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História da Arte: Definição e Transformações

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Prof. Mário Caldeira
UNIDADE I
História da Arte
 Para iniciarmos este estudo, a primeira tarefa é definir o que é arte. E não é algo 
fácil, pois esse conceito vem se modificando bastante ao longo dos séculos. O 
conceito de arte é alterado de acordo com a época e a cultura. Pode ser separado 
ou não, como é entendido hoje na civilização ocidental, do artesanato, da ciência, 
da religião e da técnica no sentido tecnológico. Essa mutabilidade do conceito 
depende tanto daqueles que produzem os objetos que receberão a definição de 
obra de arte, quanto da sociedade na qual esses mesmos objetos são feitos.
O que é arte
 Assim, entre os povos ditos primitivos, a arte, a religião 
e o conhecimento acumulado não existiam de forma 
separada, tampouco havia o artista como figura 
autônoma. Naquele momento, arte era um conceito 
aplicado a certas habilidades que algumas pessoas 
possuíam para realizar uma tarefa.
 Na Europa, durante um longo período, o termo “arte” servia para designar uma 
atividade relacionada à capacidade de criar objetos, pinturas, obras com muita 
qualidade, perícia e talento.
 Atualmente, arte é um termo relacionado à criação de imagens, sons, objetos, 
espaços (virtuais ou físicos), que contenham alguma qualidade plástica que se 
destaque a partir do ponto de vista da sociedade. O reconhecimento dessas 
qualidades, em geral, é feito por um crítico ou por alguém cuja opinião seja 
ouvida. É essa opinião, quando aceita pela sociedade dentro da qual ela foi
O que é arte
emitida, que irá determinar o que é e o que não é arte, 
assim como o que é e o que não é obra-prima. Uma outra 
característica, aceita atualmente para definir o que é uma 
obra de arte, é que ela não pode ter uma finalidade útil. 
Ou seja, para ser arte não pode ter utilidade.
 Para melhor compreender a enorme quantidade de informações, momentos, 
tendências e movimentos artísticos, recorre-se geralmente às linhas do tempo (ou 
linhas cronológicas), para que assim se permita uma visualização sequencial dos 
diversos períodos que a arte percorreu na história humana. Porém, é preciso 
lembrar que qualquer tentativa de estabelecer uma linha cronológica que organize 
temporalmente os diversos momentos pelos quais cada civilização construiu seus 
objetos artísticos (com seus valores socioculturais e técnicas específicas), esbarra 
na dificuldade de definição de datas e conceitos exatos. Além disso, ao longo do 
tempo, certas classificações que costumavam ser consideradas adequadas 
podem e vão sendo questionadas e alteradas.
As transformações da arte ao longo do tempo
 Neste curso vamos utilizar o conceito de linha 
cronológica para explicar os diversos movimentos 
artísticos, suas diferenças e suas características.
 Foi a partir do século V a.C. que se deu o auge da arte 
grega. A partir desse momento teve início a busca da 
representação do corpo humano de uma maneira mais 
fiel à realidade visível que o compõe. Os gregos, ao 
contrário dos egípcios (apesar de ainda influenciados por 
eles), basearam suas realizações escultóricas às 
observações diretas do corpo a ser representado, e não 
na reprodução de um conhecimento pronto que dizia 
como deveria ser essa representação.
Classicismo – Grécia antiga
Figura 1: Míron, Discóbolo, cerca de 460 a.C. Mármore branco. 
Fonte: <https://it.wikipedia.org>. Acesso em 11 ago. 2018.
 A influência da arte egípcia sobre a Grécia antiga, apesar de limitadora (pois se 
baseava em regras de representação rígidas), deu uma contribuição importante à 
arte grega no seu auge: no Egito, a representação tentava ser a mais detalhada e 
completa possível. O artista grego era estimulado a estudar a anatomia dos ossos 
e músculos, e a formar uma imagem convincente da figura humana, inclusive 
debaixo das roupagens das esculturas. A busca de mostrar não apenas a forma 
do corpo, mas também seu movimento, fez parte da arte grega. Os jogos e as 
exibições esportivas requisitavam estátuas que representassem o mais fielmente 
possível os chamados “atletas” da época.
Classicismo – Grécia antiga
Figura 2: Guerreiro caído, do frontão 
triangular do Templo de Afaia
(500 a.C. – 480 a.C.)
Fonte: FARTHING, S. Tudo sobre arte. 
Rio de Janeiro, Sextante, 2011.
 A arte do antigo Império Romano do Ocidente foi muito 
influenciada pela cultura da Grécia antiga e pelos 
etruscos, estendendo-se do século VIII a.C. ao V d.C. 
Difundiu-se por diversas expressões artísticas, desde a 
construção de edifícios públicos, até a pintura afresco, a 
escultura, entre outras formas de manifestação, mas foi 
na arquitetura e na escultura que se pode visualizar com 
mais nitidez os avanços e as influências da arte romana 
clássica.
Classicismo – Roma antiga
Figura 3: Augusto de Prima Porta (20 a.C.), artista 
desconhecido, mármore. Museu e Galerias do Vaticano, 
Cidade do Vaticano
Fonte: FARTHING, S. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro, 
Sextante, 2011.
 A escultura da Roma antiga desenvolveu-se entre os 
séculos VI a.C. e V d.C. Em sua origem, derivou da 
escultura grega, primeiro por meio da herança etrusca, 
e logo direto da Grécia, durante o período helenista. 
Apesar dessa influência, hoje se pode afirmar que os 
artífices romanos não eram simples copiadores. Eles 
deram importantes contribuições para a escultura, 
principalmente na criação de obras feitas para 
grandes monumentos públicos.
Classicismo – Roma antiga 
Figura 4: Estátua equestre de Marco Aurélio, 
artista desconhecido, 164-166 d.C., bronze, 
3,50 m de altura, Museu Capitolini, Roma, 
Itália. Com adaptações.
Fonte: FARTHING, S. Tudo sobre arte. Rio de 
Janeiro, Sextante, 2011.
Classicismo greco-romano
 influenciou com intensidade a formação do mundo ocidental;
 privilegiou a representação física com fidelidade ao mundo real;
 criou um padrão de beleza ideal a partir de uma interpretação do mundo real.
 No entanto é necessário ressaltar que apesar da enorme contribuição e influência 
do classicismo greco-romano antigo na sociedade ocidental, há uma dose de 
idealização nas imagens produzidas por aqueles artífices. A anatomia é 
ligeiramente modificada para que fique mais agradável ao olhar e à percepção. 
Essa solução estética também era aplicada na arquitetura 
grega.
Classicismo – Roma antiga
Interatividade
A relação entre o estudo da anatomia (forma do corpo interior e exterior) humana 
era fundamental para a produção de estátuas na Grécia antiga. Sobre a importância 
desse tipo de informação na época é possível afirmar que:
a) Não era um tipo de conhecimento necessário, pois a idealização e a invenção 
do corpo eram mais importantes.
b) Esse conhecimento era usado apenas na pintura de afrescos que tinham figuras 
humanas.
c) Teve importância maior a partir de um certo momento na Grécia antiga.
d) Esse conhecimento era aplicado apenas em estátuas 
dedicadas aos deuses mitológicos.
e) A anatomia não era conhecida na época.
Resposta
A relação entre o estudo da anatomia (forma do corpo interior e exterior) humana 
era fundamental para a produção de estátuas na Grécia antiga. Sobre a importância 
desse tipo de informação na época é possível afirmar que:
a) Não era um tipo de conhecimento necessário, pois a idealização e a invenção 
do corpo eram mais importantes.
b) Esse conhecimento era usado apenas na pintura de afrescos que tinham figuras 
humanas.
c) Teve importância maior a partir de um certo momento na Grécia antiga.
d) Esse conhecimento era aplicado apenas em estátuas 
dedicadas aos deuses mitológicos.
e) A anatomia não era conhecida na época.
 A queda do Império Romano é assinalada pela conquista de Roma no ano de 476 
pelos povos germânicos, combinada com a ascensão do Cristianismo como 
religião oficial, a qual se impôs, paulatinamente, sobre as antigas crenças 
(tanto as romanas como as das tribos germânicas), que passaram 
a ser tratadas como pagãs.
 Essa época caracterizou-se,no campo artístico, pelo predomínio dos temas da 
religião cristã, pela busca da representação do sagrado na pintura, na escultura e 
na arquitetura. Apesar dessa aparente unidade, a arte cristã medieval pode ser 
dividida em arte bizantina e arte medieval do Ocidente.
A crise do Classicismo: a Idade Média (476-1453)
 Em Bizâncio e nas áreas sob seu controle, desenvolveu-se uma arte cristã, cujo 
auge ocorreu no século VI e que combinava influências da arte romana, grega 
antiga e do Oriente Médio. A própria localização geográfica de Constantinopla 
(onde hoje é a Turquia), na fronteira entre o Oriente e o Ocidente, 
era favorável a essa confluência artística.
 Há que se considerar ainda a intervenção constante do clero cristão do Oriente 
sobre a arte bizantina, o que contribuía para torná-la profundamente religiosa. 
É preciso considerar que o próprio Imperador do Oriente devia o seu poder ao 
caráter teocrático do Império Bizantino, motivo pelo qual a produção de obras de 
arte era estimulada, com mosaicos nos quais era 
representado, com sua cabeça aureolada, geralmente 
ladeando a própria Virgem Maria e o menino Jesus. 
A arte cristã no Império Bizantino
 No período bizantino, o uso da cúpula apoiada sobre pendentes e os 
arcobotantes possibilitou aumentar significativamente o tamanho das edificações 
e, consequentemente, seu espaço interno. Apesar disso e do aumento da 
quantidade de aberturas nas fachadas das construções, as paredes ainda eram 
grossas, lisas e amplas. Os mosaicos e os afrescos bizantinos tinham como uma 
de suas finalidades ornamentar e enriquecer essas extensas superfícies, 
transmitindo, ao mesmo tempo, as imagens de reis, rainhas, santos, santas, 
clérigos e outros personagens da religião cristã.
 Isso pode ser observado na Basílica de San Vitale.
A arte cristã no Império Bizantino
Figura 5: Basílica de San Vitale, Ravena, Itália. 
Fonte: <https://commons.wikimedia.org>. 
Acesso em: 12 ago. 2018.
 A Basílica de San Vitale possui alguns dos mais interessantes afrescos do 
período bizantino. É uma construção com cúpula de pedra apoiada sobre 
pendentes.
A arte cristã no Império Bizantino
Figura 6: Interior da Basílica de San Vitale, Ravena, Itália. 
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons>. Acesso em: 20 ago. 2018.
A arte cristã no Império Bizantino
Figura 7: Corte do Imperador Justiniano, artista desconhecido, 548. Mosaico no interior da 
Basílica de San Vitale. Fonte: FARTHING, S. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro, Sextante, 2011.
 No Ocidente medieval, caracterizado pelo feudalismo, a arte também foi 
predominantemente cristã. O próprio sistema feudal, marcado pela organização 
política fragmentada em feudos e pela divisão social rígida era legitimado pela 
Igreja Cristã, pois essa forma de organização política e social era considerada a 
expressão da vontade de Deus na Terra, que somente podia ser interpretada e 
compreendida pelos clérigos.
 Essa é a principal razão que explica porque a arte medieval é quase toda voltada 
para temas religiosos. As obras tinham por objetivo explicar e difundir a religião 
entre os analfabetos, estimular a crença fé e na vida após a morte e materializar
A arte cristã na Europa ocidental medieval
em imagens, estátuas, pinturas, afrescos e edifícios todos 
os símbolos e significados que interessavam à Igreja 
Católica.
Costuma-se dividir a trajetória da história da arte do Ocidente medieval em três 
momentos significativos: 
 arte românica: corresponde ao período do auge do feudalismo, sendo, portanto, a 
expressão artística da sociedade rural feudal descrita;
 renascimento carolíngio: foi aquela arte produzida durante o império de Carlos 
Magno, a partir do ano 800, em que se buscou a volta aos padrões clássicos, 
apesar do predomínio da orientação religiosa cristã;
 arte gótica: desenvolveu-se na crise do feudalismo, quando floresceram
A arte cristã na Europa ocidental medieval
novamente a cultura urbana, as universidades e as ordens 
monásticas (cistercienses, franciscanos, dominicanos e 
beneditinos), que contribuíram para a primeira reforma da 
Igreja cristã, no sentido de sua reaproximação com os 
valores originais da fé.
 “La Maestà”, conhecida como “A Virgem com vinte anjos e dezenove santos”, é 
um amplo conjunto de várias pinturas com frente e verso, feitas por Duccio di
Boninsegna, em 1308, para a cidade de Siena, Itália. A face da obra mostrada a 
seguir representa a Virgem em majestade, flanqueada por anjos e santos. Essa 
pintura serviu como referência para uma importante mudança na arte italiana: o 
período bizantino teve como uma de suas características a representação do 
corpo humano de uma maneira simplificada, com alterações anatômicas que 
evitavam o reconhecimento do gênero das figuras, e outras modificações nas 
proporções de partes do corpo humano. A obra “La Maestà” estimulou outros
A arte cristã na Europa ocidental medieval
artistas da época a modificarem essa forma de 
representação, buscando uma pintura mais realista do 
ponto de vista físico, mais próximo à anatomia e 
fisionomia das pessoas daquela região.
A arte cristã na Europa ocidental medieval
Figura 8: Duccio di Boninsegna, La Maestà, 1308-11. Pintura sobre madeira. Museu da Catedral, Siena, 
Itália. Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons>. Acesso em: 15 ago. 2018. 
 As obras de arte medievais, apesar de voltadas para a 
representação de temas religiosos pertencentes ao 
passado, refletiam com frequência a cultura e as 
tradições de sua própria época, como roupas, 
construções e objetos.
A arte cristã na Europa ocidental medieval
Figura 9: Simone Martini. O carregamento da cruz, 1335, 
têmpera sobre madeira, 30 cm x 20,5 cm, Museu do Louvre, 
Paris, França.
Fonte: FARTHING, S. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro, 
Sextante, 2011.
Qual é uma das principais características em relação à representação do corpo 
humano, tanto na arte bizantina quanto na medieval?
a) A representação com a maior fidelidade formal possível.
b) O uso de referências de anatomia estudadas a partir de cadáveres humanos.
c) A simplificação do corpo humano, usando uma idealização semelhante à 
utilizada pelos gregos antigos.
d) A aplicação de formas exageradas, que destacam as formas do corpo humano, 
principalmente das mulheres.
e) O uso de formas muito simples, evitando identificar pelo 
corpo o gênero da pessoa representada.
Interatividade
Resposta
Qual é uma das principais características em relação à representação do corpo 
humano, tanto na arte bizantina quanto na medieval?
a) A representação com a maior fidelidade formal possível.
b) O uso de referências de anatomia estudadas a partir de cadáveres humanos.
c) A simplificação do corpo humano, usando uma idealização semelhante à 
utilizada pelos gregos antigos.
d) A aplicação de formas exageradas, que destacam as formas do corpo humano, 
principalmente das mulheres.
e) O uso de formas muito simples, evitando identificar pelo 
corpo o gênero da pessoa representada.
O Renascimento: a razão e a arte
 A palavra renascença significa nascer de novo ou ressurgir. Para os italianos e 
principalmente os artistas florentinos do século XIV, a arte que estava sendo 
produzida era considerada de qualidade porque recuperava aquela do período do 
Império Romano.
 Foi na cidade de Florença que esse sentimento se manifestou de modo mais 
intenso. Foi também nesse momento que um grupo de artistas se dispôs 
deliberadamente a criar uma nova arte e a romper com as ideias do passado 
recente, tendo como líder Filippo Brunelleschi, que ficou encarregado da
O retorno aos valores clássicos
conclusão da cúpula da catedral de Florença. Sua 
proposta era de que as formas da arquitetura clássica 
(colunas, frontões, proporções etc.) fossem livremente 
usadas para criar novos modos de harmonia e beleza.
 É desse período a invenção de uma forma de representaçãoque dominou, durante alguns séculos, a criação de imagens 
que reproduzem o mundo real: a perspectiva. Atribui-se a 
Filippo Brunelleschi sua invenção e, apesar do surgimento de 
outras formas de representação, a perspectiva é usada até 
hoje, inclusive no mundo virtual da informática.
O Renascimento: a razão e a arte
Figura 10: Masaccio (Tommaso de San Giovanni Valdano ou Tommaso
de San Giovanni di Simone Guidi), A Santíssima Trindade, 1401-1428. 
Afresco, Santa Maria Novella, Florença, Itália. 
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki>. Acesso em: 15 ago. 2018
 Uma das principais contribuições dos artistas, tanto 
na Itália (sul da Europa), quanto em Flandres (norte 
da Europa), foi a demonstração de que a arte podia 
ser usada não só para contar a história sagrada de 
uma forma comovente (uma das principais 
preocupações da Igreja Católica), mas para refletir 
também um fragmento do mundo real.
O Renascimento: a razão e a arte
Figura 11: Jan van Eyck, O casal Arnolfini. 1434. Óleo 
sobre madeira, 82 cm x 60 cm. National Gallery, 
Londres, Inglaterra.
Fonte: FARTHING, S. Tudo sobre arte. 
Rio de Janeiro, Sextante, 2011.
 Leonardo da Vinci (1452-1519) foi aprendiz em uma importante 
oficina de Florença e se destacou como uma das mais 
capazes e ricas personalidades de todos os tempos. Estudou, 
ampliou os conhecimentos, criou e imaginou artefatos que 
somente viriam a se tornar realidade séculos depois. Atuou nas 
áreas de medicina, anatomia, engenharia militar, ótica, 
arquitetura, pintura, geometria, entre outros campos. Em uma 
das suas mais conhecidas obras, a “Mona Lisa”, Leonardo 
consegue superar os mestres anteriores, usando uma técnica 
de pintura denominada sfumato, 
que possibilitou criar uma ilusão de 
vivacidade nunca antes conseguida 
na pintura de uma figura humana.
O Renascimento: a razão e a arte
Figura 12: Leonardo da Vinci, 
Mona Lisa, 1503-1507. Óleo 
sobre madeira. Museu do Louvre, 
Paris, França. 
Fonte: FARTHING, S. Tudo 
sobre arte. Rio de Janeiro, 
Sextante, 2011.
 Tem início um momento na história da arte europeia – que se contraporia ao 
Renascimento – que privilegiou os desejos pessoais e o talento individual de 
artistas e arquitetos em criarem arte segundo seus princípios individuais, ao 
contrário de perseguir regras matemáticas, geométricas ou, como já foi dito, 
clássicas.
 Outro grande florentino cuja obra tornou tão famosa a arte italiana do século XVI, 
foi Michelangelo Buonarrotti (1475-1564). A sua capacidade de representar o 
corpo humano em qualquer posição ficou logo conhecida e nisso superou todos 
os antigos mestres. Essa habilidade foi desenvolvida a partir do estudo da 
anatomia humana feita diretamente em cadáveres, 
como Leonardo da Vinci e outros artistas já haviam 
feito. Ele foi um dos artistas que começa a criar regras 
próprias para fazer seu trabalho, ou seja, à sua 
maneira. Daí, o maneirismo.
O Maneirismo: clássico e anticlássico
 Em uma de suas obras, a pintura do teto da Capela Sistina, 
pode-se admirar toda a habilidade e a imaginação de 
Michelangelo em manipular a anatomia do corpo humano. 
Até hoje, aquelas imagens nos seduzem e são 
reproduzidas pelo mundo inteiro, resultado de um árduo 
trabalho de quatro anos de extrema dedicação.
O Maneirismo: clássico e anticlássico
Figura 13: Michelangelo Buonarroti, Maria e Jesus, detalhe do Juízo Final., 
1534-41. Capela Sistina, Roma, Itália. 
Fonte: <https://commons.wikimedia.org>. Acesso em: 12 ago. 2018.
 Na história da arte, o momento que sucede ao Renascimento e ao Maneirismo, é 
chamado de Barroco. Originalmente, esse nome fora dado a algumas obras como 
um meio de caracterizá-las como grosseiras e absurdas, ou seja, dando um 
sentido pejorativo. Essa denominação foi atribuída à arquitetura e às obras de 
arte produzidas durante o século XVII, por homens que insistiam em que as 
formas das construções clássicas jamais deveriam ser usadas ou combinadas 
senão da maneira adotada na Antiguidade por gregos e romanos.
 Na pintura e na escultura, as formas e as cores são manipuladas para aumentar 
a dramaticidade das cenas e impactar o observador.
O Barroco: a invenção do movimento
 Na arquitetura, a manipulação das formas clássicas não 
utiliza referências rígidas, havendo até mesmo a criação 
de novas formas, que não existiam no passado clássico. 
A composição plástica do edifício é mais importante do 
que o uso de regras antigas.
 Na imagem ao lado, está reproduzido o conjunto de 
estátuas feito em mármore que forma o centro da capela 
Cornaro, na qual a estrutura arquitetônica, as esculturas 
e os elementos decorativos formam um todo unitário, ou 
seja, um cenário completo. A representação do drama se 
materializa de maneira cenográfica no centro da capela. 
Em ambos os lados, abrem-se duas cavidades, como se 
fossem palcos, nas quais se debruçam estátuas que 
representam a família Cornaro, que não aparecem na 
imagem.
O Barroco: a invenção do movimento
Figura 14: Michelangelo Buonarroti, vista do teto da Capela 
Sistina, 1508-12. Vaticano, Itália. Fonte: FARTHING, S. Tudo 
sobre arte. Rio de Janeiro, Sextante, 2011. Com adaptações.
 A fachada da San Carlo alle Quattro Fontane (cerca de 
1634), feita por Francesco Borromini, é representativa da 
utilização dos elementos clássicos de maneira 
anticlássica. Nota-se o frontão com reentrâncias e 
saliências. A maneira de compor todos esses elementos 
na fachada abre as possibilidades do movimento 
desenvolvido e aprimorado no Barroco. Todos os 
elementos novos quebram a bidimensionalidade do 
plano da fachada.
O Barroco: a invenção do movimento
Figura 15: Foto da fachada da San Carlo alle Quattro Fontane, de autoria de Francesco Borromini, em 
Roma, Itália. Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia>. Acesso em: 21 ago. 2018.
 Na pintura, assim como na arquitetura, os artistas também 
tiveram que recorrer a novos métodos de trabalho que se 
aprofundaram no século XVII: a ênfase sobre a luz e a 
cor, para aumentar o contraste e, portanto, a 
dramaticidade; o desprezo pelo equilíbrio simples e a 
preferência por composições mais complicadas. Essas 
mudanças aparecem na obra de Caravaggio. Começa 
também no século XVI um costume na sociedade que não 
havia anteriormente. Iniciava-se a prática do debate 
O Barroco: a invenção do movimento
Figura 16: Michelangelo Merisi (Caravaggio), Crucificação de São Pedro, 1601. Óleo sobre tela. Igreja de 
Santa Maria Del Poppolo, Roma, Itália. Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons>. 
Acesso em: 15 ago. 2018. 
sobre a arte e os seus movimentos, 
inclusive sobre qual obra era a 
melhor que outra.
No Barroco há uma profunda mudança na maneira de se fazer pinturas. Uma das 
mudanças se refere ao uso da luz nos temas retratados. Ela é aplicada para 
aumentar o contraste entre as figuras e entre elas e o fundo da imagem. 
Com qual finalidade esse efeito era aplicado?
a) Para aumentar a dramaticidade das imagens.
b) Para permitir uma melhor visualização do tema.
c) Para reduzir o uso de cores escuras, que eram mais caras.
d) Para destacar as formas do corpo humano.
e) Para tornar a imagem mais próxima da realidade visível.
Interatividade
Resposta
No Barroco há uma profunda mudança na maneira de se fazer pinturas. Uma das 
mudanças se refere ao uso da luz nos temas retratados. Ela é aplicada para 
aumentar o contraste entre as figuras e entre elas e o fundo da imagem. 
Com qual finalidade esse efeito era aplicado?
a) Para aumentar a dramaticidade das imagens.
b) Para permitir uma melhor visualização do tema.
c) Para reduzir o uso de cores escuras, que eram mais caras.
d) Para destacar as formas do corpo humano.
e) Para tornar a imagem mais próxima da realidade visível.
 O período compreendido entre os anos 1776 e 1848 foi marcado, tanto na Europa 
como na América, por importantes movimentos que conduziram à transformaçãoda sociedade ocidental. Esses movimentos foram: a Primeira Revolução 
Industrial, ocorrida inicialmente na Inglaterra a partir de 1750, e que modificou o 
modo de produção econômico e as próprias relações sociais na Europa; a 
Revolução Americana (1776), da qual resultaram a independência dos Estados 
Unidos e o início da derrocada do antigo sistema colonial no continente 
americano; a Revolução Francesa (1789), que pôs fim ao sistema feudal na 
França; e as diversas revoluções que eclodiram em diferentes regiões da Europa
A arte na era das revoluções
no ano 1848, com base em ideais como o liberalismo, o 
socialismo e o nacionalismo, princípios novos que 
conduziram à derrubada das relações políticas, econômicas 
e sociais que predominavam no continente desde a Idade 
Média.
 Foi na direção de sua constante laicização (uso de temas 
não religiosos) que a arte ocidental caminhou, a partir de 
Revolução Francesa: os temas bíblicos foram 
substituídos, na pintura e na escultura, por temas 
mitológicos e do cotidiano burguês. Além disso, os artistas 
passaram a servir não mais à Igreja, que entrava em 
decadência como centro de irradiação do poder político, 
mas aos novos líderes políticos, em especial Napoleão 
Bonaparte, tornado imperador francês em 1799. Exemplo
A laicização da arte e a Revolução Francesa
Figura 17: Jacques-Louis David. A morte de Marat ou Marat assassinado (Marat assassiné) (1793).
Óleo sobre tela. Musées royaux des Beaux-Arts de Belgique, Bruxelas, Bélgica.
Fonte: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons >. Acesso em: 15 ago. 2018. 
desse momento é o quadro ao lado, 
que retrata um revolucionário 
francês assassinado.
Realismo
 A pintura realista desenvolveu-se principalmente na França, na segunda metade 
do século XIX, paralelamente ao contínuo processo de transformação promovido, 
sobretudo nas cidades, pela Revolução Industrial. O Realismo consistiu numa 
nova estética, que pretendia aplicar, no campo artístico, o mesmo rigor de 
interpretação e domínio da natureza conquistado no campo científico. A arte 
buscava o abandono da subjetividade e da emoção, caracterizando-se 
pela busca da objetividade, de modo racional.
A arte e a Revolução Industrial
Realismo
 Os artistas realistas não idealizam a natureza, nem buscam melhorá-la ao 
representá-la em suas obras. O belo está na própria realidade do modo como ela 
é, cumprindo apenas ao artista reproduzi-la em sua verdade.
A arte e a Revolução Industrial
Figura 18: Gustave Courbet, Moças Peneirando o Trigo, 1854. Óleo sobre 
tela. Museu de Belas Artes, Nantes, França. 
Fonte: <https://upload.wikimedia.org>. Acesso em: 15 ago. 2018.
 A obra de arte constitui veículo de denúncia das 
injustiças sociais, protestando, de forma politizada, em 
favor dos oprimidos e dos desfavorecidos, revelando a 
desigualdade existente entre a pobreza do proletariado 
e a riqueza dos burgueses.
 Na escultura “O Beijo”, de Auguste Rodin, é possível 
observar as principais características da obra desse que 
foi o mais importante escultor realista. Sua importância 
reside, entre outros fatores, na sua ruptura com os 
padrões clássicos das esculturas, buscando novas 
proporções e ensaiando torções e movimentos com 
forte inspiração em Michelangelo.
A arte e a Revolução Industrial
Figura 19: Auguste Rodin, O Beijo, década de 1890. 
Escultura em mármore. Museu Rodin, Paris, França. 
Fonte: <https://commons.wikimedia.org>. 
Acesso em: 12 ago. 2018. 
Naturalismo
 A partir de 1830, surge uma nova forma de representação da realidade com as 
inovações que a máquina permitia: a fotografia. Os artistas perceberam o limite 
das possibilidades da arte na mimese do real. Abandonando um pouco as 
questões ideológicas (crítica social) do Realismo, os artistas naturalistas 
empreenderam uma caminhada em busca da reprodução fiel das paisagens 
urbanas ou não, sem o caráter idealizado do Realismo. Sua prática ocorria ao ar 
livre, característica adotada, posteriormente, também pelos impressionistas para 
garantir o contato direto com o real.
A arte e a Revolução Industrial
Naturalismo
 Entre os principais artistas naturalistas estão Theodore Rousseau (1812-1867) e 
Camille Corot (1796-1875). Em sua fase italiana, Corot, no início do século XIX, 
privilegiava as paisagens elaboradas com volumes, cuja luz construía as formas a 
partir do contraste com as sombras. As tonalidades das cores complementam a 
construção minuciosa da paisagem.
A arte e a Revolução Industrial
Figura 20: Jean Baptiste 
Camille Corot, Fórum visto do 
Jardim Farnese, 1826. Papel 
montado sobre tela. Museu do 
Louvre, Paris, França. 
Fonte: <http://artsdot.com>. 
Acesso em: 15 ago. 2018. 
Romantismo
 No Romantismo, os artistas afastaram-se da representação do real. O interesse 
era o de representar valores sociais simbolizados nas próprias pinturas por 
figuras humanas, seus trajes, seus gestos e mesmo os objetos que portavam.
 A pintura adquire um caráter eminentemente retórico, tornando-se um discurso 
sobre o real, representando as mudanças sociais e políticas decorrentes da 
ascensão da burguesia ao poder. Por esse motivo, as cenas do cotidiano, do 
povo e seus costumes são os preferidos pelos artistas.
A arte e a Revolução Industrial
Romantismo
 Um dos artistas mais representativos desse período foi Eugène Delacroix (1798-
1863), autor do primeiro quadro político da História da Arte, “A Liberdade guiando 
o povo” (1830).
A arte e a Revolução Industrial
 A ideia de liberdade estava impregnada 
de valores nacionalistas e de independência 
da pátria.
Figura 21: Eugène Delacroix, A 
Liberdade guiando o povo (1830). 
Óleo sobre tela. Museu do Louvre, 
Paris, França. Fonte: 
<https://upload.wikimedia.org/wikipedia/
commons>. Acesso em: 15 ago. 2018. 
A chamada Era das Revoluções provocou profundas mudanças nos temas 
abordados pelos artistas da época. Uma dessas mudanças refere-se aos novos 
temas abordados nas pinturas e nas esculturas, que não mais se limitavam à 
religião. Qual dos temas indicados surge como novo assunto de interesse aos 
artistas daquele período?
a) A religião protestante.
b) As novas conquistas tecnológicas da Revolução Industrial.
c) As imagens de gente comum e trabalhadora.
d) A força da fé católica.
e) Os novos designs aplicados aos produtos industriais.
Interatividade
A chamada Era das Revoluções provocou profundas mudanças nos temas 
abordados pelos artistas da época. Uma dessas mudanças refere-se aos novos 
temas abordados nas pinturas e nas esculturas, que não mais se limitavam à 
religião. Qual dos temas indicados surge como novo assunto de interesse aos 
artistas daquele período?
a) A religião protestante.
b) As novas conquistas tecnológicas da Revolução Industrial.
c) As imagens de gente comum e trabalhadora.
d) A força da fé católica.
e) Os novos designs aplicados aos produtos industriais.
Resposta
ATÉ A PRÓXIMA!

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