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DESCRIÇÃO A conduta ética como norteadora da prática profissional em design. A regulamentação da profissão e o código de ética internacional dos designers. Aplicação da legislação referente à Propriedade Intelectual, à Propriedade Industrial e ao Direito Autoral na criação em design. Registro e proteção das criações em Design. O Marco Civil da Internet e sua relação com o trabalho do designer. PROPÓSITO Conhecer os aspectos referentes à regulamentação da profissão, o conceito de Propriedade Intelectual, a legislação referente à Propriedade Industrial e ao Direito Autoral e o Marco Civil da Internet, pois fornecerá bases para uma conduta ética em sua vida profissional. PREPARAÇÃO Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos a Lei do Direito Autoral (Lei nº 9.610), a Lei da Propriedade Industrial (Lei nº 9.279), e a Lei do Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965). Todas estão disponíveis no site do Governo Federal. OBJETIVOS MÓDULO 1 Identificar a importância da aplicação da ética na prática profissional em design MÓDULO 2 Empregar os princípios da propriedade intelectual e da Lei do Direito Autoral aos projetos de design MÓDULO 3 Aplicar as normas estabelecidas pelo Marco Civil da Internet a projetos de design INTRODUÇÃO Neste tema, você vai aprender algumas questões legais que interferem na criação em design. Começaremos pelo conceito de ética e pela sua aplicação pelo designer, estudando questões relativas à regulamentação da profissão e analisando o código de ética internacional de design. A seguir, abordaremos o Direito Autoral, a Propriedade Intelectual e a Propriedade Industrial e você conhecerá as normas para registro e proteção das criações em design. Finalmente, conheceremos a lei do Marco Civil da Internet e os seus impactos no design. MÓDULO 1 Identificar a importância da aplicação da ética na prática profissional em design O QUE É ÉTICA Você já parou para se perguntar o que é ética? A princípio, pode parecer uma pergunta simples. No entanto, “a ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar quando alguém pergunta” (VALLS, 1994, p. 7). Isso acontece justamente por causa da sua relevância. A ética é parte integrante das nossas vidas, e todos os dias nos deparamos com questões relativas a ela. Por exemplo, se você vai ao mercado e, na hora de pagar suas compras, decide esperar na fila em vez de passar à frente dos outros consumidores, você toma uma decisão baseada na ética. É errado furar fila. Logo, você espera a sua vez. Imagem: Shutterstock.com, adaptada por LerikLopes Se a ética define as nossas decisões cotidianas, ela também diz respeito a diversos aspectos vida profissional e às decisões que tomamos no ambiente trabalho. E, para ser um bom designer e se destacar no mercado, você deve agir eticamente. Para tal, é importante primeiro entender bem o que é a ética. A preocupação com o estudo da ética não é de hoje, ela vem desde os filósofos da Grécia Antiga. O termo vem do grego ethos, que significa modo de ser ou caráter. Já a palavra moral, que se relaciona intimamente com a ética, vem do vocábulo latino moralis, cujo significado é relativo aos costumes. SAIBA MAIS De acordo com o dicionário digital Michaelis, ética pode ser definida como “ramo da Filosofia que tem por objetivo refletir sobre a essência dos princípios, valores e problemas fundamentais da moral, tais como a finalidade e o sentido da vida humana, a natureza do bem e do mal, os fundamentos da obrigação e do dever, tendo como base as normas consideradas universalmente válidas e que norteiam o comportamento humano”. Ou ainda, aproximando a definição do sentido que empregamos coloquialmente, o dicionário apresenta a ética como um “conjunto de princípios, valores e normas morais e de conduta de um indivíduo ou de grupo social ou de uma sociedade”. Podemos compreender a ética como o estudo dos assuntos morais e dos modos de agir dos seres humanos. Esse ramo da Filosofia reflete sobre a determinação do que é certo e errado, do que é bom ou mau, de acordo com um conjunto de normas e valores que são adotados por uma sociedade situada em determinado momento histórico. Em dado contexto social, um indivíduo deve agir de acordo com os valores e a moral vigente para que as suas ações sejam consideradas éticas. A ética influencia as decisões cotidianas; frequentemente, as pessoas passam por dilemas éticos. De acordo com o filósofo Mario Sérgio Cortella, “a ética é um conjunto de princípios e valores que você usa para responder às três grandes perguntas da vida humana: Quero? Devo? Posso?” (CORTELLA, 2020). Imagem: Shutterstock.com, adaptada por David Lima e LerikLopes Isso significa que, frequentemente, passamos por dilemas éticos. Há coisas que queremos, mas não devemos fazer. Há aquelas que devemos, mas não podemos. E há ainda as coisas que podemos, mas não queremos. [...] TODAS AS VEZES QUE AQUILO QUE VOCÊ QUER NÃO É AQUILO QUE VOCÊ DEVE; TODAS AS VEZES QUE AQUILO QUE VOCÊ DEVE NÃO É O QUE VOCÊ PODE; TODAS AS VEZES QUE AQUILO QUE VOCÊ PODE NÃO É O QUE VOCÊ QUER, VOCÊ VIVE UM CONFLITO, QUE MUITAS VEZES É UM DILEMA. (CORTELLA, 2020) Diante dessas situações conflitantes, para tomarmos nossas decisões, nós recorrermos aos nossos valores morais e a alguns códigos que estabelecem normas gerais e regem nossas condutas individuais. Entre esses códigos estão as leis – o Código Civil e o Código Penal – e os códigos de ética profissionais e institucionais. O QUE É UM CÓDIGO DE ÉTICA O código de ética expõe os princípios e a missão de determinada empresa, de uma instituição ou de uma categoria profissional. Ele é um acordo que estabelece direitos e deveres que devem ser seguidos pelas pessoas que trabalham na empresa ou instituição ou pelas pessoas que exercem a profissão. De modo geral, os códigos de ética se baseiam na legislação vigente no país em que é criado e nas leis trabalhistas. Eles têm a função de proteger de práticas pessoais ou comerciais que podem ser prejudiciais tanto o trabalhador e a empresa como o cliente. O código de ética de uma empresa É feito para destacar os valores que devem ser praticados na corporação. Ele vai, portanto, estabelecer suas normas de funcionamento e o comportamento esperado das pessoas que nela atuam. O código de ética profissional É um documento que reúne um conjunto de normas éticas que devem ser seguidas no exercício de certa profissão. O primeiro código de ética profissional da América do Sul foi aprovado no Brasil pelo Instituto dos Advogados de São Paulo, em 1921 (OAB-SP, 2020). De lá para cá, muitas outras categorias profissionais também estabeleceram suas próprias normas de conduta. Esses códigos costumam ser elaborados pelos conselhos, que representam e fiscalizam a atuação dos profissionais. Por exemplo, o código brasileiro de ética médica foi elaborado pelo Conselho Federal de Medicina, que também representa os médicos e fiscaliza se eles estão atuando de acordo com as normas em vigor. REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DE DESIGNER A profissão de designer ainda não é regulamentada no Brasil. O que significa que não existe um registro profissional oficial de designer. Diferentes projetos de lei já foram elaborados na tentativa de finalmente tornar a profissão regulamentada. O que chegou mais próximo da aprovação foi o projeto de lei nº 24, de 2013. Essa proposta previa que apenas profissionais com curso superior ou aqueles que tivessem experiência mínima de três anos até a data da publicação da lei poderiam exercer a profissão e o fruto do trabalho do designer passaria a ser oficialmente protegido pela Lei dos Direitos Autorais (Lei 9.610/1998). Em 2015, o projeto foi vetado pela Presidência da República porque avaliou-se que ele era inconstitucional, já que a Constituição Federal garante o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, só permitindo a imposição de restrições quando há a possibilidadede ocorrer dano à sociedade em virtude de má atuação profissional. O tema vem sendo alvo de debates e polêmicas porque alguns profissionais são contra e outros a favor da regulamentação. Aqueles que são contra, argumentam que ela fere a livre concorrência, pois impediria o cliente de contratar quem ele deseja ao restringir as suas opções aos profissionais com diploma. Segundo eles, a própria concorrência no mercado se encarrega de eliminar os maus profissionais de design, portanto, o Estado deve encarregar-se de supervisionar apenas as profissões que coloquem as pessoas em risco, o que não seria o caso do design. Os defensores da regulamentação sustentam que ela vai resultar na redução da concorrência desleal com profissionais menos preparados e com menos conhecimento e que, consequentemente, cobram valores mais baixos pelo trabalho. Os que torcem pela regulamentação preveem que, com ela, haverá o aumento dos benefícios trabalhistas, melhores salários, maior responsabilidade técnica pelas atividades realizadas, mais punições por má condita profissional mediante o aumento da fiscalização e, além disso, a criação de “novos códigos de conduta e padrões éticos para o bom exercício da profissão” (ROCHA, 2018). ÉTICA NO DESIGN Como não há regulamentação da profissão de designer no Brasil, logo, não existe um conselho federal responsável por elaborar um código de ética e por fiscalizar a conduta dos designers. No entanto, isso não significa que não existam parâmetros que guiem a atuação desses profissionais. Algumas instituições que têm como função proteger e promover os interesses dos profissionais de design criaram códigos de ética. Em 2001, foi publicada a última versão do Código de Ética Internacional de Designers, um documento elaborado conjuntamente por: World Design Organization ((WDO)) , em português, Organização Mundial de Design. Na época, o órgão chamava-se International Council of Societies of Industrial Design ((ICSID)) , que significa Conselho Internacional de Sociedades de Design Industrial; International Council of Graphic Design Associations ((ICOGRADA)) , que significa Conselho Internacional de Associações de Design Gráfico; International Federation of Interior Designers ((IFI)) , que significa Federação Internacional de Designer de Interiores. O objetivo desse código é estabelecer uma base internacional de princípios éticos relacionados à prática do design em todo o mundo. Segundo o documento, o designer deve, com seu trabalho, suprir necessidades humanas por meio da sua competência, da sua criatividade e do seu método. Deve também ser sensível às prioridades sociais e culturais, seguindo princípios íntegros que demonstrem o respeito pela profissão, pelos colegas de trabalho, pelos clientes, pelos consumidores e pela sociedade como um todo (WDO, s.d.). O código está dividido em cinco artigos e, a seguir, conheceremos os principais tópicos de cada um deles. ARTIGO 1: BENEFICIAR O CLIENTE A responsabilidade final dos designers industriais com seus clientes deve ser realizada com o fornecimento de designs apropriados e originais, que representem valor e benefício para seus clientes, para os clientes dos clientes e para o público em geral, ao mesmo tempo que atendam aos objetivos éticos e comerciais dos clientes. Reconhecimento dos objetivos do cliente Respeito pela confidencialidade do cliente Clareza dos acordos contratuais Reconhecimento de conflitos pessoais/profissionais Aumento da eficiência por meio da aplicação efetiva da tecnologia digital na prática do projeto Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal RECONHECIMENTO DOS OBJETIVOS DO CLIENTE O designer deve trabalhar para promover os interesses de seus clientes de curto e longo prazos, fornecendo os seguintes itens: • Atenção aos objetivos estratégicos, econômicos e técnicos; • Projetos adequados, competitivos e de alta qualidade; • Melhores práticas profissionais; • Meios de produção eficientes, econômicos e ambientalmente corretos; • Práticas comerciais honestas. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) RESPEITO PELA CONFIDENCIALIDADE DO CLIENTE O designer deve manter confidencialidade absoluta em todas as questões relativas à tecnologia, estratégia, organização e aos negócios de um cliente e sobre qualquer outro assunto que seja definido como confidencial, a menos que seja expressamente autorizado pelo contratante a divulgar tais informações, ou se essas informações passarem a ser de domínio público. CLAREZA DOS ACORDOS CONTRATUAIS Antes de aceitar um trabalho, o designer deve definir claramente a base sobre a qual sua remuneração total é calculada. RECONHECIMENTO DE CONFLITOS PESSOAIS/PROFISSIONAIS O designer não assumirá ou aceitará conscientemente uma posição na qual seus interesses pessoais entrem em conflito com seu dever profissional. Caso se encontre em tal posição, o designer deverá informar ao cliente sobre esses conflitos. AUMENTO DA EFICIÊNCIA POR MEIO DA APLICAÇÃO EFETIVA DA TECNOLOGIA DIGITAL NA PRÁTICA DO PROJETO O designer deve aplicar a tecnologia para melhorar a qualidade do projeto e reduzir os riscos associados ao seu desenvolvimento. ARTIGO 2: BENEFICIAR O USUÁRIO Os designers devem reconhecer sua contribuição para o bem-estar social, individual e material do público em geral, principalmente no que diz respeito à saúde e à segurança. Eles não devem agir conscientemente de forma prejudicial ou contraditória a esse bem-estar. Os designers devem defender e considerar cuidadosamente as necessidades de todos os usuários em potencial, incluindo aqueles com diferentes habilidades, como idosos e deficientes físicos. Nesse sentido, os designers necessitam pensar em toda a cadeia de valor, desde a produção até a venda e o uso do produto. Os designers devem perceber que a humanização da tecnologia, a usabilidade e a fruição do produto fazem parte de sua responsabilidade. Foto: Shutterstock.com ARTIGO 3: PROTEGER O ECOSSISTEMA DA TERRA Em última análise, a qualidade de vida das gerações atuais e futuras só pode ser protegida se o ecossistema mundial puder ser salvaguardado. Consequentemente, os designers devem adotar os seguintes princípios de gestão ambiental: Advogar para produtos e serviços seguros Proteção da biosfera Uso sustentável dos recursos naturais Redução de resíduos e aumento da reciclagem Uso racional de energia Uso de novas tecnologias Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) ADVOGAR PARA PRODUTOS E SERVIÇOS SEGUROS Designers defenderão perante seus clientes o desenvolvimento de ambientes, paisagens, produtos e embalagens que minimizem os danos ambientais e sejam seguros para uso por todas as pessoas. PROTEÇÃO DA BIOSFERA Os designers devem procurar minimizar a liberação de qualquer poluente que possa colocar em risco a vida, o ar, a água ou a terra. USO SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS NATURAIS Os designers devem se esforçar para especificar processos e materiais que sejam provenientes de recursos naturais sustentáveis e/ou renováveis. Os designers devem compartilhar informações que ajudem seus colegas a fazer as melhores escolhas na especificação de materiais e processos. REDUÇÃO DE RESÍDUOS E AUMENTO DA RECICLAGEM Os designers tentarão minimizar o desperdício. Para tal, eles devem projetar para durabilidade, adaptabilidade, reparo e reciclagem dos produtos. USO RACIONAL DE ENERGIA Os designers devem adotar meios de produção e operação que economizem energia, sempre que possível. USO DE NOVAS TECNOLOGIAS Os designers devem estar continuamente informados sobre as possibilidades oferecidas pelas novas tecnologias e utilizá-las para elaborar novos projetos que economizem recursos. ARTIGO 4: ENRIQUECER A IDENTIDADE CULTURAL Os designersindustriais reconhecem que os ambientes, objetos e serviços criados como resultado do processo de design refletem e ajudam a definir a identidade cultural das nações e de grupos distintos dentro das nações. Os designers devem se esforçar para incorporar e promover as tradições culturais de suas sociedades nacionais, ao mesmo tempo em que incorporam as melhores características dos princípios e padrões internacionais de design. ARTIGO 5: BENEFÍCIO DA PROFISSÃO Os designers devem promover o contínuo desenvolvimento e respeito pela própria profissão. Para tal, eles devem: Advogar para práticas profissionais de negócios Apoiar o desenvolvimento contínuo da profissão Congruência da imagem profissional Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal ADVOGAR PARA PRÁTICAS PROFISSIONAIS DE NEGÓCIOS Essas práticas serão fortalecidas pela aplicação dos seguintes princípios: • O avanço profissional será baseado principalmente na qualidade do trabalho de design e não à custa de outros designers; • Nenhum trabalho será realizado a convite de um cliente sem o pagamento adequado, a menos que para uma organização de caridade ou sem fins lucrativos; • O cliente será notificado com antecedência, quando um designer puder se beneficiar financeiramente (por meio de associação com qualquer empresa, firma ou negócio) de quaisquer indicações feitas por ele durante a realização de um projeto; • Quando solicitado a indicar o trabalho de outros profissionais de design, o designer não aceitará nenhum pagamento dos colegas por ele indicados. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) APOIAR O DESENVOLVIMENTO CONTÍNUO DA PROFISSÃO Esse apoio deve acontecer por meio de: • Criação de oportunidades para aplicação das habilidades de design a projetos desafiadores; • Reconhecimento justo pelo trabalho realizado; • Busca de oportunidades para mais qualificação profissional; • Práticas de trabalho respeitáveis e remuneração justa a colegas, subcontratados, fornecedores e com quem os quais o trabalho foi realizado; • Endosso de (e, quando possível, participação em) atividades e programas que visem aprimorar a profissão de design, seja por organizações profissionais, instituições de ensino ou órgãos legislativos. CONGRUÊNCIA DA IMAGEM PROFISSIONAL A divulgação das suas habilidades refletirá de forma consistente os seus objetivos profissionais e incluirá apenas declarações factuais e verdadeiras e, quando apropriado, críticas objetivas e construtivas. O CONCEITO DE ÉTICA NA FILOSOFIA O especialista Hely Júnior faz um aprofundamento sobre o conceito de ética na filosofia, abordando as doutrinas éticas e a diferença entre ética e moral. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ESTUDAMOS O CONCEITO DE ÉTICA E A SUA RELEVÂNCIA. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CONTÉM A AFIRMATIVA QUE CORRESPONDE CORRETAMENTE AO APRESENTADO ACERCA DO CONCEITO. A) A ética é uma preocupação recente entre os filósofos. B) A ética é parte integrante das nossas vidas apenas em momentos específicos do nosso cotidiano. C) A ética define nossos modos de agir no cotidiano, exceto no âmbito profissional. D) A ética determina o que é considerado certo e errado, e essas noções não variam conforme o contexto social e a época. E) A ética é um ramo da filosofia que estuda assuntos morais e os modos de agir dos seres humanos. 2. ANALISE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR SOBRE A APLICAÇÃO DA ÉTICA NO DESIGN E ÚLTIMA VERSÃO DO CÓDIGO DE ÉTICA INTERNACIONAL DE DESIGNERS. I. COMO NÃO HÁ REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DE DESIGNER NO BRASIL, NÃO EXISTEM PARÂMETROS QUE GUIEM A ATUAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE DESIGN. II. O CÓDIGO DE ÉTICA ELABORADO PELA WORLD DESIGN ORGANIZATION É VOLTADO PARA A PRÁTICA PROFISSIONAL DESIGNERS DE TODO O MUNDO. III. DE ACORDO COM O DOCUMENTO, O DESIGNER DEVE PROCURAR UTILIZAR MÉTODOS E PROCESSOS QUE SEJAM POUCO NOCIVOS AO MEIO AMBIENTE. IV. É RECOMENDADO QUE O DESIGNER TRABALHE GRATUITAMENTE PARA FORTALECER SEU NOME NO MERCADO. É CORRETO O QUE SE AFIRMA EM: A) I e IV, apenas. B) II e III, apenas. C) I, II e III, apenas. D) II, III e IV, apenas. E) I, II, III e IV. GABARITO 1. Estudamos o conceito de ética e a sua relevância. Assinale a alternativa que contém a afirmativa que corresponde corretamente ao apresentado acerca do conceito. A alternativa "E " está correta. A preocupação com o estudo da ética não é recente, ela vem desde os filósofos da Grécia Antiga. A ética é parte integrante das nossas vidas o tempo todo, norteando nossas ações cotidianas, inclusive no âmbito profissional. A ética determina o que é considerado certo e errado, e essas noções variam conforme o contexto social e a época. 2. Analise as afirmativas a seguir sobre a aplicação da ética no design e última versão do Código de Ética Internacional de Designers. I. Como não há regulamentação da profissão de designer no Brasil, não existem parâmetros que guiem a atuação de profissionais de design. II. O Código de Ética elaborado pela World Design Organization é voltado para a prática profissional designers de todo o mundo. III. De acordo com o documento, o designer deve procurar utilizar métodos e processos que sejam pouco nocivos ao meio ambiente. IV. É recomendado que o designer trabalhe gratuitamente para fortalecer seu nome no mercado. É correto o que se afirma em: A alternativa "B " está correta. A afirmativa I é incorreta: não há regulamentação da profissão de designer no Brasil, mas isso não significa que não existam parâmetros que guiem a atuação dos designers, visto que os códigos de ética e a legislação vigente o fazem; a afirmativa II é correta: o objetivo do código criado pela WDO é estabelecer uma base internacional de princípios éticos relacionados à prática do design em todo o mundo; a afirmativa III é correta: o artigo 3 do Código versa sobre a proteção do ecossistema da Terra; a afirmativa IV é incorreta: de acordo com o artigo 5 do Código, “nenhum trabalho será realizado a convite de um cliente sem o pagamento adequado, a menos que para uma organização de caridade ou sem fins lucrativos”. MÓDULO 2 Empregar Os Princípios Da Propriedade Intelectual E Da Lei Do Direito Autoral Aos Projetos De Design O QUE É DIREITO? Para entendermos como funciona o Direito autoral em Design, é preciso, inicialmente, compreender o que é o Direito: é importante para os profissionais do design conhecerem alguns conceitos que impactam a atividade. Imagem: Shutterstock.com O termo direito vem da palavra latina directum, que significa “reto, no sentido de retidão, o certo, o correto, o mais adequado”. Podemos dizer que, conceitualmente, o Direito seria a determinação daquilo que é mais adequado para uma pessoa, levando em conta que, como vivemos em comunidade, ele deve compreender fundamentalmente o interesse da coletividade (DA SILVA, s.d.). Nesse sentido, podemos definir o Direito como um sistema normativo, ou seja, um conjunto de regras e princípios que orientam o comportamento dos indivíduos em um determinado contexto social. Isso significa que o Direito não é apenas um conjunto de regras escritas ou um conjunto de leis, antes disso, ele é um conjunto de valores que representam retidão e aquilo que é considerado como certo em uma sociedade. VOCÊ SABIA Desse modo, independentemente dos códigos legislativos, o Direito faz parte do nosso inconsciente. Por exemplo, sabemos que temos o direito a determinadas coisas, como caminhar pela rua sem que ninguém viole a nossa integridade física. Do mesmo modo, sabemos que não temos direito de pegar algo de alguém sem que nos seja dada permissão. Essas são fatos aceitos como regra pela maioria dos indivíduos e, assim, consideradas válidas e certas. É o Direito, com seus códigos e leis, que sistematiza esses valores e costumes, transformados em normas de comportamento. Estamos falando aqui de direito subjetivo e direito objetivo. Segundo o portal DireitoNet (2006):Direito objetivo É o “conjunto de normas jurídicas direcionadas e impostas a todos pelo Estado”. Direito subjetivo É a nossa faculdade de agir ou não conforme essas regras, que são impostas e internalizadas. Para compreender melhor, vamos a mais um exemplo. Sabemos, subjetivamente, que não é correto, nem ético copiar integral ou parcialmente o projeto que foi elaborado por outro designer. Se agirmos eticamente, não o faremos. Entretanto, apesar de o design, como já vimos, carecer de regulamentação e codificação, caso alguém copie um projeto seu, você pode objetivamente recorrer às leis do Direito Autoral e da Propriedade Intelectual e acionar judicialmente o seu plagiador. DIREITO DE PROPRIEDADE E PROPRIEDADE INTELECTUAL O direito à propriedade é, com certeza, um direito subjetivo fortemente consolidado em nosso imaginário. Além de fazer parte do inconsciente de todos, ele é a base que fundamenta o modo de produção capitalista. De acordo com a Constituição Federal de 1988, a propriedade é um direito fundamental garantido pelo inciso XXII do artigo 5o. [...] A RELAÇÃO JURÍDICA FORMAL ESTABELECIDA ENTRE O PROPRIETÁRIO DE UMA COISA E OS NÃO PROPRIETÁRIOS. PROPRIEDADE É A TITULARIDADE FORMAL DE UM BEM. PROPRIEDADE É A RELAÇÃO JURÍDICA COMPLEXA FORMADA ENTRE O TITULAR DE UM BEM E A COLETIVIDADE DE PESSOAS NÃO PROPRIETÁRIAS. (ESCOLA BRASILEIRA DE DIREITO, S.d.) A propriedade pode ser material ou imaterial. MATERIAL É corpórea, tangível, palpável, como uma casa, um carro, um computador ou uma roupa. IMATERIAL Não tem uma forma física, ou seja, é intangível e abrange os direitos intelectuais sobre algo. As duas não são desvinculadas, até porque acessamos os conteúdos imateriais por meio de coisas materiais. Ouvimos uma música, que é imaterial, por meio do aparelho de som ou do javascript:void(0) javascript:void(0) celular. Você pode comprar um quadro, que é algo material, mas não compra junto o direito à sua reprodução, já que a propriedade intelectual sobre aquela obra não lhe pertence. DIREITO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL É o ramo do Direito que diz respeito às propriedades intelectuais dos indivíduos. De acordo com a convenção que institui a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), Propriedade Intelectual pode ser definida como: [...] A SOMA DOS DIREITOS RELATIVOS ÀS OBRAS LITERÁRIAS, ARTÍSTICAS E CIENTÍFICAS, ÀS INTERPRETAÇÕES DOS ARTISTAS INTÉRPRETES, ÀS EXECUÇÕES DOS ARTISTAS INSTRUMENTISTAS, AOS FONOGRAMAS E ÀS EMISSÕES DE RADIODIFUSÃO, ÀS INVENÇÕES EM TODOS OS DOMÍNIOS DA ATIVIDADE HUMANA, ÀS DESCOBERTAS CIENTÍFICAS, AOS DESENHOS E MODELOS INDUSTRIAIS, ÀS MARCAS INDUSTRIAIS, COMERCIAIS E DE SERVIÇOS, BEM COMO ÀS FIRMAS COMERCIAIS E DENOMINAÇÕES COMERCIAIS, À PROTEÇÃO CONTRA A CONCORRÊNCIA DESLEAL, E A TODOS OS OUTROS DIREITOS INERENTES À ATIVIDADE INTELECTUAL NOS DOMÍNIOS INDUSTRIAL, CIENTÍFICO, LITERÁRIO E ARTÍSTICO. (MENCHISE; FERREIRA, 2014) Imagem: Shutterstock.com O Direito de Propriedade Intelectual protege a propriedade imaterial. Segundo Menchise e Ferreira (2014), o Direito de Propriedade Intelectual se divide em duas grandes áreas: Propriedade Industrial e Direito Autoral. PROPRIEDADE INDUSTRIAL Voltado para a utilidade das criações no âmbito empresarial e comercial, cuja propriedade é estabelecida por meio de patente e/ou marca de um produto. DIREITO AUTORAL É o tipo de propriedade intelectual que cuida da proteção da criação e da utilização de obras intelectuais estéticas na literatura, nas artes ou na ciência. Conhecer os dois ramos da Propriedade Intelectual é fundamental para a atividade dos designers. Isso porque esses profissionais criam tanto marcas e produtos com funcionalidades, como artefatos e obras dotados de qualidades criativas e estéticas. DIREITO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL O primeiro caso registrado de concessão de propriedade industrial aconteceu na França, na cidade de Bordeaux no ano de 1236, quando foi concedido a uma tecelagem o privilégio exclusivo para tecer e tingir tecidos de lã. Já a primeira lei foi criada em 1474, em Veneza, que era um dos mais importantes portos comerciais da Europa. No entanto, foi só no século XIX, em 1883, com o aumento de inventos em decorrência da Revolução Industrial, que a Convenção de Paris se reuniu pela primeira vez, visando à harmonização internacional do sistema de propriedade industrial. No Brasil, a primeira lei de marcas e patentes surgiu em 1875. Quase cem anos depois, em 1970, foi criado o Instituto Nacional da Propriedade Industrial, o INPI (ROBLEDO, 2014). Até hoje, o INPI é o órgão nacional responsável por: [...] EXECUTAR, NO ÂMBITO NACIONAL, AS NORMAS QUE REGULAM A PROPRIEDADE INDUSTRIAL, TENDO EM VISTA A SUA FUNÇÃO SOCIAL, ECONÔMICA, JURÍDICA E TÉCNICA, BEM COMO PRONUNCIAR-SE QUANTO À CONVENIÊNCIA DE ASSINATURA, RATIFICAÇÃO E DENÚNCIA DE CONVENÇÕES, TRATADOS, CONVÊNIOS E ACORDOS SOBRE PROPRIEDADE INDUSTRIAL. ENTRE OS SERVIÇOS PRESTADOS PELO INSTITUTO, ESTÃO OS REGISTROS DE MARCAS, DESENHOS INDUSTRIAIS, INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS, PROGRAMAS DE COMPUTADOR E TOPOGRAFIAS DE CIRCUITOS INTEGRADOS, AS CONCESSÕES DE PATENTES E AS AVERBAÇÕES DE CONTRATOS DE FRANQUIA E DAS DISTINTAS MODALIDADES DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA. EM SÍNTESE, O REGISTRO DE ATIVOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL CONSTITUI A RAZÃO DE SER DO INPI. (INPI, s.d.) O INPI é responsável, portanto, pela concessão de patentes às invenções e aos modelos de utilidade e de registros aos desenhos industriais e às marcas. Vejamos suas definições: PATENTE É um documento que dá a propriedade exclusiva e temporária a um inventor ou criador isolado (pessoa física) ou a uma empresa (pessoa jurídica) sobre aquilo que foi inventado ou aperfeiçoado. Por meio da patente, a pessoa ou empresa que cria uma inovação, obtém o direito de explorar comercialmente a sua produção intelectual, protegendo-a de cópias e, consequentemente, dos concorrentes (ROCK CONTENT, 2019). A patente proíbe que outras empresas fabriquem, usem ou comercializem a inovação em questão, pois o seu proprietário é detentor de todos os direitos e lucros obtidos sobre ela. PATENTE DE INVENÇÃO Esse é o tipo de patente concedida a qualquer produto ou processo que tenha aplicação industrial e que seja de fato inventado. Ou seja, que não seja parecido com nada já existente. A patente de invenção tem validade de vinte anos, a partir da data de solicitação do registro. Um bom exemplo desse tipo de patente é o aparelho de telefone, cuja primeira patente foi obtida por Alexander Graham Bell, em 1876. PATENTE DE MODELO DE UTILIDADE Protege as criações com aplicação industrial que proporcionam uma melhoria funcional no uso ou fabricação de algo já existente. Nesse caso, é patenteada uma forma de melhorar um objeto ou processo. Quando é concedida, a patente de modelo de utilidade tem validade de 15 anos contados a partir do depósito no INPI. Um exemplo desse tipo de patente é a tesoura para pessoas canhotas, que é um aperfeiçoamento de um objeto cotidiano para a melhor utilização por uma parcela da população. REGISTRO DE DESENHO INDUSTRIAL De acordo com o INPI (s.d.), “é registrável como desenho industrial a forma plástica ornamental de um objeto ou conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial”. Isso significa que esse tipo de proteção tem um caráter mais estético do que funcional. Foto: Shutterstock.com REGISTRO DE MARCA A marca é um sinal distintivo, um símbolo que tem como propósito identificar e diferenciar produtos e serviços dos seus concorrentes. Uma marca é passível de registro quando ela é original, ou seja, não é semelhante a alguma marca já existente, não podendo, portanto, ser confundida com outra. ATENÇÃO O registro de marca é a proteção que evita que outras empresas utilizem o mesmo nome ou o mesmo símbolo para o mesmo segmento de negócios.Ele deve ser feito pela empresa/cliente que é dona da marca e que dela usufrui, não pelo designer que a criou. Segundo o INPI (s.d.), “a marca registrada garante ao seu titular o direito de uso exclusivo no território nacional em seu ramo de atividade econômica pelo período de dez anos, a partir da data da concessão. O registro pode ser prorrogado por sucessivos períodos de dez anos”. DIREITO AUTORAL É o direito que o autor tem de usufruir dos benefícios que resultam de sua criação. Alguém que cria uma obra literária, científica ou artística tem o direito de atrelar seu nome à sua criação e de reproduzi-la da maneira que achar conveniente. Historiadores afirmam que, nas sociedades clássicas, já existiam noções de propriedade sobre os trabalhos intelectuais, sobretudo na Roma Antiga. No entanto, podemos considerar que modernamente, o Direito do Autor tem seu nascimento relacionado à introdução da imprensa na Europa por Gutemberg, no século XV. A partir de então, era possível copiar qualquer obra literária em vários exemplares. Assim começaram a surgir ideias sobre a proteção desses trabalhos impressos. Os editores de obras literárias e os vendedores de livros formaram, nesse contexto, a primeira categoria organizada em torno do comércio de obras intelectuais (JARDES, 2014). 1 A primeira lei sobre garantia da proteção do direito individual de um uma obra impressa de que se tem notícia foi criada na Inglaterra, em 1710. Ela ficou conhecida como “Lei da Rainha Ana” ou Copyright Act, que é traduzido para o português como Ato do Direito de Cópia. Ela teve como propósito proteger os editores contra a reprodução dos seus impressos sem autorização. Na verdade, a lei não protegia os verdadeiros autores do trabalho intelectual, configurando uma lei de privilégio de impressão (JARDES, 2014). 2 A Convenção de Berna de 1886 foi um marco importante para o Direito Autoral. Ela estabeleceu um acordo multilateral de vários países sobre o tema. Ele está em vigor até hoje e discute e regula as questões referentes à proteção aos direitos de autor sobre obras literárias, artísticas e científicas. O Brasil é signatário do documento desde 1922 (JARDES, 2014). 3 Na Constituição Federal do Brasil, a proteção autoral aparece no artigo 5º, incisos XXVII e XXVIII. Em 1998, foi aprovada a Lei nº 9.610, a Lei Brasileira de Direitos Autorais, cujo principal propósito é a proteção do vínculo entre uma obra intelectual e quem a criou. Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais como: I - os textos de obras literárias, artísticas ou científicas; II - as conferências, alocuções, sermões e outras obras da mesma natureza; III - as obras dramáticas e dramático-musicais; IV - as obras coreográficas e pantomímicas, cuja execução cênica se fixe por escrito ou por outra qualquer forma; V - as composições musicais, tenham ou não letra; VI - as obras audiovisuais, sonorizadas ou não, inclusive as cinematográficas; VII - as obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo análogo ao da fotografia; VIII - as obras de desenho, pintura, gravura, escultura, litografia e arte cinética; IX - as ilustrações, cartas geográficas e outras obras da mesma natureza; X - os projetos, esboços e obras plásticas concernentes à geografia, engenharia, topografia, arquitetura, paisagismo, cenografia e ciência; XI - as adaptações, traduções e outras transformações de obras originais, apresentadas como criação intelectual nova; XII - os programas de computador; XIII - as coletâneas ou compilações, antologias, enciclopédias, dicionários, bases de dados e outras obras, que, por sua seleção, organização ou disposição de seu conteúdo, constituam uma criação intelectual. (LEI Nº 9.610/1998) A Lei do Direito Autoral, também conhecida como copyright, divide-se entre direitos morais e direitos patrimoniais. Direitos morais Direitos patrimoniais Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal javascript:void(0) javascript:void(0) DIREITOS MORAIS São os que se referem à autoria de uma obra e ao direito do seu criador de ser citado como autor daquilo. Esses direitos são intransferíveis e irrevogáveis, não podendo ser vendidos ou restringidos (ISBRASIL, 2019). No caso do designer, esse direito é adquirido no momento da criação de um projeto, seja ele um produto, um cartaz, um ambiente ou uma roupa. DIREITOS PATRIMONIAIS Dizem respeito ao uso econômico das obras. É permitida a concessão, a transferência ou o licenciamento do direito de representação ou utilização de uma criação. Um livro, por exemplo, costuma ser vendido por uma editora, que é uma empresa licenciada para explorá-lo comercialmente e deve repassar ao autor os valores referentes aos seus direitos. O plágio consiste na cópia total ou parcial da obra de terceiro sem a permissão do autor ou sem citação da autoria. Esse tipo de prática, apesar de não ser raro de acontecer, é crime de violação dos direitos autorais e pode, inclusive, acarretar multas e até detenção. No design, o plágio diz respeito, na maior parte dos casos, aos aspectos estético-formais de uma criação; de modo geral, os projetos dos designers são feitos para serem comercializados. Por isso, esse tipo de plágio viola tanto o direito moral quanto o patrimonial. Imagem: Shutterstock.com Seja original, plágio é crime! A proteção garantida pela legislação não está vinculada obrigatoriamente ao registro da obra. No entanto, ele funciona como uma prova de verificação de propriedade, o que facilita a identificação e penalização por plágio. Com o registro, fica mais fácil provar a autoria, caso seja necessário. O registro tradicional deve ser feito por órgãos públicos competentes, entre os quais mencionamos a Biblioteca Nacional e a Escola de Belas Artes da UFRJ. Mas existe, desde 2014, uma agência que se tornou referência no ramo da proteção dos direitos de designers, a Avctoris. Ao realizar qualquer um dos tipos de registro, além de proteger seus direitos, você protege também seu cliente, já que qualquer negociação com ele será baseada na legislação vigente e, além disso, você demonstra profissionalismo. SOBRE PLÁGIO E DESIGN O especialista Hely Júnior fala sobre plágio e design, detalhando os tipos de plágio que existem e os exemplos de plágios no design. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. VIMOS QUE UMA DAS ÁREAS DO DIREITO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL É A PROPRIEDADE INDUSTRIAL. ANALISE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR SOBRE O TEMA. I. NO BRASIL, O ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELA CONCESSÃO DE PATENTES ÀS INVENÇÕES E AOS MODELOS DE UTILIDADE E DE REGISTROS AOS DESENHOS INDUSTRIAIS E ÀS MARCAS É O INPI. II. A PATENTE É UM DOCUMENTO QUE DÁ A PROPRIEDADE EXCLUSIVA E DEFINITIVA A UM INVENTOR OU CRIADOR ISOLADO, OU A UMA EMPRESA SOBRE AQUILO QUE FOI INVENTADO OU APERFEIÇOADO. III. O REGISTRO DE MARCA IMPEDE QUE OUTRAS EMPRESAS UTILIZEM O MESMO NOME OU O MESMO SÍMBOLO PARA O MESMO SEGMENTO DE NEGÓCIOS. É CORRETO O QUE SE AFIRMA EM: A) I apenas. B) I e II, apenas. C) I e III, apenas. D) II e III, apenas. E) I, II e III. 2. ESTUDAMOS QUE O DIREITO AUTORAL É O DIREITO QUE O AUTOR TEM DE USUFRUIR DOS BENEFÍCIOS QUE RESULTAM DA SUA CRIAÇÃO. MARQUE A OPÇÃO INCORRETA SOBRE O TEMA. A) O criador de uma obra literária, científica ou artística tem o direito de atrelar seu nome à sua criação e a reproduzi-la como e quantas vezes quiser. B) No Direito Autoral, os direitos morais, que se referem à autoria de uma obra e ao direito do seu criador de ser citado como autor daquilo, são intransferíveis e irrevogáveis. C) Os direitos patrimoniais têm relação com o uso econômico das obras e podem ser concedidos, transferidos e licenciados. D) Apesar de, nas sociedades clássicas, já existissem noções de propriedade sobre os trabalhos intelectuais, considera-se queo Direto Autoral moderno surgiu no século XXI, com o advento da internet. E) Não é exigido por lei um registro legal, mas ele é recomendado porque funciona como uma prova de verificação de propriedade. GABARITO 1. Vimos que uma das áreas do Direito de Propriedade Intelectual é a propriedade industrial. Analise as afirmativas a seguir sobre o tema. I. No Brasil, o órgão responsável pela concessão de patentes às invenções e aos modelos de utilidade e de registros aos desenhos industriais e às marcas é o INPI. II. A patente é um documento que dá a propriedade exclusiva e definitiva a um inventor ou criador isolado, ou a uma empresa sobre aquilo que foi inventado ou aperfeiçoado. III. O registro de marca impede que outras empresas utilizem o mesmo nome ou o mesmo símbolo para o mesmo segmento de negócios. É correto o que se afirma em: A alternativa "C " está correta. A afirmativa I é correta: o INPI foi fundado em 1970 e até hoje é responsável pela concessão de patentes às invenções e aos modelos de utilidade e de registros aos desenhos industriais e às marcas; a afirmativa II é incorreta: é um documento que dá a propriedade exclusiva e temporária, de 20 ou 15 anos, a um inventor ou criador isolado (pessoa física) ou a uma empresa (pessoa jurídica) sobre aquilo que foi inventado ou aperfeiçoado; a afirmativa III é correta: a marca é um símbolo distintivo de uma empresa e o registro impede que ela seja utilizada por terceiros. 2. Estudamos que o Direito Autoral é o direito que o autor tem de usufruir dos benefícios que resultam da sua criação. Marque a opção incorreta sobre o tema. A alternativa "D " está correta. Direito do Autor surgiu em decorrência da introdução da imprensa na Europa no século XV. MÓDULO 3 Aplicar As Normas Estabelecidas Pelo Marco Civil Da Internet A Projetos De Design ÉTICA E INTERNET O surgimento da internet foi uma transformação tecnológica que revolucionou as nossas vidas. A popularização da rede e do uso de dispositivos digitais como computadores, celulares e tablets fez com que modificássemos muitos hábitos. A informação passou a circular com uma velocidade sem precedentes e isso impactou enormemente a forma como nos comunicamos uns com os outros. Foto: Shutterstock.com A internet mudou a maneira como as pessoas se comunicam umas com as outras. Essa mudança influenciou também o design, porque ele é uma atividade que, fundamentalmente, comunica. Um produto passa mensagens, seja ele um cartaz, uma identidade visual, uma roupa, um objeto, um ambiente, a interface de um site, um jogo etc. Além disso, nas últimas décadas, aumentou exponencialmente a quantidade de designers atuando em projetos que têm resultados virtuais (tais como jogos digitais, aplicativos, sites). Mesmo os produtos físicos precisam estar de alguma forma no mundo virtual, já que eles são divulgados e comercializados na internet. É também por meio dela que, cada vez mais, as empresas interagem com seus clientes. COMENTÁRIO Seja no desenvolvimento de projetos, na comunicação com os consumidores ou em nossas vidas pessoais, a internet proporciona o acesso aos mais variados tipos de informação, permitindo que possamos adquirir conhecimento a distância e chegar a lugares afastados com o uso do computador ou celular. Diante de tantas mudanças e possibilidades, passou a ser necessário um novo conjunto de princípios éticos baseado na internet. Estudamos anteriormente que a ética é um ramo reflete sobre o que é certo e errado, de acordo com normas e valores adotados por uma determinada sociedade e que nós agimos (ou pelo menos deveríamos agir) de forma condizente com os valores e a moral vigente para que as nossas ações sejam consideradas éticas. As normas e os valores éticos devem ser válidas também na internet. Entretanto, nem todos agem e pensam da mesma maneira e acontece de pessoas terem atitudes pouco éticas. Por isso, frequentemente vemos surgir situações em que a ética é negligenciada nas redes. Entre elas, podemos mencionar as notícias falsas, a propaganda enganosa, a invasão de privacidade e a segurança de dados, agressões e desrespeito a opiniões diferentes, preconceito etc. ATENÇÃO É importante mencionar também a ocorrência de plágio, que, como já vimos, consiste em reproduzir parcial ou integralmente algo produzido por outrem sem autorização ou sem fazer referência à autoria. Ou seja, é usar o trabalho de outra pessoa como se fosse seu. A grande quantidade de informação disponível em poucos cliques facilita o plágio e, ao mesmo tempo, facilita também a identificação da cópia. Os profissionais de design devem estar atentos a essas questões. MARCO CIVIL DA INTERNET As transformações sociais fazem com que surjam novos dilemas éticos; consequentemente, a legislação já existente se adapta e novas leis são criadas. Para lidar com as novas relações sociais e formas de consumo foi preciso que cada país criasse leis específicas relacionadas ao uso da internet. No Brasil, como resposta à necessidade de adequação às transformações advindas dos avanços tecnológicos, foi sancionada, em 2014, a Lei 12.965, o Marco Civil da Internet. O propósito é estabelecer diretrizes para o uso da internet no país, tais como princípios, garantias, direitos e deveres das partes. Isso significa que o objetivo central da lei, que ficou conhecida como Constituição da Internet Brasileira, é disciplinar a relação entre as empresas operadoras de produtos e/ou serviços associados à internet e os usuários/consumidores desses produtos no território nacional. O processo de desenvolvimento do Marco Civil contou com a participação popular, e os cidadãos puderam comentar os artigos e opinar por meio das audiências públicas ou portais relacionados ao projeto pela própria internet (CHC ADVOCACIA, 2019). O Marco Civil da internet foi elaborado a partir de três pilares essenciais que norteiam a relação das empresas prestadoras de serviços de internet com os usuários. Veja quais são: PRINCÍPIO DE NEUTRALIDADE DA REDE Diz respeito às empresas que fornecem conexão de internet, ou seja, prestadoras de serviço que a cliente contrata para ter acesso à rede e poder navegar por ela. Segundo esse princípio, todas as informações disponíveis na rede devem ser tratadas de maneira igualitária. Isso garante a autonomia do usuário, que pode navegar por qualquer conteúdo. Uma operadora não pode, por exemplo, limitar o acesso do usuário a uma determinada rede ou cobrar mais para que ele acesse uma plataforma. Imagem: Shutterstock.com PRINCÍPIO DA PRIVACIDADE NA WEB É a garantia da inviolabilidade das informações contidas nas comunicações dos usuários. O dever de manter sigilo sobre os dados e conteúdos disponibilizados pelas pessoas no ambiente virtual é dos provedores do recurso de internet. Estes são as empresas que fornecem um conjunto de funcionalidades que podem ser acessados por um terminal conectado à rede. Ou seja, são as empresas que fornecem os serviços online tais como sites, blogs, e-mail, redes sociais, aplicativos etc. (CHC ADVOCACIA, 2019). Foto: Shutterstock.com Quando você coloca os dados do cartão de crédito para realizar uma compra online, por exemplo, o site, por meio do qual você está comprando, é responsável pela segurança da transação. Do mesmo modo, quando você utiliza um aplicativo para conversar com seus amigos, como o WhatsApp, suas conversas não podem ser divulgadas e cabe à empresa responsável pelo aplicativo zelar pela privacidade do seu conteúdo. Uma exceção é o caso de solicitação de dados ou comunicações pela Justiça, o que nos remete ao terceiro e último princípio. PRINCÍPIO DE FISCALIZAÇÃO DOS ACESSOS Funciona como um contraposto à privacidade, visto que evita que a internet seja utilizada anonimamente para fins ilícitos. Esse terceiro princípio regulamenta o armazenamento de dados de conexão, que é responsabilidade da empresa provedora do serviço, pelo prazo mínimo de um ano.Isso significa que dados cadastrais que qualifiquem os usuários, como nome completo, estado civil, profissão, filiação, endereço podem ser exigidos pelas autoridades. Isso também acontece com os outros tipos de informações disponibilizadas pelas pessoas, tais como fotografias, localização, conversas etc., que podem ser solicitados para utilização em uma investigação. Foto: Shutterstock.com Além da privacidade, o Marco Civil da Internet garante o direito à liberdade de expressão. Ou seja, os usuários têm o direito de se expressar como bem entender. No entanto, é importante destacar que, da mesma maneira que acontece no mundo físico, os usuários podem ser responsabilizados pelas suas ações na rede. É fato que cada vez mais as pessoas e as empresas têm utilizado a internet como veículo para expressar suas ideias e valores, mas nem todas o fazem de uma forma positiva e ética. Mas é fundamental que se saiba que a internet não é uma terra sem lei: ofensas, comentários preconceituosos e divulgação de notícias falsas podem acarretar punição tanto para indivíduos como para empresas que veiculem esse tipo de conteúdo em suas redes sociais e sites. Em relação às empresas e figuras públicas, além do problema legal, há ainda a questão da credibilidade e aceitação do público, que podem ser afetadas negativamente em função da publicação de conteúdos impróprios, preconceituosos, agressivos ou falsos. DESIGN E MARCO CIVIL DA INTERNET A essa altura você deve estar se perguntando qual é a relação do Marco Civil com o design. Para responder essa pergunta, é necessário, em primeiro lugar, destacar a estreita ligação entre o design e a tecnologia. Nas Ciências Sociais, entendemos tecnologia como qualquer tipo de ferramenta, máquina, métodos, processos e materiais que solucionem um determinado problema encontrado pelas pessoas. Ou seja, o termo tecnologia se refere a tudo aquilo que utilizamos para produzir nossa sobrevivência e modificar nossa realidade material. Apesar de a tecnologia poder abranger descobertas e inovações nos mais diferentes ramos da ciência, hoje em dia, costumamos associá-la diretamente aos dispositivos eletrônicos e computadorizados, área de saber que se convencionou chamar de tecnologia da informação. Na sociedade contemporânea, esse tipo de tecnologia é parte integrante das mais diversas atividades desempenhadas pelas pessoas: pagar uma compra no caixa do mercado, conversar com os amigos, assistir a filmes e ouvir música, ler notícias e tanto mais que nem nos damos conta, justamente por elas estarem tão presentes em nossas vidas. Com o design não poderia ser diferente. A utilização de computadores, telefones celulares e dispositivos digitais em geral e os avanços da tecnologia da informação modificaram a forma de se fazer e pensar o design e a rotina de trabalho dos designers. Como já vimos, o surgimento de novas possibilidades técnicas permite que o designer trabalhe com mais liberdade e tenha acesso a uma quantidade muito maios de referências e informações. Ao mesmo tempo, o designer também é responsável por projetar novas tecnologias e novas formas de comunicação. COMENTÁRIO Já sabemos que é cada vez mais comum que designers trabalhem no desenvolvimento de sistemas digitais como sites, aplicativos e jogos. Essa área do design, o design digital, tem crescido muito, uma consequência direta do aumento da utilização de dispositivos digitais pelas pessoas. Mesmo os designers que não projetam para o ambiente virtual, devem pensar o projeto em relação aos novos meios de comunicação, pois é cada vez mais importante que os produtos sejam divulgados e comercializados pela internet. Se pararmos para pensar, as tecnologias da informação fazem parte de todas as etapas de um projeto de design, independentemente do tipo de produto ou área do design. Por isso, é tão importante conhecer e aplicar as regras que regem as relações entre empresas e usuários na rede. PESQUISA A pesquisa é uma etapa fundamental para qualquer tipo de projeto de design, seja seu resultado um produto físico ou um produto virtual. É por meio da pesquisa que coletamos os mais variados tipos de dados que vão compor as bases para futura elaboração de um produto, serviço ou sistema. Esses dados são coletados, com cada vez mais frequência, pelo ambiente virtual. PESQUISA DE PÚBLICO A pesquisa de público, por exemplo, que tem como propósito compreender os desejos e necessidades dos usuários a quem se destina o projeto ou descobrir uma oportunidade para desenvolvimento de um novo produto, é muitas vezes realizada por meio de questionários e entrevistas online. Em sites e plataformas, os entrevistados respondem a perguntas relevantes para o projeto e fornecem aos designers informações sobre seus gostos e anseios. É muito comum que as equipes de projeto observem o comportamento do seu público-alvo nas redes sociais dos usuários. No entanto, por lei, não é permitido o compartilhamento de informações ou imagens publicadas nos perfis dos usuários. Mas a empresa pode usar esses dados para conhecer melhor seu público, pois, por meio das suas publicações em redes sociais, as pessoas mostram muito sobre suas vidas, seus valores, seus hábitos e seus desejos. A utilização dos dados e as imagens coletadas devem respeitar os direitos assegurados aos usuários e as obrigações estabelecidas para as empresas pelo Marco Civil da Internet. A privacidade e o anonimato dos indivíduos devem ser garantidos. Desse modo, nada do que for dito nas entrevistas e nos questionários ou publicado nas redes sociais dos pesquisados deve ser divulgado. As informações pessoais dos usuários devem, portanto, ser utilizadas somente para fins de pesquisa e não para fins de propaganda ou comercialização. PESQUISA DE MERCADO Outro tipo de pesquisa que é comumente realizada pelo ambiente digital é a pesquisa de mercado, cujo propósito é investigar a atuação da concorrência. Nesse tipo de investigação, são observados os produtos, os preços, as formas de comercialização e a comunicação dos concorrentes com seu público. Nesse tipo de análise, o designer consegue identificar vantagens e desvantagens da empresa para qual o projeto está sendo elaborado em relação à concorrência e novas oportunidades de atuação. Do mesmo modo que na pesquisa de público, as regras estabelecidas pelo Marco Civil devem ser seguidas na condução das pesquisas de mercado. DESENVOLVIMENTO E TESTES Para o desenvolvimento do projeto e a definição das características do produto, é bastante usual que sejam coletadas referências visuais para o processo criativo. Muitas vezes, elas são buscadas por meio do ambiente virtual; aqui é muito importante lembrar que as leis de Direito Autoral e Propriedade Industrial e os princípios éticos devem ser respeitados. Quando selecionamos referências criativas, escolhemos estilos estéticos, imagens, formas e soluções que vão influenciar a nossa criação. Mas a criação deve ser original, plágio é crime! Foto: Shutterstock.com No caso do desenvolvimento de produtos de design digital, aqueles voltados para o ambiente virtual, tais como sites, jogos virtuais e aplicativos, os testes de usabilidade são realizados com os próprios usuários. Nesse tipo de teste, eles interagem com o produto digital para verificar se ele funciona adequadamente, se é intuitivo, se existe alguma funcionalidade que pode ser melhorada, se existe algum problema na interação que deve ser resolvido etc. E, claro, esse processo deve estar de acordo com as regras do Marco Civil da Internet, respeitando os direitos dos usuários. DIVULGAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO Atualmente, é praticamente impossível pensarmos em divulgação e comercialização de produtos desenvolvidos por designers sem levarmos em conta o ambiente virtual. As pessoas estão cada vez mais conectadas e, por isso, as empresas têm investido cada vez mais nas redes sociais, em propaganda na internet e no e-commerce. A criação do Marco Civil daInternet impactou bastante a divulgação e comercialização online. Uma loja virtual, por exemplo, lida com uma série de dados dos usuários e os responsáveis pela loja devem seguir a lei ao coletar, armazenar e utilizar esses dados, tanto os pessoais como os financeiros. Além disso, é importante que a empresa inspire confiança e credibilidade nos clientes. Por isso, é fundamental a criação de uma política de privacidade. [...] INFORMAR AOS USUÁRIOS QUANTO ÀS CONDIÇÕES DE FUNCIONAMENTO DE UMA PÁGINA, APLICATIVO, OU OUTRA PLATAFORMA QUE DEPENDE DA COLETA DE QUALQUER TIPO DE DADO, É UMA OBRIGAÇÃO DAS EMPRESAS E ELAS PRECISAM DE UM MECANISMO EFICIENTE PARA FAZER UMA COMUNICAÇÃO TRANSPARENTE COM OS USUÁRIOS SOBRE ESSES DETALHES. (CHC ADVOCACIA, 2019) Na etapa de pesquisa de público, é comum as empresas observarem o comportamento dos usuários por meio dos seus perfis nas redes sociais. As empresas não podem divulgar imagens ou informações pessoais. Isso vale para ações de marketing, ou seja, de divulgação do produto/empresa. Não é permitido, por exemplo, usar a foto de perfil de um cliente em uma campanha. No entanto, é possível criar estratégias de engajamento e fazer com que os próprios usuários curtam, comentem e até compartilhem conteúdos relacionados aos produtos ou serviços que a empresa deseja divulgar. DESIGN E TECNOLOGIA O especialista Hely Júnior fala sobre mudanças no trabalho do designer relacionadas ao desenvolvimento tecnológico e apresenta exemplos de utilização da internet em cada uma das etapas do projeto de design. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ANALISE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR SOBRE ÉTICA E INTERNET. I. AS NORMAS E OS VALORES CONSIDERADOS ÉTICOS SÃO VÁLIDOS TANTO NO MUNDO FÍSICO, COMO NA INTERNET. II. A GENERALIZAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO REQUER UM NOVO CONJUNTO DE PRINCÍPIOS ÉTICOS BASEADO NA INTERNET. III. SÓ DEVEM SE PREOCUPAR COM ÉTICA NA INTERNET OS DESIGNERS QUE TRABALHAM ESPECIFICAMENTE COM PROJETOS DE DESIGN DIGITAL. É CORRETO O QUE SE AFIRMA EM: A) I, apenas. B) I e II, apenas. C) I e III, apenas. D) II e III, apenas. E) I, II e III. 2. ESTUDAMOS QUE O MARCO CIVIL DA INTERNET INTERFERE NO TRABALHO DO DESIGNER. MARQUE A OPÇÃO INCORRETA SOBRE O TEMA. A) A utilização de tecnologia da informação mudou a rotina de trabalho dos designers. B) O designer é um usuário das novas tecnologias e seu trabalho não costuma interferir nelas. C) A utilização dos dados e as imagens coletadas na pesquisa de público online deve respeitar o Marco Civil da Internet. D) Na etapa de desenvolvimento do projeto, é comum que os designers coletem na internet referências visuais para o processo criativo. E) Não é permitido usar a foto de perfil de um cliente em uma rede social em uma campanha de divulgação de um produto. GABARITO 1. Analise as afirmativas a seguir sobre ética e internet. I. As normas e os valores considerados éticos são válidos tanto no mundo físico, como na internet. II. A generalização da utilização da tecnologia da informação requer um novo conjunto de princípios éticos baseado na internet. III. Só devem se preocupar com ética na internet os designers que trabalham especificamente com projetos de design digital. É correto o que se afirma em: A alternativa "B " está correta. A afirmativa I está correta: As normas e valores considerados éticos devem reger o comportamento das pessoas em todas as situações, no mundo físico e na internet; a afirmativa II está correta: As tecnologias da informação modificam nossos hábitos, fazendo com que sejam necessários padrões éticos adequados aos novos comportamentos; a afirmativa III está incorreta: Os designers que desenvolvem quaisquer tipos de produtos devem se preocupar com a ética na internet porque, atualmente, todos eles se relacionam com o mundo digital de alguma maneira. 2. Estudamos que o Marco Civil da Internet interfere no trabalho do designer. Marque a opção incorreta sobre o tema. A alternativa "B " está correta. O designer é usuário das novas tecnologias e é, muitas vezes, responsável por projetá-las. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste tema, compreendemos o conceito de ética e o que é um código de ética, estudando o código de ética internacional dos designers. Além disso, conhecemos as noções de Propriedade Intelectual, Propriedade Industrial e Direito Autoral, compreendendo como elas se aplicam ao design. Finalmente, estudamos o Marco Civil da Internet e a sua relação com o trabalho do designer e uma conduta ética na internet. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS CHC ADVOCACIA. Marco Civil da Internet: O que é e o que muda no seu negócio. In: CHC Advocacia. Publicado em meio eletrônico em: 27 fev. 2019. CORTELLA, Mario Sérgio. Quero? Devo? Posso? Três perguntas essenciais para cuidarmos da vida coletiva. In: Revista Pais Atentos, s.d. Consultado em meio eletrônico em: 10 dez. 2020. DA SILVA, F. V. O que é direito. In: InfoEscola, s.d. Consultado em meio eletrônico em: 15 dez. 2020. DIREITO NET. Conceito de Direito. In: Direito Net. Publicado em meio eletrônico em: 14 jul. 2006. ESCOLA BRASILEIRA DE DIREITO. Quais as características do Direito de Propriedade. In: JusBrasil, s.d. Consultado em meio eletrônico em: 16 dez. 2020. JARDES, Thamara. A evolução histórica dos direitos autorais. In: JusBrasil, 2014. Consultado em meio eletrônico em: 11 mar. 2021. INPI. Apresentação. In: Ministerio da Economia, s.d. Consultado em meio eletrônico em: 16 dez. 2020. ISBRASIL. O que o designer precisa saber sobre direitos autorais. In: ISBRASIL. Publicado em meio eletrônico em: 20 mar. 2019. ÉTICA. In: DICIONÁRIO Michaelis, s.d. Consultado em meio eletrônico em: 10 dez. 2020. MENCHISE, R.; FERREIRA, D. M. Aspectos da propriedade intelectual. In: JUS, set. 2014. Consultado em meio eletrônico em: 11 mar. 2021. OAB-SP. Código de ética profissional. In: OAB-SP, s.d. Consultado em meio eletrônico em: 10 dez. 2020. ROBLEDO, Kassia S. K. Evolução histórica da Propriedade Intelectual no Brasil e a evolução das legislações. In: JUS, out. 2014. Consultado em meio eletrônico em: 11 mar. 2021. ROCHA, Islard. Entenda o projeto de lei que regulamenta a profissão de designer. In: Design Culture. Publicado em meio eletrônico em: 15 maio 2018. ROCK CONTENT. Saiba tudo o que você precisa saber sobre patente e proteja as suas invenções. In: Rock Content. Publicado em meio eletrônico em: 2 maio 2019. VALLS, Álvaro L. M. O que é ética. São Paulo: Brasiliense, 1994. WORLD DESIGN ORGANIZATION. Code of Professional Ethics. Montreal: WDO, s.d. Consultado em meio eletrônico em: 10 dez. 2020. EXPLORE+ Leia o artigo Ética e ensino superior em Design, elaborado por Deborah Camila Viana Cardoso e Edson José Carpintero Rezende. Conheça a pesquisa desenvolvida por Gustavo Lima Ramos, Maria Aurileide Ferreira Alves e apresentada no artigo Violação da propriedade intelectual no design. Conheça mais sobre a legislação do Marco Civil da Internet no vídeo Marco Civil da Internet, no programa Conexão Futura, do Canal Futura. CONTEUDISTA João Dalla Rosa Júnior CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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