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Módulo I de Ética e Design

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DESCRIÇÃO
A conduta ética como norteadora da prática profissional em design. A regulamentação da
profissão e o código de ética internacional dos designers. Aplicação da legislação referente à
Propriedade Intelectual, à Propriedade Industrial e ao Direito Autoral na criação em design.
Registro e proteção das criações em Design. O Marco Civil da Internet e sua relação com o
trabalho do designer.
PROPÓSITO
Conhecer os aspectos referentes à regulamentação da profissão, o conceito de Propriedade
Intelectual, a legislação referente à Propriedade Industrial e ao Direito Autoral e o Marco Civil
da Internet, pois fornecerá bases para uma conduta ética em sua vida profissional.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos a Lei do Direito Autoral (Lei nº 9.610),
a Lei da Propriedade Industrial (Lei nº 9.279), e a Lei do Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965).
Todas estão disponíveis no site do Governo Federal.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar a importância da aplicação da ética na prática profissional em design
MÓDULO 2
Empregar os princípios da propriedade intelectual e da Lei do Direito Autoral aos projetos de
design
MÓDULO 3
Aplicar as normas estabelecidas pelo Marco Civil da Internet a projetos de design
INTRODUÇÃO
Neste tema, você vai aprender algumas questões legais que interferem na criação em design.
Começaremos pelo conceito de ética e pela sua aplicação pelo designer, estudando questões
relativas à regulamentação da profissão e analisando o código de ética internacional de design.
A seguir, abordaremos o Direito Autoral, a Propriedade Intelectual e a Propriedade Industrial e
você conhecerá as normas para registro e proteção das criações em design.
Finalmente, conheceremos a lei do Marco Civil da Internet e os seus impactos no design.
MÓDULO 1
 Identificar a importância da aplicação da ética na prática profissional em design
O QUE É ÉTICA
Você já parou para se perguntar o que é ética? A princípio, pode parecer uma pergunta
simples. No entanto, “a ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não
são fáceis de explicar quando alguém pergunta” (VALLS, 1994, p. 7).
Isso acontece justamente por causa da sua relevância. A ética é parte integrante das nossas
vidas, e todos os dias nos deparamos com questões relativas a ela. Por exemplo, se você vai
ao mercado e, na hora de pagar suas compras, decide esperar na fila em vez de passar à
frente dos outros consumidores, você toma uma decisão baseada na ética. É errado furar fila.
Logo, você espera a sua vez.
 
Imagem: Shutterstock.com, adaptada por LerikLopes
Se a ética define as nossas decisões cotidianas, ela também diz respeito a diversos aspectos
vida profissional e às decisões que tomamos no ambiente trabalho. E, para ser um bom
designer e se destacar no mercado, você deve agir eticamente. Para tal, é importante primeiro
entender bem o que é a ética.
A preocupação com o estudo da ética não é de hoje, ela vem desde os filósofos da Grécia
Antiga. O termo vem do grego ethos, que significa modo de ser ou caráter. Já a palavra
moral, que se relaciona intimamente com a ética, vem do vocábulo latino moralis, cujo
significado é relativo aos costumes.
 SAIBA MAIS
De acordo com o dicionário digital Michaelis, ética pode ser definida como “ramo da Filosofia
que tem por objetivo refletir sobre a essência dos princípios, valores e problemas
fundamentais da moral, tais como a finalidade e o sentido da vida humana, a natureza do
bem e do mal, os fundamentos da obrigação e do dever, tendo como base as normas
consideradas universalmente válidas e que norteiam o comportamento humano”. Ou
ainda, aproximando a definição do sentido que empregamos coloquialmente, o dicionário
apresenta a ética como um “conjunto de princípios, valores e normas morais e de conduta
de um indivíduo ou de grupo social ou de uma sociedade”.
Podemos compreender a ética como o estudo dos assuntos morais e dos modos de agir dos
seres humanos. Esse ramo da Filosofia reflete sobre a determinação do que é certo e errado,
do que é bom ou mau, de acordo com um conjunto de normas e valores que são adotados por
uma sociedade situada em determinado momento histórico.
Em dado contexto social, um indivíduo deve agir de acordo com os valores e a moral vigente
para que as suas ações sejam consideradas éticas. A ética influencia as decisões cotidianas;
frequentemente, as pessoas passam por dilemas éticos.
De acordo com o filósofo Mario Sérgio Cortella, “a ética é um conjunto de princípios e
valores que você usa para responder às três grandes perguntas da vida humana: Quero?
Devo? Posso?” (CORTELLA, 2020).
 
Imagem: Shutterstock.com, adaptada por David Lima e LerikLopes
Isso significa que, frequentemente, passamos por dilemas éticos. Há coisas que queremos,
mas não devemos fazer. Há aquelas que devemos, mas não podemos. E há ainda as coisas
que podemos, mas não queremos.
[...] TODAS AS VEZES QUE AQUILO QUE VOCÊ QUER
NÃO É AQUILO QUE VOCÊ DEVE; TODAS AS VEZES
QUE AQUILO QUE VOCÊ DEVE NÃO É O QUE VOCÊ
PODE; TODAS AS VEZES QUE AQUILO QUE VOCÊ
PODE NÃO É O QUE VOCÊ QUER, VOCÊ VIVE UM
CONFLITO, QUE MUITAS VEZES É UM DILEMA.
(CORTELLA, 2020)
Diante dessas situações conflitantes, para tomarmos nossas decisões, nós recorrermos aos
nossos valores morais e a alguns códigos que estabelecem normas gerais e regem nossas
condutas individuais. Entre esses códigos estão as leis – o Código Civil e o Código Penal – e
os códigos de ética profissionais e institucionais.
O QUE É UM CÓDIGO DE ÉTICA
O código de ética expõe os princípios e a missão de determinada empresa, de uma instituição
ou de uma categoria profissional. Ele é um acordo que estabelece direitos e deveres que
devem ser seguidos pelas pessoas que trabalham na empresa ou instituição ou pelas pessoas
que exercem a profissão.
De modo geral, os códigos de ética se baseiam na legislação vigente no país em que é criado
e nas leis trabalhistas. Eles têm a função de proteger de práticas pessoais ou comerciais que
podem ser prejudiciais tanto o trabalhador e a empresa como o cliente.
O código de ética de uma empresa
É feito para destacar os valores que devem ser praticados na corporação. Ele vai, portanto,
estabelecer suas normas de funcionamento e o comportamento esperado das pessoas que
nela atuam.

O código de ética profissional
É um documento que reúne um conjunto de normas éticas que devem ser seguidas no
exercício de certa profissão.
O primeiro código de ética profissional da América do Sul foi aprovado no Brasil pelo Instituto
dos Advogados de São Paulo, em 1921 (OAB-SP, 2020). De lá para cá, muitas outras
categorias profissionais também estabeleceram suas próprias normas de conduta. Esses
códigos costumam ser elaborados pelos conselhos, que representam e fiscalizam a atuação
dos profissionais. Por exemplo, o código brasileiro de ética médica foi elaborado pelo Conselho
Federal de Medicina, que também representa os médicos e fiscaliza se eles estão atuando de
acordo com as normas em vigor.
REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DE
DESIGNER
A profissão de designer ainda não é regulamentada no Brasil. O que significa que não existe
um registro profissional oficial de designer. Diferentes projetos de lei já foram elaborados na
tentativa de finalmente tornar a profissão regulamentada. O que chegou mais próximo da
aprovação foi o projeto de lei nº 24, de 2013.
Essa proposta previa que apenas profissionais com curso superior ou aqueles que tivessem
experiência mínima de três anos até a data da publicação da lei poderiam exercer a profissão e
o fruto do trabalho do designer passaria a ser oficialmente protegido pela Lei dos Direitos
Autorais (Lei 9.610/1998).
Em 2015, o projeto foi vetado pela Presidência da República porque avaliou-se que ele era
inconstitucional, já que a Constituição Federal garante o livre exercício de qualquer trabalho,
ofício ou profissão, só permitindo a imposição de restrições quando há a possibilidadede
ocorrer dano à sociedade em virtude de má atuação profissional.
O tema vem sendo alvo de debates e polêmicas porque alguns profissionais são contra e
outros a favor da regulamentação.
Aqueles que são contra, argumentam que ela fere a livre concorrência, pois impediria o
cliente de contratar quem ele deseja ao restringir as suas opções aos profissionais com
diploma. Segundo eles, a própria concorrência no mercado se encarrega de eliminar os maus
profissionais de design, portanto, o Estado deve encarregar-se de supervisionar apenas as
profissões que coloquem as pessoas em risco, o que não seria o caso do design.
Os defensores da regulamentação sustentam que ela vai resultar na redução da concorrência
desleal com profissionais menos preparados e com menos conhecimento e que,
consequentemente, cobram valores mais baixos pelo trabalho. Os que torcem pela
regulamentação preveem que, com ela, haverá o aumento dos benefícios trabalhistas,
melhores salários, maior responsabilidade técnica pelas atividades realizadas, mais punições
por má condita profissional mediante o aumento da fiscalização e, além disso, a criação de
“novos códigos de conduta e padrões éticos para o bom exercício da profissão” (ROCHA,
2018).
ÉTICA NO DESIGN
Como não há regulamentação da profissão de designer no Brasil, logo, não existe um conselho
federal responsável por elaborar um código de ética e por fiscalizar a conduta dos designers.
No entanto, isso não significa que não existam parâmetros que guiem a atuação desses
profissionais. Algumas instituições que têm como função proteger e promover os interesses
dos profissionais de design criaram códigos de ética.
Em 2001, foi publicada a última versão do Código de Ética Internacional de Designers, um
documento elaborado conjuntamente por:
World Design Organization ((WDO)) , em português, Organização Mundial de Design.
Na época, o órgão chamava-se 
International Council of Societies of Industrial Design ((ICSID)) , que significa Conselho
Internacional de Sociedades de Design Industrial;
International Council of Graphic Design Associations ((ICOGRADA)) , que significa
Conselho Internacional de Associações de Design Gráfico;
International Federation of Interior Designers ((IFI)) , que significa Federação
Internacional de Designer de Interiores.
O objetivo desse código é estabelecer uma base internacional de princípios éticos relacionados
à prática do design em todo o mundo. Segundo o documento, o designer deve, com seu
trabalho, suprir necessidades humanas por meio da sua competência, da sua criatividade e do
seu método.
Deve também ser sensível às prioridades sociais e culturais, seguindo princípios íntegros que
demonstrem o respeito pela profissão, pelos colegas de trabalho, pelos clientes, pelos
consumidores e pela sociedade como um todo (WDO, s.d.).
O código está dividido em cinco artigos e, a seguir, conheceremos os principais tópicos de
cada um deles.
ARTIGO 1: BENEFICIAR O CLIENTE
A responsabilidade final dos designers industriais com seus clientes deve ser realizada com o
fornecimento de designs apropriados e originais, que representem valor e benefício para seus
clientes, para os clientes dos clientes e para o público em geral, ao mesmo tempo que atendam
aos objetivos éticos e comerciais dos clientes.
Reconhecimento dos objetivos do
cliente
Respeito pela confidencialidade do cliente
Clareza dos acordos contratuais
Reconhecimento de conflitos
pessoais/profissionais
Aumento da eficiência por meio da aplicação efetiva da tecnologia digital na prática do
projeto
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
RECONHECIMENTO DOS OBJETIVOS DO
CLIENTE
O designer deve trabalhar para promover os interesses de seus clientes de curto e longo
prazos, fornecendo os seguintes itens: 
• Atenção aos objetivos estratégicos, econômicos e técnicos; 
• Projetos adequados, competitivos e de alta qualidade; 
• Melhores práticas profissionais; 
• Meios de produção eficientes, econômicos e ambientalmente corretos; 
• Práticas comerciais honestas.
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RESPEITO PELA CONFIDENCIALIDADE DO
CLIENTE
O designer deve manter confidencialidade absoluta em todas as questões relativas à
tecnologia, estratégia, organização e aos negócios de um cliente e sobre qualquer outro
assunto que seja definido como confidencial, a menos que seja expressamente
autorizado pelo contratante a divulgar tais informações, ou se essas informações
passarem a ser de domínio público.
CLAREZA DOS ACORDOS CONTRATUAIS
Antes de aceitar um trabalho, o designer deve definir claramente a base sobre a qual sua
remuneração total é calculada.
RECONHECIMENTO DE CONFLITOS
PESSOAIS/PROFISSIONAIS
O designer não assumirá ou aceitará conscientemente uma posição na qual seus
interesses pessoais entrem em conflito com seu dever profissional. Caso se encontre em
tal posição, o designer deverá informar ao cliente sobre esses conflitos.
AUMENTO DA EFICIÊNCIA POR MEIO DA
APLICAÇÃO EFETIVA DA TECNOLOGIA
DIGITAL NA PRÁTICA DO PROJETO
O designer deve aplicar a tecnologia para melhorar a qualidade do projeto e reduzir os
riscos associados ao seu desenvolvimento.
ARTIGO 2: BENEFICIAR O USUÁRIO
Os designers devem reconhecer sua contribuição para o bem-estar social, individual e material
do público em geral, principalmente no que diz respeito à saúde e à segurança. Eles não
devem agir conscientemente de forma prejudicial ou contraditória a esse bem-estar.
Os designers devem defender e considerar cuidadosamente as necessidades de todos os
usuários em potencial, incluindo aqueles com diferentes habilidades, como idosos e deficientes
físicos.
Nesse sentido, os designers necessitam pensar em toda a cadeia de valor, desde a produção
até a venda e o uso do produto. Os designers devem perceber que a humanização da
tecnologia, a usabilidade e a fruição do produto fazem parte de sua responsabilidade.
 
Foto: Shutterstock.com
ARTIGO 3: PROTEGER O ECOSSISTEMA DA
TERRA
Em última análise, a qualidade de vida das gerações atuais e futuras só pode ser protegida se
o ecossistema mundial puder ser salvaguardado. Consequentemente, os designers devem
adotar os seguintes princípios de gestão ambiental:
Advogar para produtos e serviços
seguros
Proteção da biosfera
Uso sustentável dos recursos naturais
Redução de resíduos e aumento da
reciclagem
Uso racional de energia Uso de novas tecnologias
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
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ADVOGAR PARA PRODUTOS E SERVIÇOS
SEGUROS
Designers defenderão perante seus clientes o desenvolvimento de ambientes, paisagens,
produtos e embalagens que minimizem os danos ambientais e sejam seguros para uso
por todas as pessoas.
PROTEÇÃO DA BIOSFERA
Os designers devem procurar minimizar a liberação de qualquer poluente que possa
colocar em risco a vida, o ar, a água ou a terra.
USO SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS
NATURAIS
Os designers devem se esforçar para especificar processos e materiais que sejam
provenientes de recursos naturais sustentáveis e/ou renováveis. Os designers devem
compartilhar informações que ajudem seus colegas a fazer as melhores escolhas na
especificação de materiais e processos.
REDUÇÃO DE RESÍDUOS E AUMENTO DA
RECICLAGEM
Os designers tentarão minimizar o desperdício. Para tal, eles devem projetar para
durabilidade, adaptabilidade, reparo e reciclagem dos produtos.
USO RACIONAL DE ENERGIA
Os designers devem adotar meios de produção e operação que economizem energia,
sempre que possível.
USO DE NOVAS TECNOLOGIAS
Os designers devem estar continuamente informados sobre as possibilidades oferecidas
pelas novas tecnologias e utilizá-las para elaborar novos projetos que economizem
recursos.
ARTIGO 4: ENRIQUECER A IDENTIDADE
CULTURAL
Os designersindustriais reconhecem que os ambientes, objetos e serviços criados como
resultado do processo de design refletem e ajudam a definir a identidade cultural das nações e
de grupos distintos dentro das nações. Os designers devem se esforçar para incorporar e
promover as tradições culturais de suas sociedades nacionais, ao mesmo tempo em que
incorporam as melhores características dos princípios e padrões internacionais de design.
ARTIGO 5: BENEFÍCIO DA PROFISSÃO
Os designers devem promover o contínuo desenvolvimento e respeito pela própria profissão.
Para tal, eles devem:
Advogar para práticas profissionais de negócios
Apoiar o desenvolvimento contínuo da profissão
Congruência da imagem profissional
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
ADVOGAR PARA PRÁTICAS PROFISSIONAIS
DE NEGÓCIOS
Essas práticas serão fortalecidas pela aplicação dos seguintes princípios: 
• O avanço profissional será baseado principalmente na qualidade do trabalho de design
e não à custa de outros designers; 
• Nenhum trabalho será realizado a convite de um cliente sem o pagamento adequado, a
menos que para uma organização de caridade ou sem fins lucrativos; 
• O cliente será notificado com antecedência, quando um designer puder se beneficiar
financeiramente (por meio de associação com qualquer empresa, firma ou negócio) de
quaisquer indicações feitas por ele durante a realização de um projeto; 
• Quando solicitado a indicar o trabalho de outros profissionais de design, o designer não
aceitará nenhum pagamento dos colegas por ele indicados.
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APOIAR O DESENVOLVIMENTO CONTÍNUO
DA PROFISSÃO
 
Esse apoio deve acontecer por meio de: 
• Criação de oportunidades para aplicação das habilidades de design a projetos
desafiadores; 
• Reconhecimento justo pelo trabalho realizado; 
• Busca de oportunidades para mais qualificação profissional; 
• Práticas de trabalho respeitáveis e remuneração justa a colegas, subcontratados,
fornecedores e com quem os quais o trabalho foi realizado; 
• Endosso de (e, quando possível, participação em) atividades e programas que visem
aprimorar a profissão de design, seja por organizações profissionais, instituições de
ensino ou órgãos legislativos.
CONGRUÊNCIA DA IMAGEM PROFISSIONAL
A divulgação das suas habilidades refletirá de forma consistente os seus objetivos
profissionais e incluirá apenas declarações factuais e verdadeiras e, quando apropriado,
críticas objetivas e construtivas.
O CONCEITO DE ÉTICA NA FILOSOFIA
O especialista Hely Júnior faz um aprofundamento sobre o conceito de ética na filosofia,
abordando as doutrinas éticas e a diferença entre ética e moral.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ESTUDAMOS O CONCEITO DE ÉTICA E A SUA RELEVÂNCIA.
ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CONTÉM A AFIRMATIVA QUE
CORRESPONDE CORRETAMENTE AO APRESENTADO ACERCA DO
CONCEITO.
A) A ética é uma preocupação recente entre os filósofos.
B) A ética é parte integrante das nossas vidas apenas em momentos específicos do nosso
cotidiano.
C) A ética define nossos modos de agir no cotidiano, exceto no âmbito profissional.
D) A ética determina o que é considerado certo e errado, e essas noções não variam conforme
o contexto social e a época.
E) A ética é um ramo da filosofia que estuda assuntos morais e os modos de agir dos seres
humanos.
2. ANALISE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR SOBRE A APLICAÇÃO DA ÉTICA
NO DESIGN E ÚLTIMA VERSÃO DO CÓDIGO DE ÉTICA INTERNACIONAL
DE DESIGNERS. 
 
I. COMO NÃO HÁ REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DE DESIGNER NO
BRASIL, NÃO EXISTEM PARÂMETROS QUE GUIEM A ATUAÇÃO DE
PROFISSIONAIS DE DESIGN. 
 
II. O CÓDIGO DE ÉTICA ELABORADO PELA WORLD DESIGN
ORGANIZATION É VOLTADO PARA A PRÁTICA PROFISSIONAL
DESIGNERS DE TODO O MUNDO. 
 
III. DE ACORDO COM O DOCUMENTO, O DESIGNER DEVE PROCURAR
UTILIZAR MÉTODOS E PROCESSOS QUE SEJAM POUCO NOCIVOS AO
MEIO AMBIENTE. 
 
IV. É RECOMENDADO QUE O DESIGNER TRABALHE GRATUITAMENTE
PARA FORTALECER SEU NOME NO MERCADO. 
 
É CORRETO O QUE SE AFIRMA EM:
A) I e IV, apenas.
B) II e III, apenas.
C) I, II e III, apenas.
D) II, III e IV, apenas.
E) I, II, III e IV.
GABARITO
1. Estudamos o conceito de ética e a sua relevância. Assinale a alternativa que contém a
afirmativa que corresponde corretamente ao apresentado acerca do conceito.
A alternativa "E " está correta.
 
A preocupação com o estudo da ética não é recente, ela vem desde os filósofos da Grécia
Antiga. A ética é parte integrante das nossas vidas o tempo todo, norteando nossas ações
cotidianas, inclusive no âmbito profissional. A ética determina o que é considerado certo e
errado, e essas noções variam conforme o contexto social e a época.
2. Analise as afirmativas a seguir sobre a aplicação da ética no design e última versão do
Código de Ética Internacional de Designers. 
 
I. Como não há regulamentação da profissão de designer no Brasil, não existem
parâmetros que guiem a atuação de profissionais de design. 
 
II. O Código de Ética elaborado pela World Design Organization é voltado para a prática
profissional designers de todo o mundo. 
 
III. De acordo com o documento, o designer deve procurar utilizar métodos e processos
que sejam pouco nocivos ao meio ambiente. 
 
IV. É recomendado que o designer trabalhe gratuitamente para fortalecer seu nome no
mercado. 
 
É correto o que se afirma em:
A alternativa "B " está correta.
 
A afirmativa I é incorreta: não há regulamentação da profissão de designer no Brasil, mas isso
não significa que não existam parâmetros que guiem a atuação dos designers, visto que os
códigos de ética e a legislação vigente o fazem; a afirmativa II é correta: o objetivo do código
criado pela WDO é estabelecer uma base internacional de princípios éticos relacionados à
prática do design em todo o mundo; a afirmativa III é correta: o artigo 3 do Código versa sobre
a proteção do ecossistema da Terra; a afirmativa IV é incorreta: de acordo com o artigo 5 do
Código, “nenhum trabalho será realizado a convite de um cliente sem o pagamento adequado,
a menos que para uma organização de caridade ou sem fins lucrativos”.
MÓDULO 2
 Empregar Os Princípios Da Propriedade Intelectual E Da Lei Do Direito Autoral Aos
Projetos De Design
O QUE É DIREITO?
Para entendermos como funciona o Direito autoral em Design, é preciso, inicialmente,
compreender o que é o Direito: é importante para os profissionais do design conhecerem
alguns conceitos que impactam a atividade.
 
Imagem: Shutterstock.com
O termo direito vem da palavra latina directum, que significa “reto, no sentido de retidão, o
certo, o correto, o mais adequado”. Podemos dizer que, conceitualmente, o Direito seria a
determinação daquilo que é mais adequado para uma pessoa, levando em conta que, como
vivemos em comunidade, ele deve compreender fundamentalmente o interesse da coletividade
(DA SILVA, s.d.).
Nesse sentido, podemos definir o Direito como um sistema normativo, ou seja, um conjunto de
regras e princípios que orientam o comportamento dos indivíduos em um determinado contexto
social. Isso significa que o Direito não é apenas um conjunto de regras escritas ou um conjunto
de leis, antes disso, ele é um conjunto de valores que representam retidão e aquilo que é
considerado como certo em uma sociedade.
 VOCÊ SABIA
Desse modo, independentemente dos códigos legislativos, o Direito faz parte do nosso
inconsciente. Por exemplo, sabemos que temos o direito a determinadas coisas, como
caminhar pela rua sem que ninguém viole a nossa integridade física. Do mesmo modo,
sabemos que não temos direito de pegar algo de alguém sem que nos seja dada permissão.
Essas são fatos aceitos como regra pela maioria dos indivíduos e, assim, consideradas válidas
e certas. É o Direito, com seus códigos e leis, que sistematiza esses valores e costumes,
transformados em normas de comportamento.
Estamos falando aqui de direito subjetivo e direito objetivo. Segundo o portal DireitoNet (2006):Direito objetivo
É o “conjunto de normas jurídicas direcionadas e impostas a todos pelo Estado”.

Direito subjetivo
É a nossa faculdade de agir ou não conforme essas regras, que são impostas e internalizadas.
Para compreender melhor, vamos a mais um exemplo. Sabemos, subjetivamente, que não é
correto, nem ético copiar integral ou parcialmente o projeto que foi elaborado por outro
designer. Se agirmos eticamente, não o faremos. Entretanto, apesar de o design, como já
vimos, carecer de regulamentação e codificação, caso alguém copie um projeto seu, você pode
objetivamente recorrer às leis do Direito Autoral e da Propriedade Intelectual e acionar
judicialmente o seu plagiador.
DIREITO DE PROPRIEDADE E
PROPRIEDADE INTELECTUAL
O direito à propriedade é, com certeza, um direito subjetivo fortemente consolidado em nosso
imaginário. Além de fazer parte do inconsciente de todos, ele é a base que fundamenta o modo
de produção capitalista. De acordo com a Constituição Federal de 1988, a propriedade é um
direito fundamental garantido pelo inciso XXII do artigo 5o.
[...] A RELAÇÃO JURÍDICA FORMAL ESTABELECIDA
ENTRE O PROPRIETÁRIO DE UMA COISA E OS NÃO
PROPRIETÁRIOS. PROPRIEDADE É A TITULARIDADE
FORMAL DE UM BEM. PROPRIEDADE É A RELAÇÃO
JURÍDICA COMPLEXA FORMADA ENTRE O TITULAR
DE UM BEM E A COLETIVIDADE DE PESSOAS NÃO
PROPRIETÁRIAS.
(ESCOLA BRASILEIRA DE DIREITO, S.d.)
A propriedade pode ser material ou imaterial.
MATERIAL
É corpórea, tangível, palpável, como uma casa, um carro, um computador ou uma roupa.
IMATERIAL
Não tem uma forma física, ou seja, é intangível e abrange os direitos intelectuais sobre
algo.
As duas não são desvinculadas, até porque acessamos os conteúdos imateriais por meio de
coisas materiais. Ouvimos uma música, que é imaterial, por meio do aparelho de som ou do
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celular. Você pode comprar um quadro, que é algo material, mas não compra junto o direito à
sua reprodução, já que a propriedade intelectual sobre aquela obra não lhe pertence.
DIREITO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL
É o ramo do Direito que diz respeito às propriedades intelectuais dos indivíduos. De acordo
com a convenção que institui a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI),
Propriedade Intelectual pode ser definida como:
[...] A SOMA DOS DIREITOS RELATIVOS ÀS OBRAS
LITERÁRIAS, ARTÍSTICAS E CIENTÍFICAS, ÀS
INTERPRETAÇÕES DOS ARTISTAS INTÉRPRETES, ÀS
EXECUÇÕES DOS ARTISTAS INSTRUMENTISTAS, AOS
FONOGRAMAS E ÀS EMISSÕES DE RADIODIFUSÃO,
ÀS INVENÇÕES EM TODOS OS DOMÍNIOS DA
ATIVIDADE HUMANA, ÀS DESCOBERTAS
CIENTÍFICAS, AOS DESENHOS E MODELOS
INDUSTRIAIS, ÀS MARCAS INDUSTRIAIS,
COMERCIAIS E DE SERVIÇOS, BEM COMO ÀS FIRMAS
COMERCIAIS E DENOMINAÇÕES COMERCIAIS, À
PROTEÇÃO CONTRA A CONCORRÊNCIA DESLEAL, E
A TODOS OS OUTROS DIREITOS INERENTES À
ATIVIDADE INTELECTUAL NOS DOMÍNIOS
INDUSTRIAL, CIENTÍFICO, LITERÁRIO E ARTÍSTICO.
(MENCHISE; FERREIRA, 2014)
 
Imagem: Shutterstock.com
 O Direito de Propriedade Intelectual protege a propriedade imaterial.
Segundo Menchise e Ferreira (2014), o Direito de Propriedade Intelectual se divide em duas
grandes áreas: Propriedade Industrial e Direito Autoral.
PROPRIEDADE INDUSTRIAL
Voltado para a utilidade das criações no âmbito empresarial e comercial, cuja propriedade é
estabelecida por meio de patente e/ou marca de um produto.
DIREITO AUTORAL
É o tipo de propriedade intelectual que cuida da proteção da criação e da utilização de obras
intelectuais estéticas na literatura, nas artes ou na ciência.
Conhecer os dois ramos da Propriedade Intelectual é fundamental para a atividade dos
designers. Isso porque esses profissionais criam tanto marcas e produtos com funcionalidades,
como artefatos e obras dotados de qualidades criativas e estéticas.
DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL
O primeiro caso registrado de concessão de propriedade industrial aconteceu na França, na
cidade de Bordeaux no ano de 1236, quando foi concedido a uma tecelagem o privilégio
exclusivo para tecer e tingir tecidos de lã. Já a primeira lei foi criada em 1474, em Veneza, que
era um dos mais importantes portos comerciais da Europa.
No entanto, foi só no século XIX, em 1883, com o aumento de inventos em decorrência da
Revolução Industrial, que a Convenção de Paris se reuniu pela primeira vez, visando à
harmonização internacional do sistema de propriedade industrial. No Brasil, a primeira lei de
marcas e patentes surgiu em 1875. Quase cem anos depois, em 1970, foi criado o Instituto
Nacional da Propriedade Industrial, o INPI (ROBLEDO, 2014). Até hoje, o INPI é o órgão
nacional responsável por:
[...] EXECUTAR, NO ÂMBITO NACIONAL, AS NORMAS
QUE REGULAM A PROPRIEDADE INDUSTRIAL, TENDO
EM VISTA A SUA FUNÇÃO SOCIAL, ECONÔMICA,
JURÍDICA E TÉCNICA, BEM COMO PRONUNCIAR-SE
QUANTO À CONVENIÊNCIA DE ASSINATURA,
RATIFICAÇÃO E DENÚNCIA DE CONVENÇÕES,
TRATADOS, CONVÊNIOS E ACORDOS SOBRE
PROPRIEDADE INDUSTRIAL. ENTRE OS SERVIÇOS
PRESTADOS PELO INSTITUTO, ESTÃO OS
REGISTROS DE MARCAS, DESENHOS INDUSTRIAIS,
INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS, PROGRAMAS DE
COMPUTADOR E TOPOGRAFIAS DE CIRCUITOS
INTEGRADOS, AS CONCESSÕES DE PATENTES E AS
AVERBAÇÕES DE CONTRATOS DE FRANQUIA E DAS
DISTINTAS MODALIDADES DE TRANSFERÊNCIA DE
TECNOLOGIA. EM SÍNTESE, O REGISTRO DE ATIVOS
DE PROPRIEDADE INTELECTUAL CONSTITUI A
RAZÃO DE SER DO INPI.
(INPI, s.d.)
O INPI é responsável, portanto, pela concessão de patentes às invenções e aos modelos de
utilidade e de registros aos desenhos industriais e às marcas. Vejamos suas definições:
PATENTE
É um documento que dá a propriedade exclusiva e temporária a um inventor ou criador isolado
(pessoa física) ou a uma empresa (pessoa jurídica) sobre aquilo que foi inventado ou
aperfeiçoado. Por meio da patente, a pessoa ou empresa que cria uma inovação, obtém o
direito de explorar comercialmente a sua produção intelectual, protegendo-a de cópias e,
consequentemente, dos concorrentes (ROCK CONTENT, 2019). A patente proíbe que outras
empresas fabriquem, usem ou comercializem a inovação em questão, pois o seu proprietário é
detentor de todos os direitos e lucros obtidos sobre ela.
PATENTE DE INVENÇÃO
Esse é o tipo de patente concedida a qualquer produto ou processo que tenha aplicação
industrial e que seja de fato inventado. Ou seja, que não seja parecido com nada já existente. A
patente de invenção tem validade de vinte anos, a partir da data de solicitação do registro. Um
bom exemplo desse tipo de patente é o aparelho de telefone, cuja primeira patente foi obtida
por Alexander Graham Bell, em 1876.
PATENTE DE MODELO DE UTILIDADE
Protege as criações com aplicação industrial que proporcionam uma melhoria funcional no uso
ou fabricação de algo já existente. Nesse caso, é patenteada uma forma de melhorar um objeto
ou processo. Quando é concedida, a patente de modelo de utilidade tem validade de 15 anos
contados a partir do depósito no INPI. Um exemplo desse tipo de patente é a tesoura para
pessoas canhotas, que é um aperfeiçoamento de um objeto cotidiano para a melhor utilização
por uma parcela da população.
REGISTRO DE DESENHO INDUSTRIAL
De acordo com o INPI (s.d.), “é registrável como desenho industrial a forma plástica ornamental
de um objeto ou conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto,
proporcionando visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo
de fabricação industrial”. Isso significa que esse tipo de proteção tem um caráter mais estético
do que funcional.
 
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REGISTRO DE MARCA
A marca é um sinal distintivo, um símbolo que tem como propósito identificar e diferenciar
produtos e serviços dos seus concorrentes. Uma marca é passível de registro quando ela é
original, ou seja, não é semelhante a alguma marca já existente, não podendo, portanto, ser
confundida com outra.
 ATENÇÃO
O registro de marca é a proteção que evita que outras empresas utilizem o mesmo nome ou o
mesmo símbolo para o mesmo segmento de negócios.Ele deve ser feito pela empresa/cliente
que é dona da marca e que dela usufrui, não pelo designer que a criou. Segundo o INPI (s.d.),
“a marca registrada garante ao seu titular o direito de uso exclusivo no território nacional em
seu ramo de atividade econômica pelo período de dez anos, a partir da data da concessão. O
registro pode ser prorrogado por sucessivos períodos de dez anos”.
DIREITO AUTORAL
É o direito que o autor tem de usufruir dos benefícios que resultam de sua criação. Alguém que
cria uma obra literária, científica ou artística tem o direito de atrelar seu nome à sua criação e
de reproduzi-la da maneira que achar conveniente.
Historiadores afirmam que, nas sociedades clássicas, já existiam noções de propriedade sobre
os trabalhos intelectuais, sobretudo na Roma Antiga. No entanto, podemos considerar que
modernamente, o Direito do Autor tem seu nascimento relacionado à introdução da imprensa
na Europa por Gutemberg, no século XV. A partir de então, era possível copiar qualquer obra
literária em vários exemplares. Assim começaram a surgir ideias sobre a proteção desses
trabalhos impressos. Os editores de obras literárias e os vendedores de livros formaram,
nesse contexto, a primeira categoria organizada em torno do comércio de obras
intelectuais (JARDES, 2014).

1
A primeira lei sobre garantia da proteção do direito individual de um uma obra impressa de que
se tem notícia foi criada na Inglaterra, em 1710. Ela ficou conhecida como “Lei da Rainha Ana”
ou Copyright Act, que é traduzido para o português como Ato do Direito de Cópia. Ela teve
como propósito proteger os editores contra a reprodução dos seus impressos sem autorização.
Na verdade, a lei não protegia os verdadeiros autores do trabalho intelectual, configurando uma
lei de privilégio de impressão (JARDES, 2014).
2
A Convenção de Berna de 1886 foi um marco importante para o Direito Autoral. Ela
estabeleceu um acordo multilateral de vários países sobre o tema. Ele está em vigor até hoje e
discute e regula as questões referentes à proteção aos direitos de autor sobre obras literárias,
artísticas e científicas. O Brasil é signatário do documento desde 1922 (JARDES, 2014).


3
Na Constituição Federal do Brasil, a proteção autoral aparece no artigo 5º, incisos XXVII e
XXVIII. Em 1998, foi aprovada a Lei nº 9.610, a Lei Brasileira de Direitos Autorais, cujo
principal propósito é a proteção do vínculo entre uma obra intelectual e quem a criou.
Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer
meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se
invente no futuro, tais como:
 
I - os textos de obras literárias, artísticas ou científicas; 
II - as conferências, alocuções, sermões e outras obras da mesma natureza; 
III - as obras dramáticas e dramático-musicais; 
IV - as obras coreográficas e pantomímicas, cuja execução cênica se fixe por escrito ou
por outra qualquer forma; 
V - as composições musicais, tenham ou não letra; 
VI - as obras audiovisuais, sonorizadas ou não, inclusive as cinematográficas; 
VII - as obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo análogo ao da
fotografia; 
VIII - as obras de desenho, pintura, gravura, escultura, litografia e arte cinética; 
IX - as ilustrações, cartas geográficas e outras obras da mesma natureza; 
X - os projetos, esboços e obras plásticas concernentes à geografia, engenharia,
topografia, arquitetura, paisagismo, cenografia e ciência; 
XI - as adaptações, traduções e outras transformações de obras originais, apresentadas
como criação intelectual nova; 
XII - os programas de computador; 
XIII - as coletâneas ou compilações, antologias, enciclopédias, dicionários, bases de
dados e outras obras, que, por sua seleção, organização ou disposição de seu conteúdo,
constituam uma criação intelectual.
(LEI Nº 9.610/1998)
A Lei do Direito Autoral, também conhecida como copyright, divide-se entre direitos morais e
direitos patrimoniais.
Direitos morais Direitos patrimoniais
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DIREITOS MORAIS
São os que se referem à autoria de uma obra e ao direito do seu criador de ser citado
como autor daquilo. Esses direitos são intransferíveis e irrevogáveis, não podendo ser
vendidos ou restringidos (ISBRASIL, 2019). No caso do designer, esse direito é adquirido
no momento da criação de um projeto, seja ele um produto, um cartaz, um ambiente ou
uma roupa.
DIREITOS PATRIMONIAIS
Dizem respeito ao uso econômico das obras. É permitida a concessão, a transferência ou
o licenciamento do direito de representação ou utilização de uma criação. Um livro, por
exemplo, costuma ser vendido por uma editora, que é uma empresa licenciada para
explorá-lo comercialmente e deve repassar ao autor os valores referentes aos seus
direitos.
O plágio consiste na cópia total ou parcial da obra de terceiro sem a permissão do autor ou
sem citação da autoria. Esse tipo de prática, apesar de não ser raro de acontecer, é crime de
violação dos direitos autorais e pode, inclusive, acarretar multas e até detenção.
No design, o plágio diz respeito, na maior parte dos casos, aos aspectos estético-formais de
uma criação; de modo geral, os projetos dos designers são feitos para serem comercializados.
Por isso, esse tipo de plágio viola tanto o direito moral quanto o patrimonial.
 
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 Seja original, plágio é crime!
A proteção garantida pela legislação não está vinculada obrigatoriamente ao registro da obra.
No entanto, ele funciona como uma prova de verificação de propriedade, o que facilita a
identificação e penalização por plágio. Com o registro, fica mais fácil provar a autoria, caso seja
necessário.
O registro tradicional deve ser feito por órgãos públicos competentes, entre os quais
mencionamos a Biblioteca Nacional e a Escola de Belas Artes da UFRJ. Mas existe, desde
2014, uma agência que se tornou referência no ramo da proteção dos direitos de designers, a
Avctoris. Ao realizar qualquer um dos tipos de registro, além de proteger seus direitos, você
protege também seu cliente, já que qualquer negociação com ele será baseada na legislação
vigente e, além disso, você demonstra profissionalismo.
SOBRE PLÁGIO E DESIGN
O especialista Hely Júnior fala sobre plágio e design, detalhando os tipos de plágio que existem
e os exemplos de plágios no design.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. VIMOS QUE UMA DAS ÁREAS DO DIREITO DE PROPRIEDADE
INTELECTUAL É A PROPRIEDADE INDUSTRIAL. ANALISE AS
AFIRMATIVAS A SEGUIR SOBRE O TEMA. 
 
I. NO BRASIL, O ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELA CONCESSÃO DE
PATENTES ÀS INVENÇÕES E AOS MODELOS DE UTILIDADE E DE
REGISTROS AOS DESENHOS INDUSTRIAIS E ÀS MARCAS É O INPI. 
 
II. A PATENTE É UM DOCUMENTO QUE DÁ A PROPRIEDADE EXCLUSIVA
E DEFINITIVA A UM INVENTOR OU CRIADOR ISOLADO, OU A UMA
EMPRESA SOBRE AQUILO QUE FOI INVENTADO OU APERFEIÇOADO. 
 
III. O REGISTRO DE MARCA IMPEDE QUE OUTRAS EMPRESAS UTILIZEM
O MESMO NOME OU O MESMO SÍMBOLO PARA O MESMO SEGMENTO
DE NEGÓCIOS. 
 
É CORRETO O QUE SE AFIRMA EM:
A) I apenas.
B) I e II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
2. ESTUDAMOS QUE O DIREITO AUTORAL É O DIREITO QUE O AUTOR
TEM DE USUFRUIR DOS BENEFÍCIOS QUE RESULTAM DA SUA
CRIAÇÃO. MARQUE A OPÇÃO INCORRETA SOBRE O TEMA.
A) O criador de uma obra literária, científica ou artística tem o direito de atrelar seu nome à sua
criação e a reproduzi-la como e quantas vezes quiser.
B) No Direito Autoral, os direitos morais, que se referem à autoria de uma obra e ao direito do
seu criador de ser citado como autor daquilo, são intransferíveis e irrevogáveis.
C) Os direitos patrimoniais têm relação com o uso econômico das obras e podem ser
concedidos, transferidos e licenciados.
D) Apesar de, nas sociedades clássicas, já existissem noções de propriedade sobre os
trabalhos intelectuais, considera-se queo Direto Autoral moderno surgiu no século XXI, com o
advento da internet.
E) Não é exigido por lei um registro legal, mas ele é recomendado porque funciona como uma
prova de verificação de propriedade.
GABARITO
1. Vimos que uma das áreas do Direito de Propriedade Intelectual é a propriedade
industrial. Analise as afirmativas a seguir sobre o tema. 
 
I. No Brasil, o órgão responsável pela concessão de patentes às invenções e aos
modelos de utilidade e de registros aos desenhos industriais e às marcas é o INPI. 
 
II. A patente é um documento que dá a propriedade exclusiva e definitiva a um inventor
ou criador isolado, ou a uma empresa sobre aquilo que foi inventado ou aperfeiçoado. 
 
III. O registro de marca impede que outras empresas utilizem o mesmo nome ou o
mesmo símbolo para o mesmo segmento de negócios. 
 
É correto o que se afirma em:
A alternativa "C " está correta.
 
A afirmativa I é correta: o INPI foi fundado em 1970 e até hoje é responsável pela concessão
de patentes às invenções e aos modelos de utilidade e de registros aos desenhos industriais e
às marcas; a afirmativa II é incorreta: é um documento que dá a propriedade exclusiva e
temporária, de 20 ou 15 anos, a um inventor ou criador isolado (pessoa física) ou a uma
empresa (pessoa jurídica) sobre aquilo que foi inventado ou aperfeiçoado; a afirmativa III é
correta: a marca é um símbolo distintivo de uma empresa e o registro impede que ela seja
utilizada por terceiros.
2. Estudamos que o Direito Autoral é o direito que o autor tem de usufruir dos benefícios
que resultam da sua criação. Marque a opção incorreta sobre o tema.
A alternativa "D " está correta.
 
Direito do Autor surgiu em decorrência da introdução da imprensa na Europa no século XV.
MÓDULO 3
 Aplicar As Normas Estabelecidas Pelo Marco Civil Da Internet A Projetos De Design
ÉTICA E INTERNET
O surgimento da internet foi uma transformação tecnológica que revolucionou as nossas vidas.
A popularização da rede e do uso de dispositivos digitais como computadores, celulares e
tablets fez com que modificássemos muitos hábitos. A informação passou a circular com uma
velocidade sem precedentes e isso impactou enormemente a forma como nos comunicamos
uns com os outros.
 
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 A internet mudou a maneira como as pessoas se comunicam umas com as outras.
Essa mudança influenciou também o design, porque ele é uma atividade que,
fundamentalmente, comunica. Um produto passa mensagens, seja ele um cartaz, uma
identidade visual, uma roupa, um objeto, um ambiente, a interface de um site, um jogo etc.
Além disso, nas últimas décadas, aumentou exponencialmente a quantidade de designers
atuando em projetos que têm resultados virtuais (tais como jogos digitais, aplicativos, sites).
Mesmo os produtos físicos precisam estar de alguma forma no mundo virtual, já que eles são
divulgados e comercializados na internet. É também por meio dela que, cada vez mais, as
empresas interagem com seus clientes.
 COMENTÁRIO
Seja no desenvolvimento de projetos, na comunicação com os consumidores ou em nossas
vidas pessoais, a internet proporciona o acesso aos mais variados tipos de informação,
permitindo que possamos adquirir conhecimento a distância e chegar a lugares afastados com
o uso do computador ou celular.
Diante de tantas mudanças e possibilidades, passou a ser necessário um novo conjunto de
princípios éticos baseado na internet. Estudamos anteriormente que a ética é um ramo reflete
sobre o que é certo e errado, de acordo com normas e valores adotados por uma determinada
sociedade e que nós agimos (ou pelo menos deveríamos agir) de forma condizente com os
valores e a moral vigente para que as nossas ações sejam consideradas éticas.
As normas e os valores éticos devem ser válidas também na internet. Entretanto, nem todos
agem e pensam da mesma maneira e acontece de pessoas terem atitudes pouco éticas. Por
isso, frequentemente vemos surgir situações em que a ética é negligenciada nas redes. Entre
elas, podemos mencionar as notícias falsas, a propaganda enganosa, a invasão de privacidade
e a segurança de dados, agressões e desrespeito a opiniões diferentes, preconceito etc.
 ATENÇÃO
É importante mencionar também a ocorrência de plágio, que, como já vimos, consiste em
reproduzir parcial ou integralmente algo produzido por outrem sem autorização ou sem fazer
referência à autoria. Ou seja, é usar o trabalho de outra pessoa como se fosse seu. A grande
quantidade de informação disponível em poucos cliques facilita o plágio e, ao mesmo tempo,
facilita também a identificação da cópia. Os profissionais de design devem estar atentos a
essas questões.
MARCO CIVIL DA INTERNET
As transformações sociais fazem com que surjam novos dilemas éticos; consequentemente, a
legislação já existente se adapta e novas leis são criadas.
Para lidar com as novas relações sociais e formas de consumo foi preciso que cada país
criasse leis específicas relacionadas ao uso da internet. No Brasil, como resposta à
necessidade de adequação às transformações advindas dos avanços tecnológicos, foi
sancionada, em 2014, a Lei 12.965, o Marco Civil da Internet.
O propósito é estabelecer diretrizes para o uso da internet no país, tais como princípios,
garantias, direitos e deveres das partes. Isso significa que o objetivo central da lei, que ficou
conhecida como Constituição da Internet Brasileira, é disciplinar a relação entre as
empresas operadoras de produtos e/ou serviços associados à internet e os
usuários/consumidores desses produtos no território nacional.
O processo de desenvolvimento do Marco Civil contou com a participação popular, e os
cidadãos puderam comentar os artigos e opinar por meio das audiências públicas ou portais
relacionados ao projeto pela própria internet (CHC ADVOCACIA, 2019).
O Marco Civil da internet foi elaborado a partir de três pilares essenciais que norteiam a relação
das empresas prestadoras de serviços de internet com os usuários. Veja quais são:
PRINCÍPIO DE NEUTRALIDADE DA REDE
Diz respeito às empresas que fornecem conexão de internet, ou seja, prestadoras de serviço
que a cliente contrata para ter acesso à rede e poder navegar por ela. Segundo esse princípio,
todas as informações disponíveis na rede devem ser tratadas de maneira igualitária. Isso
garante a autonomia do usuário, que pode navegar por qualquer conteúdo. Uma operadora não
pode, por exemplo, limitar o acesso do usuário a uma determinada rede ou cobrar mais para
que ele acesse uma plataforma.
 
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PRINCÍPIO DA PRIVACIDADE NA WEB
É a garantia da inviolabilidade das informações contidas nas comunicações dos usuários. O
dever de manter sigilo sobre os dados e conteúdos disponibilizados pelas pessoas no ambiente
virtual é dos provedores do recurso de internet. Estes são as empresas que fornecem um
conjunto de funcionalidades que podem ser acessados por um terminal conectado à rede. Ou
seja, são as empresas que fornecem os serviços online tais como sites, blogs, e-mail, redes
sociais, aplicativos etc. (CHC ADVOCACIA, 2019).
 
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Quando você coloca os dados do cartão de crédito para realizar uma compra online, por
exemplo, o site, por meio do qual você está comprando, é responsável pela segurança da
transação. Do mesmo modo, quando você utiliza um aplicativo para conversar com seus
amigos, como o WhatsApp, suas conversas não podem ser divulgadas e cabe à empresa
responsável pelo aplicativo zelar pela privacidade do seu conteúdo. Uma exceção é o caso de
solicitação de dados ou comunicações pela Justiça, o que nos remete ao terceiro e último
princípio.
PRINCÍPIO DE FISCALIZAÇÃO DOS ACESSOS
Funciona como um contraposto à privacidade, visto que evita que a internet seja utilizada
anonimamente para fins ilícitos. Esse terceiro princípio regulamenta o armazenamento de
dados de conexão, que é responsabilidade da empresa provedora do serviço, pelo prazo
mínimo de um ano.Isso significa que dados cadastrais que qualifiquem os usuários, como
nome completo, estado civil, profissão, filiação, endereço podem ser exigidos pelas
autoridades. Isso também acontece com os outros tipos de informações disponibilizadas pelas
pessoas, tais como fotografias, localização, conversas etc., que podem ser solicitados para
utilização em uma investigação.
 
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Além da privacidade, o Marco Civil da Internet garante o direito à liberdade de expressão. Ou
seja, os usuários têm o direito de se expressar como bem entender. No entanto, é importante
destacar que, da mesma maneira que acontece no mundo físico, os usuários podem ser
responsabilizados pelas suas ações na rede.
É fato que cada vez mais as pessoas e as empresas têm utilizado a internet como veículo para
expressar suas ideias e valores, mas nem todas o fazem de uma forma positiva e ética. Mas é
fundamental que se saiba que a internet não é uma terra sem lei: ofensas, comentários
preconceituosos e divulgação de notícias falsas podem acarretar punição tanto para
indivíduos como para empresas que veiculem esse tipo de conteúdo em suas redes
sociais e sites.
Em relação às empresas e figuras públicas, além do problema legal, há ainda a questão da
credibilidade e aceitação do público, que podem ser afetadas negativamente em função da
publicação de conteúdos impróprios, preconceituosos, agressivos ou falsos.
DESIGN E MARCO CIVIL DA INTERNET
A essa altura você deve estar se perguntando qual é a relação do Marco Civil com o design.
Para responder essa pergunta, é necessário, em primeiro lugar, destacar a estreita ligação
entre o design e a tecnologia.
Nas Ciências Sociais, entendemos tecnologia como qualquer tipo de ferramenta, máquina,
métodos, processos e materiais que solucionem um determinado problema encontrado pelas
pessoas. Ou seja, o termo tecnologia se refere a tudo aquilo que utilizamos para produzir
nossa sobrevivência e modificar nossa realidade material.
Apesar de a tecnologia poder abranger descobertas e inovações nos mais diferentes ramos da
ciência, hoje em dia, costumamos associá-la diretamente aos dispositivos eletrônicos e
computadorizados, área de saber que se convencionou chamar de tecnologia da informação.
Na sociedade contemporânea, esse tipo de tecnologia é parte integrante das mais diversas
atividades desempenhadas pelas pessoas: pagar uma compra no caixa do mercado, conversar
com os amigos, assistir a filmes e ouvir música, ler notícias e tanto mais que nem nos damos
conta, justamente por elas estarem tão presentes em nossas vidas.
Com o design não poderia ser diferente. A utilização de computadores, telefones celulares e
dispositivos digitais em geral e os avanços da tecnologia da informação modificaram a forma
de se fazer e pensar o design e a rotina de trabalho dos designers.
Como já vimos, o surgimento de novas possibilidades técnicas permite que o designer trabalhe
com mais liberdade e tenha acesso a uma quantidade muito maios de referências e
informações. Ao mesmo tempo, o designer também é responsável por projetar novas
tecnologias e novas formas de comunicação.
 COMENTÁRIO
Já sabemos que é cada vez mais comum que designers trabalhem no desenvolvimento de
sistemas digitais como sites, aplicativos e jogos. Essa área do design, o design digital, tem
crescido muito, uma consequência direta do aumento da utilização de dispositivos digitais pelas
pessoas.
Mesmo os designers que não projetam para o ambiente virtual, devem pensar o projeto em
relação aos novos meios de comunicação, pois é cada vez mais importante que os produtos
sejam divulgados e comercializados pela internet.
Se pararmos para pensar, as tecnologias da informação fazem parte de todas as etapas de um
projeto de design, independentemente do tipo de produto ou área do design. Por isso, é tão
importante conhecer e aplicar as regras que regem as relações entre empresas e usuários na
rede.
PESQUISA
A pesquisa é uma etapa fundamental para qualquer tipo de projeto de design, seja seu
resultado um produto físico ou um produto virtual. É por meio da pesquisa que coletamos os
mais variados tipos de dados que vão compor as bases para futura elaboração de um produto,
serviço ou sistema. Esses dados são coletados, com cada vez mais frequência, pelo ambiente
virtual.
PESQUISA DE PÚBLICO
A pesquisa de público, por exemplo, que tem como propósito compreender os desejos e
necessidades dos usuários a quem se destina o projeto ou descobrir uma oportunidade para
desenvolvimento de um novo produto, é muitas vezes realizada por meio de questionários e
entrevistas online. Em sites e plataformas, os entrevistados respondem a perguntas relevantes
para o projeto e fornecem aos designers informações sobre seus gostos e anseios.
É muito comum que as equipes de projeto observem o comportamento do seu público-alvo nas
redes sociais dos usuários. No entanto, por lei, não é permitido o compartilhamento de
informações ou imagens publicadas nos perfis dos usuários. Mas a empresa pode usar
esses dados para conhecer melhor seu público, pois, por meio das suas publicações em redes
sociais, as pessoas mostram muito sobre suas vidas, seus valores, seus hábitos e seus
desejos.
A utilização dos dados e as imagens coletadas devem respeitar os direitos assegurados aos
usuários e as obrigações estabelecidas para as empresas pelo Marco Civil da Internet. A
privacidade e o anonimato dos indivíduos devem ser garantidos. Desse modo, nada do que for
dito nas entrevistas e nos questionários ou publicado nas redes sociais dos pesquisados deve
ser divulgado. As informações pessoais dos usuários devem, portanto, ser utilizadas somente
para fins de pesquisa e não para fins de propaganda ou comercialização.
PESQUISA DE MERCADO
Outro tipo de pesquisa que é comumente realizada pelo ambiente digital é a pesquisa de
mercado, cujo propósito é investigar a atuação da concorrência. Nesse tipo de investigação,
são observados os produtos, os preços, as formas de comercialização e a comunicação dos
concorrentes com seu público. Nesse tipo de análise, o designer consegue identificar
vantagens e desvantagens da empresa para qual o projeto está sendo elaborado em relação à
concorrência e novas oportunidades de atuação. Do mesmo modo que na pesquisa de público,
as regras estabelecidas pelo Marco Civil devem ser seguidas na condução das pesquisas de
mercado.
DESENVOLVIMENTO E TESTES
Para o desenvolvimento do projeto e a definição das características do produto, é bastante
usual que sejam coletadas referências visuais para o processo criativo. Muitas vezes, elas são
buscadas por meio do ambiente virtual; aqui é muito importante lembrar que as leis de Direito
Autoral e Propriedade Industrial e os princípios éticos devem ser respeitados. Quando
selecionamos referências criativas, escolhemos estilos estéticos, imagens, formas e soluções
que vão influenciar a nossa criação. Mas a criação deve ser original, plágio é crime!
 
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No caso do desenvolvimento de produtos de design digital, aqueles voltados para o ambiente
virtual, tais como sites, jogos virtuais e aplicativos, os testes de usabilidade são realizados com
os próprios usuários. Nesse tipo de teste, eles interagem com o produto digital para verificar se
ele funciona adequadamente, se é intuitivo, se existe alguma funcionalidade que pode ser
melhorada, se existe algum problema na interação que deve ser resolvido etc. E, claro, esse
processo deve estar de acordo com as regras do Marco Civil da Internet, respeitando os
direitos dos usuários.
DIVULGAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO
Atualmente, é praticamente impossível pensarmos em divulgação e comercialização de
produtos desenvolvidos por designers sem levarmos em conta o ambiente virtual. As pessoas
estão cada vez mais conectadas e, por isso, as empresas têm investido cada vez mais nas
redes sociais, em propaganda na internet e no e-commerce. A criação do Marco Civil daInternet impactou bastante a divulgação e comercialização online.
Uma loja virtual, por exemplo, lida com uma série de dados dos usuários e os responsáveis
pela loja devem seguir a lei ao coletar, armazenar e utilizar esses dados, tanto os pessoais
como os financeiros. Além disso, é importante que a empresa inspire confiança e credibilidade
nos clientes. Por isso, é fundamental a criação de uma política de privacidade.
[...] INFORMAR AOS USUÁRIOS QUANTO ÀS
CONDIÇÕES DE FUNCIONAMENTO DE UMA PÁGINA,
APLICATIVO, OU OUTRA PLATAFORMA QUE
DEPENDE DA COLETA DE QUALQUER TIPO DE DADO,
É UMA OBRIGAÇÃO DAS EMPRESAS E ELAS
PRECISAM DE UM MECANISMO EFICIENTE PARA
FAZER UMA COMUNICAÇÃO TRANSPARENTE COM
OS USUÁRIOS SOBRE ESSES DETALHES.
(CHC ADVOCACIA, 2019)
Na etapa de pesquisa de público, é comum as empresas observarem o comportamento dos
usuários por meio dos seus perfis nas redes sociais. As empresas não podem divulgar imagens
ou informações pessoais. Isso vale para ações de marketing, ou seja, de divulgação do
produto/empresa. Não é permitido, por exemplo, usar a foto de perfil de um cliente em uma
campanha. No entanto, é possível criar estratégias de engajamento e fazer com que os
próprios usuários curtam, comentem e até compartilhem conteúdos relacionados aos
produtos ou serviços que a empresa deseja divulgar.
DESIGN E TECNOLOGIA
O especialista Hely Júnior fala sobre mudanças no trabalho do designer relacionadas ao
desenvolvimento tecnológico e apresenta exemplos de utilização da internet em cada uma das
etapas do projeto de design.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ANALISE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR SOBRE ÉTICA E INTERNET. 
 
I. AS NORMAS E OS VALORES CONSIDERADOS ÉTICOS SÃO VÁLIDOS
TANTO NO MUNDO FÍSICO, COMO NA INTERNET. 
 
II. A GENERALIZAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO REQUER UM NOVO CONJUNTO DE PRINCÍPIOS ÉTICOS
BASEADO NA INTERNET. 
 
III. SÓ DEVEM SE PREOCUPAR COM ÉTICA NA INTERNET OS
DESIGNERS QUE TRABALHAM ESPECIFICAMENTE COM PROJETOS DE
DESIGN DIGITAL. 
 
É CORRETO O QUE SE AFIRMA EM:
A) I, apenas.
B) I e II, apenas.
C) I e III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
2. ESTUDAMOS QUE O MARCO CIVIL DA INTERNET INTERFERE NO
TRABALHO DO DESIGNER. MARQUE A OPÇÃO INCORRETA SOBRE O
TEMA.
A) A utilização de tecnologia da informação mudou a rotina de trabalho dos designers.
B) O designer é um usuário das novas tecnologias e seu trabalho não costuma interferir nelas.
C) A utilização dos dados e as imagens coletadas na pesquisa de público online deve respeitar
o Marco Civil da Internet.
D) Na etapa de desenvolvimento do projeto, é comum que os designers coletem na internet
referências visuais para o processo criativo.
E) Não é permitido usar a foto de perfil de um cliente em uma rede social em uma campanha
de divulgação de um produto.
GABARITO
1. Analise as afirmativas a seguir sobre ética e internet. 
 
I. As normas e os valores considerados éticos são válidos tanto no mundo físico, como
na internet. 
 
II. A generalização da utilização da tecnologia da informação requer um novo conjunto
de princípios éticos baseado na internet. 
 
III. Só devem se preocupar com ética na internet os designers que trabalham
especificamente com projetos de design digital. 
 
É correto o que se afirma em:
A alternativa "B " está correta.
 
A afirmativa I está correta: As normas e valores considerados éticos devem reger o
comportamento das pessoas em todas as situações, no mundo físico e na internet; a afirmativa
II está correta: As tecnologias da informação modificam nossos hábitos, fazendo com que
sejam necessários padrões éticos adequados aos novos comportamentos; a afirmativa III está
incorreta: Os designers que desenvolvem quaisquer tipos de produtos devem se preocupar
com a ética na internet porque, atualmente, todos eles se relacionam com o mundo digital de
alguma maneira.
2. Estudamos que o Marco Civil da Internet interfere no trabalho do designer. Marque a
opção incorreta sobre o tema.
A alternativa "B " está correta.
 
O designer é usuário das novas tecnologias e é, muitas vezes, responsável por projetá-las.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, compreendemos o conceito de ética e o que é um código de ética, estudando o
código de ética internacional dos designers.
Além disso, conhecemos as noções de Propriedade Intelectual, Propriedade Industrial e Direito
Autoral, compreendendo como elas se aplicam ao design.
Finalmente, estudamos o Marco Civil da Internet e a sua relação com o trabalho do designer e
uma conduta ética na internet.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
CHC ADVOCACIA. Marco Civil da Internet: O que é e o que muda no seu negócio. In: CHC
Advocacia. Publicado em meio eletrônico em: 27 fev. 2019.
CORTELLA, Mario Sérgio. Quero? Devo? Posso? Três perguntas essenciais para
cuidarmos da vida coletiva. In: Revista Pais Atentos, s.d. Consultado em meio eletrônico em:
10 dez. 2020.
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EXPLORE+
Leia o artigo Ética e ensino superior em Design, elaborado por Deborah Camila Viana
Cardoso e Edson José Carpintero Rezende. 
Conheça a pesquisa desenvolvida por Gustavo Lima Ramos, Maria Aurileide Ferreira
Alves e apresentada no artigo Violação da propriedade intelectual no design. 
Conheça mais sobre a legislação do Marco Civil da Internet no vídeo Marco Civil da
Internet, no programa Conexão Futura, do Canal Futura.
CONTEUDISTA
João Dalla Rosa Júnior
 CURRÍCULO LATTES
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