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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA - UNOESC CAMPUS CHAPECÓ ADMINISTRAÇÃO – 4ª FASE CIÊNCIAS CONTÁBEIS – 4ª FASE CUSTOS PROF.: PAULO CEZAR SPEORIN CUSTOS “O Homem deve sempre considerar-se um estudante, procurando tornar-se mais competente e melhor.” (M. Chevreul) Julho/2022 1. - EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS 1.1 - HISTÓRICO A Contabilidade de Custos tem como marco inicial a Revolução Industrial ocorrida por volta do ano de 1.760. Até então, só existia a contabilidade financeira que estava bem estruturada para atender as necessidades das empresas comerciais, mas não atendia as necessidades de empresas industriais. A Contabilidade de Custos, surgiu para suprir as dificuldades que as empresas industriais encontravam para valorizar sua produção, já que diferente das empresas comerciais, as indústrias alteravam as características dos produtos adquiridos, agregando a esses os gastos referentes às modificações feitas na matéria prima. Ex: Adquiria-se lã e transformava-se em peças de vestuário. Com a concorrência cada vez mais acirrada entre as empresas industriais, os administradores passaram a necessitar cada vez mais de registros bem feitos, e, a composição do custo por produto, recebeu interesse particular. A Contabilidade de Custos que surgiu para valorizar a produção da fábrica, passou a ser utilizada também para informar o custo de cada produto elaborado, tornando-se uma importante arma de apoio aos administradores. Por volta de 1920, criou-se a necessidade de um planejamento global para que as empresas pudessem enfrentar as grandes variações econômicas ocorridas na época, e também com o objetivo de ter um diferencial competitivo sobre seus concorrentes no futuro, as empresas incrementaram seus controles de custos, de modo a torna-los cada vez mais eficientes como ferramentas de apoio na tomada de decisões. Utilizando-se da contabilidade de custos, passou-se a controlar e questionar os custos incorridos em determinado período ou na fabricação de determinado produto. Necessitava-se saber quem foi o responsável por aquele custo ou ainda, se aquele era o montante de custos que deveria incorrer, se não seria possível efetuar o mesmo trabalho com um custo menor. Devido às dificuldades em alocar alguns custos decorrentes do uso de equipamentos e instalações fabris mais sofisticadas, foi necessário aprimorar-se os “controles de custos” para a racionalização dos custos indiretos, e passou-se a aceitar estimativas, como dados a serem utilizados na determinação dos custos por produto. Como ciência, foi em 1865 que pela primeira vez descreveu-se as técnicas subjacentes do sistema de custos por processo, mas, a Contabilidade de Custos encontra-se em desenvolvimento ainda hoje. Apesar de toda a evolução da contabilidade de custos, foi somente em 1976 com a lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações), que se institui a obrigatoriedade da elaboração da Contabilidade de Custos no Brasil. Essa lei instituiu o Custeio Real por Absorção, como sendo o único método de apuração dos custos de produção aceito para valorizar os estoques e para avaliar o resultado da empresa. Esse método de custeio, será melhor apresentado em capítulo específico mais à frente. 1.2 - IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS Como foi visto anteriormente, a contabilidade de custos surgiu da necessidade das empresas industriais avaliarem seus estoques e o lucro de cada período, no entanto, a sua grande missão atual, está nas importantes informações que poderá prestar aos gestores. São muitos os grandes autores que nos dizem que a contabilidade de custos, ajustada para o meio gerencial, torna-se uma das mais importantes ferramentas de apoio a decisão dos administradores. Segundo Eliseu Martins (1988), a contabilidade de custos no que tange a decisão, seu papel reveste-se de suma importância, pois consiste na alimentação de informações sobre valores relevantes que dizem respeito às consequências de curto e longo prazo, sobre medidas de corte de produtos, fixação de preços de venda, opção de compra ou fabricação etc. “A contabilidade de custos gerencial é a fase mais dinâmica de todo o campo contábil (...) e quanto maior a empresa, maior a necessidade de relatórios úteis” (Charles T. Hornegren, 1986). “O conhecimento dos custos constitui-se como missão principal do administrador, quer de atividades com ou sem fins lucrativos.” (Joel J. Santos, 1995). “No estudo de vários campos de aplicação da contabilidade, nenhum é mais gratificante, mais interessante e mais fascinante do que a Contabilidade de Custos gerencial. É gratificante porque, de um ponto de vista histórico, a contabilidade de custos contribuiu significativamente para a industrialização de uma economia. É interessante porque, de uma perspectiva conceitual, a contabilidade de custos introduziu muitas inovações na metodologia contábil. É fascinante porque, de um prisma gerencial, a contabilidade de custos precisa estar pronta para adaptar-se ao atendimento das várias necessidades da administração.” (David H. Li, Contabilidade de Custos, 1981) É certo que, sem um bom sistema de custos, não tendo instrumentos de apoio, nenhum administrador poderá definir com clareza os rumos de sua empresa para o futuro e muito menos corrigir erros acontecidos no passado. 1.3 - FINALIDADES DA CONTABILIDADE DE CUSTOS Contabilidade de Custos ocupa-se da classificação, agrupamento, controle e atribuição dos custos, sendo que os custos coletados servem a três finalidades principais: a) Fornecer dados de custos para a medição dos lucros e avaliação dos estoques. b) Fornecer informações aos dirigentes para o controle das operações e atividades da empresa. c) Fornecer informações para o planejamento da direção e a tomada de decisões. Em resumo, a Contabilidade de custos, fornece informações para: 1 - A determinação dos custos dos fatores de produção; 2 - A determinação dos custos de qualquer natureza; 3 - A determinação dos custos dos setores de uma organização 4 - A redução dos custos dos fatores de produção, de qualquer atividade da empresa; 5 - À Administração, quando esta deseja tomar uma decisão, estabelecer planos ou solucionar problemas especiais; 6 - O levantamento dos custos dos desperdícios, do tempo ocioso dos operários, da capacidade ociosa do equipamento, dos produtos danificados, do trabalho necessário para conserto, dos serviços de garantia dos produtos; 7 - A determinação da época em que se deve desfazer de um equipamento, isto é, quando as despesas de manutenção e reparos ultrapassarem os benefícios advindos da utilização do equipamento; 8 - A determinação dos custos dos inventários com a finalidade de ajustar o cálculo dos estoques mínimos, do lote econômico de compra e da época de compra; 9 - O estabelecimento dos orçamentos; 10 - A determinação do preço de venda dos produtos ou serviços. 21 INICIAÇÃO A CONTABILIDADE DE CUSTOS “A consciência é o melhor livro de moral que temos; e é, certamente; o que mais devemos consultar. (Pascal) 2.1. CONCEITOS Segundo Francisco Vale, “Por custo, no sentido de produção, entende-se a soma, expressa monetariamente, de todos os sacrifícios suportados para a obtenção de uma utilidade ou de um serviço de caráter oneroso”. Já, no XIV Congresso Internacional de Agricultura, aprovou-se a definição de custos de produção como sendo “a soma das despesas de exploração com juros normais do capital de exploração e mais a renda ou a quota de parceria.” Num sentido mais amplo, por custo, pode-se entender como sendo todos os gastos incorridos no processo produtivo de uma indústria. A palavra custo pode ser melhor entendida, quando entendemos melhor outras terminologias contábeis. Custo - É o valor de utilização do material e serviços na preparação e execução de um processo produtivo. Está diretamente ligado às indústrias e ao produto por elas elaborado. Gastos - Sacrifício financeiro que a empresa arca para obtenção de um produto ou serviço qualquer, representado pela entrega ou promessa de entrega de ativos. Estão mais ligados ascompras efetuadas pela empresa. Desembolsos - É um termo de contabilidade financeira que significa qualquer saída de fundos da empresa, mesmo as transitórias, como por exemplo, o empréstimo a um empregado ou adiantamento a fornecedores. Os desembolsos não são necessariamente alinhados como custos e estão mais ligados às saídas do caixa da empresa. Despesas - Gastos que se destinam às fases de administração, esforço de vendas e juros pagos por empréstimos obtidos. Despesas são gastos que não estão ligados ao processo de produção da empresa. Investimentos - Gasto relativo à aquisição ou manutenção de equipamentos, utensílios, bens móveis e imóveis. No entanto, com o decorrer do tempo este investimento transforma-se em custo mediante a depreciação. Investimentos são os gastos com a estrutura fixa da empresa, com o objetivo de gerar lucro no futuro. Perdas - São bens e serviços consumidos de forma anormal e involuntária. São prejuízos que surgem independente da vontade da empresa. Para melhor entender esses conceitos, apresentamos uma tabela de classificação exemplificando diversos atos de uma empresa. Descrição Classificação Compra de canetas para estoque Gasto Consumo de matéria prima na produção Custo Consumo de material de expediente Despesa/Custo Pagamento de duplicata vencida Desembolso Juros sobre financiamentos contraídos Despesa Pagamento de empréstimos bancários Desembolso Salários do pessoal da produção Custo Compra de um automóvel para uso Investimento Impostos sobre vendas Despesa Salários da administração Despesa Queima de produtos danificados em acidente Perda Pagamento dos salários da produção Desembolso Compra de embalagens para estoque Gasto Construção de nova área dentro do pátio fabril Investimento Depreciação da fabrica Custo Compra de matéria prima para entrega futura Gasto Comissões sobre vendas Despesa Energia elétrica da fábrica Custo Honorários do diretor financeiro Despesa 2.2. VALORIZAÇÃO DOS ESTOQUES Existem diversas formas de valorização dos estoques que podem ser adotadas por uma determinada indústria, cabendo aos administradores escolher qual melhor se adapta as suas necessidades. Esses métodos serão apresentados mais à frente, porém, para melhor entender os métodos de avaliação dos estoques, é necessário antes, compreendermos como se compõe valor de aquisição de determinado produto para uma empresa. Por exemplo: após a aquisição de determinado bem, a empresa incorre em gastos com transporte, segurança, armazenagem, impostos, etc. Como devemos tratar esses gastos adicionais ao valor de aquisição desse determinado bem? A regra para essa pergunta é uma só: Todos os gastos incorridos para a colocação do bem em condições de uso ou condições de venda, incorporam o valor desse mesmo bem. Observamos ainda que o preço de aquisição de um bem, é sempre o seu valor à vista, os gastos adicionais referente ao financiamento do bem devem ser tratados sempre como despesas financeiras. Num exemplo, onde determinada empresa adquire um lote de 100 mesas, considerando que a mercadoria tem o valor unitário de R$ 150,00 com ICMS de 17 %; IPI de 15 % e frete de R$ 2.000,00 com ICMS sobre frete de 12%, qual seria seu real valor de aquisição a ser considerado como valor de entrada nos estoques? Abaixo, está demonstrado o cálculo em duas hipóteses: empresas com crédito de ICMS e sem crédito de IPI e empresas sem crédito de ICMS e sem crédito de IPI. DESCRIÇÃO COM CRÉDITO DE ICMS E SEM CRÉDITO DE IPI SEM CRÉDITO DE ICMS E SEM CRÉDITO DE IPI Valor da compra total ICMS sobre mercadoria (17%). IPI (15 %). Frete ICMS sobre frete (12%) CUSTO LÍQUIDO DE COMPRA TOTAL CUSTO LÍQUIDO DE COMPRA UNIT. Em outro exemplo, suponhamos uma aquisição de 20 unidades do produto MP, ao custo unitário de $ 10,00 para pagamento em 30 dias. O produto foi adquirido no estado de São Paulo e o frete total até o destino custa $ 20,00, devendo ser pago pelo comprador, (Frete a pagar). O custo total dos impostos, (ICMS) é de 12,0%, sobre os preço bruto de aquisição. O produto é destinado a venda, sendo isento de IPI. Pergunta-se qual o valor unitário que deve ser contabilizado como estoque. Valor da compra Bruto (-) ICMS a recuperar (+) Frete entrega (=) Custo real da aquisição Custo Unitário para Estoque Resolva os exercícios 1) Considerando os seguintes dados: Aquisição de 10 cabeças de gado ao custo unitário de $ 100,00 cada em 30/01/x7. ICMS incluso no preço de compra = 17%. Custo do frete sobre entrega de $ 80,00, sendo o mesmo, frete a pagar. A compra foi efetuada no exterior e gastou-se $ 150,00 referente a despesas alfandegárias. Durante a viagem, foi gasto $ 15,00 de ração para alimentar os animais. A compra é de gado de raça e destina-se a formação de matrizes para reprodução sendo permitida a recuperação de impostos. Pede-se que se calcule o preço de aquisição a ser contabilizado como estoque. 2) A empresa agropecuária, adquiriu 1.500 leitões para engorda, tendo levantado sobre a compra, os seguintes dados: O preço pago por quilo de leitão foi de $ 1,50 /Kg. Peso médio dos leitões é de 25,0 Kg. Custo total do frete sobre entrega de $ 850,00, sendo o mesmo, frete a pagar. A compra de leitões é subsidiada pelo governo referente ao ICMS. O custo do FUNRURAL descontado dos fornecedores foi de $ 640,00 cabendo a empresa o repasse desse valor ao governo. Foi contratado pela empresa um seguro contra acidentes com custo de $ 254,00. No transporte, morreram 48 leitões, devido principalmente ao desgaste dos animais. Pede-se que se calcule o custo de aquisição total e por leitão a ser contabilizado como estoque. Como vimos até agora, todo estoque deve ser registrado pelo se valor total de aquisição ou produção, deduzindo-se destes somente os gastos recuperáveis. A partir deste item, veremos os diversos métodos de avaliação e movimentação dos estoques. 2.1.1. Valorização dos estoques pelo método da “Média Ponderada” Esse método consiste em atribuir aos estoques e consequentemente às saídas de produtos um custo médio entre os produtos que já estavam em estoque, e as novas entradas. Justamente por trabalhar com um custo médio para a avaliação dos estoques é o mais simples de ser utilizado por não existir a necessidade de se controlar cada lote de entradas de produtos para a partir daí dar baixa no momento da venda como veremos nos demais métodos abaixo. Esse método é hoje o mais utilizado no Brasil e pode ser adotado sem nenhuma restrição por parte da legislação fiscal. Exemplo: se considerarmos um estoque de 600 Kg de frango congelado no final do mês 1 ao custo de $ 1,30 por Kg, totalizando um custo de $ 780,00 e que no mês 2 ocorreu a seguinte movimentação. Dia 02 - Produção de 1.000 Kg com custo de $ 1,35/Kg Dia 11 - Venda de 500 Kg pelo preço de $ 1,50/Kg Dia 19 - Venda de 700 Kg pelo preço de $ 1,60/Kg Dia 25 - Produção de 3.000 Kg com custo de $ 1,40/Kg Dia 28 - Venda de 2.900 Kg pelo preço de 1,65/Kg A nossa ficha de controle de estoques receberia a seguinte movimentação: FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: Frango congelado Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Observe que o custo dos produtos vendidos, ou seja às saídas dos estoques foi de $ 5.634,04, restando no estoque um valor de $ 695,96. 2.1.2. Valorização dos estoques pelo método do “Primeiro que Entra, Primeiro que Sai - (PEPS ou FIFO)” Com base no método de valorização de estoques PEPS (ou FIFO da expressão em Inglês: First-In-First-Out), dar-se-á baixa sempre primeiro no produto mais antigo em estoque, ou seja, à medida que ocorrem as vendas, baixa-se dos estoques as primeiras compras efetuadas, criando-se o raciocínio de queestaremos vendendo primeiro as primeiras unidades compradas ou produzidas. Para exemplificar a aplicação desse método, vamos ver como fica o nosso fichário de estoques com a mesma movimentação do exemplo anterior. FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: Frango congelado Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Como podemos perceber o custo total das saídas de estoques (o que forma o CPV - Custo dos Produtos Vendidos) foi de $ 5.630,00 (frente a um custo de $ 5.634,04 pela Média ponderada), restando no estoque um valor de $ 700,00. Esse método também não encontra restrições ao seu uso perante a legislação fiscal. 2.1.3. Valorização dos estoques pelo método do “Ultimo que Entra, Primeiro que Sai - (UEPS ou LIFO)” O método UEPS (ou LIFO - Last-In-First-Out), pode ser visto como o inverso do método PEPS. Neste método, no momento da venda, baixa-se do estoque os produtos referente à última compra, permanecendo em estoque sempre os produtos mais antigos. Esse método de avaliação dos estoques, dá a ideia de que estaremos sempre vendendo os produtos mais recentemente adquiridos. Seguindo a mesma movimentação do exemplo anterior, nesse método o fichário de estoques recebe a seguinte movimentação. FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: Frango congelado Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Como podemos perceber o custo dos produtos vendidos foi de $ 5.670,00 (frente aos $ 5.630,00 e $ 5.634,04 nos exemplos anteriores), restando no estoque um valor de $ 660,00 (contra os $ 700,00 e 635,96 nos exemplos anteriores). Observa-se aqui que a diferença no custo dos produtos vendidos entre os exemplos é também a diferença entre os estoque dos exemplos. Esse método, somente poderá ser utilizado para fins gerenciais, não sendo aceito pela legislação fiscal brasileira para elaboração de demonstrações contábeis. 2.1.4. Valorização dos estoques pelo método do “Preço Específico” Esse método de valorização dos estoques consiste em avaliar cada unidade em estoque pelo seu preço específico de aquisição, ou seja, deverá existir um sistema que permita identificar entre todas as unidades em estoques o preço que foi pago por cada uma, possibilitando assim que um produto somente seja baixado do estoque no momento de sua venda. A utilização desse método, é muito difundida nas empresas que trabalham com comércio de produtos com identidade própria, como automóveis e imóveis. Porem na maioria das empresas, principalmente naquelas que possuem um grande número de itens no seu mix de produtos, esse método apresenta grande dificuldade em ser aplicado. Para exemplificar essa afirmação, vamos considerar uma compra de 20 pares de calçados de um determinado modelo, dos quais, 15 pares são vendidos em 15 dias. Devido à grande procura, o gerente decide comprar mais vinte pares de calçados do mesmo modelo, porém, tem que pagar um custo 20% superior à primeira compra. Para utilizar o método do preço específico, seria necessário que os 5 pares que sobraram da primeira compra fossem marcados para que na hora da sua venda, lhes fossem atribuídos os seus custos de aquisição (20% menores). Imaginem esse método sendo utilizado em um supermercado. Não há restrições fiscais à utilização desse método para valorizar os estoques. 2.1.5. Valorização dos estoques pelo “Preço de Reposição” Muito utilizado para fins gerenciais em épocas inflacionárias, esse método consiste em valorizar os estoques e as saídas dos estoques pelo valor que a empresa teria que pagar se fosse adquirir uma nova unidade do produto vendido ou consumido, desprezando-se o valor real pago pelo produto no momento de sua aquisição. A utilização desse método, traz a vantagem de se conhecer o resultado obtido pela empresa com um determinado produto, considerando-se que a empresa terá que repor esse produto em seus estoques. Como foi dito, esse método pode ser utilizado para fins gerenciais, sendo vedada sua utilização para fins fiscais. 2.1.6. Diferença entre os métodos Com base nas vendas informadas no exemplo utilizado, teríamos a seguinte receita de vendas: Dia 11 - 500 unidades a $ 1,50 = $ 750,00 Dia 19 - 700 unidades a $ 1,60 = $ 1.120,00 Dia 28 - 2.900 unidades a $ 1,65 = $ 4.785,00 Total receita de vendas = $ 6.655,00 Comparando os resultados obtidos pela empresa nos três primeiros métodos apresentados teríamos: PEPS ou FIFO UEPS ou LIFO Média Ponderada Neste comparativo, observamos que se considerássemos esses resultados como sendo de 3 empresas, apesar de apresentarem a mesmas movimentações físicas, os resultados seriam diferentes, devido ao método de avaliação dos estoques adotado por cada empresa. Resolva os exercícios 01) A Cia. GERAL, apresentava os seguintes dados em Janeiro/9X, com relação a seus estoques de Materiais Diretos: - Estoque inicial de 20 unidades a $ 30,00 p/unidade, a um custo total de $ 600,00. - Ocorreu a seguinte movimentação de materiais, durante o mês 08/9X: - 01/08/9X compra de Material Direto - 20 und. a $ 40,00 p/und. - 05/08/9X requisição material - 10 und. - 10/08/9X requisição material - 20 und. - 15/08/9X compra de material - 30 und. a $ 45,00 p/und. - 20/08/9X requisição material - 10 und. O valor das vendas em 08/9X, foi de $ 2.500,00 Tanto na compra como na venda incide ICMS de 12%. PEDE-SE: a) Faça a movimentação dos estoques através dos critérios PEPS, UEPS, e CUSTO MÉDIO PONDERADO, considerando o ICMS tanto na compra como na venda dos produtos. b) Determine o Lucro Bruto através dos três critérios. CUSTO PONDERADO MÉDIO MÓVEL DATA ENTRADA SAÍDA SALDO Quant. unit. Vlr. Total Quant. P. unit. Vlr. Total Quant. P. Unit. Vlr. Total PRIMEIRO A ENTRAR PRIMEIRO A SAIR (PEPS) DATA ENTRADA SAÍDA SALDO Quant. Unit. Vlr. Total Quant. P. unit. Vlr. Total Quant. P. Unit. Vlr. Total ÚLTIMO A ENTRAR PRIMEIRO A SAIR (UEPS) DATA ENTRADA SAÍDA SALDO Quant. unit. Vlr. Total Quant. P. unit. Vlr. Total Quant. P. Unit. Vlr. Total Comparando os resultados dos diferentes critérios teríamos: PEPS ou FIFO UEPS ou LIFO Média Ponderada 2) A Cia. Bandeirantes, apresentava os seguintes dados, referente ao mês de setembro/X2: 1 - Estoque inicial, consistia de 5 unidades a $ 32,00 p/unidade. 2 - Incide sobre as compras e venda ICMS de 12%. 3 - As compras e vendas durante o período foram as seguintes: Data Compras Preço compra Unid. Vendidas Preço unit. Venda Dia 01 20 45,00 Dia 08 22 55,00 Dia 09 30 65,00 Dia 10 25 89,00 Dia 15 40 78,00 Dia 17 45 112,00 Dia 24 60 89,00 Dia 30 58 120,00 Determinar o lucro bruto, utilizando o método do CUSTO MÉDIO PONDERADO, PEPS, UEPS, levando em conta os créditos de ICMS, e indicar qual dos métodos oferece o maior valor para o lucro bruto. PRIMEIRO A ENTRAR PRIMEIRO A SAIR (PEPS) DATA ENTRADA SAÍDA SALDO Quant. unit.Vlr. Total Quant. P. unit. Vlr. Total Quant. P. Unit. Vlr. Total CUSTO PONDERADO MÉDIO MÓVEL DATA ENTRADA SAÍDA SALDO Quant. unit. Vlr. Total Quant. P. unit. Vlr. Total Quant. P. Unit. Vlr. Total ÚLTIMO A ENTRAR PRIMEIRO A SAIR (UEPS) DATA ENTRADA SAÍDA SALDO Quant. unit. Vlr. Total Quant. P. unit. Vlr. Total Quant. P. Unit. Vlr. Total Comparando os resultados dos diferentes critérios teríamos: PEPS ou FIFO UEPS ou LIFO Média Ponderada 3) No mês 01/x7 foram realizadas às seguintes operações referente ao produto XX: - Compra de 100 unidades ao custo unitário de $ 150,00 no dia 01. - Venda de 80 unidades pelo preço unitário de $ 175,00 no dia 07. - Compra de 200 unidades ao custo de $ 170,00 no dia 12. - Venda de 160 unidades ao preço unitário de $ 190,00 no dia 15. - Venda de 90 unidades ao preço unitário de $ 185,00 no dia 22. - Compra de 220 unidades ao custo unitário de $ 140,00 no dia 25. - Venda de 190 unidades ao preço unitário de $ 170,00 no dia 30. OBS.: Todas as compras foram efetuadas com ICMS de 12% já incluso no preço de compra. Em 30/12/X2 existiam em estoque 30 unidades com custo unitário de $ 160,00. Pede-se que seja feita a movimentação dos estoques pelos métodos PEPS, UEPS e Média Ponderada, demonstrando ao final, a diferença entre os resultados dos 3 métodos calculados. 4) Calcular a movimentação dos estoques pelos métodos PEPS, UEPS e média ponderada, considerando os registros efetuados durante o período X1. No início o período existiam em estoque 1.500 Kg de arroz, com custo total de $ 1.050,00. Por ser um supermercado, a empresa tem dificuldades em registrar as saídas, dando baixa nos estoques mediante levantamento (contagem) semanal nas unidades restantes nos armazéns. No dia 5 de X1, foi levantado os estoques, constatando que existiam em estoque 640 Kg de arroz. No dia 15, foi feita uma nova compra de 700 Kg de arroz com custo unitário de $ 0,75/Kg. No dia 20, foi contado 540 Kg de arroz em estoque. No dia 25, foi feita uma nova compra de arroz (pela parte da manhã) com custo unitário de $ 0,74/Kg e nesse mesmo dia (na parte da tarde) foi feita uma venda de 600 Kg a um cliente e restaram ainda em estoque 780 Kg de arroz. O preço de venda do arroz para todo o período X1 foi de $ 0,85/Kg. MÉTODOS DE CUSTEIO “Deixamos de fazer certas coisas não porque são difíceis; antes parecem-nos difíceis porque não nos dispomos a faze-las.” (Sêneca) MÉTODOS DE CUSTEIO Apesar dos muitos métodos de custeio existentes, vamos nos ater principalmente a dois: Método de Custeio Real por Absorção e Método de Custeio Variável. Por métodos de custeio, podemos entender como sendo as formas de apuração de custos de um determinado produto. Dependendo do método de custeio adotado, teremos diferentes custos apurados para um mesmo produto. Para melhor apresentar essa diferença, vamos estudar separadamente os dois métodos descritos anteriormente, demonstrando suas principais diferenças e os diferentes resultados apurados em cada método. Ao se trabalhar com métodos de apuração de custos, é necessário que primeiramente os custos sejam classificados conforme a seguir. Quanto a Alocação dos Custos aos Produtos: Custos Diretos - São todos os custos incorridos no período que podem ser levados diretamente ao custo do produto. São os custos que estão diretamente ligados ao produto, como é o caso das matérias primas. Custos Indiretos - São todos os custos incorridos no período que, por não estarem diretamente ligados ao produto, necessitam de alguma forma de distribuição (rateios) para serem levados aos produtos acabados, como é o caso do aluguel da fábrica. Quanto a Sua Dependência ao Volume de Produção/Vendas Custos Variáveis - Os custos variáveis, como o próprio nome diz, caracterizam-se por variarem diretamente proporcional a variação de volume de produção ou vendas, ou seja, a medida em que se aumenta ou reduz o volume de produção ou venda, os custos variáveis alteram-se na mesma proporção. Ex: Matéria Prima e Embalagem. Custos Fixos - Inversamente dos custos variáveis, estes se mantêm praticamente inalterados, dentro de um certo limite, independente do volume de produção ou venda praticado. Os custos fixos estão mais ligados à estrutura necessária para produzir do que propriamente ao produto. Ex: Depreciação da fábrica, aluguel da fábrica, etc. 3.1. - MÉTODO DO CUSTEIO REAL POR ABSORÇÃO Conceito Fiscal: - Dec. lei 1598/77 - art. 13, a, b, c, d, e. Define o custo de produção a ser considerado pelas empresas industriais. A legislação deixa clara a sua opção pelo método de custeio integral ou absorção, na medida em que, relaciona como integrantes dos produtos, além dos custos diretos também os indiretos. O método de custeio real por absorção, segundo Joel J. Santos (1995), consiste na apropriação de todos os custos de produção aos produtos elaborados de forma direta ou indireta. Eliseu Martins define Custeio por Absorção como um “método derivado da aplicação dos princípios de contabilidade geralmente aceitos, nascido da situação histórica e consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos”. O método de Custeio Real Por Absorção, foi criado para valorizar os estoques e para calcular o resultado obtido pelas empresas industriais em um determinado período. Esse método é até hoje, o único aceito pela legislação fiscal do Brasil para a apuração dos resultados da empresa e consequentemente o único aceito para medir o lucro tributável da empresa. No desenvolvimento do exemplo a seguir, teremos uma maior facilidade em expor completamente o conceito de apuração dos custos de produção através do método de custeio por absorção. Exemplo: Considerando os seguintes dados: Na fábrica de rações “Bom-Gosto”, são produzidas mensalmente 15.000 toneladas de ração para suínos, 10.000 toneladas de ração para aves. As máquinas instaladas possuem capacidade de 187,5 toneladas hora de ração para suínos ou 100 toneladas hora de ração para aves. Para cada tonelada de ração para suínos são necessários: 600 Kg de milho em grão, 200 Kg de farelo de soja, 150 Kg de farinha de carne e 50 Kg de vitaminas. Para cada tonelada de ração para aves são necessários: 600 Kg de milho em grão, 250 Kg de farelo de soja, 50 Kg de milho Pré cozido, 70 Kg de farelo de trigo e 30 Kg de vitaminas. As rações são embaladas em sacos de 25 Kg cada. Os preços de compra (líquidos) das matérias primas e embalagens são os seguintes: Milho em grão - $/Saca 60Kg - 7,30 Farelo de soja - $/Ton. - 250,00 Farinha de carne - $/Ton. - 320,00 Milho Pré cozido - $/Ton. - 520,00 Farelo de trigo - $/Ton. - 170,00 Embalagens - $/Un - 1,00 Vitaminas - $/Kg - 3,00 Outros gastos incorridos no período Descrição Valor em $ Mão de obra da fábrica 40.000,00 Mão de obra da administração 20.000,00 Honorários da diretoria (administração) 10.000,00 Depreciação da fábrica 15.000,00 Depreciação das máquinas 16.000,00 Energia elétrica da fábrica 3.200,00 Água da fábrica 1.500,00 Energia elétrica da administração 1.500,00 Encargos sobre valor da mão de obra 65 % Encargos sobre honorários 25% Não havia estoque no início do mês e todas as compras foram consumidasno mês. A empresa utiliza-se dos seguintes critérios de rateios: A mão de obra e a água, são rateadas conforme o volume de produção. A depreciação e a energia elétrica são rateadas conforme o consumo de horas máquinas. Neste mês foram vendidas 9.000 toneladas de ração para aves ao preço de $ 0,40/Kg e 12.000 toneladas de ração para suínos ao preço de $ 0,45/Kg. Pede-se que utilizando-se dos dados acima, seja calculado o resultado do período e calculado o custo dos estoques finais. Resolução A) Cálculo dos custos diretos de produção Produto Ração para Suínos Ração para Aves B) Rateio da mão de obra e a água conforme volume de produção Custo da mão de obra Encargos S/Mão de obra (65%) Água Total Volume de produção ração para suínos = Volume de produção ração para aves = Total produção = Custo por tonelada = Custo Total / Volume de produção (Ton.) Custo da mão de obra por tonelada = Custo mão obra ração suínos = Custo mão obra ração aves = C) Rateio da depreciação e energia elétrica conforme horas máquinas consumidas Depreciação da fábrica = Depreciação das máquinas = Energia elétrica = Total = Consumo horas por tipo de ração = Prod. total ração / Capacidade prod. por hora Ração para suínos = Ração para aves Total horas de consumidas = Rateio dos custos Ração para suínos = Ração para aves = Custo Total = A+B+C Ração para Suínos = Ração para aves = Custo por tonelada Ração para Suínos = Ração para aves = Demonstrativo de Resultados ($ mil) Ração para suínos Ração para aves Total Receita total (-) Custo das vendas (=) Lucro bruto (-) Despesas (=) Lucro total Estoques ($ mil) Ração para suínos = Ração para aves = Total de estoques = Exercícios 1) A “Esportes Total Ltda.” trabalha com fabricação de bolas e no período X1, produziu 7.000 bolas de futebol e 5.000 bolas de voleibol. O consumo de matéria prima por unidade produzida é o seguinte: Bolas de futebol Couro - 0,40 Metros Linha - 10 Metros Câmera de ar - 1 unidade Bolas de voleibol Couro - 0,35 Metros Cola - 0,10 Kg Câmera de ar - 1 unidade No final do período X0 a empresa mantinha os seguintes registros de estoques: Descrição Volume Un. Vlr. Médio $ Couro 130,0 M 10,00 Linha 4.300 M 0,10 Cola 45,0 Kg 7,00 Câmeras de ar 1.200 Un 2,00 Bolas de futebol 630 Un 9.6653 Bolas de voleibol 320 Un 10,3018 No início do período X1 foram feitas as seguintes compras com preços líquidos: Descrição Quant. $ Médio Couro 4.500,0 9,50 Cola 620,0 7,30 Câmeras de ar 12.700 2,11 Linha 67.000 0,11 Os gastos de estrutura registrados pela contabilidade no período X1 foram os seguintes: Depreciação da máquina de costura $ 14.000,00 Aluguel da fábrica $ 5.000,00 Energia elétrica da fábrica $ 1.788,70 Salários da administração/Vendas $ 5.000,00 Energia elétrica da administração $ 1.000,00 Encargos sobre salários 65,0% Honorários da diretoria (administração) $ 3.000,00 Encargos sobre honorários 25,0% Salários da fábrica $ 7.000,00 Depreciação da máquina de colagem $ 11.000,00 A empresa utiliza-se dos custos diretos de produção como base para rateio dos custos indiretos, e do método da média ponderada para avaliação dos estoques. A empresa vende seus produtos no atacado com preço médio de $ 18,00 por bola de futebol e $ 17,00 por bola de voleibol. No final do período X1, a empresa contabilizou os seguintes estoques de produtos acabados: Descrição Volume Un. Bolas de futebol 478 Un. Bolas de voleibol 402 Un. Pede-se que se calcule os custos de produção do período X1, demonstrando a movimentação dos estoques e o resultado do período. RESOLUÇÃO 1) Movimentação dos estoques das matérias primas FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: COURO Espécie: Metros Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: LINHA Espécie: Metros Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: COLA Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: CÂMERAS DE AR Espécie: Un. Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total 2) Cálculo dos custos diretos de produção Bolas de futebol Couro = Linha = Câmeras de ar = Depreciação máquina costura = Total = Bola de voleibol Couro = Cola = Câmeras de ar = Depreciação máquina colagem = Total = 3) Cálculo dos custos indiretos de produção. Aluguel da fábrica $ Energia elétrica da fábrica $ Salários da fábrica $ Encargos sobre salários Total de custos indiretos $ Rateio: Custos Bolas de futebol = Custos Bolas de voleibol = 4) Custo total de produção (Custos diretos + custos indiretos) Bolas de futebol = Unitário = Bolas de voleibol = Unitário = 5) Movimentação dos estoques acabados FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: BOLAS DE FUTEBOL Espécie: Un. Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: BOLAS DE VOLEIBOL Espécie: Un. Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total 6) Resultado do período Esporte Total Ltda. Demonstrativo de resultados Descrição Bola de futebol Bola de voleibol Total Receita de vendas Custo das vendas Lucro bruto Despesas Lucro líquido 2) Utilizando-se dos dados abaixo, calcule os custos pelo Método de Custeio por Absorção, demonstrando a movimentação dos estoques e o resultado das vendas no final do período. A fábrica de massas “Massas Caseiras Ltda.” produziu no período X2, 5.000 Kg de massa Pré cozida e 8.000 Kg de massa comum. O consumo de matéria prima no período foi o seguinte: Massa Pré Cozida Farinha de trigo - 4.700,0 Kg Açúcar - 250,0 Kg Ovos - 50 Dúzias Massa Comum Farinha de trigo - 7.600,0 Kg Açúcar - 350,0 Kg Ovos - 50 Dúzias Os estoques no final dos períodos X1 e X2 eram os seguintes: Descrição Período X1 Período X2 Volume Un. Vlr. Medio $ Volume Un. Açúcar 200,0 Kg 0,5300 300,0 Kg Farinha de trigo 4.300,0 Kg 0,2500 2.500,0 Kg Ovos 50,0 Duz. 0,8500 23,0 Duz. Massa Pré Cozida 590,0 Kg 0,9850 830,0 Kg Massa Comum 830,0 Kg 0,8500 590,0 Kg As compras do período X2 foram feitas todas no 1ºdia do período pelos seguintes preços líquidos. Açúcar 0,5100 $/Kg Farinha de trigo 0,2800 $/Kg Ovos 0,9000 $/Duz. A empresa utiliza-se do método da média ponderada para avaliação dos estoques. No período X2 incorreram ainda os seguintes gastos, registrados pela contabilidade. Energia elétrica da fábrica $ 600,00 Depreciação da máquina de Pré cozimento $ 500,00 Depreciação de outros equipamentos da produção $ 1.500,00 Salários do pessoal da produção $ 3.000,00 Salários da administração $ 1.200,00 Encargos sobre salários $ 65,0% Despesas de vendas $ 500,00 Os custos indiretos são rateados aos produtos conforme seu volume de produção. Apenas a massa Pré cozida passa pela máquina de Pré cozimento. Os preços de vendas do período X2 foram os seguintes: Massa Pré cozida = R$/Kg 1,40 e Massa comum = R$/Kg 1,08. RESOLUÇÃO 1) Movimentação dos estoques das matérias primas FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: FARINHA DE TRIGO Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: AÇÚCAR Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: OVOS Espécie: Dúzias Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total 2) Cálculo dos custos diretos de produção por produto Massa Pré cozida Farinha de trigo = Açúcar = Ovos = Depreciação máquina Pré cozimento = Total = Massa comum Farinha de trigo = Açúcar = Ovos = Total = 3) Cálculo dos custos indiretos de produção por produto Total Custos indiretos Energia elétrica da fábrica $ Depreciação de outros equipamentos da produção $ Salários do pessoal da produção $ Encargos sobre salários $ Total $ Rateio dos custos indiretos conforme volume de produção. Custo Massa Pré cozida = Custo Massa comum = 4) Custo total de produção Dados Massa pré cozida Massa comum Custos diretos Custos indiretos Total 5) Movimentação dos estoques de produtos acabados. FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: MASSA PRÉ COZIDA Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: MASSA COMUM Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total 6) Resultado do período Massas Caseiras Ltda. Demonstrativo de resultados Descrição Massa Pré Cozida Massa Comum Total Receita de vendas Custo das vendas Lucro bruto Despesas Lucro líquido 3) A Indústria “Embutidos Ltda.”, trabalha com produção de Salames e Lingüiças, utilizando como matéria prima, carnes adquiridas de terceiros. No período X1, foram disponibilizados para venda 3.360,0 Kg de salames e 5.000,0 Kg de Lingüiças. Para cada Kg de Salame “verde” produzido, são necessários: Carne de paleta 0,50 Kg Retalho de carne de gado 0,35 Kg Toucinho 0,10 Kg Temperos 0,05 Kg Embalagens 1,00 Unid. OBS.: Devido a uma quebra de 20 % da produção, ocasionada pelo fato da secagem dos salames, para cada 1,0 Kg de salame disponibilizado para venda, são necessários 1,25 Kg de produção de salame verde. O consumo de embalagens é calculado pelo volume de produção de salame verde. Para cada Kg de Lingüiça produzida, são necessários: Carne de paleta 0,80 Kg Toucinho 0,15 Kg Temperos 0,05 Kg Embalagens 1,00 Unid. Nas lingüiças, não há quebra de produção. Todas as compras forma efetuadas no primeiro dia do período X1, com os seguintes preços líquidos. Carne de paleta $/Kg 2,00 Retalho de carne de gado $/Kg 1,70 Toucinho $/Kg 0,90 Temperos $/Kg 3,50 Embalagens $/Unid 0,05 No final do período X0, existiam os seguintes registros de estoques. Produto Volume Un Vlr. Unit. Vlr. Total Carne de paleta 300 Kg 1,9000 570,00 Toucinho 20 Kg 0,8500 17,00 Embalagens 520 Unid. 0,0600 31,20 Temperos 15 Kg 3,0000 45,00 Retalhos de carne de gado 180 Kg 1,7500 315,00 Salames 1.200 Kg 3.5700 4.284,00 Lingüiças 800 Kg 2.6500 2.120,00 Os volumes constantes no estoque no final do período X1, eram os seguintes: Produto Volume Un Carne de paleta 700 Kg Toucinho 35 Kg Embalagens 230 Unid. Temperos 50 Kg Retalhos de carne de gado 220 Kg Salames 520 Kg Lingüiças 980 Kg Todas as vendas foram feitas no final do período X1. Foram registrados ainda os seguintes gastos durante o período X1: Aluguel da fábrica $ 1.000,00 Energia elétrica da fábrica $ 300,00 Depreciação das máquinas $ 1.000,00 Salários da produção $ 3.000,00 Encargos sobre salários % 65 % Honorário do diretor de produção (Custo) $ 800,00 Salários da administração $ 1.600,00 Honorário do diretor financeiro $ 800,00 Encargos sobre H. da diretoria % 25 % Os custos indiretos são rateados conforme o consumo de horas homem na produção, sendo que os salames consumiram 920 horas homem e as lingüiças consumiram 580 horas homem para serem produzidas. A empresa utiliza-se da média ponderada para avaliação dos estoques. Pede-se que se calcule os custos de produção dos salames e das lingüiças, e demonstre o resultado do período, usando as vendas calculadas na movimentação dos estoques, e, levando em consideração que o preço de venda dos salames é de R$ 4,90 /Kg e das lingüiças é de R$ 3,20/Kg. RESOLUÇÃO 1) Calculo do consumo de matéria prima Salames Volume de produção antes da quebra = Carne de paleta = = Kg Retalho de carne de gado = = Kg Toucinho = = Kg Temperos = = Kg Embalagens = = Unid. Lingüiças Volume de produção antes da quebra = Carne de paleta = = Kg Toucinho = = Kg Temperos = = Kg Embalagens = = Unid. 2) Cálculo da necessidade de compras (Consumo + Estoque final - Estoque inicial = compras) Carne de paleta = Retalho carne de gado = Toucinho = Temperos = Embalagens = 3) Movimentação dos estoques das matérias primas FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: CARNE DE PALETA Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: RETALHO CARNE DE GADO Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: TOUCINHO Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. TotalQtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: TEMPEROS Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: EMBALAGENS Espécie: Unid. Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total 4) Cálculo dos custo indiretos de produção Total de custos indiretos Aluguel da fábrica $ Energia elétrica da fábrica $ Depreciação das máquinas $ Salários da produção $ Encargos sobre salários $ Total $ Rateio dos custos indiretos conforme o consumo de horas homem na produção. Total custos indiretos / Horas homem de produção = Custo médio hora homem. Custo Salames = Custo Lingüiças = 5) Custo Total de produção Salames Linguiças Carne de paleta = $ Retalho carne de gado = $ Toucinho = $ Temperos = $ Embalagens = $ Custos Indiretos = $ Total = $ 6) Movimentação dos estoques de produtos acabados. FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: SALAMES Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: LINGÜIÇAS Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total 7) Resultado do período Embutidos Ltda. Demonstrativo de resultados Descrição Salames Lingüiças Total Receita de vendas Custo das vendas Lucro bruto Despesas Lucro líquido 4) Utilizando-se dos dados abaixo, calcule o resultado do período X1 e demonstre os estoques da empresa “Doce Sabor”, considerando que a empresa utiliza-se do método Média Ponderada para avaliar seus estoques. Produção de 5.000 Kg de pepinos em conserva e 4.000 Kg de cebola em conserva. O consumo de matéria prima no período foi o seguinte: Pepino em conserva = 4.800 Kg de pepino, 50 Kg de sal e 200 litros de água. Cebolas em conserva = 3.850 Kg de cebola, 30 Kg de sal e 150 litros de água Os estoques no final do período X0 eram os seguintes: Descrição Período X0 Volume Un. Vlr. Médio $ Sal 25,0 Kg 0,3500 Pepinos 500,0 Kg 0,3000 Cebolas 500,0 Kg 0,4280 Vidros para 1,0 Kg 700 Un 0,1000 Pepino em conserva 300,0 Kg 1,1730 Lenha 50,0 Metros 6,4000 Cebola em conserva 250,0 Kg 1,4591 Sabe-se que as conservas são cozidas em tachos, sendo que em cada tacho é possível cozinhar 100 Kg de conserva. O tempo de cozimento de cada conserva é de 2:00 horas para a conserva de pepino e de 2:30 horas para a conserva de cebola. Durante o período foram consumidos no cozimento, 300 metros cúbicos de lenha. As conservas são embaladas em vidros de 1,0 Kg cada. Foram efetuadas as seguintes compras no primeiro dia do período X1: 4.800 Kg de pepinos ao custo de $ 0,3600 /Kg 3.850 Kg de cebolas ao custo de $ 0,5100 /Kg 90 Kg de sal ao custo de $ 0,4100 /Kg 9.000 vidros com capacidade para 1,0 Kg cada ao custo de $ 0,10 cada. 350 metros cúbicos de lenha ao custo de $ 8,00/metro. A contabilidade registrou ainda os seguintes gastos referente ao período: Mão de obra da produção $ 2.000,00 Depreciação da fábrica $ 1.000,00 Salário do vendedor (funcionário) $ 800,00 Salários da administração $ 1.000,00 Encargos sobre salários 65 % Energia elétrica da fábrica $ 500,00 Água da fábrica $ 202,00 Os custos indiretos são rateados conforme o consumo de horas no cozimento. O consumo de água é calculado pelo custo total do mês como custo indireto, desprezando-se o consumo direto no produto por esse ser irrelevante. Foram vendidos no último dia do período X1: 5.100 Kg de conserva de pepino ao preço de $ 1,50 /Kg 3.850 Kg de conserva de cebola ao preço de $ 1,70 /Kg RESOLUÇÃO 1) Movimentação dos estoques das matérias primas FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: Sal Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: Pepinos Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: Cebolas Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: Vidros 1,0 Kg Espécie: Unidades Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: Lenha Espécie: Metros Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total 2) Cálculo dos custos indiretos de produção N horas de cozimento Cons. de pepino = Cons. de cebola = Total Custo indiretos de produção Mão de obra da produção = Encargos mão de obra = Depreciação fábrica = Energia elétrica = Água = Lenha = Total = Rateio dos custos indiretos Rateio dos custos indiretos pelo consumo de horas de cozimento. Custos indiretos por hora = Cons. pepino = Cons. cebola = 3) Custo total de produção Descrição Cons. Pepino Cons. Cebola Pepinos $ Cebolas $ Sal $ Embalagem $ Custos indiretos $ Total $ 4) Movimentação dos estoques de produtos acabados. FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: Pepino em Conservas Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: Conserva de Cebolas Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total 5) Resultado do período Demonstrativo de resultados Descrição Cons. Pepinos Cons. Cebolas Total Receita de vendas Custo das vendas Lucro bruto Despesas Lucro líquido5) Calcule o resultado do período, considerando os seguintes levantamentos efetuados no período. Produção de 5.000 kg de doce de uva, 3.000 kg de doce de maça e 7.000 kg de doce de banana, Foi efetuado o levantamento do consumo de matéria prima para cada tipo de doce. Doce de uva: 3.500 kg de uva, 1.600 kg de açúcar e 200 litros de água; Doce de maça: 1.800 kg de maça, 1.300 kg de açúcar e 150 litros de água; Doce de banana: 4.800 kg de banana, 2.400 kg de açúcar e 300 litros água; No início do período, a empresa mantinha o seguinte inventário de estoques. Quant. Valor Total Maça 250 kg $ 180,00 Banana 500 kg $ 129,00 Uva 500 kg $ 214,00 Açúcar 750 kg $ 250,50 Potes plástico 700 und $ 70,00 Doce de banana 300 kg $ 300,00 Sabe-se que os doces são cozidos em tachos, sendo que em cada tacho é possível cozinhar 100 kg de doce. Tempo de cozimento de cada batida de 100 kg doce é de 2:00 horas para o doce de banana, 2,50 horas para o doce de uva e 3,50 horas para o doce de maçã. Durante o período foram consumidos no cozimento, 300 metros cúbicos de lenha. Os doces são embalados em potes plásticos de 1 kg cada. Foram efetuadas as seguintes compras no primeiro dia do período: 3.600 kg de uva ao custo de $ 0,51 /kg 2.000 kg de maçã ao custo de $ 0,81 /kg 4.600 kg de banana ao custo de 0,36 /kg 4.950 kg de açúcar ao custo de $ 0,41 /kg 14.500 potes plástico ao custo de $ 0,10 /und 350 metros cúbicos de lenha ao custo de $ 0,80 /metro A contabilidade registrou ainda os seguintes gastos referente ao período: Salário fábrica $ 9.500,00 Depreciação da fábrica $ 4.750,00 Salários vendedor $ 1.500,00 Salários Administrativos $ 1.800,00 Energia elétrica fábrica $ 750,00 Água da fábrica $ 350,00 Encargos Sociais s/salários 65% Os custos indiretos com exceção da água, são rateados aos produtos, proporcional as horas de cozimento, e o valor gasto com água é apropriado à produção pelo consumo de água de cada produto. Foram vendidos no período: 7.100 kg de doce de banana ao preço de $ 1,90 /kg 2.850 kg de doce de maçã ao preço de $ 3,10 /kg 4.700 kg de doce de uva ao preço de $ 2,70 /kg 3.2. - MÉTODO DO CUSTEIO VARIÁVEL OU DIRETO Como vimos anteriormente, os custos fixos, existem e mantêm-se sempre no mesmo montante (dentro de certo limite), independente do volume de produção. Observamos assim que o montante de custo fixo a ser alocado a uma unidade de determinado produto, tende a variar conforme as oscilações no volume total de produção, já que os estes não oscilam na mesma proporção e são distribuídos em função do volume total produzido. Resumindo, podemos dizer que os custos fixos apresentam uma característica mais de “encargo” para que a empresa possa produzir do que propriamente um custo de fabricação deste ou daquele produto. Como os custos fixos, normalmente são distribuídos aos produtos com base em critérios de rateios, podemos incorrer em alguns erros conforme afirma Joel J. Santos, (1995). “Caso as “partes certas” dos custos não sejam bem levantadas, a empresa poderá correr o risco de desequilibrar os produtos, alocando mais custos em um produto em detrimento do outro, com reflexos diretos nos preços de vendas”, afirmando ainda que “para evitar esse tipo de distorção, recomenda-se distinguir os custos que pertencem ao produto, os chamados marginais, e os custos estruturais, pertencentes à empresa, que estão relacionados a sua capacidade instalada, chamados de fixos.” Os rateios de custos, por serem arbitrários, muitas vezes podem distorcer o custo real de um determinado produto e consequentemente levar o administrador a tomar uma decisão equivocada sobre este produto. Levando-se em conta as distorções que o custo fixo pode causar no custo de um determinado produto, foi criado o Método de Custeio Variável, (também conhecido como Método de Custeio Direto), o qual consiste em alocar como custo do produto, somente os custos variáveis, que estão diretamente ligados ao produto, enquanto que os custos fixos são levados diretamente ao resultado do período, evitando assim que se use de arbitrariedades (“Rateios”) no cálculo do custo do produto. Pode-se verificar melhor o tratamento dado aos custos fixos no exemplo do demonstrativo de resultados abaixo: Demonstrativo de Resultados Companhia Exemplo S/A Receitas de vendas $ 15.000 (-) Custos variáveis das vendas $ -10.000 (=) Margem de contribuição $ 5.000 (-) Custos fixos $ -3.000 Resultado do período $ 2.000 O Sistema de Custeio Variável, surgiu nos Estado Unidos no ano de 1936 através de J. Harris e hoje é uma importante arma na administração de empresas, justamente pelo fato acima exposto, não necessita de nenhum tipo de rateio, ficando assim o custo do produto livre de possíveis erros na escolha do critério de rateio utilizado. Mesmo não sendo aceito pela legislação fiscal para apuração do resultado tributável , o método de custeio direto, conforme afirma Eliseu Martins (1987, pg. 203) “do ponto de vista decisorial, (...) tem condições de propiciar muito mais rapidamente informações vitais à empresa; também o resultado medido dentro do seu critério parece ser mais informativo à administração, por abandonar os custos fixos e tratá-los contabilmente, como se fossem despesas, já que são quase sempre repetitivos e independentes do diversos produtos e unidades”. Há de ressaltar-se ainda que o método de custeio variável, fere alguns Princípios Contábeis, principalmente o Princípio da Competência e o da Confrontação, segundo os quais, devemos apropriar as receitas e delas deduzir todos os sacrifícios envolvidos para sua obtenção. Este fato, justifica a não aceitação do custeio variável para efeitos de resultados e balanços, ficando as empresas livres para a utilização do custeio variável, apenas para controles internos. 3.3 - COMPARATIVO ENTRE CUSTEIO REAL POR ABSORÇÃO E CUSTEIO VARIÁVEL Como vimos, o método de custeio variável, difere do método de custeio real por absorção, principalmente por não utilizar-se dos rateios para alocar os custos fixos aos produtos, levando-os diretamente ao resultado do período. Para melhor entender a diferença entre os dois métodos, veja como ficariam os custos, estoques e resultados do exemplo da fábrica de rações “Bom Gosto”, visto no método de custeio por absorção. Exemplo: Considerando os seguintes dados: Na fabrica de rações “Bom-Gosto”, são produzidas mensalmente 15.000 toneladas de ração para suínos, 10.000 toneladas de ração para aves. As máquinas instaladas possuem capacidade de 187,5 toneladas hora de ração para suínos ou 100 toneladas hora de ração para aves. Para cada tonelada de ração para suínos são necessários: 600 Kg de milho em grão, 200 Kg de farelo de soja, 150 Kg de farinha de carne e 50 Kg de vitaminas. Para cada tonelada de ração para aves são necessários: 600 Kg de milho em grão, 250 Kg de farelo de soja, 50 Kg de milho pré cozido, 70 Kg de farelo de trigo e 30 Kg de vitaminas. As rações são embaladas em sacos de 25 Kg cada. Os Custos das matérias prima e embalagens são os seguintes: Milho em grão - $/Saca 60Kg - 7,30 Farelo de soja - $/Ton. - 250,00 Farinha de carne - $/Ton. - 320,00 Milho pré cozido - $/Ton. - 520,00 Farelo de trigo - $/Ton. - 170,00 Vitaminas - $/Kg - 3,00 Embalagem - $ 1,00 cada Outros Gastos Incorridos no período Descrição Valor em $ Mão de obra da fábrica 40.000,00 Mão de obra da administração 20.000,00 Honorários da diretoria (administração) 10.000,00 Depreciação da fábrica 15.000,00 Depreciação das máquinas 16.000,00 Energia elétrica da fábrica 3.200,00 Água da fábrica 1.500,00 Energia elétrica da administração 1.500,00 Encargos sobre valor da mão de obra 65 % Encargos sobre honorários 25% Não havia estoque no inicio do mês e todas as compras foram consumidas no mês. A empresa utiliza-se do método de custeio variável para valorizar a produção. Neste mês foram vendidas 9.000 toneladas de ração para aves ao preço de $ 0,40/Kg e 12.000 toneladas deração para suínos ao preço de $ 0,45/Kg. Pede-se que utilizando-se dos dados acima, seja calculado o resultado do período e calculado o custo dos estoques finais. Resolução A) Cálculo dos custos variáveis de produção Produto Ração para Suínos Ração para Aves Milho em grão Farelo de soja Farinha de carne Milho pré cozido Farelo de trigo Vitaminas Embalagem Total custos variav. Custo de produção por tonelada Ração para suínos = Ração para aves = Demonstrativo de Resultados ($ mil) Ração para suínos Ração para aves Total Receita total (-) Custo var. vendas (=) Contrib. Marginal (-) Custos fixos (=) Lucro bruto (-) Despesas (=) LAJIR Estoques ($ mil) Ração para suínos = Ração para aves = Total de estoques = Explicação da diferença entre os resultados Resultado pelo custeio absorção = Resultado pelo custeio variável = Diferença = Estoques pelo custeio absorção = Estoques pelo custeio variável = Diferença = Observando os comparativos acima, podemos notar que a diferença entre os resultados pelos métodos de custeio por absorção e custeio variável é a mesma diferença dos estoques calculados pelos dois métodos, ou seja, a diferença de resultados, corresponde à parcela de custos fixos mantida em estoque pelo método de custeio por absorção, o que não ocorre no custeio variável onde todo o custo fixo é contabilizado diretamente no resultado do período. Vamos acompanhar mais um exemplo de utilização do método de custeio variável para melhor fixar os conceitos. Exemplo A empresa “Doce sabor Ltda.”, trabalha com produção e venda de balas. No período X1, foi registrada produção de 6.000 Kg de balas de coco e 9.000 Kg de balas de banana. Sabe-se que na empresa, as balas são produzidas em tachos, sendo que em cada batida, são produzidas 20 Kg de balas. O chefe de produção utiliza-se da seguinte formulação para cada batida de balas produzidas. Balas de coco Coco ralado - 3,0 Kg Açúcar - 15,0 Kg Essência de coco - 50 ml Embalagem - 5,0/Kg Glucose - 2,0 Kg Balas de banana Banana - 7,0 Kg Açúcar - 12,5 Kg Essência de banana - 40 ml Embalagem - 5,0/Kg Glucose - 2,5 Kg No início do período existiam os seguintes registros de estoques: Descrição Volume Un. Custo médio - $ Balas de banana 250,0 Kg 0,7800 Balas de coco 120,0 Kg 0,9200 Açúcar 830,0 Kg 0,4800 Glucose 280,0 Kg 1,3000 Essência de banana 3,0 Litros 30,0000 Coco ralado 15,0 Kg 2,5000 Essência de coco 2,0 Litros 25,0000 Embalagens 5.500 Unid. 0,0200 As compras do período foram efetuadas no primeiro dia útil do mês com os seguintes preços líquidos. Bananas $ 0,4200/Kg Coco ralado $ 2,3000/Kg Açúcar $ 0,4500/Kg Glucose $ 1,3500/Kg Essência banana $ 28,0000/L Essência coco $ 26,0000/L Embalagens $ 0,0230/Un. Estoques no final do período X1 Descrição Volume Un. Balas de banana 145,0 Kg Balas de coco 228,0 Kg Açúcar 625,0 Kg Glucose 342,0 Kg Essência de banana 6,0 Litros Coco ralado 85,0 Kg Essência de coco 5,0 Litros Embalagens 6.250,0 Unid. No período X1 ainda foram contabilizados: Custos fixos = $ 4.800,00 Despesas fixas = $ 1.300,00 As balas de banana foram vendidas no final do período X1, ao preço de $ 1,32/Kg e as balas de coco ao preço de $ 1,45/Kg. Pede-se que se demonstre a movimentação dos estoques no período pelo método Media Ponderada. Calcule os custos de produção e o resultado do período, sabendo-se que a empresa utiliza-se do Custeio Variável. Resolução 1) Calculo do consumo de matérias primas. Descrição Bala banana Bala coco Total Banana Coco ralado Essência coco Essência banana Glucose Açúcar Embalagens 2) Movimentação dos estoques FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: Banana Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: Coco Ralado Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: Essência de Coco Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: Essência de Banana Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: Embalagens Espécie: Unidades Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: Açúcar Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: Glucose Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total 3) Cálculo dos custos variáveis de produção Mat. Prima B. Banana B. Coco Banana $ Coco Ralado Essência Banana $ Essência Coco Glucose $ Açúcar $ Embalagens $ Total $ 4) Movimentação dos estoques de produtos acabados FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: Bala de Banana Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: Bala de Coco Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total 5) Demonstrativo de Resultados do Exercício Companhia Doce Sabor Ltda. Descrição Bala Banana Bala Côco Total Receita Bruta Custo Variável Venda Contribuição Marginal Custo Fixo Lucro Bruto Despesas LAJIR Resolva os exercícios 1) A Indústria “Saborosa Ltda.”, trabalha com produção de Presuntos e Mortadelas, utilizando como matéria prima, carnes adquiridas de terceiros. No período X1, foram produzidos 4.000,0 Kg de Mortadelas e 5.500,0 Kg de Presuntos. Para cada Kg de Mortadela produzido, são necessários: Retalho de carne suína 500,0 Gramas Retalho de carne de gado 350,0 Gramas Toucinho 100,0 Gramas Temperos 50,0 Gramas Embalagens 1,00 Unid. Para cada Kg de Presunto produzido, são necessários:Pernil desossado 900,0 Gramas Temperos 100,0 Gramas Embalagens 1,00 Unid. Todas as compras foram efetuadas no primeiro dia do período X1, com os seguintes preços líquidos. Retalho de carne suína $/Kg 2,00 Retalho de carne de gado $/Kg 1,70 Toucinho $/Kg 0,90 Temperos $/Kg 3,50 Embalagens $/Unid 0,05 Pernil desossado $/Kg 2,50 No final do período X0, existiam os seguintes registros de estoques. Produto Volume Un Vlr. Unit. Vlr. Total Mortadelas 420 Kg 1,80476 758,00 Presuntos 590 Kg 2,75322 1.624,40 Os volumes constantes no estoque no final do período X1, eram os seguintes: Produto Volume Un Mortadelas 345 Kg Presuntos 960 Kg Todas as vendas foram feitas no final do período X1. Foram registrados ainda os seguintes gastos durante o período X1: Aluguel da fábrica $ 1.000,00 Energia elétrica da fábrica $ 300,00 Depreciação das máquinas $ 1.000,00 Salários da produção $ 3.000,00 Encargos sobre salários % 65 % Honorário do diretor de produção (Custo) $ 800,00 Salários da administração $ 1.600,00 Honorário do diretor financeiro $ 800,00 Encargos sobre H. da diretoria % 25 % Os preço de venda das mortadelas é de $ 2,50/Kg e dos presuntos é de $ 3,80/Kg. Calcule o resultado do período, demonstrando a movimentação dos estoques, sabendo-se a empresa utiliza-se do método de Custeio Variável para valorizar a produção e do método do custo médio ponderado para valorizar os estoques. Resolução 1) Calculo do consumo de matéria prima Mortadelas Retalho carne suína = = Kg Retalho de carne de gado = = Kg Toucinho = = Kg Temperos = = Kg Embalagens = = Unid. Presuntos Pernil desossado = = Kg Temperos = = Kg Embalagens = = Unid. 2) Cálculo do custo de produção (em $) Mortadelas Retalho carne suína = Retalho carne de gado = Toucinho = Temperos = Embalagens = Total = Presuntos Pernil desossado = Temperos = Embalagens = Total = 3) Movimentação dos estoques de produtos acabados. FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: MORTADELAS Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES Descrição: PRESUNTOS Espécie: Kg Data Entrada Saída Saldo Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total Qtd. Vr. Unit. Total 4) Resultado do período Saborosa Ltda. Demonstrativo de resultados Descrição Mortadelas Presuntos Total Receita de vendas Custo das vendas Margem de contribuição Custo fixo Lucro bruto Despesas fixas LAJIR 3.4 - VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DE CUSTEIO VARIÁVEL Roberto Vatan dos Santos, no IV Congresso Internacional de Custos (pg. 39), citando a National Association of Accoutants, enumera as seguintes vantagens do custeio variável. a) O custeio variável identifica de forma clara o relacionamento custo-volume-lucro, informação esta essencial para o planejamento da lucratividade; b) O lucro de um período não é afetado pelas flutuações causadas pela absorção maior ou menor dos custos fixos aos produtos. De acordo com o custeamento variável, os resultados respondem somente pelas variações nas vendas; c) Os demonstrativos de resultado e dos custos de manufatura gerados pelo custeio variável são mais compreensíveis e acompanham melhor o pensamento dos administradores; d) O impacto dos custos fixos nos lucros é melhor apresentado, porque o valor desse custo, para o período, já está na demonstração de resultado; e) A contribuição marginal facilita a análise de desempenho dos produtos, dos territórios, dos tipos de clientes e dos outros segmentos da empresa sem que os resultados fiquem obscurecidos pela apropriação dos custos fixos comuns; f) O custeamento variável facilita a preparação imediata dos instrumentos de controle, como os custos-padrão, os orçamentos flexíveis e a análise custo-volume-lucro; g) O custeio variável tem estreita relação com os conceitos de custos desembolsáveis, custos financeiros, isto é, que passam por caixa; isso faz com que seus resultados sejam mais efetivos para a compreensão dos executivos no processo de tomada de decisões. ADMINISTRANDO ATRAVÉS DO VARIÁVEL “Não há nada melhor que despertar o prazer e o amor pelo estudo; caso contrário só se formam bons carregadores de livros” (Michel de Montaigne) 4.1 - MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO Segundo Joel José dos Santos (Formação do Preço e do Lucro, 1995), “Margem de Contribuição é a diferença entre o preço líquido de vendas e o custo unitário variável do produto. A margem de contribuição deve contribuir tanto para absorção dos custos fixos como para a obtenção do lucro total da empresa.” Eliseu Martins em seu livro Contabilidade de Custos, diz que “Margem de Contribuição por Unidade é a diferença entre a receita e o custo variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente traz a empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser imputado sem erro.” Horngrem, no seu livro Contabilidade de Custos (1986) sendo citado também por Roberto Vatan dos Santos no IV Congresso Internacional de Custos (1995), relaciona as seguintes vantagens na utilização da Margem de Contribuição. a) Os índices de margem de contribuição podem auxiliar a administração a decidir sobre quais produtos devem merecer maior ou menor esforço de vendas; b) As margens de contribuição são essenciais às decisões de se abandonar ou não uma linha de produto; c) As margens de contribuição podem ser usadas para avaliação de alternativas de preços de vendas; d) Quando se concorda quanto aos lucros desejados, pode-se avaliar prontamente seu realismo pelo cálculo do número de unidades a vender para conseguir os lucros desejados; e) A abordagem da contribuição fornece dados para se decidir sobre como utilizar um determinado grupo de recursos limitados da maneira mais lucrativa; f) A abordagem da contribuição é útil nos casos em que os preços de venda estão firmemente estabelecidos no ramo, porque o problema principal da empresa é quanto ela se pode permitir em matéria de custos variáveis e o volume que se pode obter; g) A utilização do custeio variável permite compreender a relação entre custos, volume, preços e lucros e, portanto, leva a decisões mais sábias sobre preços. Os diversos conceitos ou vantagens apresentadas pelos renomados escritores citados, deixa claro que o estudo da margem de contribuição é uma derivada dos conceitos do custeio variável, ou seja, a margem de contribuição é um das vantagens que encontramos na utilização do custeio variável em relação ao custeio por absorção. Veremos a seguir, um exemplo onde a margem de contribuição auxilia na tomada de decisão sobre cortar ou não um produto da linha de vendas da empresa e a seguir a decisão sobre qual o melhor mix de produção em caso de limitação na capacidade de produção. 4.1.2 - Exemplo De Utilização Do Conceito De Margem De Contribuição[footnoteRef:1] [1: Fonte do exemplo: IUDÍCIBUS Sérgio de. Contabilidade Gerencial, 4 ed. Pg. 167, São Paulo, Atlas, 1993.] A empresa “Rateada S/A” trabalhava com três produtos distintos: produto A, produto B e produto C. O desempenho dos produtos no período findo em 31/12/x foi o seguinte, no que se refere aos custos e receitas: Produto Receita $ Custo Total $ Lucro $ Custos Variáveis $ Custos Fixos Rateados $ A 260.000 187.500 72.500 150.000 37.500 B 220.000 250.000 (30.000) 200.000 50.000 C 140.000 62.500 77.500 50.000 12.500 620.000 500.000 120.000 400.000 100.000
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