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192 – 3o BIMESTRE OCEANO PACÍFICO TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR 110º L 140º L 0º M A L Á S I A I N D O N É S I A TAIWAN VIETNÃ CAMBOJA FILIPINAS CHINA TAILÂNDIA LAOS Manila CINGAPURA Kuala Lumpur Bangcoc Hanói Jacarta Tigres Asiáticos Japão Tigres Asiáticos de Segunda Geração $ Área: 378 000 km² JAPÃO 126,4 41 200 $ Área: 99 260 km² 51,1 37 700 COREIA DO SUL Seul Tóquio $ $ Área: 36 184 km² 23,5 48 100 $ Área: 300 076 km² 104,2 7 700 $ Área: 331 210km² 96,1 6 400 $ Área: 300 076 km² 31,3 27 300 $ Área: 1 904 570 km² 260,5 11 700 $ Área: 697 km² 5,8 87 800 $ Área: 1 103 km² 7,1 58 400 HONG KONG Taipé$ Área: 300 076 km² 68,4 16 900 População (milhões) PIB per capita (US$) O Japão é uma das maiores economias do mundo. O país apresentou notável desenvolvi- mento tecnológico e industrial na segunda metade do século XX e foi um dos responsáveis pelo grande crescimento econômico dos chamados Tigres Asiáticos — grupo formado inicial- mente por Cingapura, Taiwan, Hong Kong e Coreia do Sul. Essa denominação provém do fato de esses países terem apresentado rápido crescimento industrial e desenvolvimento social, além de terem alcançado influência no mercado mundial, especialmente após a década de 1980, em decorrência de seu alinhamento com a economia do Japão e do Ocidente. A partir da década de 1990, outros países se juntaram ao grupo e foram chamados de Tigres Asiáticos de Segunda Geração: Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia e Vietnã. JAPÃO E TIGRES ASIÁTICOS (2017) Elaborado com base em dados obtidos em: CIA. The World Factbook. Disponível em: <https://www. cia.gov/library/ publications/the- world-factbook/ graphics/ref_ maps/political/ pdf/asia.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2017. NE LO SE S N NO SO 460 km C A P Í T U L O 192 Unidade VI – Ásia: China, Japão e Tigres Asiáticos Japão e Tigres Asiáticos13 https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/graphics/ref_maps/political/pdf/asia.pdf https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/graphics/ref_maps/political/pdf/asia.pdf https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/graphics/ref_maps/political/pdf/asia.pdf https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/graphics/ref_maps/political/pdf/asia.pdf https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/graphics/ref_maps/political/pdf/asia.pdf https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/graphics/ref_maps/political/pdf/asia.pdf https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/graphics/ref_maps/political/pdf/asia.pdf https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/graphics/ref_maps/political/pdf/asia.pdf https://drive.google.com/file/d/1Owavm_0GoGfPkzvCPfJKimNWwu2-tH71/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1g9uuHBBqTDecUK9BmWAL7Ga69eNfqaOj/view?usp=sharing https://mega.nz/file/7IpSDAxS#bK54R_Q1L6Q3CAnFkQpPKrQiCIuyZAVSockTj9YdYWU https://www.youtube.com/watch?v=QHjbpzZ6YJY https://mega.nz/file/ydpGgAyZ#IorL8zmAdjeh4xOzbSnIkwm5OrsT08TKbmPF81PLRbM https://mega.nz/file/PBp2GYgA#KKxUOJT2aWV5A4oZgCZvhiKLY1snjXy3hLdLARqi1ZI https://mega.nz/file/aVh0HKDQ#5w_sJl6z79AAyZ_4B1FcheoGAzqNviakgX33eHQk3sA https://mega.nz/file/7FxWQKoY#F-Xdm7lA_nRSI64GrxIvRvQW0fG3d0KPahZh3iQLOeY Professor Capri Realce Professor Capri Realce https://youtu.be/gJzyxMjA3qw 3o BIMESTRE – 193 JAPÃO: POPULAÇÃO E ECONOMIA País-arquipélago de tradições milenares, o Japão tem apenas 378 000 km2 de exten- são. É constituído por milhares de ilhas, entre as quais se destacam quatro: Honshu, Hokkaido, Kyushu e Shikoku. O país sobressai pela longevidade de sua população, pelos altos índices socioeconômicos e pelo desenvolvimento de tecnologia de ponta. O Japão é um dos países mais populosos do mundo (com aproximadamente 126 milhões de habitantes, em 2017) e apresenta alta densidade demográfica (cerca de 336 habitantes/km2). A população japonesa é predominantemente urbana (94%), con- centrando-se em cidades como Tóquio (capital do país), Yokohama, Osaka, Nagoya, Sapporo, Kobe, Kyoto e Fukuoka. Na faixa que se estende de Tóquio a Kyoto, encon- tra-se uma das maiores aglomerações urbanas do mundo, com mais de 70 milhões de habitantes. A concentração populacional em grandes áreas urbanas dificulta a solução, por parte do governo, do problema de espaço para moradia e trabalho. A população japonesa apresenta queda constante da taxa de natalidade, há alguns anos, e elevada expectativa de vida (85,3 anos em 2017). Esse quadro aponta para o envelhecimento da população e para a necessidade da destinação de verbas públicas a um número cada vez maior de aposentadorias. O alto nível educacional da população, a maior inserção da mulher no mercado de trabalho e a formação de uma sociedade informatizada e altamente competitiva con- tribuíram para a queda das taxas de natalidade. Uma das consequências da queda do crescimento vegetativo é a carência de mão de obra. Com isso, muitos imigrantes foram para o Japão em busca de emprego e melhores salários, incluindo brasileiros descendentes de japoneses, num movimento que teve início na década de 1980 e persiste até os dias atuais. Vista da cidade de Osaka, Japão (2017), em que é possível observar a intensa aglomeração urbana. YU R I S M IT YU K /T A SS /G ET TY IM A G ES Capítulo 13 – Japão e Tigres Asiáticos 193 Sugestão para o professor: SASAKI, Elisa. A imigração para o Japão. Estudos Avançados, São Paulo, v. 20, n. 57, maio-ago. 2006. Este artigo aborda a imigração japonesa para o Brasil no início do século XX, assim como o movimento de brasileiros migrando para o Japão a partir do final do mesmo século, os chamados dekasseguis. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo. php?pid=s0103-40142006000200009&script=sci_arttext>. Acesso em: 22 ago. 2018. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0103-40142006000200009&script=sci_arttext http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0103-40142006000200009&script=sci_arttext capri Realce https://mega.nz/file/iQwCASiK#Kl-_89oUgQ71FJMmNJTG8pINPU4OodctqmbaWKfK70E https://mega.nz/file/OFxyRSIY#G-Ly9G-UwWuyNWQ3ib50vuf5CMXL9KiT7_crGtIUL6g https://www.youtube.com/watch?v=crj4gC8g2JM https://mega.nz/file/TA5QDarS#o64kfG_9bv1dUDdmRI7ukM6JfF_1805thTNFc6Om5SE capri Realce capri Realce Professor Capri Realce 194 – 3o BIMESTRE A atividade agrícola A atividade agrícola no Japão enfrenta enormes desafios, entre os quais o relevo montanhoso, com vários vulcões ativos, e a pequena extensão territorial, fatores que dificultam a produção e, consequentemente, o abastecimento alimentar da popula- ção. Isso leva o país a recorrer à importação de alimentos. Para superar essa limitação, os japoneses têm investido em recursos tecnológicos e técnicas agrícolas modernas e cada vez mais mecanizadas, obtendo alta produtividade com boa qualidade. Os principais produtos da agricultura japonesa são o arroz, o trigo e o chá-verde. A atividade industrial É na atividade industrial que se concentra a força econômica do Japão. O governo busca aliar valores tradicionais aos processos industriais do Ocidente, formando pactos com suas antigas elites (os zaibatsus) para investir maciçamente na criação da infraestrutura necessária às grandes indústrias. 132º L 40º N 32º N 140º L Nagoya Osaka RÚSSIA COREIA DO SUL MAR DO JAPÃO (MAR DO LESTE) OCEANO PACÍFICO Sendai Tóquio Yokohama Megalópole Cidade mundial Cidades com mais de 2 milhões de habitantes Trem de grande velocidade (Shinkansen) Pontes e viadutos principais Tecnopolos JAPÃO: ATIVIDADE INDUSTRIAL (2010) Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 106. SO N IA V A Z Zaibatsus Poderosos grupos financeiros japoneses controlados por famílias tradicionais, proprietárias de grandes empresas, que se unem e buscam parceria com o Estado no desenvolvimento de suas atividades produtivas. Ramos industriais O Japão está entre os mais importantesprodutores mundiais em quase todos os ramos industriais, como: siderúrgico: dependente de importa- ções de matéria-prima, principalmente da Ásia, da América do Sul e da Austrália; automobilístico: com um sistema de produção que emprega robótica e oferece alta qualidade, é um dos líde- res de venda para os Estados Unidos; eletroeletrônico: com grande produ- ção de equipamentos de imagem e som, transmissão de dados digitais e microcircuitos; naval: o país é um dos maiores cons- trutores de navios do mundo; têxtil: desenvolvimento de novas fibras têxteis artificiais. Como as áreas montanhosas impe- dem a expansão para o interior, os japoneses construíram pôlderes (diques) e ilhas artificiais à beira-mar para a instalação de indústrias. NE LO SE S N NO SO 205 km Unidade VI – Ásia: China, Japão e Tigres Asiáticos194 Sugestão para o professor: BBC BRASIL. O que podemos aprender com o inemuri, o costume japonês de dormir em qualquer lugar. Disponível em <https://www.bbc. com/portuguese/vert-fut-36523163>. Acesso em: 23 ago. 2018. Com este texto, é possível entender como o trabalho está enraizado na cultura japonesa e como os japoneses adaptam seu dia a dia ao trabalho, considerado um fator de honra. https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-36523163 https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-36523163 capri Realce capri Realce https://mega.nz/file/KBgwGCxS#8mn-mMrFEO5nyhCswNXzb9JZ3P6uH4LJ2SIH4EPTD6A https://mega.nz/file/HVxGSaqa#nZOrYxK2LKuMOCfDJibpOiZ74gxJqUp26BcWmOEeuMU capri Realce 3o BIMESTRE – 195 O tsunami de 2011 e a questão energética No dia 22 de março de 2011, um tremor de 8,9 graus na escala Richter, seguido de um tsunami, atingiu a costa nordeste do Japão. A usina nuclear de Fukushima foi fortemente abalada, obrigando as autoridades a evacuar a população num raio de 20 km ao redor da central nuclear. Mais de 13 mil pessoas morreram em decorrência do desastre. Em março de 2012, cerca de 340 mil pessoas ainda ocupavam residências tempo- rárias na região afetada pelo terremoto e pelo tsunami, apesar dos grandes esforços governamentais em limpar e reconstruir as áreas arruinadas — a prioridade foi a rápida reconstrução das infraestruturas de transporte. Após o acidente nuclear, o Japão tem discutido sua política energética, enfrentando grande resistência popular à construção de novas usinas termonucleares. Poderio militar e relações exteriores O Japão tem grande poderio militar. Grandes investimentos têm sido feitos com o objetivo de modernizar as forças armadas, parte deles destinada à construção de mísseis capazes de interceptar armas ofensivas de longo alcance, bem como à compra de equipamentos, como navios e aviões militares. As forças armadas japonesas conta- vam, em 2016, com um orçamento de 48 bilhões de dólares. O Japão realiza operações de treinamento em conjunto com a Coreia do Sul. Nos últimos anos, os testes nucleares e os lançamentos de mísseis balísticos efetuados pela Coreia do Norte têm preocupado as autoridades japonesas. As forças armadas do Japão também temem as ações militares da vizinha China, pois os dois países mantêm uma disputa territorial no Mar da China Oriental. A Constituição do país limita o uso das forças armadas em conflitos internacionais. Embarcações e aeronaves da Força de Autodefesa do Japão, na baía de Sagami, no sul de Tóquio, Japão (2015). uu MUSEU Histórico da Imigração Japonesa no Brasil. Disponível em: <http:// www.museubunkyo.org.br>. Acesso em: 9 mar. 2018. Nesse site é possível ter acesso a parte do acervo desse museu, incluindo fotografias e outros documentos dos imigrantes japoneses que começaram a chegar ao Brasil em 1908. TO R U H A N A I/R EU TE R S/ LA TI N ST O C K Capítulo 13 – Japão e Tigres Asiáticos 195 http://www.museubunkyo.org.br http://www.museubunkyo.org.br https://www.youtube.com/watch?v=5mw1JJ0KdFc https://mega.nz/file/nA5EyQQA#_h_siFMMPjf0x6jL9sw6-Mz-M2J1nE26rbC2RyFpK1c https://www.youtube.com/watch?v=estja8hovag https://www.youtube.com/watch?v=ISvkRqLkCXQ https://mega.nz/file/LMpgFQIQ#LD6q0ZykGX_zaus-YDQ3avAMOXkaLVFN2eva1kugvAE https://youtu.be/Bp8A9TJ48RQ Professor Capri Caixa de texto Em plena Segunda Guerra, a vida brutal das escravas sexuais coreanas Acredita-se que cerca de 200 mil mulheres foram forçadas a oferecer serviços eróticos para soldados japoneses https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/a-cruel-saga-das-escravas-sexuais-coreanas-segunda-guerra.phtml INTERNACIONAL DESCUBRA Japão Isolado do mundo por séculos, o país sofreu com bombas atômicas em 1945 e com um dos mais graves acidentes nucleares da história em 2011 História O Japão, conhecido como "terra do sol nascente", manteve-se durante séculos relativamente isolado do exterior. No século IV da Era Cristã, o clã Yamato unifica os vários estados do país sob um único imperador. Do século XII ao XIX, o Japão vive o feudalismo e é governado por xóguns, líderes de uma aristocracia militar originada de guerreiros campone ses (os samurais), que eliminam o poder da monarquia e do imperador. A partir de 1603, o xogunato proíbe o cristianismo, fecha o país à entrada de estrangeiros e não permite o contato com eles, medidas que são mantidas por 250 anos. Na segunda metade do século XIX, o Japão abre os portos ao comércio externo. Em 1868, começa a ERA MEIJI: o imperador Mutsuhito abole o feuda lismo e o poder dos xóguns. As trocas comerciais e culturais com o Ocidente crescem. Nos anos 1920, a crise econô mica abre caminho para o crescimen to político do nacionalismo de direita. O Japão começa uma expansão militar invade territórios na Coreia e na China. Em 1940, o Japão alia-se à Alemanha e à Itália na II Guerra Mundial e, em dezembro de 1941, ataca e destrói a esquadra norte americana ancorada em Pearl Harbour, no Havaí. Derrotado, o país é obrigado a sair das áreas que ocupara e fica anos sob a intervenção dos Estados Unidos. 195-A GE ATUALIDADES 1° SEMESTRE 2012 < --:::;:;:::;;;::;:;::=::::;::;:-s:;-,,_::,;:�=:;;_::;.�:::-:.-,::::-:::-;;:;:-::-::-3:;:-::;::-::::-r:;:;::;-:-,::-:::-:-=�-::--:--:-:--:-'."""'--:-----:-,� Bomba atômica A rendição do Japão na II Guerra acon tece após A EXPLOSÃO DA BOMBA ATÕMICA EM HIROSHIMA, em 6 de agosto de 1945, e de outra em Nagasaki, três dias depois. A força destruidora da explosão varria do mapa Hiroshima e quase 100 mil dos seus habitantes: foi assim que o mundo assistiu ao início da era atômica. O Japão é o único país vitimado pela bomba atômica. No total, mais de 180 mil pessoas morreram. O calor incine rou seres humanos, animais e edifícios. No epicentro da explosão, a maioria das construções desapareceu. A onda de choque provocou ventos fortíssimos, que ampliaram a devastação. As terríveis consequências das bombas ainda se fa zem sentir seis décadas depois, pois os efeitos da radiação causaram um aumen to nos casos de leucemia, câncer, catara ta e microcefalia da população exposta à explosão. As duas cidades japonesas tornaram-se sede de movimentos que lutam para que nunca mais essas bombas sejam usadas. Os norte-americanos ocuparam o Ja pão até 1952 e impuseram uma Consti tuição e um sistema de governo baseados nos moldes das democracias ocidentais. O Japão assinou, em 1954, um tratado de defesa mútua com os EUA, que incluiu a instalação de bases militares norte americanas em seu território. Economia As florestas ainda cobrem a maior parte do território japonês. A explicação para isso é que o território é muito monta nhoso, pouco adequado à agricultura e existe manejo florestal (corte limitado de árvores) há séculos. A soma das qua tro ilhas principais e das inúmeras ilhas menores resulta em um litoral extenso, o que está na origem do desenvolvimento de uma das maiores frotas pesqueiras do planeta. A atividade industrial é a base da economia. A nação abriga a metrópole mais populosa do globo: na região me tropolitana de Tóquio, a capital dopaís, vivem mais de 36 milhões de pessoas. No início dos anos 1990, começou uma grande crise econômica. Os pre ços desabaram e o setor bancário sofreu enormes prejuízos. Após um período de recuperação, o colapso da economia glo bal em 2008 atinge fortemente o Japão, que depende muito de suas exportações. Em 2011, o país perdeu o posto de a segunda maior economia mundial para a China. A situação se agravou com o tsunami e o acidente nuclear ocorridos em março de 2011. Para reconstruir as áreas atingidas, o governo liberou 230 bilhões de dólares, agravando a dívida pública. Mas o pro cesso de reconstrução desempenha papel importante na reativação da economia japonesa, que cresceu 1,5% no terceiro trimestre de 2011. JAPÃO . Capital ........................ f .Tóquio .............................. . .. Língua oficial ............... l Japonês ............................ . .. Religião predominante. i. Budismo .......................... .. .. População(2011) .... .J.126,s.milhões .................... . . PIB uss (20101... ......... Js,s trilhões ....................... .. IDH (2011) 1 0,901 Fonte: ALMANAQUE ABRIL 2012 •. 1; .., Tsunami e acidente nuclear Um terremoto de 8,9 pontos na escala Richter, seguido de um TSUNAMI (mare moto), em março de 2011, provocou a pior tragédia no Japão desde a II Guerra Mundial. O sismo liberou uma quantidade de energia equivalente a 27 mil bombas atômicas iguais às que arrasaram Hiroshi ma. Apesar do sistema de alerta contra tremores, houve mais de 23 mil vítimas, entre mortos e desaparecidos. Os prejuízos materiais superaram 300 bilhões de dóla res - é o desastre natural mais prejudicial de todos os tempos. Para piorar, as ondas gigantes atin giram os reatores da usina nuclear de Fukushima, provocando um dos mais sérios acidentes radioativos da história. O sistema de resfriamento da usina entrou em colapso, os reatores supera queceram e vazou material radioativo para a atmosfera e para o lençol freático. A área num raio de 20 quilômetros da usina foi evacuada e está deserta - cerca de 80 mil pessoas foram deslocadas. O acidente teve impacto mundial, pois fez com que vários países reavaliassem seu plano de construção de novas usinas. A Alemanha anunciou que fechará os seus 17 reatores até 2022. O Japão é a terceira nação com mais usinas nucleares, pois é pobre em fontes de energia. Com 55 reatores, só fica atrás dos Estados Unidos (104) e da França (59). ESCAIA F=--1 O 108km Imigrantes e dekasseguis O processo de industrialização, no co meço da Era Meiji (iniciada em 1868), fez com que muitos japoneses abandonas sem o campo em busca de emprego nas cidades, que não tinham condições para absorver tanta gente. Grande número decidiu emigrar, e os Estados Unidos eram o destino mais procurado. Na época, o Brasil enfrentava escas sez de mão de obra em consequência da abolição da escravatura, e a solução foi atrair imigrantes da Europa e de outras partes do mundo. Os primeiros 781 japoneses chegaram ao Brasil em 18 de junho de 1908, quando o navio Kasato Maru atracou no Porto de Santos (SP). Vinham trabalhar nos cafezais do interior. Até a II Guerra, cerca de 190 mil japoneses entraram no Brasil. Do fim da guerra até a década de 1960, foram mais 50 mil. Nos anos 1980, o movimento se inver teu, e descendentes de japoneses pas saram a buscar melhores condições de vida no Japão. São os dekasseguis (os que trabalham fora de casa). A quantidade de brasileiros no Japão só diminuiu após a crise econômica de 2008, que causou de missões em massa nas fábricas japonesas. O número caiu de 312 mil para 267 mil brasileiros entre 2008 e 2009, no auge da crise. Os acidentes de 2011 acentuaram o retorno dos dekasseguis. Mar de Okhotsk OCEANO PACIFICO 140'! • llhasOgasawara Mar_clas •• hftpmas ._ ESc,,t,. Chichi5hima oi=-:: ' AmamiO 1 • Shima ., . KumeShima Jardas 1i1pinas 128'! @ Patrimônio cultural O Patrimônio natural Também chamado de MardoLeste, denominaç:lo reivindicada pelasCoreiasdoSul edoNone Akira Kurosawa O mais consagrado diretor de cinema japonês, Akira Kurosawa, nasceu em 1910 e queria, na verdade, ser pintor. A falta de dinheiro atrapalhou a concretização desse projeto, mas acabou por levá-lo ao cinema. Kurosawa começa a trabalhar como assistente de direção em 1936 e, du rante a II Guerra Mundial, dirige seus primeiros filmes. Seus longas trazem uma visão crítica sobre o Japão, que se opõe ao forte nacionalismo da época. Em sua primeira fita significativa, Anjo Embriagado, de 1948, Kurosawa explora o submundo, filmando a amizade de um médico alcoólatra com um gângster. Tam bém filma obras de escritores ocidentais, como o romance O Idiota, de Dostoievski, e uma interpretação japonesa da peça Rei Lear, de Shakespeare. Sua consagração mundial vem com o filme Rashomon, que conta a história de um estupro e assassinato por meio dos relatos divergentes de quatro testemu nhas. A fita recebe um Oscar honorário qe melhor filme estrangeiro e um Leão de Ouro no Festival de Veneza de 1951. Nas décadas seguintes, Kurosawa dirige filmes extraordinários, como Dersu Uza la, rodado na União Soviética e falado em russo. Ele morreu aos 88 anos, depois de complicações de um acidente que o obrigou a usar cadeira de rodas. 1° SEMESTRE 2012 GE ATUALIDADES 1195-B o INTERNACIONAL DE OLHO NA HISTORIA Ataque com as bombas atômicas completa 70 anos Em agosto de 1945 os Estados Unidos lançavam a bomba atômica sobre Hiroshima, matando 100 mil pessoas, e repetiam esse flagelo em Nagasaki, forçando o fim da II Guerra Mundial E m 6 de agosto de 1945, o avião militar B-29 Enola Gay dos Estados Unidos (EUA) lança va sobre a cidade de Hiroshima, no sul do Japão, uma bomba atômica, a mais mortífera arma de destruição em massa até então já feita. A explosão provocada pela fissão em cadeia de átomos de urânio liberou o equiva lente à energia de 12 milhões de qui los de dinamite, e devastou a cidade. Calcula-se que matou cerca de 100 mil pessoas e feriu outras 100 mil. O calor alcançou 1 milhão de graus Celsius, e a maioria das vítimas morreu incinerada. O deslocamento dessa massa incendi ária de ar alcançou 1.500 km por hora, destroçou as construções e parte das 195-C GE ATUALIDADES 2015 1 2º semestre vítimas morreu entre escombros. Em 9 de agosto, outra bomba foi lançada sobre a cidade de Nagasaki, e estima se que matou mais 70 mil pessoas. As bombas obrigaram o Japão a se render. Era o fim da II Guerra Mundial e o começo da corrida armamentista, um dos marcos da Guerra Fria (1949-1991). Desenvolvimento Em 1939, o físico Albert Einstein es creveu uma carta ao presidente dos Estados Unidos na época, Franklin Roo sevelt, alertando-o sobre possíveis ten tativas dos alemães de desenvolver uma bomba atômica. O alerta de Einstein teria sido um dos motivos que levaram Roosevelt a criar um programa militar norte-americano para desenvolver a tecnologia para a bomba, anos depois. O governo norte-americano reuniu uma equipe de cientistas e militares, no ultrassecreto Projeto Manhattan, liderado pelo físico norte-americano Julius Robert Oppenheimer. Seus in tegrantes trabalharam durante três anos para desenvolver e testar a fissão nuclear, princípio de funcionamento da bomba. O processo consiste em bom bardear um átomo de urânio com um nêutron, provocando sua divisão em dois átomos e mais nêutrons livres. As divisões continuam numa reação em cadeia, liberando imensa quantidade de energia. Foram gastos 2 bilhões de dólares no projeto, cuja base ficava no Novo México. A bomba lançada em Hiroshima, apelidada de Little Boy (garotinho), era feita de urânio-235, uma forma de urânio pouco encontrada na natureza, e pesava quatro toneladas. As razões de guerra A partir de 1942, os aliados (França, Reino Unido, EUA, URSS e China) co meçam a virar o jogo contra o eixo (Ale manha,Itália e Japão). Após sucessivas derrotas, e com o avanço dos soviéticos sobre a Alemanha, Hitler se suicida em 30 de abril de 1945. Os soviéticos ocupam Berlim em 2 de maio de 1945, e a Alemanha finalmente se rende cinco dias depois. É o fim da guerra na Eu ropa. Porém, os conflitos continuavam no Pacífico, com a resistência do Japão. A essa altura, os norte-americanos já conseguiam alcançar o território japonês pelo ar e, em março, haviam atacado Tóquio com mais de 300 aviões carregados com milhares de bombas incendiárias de napalm. O bombardeio da capital é um dos mais horrendos da II Guerra - calcula-se que deixou cerca de 100 mil mortos - e antecipou as tragédias de Hiroshima e Nagasaki. A justificativa formal para o lança mento dessas bombas era conseguir a rendição do Japão, sem ter de invadir o país. Roosevelt morre em abril e seu vice, Harry Truman, que assume apre sidência, teria sido convencido por assessores a utilizar essas bombas, para evitar a invasão por terra e a morte de mais soldados norte-americanos. Para alguns historiadores, no entanto, os norte-americanos objetivaram mostrar ► 1 L As bombas atômicas deflagram a corrida armamentista, um dos marcos da Guerra Fria entre EUA e URSS PESADELO Cogumelo atômico da explosão em Nagasaki: os EUA desenvolvem e utilizam a primeira arma de destruição em massa da história seu poderio militar ao mundo - prin cipalmente aos soviéticos. Na mesma época, entre julho e agosto de 1945, os líderes aliados se reuniam na Conferên cia de Potsdam para discutir o futuro da Alemanha e definir a configuração geopolítica do pós-guerra. Consequências da bomba "Meu Deus, o que fizemos'?", teria sido a exclamação do copiloto Robert Lewis ao ver o cogumelo atômico ge rado pela explosão. Lançada de 9.600 metros de altitude, a bomba explodiu ainda no ar, e gerou uma chuva negra, que atingiu a vegetação e os reserva tórios de água de Hiroshima. A cidade foi tomada por uma lava escura. Em um raio de 1,5 km do centro da explosão, todas as edificações foram destruídas. Além dos milhares que morreram ins tantaneamente, centenas morriam a cada dia e semanas seguintes, em razão das queimaduras e efeitos da radiação. As mortes e essas consequências se repetiram em Nagasaki. Nas décadas seguintes, ainda se contabilizavam do entes e mortos vitimados pela radiação. As bombas de Hiroshima e Nagasaki iniciaram a disputa· nuclear entre os EUA e a União Soviética (URSS). Os anos seguintes do pós-guerra são mar cados pela polarização ideológica entre as duas potências, e a posse da bomba atômica é uma das faces dessa disputa. Em 1949, a União Soviética explode sua primeira bomba atômica num teste controlado. A partir de então, os dois países detêm essa arma mortal, e um conflito entre ambos poderia resultar em destruição mútua. A ameaça da guerra nuclear barra o confronto dire to entre os países, situação conhecida como "equilíbrio do terror". A ameaça nuclear leva 190 países a assinar, a partir de 1968, o Tratado de Não Proliferação Nuclear. Por esse tratado, os países que já haviam cons truído bombas podem mantê-las, mas se comprometem a não repassar a tec nologia ou as bombas - são os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (veja na pág. 62). Os demais países se comprometem a não desenvolver a tecnologia ou adquirir essas armas. Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte são nações que pos suem a bomba, à margem do tratado. 181 GE ATUALIDADES 2015 l 2° semestre 195-D 196 – 3o BIMESTRE Vista do distrito empresarial de Cingapura (2017). OS TIGRES ASIÁTICOS Na década de 1980, Cingapura, Taiwan (Formosa), Hong Kong e Coreia do Sul rece- beram a denominação de Tigres Asiáticos. Esses países tiveram grande desenvolvimento socioeconômico, em decorrência da forte atuação do Estado na proteção da indústria nacional, inspirado nos modelos polí- tico e econômico japonês e estadunidense. Essa proteção se concretizou na forma de pesados impostos sobre os produtos importados e na implantação de estratégias para atrair investimentos estrangeiros. Os governos desses países empenharam-se na quali- ficação da mão de obra, ainda que barata, no incentivo às exportações e na melhoria na distribuição de renda. Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia e Vietnã se juntaram ao grupo a partir da década de 1990, sendo chamados de Tigres Asiáticos de Segunda Geração. Cingapura A cidade-Estado de Cingapura foi colônia britânica até 1965, quando obteve a inde- pendência, tornando-se membro da Comunidade Britânica das Nações. A partir de 1980, Cingapura entrou em uma fase de grande crescimento econômico, firmando-se como centro financeiro e de indústrias de alta tecnologia, atraídas de outras partes do mundo pela mão de obra barata. As principais atividades econômicas do país atualmente se concentram nos serviços portuários e bancários, no turismo e nas indústrias química e de equipamentos eletroeletrônicos. A maioria da população de Cingapura é de origem chinesa (cerca de 74,3%). Malaios, indianos, britânicos e japoneses compõem, entre outros, as minorias do país. O país conseguiu integrar-se aos circuitos globalizados e desenvolveu políticas internas marcadas por investimentos em inovação tecnológica, que visam atrair capi- tais estrangeiros. O padrão de vida da população é bastante elevado. ED D IE S EE /S H U TT ER ST O C K Unidade VI – Ásia: China, Japão e Tigres Asiáticos196 Texto complementar O texto a seguir fala sobre o envolvimento do Estado em atividades de desenvol- vimento industrial e tec- nólogico em alguns países asiáticos. O papel do Estado A primeira evidência vem do Japão e dos “Tigres Asiá- t icos”, incluindo Coreia, Cingapura e Taiwan [ . . . ] . Esses países costumam ser apresentados como casos de êxito do livre mercado e da competição, em contraste com as dificuldades encon- tradas pelas economias cen- tralizadas conduzidas pelo Estado [...]. A análise mais aprofunda- da do caso dos países asiáti- cos mostra, no entanto, não o afastamento do Estado das atividades de desenvol- vimento industrial e tecnoló- gico, mas, ao contrário, um envolvimento governamen- tal muito mais forte e de- cisivo do que o que jamais pode ser feito no Brasil [...]. Existem pelo menos quatro diferenças importantes, no entanto, que costumam ser assinaladas. A primeira é que a ação governamental nos países asiáticos não se deu pela constituição de um grande conjunto de empre- sas estatais, como no Brasil, e sim pela associação entre o Estado e o setor privado. Segundo, naqueles países, as políticas de desenvolvimen- to industrial e tecnológico se pautaram sempre por claras considerações macroeconô- micas, voltadas sobretudo para a obtenção de com- petitividade nos mercados internacionais. Terceiro, o desenvolvimento da capaci- dade inovativa nas indústrias se deu a partir da produção de componentes simples, que foram gradualmente se sofisticando. E quarto, o fortalecimento de indústrias nacionais não se fez pela ex- clusão de firmas e tecnolo- gias estrangeiras, mas a par- tir de associações com elas. É exatamente o contrário do que o Brasil tentou fazer na área de informática, criando empresas estatais, como a Cobra, garantindo preços in- ternos irrealistas pelo fecha- mento do mercado, tentando começar pelo produto final, o computador (com a ideia de ir nacionalizando aos poucos os componentes) e impedindo a presença das firmas e tecnologias de outros países. SCHWARTZMAN, Simon. A redescoberta da cultura: São Paulo, Edusp, 1997. Disponível em <http://www. schwartzman.org.br/simon/redesc/paradox.htm>. Acesso em: 23 ago. 2018. http://www.schwartzman.org.br/simon/redesc/paradox.htm http://www.schwartzman.org.br/simon/redesc/paradox.htm https://www.youtube.com/watch?v=HaFtwxpcgsI 3o BIMESTRE – 197 Hong Kong O território chinês de Hong Kong esteve sob administra- ção britânica desde 1842 e foi devolvido àChina em 1997. De acordo com as negociações entre os dois governos, para sua reintegração ao domínio chinês, Hong Kong deverá manter a estrutura de governo autônoma e seu sistema socioeconômico por pelo menos meio século. O relevo montanhoso e a escassez de água dificultam o desenvolvimento da agricultura em Hong Kong. A indústria é bastante diversificada e voltada para a exportação, sobretudo de bens de consumo, como roupas, relógios, calculadoras, brinquedos etc. Hong Kong é um dos maiores centros financeiros e de ser- viços do mundo, concentrando grande quantidade de bancos, seguradoras e companhias de exportação e importação. Taiwan A presença chinesa em Taiwan data do século XIII. No século XVII, os chineses anexaram o arquipélago, que, em 1887, passou a ser uma província da China. Desde essa época, o território é disputado por chineses e japoneses. Em 1949, com a revolução socialista na China continental, Taiwan tornou-se um Estado à parte, capitalista, com a influência de fugitivos do regime socialista, liderados por Chiang Kai-shek, presidente deposto da chamada China Nacionalista. Atualmente, Taiwan vive às voltas com a questão da reunificação com a China con- tinental. O governo taiwanês restabeleceu as comunicações marítimas com a China, libe- rou o comércio e o transporte de passageiros entre algumas de suas ilhas e o continente, mas recusa a proposta chinesa de “um país e dois sistemas”, ou seja, de integrar-se à China Popular mantendo seu sistema econômico capitalista. Vista de Hong Kong, China (2017). A N N A U TK IN A /S H U TT ER ST O C K Capítulo 13 – Japão e Tigres Asiáticos 197 https://www.youtube.com/watch?v=oPGfNIxjBLg https://drive.google.com/file/d/1g9uuHBBqTDecUK9BmWAL7Ga69eNfqaOj/view?usp=sharing https://mega.nz/file/jA5i0TaI#T5DIIyxSnaGk5okcBVMkxJ3GG5pqbTg7KyTPQio9Aso https://mega.nz/file/7dgQ1Z7K#IJFA0GyP4MUtxNv6a6wXJTlwAvX46ufVNHUy2UzcnH4 https://mega.nz/file/HUIRWYhQ#8C-WVr5N0-6NfTGnxIoVuHLTiefzoQSCTrZxh_dTu6s 198 – 3o BIMESTRE Coreia do Sul Por causa do relevo montanhoso do seu território, a Coreia do Sul, localizada em uma península, tem uma agricultura pouco desenvolvida, cuja produção é insuficiente para o abastecimento da população. A atividade industrial, portanto, é fundamental para a economia do país, com destaque para o setor de telecomuni- cações e para a produção de automóveis e eletroeletrônicos. O desenvolvimento econômico sul-coreano decorreu do modelo econômico que tornou o país uma plataforma de exportação, como ocorreu nos demais Tigres Asiáticos. Na base desse desenvolvimento, houve uma significativa liberação do comércio externo e a diminuição dos investimentos sociais do governo. A crise econômica mundial de 1997 atingiu a Coreia do Sul intensamente, levando à liquidação de bancos e à privatização de empresas estatais. Medidas de ajuste estrutural da economia, tomadas a partir de 1998, deram resultado, apesar de seu alto custo social. Incluíam grandes investimentos em educação e em infraestrutura, principalmente a ligada ao parque de pesquisa em ciência e tecnologia. O IDH da Coreia do Sul, em 2017, foi de 0,903, considerado muito elevado (o 22o na classificação dos países). Além disso, em 2016, quase 100% da população acima dos 15 anos era alfabetizada, e a média de anos de estudo da população era de 16,9 anos. Funcionários de empresa de alta tecnologia realizando testes em robô de passeio tripulado, controlado por piloto utilizando gestos de braços, em Seul, Coreia do Sul (2016). C H U N G S U N G -J U N /G ET TY IM A G ES Unidade VI – Ásia: China, Japão e Tigres Asiáticos198 https://mega.nz/file/nVhAyLRT#mrR6S9-y4PtZSoMIoKy_V-heJsv6jiBw1rV0KkOcxzg https://mega.nz/file/jZIHESoR#MDbAdSCy5lmAU_se1Bp3AXZuHIKsgohwyZukFbClrE0 https://mega.nz/file/6I5CUJTA#Vb9ABQqDibpM1BMErI_UkjiLWbUQKDWp1WSohMTFgYI https://mega.nz/file/nAI3GYCT#V_5XC0I8f-xQ8a03Ko-bOPnAbJOJOSkJqOuAMzKSH9M https://mega.nz/file/eIQX2KpK#JJFFXkOqumHlBPax4v46lGv62S7huTvW0BCOs1X8-wc COREIA DOSIJL IIO,tç .f O,tç c1NGAPU RA C. substiruição � de importação mercado inter MERCADO CONSUMIDOR INTERNO https://www.youtube.com/watch?v=HaFtwxpcgsI 186 O infográfico evidencia a prioridade dada à educação na sociedade sul-coreana. Acom- panhe os alunos na interpre- tação dos gráficos e dos textos. Estimule-os a comparar as prá- ticas pedagógicas e os dados sul-coreanos e brasileiros, pro- curando contrastá-los com a realidade local. Temas contemporâneos O conteúdo deste infográ- fico permite abordar os temas Vida Familiar e Social, Ciência e Tecnologia e Diversidade Cultural. Trabalhe a relação dos sul-coreanos com a edu- cação como uma caracterís- tica própria dessa sociedade, conferindo a especificidade na ampla diversidade cultu- ral que compõe as sociedades humanas. Discuta a presença e o uso de materiais tecno- lógicos como recursos peda- gógicos nas escolas coreanas. 186 Educação na Coreia do Sul Na Coreia do Sul, a educação é prioridade. O investimento em instituições de ensino, sobretudo no nível básico, foi um dos fatores responsáveis por reerguer o país após a Guerra da Coreia (1950-1953). Mais de seis décadas após o conflito, a Coreia do Sul figura entre os Estados de mais destaque no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), uma pesquisa que mede o desempenho escolar de jovens de 15 anos em todo o mundo, em diversas áreas do conhecimento. Investimentos O desenvolvimento da educação em um país depende do investimento do governo nesse setor. Entre os investimentos, destacam-se a formação e a remuneração de professores e a utilização de ferramentas e práticas pedagógicas adequadas e avançadas. Mesmo com uma destinação de recursos proporcionalmente menor, o gráfico aponta que três dos Tigres Asiáticos têm resultados melhores que os do Brasil em educação. Disputa A competitividade é um fator que estimula os alunos a se dedicar mais aos estudos, mas a pressão pelo bom desempenho pode trazer problemas psicológicos, como ansiedade e depressão. Para amenizá-los, o governo reduziu a quantidade de provas e passou a transmitir aulas pela TV aberta, com o objetivo de diminuir a frequência em hagwons. Avaliação internacional O PISA é realizado a cada três anos, por iniciativa da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Estudantes de 15 anos são avaliados em matemática, leitura e ciências. Os países que compõem os Tigres Asiáticos ficaram entre os primeiros colocados na avaliação feita em 2015. Investimento em educação (em % do PIB) – 2008-2013 Brasil e Tigres Asiáticos: classificação no PISA 2015 por área do conhecimento Matemática CiênciasLeitura Cingapura Hong Kong Taiwan Coreia do Sul Brasil 1o lugar 2o lugar 4o lugar 7o lugar 66o lugar 1o lugar 2o lugar 7o lugar 23o lugar 59o lugar 1o lugar 4o lugar 9o lugar 11o lugar 63o lugar INFOGRÁFICO Brasil Coreia do Sul Hong Kong Cingapura 0 6% 5% 3% 4% 2% 1% 7% 2008 2009 2010 2012 20132011 186 G RÁ FI CO : A D IL SO N S EC CO 187 187 IL U ST RA ÇÕ ES : L U IZ A U G U ST O B A RB O SA E JU BR A N Tecnologia A tecnologia de ponta é um dos pilares da economia sul- -coreana, e isso se reflete no ambiente escolar. Livros digitais e computadores auxiliam no aprendizado. Os alunos são encorajados a estudar em casa em plataformas digitais. Educação contínua Em 2014, 98% dos sul-coreanos entre 25 e 34 anos tinham concluído os estudos equivalentes aos do Ensino Médio. Cerca de 45% da população tinha diploma de ensino superior, enquanto a média mundial era de 33%. Professor valorizado Na Coreia do Sul, os professores de escolas públicas recebem até 82 mil dólares por ano. É a quarta maior média mundial (dados de 2015). As boas perspectivas salariais e a grande procura por profissionais estimulam os jovens a seguir a carreira de professor. Rotina intensa Sul-coreanos vão àescola 190 dias por ano (dez a menos que no Brasil). A maior parte dos estudantes coreanos também frequenta hagwons, instituições particulares que fornecem aulas extras à tarde e à noite. Combinadas, as jornadas chegam a 12 horas por dia. Fontes: OECD. Education GPS. Disponível em: <http://gpseducation.oecd.org/Home>; OECD. PISA. Disponível em: <https://www.oecd.org/pisa/>; OECD. Education at glance 2017. Disponível em: <https://www.oecd- ilibrary.org/education/education-at-a-glance-2017_eag-2017-en>; World Bank. Indicators. Disponível em: <https://data.worldbank.org/indicator/SE.XPD.TOTL.GD.ZS?view=chart>. Acessos em: 24 set. 2018. Interprete 1. Cite três fatores que contribuem para o bom desempenho da Coreia do Sul no PISA. Você considera que os três são positivos? Explique. Contextualize 2. Em sua opinião, seria possível o Brasil atingir desempenho educacional como o da Coreia do Sul por meio da adoção de políticas educacionais inspiradas no exemplo sul-coreano? 187 http://gpseducation.oecd.org/Home https://www.oecd.org/pisa/ https://www.oecd-ilibrary.org/education/education-at-a-glance-2017_eag-2017-en https://www.oecd-ilibrary.org/education/education-at-a-glance-2017_eag-2017-en https://data.worldbank.org/indicator/SE.XPD.TOTL.GD.ZS?view=chart 3o BIMESTRE – 199 atividades 1 Observe os mapas e responda às questões a seguir. a) De que assunto tratam os dois mapas? Verifique as informações que eles contêm e dê um título para cada um deles. b) Redija um parágrafo explicando de forma sucinta a relação existente entre os dois mapas. 2 Descubra o Tigre Asiático descrito em cada um dos itens a seguir. Escreva no caderno. a) A atividade industrial é de extrema importância para o país; seu relevo montanhoso impede um maior desenvolvimento da agricultura. b) O território foi alvo de muitas disputas entre chineses e japoneses até que, em 1949, tornou-se um Estado à parte, capitalista, com fugitivos do regime socialista implantado na China. c) É um dos maiores centros financeiros e de serviços do mundo. Foi devolvido à China em 1997, porém manteve sua estrutura de governo autônoma e seu sistema socioeconômico. d) Cidade-Estado membro da Comunidade Britânica das Nações. A maioria da população é de ori- gem chinesa, mas também composta de malaios, indianos, britânicos e japoneses, formando um mosaico cultural. 3 Faça a leitura do trecho a seguir. Na Ásia, a política invariavelmente sanciona o que a economia já sabe. O Século do Pacífico come- çou a conhecer seu DNA nos jardins do palácio presidencial de Bogos, Indonésia, em 15 de novembro de 1994, quando os príncipes dos 18 países da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), trajando descontraídas camisas de batik e sorvendo suco de tangerina, brindaram ao estabelecimento de total livre-comércio e investimentos no arco do Pacífico até no máximo 2020. [...] ESCOBAR, Pepe. 21: O século da Ásia. São Paulo: Iluminuras, 1997. p. 80-81. a) O texto menciona o uso da vestimenta típica da Indonésia (batik) por representantes de diferentes países em um mesmo evento. O que isso significa? b) Qual a importância do livre-comércio para os países desse grupo? Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 106. CO RR EN TE M ARÍTIM A D O J APÃO (qu en te ) O IA SI V O (f r i a) VENTOS ÚMIDOS (MONÇÃO) 40º N 140º L RÚSSIA COREIA DO SUL COREIA DO NORTE MAR DOJAPÃO (MAR DOLESTE) OCEANO PACÍFICO I. Hokkaido I. Honshu I. Kyushu I. Shikoku FUJI 3 776 m 1000 200 0 Altitude (metros) Pico 132º L 40º N 32º N 140º L Sapporo Nagoya OsakaKitakyushu Hiroshima RÚSSIA COREIA DO SUL MAR DO JAPÃO (MAR DO LESTE) OCEANO PACÍFICO Sendai Kyoto Kawasaki Kobe Tóquio Yokohama Fukuoka Menos de 50 1,0 a 5,0 Densidade demográfica (hab./km²) Cidades (população em milhões) Mais de 200 De 50 a 200 8,0 M A PA S: S O N IA V A Z NE LO SE S N NO SO 225 km NE LO SE S N NO SO 220 km Capítulo 13 – Japão e Tigres Asiáticos 199 • • • • • 200 – 3o BIMESTRE para refletir AS POLÍTICAS AMBIENTAIS ADOTADAS LOCALMENTE CONTRIBUEM DE FORMA EFETIVA PARA A DIMINUIÇÃO DOS IMPACTOS NO PLANETA TERRA? Apesar dos avanços verificados nas últimas décadas com relação à preservação e conser- vação do planeta Terra, as questões ambientais não são protagonistas nas políticas adotadas pelos países, evidenciando que ainda há um caminho longo a ser percorrido. A Ásia sofre com as mudanças ambientais em curso, enfrentando as consequências do aquecimento global e a perda de solos férteis em virtude das práticas agrícolas que degradam excessivamente a superfície terrestre. O mapa abaixo ilustra o Índice de Desempenho Ambiental elaborado pelas universidades de Columbia e Yale, nos Estados Unidos. Tal índice leva em consideração diversos aspectos, como qualidade do ar, recursos hídricos, agricultura, biodiversidade, pesca, clima, energia e desmata- mento. Nesse índice os valores variam entre 0 e 100, sendo que, quanto mais próximo de 100, mais perto da meta ambiental. Observe os valores registrados para diversas regiões do mundo. PLANISFÉRIO: ÍNDICE DE DESEMPENHO AMBIENTAL (2016) Elaborado com base em dados obtidos em: NASA. SEDAC. Disponível em: <http://sedac.ciesin. columbia.edu/downloads/maps/epi/epi-environmental-performance-index-2016/epi2016-ev-climate- energy.jpg>. Acesso em: 25 mar. 2018. 025-NOVA-m-PROJGEO9-L02-U06-G No que se refere ao desmatamento, alguns países abrigam pequenas parcelas de florestas primárias, demonstrando que, ao longo do processo histórico, a manutenção da cobertura vegetal não foi uma verdadeira preocupação das autoridades. O mapa da página seguinte demonstra os percentuais de florestas primárias em diferentes regiões do mundo. O desmatamento é uma das causas das mudanças climáticas globais. Levando em consi- deração que a retirada da cobertura vegetal em um determinado país é capaz de influenciar as condições ambientais do país vizinho, como pensar em políticas locais, já que muitos impactos ambientais são globais? Leia o trecho da entrevista na próxima página. EQUADOR CÍRCULO POLAR ÁRTICO CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO M ER ID IA N O D E G R EE N W IC H TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER 0° 0° Índice De 23,83 a 57,12 De 57,13 a 72,77 De 72,78 a 80,59 De 80,60 a 88,91 De 88,92 a 99,24 Sem dados OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO NE LO SE S N NO SO 3 060 km 200 http://sedac.ciesin.columbia.edu/downloads/maps/epi/epi-environmental-performance-index-2016/epi2016-ev-climate-energy.jpg http://sedac.ciesin.columbia.edu/downloads/maps/epi/epi-environmental-performance-index-2016/epi2016-ev-climate-energy.jpg http://sedac.ciesin.columbia.edu/downloads/maps/epi/epi-environmental-performance-index-2016/epi2016-ev-climate-energy.jpg 3o BIMESTRE – 201 A preocupação ambiental é tão desigual quanto a distribuição de renda Para Claudio Felisoni, da USP, os países mais desenvolvidos e as regiões mais ricas do Brasil pre- cisam suportar o custo do ajuste ecológico [...] Com as mudanças climáticas é necessária a adoção de padrões de produção e con- sumo sustentável. O que isso significa no cenário mundial para países desenvolvidos e subdesenvolvidos? Claudio Felisoni – Cobrar dos menos favorecidos um comportamento semelhante àque- le que os mais abastados têm condições de ter é incoerente. As coisas não são assim. Infelizmente, não só a economia brasileira como a mundial têm uma distribuição muito desigual com relação aos benefícios do desenvolvimento econômico. Para que se possa co- locar essas questões ambientais em patamar de importância em que efetivamente merecem estar, presentes no cenário global, é preciso ter uma sociedade com distribuição mais justa de riquezas. Até porque nós todos habitamos o mesmo planeta. Isso significa que países mais desenvolvidose regiões do Brasil mais ricas precisam suportar o ônus, custo gerado nesse processo de ajuste, maior. Desse modo, é possível integrar os menos favorecidos num esforço conjunto de preservação. GALVÃO, Desirêe. A preocupação ambiental é tão desigual quanto a distribuição de renda. Época, 30 jun. 2017. Disponível em: <https://epoca.globo.com/ciencia-e-meio-ambiente/blog-do-planeta/ noticia/2017/06/preocupacao-ambiental-e-tao-desigual-quanto-distribuicao-de-renda.html>. Acesso em: 25 mar. 2018. 1 Quais países apresentam elevados índices de desempenho ambiental e de florestas pri- márias? Compare os países asiáticos com as outras regiões do mundo. 2 De acordo com o que foi discutido, como devem ser as políticas ambientais para que haja efetivamente a diminuição dos impactos no planeta Terra? EQUADOR CÍRCULO POLAR ÁRTICO M ER ID IA N O D E G R EE N W IC H TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO TRÓPICO DE CÂNCER 0° 0° OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO OCEANO GLACIAL ÁRTICO Floresta primária (em %) Menos de 2,52 De 2,52 a 10,25 De 10,25 a 24,91 De 24,91 a 50,37 Mais de 50,37 Sem dados PERCENTUAIS DE FLORESTAS PRIMÁRIAS (2015) Elaborado com base em dados obtidos em: FAO. Disponível em: <http://www.fao.org/ faostat/en/#data/EL/ visualize>. Acesso em: 25 mar. 2018. SO N IA V A Z NE LO SE S N NO SO 3 425 km 201 Questões para autoavaliação Nesta Unidade, as questões sugeridas para autoavalia- ção – e que também podem ser utilizadas, a seu critério, para o diagnóstico do grau de aprendizagem dos estu- dantes – são as seguintes: 1. Como a China se tornou uma das economias mais im- portantes do século XXI? 2. Quais os interesses da China em outras regiões do mundo, como a África, por exemplo? 3. Quais as consequências ambientais do modelo de desenvolvimento chinês? 4. Como o Japão venceu a sua pouca disponibilidade de espaço e recursos naturais para se tornar uma das maio- res economias do mundo? 5. Quais as características dos chamados Tigres Asiáticos? No Manual do Professor – Digital poderá ser acessada uma Proposta de Acompa- nhamento da Aprendiza- gem dos estudantes, com questões abertas e de múlti- pla escolha e ficha para re- gistro de desempenho deles neste terceiro bimestre. https://epoca.globo.com/ciencia-e-meio-ambiente/blog-do-planeta/noticia/2017/06/preocupacao-ambiental-e-tao-desigual-quanto-distribuicao-de-renda.html https://epoca.globo.com/ciencia-e-meio-ambiente/blog-do-planeta/noticia/2017/06/preocupacao-ambiental-e-tao-desigual-quanto-distribuicao-de-renda.html http://www.fao.org/faostat/en/#data/EL/visualize http://www.fao.org/faostat/en/#data/EL/visualize http://www.fao.org/faostat/en/#data/EL/visualize
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