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TEMA 06 Proteção da Flora e da Biodiversidade

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Direito Ambiental
Aula 6: Proteção da �ora e da biodiversidade
Apresentação
Nesta aula, estudaremos em um primeiro momento as principais normas jurídicas de proteção da �ora e da
biodiversidade nacional, principalmente o Código Florestal, Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, e o Sistema Nacional de
Unidade de Conservação da Natureza, Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Na segunda partigoe da aula, observaremos a
importância da regulamentação do patrimônio genético, por meio da Lei nº 13.123/15.
Objetivos
Apontar as principais normas que disciplinam a proteção da �ora e da biodiversidade nacional;
Discutir a importância de se proteger a �ora, fauna e toda a biodiversidade que existe dentro do território brasileiro;
Analisar o patrimônio genético e a legislação pertinente ao tema.
Introdução
O Brasil tem uma grande diversidade vegetal (plantas, árvores etc.), representada por cerca de 34.000 espécies. Essa
variedade de espécies ocorre devido à vasta extensão de nosso território, que possui aproximadamente 8.500.000km ,
e também graças ao clima, ao solo e à geomorfologia, que proporcionam diferentes tipos de vegetação.
A maior partigoe da �ora brasileira, conjunto de espécies vegetais que compõe a cobertura do país, encontra-se na
Floresta Amazônica e na Mata Atlântica.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
2
 Fonte: Shutterstock.
Segundo Paulo Bessa Antunes:
Conservar as �orestas “é uma das questões fundamentais para a
humanidade e as demais formas de vida; consequentemente é um tema
fundamental para o Direito Ambiental”.
A �oresta é uma síntese viva e complexa da natureza e da história. O homem, como partigoe da natureza, deveria preservá-la e
protegê-la para as presentes e futuras gerações.
O crescimento econômico não pode ser justi�cado com a destruição das �orestas, pois as perdas decorrentes dela ameaçam
o próprio futuro da sociedade.
Destruir �orestas por meio de queimadas e desmatamentos degrada o meio ambiente, comprometendo o futuro do planeta;
a�nal, sem as árvores, há mudança no regime das chuvas, o ar se torna irrespirável, e a fauna desaparece.
A Constituição Federal de 1988 (CF/1988), em seu artigo. 225, § 4º, estabelece que
"a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
Grossense, a Zona Costeira são partigoe do patrimônio nacional, bens de uso comum do
povo, a serem preservadas e defendidas para as presentes e futuras gerações"
- (BRASIL, 1988).
Comentário
Embora no artigo. 225, § 4º, da CRFB não estejam incluídos a caatinga, o cerrado nem os pampas (campos sulinos), eles também
são considerados biomas brasileiros e patrimônios nacionais, bens de uso comum do povo, a serem defendidos e preservados,
como todos os demais recursos naturais.
Proteger a �ora é também proteger a biodiversidade do planeta, mantendo o clima e protegendo os recursos hídricos, a
fertilidade e os solos, entre outros benefícios.
Atenção
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Principais regulamentos de proteção da �ora:
Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, que institui o Código Florestal em vigor;
Lei nº 11.284, de 2 de março de 2006, que dispõe sobre a Gestão de Florestas Públicas, institui o Serviço Florestal
Brasileiro (SFB) e cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF);
Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006, que disciplina sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma
Mata Atlântica; e
Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidade de Conservação da Natureza (SNUC).
 Código Florestal
O Código Florestal hoje em vigor foi sancionado pela Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, a qual revogou o antigo Código
Florestal, de 1965 (Lei nº 4.771/1965) e diversas outras normas que dispunham sobre a proteção das �orestas e outras formas
de vegetação.
O Supremo Tribunal Federal (STF), em 28 de fevereiro de 2018, por meio da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) nº
42 e das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) nos 4901, 4902, 4903 e 4937, reconhecendo a validade de vários
dispositivos, declarou alguns trechos inconstitucionais e atribuiu interpretação conforme a Constituição Federal em outros
artigoigos.
A norma apresenta, em seu artigo. 3º e incisos, conceitos importantes para o estudo do Direito Ambiental. Dentre eles,
destacam-se:
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
I - Amazônia Legal: Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e
Mato Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13° S, dos Estados de Tocantins e
Goiás, e ao oeste do meridiano de 44° W, do Estado do Maranhão.
II - Área de Preservação Permanente [APP]: área protegida, coberta ou não por
vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem,
a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora,
proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.
III - Reserva Legal [RL]: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural,
delimitada nos termos do artigo. 12, com a função de assegurar o uso econômico de
modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a
reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem
como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa.
XXVII - Crédito de carbono: título de direito sobre bem intangível e incorpóreo
transacionável.
- (BRASIL, 2012 – grifo nosso.)
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O crédito de carbono é um mercado voltado à criação de projetos de
redução da emissão dos gases que aceleram o processo de
aquecimento do planeta. O mercado de créditos de carbono surgiu
como fruto do Protocolo de Quioto.
 Áreas regularizadas pelo Código Florestal
 Clique no botão acima.
Áreas regularizadas pelo Código Florestal
Abaixo, iremos estudar duas importantes áreas que o Código Florestal disciplinou, são elas:
Área de Preservação Permanente (APP);
Reserva Legal (RL).
Área de Preservação Permanente | APP
Segundo a redação do artigo. 3º, inciso II, do Código Florestal, Área de Preservação Permanente é uma área
protegida, coberta ou não por vegetação nativa, cuja �nalidade ambiental é preservar os recursos hídricos, a paisagem,
a estabilidade geológica e a biodiversidade, bem como facilitar o �uxo gênico de fauna e �ora, proteger o solo e
assegurar o bem-estar das populações humanas.
Lei nº 12.651, artigo. 3º. Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função
ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o
�uxo gênico de fauna e �ora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. (BRASIL, 2012.)
Constituídas por �orestas e demais formas de vegetação natural, as APPs estão situadas ao longo de rios, cursos de
água, lagoas, lagos, reservatórios naturais ou artigoi�ciais, nascentes e restingas, entre outras. Elas têm a função
ambiental de preservar recursos hídricos, paisagens, estabilidade geológica, biodiversidade e �uxo gênico
(transferência de genes de uma população para outra) de fauna e �ora, além de proteger o solo e assegurar o bem-
estar das populações humanas que vivem no local.
A vegetação situada em APP
“deverá ser mantida pelo proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica,
de direito público ou privado” (BRASIL, 2012).
Deve-se observar que
“tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preservação Permanente, o proprietário da área,
possuidor ou ocupante a qualquer título, é obrigado a promover a recomposição da vegetação, ressalvados os
usos autorizados previstos nesta Lei” (BRASIL, 2012).
Tal obrigação tem natureza real, sendo transmitida ao sucessor em caso de transferência de domínio ou posse do
imóvel rural, conforme disciplinado no artigo. 7º, §§ 1º e 2º, do CódigoFlorestal.
Lei nº 12.651, artigo. 7º A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo
proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou
privado.
§ 1º Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preservação Permanente, o proprietário da área,
possuidor ou ocupante a qualquer título é obrigado a promover a recomposição da vegetação, ressalvados os
usos autorizados previstos nesta Lei.
§ 2º A obrigação prevista no § 1º tem natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de transferência de
domínio ou posse do imóvel rural. (BRASIL, 2012.)
ATENÇÃO
Em 18 de dezembro de 2018, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) editou a Súmula nº 623, a qual estabelece que “as
obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá-las do proprietário ou possuidor atual
e/ou dos anteriores, à escolha do credor”. (STJ, 2018.)
Súmula 623: As obrigações ambientais possuem natureza propter rem, sendo admissível cobrá-las do
proprietário ou possuidor atual e/ou dos anteriores, à escolha do credor. (STJ, 2018.)
O Tribunal Superior possui decisões recentes sobre o tema, são elas:
1. ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. DANO AMBIENTAL.
DEGRADAÇÃO DE ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. RESPONSABILIDADE OBJETIVA E SOLIDÁRIA ENTRE
O POSSUIDOR E O PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL. OBRIGAÇÃO PROPTER REM.[...]
Conforme jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça, os deveres associados às Áreas de Preservação
Permanente têm natureza de obrigação propter rem, ou seja, aderem ao título de domínio ou posse, podendo ser
imputada tanto ao proprietário, quanto ao possuidor, independentemente de quem tenha sido o causador da
degradação ambiental.
(AgInt no AREsp 1031389 / SP. Agravo interno no Agravo em Recurso Especial n. 2016/0326576-8. Ministro
relator Napoleão Nunes Maia Filho. Órgão Julgador: Primeira Turma. Data do Julgamento: 13/03/2018.
Publicação em: DJe 27/03/2018.)
2. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO SUBMETIDO AO ENUNCIADO ADMINISTRATIVO 3/STJ. AÇÃO CIVIL
PÚBLICA. COMINAÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. INSTITUIÇÃO DE RESERVA LEGAL EM IMÓVEL RURAL.
OBRIGAÇÃO "PROPTER REM". [...]
É �rme o entendimento desta Corte de que a responsabilidade pela instituição da reserva legal é do proprietário
do imóvel, ainda que não tenha sido ele a cometer a infração ambiental, dada a natureza propter rem da
obrigação.
(AgInt no AREsp 820524 / SP. Agravo interno no Agravo em Recurso Especial n. 2015/0284493-0. Ministro relator
Mauro Campbell Marques. Órgão Julgador: Segunda Turma. Data do Julgamento: 28/03/2019. Publicação em:
DJe 05/04/2019.)
A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente somente ocorrerá nas
hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental (conforme disposto na Lei nº 12.651,
artigo. 8º).
Lei n. 12.651, artigo. 8º A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente
somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas
nesta Lei. (BRASIL, 2012.)
Permite-se o acesso de pessoas e animais às APPs a �m de obterem água e realizarem atividades de baixo impacto
ambiental.
Lei nº 12.651, artigo. 9º É permitido o acesso de pessoas e animais às Áreas de Preservação Permanente para
obtenção de água e para realização de atividades de baixo impacto ambiental. (BRASIL, 2012.)
Reserva Legal | RL – Área que se localiza no interior de uma propriedade ou posse rural e que tem como funções:
garantir o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural; auxiliar a conservação e a
reabilitação dos processos ecológicos; bem como promover a conservação da biodiversidade, o abrigo e a proteção de
fauna silvestre e da �ora nativa, conforme conceitua o artigo. 3º, inciso III, do Código Florestal.
Lei nº 12.651, artigo. 3°, III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural,
delimitada nos termos do artigo. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos
recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a
conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da �ora nativa. (BRASIL,
2012.)
Segundo o artigo. 14 da Lei nº 12.651, incisos I a V, a localização da área de Reserva Legal no imóvel rural deverá
seguir os seguintes estudos e critérios:
I - o plano de bacia hidrográ�ca;
II - o Zoneamento Ecológico-Econômico
III - a formação de corredores ecológicos com outra Reserva Legal, com Área de Preservação Permanente, com
Unidade de Conservação ou com outra área legalmente protegida;
IV - as áreas de maior importância para a conservação da biodiversidade; e
V - as áreas de maior fragilidade ambiental. (BRASIL, 2012.)
O órgão estadual integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) ou instituição por ele habilitada deverá
aprovar a localização da Reserva Legal depois que esta estiver devidamente incluída no Cadastro Ambiental Rural
(CAR) .
Lei nº 12.651, artigo. 14. A localização da área de Reserva Legal no imóvel rural deverá levar em consideração os
seguintes estudos e critérios:
I - o plano de bacia hidrográ�ca;
II - o Zoneamento Ecológico-Econômico
III - a formação de corredores ecológicos com outra Reserva Legal, com Área de Preservação Permanente, com
Unidade de Conservação ou com outra área legalmente protegida;
IV - as áreas de maior importância para a conservação da biodiversidade; e
V - as áreas de maior fragilidade ambiental.
§ 1º O órgão estadual integrante do Sisnama ou instituição por ele habilitada deverá aprovar a localização da
Reserva Legal após a inclusão do imóvel no CAR. (BRASIL, 2012.)
Segundo o artigo. 17 da Lei nº 12.651,
“a Reserva Legal deve ser conservada com cobertura de vegetação nativa pelo proprietário do imóvel rural,
possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado” (BRASIL, 2012).
Pode haver a
“exploração econômica da Reserva Legal mediante manejo sustentável, previamente aprovado pelo órgão
competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) ” (BRASIL, 2012).
Serão adotadas (para o manejo sustentável da vegetação �orestal da Reserva Legal) práticas de exploração seletiva
nas modalidades de manejo sustentável sem propósito comercial para consumo na propriedade e manejo sustentável
para exploração �orestal com propósito comercial (BRASIL, 2012). Para manejo de Reserva Legal na pequena
propriedade ou posse rural familiar, os órgãos integrantes do Sisnama terão de estabelecer procedimentos
simpli�cados de elaboração, análise e aprovação de tais planos de manejo (BRASIL, 2012).
1
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/don057/aula6.html
 Unidades de Conservação
Entende-se por unidade de conservação o espaço territorial e os seus recursos ambientais (incluindo as águas jurisdicionais)
que apresentem características naturais relevantes, sendo legalmente instituído pelo Poder Público, “com objetivos de
conservação e limites de�nidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção”
(BRASIL, 2000.)
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo. 225, §1°, inciso III, ao determinar que incumbe ao Poder Público “de�nir, em
todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos” (BRASIL, 1988),
impulsionou a regulamentação desse dispositivo legal com a implementação do Sistema Nacional de Unidade de Conservação
da Natureza (SNUC), Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
A criação das Unidades de Conservação é a principal proposta para
diminuir os efeitos da destruição dos ecossistemas em nosso país.
Elas existem para manter a diversidade biológica, os recursos genéticosno
país, proteger as espécies ameaçadas de extinção, preservar e restaurar a
diversidade dos ecossistemas naturais, promover a sustentabilidade do uso
dos recursos ambientais, estimular o desenvolvimento regional, proteger as
paisagens naturais, incentivar atividades de pesquisa cientí�ca, favorecer
condições para a educação e possibilitar a recreação em contato com a
natureza, o que ultimamente passou a ser conhecido por turismo ecológico.
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Sistema Nacional de Unidades de Conservação | SNUC
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) foi constituído pela Lei Federal nº 9.985/00, que, como dito
anteriormente, regulamentou o artigo. 225, §1°, não apenas o inciso III, mas também os incisos I, II e VII.
A regulamentação da lei do SNUC foi efetuada parcialmente pelo Decreto nº 4.340/2002. O SNUC apresenta, em seu artigo. 2o,
incisos V, VI e XI, conceitos importantes para o Direito Ambiental. São eles:
V - preservação: conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a proteção a longo prazo das espécies,
habitats e ecossistemas, além da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simpli�cação dos sistemas
naturais;
VI - proteção integral: manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana, admitido
apenas o uso indireto dos seus atributos naturais;
[...]
XI - uso sustentável: exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e
dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e
economicamente viável. (BRASIL, 2000 – grifo nosso.)
O SNUC é o conjunto de unidades de conservação (UCs) federais,
estaduais e municipais (artigo. 3°). Esse sistema é composto por 12
categorias de Unidades de Conservação, cujos objetivos especí�cos
se diferenciam quanto à forma de proteção e aos usos permitidos:
aquelas que precisam de mais cuidados, pela sua fragilidade e
partigoicularidades, e aquelas que podem ser utilizadas de forma
sustentável e conservadas ao mesmo tempo.
O Sistema Nacional de Unidade de Conservação possibilita que as Unidades de Conservação conservem os ecossistemas e a
biodiversidade, gerem renda, emprego e desenvolvimento, além de propiciarem uma efetiva melhora na qualidade de vida das
populações locais e do Brasil como um todo.
Segundo a Lei nº 9.985, artigo. 7º, as Unidades de Conservação estão divididas por categorias em 2 grupos distintos, que são:
Clique nos botões para ver as informações.
Consistem em preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, isto é, não se
permite o consumo, a coleta nem a destruição ou o dano dos recursos naturais.
1. Unidades de Proteção Integral 
Consistem em compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais.
2. Unidades de Uso Sustentável 
Lei nº 9.985, artigo. 7o As unidades de conservação integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos, com características
especí�cas:
I - Unidades de Proteção Integral;
II - Unidades de Uso Sustentável. (BRAIL, 2000.)
Esses dois grupos apresentam juntos 12 categorias de unidades de conservação. O grupo das Unidades de Conservação de
Proteção Integral é formado por cinco diferentes categorias, são elas: Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional,
Monumento Natural e Refúgio de Vida Silvestre (Lei nº 9.985, artigo. 8º).
O grupo das Unidades de Conservação de Uso Sustentável é formado pelas categorias: Área de Proteção Ambiental, Área de
Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento
Sustentável, Reserva Partigoicular do Patrimônio Natural (Lei nº 9.985, artigo. 14).
 Funções das Categorias de Unidade de Conservação
 Clique no botão acima.
Funções das Categorias de Unidade de Conservação
Grupo de unidades de proteção integral:
Estação Ecológica – “Tem como objetivo a preservação da natureza e realização de pesquisas cientí�cas” (BRASIL,
2000). A posse e o domínio são públicos, as áreas partigoiculares que existam em seus limites serão desapropriadas.
É proibida a visitação pública, exceto quando esta tiver objetivo educacional. A pesquisa cientí�ca depende de
autorização prévia e está sujeita às condições e restrições do órgão responsável pela administração da unidade.
Lei nº 9.985, artigo. 9º A Estação Ecológica tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de
pesquisas cientí�cas.
§ 1o A Estação Ecológica é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas partigoiculares incluídas em seus
limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.
§ 2o É proibida a visitação pública, exceto quando com objetivo educacional, de acordo com o que dispuser o
Plano de Manejo da unidade ou regulamento especí�co.
§ 3o A pesquisa cientí�ca depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e
está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento.
(BRASIL, 2000.)
Reserva Biológica – Tem como objetivo:
A preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana
direta ou modi�cações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e
as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os
processos ecológicos naturais. (BRASIL, 2000.)
Assim como a Estação Ecológica, a sua posse e o domínio são públicos, devendo as áreas partigoiculares existentes
em seus limites serem desapropriadas.
Proíbe-se a visitação pública, salvo quando esta tiver cunho educacional. “A pesquisa cientí�ca depende de autorização
prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este
estabelecidas” (BRASIL, 2000.)
Lei nº 9.985, artigo. 10. A Reserva Biológica tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos
naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modi�cações ambientais, excetuando-se
as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e
preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais.
§ 1o A Reserva Biológica é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas partigoiculares incluídas em seus
limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.
§ 2o É proibida a visitação pública, exceto aquela com objetivo educacional, de acordo com regulamento
especí�co.
§ 3o A pesquisa cientí�ca depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e
está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento.
(BRASIL, 2000.)
Parque Nacional – Tem como objetivo preservar “ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza
cênica, possibilitando a realização de pesquisas cientí�cas e o desenvolvimento de atividades de educação e
interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico” (BRASIL, 2000). O Parque
Nacional possui posse e domínio públicos, as áreas partigoiculares incluídas em seus limites devem ser
desapropriadas. A visitação pública está sujeita às normas e restrições. A pesquisa cientí�ca depende de autorização,
estando sujeita às condições e restrições do órgão responsável pela administração da unidade. Os parques nacionais,
quando forem criados pelos Estados ou pelos Municípios, serão denominados, respectivamente, Parque Estadual e
Parque Natural Municipal.
Lei nº 9.985, artigo. 11. O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de
grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas cientí�cas e o
desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza
e de turismoecológico.
§ 1o O Parque Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas partigoiculares incluídas em seus
limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.
§ 2o A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às
normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração, e àquelas previstas em regulamento.
§ 3o A pesquisa cientí�ca depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e
está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento.
§ 4o As unidades dessa categoria, quando criadas pelo Estado ou Município, serão denominadas,
respectivamente, Parque Estadual e Parque Natural Municipal. (BRASIL, 2000.)
Monumento Natural – “Tem por objetivo preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. Pode
ser constituído por áreas partigoiculares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a
utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários” (BRASIL, 2000). Haverá a desapropriação da
área se não existir compatibilidade entre “os seus objetivos e as atividades privadas ou não havendo aquiescência do
proprietário às condições propostas pelo órgão responsável pela administração da unidade para a coexistência do
Monumento Natural com o uso da propriedade” (BRASIL, 2000).
A visitação pública está sujeita a condições e restrições.
Lei nº 9.985, artigo. 12. O Monumento Natural tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros,
singulares ou de grande beleza cênica.
§ 1o O Monumento Natural pode ser constituído por áreas partigoiculares, desde que seja possível compatibilizar
os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários.
§ 2o Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas ou não havendo aquiescência
do proprietário às condições propostas pelo órgão responsável pela administração da unidade para a
coexistência do Monumento Natural com o uso da propriedade, a área deve ser desapropriada, de acordo com o
que dispõe a lei.
§ 3o A visitação pública está sujeita às condições e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às
normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração e àquelas previstas em regulamento.
(BRASIL, 2000.)
Refúgio de Vida Silvestre (RVS) – Seu objetivo é “proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a
existência ou reprodução de espécies ou comunidades da �ora local e da fauna residente ou migratória” (BRASIL,
2000). Da mesma forma que ocorre com os Monumentos Naturais, o Refúgio da Vida Silvestre “pode ser constituído
por áreas partigoiculares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e
dos recursos naturais do local pelos proprietários” (BRASIL, 2000). Caso não sejam compatíveis os objetivos da área e
as atividades privadas, ou se não houver aquiescência do proprietário às condições propostas pelo órgão responsável
pela administração da unidade para a coexistência do Refúgio de Vida Silvestre com o uso da propriedade, a área terá
de ser desapropriada. A visitação pública está sujeita às normas e restrições. A pesquisa cientí�ca depende de
autorização, estando sujeita às condições e restrições do órgão responsável pela administração da unidade.
Lei nº 9.985, artigo. 13. O Refúgio de Vida Silvestre tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se
asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da �ora local e da fauna
residente ou migratória.
§ 1o O Refúgio de Vida Silvestre pode ser constituído por áreas partigoiculares, desde que seja possível
compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos
proprietários.
§ 2o Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas ou não havendo aquiescência
do proprietário às condições propostas pelo órgão responsável pela administração da unidade para a
coexistência do Refúgio de Vida Silvestre com o uso da propriedade, a área deve ser desapropriada, de acordo
com o que dispõe a lei.
§ 3o A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às
normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração, e àquelas previstas em regulamento.
§ 4o A pesquisa cientí�ca depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e
está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento.
(BRASIL, 2000.)
3.2.2 Grupo de Unidades de Uso Sustentável
Área de Proteção Ambiental (APA) – Trata-se de:
área em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou
culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem
como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a
sustentabilidade do uso dos recursos naturais. (BRASIL, 2000.)
A APA é constituída por terras públicas ou privadas. Pode-se estabelecer normas e restrições para a utilização de uma
propriedade privada localizada em uma APA, desde que respeitados os limites constitucionais.
Nas áreas sob domínio público, as condições para a realização de pesquisa cientí�ca e visitação pública serão
estabelecidas pelo órgão gestor da unidade; já na região sob propriedade privada, cabe ao proprietário estabelecer as
condições para pesquisa e visitação pelo público, desde que observe as exigências e restrições legais.
Lei nº 9.985, artigo. 15. A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com um certo grau de
ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para
a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade
biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
§ 1o A Área de Proteção Ambiental é constituída por terras públicas ou privadas.
§ 2o Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e restrições para a utilização de
uma propriedade privada localizada em uma Área de Proteção Ambiental.
§ 3o As condições para a realização de pesquisa cientí�ca e visitação pública nas áreas sob domínio público
serão estabelecidas pelo órgão gestor da unidade.
§ 4o Nas áreas sob propriedade privada, cabe ao proprietário estabelecer as condições para pesquisa e visitação
pelo público, observadas as exigências e restrições legais. (BRASIL, 2000.)
Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) – Trata-se de área geralmente com pequena extensão, pouca ou
nenhuma ocupação humana, dotada de características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da
biota regional. Visa à manutenção dos ecossistemas naturais de importância regional ou local, bem como à regulação
do uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza. É
constituída por terras públicas ou privadas (BRASIL, 2000).
Lei nº 9.985, artigo. 16. A Área de Relevante Interesse Ecológico é uma área em geral de pequena extensão, com
pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares
raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e
regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza.
§ 1o A Área de Relevante Interesse Ecológico é constituída por terras públicas ou privadas.
§ 2o Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e restrições para a utilização de
uma propriedade privada localizada em uma Área de Relevante Interesse Ecológico. (BRASIL, 2000.)
FlorestaNacional – “É uma área com cobertura �orestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo
básico o uso múltiplo sustentável dos recursos �orestais e a pesquisa cientí�ca, com ênfase em métodos para
exploração sustentável de �orestas nativas” (BRASIL, 2000). A Floresta Nacional é de posse e domínio públicos,
devendo ser desapropriadas as áreas partigoiculares incluídas em seus limites. Contudo, “é admitida a permanência de
populações tradicionais que a habitam quando de sua criação, em conformidade com o disposto em regulamento e no
Plano de Manejo da unidade” (BRASIL, 2000). A visitação pública é permitida sob condições. A pesquisa é permitida e
incentivada desde que autorizada e obedecendo às condições e restrições do órgão responsável pela administração
da unidade.
Lei nº 9.985, artigo. 17. A Floresta Nacional é uma área com cobertura �orestal de espécies predominantemente
nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos �orestais e a pesquisa cientí�ca,
com ênfase em métodos para exploração sustentável de �orestas nativas.
§ 1o A Floresta Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas partigoiculares incluídas em seus
limites devem ser desapropriadas de acordo com o que dispõe a lei.
§ 2o Nas Florestas Nacionais é admitida a permanência de populações tradicionais que a habitam quando de sua
criação, em conformidade com o disposto em regulamento e no Plano de Manejo da unidade.
§ 3o A visitação pública é permitida, condicionada às normas estabelecidas para o manejo da unidade pelo órgão
responsável por sua administração.
§ 4o A pesquisa é permitida e incentivada, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela
administração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e àquelas previstas em regulamento.
(BRASIL, 2000.)
Reserva Extrativista (Resex) – Trata-se de área usada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência se
baseia no extrativismo e, de maneira complementar, na agricultura de subsistência e na criação de animais de
pequeno porte. Seus objetivos básicos são proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, bem como
garantir o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.
A Reserva Extrativista, criada para tentar solucionar o problema das atividades seringueiras na Amazônia, é de domínio
público, sendo seu uso concedido às populações extrativistas tradicionais por meio de contrato de concessão de
direito real de uso. As áreas partigoiculares incluídas em seus limites têm de ser desapropriadas. Permite-se a
visitação pública, desde que compatível com os interesses locais e conforme o disposto no Plano de Manejo da área.
Permite-se e incentiva-se a pesquisa cientí�ca, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela
administração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas, bem como às normas previstas em
regulamento (BRASIL, 2000).
Lei nº 9.985, artigo. 18. A Reserva Extrativista é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja
subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de
animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas
populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.
§ 1o A Reserva Extrativista é de domínio público, com uso concedido às populações extrativistas tradicionais
conforme o disposto no artigo. 23 desta Lei e em regulamentação especí�ca, sendo que as áreas partigoiculares
incluídas em seus limites devem ser desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.
§ 2o A Reserva Extrativista será gerida por um Conselho Deliberativo, presidido pelo órgão responsável por sua
administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das
populações tradicionais residentes na área, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação da
unidade.
§ 3o A visitação pública é permitida, desde que compatível com os interesses locais e de acordo com o disposto
no Plano de Manejo da área.
§ 4o A pesquisa cientí�ca é permitida e incentivada, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela
administração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e às normas previstas em
regulamento.
§ 5o O Plano de Manejo da unidade será aprovado pelo seu Conselho Deliberativo.
§ 6o São proibidas a exploração de recursos minerais e a caça amadorística ou pro�ssional.
§ 7o A exploração comercial de recursos madeireiros só será admitida em bases sustentáveis e em situações
especiais e complementares às demais atividades desenvolvidas na Reserva Extrativista, conforme o disposto
em regulamento e no Plano de Manejo da unidade. (BRASIL, 2000.)
Reserva de Fauna – É constituída de “área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou
aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-cientí�cos sobre o manejo econômico
sustentável de recursos faunísticos” (BRASIL, 2000). Trata-se de uma novidade do Sistema Nacional de Unidade de
Conservação da Natureza. A Reserva de Fauna é de posse e domínio públicos, devendo ser desapropriadas as áreas
partigoiculares incluídas em seus limites. Pode-se permitir a visitação pública, se ela for compatível com o manejo da
unidade e obedecer às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração.
Lei nº 9.985, artigo. 19. A Reserva de Fauna é uma área natural com populações animais de espécies nativas,
terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-cientí�cos sobre o manejo
econômico sustentável de recursos faunísticos.
§ 1o A Reserva de Fauna é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas partigoiculares incluídas em seus
limites devem ser desapropriadas de acordo com o que dispõe a lei.
§ 2o A visitação pública pode ser permitida, desde que compatível com o manejo da unidade e de acordo com as
normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração.
§ 3o É proibido o exercício da caça amadorística ou pro�ssional.
§ 4o A comercialização dos produtos e subprodutos resultantes das pesquisas obedecerá ao disposto nas leis
sobre fauna e regulamentos. (BRASIL, 2000.)
Reserva de Desenvolvimento Sustentável – Trata-se de área natural que abriga populações tradicionais, cuja
existência se baseia em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos durante gerações e
adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham importante papel na proteção da natureza e na
manutenção da diversidade biológica. O objetivo principal é “valorizar, conservar e aperfeiçoar o conhecimento e as
técnicas de manejo do ambiente, desenvolvido por estas populações” (BRASIL, 2000). A Reserva de Desenvolvimento
Sustentável é de domínio público, devendo, quando necessário, serem desapropriadas as áreas partigoiculares
incluídas em seus limites. Assim como ocorre nas Reservas Extrativistas, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável
a posse e o uso são regulados por contratos de concessão de direito real de uso. Suas atividades terão de obedecer a
algumas condições. Permite-se e incentiva-se a visitação pública, se ela for compatível com os interesses locais e
seguir o disposto no Plano de Manejo da área; permite-se e incentiva-se também a pesquisa cientí�ca voltada à
conservação da natureza, à melhor relação das populações residentes com seu meio e à educação ambiental, estando
sujeita a uma autorização prévia por partigoe do órgão responsável pela administração da unidade, às condições e
restrições por ele estabelecidas e às normas previstas em regulamento. Deve-se sempre levar em consideração o
equilíbrio dinâmico entre o tamanho da população e a conservação. Além disso, admite-se explorar componentes dos
ecossistemas naturais em regime de manejo sustentável e substituir a cobertura vegetal por espécies cultiváveis, se
essas ações forem sujeitasao zoneamento, às limitações legais e ao Plano de Manejo da área.
Lei nº 9.985, artigo. 20. A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é uma área natural que abriga populações
tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais,
desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel
fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica.
§ 1o A Reserva de Desenvolvimento Sustentável tem como objetivo básico preservar a natureza e, ao mesmo
tempo, assegurar as condições e os meios necessários para a reprodução e a melhoria dos modos e da
qualidade de vida e exploração dos recursos naturais das populações tradicionais, bem como valorizar, conservar
e aperfeiçoar o conhecimento e as técnicas de manejo do ambiente, desenvolvido por estas populações.
§ 2o A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é de domínio público, sendo que as áreas partigoiculares
incluídas em seus limites devem ser, quando necessário, desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.
§ 3o O uso das áreas ocupadas pelas populações tradicionais será regulado de acordo com o disposto no artigo.
23 desta Lei e em regulamentação especí�ca.
§ 4o A Reserva de Desenvolvimento Sustentável será gerida por um Conselho Deliberativo, presidido pelo órgão
responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da
sociedade civil e das populações tradicionais residentes na área, conforme se dispuser em regulamento e no ato
de criação da unidade.
§ 5o As atividades desenvolvidas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável obedecerão às seguintes
condições:
I - é permitida e incentivada a visitação pública, desde que compatível com os interesses locais e de acordo com
o disposto no Plano de Manejo da área;
II - é permitida e incentivada a pesquisa cientí�ca voltada à conservação da natureza, à melhor relação das
populações residentes com seu meio e à educação ambiental, sujeitando-se à prévia autorização do órgão
responsável pela administração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e às normas
previstas em regulamento;
III - deve ser sempre considerado o equilíbrio dinâmico entre o tamanho da população e a conservação; e
IV - é admitida a exploração de componentes dos ecossistemas naturais em regime de manejo sustentável e a
substituição da cobertura vegetal por espécies cultiváveis, desde que sujeitas ao zoneamento, às limitações
legais e ao Plano de Manejo da área.
§ 6o O Plano de Manejo da Reserva de Desenvolvimento Sustentável de�nirá as zonas de proteção integral, de
uso sustentável e de amortecimento e corredores ecológicos, e será aprovado pelo Conselho Deliberativo da
unidade. (BRASIL, 2000.)
Reserva Partigoicular do Patrimônio Natural (RPPN) – Trata-se de “área privada, gravada com perpetuidade, com o
objetivo de conservar a diversidade biológica” (BRASIL, 2000). É uma exceção das categorias do Sistema Nacional de
Unidade de Conservação, por ser a única categoria de Unidade de Conservação que continua sendo de propriedade
privada após sua criação. A Reserva Partigoicular do Patrimônio Natural é uma categoria de unidade de conservação
de uso sustentável criada pela iniciativa de proprietários rurais. Sua principal característica é a conservação da
diversidade biológica, garantindo ao proprietário a titularidade do imóvel. Só terão permissão na Reserva Partigoicular
do Patrimônio Natural a pesquisa cientí�ca e a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais.
Lei nº 9.985, artigo. 21. A Reserva Partigoicular do Patrimônio Natural é uma área privada, gravada com
perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica.
§ 1o O gravame de que trata este artigo. constará de termo de compromisso assinado perante o órgão ambiental,
que veri�cará a existência de interesse público, e será averbado à margem da inscrição no Registro Público de
Imóveis.
§ 2o Só poderá ser permitida, na Reserva Partigoicular do Patrimônio Natural, conforme se dispuser em
regulamento:
I - a pesquisa cientí�ca;
II - a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais;
§ 3o Os órgãos integrantes do SNUC, sempre que possível e oportuno, prestarão orientação técnica e cientí�ca
ao proprietário de Reserva Partigoicular do Patrimônio Natural para a elaboração de um Plano de Manejo ou de
Proteção e de Gestão da unidade. (BRASIL, 2000.)
Reserva da Biosfera – Está disciplinada no Sistema Nacional de Unidade de Conservação, Lei nº 9.985, em seu artigo.
41. É um modelo de gestão integrada, partigoicipativa e sustentável dos recursos naturais, adotado
internacionalmente. Tem como objetivos básicos preservar a diversidade biológica, desenvolver atividades de pesquisa
e monitorar o meio ambiente, bem como promover a educação ambiental, o desenvolvimento sustentável e a melhoria
da qualidade de vida das populações. A Reserva da Biosfera constitui-se de: uma ou várias áreas-núcleo, voltadas à
proteção integral da natureza; uma ou várias zonas de amortecimento, em que são admitidas apenas atividades que
não causem danos às áreas-núcleo, e uma ou várias zonas de transição, sem limites rígidos, em que se planeja e
conduz o processo de ocupação e manejo dos recursos naturais de maneira partigoicipativa e em bases sustentáveis.
Tais áreas podem ser tanto de domínio público quando de domínio privado.
Atenção
O Plano de Manejo está previsto no artigo. 27 da Lei nº 9.985. É o “documento técnico mediante o qual, com fundamento nos
objetivos gerais de uma Unidade de Conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da
área e o manejo dos recursos naturais” (BRASIL, 2000).
O Plano de Manejo visa levar a Unidade de Conservação a cumprir com os objetivos estabelecidos na sua criação; de�nir
objetivos especí�cos de manejo, orientando a gestão da Unidade de Conservação; promover o manejo da Unidade de
Conservação, orientado pelo conhecimento disponível e/ou gerado. (ICMBIO.)
Deve-se elaborar o Plano de Manejo no prazo de cinco anos a partigoir da data da criação da Unidade de Conservação.
Lei nº 9.985, artigo. 27. As unidades de conservação devem dispor de um Plano de Manejo.
§ 1o O Plano de Manejo deve abranger a área da unidade de conservação, sua zona de amortecimento e os corredores
ecológicos, incluindo medidas com o �m de promover sua integração à vida econômica e social das comunidades
vizinhas.
§ 2o Na elaboração, atualização e implementação do Plano de Manejo das Reservas Extrativistas, das Reservas de
Desenvolvimento Sustentável, das Áreas de Proteção Ambiental e, quando couber, das Florestas Nacionais e das Áreas de
Relevante Interesse Ecológico, será assegurada a ampla partigoicipação da população residente.
§ 3o O Plano de Manejo de uma unidade de conservação deve ser elaborado no prazo de cinco anos a partigoir da data de
sua criação. (BRASIL, 2000.)
Saiba mais
A Lei nº 9.985, em seu capítulo IV, artigo. 22, e o Decreto nº 4.340, em seu capítulo I, artigos. 2° ao 5°, dispõem sobre a criação de
uma unidade de conservação. Leia o texto Criação de uma Unidade de Conservação para saber mais.
Conforme determina o artigo. 23 da Constituição Federal de 1988, é competência administrativa comum da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios preservar as �orestas, a fauna e a �ora.
CRFB, artigo. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
VII - preservar as �orestas, a fauna e a �ora. (BRASIL, 1988.)
Atenção
Leia mais sobre Lei Complementar nº 140/2011 para entender com o esta lei incide na repartigoição de Competências
Administrativa para a preservação das �orestas e da �ora nacional.
Biodiversidade e Patrimônio Genético
O Brasil possui a maior biodiversidade vegetal do planeta espalhada por diversos habitats. Estudar a proteção da
biodiversidade brasileira é estudar a diversidade dos organismos vivosem seus complexos ecológicos, integrados em
uma rede autônoma e interdependente, compreendendo os ecossistemas, as espécies e os recursos genéticos.
 Fonte: Shutterstock.
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A Lei nº 9.985/00 (SNUC) de�ne biodiversidade – ou, melhor, diversidade biológica – em seu artigo. 2º, inciso III, como sendo:
"a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre
outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros sistemas aquáticos e os complexos
ecológicos de que fazem partigoe; compreendendo ainda a diversidade dentro de
espécies, entre espécies e de ecossistemas."
- (BRASIL, 2000.)
Segundo dados do Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (ICMBio), por meio do seu intitulado de
Livro vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção,
lançado em janeiro de 2019, o Brasil tem:
“uma das maiores riquezas de espécies do planeta,
mais de 13% da biota, característica que inspirou o
conceito de um país megadiverso."
Com sua dimensão continental e enorme variedade de habitat terrestres e aquáticos, reúne seis importantes biomas
(Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal), além do maior sistema �uvial do mundo. Dois desses
biomas, o Cerrado e a Mata Atlântica, são hotspots – áreas com grande riqueza e endemismos, consideradas prioritárias para a
conservação em nível mundial.
A Zona Costeira e Marinha brasileira ocupa,
aproximadamente, 3,5 milhões de quilômetros quadrados. É
uma das maiores faixas costeiras do mundo, com mais de
7.400km incluindo sistemas ambientais
extraordinariamente diversos.
O litoral brasileiro é composto por águas frias nas costas sul
e sudeste e águas quentes nas costas nordeste e norte,
dando suporte a uma grande variedade de ecossistemas
que incluem manguezais, recifes de corais, dunas, restingas,
praias arenosas, costões rochosos, lagoas e estuários, que
abrigam inúmeras espécies da �ora e fauna, muitas das
quais, endêmicas.
Atualmente são reconhecidas no Brasil 46.447 espécies de plantas e 117.096 de animais, com estimativas de que as espécies
animais contabilizem mais 13.725.
Atenção
Importante ressaltar que o desmatamento, as queimadas, as mudanças climáticas e a intervenção do homem degradando o meio
ambiente têm sido os principais inimigos da biodiversidade, colocando em risco a perpetuação de todas as formas de vida do
planeta.
Política Nacional da Biodiversidade
O Decreto nº 4.339, de 22 de agosto de 2002, instituiu princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional da
Biodiversidade.
Esta tem como objetivo geral a promoção, de forma integrada, da
conservação da biodiversidade e da utilização sustentável de seus
componentes, com a repartigoição justa e equitativa dos benefícios
derivados da utilização dos recursos genéticos, de componentes do
patrimônio genético e dos conhecimentos tradicionais associados a
esses recursos.
Em 21 de maio de 2003, foi editado o Decreto nº 4.703, de dispõe sobre o Programa Nacional da Diversidade Biológica
(Pronabio) e a Comissão Nacional da Biodiversidade.
 Proteção do patrimônio genético
Segundo o artigo. 2°, inciso I, da Lei nº 13.123, de 20 de maio de 2015, patrimônio genético é a
"informação de origem genética de espécies vegetais, animais, microbianas ou espécies
de outra natureza, incluindo substâncias oriundas do metabolismo destes seres vivos."
- (BRASIL, 2015)
O artigo. 1°, § 1º, do Decreto nº 8.772, de 11 de maio de 2016, que regulamentou a Lei nº 13.123/15, diz que é considerado
partigoe do patrimônio genético existente no território nacional “o microrganismo que tenha sido isolado a partigoir de
substratos do território nacional, do mar territorial, da zona econômica exclusiva ou da plataforma continental” (BRASIL, 2016).
A norma possui a mesma redação do artigo. 2°, parágrafo único, da Lei nº 13.123/15.
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"Lei nº 13.123, artigo. 2º
I - patrimônio genético - informação de origem genética de espécies vegetais, animais,
microbianas ou espécies de outra natureza, incluindo substâncias oriundas do
metabolismo destes seres vivos."
- (BRASIL, 2015.)
"Decreto nº 8.772, artigo. 1º
§ 1º Considera-se partigoe do patrimônio genético existente no território nacional, para
os efeitos deste Decreto, o microrganismo que tenha sido isolado a partigoir de
substratos do território nacional, do mar territorial, da zona econômica exclusiva ou da
plataforma continental."
- (BRASIL, 2016.)
O patrimônio genético é indispensável a todos os seres vivos, uma vez que
compõe a base para a existência de toda a diversidade biológica do planeta.
"Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do país e fiscalizar as
entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético."
- (BRASIL, 1988).
A Lei nº 13.123/15 – que regulamenta o inciso II do § 1o e o § 4o do artigo. 225 da Constituição Federal – dispõe sobre o
acesso ao patrimônio genético, sobre a proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado e sobre a repartigoição de
benefícios para conservação e uso sustentável da biodiversidade, além de revogar a Medida Provisória nº 2.186-16, de 23 de
agosto de 2001, e dar outras providências.
Essa lei trata de bens, direitos e obrigações relativos: ao acesso ao patrimônio genético do país, que é um bem de uso comum
do povo; ao conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético; ao acesso à tecnologia e à transferência de tecnologia
para a conservação e a utilização da diversidade biológica; à exploração econômica de produto acabado ou material
reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado; à repartigoição justa e
equitativa dos benefícios derivados da exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso
ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado, para conservação e uso sustentável da biodiversidade; à
remessa para o exterior de partigoe ou do todo de organismos, vivos ou mortos, de espécies animais, vegetais, microbianas ou
de outra natureza, que se destine ao acesso ao patrimônio genético; e à implementação de tratados internacionais sobre o
patrimônio genético ou o conhecimento tradicional associado aprovados e promulgados pelo Congresso Nacional.
Atenção
A Lei nº 13.123/15 não se aplica ao patrimônio genético humano, que é bordado pela Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005
(Política Nacional de Biossegurança – PNB).
Lei n. 13.123, artigo. 4º. Esta Lei não se aplica ao patrimônio genético humano. (BRASIL, 2015.)
Política Nacional de Biossegurança
A Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005, conhecida como Política Nacional de Biossegurança, regulamenta os incisos II, IV e V
do § 1º do artigo. 225 da Constituição Federal, estabelece normas de segurança e mecanismos de �scalização de atividades
que envolvam organismos geneticamente modi�cados (OGMs) e seus derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança
(CNBS), reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e dispõe sobre a Política Nacional de
Biossegurança (PNB).
Ela estabelece normas de segurança e mecanismos de �scalização
sobre a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte,
a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a
pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente
e o descartigoe de OGMs e seus derivados.
Tem a Lei nº 11.105, em seu artigo. 1º, as seguintes diretrizes:
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o estímulo ao avanço cientí�co na área
de Biossegurança e Biotecnologia;
a proteção à vida e à saúde humana,
animal e vegetal;
observância do Princípio da Precaução
para a Proteção do Meio Ambiente.
 Atividade
1. O Código Florestal, com o objetivo de proteger a �ora nacional, estabeleceu áreas que devem ser protegidas, cobertas ou não
por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a
biodiversidade, facilitar o �uxo gênico defauna e �ora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.
Essas áreas são denominadas:
a) Reserva Legal.
b) Área de Preservação Permanente.
c) Unidades de Conservação.
d) Amazônia Legal.
2. (V Exame OAB) João adquiriu em maio de 2000 um imóvel em área rural, banhado pelo Rio Formoso. Em 2010, foi citado
para responder a uma ação civil pública proposta pelo Município de Belas Veredas, que o responsabiliza civilmente por ter
cometido corte raso na mata ciliar da propriedade. João alega que o desmatamento foi cometido pelo antigo proprietário da
fazenda, que já praticava o plantio de milho no local. Em razão do exposto, é correto a�rmar:
a) A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, mas, como não há nexo de causalidade entre a ação do novo proprietário e o corte
raso na área, verifica-se a excludente de responsabilidade, e João não será obrigado a reparar o dano.
b) A responsabilidade civil por dano ambiental difuso prescreve em cinco anos por força da Lei nº 9.873/99. Logo, João não será obrigado
a reparar o dano.
c) João será obrigado a recuperar a área, mas, como não poderá mais utilizá-la para o plantio do milho, terá direito a indenização, a ser
paga pelo Poder Público, por força do Princípio do Protetor-Recebedor.
d) A manutenção de área de mata ciliar é obrigação propter rem; sendo obrigação de conservação, é automaticamente transferida do
alienante ao adquirente. Logo, João terá de reparar a área.
3. (VI Exame OAB) Com relação ao sistema nacional de unidades de conservação, assinale a alternativa correta:
a) As unidades de conservação do grupo de proteção integral são incompatíveis com as atividades humanas; logo, não se admite seu uso
econômico direto ou indireto, não podendo o Poder Público cobrar ingressos para a sua visitação.
b) A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem modificação dos seus limites originais, exceto pelo acréscimo proposto,
pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a unidade. O Poder Público está dispensado de
promover consulta pública e estudos técnicos novos, bastando a reanálise dos documentos que fundamentaram a criação da unidade de
conservação.
c) O parque nacional é uma unidade de conservação do grupo de proteção integral, de posse e domínios públicos. É destinado à
preservação ambiental e ao lazer e à educação ambiental da população; logo, não se admite seu uso econômico direto ou indireto, não
podendo o Poder Público cobrar ingressos para a sua visitação.
d) O parque nacional é uma unidade de conservação do grupo de proteção integral, de posse e domínios públicos. É destinado à
preservação ambiental e ao lazer e à educação ambiental da população; logo, não se admite seu uso econômico direto ou indireto, não
podendo o Poder Público cobrar ingressos para a sua visitação.
4. (VII Exame OAB) O Prefeito do Município de Belas Veredas, após estudos técnicos e realização de audiência pública, decide
pela criação de um parque, em uma área onde podem ser encontrados exemplares exuberantes de Mata Atlântica. Assim, edita
decreto que �xa os limites do novo parque municipal. Passados dois anos, recebe pedidos para que o parque seja reavaliado e
transformado em uma Área de Relevante Interesse Ecológico, com uma pequena redução de seus limites.
Tendo em vista a situação descrita, assinale a alternativa correta:
a) Em razão do Princípio da Simetria das Formas no Direito Ambiental, a Unidade de Conservação criada por ato do Poder Executivo
poderá ser reavaliada e ter seus limites reduzidos também por decreto.
b) Como a Mata Atlântica é considerada patrimônio nacional, por força do artigo. 225, §4º, da CRFB, apenas a União possui competência
para a criação de unidades de conservação que incluam tal bioma em seus limites.
c) A criação do parque é constitucional e legal, mas, como a área está definida como Unidade de Conservação de Proteção Integral, a
alteração para Área de Relevante Interesse Ecológico, que é de Unidade de Conservação de Uso Sustentável, com redução de limites, só
pode ser feita por lei.
d) A reavaliação poderá ser feita por decreto, uma vez que a Área de Relevante Interesse Ecológico também é uma Unidade de
Conservação do grupo de proteção integral.
5. Constituem o Grupo das Unidades de Uso Sustentável as seguintes categorias de unidade de conservação, exceto:
a) Área de Proteção Ambiental.
b) Área de Relevante Interesse Ecológico.
c) Floresta Nacional.
d) Parque Nacional.
Notas
Cadastro Ambiental Rural (CAR) 1
Criado pelo Código Florestal, Lei nº 12.651/2012, no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (Sinima),
o Cadastro Ambiental Rural (CAR) tem por objetivo o registro público eletrônico de âmbito nacional, sendo obrigatório a todos
os imóveis rurais, a �m de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados
para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento.
Referências
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//www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em: maio 2019.
______. Lei Complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011. Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do
parágrafo único do artigo. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens
naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das
�orestas, da fauna e da �ora; e altera a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Disponível em:
//www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp140.htm. Acesso em: set. 2019.
______. Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4771.htm. Acesso em:
set. 2019.
______. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus �ns e mecanismos de
formulação e aplicação, e dá outras providências. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm. Acesso em:
maio 2019.
______. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o artigo. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui
o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Disponível em:
//www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=322. Acesso em: maio 2019.
______. Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005. Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1º do artigo. 225 da Constituição Federal,
estabelece normas de segurança e mecanismos de �scalização de atividades que envolvam organismos geneticamente
modi�cados – OGM e seus derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, reestrutura a Comissão Técnica
Nacional de Biossegurança – CTNBio, dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança – PNB, revoga a Lei nº 8.974, de 5 de
janeiro de 1995, e a Medida Provisória nº 2.191-9, de 23 de agosto de 2001, e os artigos. 5º , 6º , 7º , 8º , 9º , 10 e 16 da Lei nº
10.814, de 15 de dezembro de 2003, e dá outras providências. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2005/lei/l11105.htm. Acesso em: 30 maio de 2019.
______. Lei nº 11.284, de 2 de março de 2006. Dispõe sobre a gestão de �orestas públicas para a produção sustentável; institui,
na estrutura do Ministério do Meio Ambiente, o Serviço Florestal Brasileiro - SFB; cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento
Florestal - FNDF; altera as Leis nºs 10.683, de 28 de maio de 2003, 5.868, de 12 de dezembro de 1972, 9.605, de 12 de fevereiro
de 1998, 4.771, de 15 de setembro de 1965, 6.938, de 31 de agosto de 1981, e 6.015, de 31 de dezembro de 1973; e dá outras
de 1998, 4.771, de 15 de setembro de 1965, 6.938, de 31 de agosto de 1981, e 6.015, de 31 de dezembro de 1973; e dá outras
providências. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11284.htm.Acesso em: set. 2019.
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agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de
setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras
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______. Lei nº 13.123, de 20 de maio de 2015. Regulamenta o inciso II do § 1º e o § 4º do artigo. 225 da Constituição Federal, o
artigoigo 1, a alínea j do artigoigo 8, a alínea c do artigoigo 10, o artigoigo 15 e os §§ 3º e 4º do artigoigo 16 da Convenção
sobre Diversidade Biológica, promulgada pelo Decreto nº 2.519, de 16 de março de 1998; dispõe sobre o acesso ao patrimônio
genético, sobre a proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado e sobre a repartigoição de benefícios para
conservação e uso sustentável da biodiversidade; revoga a Medida Provisória nº 2.186-16, de 23 de agosto de 2001; e dá outras
providências. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13123.htm. Acesso em: set. 2019.
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dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, e dá outras providências. Disponível em:
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sobre o acesso ao patrimônio genético, sobre a proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado e sobre a
repartigoição de benefícios para conservação e uso sustentável da biodiversidade. Disponível em:
//www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Decreto/D8772.htm. Acesso em: jun. 2019.
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Vol I. Brasília. 2018. Disponível em: //www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/comunicacao/publicacoes/publicacoes-
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incidente=4355144. Acesso em: set. 2019.
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RODRIGUES, Marcelo Abelha. Direito Ambiental esquematizado. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
SIRVINSKAS, Luís Paulo. Manual de Direito Ambiental. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
Próxima aula
Tutelas do Meio Ambiente: Natural, Cultural, artigoi�cial e do Trabalho.
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Cadastro Ambiental Rural (CAR);
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Planos de manejo. ;
Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4903;
Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4937.;
Fiocruz. Acesso ao patrimônio genético e ao conhecimento tradicional associado.
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