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11 Ensinando com Êxito na Escola Dominical

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A Editora Vida é uma mis são internacional, cujo propósito é prover 
literatura adequada para evangelizar com as boas novas de Jesus Cristo, 
fazer discípulos e preparar para o ministério, o maior número de pessoas no 
menor tempo possível. 
 
 
ISBN 0-8297-2108-8 
 
Categoria: Escola Dominical 
 
Este livro foi publicado em espanhol com o título: Ensenando con Êxito en 
la Escuela Dominical, por Editorial Vida 
 
© 1994 Gospel Publishing House 
© 1995 Editora Vida 
 
Tradução de Rejane Caldas 
 
Todos os direitos reservados na língua portuguesa por Editora Vida, Av. da 
Liberdade, 902 — São Paulo, SP 01502-001 Telefone: (011) 278-5388 
Fax: (011) 278-1798 
 
As citações bíblicas foram extraídas da Edição Contemporânea da 
Tradução de João Ferreira de Almeida, publicada pela Editora Vida. 
 
Capa: Gustavo Camacho 
 
ÍNDICE 
 
1. O Trabalho do Professor................ 7 
2. Que é Ensinar?............................. 11 
3. Métodos de Ensino........................ 23 
4. Dominando a Lição....................... 31 
5. O Objetivo da Lição....................... 43 
6. O Plano da Lição........................... 49 
7. Mantendo a Classe Atenta............ 69 
8. Mantendo o Professor Atento ........ 83 
9. Esclarecendo a Lição..................... 91 
10. Usando os Olhos........................... 103 
11. Narração de Histórias................... 113 
12. Impressões e Expressões............... 129 
13. Ensinando Através de Perguntas.... 133 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
O propósito deste livro é expor os princípios mais importantes que 
regem o ensino — especialmente o ensino na Escola Dominical. 
Tanto o professor iniciante como o veterano encontrarão nesta obra 
material abundante e apropriado, que os capacitarão a desempenhar com 
mais eficiência a importantíssima tarefa de ensinar. 
O autor focaliza o tema de forma geral, adaptando-o, o máximo 
possível, a todos os professores dos diferentes departamentos da Escola 
Dominical. 
Que Deus abençoe o seu trabalho, professor, na formação do caráter 
de crianças e adolescentes, e na renovação espiritual dos adultos, que 
devem crescer em Cristo. 
Editora Vida 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 1 
 
O Trabalho do Professor 
Se você atendeu ao chamado de ensinar em uma classe de Escola 
Dominical, na verdade você aceitou um grande trabalho, porque este 
chamado traz consigo o privilégio e a responsabilidade de cooperar com 
Deus na formação do caráter cristão, e no compartilhamento do 
conhecimento espiritual. De modo real essa pessoa foi chamada ao 
ministério. Reconhecendo a importância e a dignidade de seu chamamento, 
você deve propor-se, com a ajuda de Deus, a conseguir maior e melhor 
rendimento possível em seu trabalho, fazendo dele uma verdadeira 
vocação. 
Em primeiro lugar, você deve procurar o que não se adquire por 
mero estudo: os dons espirituais especialmente apropriados ao professor (1 
Coríntios 12:7-10, 28). A partir daí, lembrando-se de que Deus sempre 
opera em colaboração com nossa inteligência, você, como professor, 
começa seu próprio treinamento, fazendo a si mesmo as seguintes 
perguntas: 
1. Por que ensino? Qual é meu propósito e que objetivo 
quero alcançar? 
Você, professor, precisa ter percepção clara e bem definida do 
propósito de seu ensino. Só assim poderá ter êxito em seu trabalho. Se não 
houver um propósito firme e uma preparação prévia, se tudo for deixado ao 
acaso, assim também serão os resultados de seu ensino. Depois de 
considerar bem o assunto, o verdadeiro professor espiritual chega à 
conclusão de que seu trabalho principal e o fim primordial de seu esforço, 
serão a aplicação das verdades bíblicas para guiar seus alunos a um 
conhecimento experimental de Cristo; que cada lição seja um instrumento 
para o crescimento do caráter cristão. Em resumo, seu objetivo principal 
tem largo âmbito moral e espiritual. 
2. A quem ensinarei? Que tipo de alunos receberá meu 
ensino? 
Seu talento e suas condições pessoais, como professor, revelarão se 
lhe convém mais ensinar aos adultos, aos jovens, aos adolescentes, aos 
intermediários, aos primários ou às criancinhas. 
3. Que ensinarei? Que conhecimento do assunto possuo? 
O objetivo principal de seu ensino será, é claro, a Bíblia; por isso 
deve fazer o máximo que puder para dominar as histórias, as doutrinas, a 
geografia e os costumes mencionados na Bíblia. "Tu, pois, que ensinas a 
outro, não te ensinas a ti mesmo?" (Romanos 2:21). 
O professor não pode compartilhar o que não sabe, não pode explicar 
o que não compreende, nem pode falar com autoridade se não tiver um 
conhecimento completo da matéria que ensinará. Se você tem intenção de 
entregar-se à dura tarefa de ensinar, estude "sem cessar", leia 
diligentemente acerca de tudo o que a Bíblia ensina em diversos níveis, e 
faça um estudo sistemático da Palavra de Deus. Certamente este programa 
significa trabalho duro, mas não se alcança um ensino eficaz e eficiente 
sem esforço. O verdadeiro professor tem que alcançar os frutos de seu 
ensino com o suor de seu rosto. No entanto, todo esforço árduo é rico em 
recompensas. 
4. Como ensinarei? 
Responder a esta pergunta é de grande importância. Não importa 
quanto conhecimento o professor possua, falhará se não possuir também a 
arte de ensinar, isto é, se não souber transmitir esses conhecimentos a seus 
alunos. E esta pergunta nos leva ao tema do livro: A arte de ensinar lições 
bíblicas na Escola Dominical. 
Será que alguém pode, na verdade, aprender a ensinar? Podemos 
imaginar você, leitor, dizendo: "Eu pensei que ensinar fosse um dom que 
algumas pessoas têm por natureza!" É verdade que certos indivíduos 
possuem capacidade especial para ensinar, mas é também acertado dizer-se 
que esta arte pode ser adquirida. 
Algumas pessoas parecem "gênios"; mas na maioria dos casos, o 
gênio é o resultado de dois por cento de inspiração e noventa e oito por 
cento de transpiração, como disse Thomas Édison. 
O ensino é uma arte que pode ser adquirida porque é governada por 
leis definidas. Estude e domine estas leis, aplique-as com paciência, e você 
descobrirá que está ensinando bem. O bom êxito depende de "saber como 
fazê-lo". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 2 
 
Que é Ensinar? 
Ensinar não é apenas narrar fatos, porque o aluno não compreende 
tudo que ouve, e neste caso seria difícil mantê-lo atento; não é a repetição 
de frases decoradas e recitadas como uma "ladainha". Ensinar pode ser 
definido assim: é despertar a mente do aluno para captar e reter a verdade. 
É mais que partilhar com outros as verdades que possuímos; é motivá-los a 
pensar por si mesmos, de tal modo que cheguem aos fatos. Para conseguir o 
propósito exposto nesta definição, é necessário seguir quatro princípios que 
são o verdadeiro fundamento do ensino, e que abarcam todas as regras 
relativas ao ensino. Teremos neste estudo a explicação destas regras de 
uma maneira simples e clara. Em outras palavras, aquele que deseja ensinar 
corretamente, com eficácia, não só deve fixar-se nestes quatro princípios, 
mas deve também colocá-los em prática. 
l. O professor tem que fazer com que o aluno pense por 
si mesmo 
É necessário que o aluno use suas ideias e palavras, chegando a 
conclusões próprias; que aprenda a lição por si mesmo, descobrindo por si 
as verdades que você quer ensinar. 
Que quer dizer a palavra "educar"? Literalmente quer dizer "tirar 
sutilmente" por meio de perguntas ou sugestões o que está na mente do 
aluno, e conduzi-lo às atividades de que ele é capaz. Em outras palavras, a 
educação não fabrica a máquina; apenas a faz funcionar. O professor mais 
competente é o que capta a atenção do aluno, desperta sua inteligência, 
engendra o interesse e o desejo de aprender; e então, coloca diante dele o 
material com o qual possa formar conclusões próprias.Ensinar não é encher a mente de conhecimento, como se enchia 
antigamente um fogão a carvão, mas aproveitar as matérias-primas através 
de perguntas, sugestões e ideias oportunas; em outras palavras, tenta-se 
fazer funcionar a máquina da inteligência para que dê o produto ou 
resultado final; o pensamento bem racionalizado. 
"Aprender é ensinar-se a si mesmo." Um professor experimentado 
escreve: "Devemos permitir que este instinto trabalhe livremente nos 
alunos." Não descubra você a verdade; é melhor ocultá-la um pouco e guiá-
los por meio de perguntas hábeis, motivando-os bastante para que a 
descubram por si mesmos, tenham o prazer de levantar o véu e encontrar 
por seu próprio esforço a verdade que você tenta ensinar. Não importa que 
pensem que descobriram a verdade sem sua ajuda. Isto não deve incomodá-
lo, pois o importante é fazê-los pensar e raciocinar; não se concentre no 
muito que você sabe, mas em quão maravilhosa é a verdade. 
Seu triunfo ocorrerá no momento em que um de seus alunos vier 
contar-lhe da grande descoberta que ele fez, e ao mesmo tempo você 
constatar que é exatamente o que você queria que ele aprendesse. A glória 
suprema de ensinar é fazer com que o aluno creia não que você ensina a 
ele, mas que ele é que ensina a você. Que você estimule a atividade 
intelectual de seu aluno, fazendo-o descobrir as verdades por si mesmo. 
É possível que você se lembre de um grande professor de sua 
juventude que ficou de pé lá fora, humildemente, enquanto você entrava no 
novo castelo da verdade através de uma porta que ele abrira—em 
silêncio—para você. 
2. O professor tem que explicar as novas verdades 
baseado em verdades que o aluno já compreendeu 
Ensinar é explicar o novo baseando-se no antigo, isto é, o 
desconhecido em relação ao conhecido; o difícil em relação ao fácil; o 
obscuro em relação ao claro. Este é o único meio de chegar-se ao 
conhecimento verdadeiro das coisas, e o melhor método para sua 
compreensão; porque cada nova ideia tem de ser relacionada com o 
material que o aluno já possui na mente. 
Por exemplo, pergunto à minha classe: "Quantos já ouviram falar 
dos Chasidim?" Não recebo nenhuma resposta, apenas olhares vazios, pois 
meus alunos não sabem se os Chasidim são um partido político, uma 
doença ou uma nova marca de margarina. Este nome é algo muito novo 
para eles, e não desperta nenhuma imagem em sua mente. Mas suponhamos 
que explico então que Chasidim é o nome de uma seita judia, na Europa 
Central, que acredita na manifestação visível do Espírito Santo e ensina que 
a religião deve ser mais vital e emocional que a que é praticada por outros 
judeus. Visto que professa um ideal mais elevado, poderíamos descrevê-la 
como um movimento de santidade na sinagoga judia. 
Será que agora os alunos compreendem quem são "os Chasidim"? 
Sim. Por quê? Porque usei ideias e termos que conhecem. Eles usaram suas 
próprias faculdades mentais para explicar a palavra. A palavra estranha já 
não é "tão" estranha; foi apresentada pelo professor por meio de dados 
conhecidos dos alunos. Neste caso passamos do desconhecido ao 
conhecido. 
Suponhamos que queremos dar a uma criança de cinco anos uma 
ideia da forma da terra. Você acredita que a criança nos compreenderia se 
disséssemos: "A terra tem forma esférica"? Claro que não, porque essa 
seria uma explicação muito abstrata para uma criança. Ela não 
compreenderia nada. Ao contrário, se você lhe disser que a terra em que 
vivemos é uma bola muito grande, redonda como uma laranja, é quase 
certo que ela vai captar a ideia, porque você lhe ensinou algo novo, 
baseando-se em um conceito que ela já conhece. 
Resumindo, o professor eficiente realizará sua tarefa baseando-se 
sempre em verdades e imagens que seus alunos já conhecem, e as associará 
para ajudá-los a descobrir novas verdades. 
3. O professor deve levar em conta o desenvolvimento 
mental de quem receberá a lição 
Isto é importante, para que você adapte o tema à capacidade do 
aluno, à sua idade e experiência. Por exemplo, ao ensinar em uma classe de 
pequeninos, você jamais deve falar de "regeneração", ou de 
"arrebatamento antes da tribulação", porque estes são termos abstratos que 
as criancinhas não compreenderão. Você deve compartilhar as verdades, 
subentendidas nas palavras teológicas, de uma forma que possam ser 
assimiladas pelas mentes tenras das crianças, e que lhes atraia a atenção e o 
interesse. 
Paulo, o apóstolo, usou este princípio. Ele tinha apenas um 
evangelho para judeus e gentios; mas estude seus sermões no livro de Atos, 
e você poderá notai" que ele servia alimento divino de um modo aos judeus 
e de outro aos gentios. Certa vez ele relacionou o evangelho com as 
doutrinas do Antigo Testamento, e os judeus entenderam perfeitamente; e 
em outra ocasião relacionou o evangelho com o "livro da natureza" e os 
gentios compreenderam também. 
O verdadeiro professor conhece e compreende as peculiaridades, os 
interesses e as atividades que pertencem a cada período do crescimento e 
desenvolvimento de seus alunos, e adapta seu ensino conforme o caso que 
se apresente, e de acordo com o desenvolvimento moral e espiritual deles. 
É preciso ajustar o microfone segundo a altura do orador. Se o orador 
anterior media 1,80 m e o próximo mede 1,60 m, o microfone é ajustado de 
acordo. Grande parte da habilidade do professor consiste em saber adaptar 
os ensinos espirituais à altura espiritual de seus alunos. 
4. O professor fará o possível para relacionar a nova 
lição à anterior 
Para associar ideias e conhecimentos na mente do aluno e promover 
um entrosamento uniforme e perfeito dos ensinos e doutrinas da Bíblia, é 
de suma importância que você relacione uma verdade com outra verdade, 
uma doutrina com outra doutrina e um acontecimento com outro 
acontecimento. 
Sua tarefa de professor não é sobrecarregar o aluno de informações; 
ao contrário, você, a cada domingo, terá de dirigir amorosamente a 
construção de um edifício simétrico, o do caráter cristão, cujas bases 
descansam em verdades bíblicas. E para fazer isto, é necessário que você 
possua as "radiografias" para que possa trabalhar inteligente e eficazmente, 
obtendo os melhores resultados segundo o objetivo que você está 
perseguindo. 
Falando em sentido figurado, se você, professor, quer conseguir 
pleno êxito no ensino, é preciso que escale a montanha da oração e do 
estudo. No topo da montanha você recebe o modelo divino para a 
edificação do tabernáculo do caráter e conhecimento de cada aluno. Então, 
como Moisés, você ouve a voz de Deus admoestando-o: "Vê que os faças 
conforme o modelo que te foi mostrado no monte." Êxodo 25:40. 
Permita-me ilustrar este princípio supondo que a série de lições para 
o trimestre trate da vida de Cristo. Você está pronto para começar sua lição. 
Em certo ponto da introdução você dirá: "Hoje vamos estudar o Sermão do 
Monte, o qual nos ensina as leis do reino. Olhemos por uns momentos para 
trás e vejamos o quanto estamos adiantados na história do Rei. Em nossa 
primeira lição, consideramos a descida à terra e a natureza celestial do Rei; 
na lição seguinte vimos como o Rei foi recebido pelas diversas classes 
sociais; depois nos foi descrito o grande profeta que era o anunciador do 
Rei; e mais tarde, na lição do batismo e tentação de Jesus, fomos 
testemunhas da apresentação pública e da preparação particular do Rei 
Jesus, antes de seu ativo ministério. 
"Na lição seguinte estudamos acerca do primeiro exercício de sua 
autoridade como Rei, quando chamou seus primeiros seguidores, futuros 
embaixadores de seu reino. Na lição de hoje veremos a proclamação das 
leis de seu reino, e no próximo domingo consideraremos o poder do Rei, 
que se destaca nos sinais e milagres que executa." 
Que programa excelente esse! Parabéns! Em vez de apresentar o 
Sermão do Monte como uma porção separada das Escrituras, você o expôs 
como uma partevital da vida e ministério de Cristo. Em outras palavras, 
você usou as lições anteriores do trimestre, sobre a vida de Cristo, como 
um meio de criar, ou formar um esboço na mente do aluno concernente à 
vida de Cristo. 
Veja outro exemplo. A classe estava estudando o capítulo dois do 
Evangelho de Mateus. O professor disse: "Vejamos como o grande 
Herodes, o rei mau, foi incitado por Satanás a matar a todos os meninos de 
Belém, tentando destruir o Rei dos reis, nosso Salvador. Mas Deus pôs seus 
planos a perder. Agora, relembre por um momento a história do Antigo 
Testamento que nos relata como outro menino, que iria ser o libertador de 
Israel, escapou do poder do governante mau que havia ordenado que se 
matassem todos os bebês do sexo masculino, entre os israelitas." 
Muitos da classe se lembravam da infância de Moisés e notaram a 
semelhança entre as experiências do mediador da Antiga Aliança e o da 
Nova Aliança. O professor continuou: "Neste mesmo capítulo Mateus nos 
diz que o Messias, quando era criança, refugiou-se no Egito para ser 
protegido, em vez de ficar na Palestina, onde serviria a Deus e a seu povo. 
Será que existe algo aqui que faz vocês se recordarem de algum fato 
semelhante no Antigo Testamento?" 
É fácil que alguém na classe se recorde de que quando Israel era 
apenas uma família, a semente de uma nação, Deus a mandou ao Egito para 
preservá-la, e depois trouxe a nação ã Terra Santa, para servi-lo ali. 
Compare Êxodo 4:22 com Mateus 2:15. 
Note o que fez aquele professor; ele relacionou uma história do 
Antigo Testamento a outra do Novo Testamento, de tal maneira que o 
aluno compreendeu que existe uma correlação entre elas; que são parte de 
um plano divino; e que muitos fatos do Antigo Testamento são tipos 
proféticos da vida, obra e ministério de Cristo. 
Permita-me aplicar este princípio mais uma vez. A nova lição baseia-
se na passagem em que Cristo alimentou a multidão. O professor diz: 
"Cristo alimentou a multidão no deserto. Que fato do Antigo Testamento 
lhes recorda este?" Alguém dirá: "Moisés, alimentando os israelitas com o 
maná, no deserto." O professor faz uma observação: "Este fato levaria 
muitos judeus a verem Cristo como o segundo Moisés, o Deus Enviado, o 
Libertador de Israel. Não é mesmo?" 
O professor fez uma associação de ideias, e despertou conhecimentos 
anteriores relacionando-os com a nova lição. Ele continuou: "Deus, por 
meio de Moisés, alimentou os israelitas com alimento sobrenatural no 
deserto; Cristo também alimentou os famintos no deserto. Não é verdade, 
então, que ainda necessitamos do pão que vem do céu, porque o mundo em 
que vivemos é um deserto para a vida espiritual?" Ele prosseguiu: "Você 
pode lembrar-se de uma cerimônia sagrada que nos traga à memória que 
temos necessidade contínua do Pão espiritual, para nos manter 
espiritualmente sadios neste mundo, e que somente Jesus nos pode 
sustentar?" E natural que a resposta seja: "A Santa Ceia." 
Aqui o professor fez uma associação de fatos históricos e 
doutrinários. E continuou: "Se ficarmos sem alimento, se não comermos, 
sentiremos fome. Se a privação continuar, ou o alimento for escasso, 
ficaremos subnutridos e doentes. De maneira semelhante, se nós nos 
descuidarmos do alimento espiritual, se deixarmos de orar e ler a Palavra 
de Deus, sofreremos de subnutrição espiritual; ficaremos fracos." Aqui o 
professor aplicou a lição à classe. E prosseguiu: "O mundo está cheio de 
pessoas que têm fome espiritual, sobrecarregadas de pecados, enfermidades 
e tristezas. 
Cristo pode alimentá-las e satisfazê-las. Saiba que temos uma 
responsabilidade nisto, pois ele nos diz, como disse a seus discípulos: 'Dai-
Ihes vós de comer.'" O professor deu uma explicação prática do texto, ao 
relacionar a lição com a responsabilidade missionária do cristão. 
Em resumo: Você, professor, tem de relacionar constantemente as 
partes das Escrituras — comparando as histórias com as doutrinas, as 
profecias com seu cumprimento, os livros com os livros, o Antigo 
Testamento como Novo, os tipos com os arquétipos, para que o aluno 
aprenda que a Bíblia não é uma coleção de textos e de fatos separados, 
estanques, mas uma unidade viva, cujas partes estão relacionadas 
vitalmente umas com as outras, como os membros do corpo humano. 
Vimos depois que o professor precisa aplicar continuamente a lição ávida 
individual, e à coletiva, para que o aluno fique sabendo que todo ensino 
bíblico está relacionado com os fatos de sua vida. Nenhum ensino bíblico é 
teórico, sem aplicação prática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 3 
 
Métodos de Ensino 
Um famoso escritor escreveu certa vez: "Antes que um orador 
enfrente seu auditório, deve escrever a um amigo e dizer-lhe: 'Vou fazer um 
discurso sobre este tema, e quero enfocar os seguintes pontos.' Deve, então, 
enumerar a ordem dos pontos sobre os quais vai falar, e resumi-los. Se esse 
orador descobrir que não tem nada de que tratar no discurso, é melhor que 
diga depressa a quem o convidou que a iminente morte de sua avó o 
impede de aceitar o convite." 
Esse é um modo bem-humorado de dizer que não devemos nos 
atrever a falar a um auditório sem preparar-nos de modo suficiente. É 
conselho aplicável ao ensino na Escola Dominical. Uma lição bem 
preparada inclui não somente o conhecimento da matéria que o professor 
vai ensinar, mas também o "como", a maneira de ensinar. Supondo que 
você esteja bem preparado, bem provido de dados e informações, terá 
sempre de perguntar-se: "Como vou transmitir estas verdades à classe? Só 
eu falarei? Farei perguntas para motivá-los? Pedirei que façam alguma 
pesquisa, ou trabalho?" Em outras palavras: "Que método usarei?" 
Existem muitas formas de ensinar uma lição, assim como há muitas 
maneiras de entregar mercadorias aos fregueses. Por exemplo, alguém pode 
entregar pessoalmente a mercadoria; ou pode chamar o cliente por telefone 
e pedir-lhe que venha buscá-la. O método mais eficiente depende do tema, 
das condições dos alunos, da habilidade do professor e de outras 
circunstâncias. 
Classificaremos os métodos de ensino da seguinte forma: (1) 
métodos que jogam a carga de trabalho sobre o professor; (2) métodos que 
põem grande parte da carga sobre a classe; (3) métodos pelos quais o 
professor e a classe interagem em cooperação. 
O PROFESSOR TRABALHANDO 
Nos métodos seguintes a carga do trabalho recai sobre o professor. 
l. O professor faz dissertações 
Neste método o professor apresenta a lição quase da mesma maneira 
que o pregador pronuncia seu sermão: ele fala e a classe ouve. Este método 
tem vantagens e desvantagens. Dá ao professor o tempo necessário para 
ensinar a lição toda, de modo definido e sistemático, a pessoas muito 
ocupadas que não têm ou não procuram tempo para estudar a lição. Este 
método é bem adequado quando a classe é tão grande que as perguntas e 
discussões impediriam uma apresentação completa da lição. 
E claro que quem usa este método de dissertação deve ser orador 
apto e eloquente, capaz de reter a atenção e o interesse da classe; de outra 
maneira alguns se distrairão e outros dormirão. É método deficiente, pois 
não estimula o aluno a agir. Trata-se de uma classe passiva cujos alunos se 
limitam a ouvir. 
2. O professor narra 
Para os alunos das classes infantis a lição inteira consiste em 
histórias narradas pela professora. Narração é a forma em que as verdades 
espirituais podem ser assimiladas melhor pelas mentes das crianças. Nos 
departamentos de jovens e de adultos, este método deve ser usado quando a 
lição focaliza acontecimentos bíblicos, pois uma história bem narrada é um 
método seguro de despertar e reter a atenção. 
Todo professor deve cultivar a arte de narrar histórias. Deve ser 
capaz de imaginar a vida nos tempos bíblicos, rever as cenas, caminhar 
entre as pessoas, ouvir suas conversas, compreender seus costumes, e 
depoisdescrever vividamente o que viu. Desta maneira a história bíblica 
chega a ser uma realidade para seus ouvintes. 
Quanto aos elementos doutrinários, que dificilmente poderiam ser 
ensinados de forma narrativa, o professor deve esclarecer as doutrinas 
mediante ilustrações coerentes e histórias bem narradas. Se você perceber 
que está conduzindo sua classe a um deserto árido, por causa da secura de 
sua exposição, procure salvar-se e recuperar o interesse dos alunos 
mediante uma ilustração interessante relacionada à lição. 
O ALUNO TRABALHANDO 
Uma das suas tarefas fundamentais, como professor, é conseguir que 
o aluno pense por si mesmo. Faça que o aluno use suas faculdades, 
desperte-lhe a capacidade de apreciar o que vê e ouve. Por isso, o professor 
não deve dizer ao aluno o que este pode descobrir por si. Um dos melhores 
métodos para pôr em prática o princípio das atividades feitas pelos próprios 
alunos pode-se definir como o método da atribuição de tarefas. Terminada 
a lição de hoje, o professor dedica algum tempo à próxima lição. É quando 
ele dá algumas tarefas a cada aluno. Um vai responder a certas perguntas. 
Outro desenvolverá um tema. Outro desenhará um mapa. Este método 
exerce um efeito psicológico salutar sobre o aluno: Faz que ele compreenda 
que o professor conhece seu trabalho e que se interessa por fazê-lo; além 
disso, dá a todos a satisfação do êxito do empreendimento. 
"Mas como posso conseguir que o aluno colabore e estude?" Esta é 
uma pergunta que surge ao considerarmos este método. Apresentamos as 
seguintes sugestões: 
1. Ensine ao aluno como estudar 
É muito provável que ele não saiba como estudar e pesquisar. Uma 
das lições mais úteis para o aluno é saber como estudar por si mesmo. 
Não basta dizer-lhes como estudar e deixá-los — adverte o autor 
Suter em seu livro Creative Teaching (Ensino Criativo). — Demonstre o 
processo. No princípio do ano escolar valeria a pena tomar pelo menos a 
metade do tempo das aulas para fazer exercícios demonstrativos. Reúna os 
alunos ao seu redor e (liga: 'Vou fazer de conta que sou um de vocês e que 
vou estudar e preparar a lição.' Passe então pelo processo de estudo, passo a 
passo, sem omitir nada. 
Use cada livro, caderno, papel ou apostila, exatamente como o aluno 
faria. Quando chegar o momento de ler as passagens assinaladas, leia-as em 
voz alta (temos aqui a única diferença entre o que você faz como 
demonstração e o que o aluno faz em casa). Onde se pede que se escreva, 
faça o exercício escrito. Em outras palavras, faça uma demonstração 
completa e explique, enquanto a faz, as razões por que se deve fazer cada 
atividade, e a melhor maneira de executá-las todas." 
Um destacado escritor e professor de Escola Dominical com ampla 
experiência, Amos R. Wells, referindo-se a seu trabalho didático, disse que 
se pudesse começar tudo de novo faria o seguinte: "Pensaria menos no que 
estava dando aos alunos e mais no que eles estavam recebendo. Fiz quase 
nada a princípio, para motivar meus alunos a estudarem. Não lhes dei 
trabalho para fazer em casa. Todo meu ensino era por dissertação, muito 
embora algumas vezes tenha usado perguntas e respostas de maneira mais 
ou menos disfarçada. Por isso o vento levou todo o meu ensino. Se os 
alunos estudassem em casa, ainda que de forma inadequada, neles se 
despertaria uma atenção sólida que lhes permitiria reter um ensino que eu 
transmitisse em classe." 
2. Desperte o interesse do aluno e dê-lhe um motivo para 
estudar 
Se desejamos persuadir um aluno a fazer uma tarefa, temos que fazê-
lo sentir que vale a pena, que saber bem a lição é realmente muito 
importante — para ele. O professor, como bom vendedor, tem que criar 
necessidades que seu produto satisfaça. 
Em vez de dar tarefas de uma maneira geral à classe inteira, dê uma 
tarefa definida a cada aluno e faça-o responsável pelo trabalho. 
3. Peça ao aluno que apresente a lição oralmente 
Faça o possível para que seu aluno apresente o trabalho a ele 
designado; de outra maneira chegará a ser negligente e dirá: "Para que fazer 
lição de casa e estudar se o professor não exige que se apresente a lição? e 
nem mesmo vê?" 
"Mas a aula não ficará monótona se consistir somente de dissertações 
da parte dos alunos?" Esta é uma pergunta que surgirá em relação a este 
método. É conveniente que o professor faça dissertações entre as respostas, 
e desenvolva a lição de maneira interessante. Se comparamos uma aula 
com a construção de uma casa, podemos perceber que a tarefa do professor, 
bem como as tarefas dos alunos, é como a edificação de uma casa, passo a 
passo, setor por setor. O aluno dá sua resposta, apresenta seu trabalho; o 
professor complementa o que o aluno fez, comentando e, se necessário, 
corrigindo, desenvolvendo a lição preparada pelos alunos. 
O PROFESSOR E O ALUNO TRABALHANDO 
JUNTOS 
l. O método de perguntas, ou interrogativo 
Neste método o professor estimula os pensamentos dos alunos 
usando perguntas inteligentes que os façam pensar. Na realidade ele 
"educa" a classe tirando da mente dos alunos os fatos principais da lição. 
Este é um dos métodos mais interessantes porque retém a atenção dos 
ouvintes e os mantém ativos. Este método também ajuda o professor, 
tirando de seus ombros o trabalho de dissertar; sua tarefa se parece com a 
de um capataz que dirige a construção de um edifício. 
Embora este método seja considerado um dos melhores, pela 
pedagogia moderna, tem seus perigos. Os alunos podem sair do assunto da 
lição e, quando não estudaram bem a lição em casa, as respostas podem ser 
superficiais. Os alunos preguiçosos podem converter a aula em 
conversação inútil. Também existe o perigo de empregar-se demasiado 
tempo na discussão de alguns detalhes menores, ou de alguma questão que 
não pertence à lição, e assim distanciar-se do tema. Entra em cena a 
habilidade do professor, que deve estar atento para que as perguntas sejam 
pertinentes e bem formuladas. O professor provoca o diálogo através de 
perguntas inteligentes, evitando que haja desvios do tema da lição. 
2. O método de perguntas e dissertações 
Este método é uma combinação dos métodos de apresentação de 
pequenos tópicos e o de perguntas. O professor assinala as tarefas definidas 
a cada aluno, e desenvolve a aula mediante uma discussão em que pede a 
cada aluno a tarefa de casa. Desde que a aula não seja muito extensa, e que 
os alunos tenham sido estimulados a estudar, este é o método mais eficaz. 
Para adultos, o método de perguntas é o mais interessante. 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 4 
 
Dominando a Lição 
Temos diante de nós o texto bíblico da lição e a revista da Escola 
Dominical. Como desenvolveremos o tema da lição? Considere as 
seguintes sugestões: 
1. Comece logo no início da semana e estude diariamente 
Um plano excelente é você dedicar meia hora por dia, no mínimo, 
para o estudo da lição do próximo domingo. Será melhor ainda se você 
puder estudar sempre à mesma hora, todos os dias, a partir de segunda-
feira. Por que começar tão cedo, na segunda-feira? Começar cedo dá tempo 
para um estudo consciencioso, com oração e meditação, para que a lição 
penetre na mente e no coração do professor, e chegue a fazer parte dele. 
Assim como uma criança pode dominar uma bicicleta e rodar nela com 
espantosa habilidade, podemos dominar em nossa mente as verdades da 
lição pelo estudo e meditação contínuos. 
É o que acontece quando começamos a estudar a lição logo na 
segunda-feira. Passamos, digamos, meia hora examinando a lição. Na terça 
descobrimos que, não estando conscientes do fato, nossa mente esteve 
trabalhando na lição, e esta nos parece agora mais clara. Além disso, 
durante o dia, incidentes acontecerão enquanto fazemos nossas obrigações 
diárias, que servirão de ilustração, ou referências; serão talvez coisas que 
leremos em um livro, ou ideias interessantes. Quando nos sentarmos para 
estudara lição, na terça-feira, o texto da lição não nos será estranho. 
Imagine que hoje, enquanto você estuda, encontra alguns problemas 
e questões complexos, acerca dos quais você se esforça em vão, e acaba 
deixando-os de lado, talvez com desalento. Você não deve desanimar-se, 
porque é provável que na quarta-feira estas questões terão sido esclarecidas 
só pela oração e meditação. Você as verá sob nova luz. 
Além da vantagem conquistada pelo estudo diário, há a vantagem 
extra da lei conhecida como lei da "função cerebral subconsciente". O 
subconsciente nos ajuda muito. Sabe-se que por meio do subconsciente 
aprendemos muito. Depois de havermos feito um estudo árduo e consciente 
de um assunto, nossa mente continuará trabalhando na questão, enquanto 
dormimos ou cuidamos de outras coisas. O ditado muito conhecido que diz 
"consulte o travesseiro" acerca de uma decisão ou problema, está certo. É 
exemplo do que vimos dizendo sobre o subconsciente. Mas acima de tudo, 
lembre-se de que por meio da oração é possível estimular 
sobrenaturalmente as nossas faculdades mentais. "Ele os guiará em toda 
verdade", diz-nos Cristo. Note que a palavra "guiar" subentende que 
devemos estar procurando a verdade, ou em outras palavras: estudando. 
O que um escritor famoso disse da preparação de um discurso aplica-
se bem ao preparo da lição: "Comece a examinar a lição uma semana antes. 
Estude-a todos os dias. Arranje tempo para pensar nela todos os dias. 
Relembre a lição — a última coisa antes de orar e dormir. Pense na lição na 
manhã seguinte, enquanto se barbeia, toma banho, vai ao trabalho, espera o 
elevador ou almoça. Dialogue sobre a lição com seus amigos. Faça dela seu 
tema de conversa. Faça a si mesmo todas as perguntas prováveis, referentes 
à lição." 
Em resumo: vamos nos lembrar do processo da "automatização no 
uso da bicicleta". Comecemos a estudar a lição logo no primeiro dia da 
semana, e estudemo-la todos os dias meia hora pelo menos. 
2. Estude conscienciosamente 
"O professor em uma metalúrgica", é o título de um dos capítulos de 
um livro de Marion Lawrence para obreiros da Escola Dominical. O livro 
descreve bem a atitude a ser assumida por alguém que quer ter grande êxito 
como professor da Escola Dominical. Diz o autor: "Quatro quilos de aço 
darão um machado, mas quatro quilos de aço não são um machado. Três 
coisas são exigidas: forma, fio e polimento. O estudo diário consciencioso 
faz isto para o professor da Escola Dominical. O professor é o eixo em 
torno do qual a Escola Dominical gira. Se o professor estiver bem 
preparado, então o eixo está bem lubrificado e o rolamento de esferas gira 
bem. O trabalho de ensinar será mais fácil." 
Eis algumas sugestões quanto ao estudo do professor: 
Estude o texto bíblico da lição antes de ler a revista. Estude o texto 
bíblico como se você não tivesse a revista para ajudá-lo. Será que quando 
alguns estudantes ambiciosos foram visitar Agassiz, o grande naturalista, 
ele deu a cada um deles um manual sobre ciências naturais? Não! Ele 
entregou a cada um deles um peixe e lhes pediu que averiguassem tudo o 
que pudessem acerca dele. Os alunos puseram-se a trabalhar e depois de 
um ou dois dias estavam prontos para dar seus relatórios. Mas Agassiz não 
apareceu. 
Para passar o tempo reiniciaram seus trabalhos; observaram, 
dissecaram, experimentaram, e no fim de duas semanas, quando finalmente 
Agassiz apareceu, eles achavam que seu conhecimento sobre o peixe era 
completo. Mas os comentários breves do professor foram que haviam feito 
apenas um princípio, e de novo os deixou. Eles continuaram suas pesquisas 
e depois de alguns meses de investigação declararam que o peixe era o 
mais fascinante dos estudos. 
Embora para a maioria de nós falte tempo para dedicarmo-nos ao 
trabalho de investigação profunda de cada lição, devemos tirar a seguinte 
lição do método de Agassiz: os melhores pensamentos — os que nos 
impressionam com maior força — são os que foram forjados no fogo de 
nossa própria meditação, virados e revirados na forja de nossa experiência 
pessoal. Só depois de pesquisar, ler e estudar duramente a lição é que a 
revista chega a ter valor para nós, porque chegamos a ela preparados. 
Para que serve então a revista de Escola Dominical? Ela nos ajuda a 
organizar sistematicamente a matéria que obtivemos de nosso estudo 
pessoal do texto. A revista explica alguns detalhes que talvez nos tenham 
parecido obscuros. A revista nos provê novos pensamentos e ilustrações. 
Ajunte mais material do que você acha que vai precisar para sua 
aula. A primeira guerra mundial foi ganha não apenas pelos soldados nos 
campos de combate, mas também pelas pessoas na retaguarda e em casa. 
Para cada soldado nas fileiras, e nas trincheiras, em luta, havia pelo menos 
dez pessoas que o sustentavam, como reservas, administradores, médicos, 
enfermeiros, engenheiros, técnicos, mecânicos, espiões, cozinheiros etc. 
Em casa havia um exército de pessoas trabalhando no esforço de guerra. 
Da mesma forma, todo o material reunido para uma aula de quarenta 
e cinco minutos deve ser abundante, maior do que o professor precisará 
para o bom desenvolvimento de seu tema na aula. É que "o capital credor", 
ou a reserva de conhecimentos dá força a cada palavra que o professor 
disser. A confiança do professor se transmite à classe toda. 
O que escreveu Dale Carnegie acerca do preparo de um discurso 
aplica-se ao preparo da lição de Escola Dominical: "Colha mais material, 
mais informações do que tenha necessidade de usar. Exagere, para inspirar 
confiança à sua classe e despertar nela o amor ao estudo, pois só quem 
conhece a fundo a matéria pode inspirar esse amor e confiança. Se você 
amar o estudo, saberá o efeito que tal amor exercerá sobre sua mente e 
coração e sobre suas aulas." 
"Preparei centenas de vendedores, promotores e demonstradoras — 
disse Artur Dunn— e a principal fraqueza que descobri na maioria deles foi 
esta: não percebiam a tremenda importância de conhecer a fundo seu 
produto, e que precisavam adquirir esse conhecimento antes de tentar 
vender." 
Uso linguagem figurada agora: Os professores da Escola Dominical 
são vendedores das bênçãos espirituais do reino de Deus. Portanto, devem 
dominar "o produto" do reino — a Bíblia — onde estão registrados os 
deveres, os perigos, os enganos, as bênçãos — enfim, as mercadorias 
espirituais relacionadas à nossa vida aqui e na eternidade. 
Estude afundo a lição. Se, por exemplo, a lição se encontra na 
epístola aos Gálatas, estude a epístola inteira; se vai começar uma série de 
aulas acerca de um dos Evangelhos, seria excelente ler primeiro o 
Evangelho inteiro. Se a lição trata de um dos acontecimentos da vida de 
Josias, estude todos os capítulos nos livros de Reis e de Crônicas que falam 
de seu reinado, e também as profecias em Jeremias e Sofonias, que foram 
pronunciadas durante este período. Para que todo esse trabalho? Por que 
quanto melhor conhecermos o todo, mais compreensível nos será a parte. 
Uma pessoa quer ser especialista em coração, e ingressa em uma 
escola de medicina. Começa esse aluno de imediato a estudar o coração? 
Não. Primeiro ele recebe, durante anos, aulas e mais aulas sobre o corpo 
humano; sobre todas as partes e órgãos. É lógico que deve ser assim, 
porque o coração está conectado tão intimamente com todo o corpo, que as 
funções e disfunções cardíacas não podem ser bem compreendidos se o 
médico não conhecer os demais órgãos. O estudante de medicina tem que 
"generalizar-se" antes que possa "especializar-se". Então, aplicando este 
princípio ao nosso caso: quanto mais conhecimento o professor tiver da 
Bíblia, mais estará capacitado a expor uma de suas partes. 
Neste ponto surge talvez a pergunta: Como posso adquirir este 
conhecimento profundo? 
Isto nos leva a tratar do preparo do professor. O professor eficiente 
de Escola Dominical deve adquirir os seguintesconhecimentos bíblicos: as 
histórias e incidentes que a Bíblia narra desde o Gênesis até o Apocalipse; 
o propósito e conteúdo de cada livro da Bíblia; a vida de Cristo e a de 
Paulo; as doutrinas da Bíblia; a geografia e os costumes bíblicos. 
Como se obtêm tais conhecimentos? (1) O melhor método é fazer um 
curso de preparação de professores, na igreja local, se esta o tiver em 
funcionamento, ou num Instituto Bíblico. (2) Pode-se fazer cursos por 
correspondência. (3) O professor pode adquirir livros excelentes acerca dos 
temas mencionados acima, e estudá-los por si. 
3. Escreva de modo completo os resultados de seu estudo 
Este método estimula a sua memória. Também faz que os temas 
fiquem mais claros em sua mente. Discutiremos mais este assunto em um 
capítulo posterior. 
4. Prepare sua aula em oração 
Seu primeiro objetivo, como professor da Escola Dominical, não é de 
ordem intelectual, mas espiritual: a edificação do caráter cristão em seus 
alunos. Mas tentar partilhar conhecimento espiritual com êxito, sem o 
poder espiritual que vem pela oração, seria como tentar locar um órgão de 
tubos sem que haja eletricidade. A necessidade da oração foi explicada por 
Suter. Embora o que ele disse fosse dirigido a uma classe de rapazes, o 
princípio é aplicável a todas as pessoas. 
"Durante este curso você vai fazer 35 impressões nas mentes destes 
jovens. (Em nossas Escolas Dominicais, em que as classes se reúnem todos 
os domingos do ano, o número de impressões seria 52). Sendo você um 
guerreiro do Senhor, a Espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, foi 
posta em suas mãos e o Senhor lhe pede que desfira 35 golpes contra o 
inimigo do reino de Deus. Cada vez que você se reúne com sua classe 
trava-se uma batalha. São experiências especiais para os jovens, porque o 
curso é único no gênero. Tudo vai depender de como você se comportar ao 
dirigir sua classe. Se você o fizer nobremente, porá nas almas dos rapazes 
35 ímpetos na direção da lealdade a Cristo. Você porá suas almas em 
contato com o poder divino que os salvará da calamidade no dia da 
provação. 
"Ao contrário, se você dirigir mal sua classe, por falta de preparo, se 
você titubear, sem respostas adequadas durante os 45 minutos de cada aula, 
se o seu trabalho carecer de propósito e de lógica, se você não tiver 
habilidade, se você ficar nervoso ou distraído, com preguiça ou inseguro, 
você não somente perderá sua oportunidade, mas pior ainda, poderá causar 
um dano irreparável. 
Estou dizendo que por causa da negligência do professor; ou por 
causa de sua moral indigna de confiança; ou por causa de seus atos, que 
falam mais alto do que suas palavras, dir-se-á que a comunidade conhecida 
como adeptos da religião cristã tem tão poucos méritos, que não injeta 
entusiasmo em seus alunos nem os motiva a exercer seus melhores esforços 
no aprendizado. O professor é um exemplo vivo, porque ele ensina muito 
mais pelo que ele é do que pelo que sabe. 
"O professor não pode 'apagar-se', isto é, deixar de exercer sua 
influência em certo domingo, só porque não se sente bem preparado para 
sua tarefa, pois, cada vez que os alunos se reúnem, recebem as influências 
dele, as quais ele exerce ainda que não pronuncie uma palavra. Terá de 
influenciá-los no próximo domingo, queira ou não. O importante é que a 
influência que o professor exerça seja dirigida para Cristo. Por isso é 
preciso ter certeza de estar preparado. Mas você, professor, não poderá 
executar esse trabalho sem a ajuda de Deus." 
5. Prepare a si mesmo 
O que foi dito acerca da oração nos faz pensar no que é o ensino na 
Escola Dominical. O professor é mais importante que a própria aula, o 
trabalhador é mais importante que seu trabalho. Emerson disse: "Deixe-me 
escolher o professor e não importa quem escolha a matéria." A vida do 
professor é que dá força a seu ensino; o que ele é, influi com mais força 
sobre a classe do que o que ele diz. "Use a linguagem que quiser — disse o 
famoso escritor — ela nunca dirá mais nada além daquilo que você é." 
O professor deve perguntar a si mesmo: Sou um exemplo da verdade 
que tento inculcar em meus alunos? Procuro ensinar-lhes a ser pacientes? E 
eu, sou paciente? Esforço-me para ensinar-lhes a orar? Eu oro? Baseado 
neste princípio, um homem que havia sido convidado a falar a um grupo de 
professores acerca do tema "Conduta", falou da conduta dos professores e 
obreiros, em vez da conduta dos alunos. O que é o arco para a flecha, é o 
professor para o aluno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 5 
 
O Objetivo da Lição 
Depois que o professor tiver uma compreensão clara do assunto da 
lição, deverá determinar o objetivo particular da aula. Isto quer dizer que 
ele deve perguntar a si mesmo: "Que resultado espiritual devo conseguir 
com esta lição na vida dos alunos?" 
Se compararmos o processo de escolha do tema da lição com uma 
viagem, diremos que preparar a bagagem representa dominar a matéria da 
lição; escolher a rota e modo de transporte corresponde a escolher o 
método de ensino; e determinar o destino e as atividades depois de chegar, 
representa o objetivo, ou propósito da lição. Uma aula de Escola Dominical 
é uma viagem com um propósito definido, e tem que ser planejada 
cuidadosamente. O professor que não traça uma trajetória definida, em 
geral não chega a lugar nenhum. 
É comum o professor falar muito a respeito da lição sem alcançar um 
objetivo. Estamos todos familiarizados com o ensino exemplificado pela 
ilustração de Clarence H. Benson: 
O professor: João da Silva, leia o primeiro versículo. 
João da Silva lê: E depois de todos morreu também a mulher. Na 
ressurreição pois, de qual dos sete será aquela mulher? 
O professor: Há alguém de vocês que possa dizer o que significa 
isso? 
José de Souza: Ser bom. 
O professor: Isso mesmo. José, leia o próximo versículo. 
Benson pergunta: Quanto tempo duraria uma escola secular se fosse 
dotada de professores deste tipo? 
O método usado nesse exemplo não produz um ensino verdadeiro; 
apenas vai esbarrando em tantos ensinamentos quantos versículos há no 
texto da lição. O resultado é que o aluno sai com a vaga lembrança de uma 
ou duas dezenas de fatos sem relação alguma entre si, em vez de levar 
incrustrada na mente — como um diamante num anel — uma lição 
proveitosa, estimulante, uma verdade evangélica. 
Alguém perguntará: "A lição é tudo que devemos dar ao aluno 
durante os 45 minutos de duração da aula?" O fato é que tudo que alguém 
pode compartilhar, de modo eficaz, é uma lição. 
Certo especialista crê que um professor pode dissertar somente 
acerca de um ponto, em uma aula de uma hora. Por exemplo, que 
aconteceria se um indivíduo tentasse ver toda a cidade de São Paulo em um 
dia? Veria tanta coisa que não veria a cidade, ao contrário do que parece. 
Seria melhor que ele se concentrasse em um assunto, e fizesse planos de 
passar o dia visitando, digamos, as igrejas ou universidades mais famosas. 
Um perito em Escola Dominical disse: "É melhor ensinar uma 
verdade de 12 maneiras diferentes, ou vê-la de 12 pontos de vista, do que 
tentar ensinar 3 ou 4 verdades em uma lição." 
É impraticável tentar ensinar muitas verdades em uma única lição. O 
carpinteiro ao fazer uma junção fixa-a com uns poucos pregos. Fará que os 
pregos atravessem as peças e lhes vergará as pontas. Ele sabe muito bem 
que muitos^ pregos racham a madeira e põem a perder ajunção. É claro que 
isto não quer dizer que se deva consumir os 45 minutos falando de um 
tema, sem variações, ou eliminando detalhes interessantes e incidentais. 
Quero dizer que o tema principal da lição será como o Sol, ao redor do qual 
se movem todos os pensamentos subalternos, como os planetas. Quando os 
invasores europeus se defendiam dos ataques dos índios, na época da 
colonização da América, os soldados recebiam ordem de prender ou matar 
o cacique ou chefe;sabiam que capturar o chefe era como capturar a tribo 
inteira. Da mesma forma a tarefa do professor e da aula é perseguir o 
objetivo da lição. Este é o seu trabalho, como professor. Naturalmente isto 
nos leva à seguinte pergunta: 
COMO DETERMINAR O OBJETIVO DA LIÇÃO? 
1. Estudando minuciosamente o texto da lição 
Por exemplo, se a lição encontra-se em João 15, o professor 
provavelmente decidirá: "Tenho que gravar nos corações e mentes de meus 
alunos a necessidade imperativa de estar em contato perfeito com Cristo 
através da oração e da leitura da Palavra." 
Se a lição encontra-se em Mateus 6:5-15, talvez o professor dirá a si 
mesmo: "Minha tarefa principal durante estes 45 minutos será inspirar em 
meus alunos um desejo intenso de pegar suas Bíblias e procurar um lugar 
onde podem estar a sós com Deus." 
Mas suponhamos que a lição não seja prática, mas de caráter 
descritivo, e se destina a servir de introdução à série de lições para o 
trimestre. Por exemplo: uma lição que descreve a infância e educação do 
apóstolo Paulo. O professor talvez diga a si mesmo: "Esta é a primeira lição 
da série acerca da vida de Paulo. Tenho de dar aos alunos uma idéia clara e 
vivida da vida, lar e educação de um rapaz judeu naqueles dias, e então 
mostrar-lhes que Deus preparava Paulo para seu trabalho futuro." 
Assim vemos que o propósito principal do texto da lição é o de 
prover a maneira de imprimir uma verdade preeminente aos corações e 
mentes dos alunos. "A lição é um veículo para levar a mensagem — 
escreve Marion Lawrence. — A lição é um vasilhame; a mensagem é o 
azeite. A lição é o trem; a mensagem é a carga. O aluno deixará para trás a 
lição mas levará consigo a mensagem. Somente a mensagem é que pode 
transformar vidas. Quantas vezes ouvimos homens e mulheres na igreja 
dizerem que não se lembram de nenhum fato ensinado por seus professores 
na Escola Dominical; mas sem dúvida se recordam do efeito de seu ensino 
em suas vidas." 
2. As necessidades dos alunos determinarão o objetivo da 
lição 
É trabalho do professor conhecer os alunos de sua classe: suas 
fraquezas e tentações; o que os entusiasma; seus interesses; e as condições 
de seu lar e escola pública. Colocando este conhecimento prático e a 
matéria da lição lado a lado, o professor será capaz de traçar o objetivo da 
lição para o próximo domingo. 
Philip Howard, em seu livro acerca das ferramentas do professor, faz 
umas sugestões valiosas neste particular: "Há várias maneiras pelas quais 
você pode estudar os alunos de sua classe para averiguar seus interesses, 
suas características, e o caminho direto para a alma e mente de cada um. 
Interesse-se pelo lar de onde vêm, como são seus pais, que tipo de quadros 
ou retratos há nas paredes, as revistas sobre as mesas, os livros que a 
família lê, a ordem ou desordem da casa. Fale com cada aluno de sua 
classe, individualmente, acerca dos livros e jogos de que ele mais gosta, seu 
trabalho, planos quanto à escola, seu lar, suas atividades e os planos para 
sua vida. Inteire-se de quem são os amigos íntimos do aluno. Retenha em 
sua memória ou anote alguma inclinação moral que se manifeste em 
conversas na classe ou fora dela. Talvez ouça alguém de sua classe dizer 
que a mentira às vezes é "um mal necessário". Pode ser que não seja 
possível dialogar neste momento, mas você já tem um reflexo de seu 
caráter e sabe de que deve tratar. Estude os rostos. Note sinais triviais de 
mau humor, de suspeita, de pensamentos frívolos e baixos e anote com 
igual cuidado os bons modos, o bom humor e o olhar franco e aberto." 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 6 
 
O Plano da Lição 
Um escritor relata as seguintes impressões recebidas durante um 
discurso que ouviu certa vez: "Ele conhecia seu tema a fundo, e também 
muito mais do que pudesse usar; mas não havia preparado seu discurso. 
Não se havia aprofundado no assunto. Não o tinha organizado de maneira 
ordenada. No entanto, com a coragem da inexperiência, mergulhou 
descuidada e cegamente em seu discurso. Não sabia aonde ia, mas estava a 
caminho. Logo, sua mente embaralhou-se e o banquete mental que ele nos 
serviu também foi embaralhado. Serviu-nos o sorvete primeiro, e depois 
colocou a sopa diante de nós. O peixe e os vegetais vieram mais tarde. Por 
último, serviu algo que parecia uma mescla de sopa, sorvete e uma grande 
tainha." 
Certamente nenhum professor dedicado gostaria que se dissesse isto 
de uma de suas aulas. Portanto, depois de familiarizar-se com o assunto da 
lição e de determinar seu objetivo, o professor deve preparar a matéria de 
maneira lógica e ordenada para que possa produzir efetivamente o 
resultado planejado. Este é o tema do presente capítulo. 
Vamos observar um professor em seu trabalho e ouvi-lo enquanto ele 
prepara sua lição para o próximo domingo, a qual se baseia, digamos, em 
Mateus 6:5-15. Ele dobra duas folhas de papel em forma de folheto para 
que caibam dentro da revista. Havendo esclarecido o assunto em sua mente, 
e lido o texto com atenção, prepara-se para fazer anotações. É claro que não 
deve depender inteiramente de seus apontamentos enquanto ensina; ele 
apenas dará uma olhada de vez em quando no esboço. O propósito 
principal do esboço é fixar a lição na mente de modo lógico e ordenado. É 
conveniente escrever bem nítido, e vale a pena você guardar esse esboço 
bem preparado, se além de professor também é pregador. 
A maneira mais simples e prática de organizar um esboço de lição é 
seguir os três passos seguintes: 
1. Introdução (o princípio). 
2. Apresentação (o progresso ou desenvolvimento). 
3. Conclusão (o fim ou recapitulação). 
O professor escreve no papel com maiúsculas o título: O CRISTÃO 
EM ORAÇÃO, e sob esse título as referências bíblicas da lição, a data e o 
tema da série de lições. A seguir escreve com maiúsculas: 
1. INTRODUÇÃO 
Um professor que obteve grande êxito disse com razão: "O princípio 
e o fim: Estas são as partes mais difíceis de fazer-se com perfeição em 
quase todas as atividades." Por exemplo, em uma celebração social, os 
momentos mais embaraçantes não são os da chegada e os da saída, que 
precisam ser bem caprichados? Em uma entrevista sobre negócios, o mais 
difícil não é a apresentação, e o encerramento, que devem ser perfeitos? O 
mesmo acontece no ensino na Escola Dominical. 
O propósito da introdução e apresentação do assunto é criar uma 
brecha na mente e coração dos ouvintes; o propósito da conclusão é 
regravar a lição depois que a receberam. E como a introdução consegue seu 
propósito? Captando a atenção e interesse dos alunos. 
"Grande parte do êxito da aula depende de se começar 
apropriadamente — escreve Lawrence. — O professor não deve 
descarregar sua aula em cima dos alunos, como se despejam maçãs em uma 
cesta. O começo deve ser como um anzol com uma isca apetitosa, para que 
seja engolido logo no início; mas deve ser também como um arpão, que 
prenda o aluno e o mantenha fisgado." Estes são os minutos mais críticos 
para o professor, pois é quando conseguirá ou não despertar o interesse e 
fixar a atenção. 
Nesta seção do esboço, o professor tem três lembretes sublinhados: 
A. Faça o aluno pensar 
B. Desperte seu interesse 
C. Declare o tema da lição 
Ampliaremos cada um destes pontos. 
A. Faça o aluno pensar 
(Refere-se aos pontos um e dois do segundo capítulo.) Nesta parte da 
lição o professor começará com as idéias do aluno mesmo, porque ensinar é 
explicar verdades novas com a ajuda de verdades já compreendidas. 
Weigle, em seu grande livro sobre o aluno e o professor, escreve: "Não se 
deve introduzir material novo nesta parte. Pode-se refrescar a memória dos 
alunos invocando ideias muito claras, já adquiridas, e que têm relação com 
as novas, ou chamar a atenção deles para coisas que tenham lido, ou fazê-
los recordar-se de experiências da vida real. Seja qual for o assunto, deve-
se perguntar:Esta ideia ajudará os alunos a compreenderem a lição de 
modo correto?" 
Ouçamos os pensamentos do professor: "Que é que eles já conhecem 
acerca deste tema? Sobre os fatos já conhecidos eu posso acrescentar 
material novo. Como despertar-lhes o desejo de ir mais longe, de aprender 
e saber mais? Quase todos estavam presentes no domingo passado, e 
ouviram o missionário descrever as rodas de oração do Tibete. Os tibetanos 
oram fazendo girar a roda em que estão coladas as suas petições. Cada giro 
representa uma série de orações. Eu lhes perguntarei o que pensam deste 
tipo de oração. Então lhes mostrarei quão importante é conhecer a 
verdadeira forma de orar, conforme o ensino da Palavra de Deus na lição 
de hoje. 
"No caso de os alunos estarem desatentos, ou preocupados com 
outras Coisas, e que eu tenha dificuldade em captar e reter sua atenção, eu 
poderia contar-lhes a seguinte história: 'Durante uma de suas reuniões 
evangelísticas, D. L. Moody, o famoso pregador, pediu a um irmão que 
orasse. Ele começou a orar, mas aparentemente não sabia terminar. Cinco, 
dez, quinze minutos se passaram. As pessoas começaram a inquietar-se. 
Finalmente, Moody se levantou de hinário na mão e anunciou: 
"Cantaremos agora um hino enquanto o irmão termina sua oração." Foi 
ótimo o evangelista fazer isso, porque na congregação havia um jovem 
inteligente que estava cansado da oração e ia retirar-se. Mas como ele 
mesmo disse depois, ficou impressionado pelo bom senso de Moody, e por 
isso ficou, e foi ao altar quando houve o apelo. Depois tornou-se um 
missionário conhecido pelo mundo todo.' 
"Tenho certeza—concluiu o professor—de que eles compreende- 
riam o ponto central dessa historieta e apreciariam o valor de se conhecer a 
verdadeira forma de orar. No entanto contarei este caso apenas se houver 
uma emergência, porque é possível que os alunos se fixem mais na parte 
humorística da história que na moral da lição." 
B. Desperte o interesse do aluno 
Até este momento fizemos um contato com o aluno. E como já 
apresentamos o tema, nossa próxima tarefa será manter o aluno tão 
interessado no assunto que sua atenção seja permanente. Como se pode 
fazer isto? O conhecimento de uma verdade importante a respeito da 
natureza humana será útil neste caso. Cada descendente de Adão no fundo 
é egoísta. Não que todos se rendam a esse egoísmo, mas esse instinto está 
sempre presente. Em que se interessa mais o ser humano, a maioria das 
pessoas? Em si mesmo, claro! 
Por exemplo, se você soubesse que o jornal da tarde conteria um 
parágrafo que falasse de você, que parte do jornal você leria primeiro? A 
resposta é evidente. Um aluno, conhecedor da natureza humana, disse que a 
maioria das pessoas gostaria mais que você falasse algo bom delas, em vez 
de dissertar acerca dos dez homens mais famosos da história. 
Não menciono isto para rirmos do fato de que todos estamos muito 
interessados em nós mesmos, mas para mostrar como este conhecimento 
pode servir a um bom propósito. Até o Senhor apelou para o interesse 
próprio quando quis ensinar o amor a nosso irmão, dizendo: "Amarás a 
teu próximo como a ti mesmo." Vemo-lo também na regra áurea: 
"Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-o vós 
também a eles." 
Como podemos usar este princípio para interessar o aluno na lição? 
Mostrando-lhe o valor da lição, o que aquele conhecimento significa para 
ele mesmo. 
Ouçamos ainda a ponderação do professor: "Se quero reter a atenção 
dos alunos sobre este tema por 35 ou 40 minutos, tenho que criar neles um 
desejo ardente de aprender a lição. Se consigo interessá-los na lição e 
motivá-los a aprendê-la, estarão prontos para aceitar a verdade. É natural 
que estejam interessados em adquirir poder. Então, eu lhes explico que a 
oração é a maior energia do universo, que a oração move a mão que rege o 
mundo. Talvez eu deva contar-lhes uma ilustração que mostra urá milagre 
real que a oração produziu. Tenho que fazê-los compreender com clareza o 
que a oração pode significar em suas vidas." 
C. Declare seu tema com clareza 
O professor apresentou o tema a seus alunos e conseguiu despertar o 
interesse deles; agora ele anuncia o título da lição que será ensinada. 
"O tema deve ser breve e atraente — escreve Weigle. — Deve ser 
fácil de ser lembrado e servir como guia para uma recapitulação nas lições 
seguintes. Sempre que possível, deve-se anunciar o nome das personagens 
envolvidas, e o assunto da lição: A obediência de Abraão, disposto a 
sacrificar Isaque'; A bondade de José para com seus irmãos': A batalha de 
Josué contra cinco reis' são exemplos. 
"A lição que estamos usando como modelo nós a poderíamos 
intitular: 'Cristo nos mostra a falsa e a verdadeira forma de orar' ou 'Jesus 
nos ensina a orar."' 
O objetivo da lição, que é determinado pelo professor (veja o 
capítulo anterior), não deve ser declarado à classe. O professor lhes diz o 
que irão estudar, mas guarda para si o objetivo que se propôs atingir. 
Antes de terminar esta parte do esboço, são necessárias duas 
sugestões: (1) Talvez pareça muito longo o tempo dedicado à introdução da 
lição. Mas a introdução deve ocupar somente uma pequena fração do 
tempo da lição. Se planejar cuidadosamente a lição, o professor será capaz 
de abranger muito material, e ao mesmo tempo ser breve e enfatizar o 
ponto principal. (2) Nesta parte da lição deve-se aproveitar a atividade dos 
alunos, e encaixá-la no objetivo proposto. É preciso fazer-lhes perguntas 
inteligentes, de modo que expressem seus pensamentos e conhecimentos. 
Tendo preparado a introdução, o professor cuidará da parte principal 
da lição, conhecida como: 
II. APRESENTAÇÃO 
Nesta parte o professor: 
A. Resume a lição 
B. Desenvolve a lição 
C. Ilustra a lição 
A. Faça um resumo da lição 
Um guia que quer conduzir um grupo de turistas pela parte mais bela 
do campo leva-os primeiramente ao alto de um monte, para que possam 
contemplar a paisagem com a visão de um pássaro. Os turistas deverão ver 
um panorama geral, toda a beleza da área que irão atravessar com vagar. 
De maneira semelhante o professor apresenta os pontos mais importantes 
da lição, para que o aluno tenha uma visão geral clara e abrangente do 
assunto. 
Talvez você fique perplexo, não sabendo o que fazer com essa coisa 
misteriosa conhecida pelo nome de "esboço". Pois bem, o esboço tem um 
propósito: ajuda o professor a apresentar os fatos essenciais da lição de um 
modo ordenado. 
Portanto, o professor prepara o seguinte esboço, que supomos esteja 
na revista ou em algum guia do professor: 
I. Maneiras erradas de orar (Mateus 6:5, 7) 
A. O erro dos judeus: Vangloriar-se. 
B. O erro dos gentios: Repetições tolas. 
II. Maneira correta de orar (Mateus 6:6, 8) 
A. Objetivo: Orar para ser visto e ouvido por Deus. 
B. Estratégia: Comunhão com a Infinita Inteligência. 
III. Um modelo: O Pai Nosso (Mateus 6:9-15) 
A. Invocação 
B. Deus Seu nome Seu reino Sua vontade 
C. O homem Necessidades materiais Perdão 
Libertação 
D. Doxologia 
O professor não deve ler seu esboço perante a classe de maneira 
rígida, e ao pé da letra. O esboço é um esqueleto que deve ser revestido 
com a carne de comentários oportunos. Por exemplo: "Consideremos 
primeiro algumas formas incorretas de orar, mencionadas por Cristo: Orar 
com o propósito errado de fazer alarde diante das pessoas, ou orar de 
maneira tola, repetitiva, como um disco que repete sempre a mesma coisa. 
"Veremos que há duas correções para estes erros: Primeira, a oração 
secreta na presença de Deus. Segunda, a certeza de que ao nos dirigir a 
Deus, estamos falando à Pessoa Inteligente. Depois disto, estudaremos um 
modelo de oração inteligente, comumente conhecida como o Pai Nosso, a 
qual nos ensina a maneira correta de nos aproximarmos de Deus." 
B. Desenvolva a lição 
Chegamos à parte principal da lição na qual o professor, como hábil 
artesão,começa a trabalhar com os fatos ajustando-os de modo adequado, 
esclarecendo pontos difíceis, e desenvolvendo a aula para que produza o 
resultado desejado. 
Como é que o professor realiza uma tarefa tão complicada? Depende 
do método que usar. Se a professora dirige uma classe de crianças, a base 
da aula é a narração. A professora terá de dominar a arte da narração. Se for 
usado o método de dissertação é necessário um esboço detalhado. 
Imaginemos que o professor tenha uma classe de adolescentes ou 
adultos. É provável que use o método de perguntas. Nesse caso, o melhor 
esboço será o que se apresenta em forma de perguntas preparadas de 
antemão, que provoquem novas perguntas da parte do aluno. Cada uma 
dessas perguntas constitui o foco principal para a discussão de algum tema 
importante. Você já atirou alguma vez uma pedra nas águas de um lago 
plácido, e observou como se produzem ondas em círculos que se dispersam 
na direção das margens? Isto ilustra o efeito destas perguntas na fase do 
desenvolvimento da lição. São perguntas que estimulam a classe a 
aprofundar-se no tema e desenvolvê-lo. Novas perguntas podem ser feitas 
para obter-se respostas mais categóricas. 
Para ilustrar: o professor prepara sua lista de perguntas (estão em 
negrito). 
(1) Que é um hipócrita? (Note o versículo 5.) Temos aqui o 
princípio da lição sobre a hipocrisia. Esta pergunta também ativará a mente 
dos alunos e os fará lembrar-se de qualquer informação ou dados referentes 
ao tema. O professor hábil primeiramente utiliza as ideias que os alunos já 
tenham na cabeça. Depois que a classe tiver tido um momento para pensar 
na pergunta e algumas respostas tenham sido dadas, o professor pode "tirar 
sutilmente" da classe (recorde-se da definição de "educar") respostas 
corretas baseadas em perguntas como as seguintes: Podemos aplicar o 
termo "hipócrita" a um seguidor de Cristo que num momento de fraqueza 
caiu em pecado? Aplicaríamos a um membro da igreja que nunca foi 
verdadeiramente convertido? Chamaríamos assim a alguém que um dia se 
converteu, mas agora está vivendo em pecado? Olhe o versículo 5, e dê a 
descrição que Jesus faz de um hipócrita. 
A classe já está pronta para outra pergunta. 
(2) Você acredita que o Senhor está proibindo a oração pública? 
(Veja o versículo 6). Esta pergunta é o princípio do novo tema; os alunos 
receberam algumas ideias que agora podem ser expostas e desenvolvidas 
mediante perguntas como as seguintes: Vocês poderiam me dar uma 
evidência que prove que Jesus cria na oração pública? (Como veremos a 
seguir, respostas como "sim" e "não" de modo algum são suficientes, pois 
não dão evidências de que os alunos estão raciocinando.) Se ao dizer "visto 
pelos homens", o Senhor não estava proibindo a oração pública, então o 
que estava proibindo? 
Isto basta para ilustrar a natureza e o uso do esboço feito de 
perguntas. Ao deixar este tema, no entanto, deixe-me sugerir os seguintes 
tópicos intitulados "não se esqueça": 
1. Não se esqueça do limite de tempo. Escolha perguntas que toquem 
os pontos básicos da lição. 
2. Não se esqueça de seu objetivo. Faça com que as respostas 
contribuam para o cumprimento total de seu propósito. Se comparamos as 
atividades da aula a uma roda, o eixo representa o objetivo principal, os 
raios correspondem aos diferentes pontos da lição e a borda, à vida dos 
alunos. 
C. Ilustre a lição 
Como meio de recapitulação voltemos à ilustração da edificação de 
uma casa: 
1. Dominar a matéria e determinar o objetivo correspondem, 
digamos, a fazer um desenho da casa pronta, e elaborar a descrição 
detalhada da planta. Pode incluir a decisão quanto ao material que se há de 
usar. 
2. A introdução da lição representa a abertura dos alicerces. 
3. Resumir a lição é levantar as estruturas de concreto. 
4. As perguntas correspondem às divisões revisadas. Pediu-se aos 
alunos que respondessem a algumas perguntas acerca do assunto. 
5. Por meio de trabalhos práticos, por escrito, ou por meio de 
diálogo, o professor dará o acabamento à obra . 
As ilustrações correspondem às janelas e às lâmpadas elétricas que 
iluminam as dependências da casa. As ilustrações esclarecem o tema, 
ajudam o aluno a compreendê-lo, e assim mantêm seu interesse. Por isso, é 
melhor o professor preparar uma lista de ilustrações. Não se consegue 
exagerar o valor das ilustrações na apresentação da lição. O tema da lição é 
tão importante que mais adiante dedicaremos um capítulo inteiro a ele. 
Agora estamos prontos para o acabamento da casa, os retoques 
finais. Então chegamos à: 
3. CONCLUSÃO 
Na introdução colocamos os parafusos; na apresentação os 
apertamos, na conclusão os atarraxamos. Como o propósito da conclusão é 
garantir que a lição fique profundamente gravada na mente e no coração 
dos alunos, o professor chamará a atenção em dois sentidos: 
Quanto à mente. Os pontos básicos da lição têm de "ser" resumidos 
para facilitar a tarefa de memorização. 
Para averiguar se os alunos memorizaram as verdades 
compartilhadas, o professor lhes permitirá falar. Ele anuncia por exemplo: 
"Temos tempo para uma recapitulação breve antes que toque o sinal. 
Alguém pode dar-me o título da lição que escolhemos no princípio? Qual 
foi a primeira forma incorreta de orar que Cristo denunciou? E que solução 
prescreveu? 
Qual foi o segundo método incorreto de orar que Cristo expôs? E 
qual a segunda solução? Diga qual foi a oração modelo que ele ensinou a 
seus discípulos. Alguém, por favor, mencione os pedidos quanto às coisas 
de Deus, e depois os pedidos quanto às coisas dos homens." 
Quanto ao coração. Primeiro o professor criou na mente do aluno 
um desejo ardente de "saber". Agora, o professor se propõe uma tarefa mais 
importante ainda, que é criar no aluno o ideal firme de desenvolver esse 
conhecimento. 
Um cientista muito conhecido disse certa vez: "A finalidade maior da 
vida não é conhecer, mas atuar." O conhecimento deve converter-se em 
ação. O que se disse a respeito da classe de homens tem utilidade para 
todos em geral: "Com muita frequência somos obrigados a deter-nos na 
teoria e nos conselhos, em nosso ensino. Nossas lições podem ter um sabor 
de algo fantasioso. Teorias e conselhos não é o que o jovem quer. Tal 
ensino falha quando colocado em contato com as verdadeiras 
responsabilidades e desafios da vida. Nenhum jovem quer meros conselhos 
nem meras teorias. O que ele mais almeja é a realidade. O que mais lhe 
interessa é a genuína atividade produtiva." 
Apliquemos esta verdade à lição que estávamos usando como 
exemplo. O professor diz à classe: "A melhor maneira de aprender a nadar 
é nadando; a melhor maneira de aprender a patinar é patinando. 
Aprendemos executando. Pois a melhor maneira de aprender a orar é 
orando. Estou certo de que as lições que temos estudado chegarão a ser 
bênçãos constantes para nós, à medida que nos determinarmos a dedicar 
algum tempo diariamente à oração, meditação e leitura da Bíblia." 
É impossível estabelecer regras seguras quanto ao método de aplicar 
a lição; tudo depende das circunstâncias e da direção do Espírito de Deus. 
Há vezes em que, se o professor ensinou bem, não é necessário fazer-se 
uma aplicação formal da lição; a Palavra mesma fará a obra. Outras vezes 
umas sugestões indiretas serão mais eficazes do que uma exortação direta. 
Note como o Senhor aplicou a parábola do bom samaritano (Lucas 
10:25-27). Depois de narrar a história, o Senhor poderia ter feito uma 
aplicação direta, dizendo ao doutor da Lei: "O mero fato de você fazer tal 
pergunta: 'Quem é meu próximo?' já indica sua falta de amor ao próximo. 
Se você fosse uma pessoa verdadeiramente amorosa saberia por instinto 
que qualquer ser humano que necessita de sua ajuda ê seu próximo. Você 
manifestaria o mesmo espírito daquele samaritano, e você 'seria' a melhor 
resposta à sua pergunta." 
Mas o Senhor usou uma aplicação indireta. Elefez com que o 
interrogado se expressasse ao dirigir-lhe a pergunta: "Qual destes três te 
parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos assaltantes?" Ele 
respondeu: "O que usou de misericórdia para com ele." Havendo 
interrogado o doutor da lei, Jesus reforçou a lição com o mandamento: 
"Vai, e faze da mesma maneira." Há uma admoestação nestas palavras — 
indireta. E o homem ficou com algo em que pensar por muitos dias. 
Vemos que o Senhor fez com que o seu interlocutor respondesse à 
pergunta dele próprio. De modo semelhante o professor induz os alunos a 
expressar-se, como sugerimos em seguida: "Temos agora o conhecimento 
da forma de orar. Mas é suficiente saber orar? O conhecimento acerca da 
oração trará um avivamento? Então, o que é necessário para completar o 
conhecimento?" E a lição poderia terminar com a resposta: "Praticar o que 
se aprendeu: Orando" 
O RESUMO 
Deve-se calcular o tempo disponível ao preparar-se a aula, e ao 
colocar-se em ordem a matéria da lição. A aula pode ser comparada a uma 
viagem de navio, no fim da qual esperamos que o professor faça descer a 
escada e os passageiros desembarquem dentro do horário. A prática e a 
experiência ajudarão o professor a saber em que partes da lição deve 
colocar maior ênfase, e em que partes menor destaque, para que a aula se 
ajuste ao tempo que lhe foi determinado. 
O esboço escrito pelo professor deve ser breve: um mero esqueleto 
da lição, que serve apenas para refrescar-lhe a memória. Fique bem claro 
que segundo o plano da aula, explicado neste capítulo, não se tenta 
restringir a liberdade do professor, obrigando-o a expor a lição de maneira 
inflexível e rígida. Trata-se antes de dar-lhe uma pauta, um guia para a 
organização de sua aula, uma apresentação ordenada da matéria que ele 
coligiu. 
"Embora o professor tenha preparado o melhor esboço possível — 
escreve Suter — pode ocorrer uma situação inesperada que o obrigue a 
desviar-se no rumo estabelecido. É certo que isto lhe acontecerá uma ou 
outra vez. Não desanime. Existem razões legítimas para você desviar-se. 
Talvez um aluno provoque uma discussão por causa de alguma pergunta 
importante que ele fez, e que exige uma resposta instantânea. Pode estar aí 
uma oportunidade de ouro. Lembre-se de que o propósito fundamental do 
ensino bíblico é influir na vida das pessoas. 
Talvez seja necessário e prudente "sair dos trilhos" por um momento; 
mas é muito importante que tenhamos um trilho do qual possamos sair 
quando conveniente. 
Percorremos uma longa distância neste capítulo. Olhemos para trás 
para ver, de relance, o plano da lição: 
I. Introdução 
Propósito: preparar a mente e o coração do aluno 
A. Fazendo-o pensar 
B. Despertando seu interesse 
C. Declarando-lhe o tema 
II. Apresentação 
Propósito: Compartilhar os fatos principais da lição: 
A. Resumindo a lição 
B. Desenvolvendo a lição com perguntas, discussões e 
explicações 
C. Ilustrações 
III. Conclusão 
Propósito: Resumir a lição e aplicá-la à vida com duas petições: 
A. Uma petição dirigida à mente 
B. Outra dirigida ao coração 
Capítulo 7 
 
Mantendo a Classe Atenta 
Neste capítulo, vamos considerar a importância e o significado de 
despertar e reter o interesse e a atenção da classe. O problema do professor 
e sua solução podemos resumir de maneira breve e simples: 
1. Qual é sua tarefa? Gravar a lição na mente e no coração dos 
alunos. 
2. Como se consegue isso? Primeiramente, despertando sua atenção. 
3. Como o professor pode despertar a atenção? Apelando para o 
interesse. 
4. Como conseguirá o interesse do aluno? Comparando a lição com 
coisas relacionadas ao aluno e que ele compreenda; em outras palavras, 
usando as ideias deles próprios. 
Invertamos a ordem: Se o professor usar as ideias dos alunos, 
ganhará o interesse deles; se ele ganhar o interesse deles, reterá a atenção 
deles; e se ele conseguir reter a atenção deles, poderá compartilhar 
eficazmente a lição. 
A ATENÇÃO 
Que é atenção? Foi definida como "o direcionamento da atividade 
mental para um fato, uma emoção, ou um objetivo determinado". Um aluno 
atento é aquele que concentra e focaliza sua atenção de corpo e alma sobre 
o que diz ou faz o professor com referência à lição. Dizemos "lição" porque 
é possível que o aluno fixe o olhar no professor, numa atitude de aparente 
interesse, enquanto sua mente pode estar a mil quilômetros de distância. 
Diz-se que "um aluno pode olhar sem ver, escutar sem ouvir, e falar sem ter 
compreendido. Ele senta e sonha. A mente tem entradas interiores e 
exteriores. As entradas exteriores vão até 'o pátio' da mente. Um grande 
número de alunos mantém fechadas as portas interiores da mente a muitos 
dos ensinos ministrados pelo professor." 
Durante um culto evangélico em uma tribo africana, uma mulher 
quase não tirava os olhos do rosto da missionária. Parecia que ela ouvia 
com atenção, extasiada. "Essa mulher está comovida com a mensagem", 
pensava a missionária. Depois do culto ela aproximou-se da mulher para 
analisar mais a fundo essa demonstração de interesse. Enganara-se, todavia, 
a missionária, porque a mulher pagã lhe disse: "Estava olhando esse seu 
dente de ouro. Diga-me, por favor, onde o conseguiu?" Havia manifestado 
um grande interesse, não, porém, pelo tema. 
Há dois tipos de atenção: a voluntária e a espontânea. A atenção 
voluntária produz-se quando o ouvinte se obriga, mediante um ato de 
vontade, a prestar atenção à matéria. Não é uma atitude permanente; porque 
ocorrerá uma de duas coisas: o aluno passará a ter interesse espontâneo ou 
perderá totalmente o interesse. É mais provável que perca o interesse 
forçado. 
A atenção é espontânea quando não necessita de esforço. Todo e 
qualquer assunto, que não seja o do presente momento, está como que 
morto, nesse instante, e o interesse do aluno se mantém sem esforço 
consciente de sua parte. A atenção espontânea é a melhor, e é inspirada 
pelo interesse verdadeiro. 
Se o professor não consegue que sua lição seja interessante, o aluno 
provavelmente deixará que sua mente vagueie para longe do tema. A razão 
disto é que a mente não pode se concentrar por muito tempo na monotonia, 
em um objeto inalterável. A variedade e a mudança são essenciais ao 
interesse. Portanto, o professor tem que percorrer a lição com graça, 
mostrando seus diferentes aspectos. Falando figuradamente, ele usa o 
telescópio, para que os alunos vejam a lição com a visão panorâmica de um 
pássaro; e passa a usar o microscópio para mostrar a beleza escondida em 
uma pequenina parte do texto; chegando a uma esquina escura da 
historieta, acende a lanterna da ilustração ou talvez use o pincel e tintas 
para pintar numa tela um quadro rápido de uma cena bíblica. Todos estes 
recursos, e outros de natureza similar, unem-se na mente do professor para 
que a lição seja interessante. 
Alguém com muita sabedoria disse que dar uma aula é transformar o 
ouvido do aluno em olho. Creio que é mais ainda: o professor competente 
faz que o aluno ouça, e veja, e sinta odores, e deguste e apalpe os 
elementos dramáticos de sua aula. É absolutamente necessário que o 
professor desperte e retenha a atenção da classe, porque a atenção é o único 
caminho por meio do qual o professor pode transmitir suas ideias. Dizer 
que a classe não está prestando atenção, é o mesmo que dizer que a classe 
não está aprendendo nada, e que o professor está falando em vão. 
Além disso, é muito prejudicial ensinar quando os alunos não 
prestam atenção. "Cada vez que você permite desordem, ou frivolidades, 
estará ajudando a rebaixar o nível mental e corromper o caráter de seus 
alunos — escreve o professor Fitch. — Você os estimula a adquirir um 
mau hábito. Na verdade você está fazendo algo que os impede de chegarem 
a ser leitores pensantes, observadores diligentes e ouvintes interessados." 
O INTERESSE 
Obter o interesse do aluno é de suma importância na

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