos o passado como 
fosse a história de nossos antepassados, como uma somatória de realidades que em 
um determinado momento convergem.
O Renascimento, no fio de nossa complexa história, também nasceu da conver-
gência de uma série de acontecimentosao longo dos séculos. Nasce na Itália e seu 
início se dá quando as pessoas percebem estar em uma nova era.
O período do Renascimento, entre os séculos XIV e XVI, é um momento da 
história que acontecem grandes descobertas em muitas áreas do conhecimento. 
Ganhou muitas inovações técnicas, mas também buscou reinstaurar a grandeza 
das produções artísticas clássicas da antiguidade, principalmente a arte de Roma 
e da Grécia.
Neste período a Europa revive, depois de quase um milênio, os ideais da cultura 
greco-romana, e com eles também os ideais humanistas e naturalistas. O ideal 
humanista significa para os artistas renascentistas a valorização do ser humano e 
da natureza em oposição ao divino e ao sobrenatural, impostos na Idade Média 
pela Igreja.
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Pré-Renascimento
Florença, na Itália, foi a cidade onde surgiram as primeiras manifestações 
artísticas do Pré-Renascimento. Devido às ameaças do Duque de Milão, Florença 
se empenhou em resistir bravamente com uma campanha cívico-patriótica para 
garantir sua liberdade. Imbuída do título de protetora das artes, a cidade se dedicou 
à produção de obras para sua ornamentação, valorizando o papel do artista como 
um ser criador e homem de saber, como os literários e matemáticos.
A família Médici, abastada e crente nesta nova era, teve um papel importante 
no incentivo à produção artística, contribuindo para o surgimento de um grupo de 
artistas talentosos, capazes de trazer de volta o esplendor da cultura greco-romana. 
Se destacaram Filippo Brunelleschi (1377-1446), na arquitetura; Donatello (1386-
1466), na escultura; e Tomasso Masaccio (1401-1428), na pintura.
Fig. 5 – Cinco mestres da Renascença florentina (s/data), de Paolo Ucello. Da direita para a esquerda, 
Giotto di Bondone, Paolo Ucello, Donatello, Antonio Manetti e Felippo Bruneleschi
Fonte: wikiart.org
Na arquitetura renascentista, o que importava era a criação de espaços compre-
ensíveis de todos os ângulos possíveis do olho humano e a busca de uma ordem 
na composição dos espaços. Se utilizaram das ordens arquitetônicas gregas e dos 
arcos e cúpulas da arquitetura romana.
Filippo Brunelleschi foi um dos arquitetos que se destacou nesse período. Um 
dos seus trabalhos mais importantes foi a cúpula da Catedral de Florença, também 
chamada de Igreja de Santa Maria del Fiore (Fig. 6). A construção da catedral foi 
iniciada pelo arquiteto e escultor florentino Arnolfo di Cambio (1240-1310), mas 
a enorme cúpula com calota dupla foi feita por Brunelleschi, com um método que 
ele mesmo inventou.
Por essa célebre realização, ele foi chamado para projetar outras igrejas 
e edifícios. Viajou pela Itália e mediu as ruínas de templos e palácios romanos, 
esboçando toda arquitetura e ornamentações desses antigos edifícios.
Seu processo de criação dos projetos e a construção dos edifícios permitia que 
a antiga arquitetura greco-romano fosse utilizada livremente, criando novas formas 
de harmonia. Esse pensamento arquitetônico perpetuou-se na Europa por quase 
quinhentos anos.
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Fig. 6 – Catedral Santa Maria del Fiore (1426-1434), de Fellipo Brunelleschi, em Florença (Itália)
Fonte: italianrenaissance.org
Na arquitetura renascentista, os conceitos arquitetônicos de Brunelleschi foram 
aos poucos sendo aceitos e utilizados pelos demais arquitetos ao longo dos anos. 
Nesta concepção, a linguagem e os conceitos greco-romanos são bem aplicados. 
Para Brunelleschi, o edifício não possui o homem, mas o homem, aprendendo a 
lei do espaço, possui o segredo do edifício.
Leon Battista Alberti (1404-1472), arquiteto 
florentino, foi o segundo grande inovador da ar-
quitetura renascentista. Apaixonado pela cultura 
greco-romana, projetava edifícios com fachada 
clássica, com colunas, capitéis, frontões e tímpa-
nos, que lembravam os templos da Antiguidade.
A Escultura
A escultura da época se caracteriza pelo 
acentuado naturalismo, uma busca pela verossi-
milhança, sendo o homem o tema principal. É 
importante observar também que a escultura se 
desvinculou da arquitetura. A escultura deixou de 
ser apenas ornamentação e acabamento na ar-
quitetura dos edifícios.
Donatello foi o grande escultor do século XV, 
influenciando muitos artistas da época. Com ide-
ais humanistas, criou figuras com traços individu-
ais e com muito realismo. Além disso, modificou 
completamente a forma de fazer esculturas.
Veja a escultura de São Jorge (Fig. 7).
Fig. 7 – São Jorge (1415-1417), 
de Donatello, mármore, Or San 
Michele, Florença (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Esta é a primeira escultura, desde a época da 
Antiguidade greco-romana, a se manter em pé, 
sem nenhum apoio, com a técnica do contraposto. 
O corpo voltou a apresentar-se articulado e com in-
dícios de vida. Podemos também notar que por bai-
xo da roupa do personagem encontra-se um corpo 
com formas e músculos. Como um símbolo cívico-
-patriótico da Nova Atenas, a cidade de Florença 
tem um olhar que demonstra segurança e atenção 
para defender a cidade de seus inimigos, pois ele é 
conhecido como “matador de dragões”.
Outro grande escultor é Andrea del Verrocchio 
(1435-1488), um pouco mais jovem. Como mode-
lador e cinzelador usou materiais como a terracota, 
o mármore, a prata e o bronze. Foi precursor no 
jogo de luz e sombra e na construção dos volumes.
A escultura de bronze Davi (Fig. 8) de Del Ver-
rocchio mostra um Davi adolescente, jovem, de-
licado e ágil, em sua túnica enfeitada, com uma 
espada na mão e a cabeça de Golias cortada ao 
lado de seus pés.
Fig. 8 – Davi (c. 1476) de Andrea del 
Verrochio, bronze, Florença (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
A Pintura
A interpretação científica sobre o mun-
do predomina no pensamento dos renas-
centistas. Na pintura, a grande descoberta 
foi a perspectiva, regras gráficas e mate-
máticas que permitem reproduzir sobre 
um plano bidimensional um ou vários ob-
jetos em seu aspecto tridimensional (lar-
gura, altura e profundidade). Os pintores 
também começaram a perceber o claro-
-escuro – áreas iluminadas, as sombras e 
os contrastes – o qual sugere o volume 
dos corpos para obter um maior realismo 
nas pinturas.
Tomasso Masaccio foi um dos primeiros 
pintores a utilizar a perspectiva científica 
em pinturas. Pôs em prática as teorias de 
Brunelleschi de como conceber a ideia de 
profundidade em uma superfície plana. Na 
obra A Trindade (c. 1425-1428) (Fig. 9) 
podemos notar os efeitos da técnica.
Fig. 9 – A Trindade (c.1425-1428), de Tomasso 
Masaccio, afresco, Santa Maria Novella, (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
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15
Vemos na obra A Trindade (Fig. 9) Deus, 
Cristo na cruz e, entre eles, a pomba, que re-
presenta o Espírito Santo. E ainda a Virgem Ma-
ria, São João Evangelista e dois patronos mais 
abaixo. Os personagens são retratados com um 
volume que fazem-lhes parecer quase esculturas. 
Eles estão em uma capela cuja profundidade se 
faz perceber pela perspectiva construída com um 
ponto de fuga central. Podemos ver no mínimo 
seis planos diferentes.
Masaccio desenvolveu um estilo bastante na-
turalista e real. No afresco Adão e Eva expulsos 
do Paraíso (c.1426-1428) (Fig. 10), observamos 
a expressão de Adão e Eva, lastimando a expul-
são. As mãos de Adão cobrem seu rosto num de-
sespero e choro, e o rosto de Eva está desolada 
em lágrimas. Percebemos as características clás-
sicas das estátuas gregas nos corpos da pintura.
Outro pintor importante no período é Fra 
Angelico (1395-1455), que tem como tema cen-
tral a religiosidade, por ter uma formação cris-
tã e conventual. Em sua pintura A Anunciação 
(1432-1434) (Fig. 11) nota-se a influência de 
Masaccio na construção das colunas e da pers-
pectiva do espaço interno, permitindo ver ao 
fundo a expulsão de Adão e Eva do Éden.
Fig. 10 – Adão e Eva expulsos do Paraíso 
(1401-1428), de Tomasso Masaccio, 
afresco, Capela Brancaccia (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
Fig. 11– A Anunciação (1432-1434),de Fra Angelico, têmpera sobre painel, Museu Diocesano, Cortona (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Nas pinturas de Pietro della Francesca (1420-1492), um dos maiores pintores do 
Renascimento, os acontecimentos eram importantes, mas sobretudo a composição 
geométrica. Tanto os objetos quanto as pessoas adquirem uma regularidade 
geométrica no espaço. Sua obra mais famosa é o conjunto de afrescos que fez 
na igreja de São Francisco, em Arezzo, que narra a história da cruz usada na 
crucificação de Cristo (Fig. 12).
Fig. 12 – A Prova da verdadeira cruz (c. 1460), de Piero dela 
Francesca, afresco, Igreja de São Francisco, Arezzo (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
Os personagens de suas pinturas parecem sólidos, como os do pintor Masaccio. 
São grandes e fortes e ao mesmo tempo imóveis. Seus gestos dizem mais que 
suas expressões faciais. Como um dos grandes teóricos da perspectiva científica, 
escreveu o primeiro tratado, no qual demonstra a sua aplicação na construção do 
corpo humano.
“Ele via uma cabeça, um braço ou trecho de planejamento como variações ou 
compostos de esferas, cilindros, cones, cubos e pirâmides, e deu ao mundo visível 
a clareza e permanência da matemática” (JANSON, 1996, p. 199).
Sandro Botticelli (1444-1510) foi o artista que melhor expressou em suas 
pinturas a graciosidade dos personagens. Os temas utilizados eram da Antiguidade 
grega, como também da tradição cristã. Suas pinturas possuem um ritmo suave, 
conseguido por uma linha graciosa.
A obra Primavera (c.1480) (Fig. 13), de Botticelli, mostra a deusa Vênus no 
centro da pintura, com um cupido de olhos vendados sobre ela, apontando uma 
flecha para uma das ninfas. É a deusa do amor e representa a fertilidade. À sua 
esquerda, vemos Zéfiro, o vento Oeste pronto para soprar. Ele segura a ninfa 
Clóris, que se transforma em Flora, a deusa da primavera, representada pela jovem 
com vestido florido.
 À direita da Vênus, vemos as Três Graças e Mercúrio, o deus mensageiro, 
representado afastando as nuvens. A elegância dos gestos, o planejamento das 
cores e o fundo teatral compõem a obra de Botticelli.
16
17
Fig. 13 – Primavera (c.1480), de Sandro Botticelli, têmpera 
sobre painel de madeira, Galeria Ufi zzi, Florença (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
O Nascimento de Vênus (c. 1480) (Fig. 14), feita para os Médici, tem uma 
pintura com um modelado de pouco volume; sua paisagem não apresenta muita 
profundidade e os corpos parecem flutuar, ao mesmo tempo em que possuem uma 
delicadeza graciosa conseguida por uma linha que os delineia.
Fig. 14 – O Nascimento de Vênus (c. 1480), de Sandro Botticelli, 
têmpera sobre tela, Galeria dos Ofícios, Florença (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
Alto Renascimento
O Alto Renascimento se refere ao apogeu da arte no Renascimento. Momento 
histórico da arte que se caracteriza pela perfeição das obras feitas por artistas como 
Michelangelo Buonarroti (1475-1564), Leonardo Da Vinci (1452-1519), Rafael 
(1483-1520), Ticiano Vecellio (1473-1576) e Bramante (1444-1514).
Michelangelo Buonarroti foi pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano, 
considerado um dos maiores criadores da história da arte do ocidente, chamado de 
“Divino”. Estudou na escola de escultura mantida por Lourenço Médici, onde teve 
o contato com a filosofia grega e seus padrões de forma, equilíbrio e beleza.
17
UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Trabalhou nos afrescos da Capela Sistina, no Vaticano, onde concebeu diversas 
cenas do Antigo Testamento. Uma delas é A criação do Homem, na qual Deus 
aparece de barba e cabelos longos, corpo vigoroso e cercado por anjos, estendendo 
a mão para Adão, que é representado por um jovem forte e belo, mostrando 
claramente o ideal e a beleza das obras do Renascimento.
Fig. 15 – Detalhe do teto da Capela Sistina (1508-1512), 
de Michelangelo Buonarroti, afresco. Capela Sistina (Roma)
Fonte: Wikimedia Commons
Não temos dúvida quanto ao talento de Michelangelo para a pintura, mas é clara 
a sua preferência para a criação de esculturas. Acreditava que esta era a linguagem 
capaz de equiparar o artista a Deus, já que possibilitava a criação da figura humana 
em sua tridimensionalidade.
A sua genialidade na escultura pode 
ser vista claramente na escultura Davi 
(Fig. 16), a primeira estátua monumental 
do Alto Renascimento. Ela apresenta um 
estilo desenvolvido pelo artista, cheio de 
referências da escultura helenística – be-
leza, escala monumental e força –, depois 
de sua estadia por muitos anos em Roma.
A obra representa um jovem adulto 
com um corpo definido e cheio de ener-
gia; suas mãos são enormes em relação 
às outras partes, uma referência ao ho-
mem do povo, trabalhador e forte; seu 
rosto tem as feições de um herói, capaz 
de enfrentar desafios como Golias, seu 
grande inimigo, além das demais adver-
sidades que podem ameaçar o homem. A 
escultura, com mais de quatro metros de 
altura, foi colocada na entrada do Palazzo 
Vecchio, como símbolo cívico-patriótico 
da República Florentina.
Fig. 16 – Davi (1501-1504) (detalhe), 
de Michelangelo, mármore, Museu 
Acadêmico, Florença (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
18
19
Importante!
Um apreciador de arte da época atribuiu a obra Pietá (1498-1499) (Fig. 17) a um outro 
artista mais experiente, pois recusou-se a acreditar que Michelangelo, com apenas 23 
anos tivesse feito a escultura. Quando soube, Michelangelo esculpiu uma faixa com seu 
nome sobre a roupa da virgem.
Fig. 17 – Pietá (1498-1499), de Michelangelo, Basílica de São Pedro, Roma (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
Você Sabia?
Leonardo da Vinci foi um artista e pesquisador muito versátil, atuando em 
diversos campos do conhecimento humano. Foi aprendiz de Andrea del Verrocchio 
(1435-1488), consagrado pintor e escultor de Florença. Seu interesse por diversos 
conhecimentos, inclusive na área urbanística, fez projetar redes de abastecimento 
de água e esgotos para cidades, como também alinhamento de ruas, praças e 
jardins públicos. Também estudou a perspectiva, óptica, proporções e anatomia, 
produzindo diversos estudos, anotações e desenhos. Seu interesse pela anatomia 
fez produzir diversas obras buscando o realismo do corpo humano.
Na pintura, Da Vinci se utilizou de uma técnica chamada de chiaroscuro (claro-
escuro), com a qual as formas não mais são fechadas por uma linha. Não fica claro 
onde uma figura começa e a outra termina.
É durante sua estadia em Milão, quando estava a serviço do Duque de Milão, 
que Da Vinci fez a famosa pintura A Última ceia (1495-1498) (Fig. 18) para o 
refeitório do mosteiro Santa Maria delle Grazie. Ele aplicou sua técnica de modelado 
ao afresco, porém a mistura de tinta óleo e têmpera não aderiu bem, fazendo com 
que a pintura se degradasse rapidamente.
De qualquer forma, ela é um marco da pintura renascentista com uma composição 
equilibrada e harmônica. Para integrar a pintura à parede do refeitório, o artista se 
utilizou de alguns recursos: a profundidade criada pelos detalhes no forro da sala e 
pelas janelas abertas no fundo da pintura, além da claridade criada por ele na parte 
direita da cena, como se fosse a luz vinda das janelas à esquerda da pintura.
19
UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Fig. 18 – A Última ceia (1495-1498), de Leonardo da Vinci, afresco, Santa Maria Delle Grazie, Milão (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
Observe que o ponto de fuga fica atrás da cabeça do Cristo, fazendo com que 
nossos olhos o vejam em primeiro lugar, dando a devida importância ao personagem 
principal desta história. A janela que está atrás, parece dar a impressão de uma au-
réola, santificando-o. A representação é do momento em que o Salvador pronuncia 
a frase ápice do jantar “Um de vós há de me trair” e os apóstolos respondem, quase 
que ao mesmo tempo, “Senhor, serei eu?”. Da Vinci explicita esse momento através 
das expressões do rosto e dos gestos que cada um dos personagens faz.
O RenascimentoNorte-Europeu
Essa nova estética e a valorização da cultu-
ra greco-romana pelos Italianos atravessou as 
fronteiras da Itália e chegou a outras regiões 
da Europa. Na cultura germânica e dos países 
baixos, a pintura foi a arte que mais se desta-
cou, criando uma mistura com características 
góticas e renascentistas.
Jan Van Eyck (1390-1441) foi um dos pio-
neiros no uso da tinta a óleo, aperfeiçoando a 
técnica da aplicação de camadas transparen-
tes, o que lhe permitiu pintar detalhes e criar 
cores profundas. Podemos observar a precio-
sidade desenvolvida por ele na pintura através 
da obra O Casal Arnolfini (1434) (Fig. 19).
O artista representou com muito realismo 
os objetos e superfícies com a ajuda da tin-
ta óleo, que lhe possibilitou representar até 
mesmo o reflexo da luz sobre eles com muito 
naturalismo. Note as diferentes texturas que 
consegue no metal dos lustres, na madeira das 
sandálias, nas contas do terço pendurado na 
parede, nos diferentes tecidos...
Fig. 19 – O Casal Arnolfini (1434), 
de Jan Van Eyck, óleo sobre painel, 
National Gallery, Londres (Reino Unido)
Fonte: Wikimedia Commons
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É uma composição cheia de elementos simbólicos. Observe na parede do fundo 
do quarto. Há um espelho redondo e nele o reflexo do casal. Acima está escrito 
Jan Van Eyck esteve aqui/1434. Pode ser apenas a própria marca que o artista 
tenha deixado na pintura, mas dizem que talvez fosse uma certidão do casamento, 
que ele teria presenciado.
Observe também as laranjas em cima da mesa, símbolos de riqueza; no banco 
de madeira a imagem de Santa Margarida esculpida, ela é a protetora das grávidas. 
Há informações de que a primeira mulher de Arnolfini, Constanza, tenha morrido 
ao dar a luz. Outro elemento interessante é a mão de Arnolfini que parece apenas 
segurar de leve a mão da mulher. Talvez uma nova menção à esposa falecida.
Na Alemanha, Albrecht Dürer (1471-1528) concebeu a arte como uma repre-
sentação fiel da realidade. Depois de uma estadia em Veneza, voltou a Nuremberg 
com uma nova concepção do mundo e da arte, com uma visão mais humanista.
Foi um importante desenhista e 
o maior impressor de sua época, in-
fluenciando toda uma geração de ar-
tistas com suas gravuras. “Em suas 
mãos, a xilogravura perde o seu en-
canto de arte popular, mas ganha a 
articulação precisa de um estilo grá-
fico plenamente amadurecido” (JAN-
SON, 1996, p. 241).
A gravura Cavaleiro, morte e diabo 
(1513) (Fig. 20) é uma mostra da be-
leza e habilidade do artista. Vemos um 
soldado de Cristo sobre seu cavalo, bas-
tante confiante, sem se perturbar com 
a figura do demônio que parece fitá-lo, 
com as caveiras e bichos que aparecem 
em seu caminho. Percebe-se em suas 
obras o quanto valorizava a observação 
da realidade, haja vista a grande quanti-
dade de detalhes nas suas obras.
Fig. 20 – Cavaleiro, morte e diabo (1513), 
de Albrecht Dürer, gravura, Museu de 
Belas Artes, Boston (Estados Unidos)
Fonte: Wikimedia Commons
Hieronymus Bosch (1450-1516) é um representante dos pintores dos Países 
Baixos (Holanda). Criou um estilo inconfundível, cheio de imagens fortes, nas quais 
mistura símbolos da astrologia, alquimia e magia. Suas pinturas possuem criaturas 
horríveis que parecem vir de sonhos ou delírios, animais exóticos e uma série de 
vegetais exóticos e imaginários.
O tríptico (três painéis articulados), O jardim das delícias terrenas (Fig. 21), 
retrata, segundo algumas interpretações, a devassidão ocorrida depois que Deus 
ordenou: “Crescei e multiplicai-vos”. Talvez seja um comentário ou uma crítica do 
não entendimento correto da ordem de Deus.
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
 O primeiro painel retrata a Criação de Adão e Eva no Paraíso, o Jardim do 
Éden; o painel central, o Jardim das Delícias ou o mundo antes do dilúvio; e, o 
terceiro, o inferno.
Fig. 21 – O Jardim das delícias terrenas (c. 1500), de Hieronymus Bosch, 
óleo sobre madeira, Museu do Prado, Madri (Espanha)
Fonte: Wikimedia Commons
Bosh recriou a história da humanidade, da criação do Paraíso até seu derradeiro 
fim no inferno, um local cheio de coisas estranhas e más, onde as pessoas são puni-
das por seus pecados. Observe no painel da direita (Fig. 22) a criatura que está senta-
da sobre uma enorme cadeira, ela come uma pessoa e defeca humanos em um poço.
Fig. 22 – O Jardim das delícias terrenas (c. 1500) (detalhe do painel da direita – Inferno), 
de Hieronymus Bosch, óleo sobre madeira, Museu do Prado, Madri (Espanha)
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
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Barroco – a Busca pela Emoção
O Barroco é um estilo que se desenvolveu na península Itálica por volta de 
1600 e irradiou-se rapidamente por toda a Europa e, posteriormente, na Améri-
ca Latina, levado pelos colonizadores portugueses e espanhóis, ganhando carac-
terísticas diferentes.
O termo barroco signifi cava na península ibérica um tipo de pérola de forma irregular 
ou imperfeita. Em quase toda Europa era um sinônimo de extravagância, coisa disforme, 
anormal, absurda e irregular.
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A arquitetura barroca está presente principalmente nas mansões, palácios e 
igrejas. Na Roma dos papas no século XVII, o barroco emergiu mostrando uma 
tendência e estilo para todas as artes, espalhando-se concentricamente de Roma 
para todos os países da Europa. A igreja precisava reagir à Reforma protestante.
“O papado voltou a patrocinar a produção de obras de arte em grande escala, 
com o objetivo de transformar Roma na mais bela cidade de todo o mundo cristão” 
(JANSON, 1996, p. 250).
Os artistas barrocos, herdeiros dos artistas renascentistas, respeitaram e aceitaram 
as suas conquistas focadas na razão e na lógica como a perspectiva, o equilíbrio, 
a sobriedade, o racionalismo, a lógica. Entretanto, eles queriam obras com mais 
impacto e dramaticidade, então adicionaram o amor pelo infinito, a dramaticidade, 
o dinamismo, os contrastes, a exuberância, o realismo e a tendência ao decorativo.
Arquitetura Barroca
Na arquitetura, construíram obras monumentais, cheias de elementos decorativos 
e com muito movimento. As formas clássicas da arquitetura renascentista como 
colunas, arcos, frontões e frisos permaneceram, mas ganharam uma feição 
suntuosa e fantasiosa.
À Carlo Maderno (1556-1629) lhe foi encomendado terminar a Basílica de 
São Pedro (Fig. 23), em Roma, iniciada por Bramante e Michelangelo. Ele deu à 
fachada a visualidade de um ritmo acelerado, diminuindo o espaçamento entre as 
pilastras e transformando-as em colunas.
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Fig. 23 – Basílica de São Pedro, Roma (Itália). Projeto de Bramante, cúpula de Michelangelo e Giacomo 
dela Porta (1564-1590), fachada de Carlos Maderno (1607-1615) e átrio de Bernini (1657-1666)
Fonte: fmarte.org
A obra foi completada por Gianlorenzo Bernini (1598-1680), o maior escultor e 
arquiteto do período. Ele criou um átrio emoldurado por colunatas na parte frontal 
da basílica (Fig 24), que representa um grande abraço da igreja nos incontáveis 
peregrinos que chegam à Basílica todos os dias. Ele é circundado por uma colunata 
circular, com 284 colunas de 23 metros de altura cada, em mármore travertino, 
que sustentam um entablamento com 140 estátuas de santos, mártires e anjos de 
2,70 metros de altura. No centro há um obelisco egípcio com 40 metros de altura.
Fig. 24 – Basílica de São Pedro (detalhe da colunata do átrio, parte frontal), de Bernini, Roma (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
Francesco Borronini (1599-1667), grande arquiteto italiano, era o maior 
concorrente de Bernini na arquitetura barroca de Roma. Sua genialidade produziu 
complexos edifícios extravagantes, fugindo de alguns preceitos renascentistas, 
como o de que a arquitetura devia seguir as proporções do corpo humano.
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Vamos observar a igreja de San Carlo alle Quattro Fontane (Fig. 25).
A fachada da igreja apresenta claramente 
uma das características mais marcantes da arte 
barroca: a grande quantidade de informações 
– formas,texturas, movimentos e elementos.
A fachada incorpora esculturas e uma pin-
tura que está suspensa por anjos. O edifício 
nos faz lembrar um teatro, com cenários dra-
máticos nos quais podemos imaginar uma 
quantidade infinita de histórias.
“O vocabulário não nos é estranho, mas a 
sintaxe é nova e inquietante; o jogo incessan-
te de superfícies côncavas e convexas faz com 
que a estrutura toda pareça elástica, com as 
formas distorcidas por pressões que nenhum 
edifício anterior teria suportado” (JANSON, 
1996, p. 258).
Na França, o Barroco assume característi-
cas mais sóbrias, comedidas e quase clássicas 
e se impôs, pouco a pouco, como estilo quase 
dominante na Europa. O palácio de Versa-
lhes, em Versalhes, foi a expressão maior do 
barroco francês.
Fig. 25 – Igreja de San Carlo alle 
Quattro Fontane, (1638-1667), de 
Francesco Borromini, Roma (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
O conjunto de palácios e jardins mais famoso da Europa, no estilo barroco, é o 
palácio de Versalhes (Fig. 26), feito para mostrar o grande poderio econômico e 
político do governo monárquico francês do século XVII.
Fig. 26 – Palácio de Versallhes (1669-1685), de Louis Le Vau e Jules Hardouin Mansart, Versalhes (França)
Fonte: Wikimedia Commons
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Jules Hardouin Mansart e Louis Le Vau foram alguns dos arquitetos que fizeram 
o projeto para o conjunto arquitetônico construído no reinado de Luís XIV. Os 
jardins externos do palácio de Versalhes (Figs. 27 e 28) foram criados por André 
Le Nôtre (1613-1700). Possuem canteiros, alamedas, espelhos d’água e fontes em 
uma geometria extraordinária, compostos por uma grande variedade de plantas.
Figs. 27 e 28– detalhe dos jardins do Palácio de Versallhes, de André Le Nôtre, Versallhes (França)
Fonte: Wikimedia Commons
Escultura Barroca
A escultura barroca valorizava a exaltação dos sentimentos, a sensação de movi-
mento, as formas curvilíneas, recobertas de elementos decorativos e muito dourado.
Um dos principais escultores italianos é Gianlorenzo Bernini (1598-1680). Era 
um artista completo: arquiteto, urbanista, escultor, decorador e pintor.
Suas esculturas apresentam figuras em posições retorcidas, criando uma sensação 
de movimento eminente. Parecem fragmentos de um determinado momento de 
uma ação; mais que isto, elas parecem estar no momento ápice de uma cena.
Davi, de Bernini, é a versão barroca de Davi, de Michelangelo.
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Vamos observar os dois juntos?
Fig. 29 – Davi (1501-1504), de 
Michelangelo, mármore, Museu 
Acadêmico, Florença (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
Fig. 30 – Davi (1623), de Gianlorenzo 
Bernini, mármore, Galeria 
Borghese, Roma (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
Davi é um dos personagens mais mencionado nas religiões. No judaísmo é o 
rei de Israel; no cristianismo é um ancestral de José, o pai adotivo de Jesus; e no 
islamismo, é profeta e rei de uma nação. Talvez seja por isso que ele tenha sido tão 
representado na História da Arte.
Ao observarmos novamente Davi (Fig. 29), esculpido por Michelangelo, ficam 
claras as principais diferenças entre os estilos do Renascimento e do Barroco. 
Ambos seguem os padrões de beleza greco-romano – proporções ideais, músculos 
aparentes e beleza. Mas observe a tensão controlada presente no corpo de Davi 
feita por Michelangelo. Com uma escala heroica, ele está parado e atento ao que o 
rodeia. Tem um o olhar calmo que reflete a racionalidade renascentista.
Agora, vejamos o Davi de Bernini (Fig. 30). Ele está com um olhar fixo em algo 
que não vemos, mas imaginamos: o seu inimigo Golias. Seu semblante é tenso, 
seus dentes mordem os lábios, como num momento de forte tensão e eminência 
de um gesto. Seu corpo está em uma pose de giro para a direita e sua perna direita 
um pouco à frente para lhe dar equilíbrio. Ele está a um segundo de atirar uma 
pedra no gigante Golias.
Bernini utiliza-se de uma série de estratégias para conferir mais dramaticidade 
e teatralidade às suas obras. Consegue esplendorosamente isso ao unir pintura, 
escultura e arquitetura como fez na obra O êxtase de Santa Tereza (Fig. 31).
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Fig. 31 – O êxtase de Santa Tereza (1645-1652), de Gianfrancesco Bernini, 
Capela Cornaro, Santa Maria dela Vittoria, Roma (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
Bernini fez a representação do momento em que Santa Tereza de Ávila teria 
sido flechada por um anjo, como ela mesmo chegou a descrever. “A dor foi tão 
grande que gritei; ao mesmo tempo, porém, senti uma doçura tão infinita que 
desejei que a dor jamais acabasse” (JANSON, 1996, p. 257).
Fig. 32 – O êxtase de Santa Tereza (1645-1652) (detalhe), de Gianfrancesco 
Bernini, Capela Cornaro, Santa Maria dela Vittoria, Roma (Itália)
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
Note o braço direito do anjo, seu rosto de satisfação e também o semblante da 
Santa Tereza com um misto de dor e prazer. Conseguimos imaginar a cena por 
meio das posições dos corpos, que parecem estar encenando. É o momento exato. 
Por detrás, o artista criou um cenário de raios dourados, que juntamente com a luz 
que entra por uma janela que está acima deles, reforça a ideia de uma iluminação 
divina para este momento. Observe que ambos estão sobre uma nuvem.
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A Pintura Barroca
Um dos pintores mais notáveis em Roma era Caravaggio (1571-1610). Seu 
nome verdadeiro era Michelangelo Merisi, Caravaggio era o nome da sua cidade 
de origem, uma província de Bérgamo.
No século XVII, todas as pinturas tinham que atingir objetivos como a perfeita 
representação, em qualquer circunstância, da real natureza ou da imitação do belo.
Caravaggio não se interessava pela beleza clássica como os pintores renascen-
tistas e buscava modelos entre pessoas comuns do povo, como os vendedores, os 
músicos, as prostitutas para suas pinturas sacras. Seus personagens religiosos eram 
retratados como pessoas comuns, do povo.
A pintura A vocação de São Mateus (1596-1598) (Fig. 33), feita para a igreja 
de São Luigi dei Francesi, apresenta um forte naturalismo. O tema religioso é 
pintado como se fosse uma cena em uma taverna qualquer, uma cena cotidiana.
Fig. 33 – A vocação de São Mateus (1596-1598), de Caravaggio, óleo 
sobre tela, Capela Contarelli, São Luigi dei Francesi, Roma (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
A pintura retrata o momento em que Jesus chega a uma taverna e pede para 
São Mateus, um cobrador de impostos, para segui-lo. O tema é conhecido, mas 
a forma não. Caravaggio apresenta Jesus como uma pessoa comum. Apenas o 
reconhecemos por alguns detalhes: o manto dourado, a sua mão iluminada e que 
aponta para Mateus, uma referência clara à Criação do homem de Michelangelo, 
e a luz marcada que enfatiza a cena com o gesto do Salvador.
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
O forte contraste de luz e sombra é uma característica importante no trabalho do 
artista. Não é uma luz solar, mas uma luz criada, teatral e em geral, bem dramática 
que dá o tom à cena. Na obra, observe que a luz não vem da janela, mas do lado 
direito da cena.
A pintura barroca tem como característica composições em diagonal. Várias 
linhas diagonais, por exemplo, cortam a pintura A crucificação de São Pedro (Fig. 
34), o que confere maior dinamismo e movimento para a cena. É o momento em 
que a cruz de São Pedro está sendo erguida, mas como ele disse que não era me-
recedor de ser crucificado como Cristo, seus pés estão sendo puxados para cima.
A pintura foi feita dispondo os elementos, enfatizados pela luz, em “X” (Fig. 
35). Observe que a luz que ilumina o tronco de São Pedro é a mesma que ilumina 
o quadril do homem ajoelhado que apoia a cruz.
Fig. 34 – A crucificação de São Pedro 
(1601), de Caravaggio, óleo sobre 
tela, Basílica de Santa Maria del 
Popolo, Roma (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
Fig. 35 – A crucificação de São Pedro (1601) de 
Caravaggio, (com indicação gráfica – linhas 
amarelas), óleo sobre tela, Basílica de 
Santa Mariadel Popolo, Roma (Itália)
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
A expressão trompe l’oeil surgiu no período barroco e significa enganar o olho. É uma 
técnica conhecida desde a Antiguidade, aplicada em murais para criar a ilusão de algo que 
efetivamente não existia, como uma porta ou uma janela para ampliar o espaço. Com o 
surgimento da perspectiva, a técnica começou a ser usada para dar maior profundidade aos 
locais como nos domos das igrejas. Na atualidade, os grafites criam imagens que brincam 
com as superfícies bidimensionais, dando a elas profundidade (Fig. 36).
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Fig. 36 – House party, de Ciarán Brennan, grafi te. Uso da técnica trompe l’oeil para criar ilusão
Fonte: baton.com
Na obra de Andrea Pozzo (1642-1709), no teto da igreja de Santo Inácio (Fig. 
37) em Roma, vemos uma pintura com o uso da técnica trompe l’oeil, com o uso 
da perspectiva para criar ilusão óptica. A imagem pintada no teto cria a ilusão de 
que as paredes e colunas se estendem para o céu, onde surgem santos e anjos. 
Esse tipo de pintura tornou-se muito comum em igrejas da época e também em 
igrejas barrocas brasileiras.
Fig. 37 – Teto da Igreja de Santo Inácio (1691-1694), de 
Andrea Pozzo, afresco, Igreja de Santo Inácio, Roma (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
Outro grande pintor foi Giambattista Tiepolo (1696-1770). Na pintura em 
trompe l’oeil, nas cornijas das paredes, utilizou uma técnica chamada “composição 
centrífuga”, que é o afastamento dos personagens para um dos lados, deixando 
abrir-se ao centro uma larga zona de céu. E notamos também que com o tempo, o 
início do uso de tons escuros, a dramatização e os movimentos violentos tornaram-se 
pouco a pouco mais claros, teatrais, vivos e alegres.
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Importante!
O pintor Tintoretto (1518-1594) pintou intensamente temas religiosos, mitológicos e 
retratos, porém, o grande historiador da arte da época, Giogio Vasari (1511-1574), disse 
que suas obras tinham uma execução descuidada e o gosto excêntrico pelos temas. 
Observe os detalhes da pintura A última ceia (Fig. 38).
Trocando ideias...
Fig. 38 – A Última ceia (1592-15944), de Tintoretto, óleo sobre tela, San Giorgio Maggiore, Veneza (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
Artemisia Gentileschi (1593-1653), seguidora de Caravaggio, foi uma das 
poucas artistas mulheres dessa época a ser reconhecida mundialmente. Seu tema 
preferido eram as histórias de heroínas como Betsabá e Judite.
Fig. 39 – Judite degolando Holofernes (1598), de Caravaggio, óleo 
sobre tela, Galleria Nazionale D’Arte Antica, Roma, (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
Observe as figuras 39 e 40. Você percebe semelhanças nelas?
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Além do tema, percebemos que Artemisia 
faz um tipo de composição bem parecido com 
o de Caravaggio, como as diagonais, a repre-
sentação de uma cena que parece estar acon-
tecendo ante nossos olhos, a iluminação bem 
marcada e teatral. No entanto, os artistas op-
tam por retratar momentos diferentes da cena. 
Artemisia prefere o momento logo após a deca-
pitação, quando Judite e sua criada olham para 
fora da pintura, enquanto a cabeça de Holofer-
nes é posta em um saco.
Barroco fora da Itália
O barroco logo se tornou internacional, ad-
quirindo características nacionais, como na Bél-
gica, com linhas cheias de movimento e muita 
expressão; na Holanda, com uma certa austeri-
dade; e na Espanha, com um forte contraste de 
claro-escuro.
Fig. 40 – Judite e a criada com a cabeça 
de Holofernes (c. 1625), de Artemisia 
Gentileschi, óleo sobre tela, Instituto 
de Arte de Detroit (Estados Unidos)
Fonte: Wikimedia Commons
Na Bélgica, o seu maior representante foi Peter Paul Rubens (1577-1640). O 
artista desenvolveu um estilo pessoal durante os oito anos que permaneceu na 
Itália. A obra O Levantamento da cruz (1609-1610) (Fig. 41) é a primeira obra 
feita depois que retornou da Itália. Nela, podemos ver uma série de influências 
italianas, como os corpos musculosos, a luminosidade e a grande força dramática.
Fig. 41 – O Levantamento da cruz (1609-1610), de Peter Paul Rubens, painel, Catedral de Antuérpia (Bélgica)
Fonte: Wikimedia Commons
A partir de 1630, o estilo de Rubens ganha um certo lirismo, como na pintura 
O Jardim do amor (1632-1634) (Fig. 42), na qual a realidade se funde com a 
mitologia. Vemos a nobreza, em frente ao palácio, junto com alegorias como os 
cupidos no céu. A cor é um elemento bem importante nas suas pinturas. Ele as 
utilizava principalmente nos vestuários e dava preferências às cores mais fortes 
como vermelho, amarelo, verde e azul.
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Fig. 42 – O jardim do amor (1632-1634), de Peter Paul Rubens, óleo sobre tela, Museu do Prado, Madri (Espanha)
Fonte: Wikimedia Commons
Rembrandt Harmenszoon van Rijn (1606-1669), foi um dos mais importantes 
artistas da Holanda. Também foi influenciado por Caravaggio, como, por exemplo, 
no uso da luz e no uso de um forte realismo.
Na obra A lição de anatomia do doutor Tulp (1632) (Fig. 43), a luz é um foco 
que ilumina o corpo do cadáver e os rostos do médico e dos curiosos que estão 
atentos à lição. Apesar do claro e escuro, há uma gradação dos tons mais claros 
até a escuridão total.
Fig. 43 – A lição de anatomia do doutor Tulp (1632), de Rembrandt, 
óleo sobre tela, Museu Mauritshuis, Haia, Holanda
Fonte: Wikimedia Commons
Ainda na Holanda, Johannes Vermeer (1630-1675) tem como tema a vida e 
os costumes de pessoas comuns. Muitas de suas pinturas retratam mulheres em 
tarefas simples em suas casas, como na obra A carta (1666) (Fig. 44).
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Não há uma narrativa nas imagens. As mulheres apenas se olham. Poderíamos 
comparar suas pinturas com imagens fotográficas, que retratam fragmentos de uma 
realidade em que nada parece se mexer. Há sempre uma luz que ilumina a cena.
Fig. 44 – A carta (1666), de Jan Vermeer, óleo sobre tela, Rijksmuseum, Amsterdã (Holanda)
Fonte: Wikimedia Commons
Explore estas imagens (Figs. 45 e 46), observando os objetos e seus detalhes, 
assim como as texturas e cores que Vermeer usava para compor suas pinturas 
extremamente elaboradas e complexas.
 
Fig. 45 – A arte da pintura (c. 1666-1668), de Jan Vermeer, 
óleo sobre tela, Kunsthistoriches Museum, Viena (Áustria)
Fonte: Wikimedia Commons
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Os pintores espanhóis também estuda-
ram na Itália ou se inspiraram nos gran-
des artistas italianos. Os pintores mais 
representativos do barroco foram Diego 
Rodríguez de Silva y Velázquez (1599-
1660) e Doménikos Theotokópoulos, o 
El Greco (1541-1614), cujas característi-
cas são bem peculiares.
Velázquez começou cedo sua carreira 
de pintor. Trabalhou no ateliê de Francis-
co Herrera e depois, aos 12 anos, no ate-
liê do artista Francisco Pacheco. Com um 
amplo círculo de amizades, sua carreira 
prosperou rapidamente. Seus primeiros 
temas foram as cenas religiosas e cotidia-
nas. Em 1629, depois de pintar o retrato 
do rei Felipe IV, foi contratado como o 
pintor oficial da corte espanhola.
Fig. 46 – A leiteira (1660), de Jan Vermeer, óleo 
sobre tela, Rijksmuseum, Amsterdã (Holanda)
Fonte: Wikimedia Commons
As duas viagens que fez para a Itália, entre 1629 e 1651, foram fundamentais 
para o aprimoramento de sua técnica. Com as obras de Ticiano aprendeu sobre 
o uso das cores, e com os artistas da Renascença, a estrutura escultural das 
composições.
Retratou a vida diária e os tipos populares com muita maestria, e também as 
pessoas da corte espanhola como na pintura As meninas (1656-1657) (Fig. 47), 
uma de suas obras-primas.
Velázquez aparece à esquerda do quadro pintando uma enorme tela. Ao fundo, 
há um espelho, onde encontram-se refletidas as imagens de Felipe IV e a rainha. 
No centro da pintura temos o tema principal: a infanta Margarita Teresa, herdeira 
do trono, cercada de damas de honra e amigos. Há um jogo de luz, composto por 
uma variedade grande de luz direta e indireta, que de certaforma marca os planos 
da obra e cria a ilusão de profundidade na obra. 
Observe a iluminação lateral que ilumina o rosta da infanta e seu vestido, e 
também os fortes contrastes de luz e sombra por toda a pintura. Constrói as áreas 
iluminadas com delicadas velaturas. Suas pinceladas parecem ser rápidas, se são 
visíveis. Observe o tratamento dado ao vestido da infanta Margarita (Fig. 48). 
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Fig. 47 – As meninas (1656-1657), 
de Velázquez, óleo sobre tela, Museu 
do Prado, Madri (Espanha)
Fonte: Wikimedia Commons
Fig. 48 – As meninas (1656-1657) 
(detalhe), de Velázquez, óleo sobre tela, 
Museu do Prado, Madri (Espanha)
Fonte: Wikimedia Commons
Doménikos Theotokópoulos, de origem grega, ficou conhecido como El Greco. 
Mudou-se para Veneza, em 1567, onde acredita-se que tenha trabalhado com 
Ticiano, o que rendeu-lhe pinceladas mais soltas e livres. Da sua estada em Roma, 
entre 1570 e 1577, aproveitou a monumentalidade clássica para suas pinturas e 
o impasto.
Em 1577 foi para a cidade de Toledo, na Espanha, onde viveu até sua morte. 
Foi lá que ficou famoso, atingindo seu auge na pintura. Apesar de ser reconhecido 
hoje como um artista de grande talento e originalidade, sua forma de desenhar e 
pintar nem sempre foi aceita. Durante longo tempo foi considerado louco, devido 
às figuras aterrorizantes e deformadas que criava.
Em Adoração dos pastores (1612-1614) (Fig. 49), vemos o uso de cores fortes 
e marcantes por toda pintura, o que lhe confere bastante dramaticidade. Note 
também o corpo dos personagens, são alongados e muito expressivos, criando 
uma verticalização na obra. Parece que o artista estava mais preocupado na 
dramaticidade do que no realismo das figuras, talvez reflexo do clima intenso da 
Contrarreforma na Espanha.
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Uma de suas obras mais conhecida e famosa de El Greco é O enterro do conde 
Orgaz (1586-1588) (Fig. 50). A obra é uma homenagem ao benfeitor, o conde 
Gonzalo Ruíz de Toledo, encomendada pelo padre da igreja de São Tomé. Na parte 
de baixo da pintura, o artista retrata nobres e pessoas do clero no funeral; já na par-
te superior, vemos Santo Estevão, Santo Agostinho e os anjos conduzindo-o ao céu.
As duas partes da obra foram construídas de forma diferente. Note que na parte 
inferior, as figuras foram pintadas com um certo realismo e naturalidade, enquanto 
na parte superior todos os elementos como as nuvens e personagens são pintados 
com formas distorcidas, cores exageradas e muito movimento.
Fig. 49 – A adoração dos pastores (1612-1614), 
de El Greco, Museu do Prado, Madri (Espanha)
Fonte: Wikimedia Commons
Fig. 50 – O enterro do conde Orgaz 
(1586-1588), de El Greco, óleo sobre tela, 
Igreja de São Tomé, Toledo (Espanha)
Fonte: Wikimedia Commons
Rococó
O estilo Rococó nasceu em Paris por volta de 1700 e veio substituir o Barroco. 
Seu nome foi dado por um aluno de Jacques Louis David (1748-1825), depois 
da Revolução Francesa, para menosprezar a frivolidade do estilo. Rococó vem 
da palavra francesa rocaille, que significa conchas e seixos, uma referência à 
ornamentação de grutas e fontes.
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Foi muito utilizado na arquitetura e na decoração de interiores, mas também foi 
aplicado à pintura e à escultura da época. Os temas eram muito parecidos com 
os do Barroco, só que de uma forma mais leve e divertida. O tema do amor era 
muito popular, as cenas pastorais e a mitologia imperavam como uma forma de 
escapismo aos problemas que se multiplicavam fora dos palácios.
As pinturas de Antoine Watteau (1684-1721), pioneiro do estilo, mostram 
jovens casais, ricamente vestidos brincando em parques e paisagens esplendorosas. 
Suas pinturas faziam parte da categoria chamada de festejos e entretenimentos 
elegantes. Vamos ver a obra O embarque para Citera (1717) (Fig. 51).
Fig. 51 – O embarque para Citera (1717), de Antoine Watteau, óleo sobre tela, Museu do Louvre, Paris (França)
Fonte: Wikimedia Commons
Vemos elementos da vida real, como as pessoas da corte em meio à elementos 
da mitologia clássica. Os personagens estão em Citera, uma ilha grega, para ren-
der homenagem à deusa Vênus que, segundo a mitologia, foi parar lá depois de 
nascer no mar.
“Suas figuras não têm a robusta vitalidade das de Rubens; esguias 
e graciosas, movem-se com a segurança estudada de atores que 
desempenham tão magistralmente os seus papéis que nos comovem 
muito mais que a realidade jamais seria capaz de fazê-lo” (JANSON, 
1986, p. 285).
A leveza e a elegância fazem parte da arquitetura e seus interiores. A ornamen-
tação dos espaços privilegiava a delicadeza e as curvas. Os pisos eram revestidos 
com elaborados padrões de folha de madeira, a mobília era marchetada, estofada 
com gobelin e com incrustações de marfim e casco de tartaruga.
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
A arte Rococó é extremamente decorativa, cheia de elementos e texturas. A cor 
é um elemento muito característico do período, porém, ao contrário do Barroco 
que se utilizava de cores fortes, predominam as cores claras: branco, rosa, azul e 
muito dourado.
Fig. 52 – Salão dos Espelhos (1734-1739), de François Cuivillés, Palácio de Versalhes (França)
Fonte: Wikimedia Commons
O Salão dos Espelhos do Palácio de Versalhes talvez seja um dos melhores 
exemplos de um interior no estilo Rococó. Sua decoração é em mármore e bronze 
e está repleta de esculturas. Seus 73 m de comprimento, 10 m de largura e 12 
m de altura. É composta por uma série de janelas e portas em arco decoradas 
com ornamentações curvilíneas em forma de flores, folhas, animais e instrumentos 
musicais. No teto, há pinturas dos feitos militares do reinado de Luís XIV.
Fig. 53 – Salão Oval, de Balthasar Neumann, Palácio Episcopal, Wurzburg (Alemanha)
Fonte: Wikimedia Commons
O grande salão do Palácio Episcopal, em Wurzburg (Alemanha), mostra a leveza 
do estilo com uma decoração feita nas cores branco, dourado e tons pastéis. Toda a 
superfície é recoberta com desenhos ornamentais e modelados em forma de folhas 
e fitas. O teto parece se abrir em pinturas que representam o céu iluminado pelo sol.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Uma Nova História da Arte, de Julian Bell
Sinopse: o que é arte e onde ela começou? Por que ela é feita e por que muda? Essas 
são algumas das muitas questões discutidas por Julian Bell neste livro. Bell vale-se 
de uma vasta gama de objetos para mostrar que a arte é um produto da experiência 
comum; que, à maneira de um espelho, ela pode refletir a condição humana e as 
preocupações culturais mais básicas. Bell optou por uma perspectiva global, criando 
justaposições - figuras dançantes de bronze do sul da Índia, esculturas românicas, tetos 
barrocos e manuscritos persas que parecem jóias são discutidos lado a lado, como 
testemunhos de nosso instinto criativo universal. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
 Filmes
Caravaggio
Direção: Derek Jarman, cor, 93 min, 1986, Inglaterra. Sinopse: Caravaggio (Nigel 
Terry), em flashbacks, recorda fatos de sua curta existência e nos mostra sua infância, 
as decepções, seus últimos sucessos, suas amizades e a relação destrutiva com um 
jogador muito atraente. O filme nos conta toda a história da vida do pintor, exibindo 
as contradições entre as crenças religiosas e sua identidade sexual.
A Moça com Brinco de Pérola
Direção: Peter Webber, cor, 95 min, 2003, Inglaterra. Sinopse: Em pleno século XVII 
vive Griet (Scarlett Johansson), uma jovem camponesa holandesa. Devido a dificuldades 
financeiras, Griet é obrigada a trabalhar na casa de Johannes Vermeer (Colin Firth), 
um renomado pintor de sua época. Aos poucos Johannes começa a prestar atenção 
na jovem de apenas 17 anos, fazendo dela sua musa inspiradora para um de seus mais 
famosos trabalhos: a tela Girl with a pearl earring.
Elisabeth, a Era do Ouro
Direção: Shekhar Kapur, cor, 125 min, 2007, Estados Unidos. Sinopse: O filme 
analisaa Inglaterra absolutista de Elizabeth I (Isabel, a Rainha Virgem), que subiu ao 
trono em 1558 para tornar-se a mulher mais poderosa do mundo. Elizabeth (Cate 
Blanchett) enfrenta t odos os inimigos internos e externos que ameaçam a Inglaterra, 
abdicando de sua própria vida pessoal em nome de seu povo. Recebeu uma indicação 
ao Oscar de melhor atriz, em 1998.
 Visite
Museu de Arte Sacra
O Museu de Arte Sacra de São Paulo é fruto de um convênio celebrado entre o 
Governo do Estado e a Mitra Arquidiocesana de São Paulo, em 28 de outubro de 1969, 
e sua instalação data de 28 de junho de 1970. Possui um acervo que se iniciou em 
1907 com Dom Duarte Leopoldo e Silva, primeiro arcebispo de São Paulo. Endereço: 
Avenida Tiradentes, 676, Luz, São Paulo/SP.
www.museuartesacra.org.br
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Referências
ARGAN, G. C. História da arte como história da cidade. São Paulo: Martins 
Fontes, 1998.
DIXON, A. G (coord.). Arte: o guia visual definitivo. São Paulo: Publifolha, 2012.
FARTHING, S (ed.). 501 Grandes Artistas. Rio de Janeiro: Sextante, 2009.
FARTHING, S. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.
GOMBRICH, E. H. A história da arte. 16. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e 
Científicos Editora, 2000. 
JANSON, H.W. e JANSON, A. Iniciação à história da arte. São Paulo: Martins 
Fontes, 1996.
PRETTE, M. C. Para entender a arte: História, linguagem, Época, Estilo. São 
Paulo: Globo, 2008.
PROENÇA, G. História da Arte. São Paulo: Editora Ática, 2012.
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