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[resumo][anotação][medvet] INTRODUÇÃO AO BIOTERISMO conceitos basicos, etica, comportamento e bem-estar animal

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1 
 
 
 
Edwin Henry Landseer (1802-1873) foi um dos 
pioneiros no assunto de bem-estar animal e mudanças 
de atitudes relacionadas à bioética. Na época, já havia 
uma grande quantidade de dissecação animal para fins 
científicos, que possui registros ainda na época de 
Aristóteles (384 aC – 322 aC). 
 
 
O biotério é uma instalação que atende às exigências 
dos animais que nele são criados ou mantidos, 
proporcionando bem-estar e saúde para que possam 
se desenvolver e reproduzir para fins científicos ou 
didáticos. 
 
Algumas instituições já conseguem produzir animais: 
• SPF (animais livres de patógenos específicos); 
• Gnotobióticos (animais com flora conhecida); 
• Germfree (livre de germes). 
 
 
• Desenvolvimento e atualização de técnicas 
cirúrgicas; 
• Estudo de doenças ainda incuráveis; 
• Testes regulatórios, como o controle de 
produtos farmacêuticos em uso (eficácia, 
esterilidade e toxicidade); 
• Produção e desenvolvimento de vacinas e 
anticorpos humanos ou veterinários; 
• Avaliação e controle de produtos biológicos; 
• Desenvolvimento de drogas 
imunossupressoras, vacinas e medicamentos; 
• Estudo dos padrões de migração ou habitats de 
animais selvagens; 
• Estudos em bacteriologia, virologia e 
parasitologia. 
 
O uso de animais, em algumas situações, se torna 
possível. Por exemplo: tecidos humanos na produção 
de determinadas vacinas (como a da raiva e da pólio) e 
testes in vitro para garantir a segurança de produtos. 
Entretanto, a utilização de animais é imprescindível em 
casos como estudos comportamentais, ação de drogas, 
cirurgias experimentais e pesquisa da dor. 
 
 
Dor: pode ser definida como uma experiência sensorial 
e emocional desagradável associada a uma lesão real 
ou potencial; 
 
Distresse: incapacidade de superar uma experiência 
estressante levando a uma ruptura do bem-estar 
individual; 
 
Sofrimento: qualquer experiência cuja emoção ligada a 
ele é negativa. Geralmente está associada à dor e ao 
comprometimento do bem-estar. 
 
 
Animais são seres sencientes, ou seja, transformam 
estímulos em sensações. Logo, sentem dor. É 
importante conhecer as necessidades de cada espécie 
e proporcionar conforto por questões científicas, éticas 
e morais a partir de princípios gerais: 
 
- É importante considerar a real expectativa e 
contribuição dos resultados para o conhecimento; 
animais não devem ser submetidos a desconforto 
desnecessário. Intensidade da dor nunca deve exceder 
a determinada pela importância humanitária do 
projeto de estudo. “how much gain for how much 
pain?” 
 
- Se a dor e o desconforto forem necessariamente 
concomitantes, estes devem ser minimizados em 
intensidade e duração. Animal em estado de dor que 
não pode ser aliviada, deve ser imediatamente 
sacrificado, sendo utilizados métodos aceitáveis 
(rápida inconsciência) 
 
- Para testes toxicológicos, pesquisas oncológicas e 
infecciosas, deve-se buscar parâmetros alternativos 
que satisfaçam o objetivo 
 
- Restrição de água e alimentos devem ser de curta 
duração, respeitando os limites da espécie 
 
- A prolongada contenção física que cause angústia, 
somente deve ser utilizada se procedimentos 
alternativos forem inadequados 
 
2 
 
- O uso de animais conscientes em estudos de 
processos dolorosos exige-se que o responsável 
forneça informações sobre intensidade de duração da 
dor para assim serem avaliados 
 
- Muitas vezes, a manipulação inadequada e a privação 
de princípios básicos de bem-estar são mais 
prejudiciais do que o próprio procedimento 
experimental. 
 
Procedimentos inaceitáveis: 
• Utilizar relaxantes musculares ou paralisantes 
sem o uso de anestésicos durante 
procedimentos cirúrgicos 
• Procedimentos traumatizantes envolvendo 
esmagamento, golpes ou espancamento de 
animais não anestesiados ou permitindo que 
recuperem a consciência 
 
 
 
 
O modelo é a representação de uma realidade 
específica possível de ser manipulada. Existem três 
tipos: 
 
• Físico: protótipos, representações, desenhos; 
• Matemático: equações; 
• Biológico: animais, cultura de células, órgãos 
isolados. 
 
Para que haja experimentação em modelo biológico, é 
importante que ela já tenha sido realizada nos outros 
dois; existem softwares específicos para isso. Alguns 
deles, por exemplo, analisam uma molécula recém-
descoberta e combina com a célula do organismo vivo, 
sinalizando para possíveis citólises e reações adversas 
ao modelo animal. 
 
• Docilidade; 
• Prolificidade; 
• Fácil manejo; 
• Pequeno porte; 
• Baixo consumo alimentar; 
• Ciclo reprodutivo curto; 
• Fisiologia conhecida. 
 
 
 
 
 
• Cobaia/porquinho-da-índia (Cavia porcellus) 
• Coelho (Oryctolagus cuniculus) 
• Camundongo (Mus musculus) 
• Rato (Rattus norvegicus) 
• Hamster (Mesocricetus auratus) 
 
Outras espécies, entretanto, também podem fazer 
parte de um biotério, como suínos, peixes, primatas, 
aves, caninos e insetos. 
A Drosophila Melanogaster, por exemplo, é um inseto 
que tem 4 pares de cromossomos e um ciclo 
reprodutivo curtíssimo (12 gerações por ano). Ele é 
muito utilizado para avaliar o impacto de determinados 
estudos ao longo das gerações. 
 
 
 
• Replacement 
• Reduction 
• Refinement 
 
Princípio criado por Russel e Burch (1987), sintetizando 
o princípio humanitário da experimentação animal. 
 
Replacement: Alternativas. Substituição do método 
científico, empregando materiais alternativos como 
tecidos ou modelos em computador. Mamíferos 
devem, preferencialmente, ser substituídos por 
animais com sistema nervoso menos desenvolvido. 
 
Reduction: Utilização do menor número de animais 
possível, desde que fornecidos resultados 
significativos. Essa redução tem sido possível a partir 
da utilização de animais com estado sanitário e 
genéticos conhecidos. Importante frisar que não 
significa reutilizá-los. 
 
Refinement: Aprimoramento, modificação de 
procedimentos visando o refinamento de técnicas e 
escolhas adequadas da espécie a ser utilizada, além da 
escolha de técnicas menos invasivas e equipe 
capacitada. 
 
Referências 
ANDRADE, Antenor; PINTO, Sergio Correia; OLIVEIRA, Rosilene Santos 
de. Animais de laboratório: criação e experimentação. Editora Fiocruz, 
2006. 
 
CAMPOS, Adriano da Silva et al. Guia brasileiro de produção, manutenção 
ou utilização de animais em atividades de ensino ou pesquisa científica: 
introdução geral.

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