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introdução à biogeografia resumo texto 1

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A ciência da biogeografia tem como premissa principal entender os padrões de distribuição das espécies e, nesse sentido, a história do pensamento biogeográfico, assim como ocorreu com outras ciências, a princípio era dominada pelos preceitos cristãos que conduziam a época; acreditava-se que um único lugar teria sido o ponto de partida para a posterior dispersão de todos os organismos para os mais variados locais do planeta, tal teoria biogeográfica usava como base argumentativa o Livro do Gêneses e ficou conhecida como escola dispersalista; seguindo essa linha de pensamento um dos integrantes dessa escola, Linné, formulou sua teoria biogeográfica, explicando que áreas do planeta com uma mesma ecologia, clima, etc. teriam exatamente as mesmas espécies de plantas. Com a integração do pensamento evolutivo, contudo, a biogeografia passa também a se preocupar com as explicações sobre a mudança ao longo do tempo na geografia da Terra e consequentemente na composição de sua biota; nesse sentido surgiram algumas hipóteses quanto à natureza dos processos biogeográficos e sua ligação com o aparecimento das distintas espécies, se estariam relacionados com o surgimento de uma barreira geográfica ou se seriam frutos da dispersão de uma parte da população ancestral para além da barreira, conceitos conhecidos como vicariância e dispersão. Ainda no século 18, antes do aparecimento do viés darwinista, o Conde de Buffon, George Louis Leclerc, já havia desenvolvimento uma teoria biogeográfica que indicava causas históricas para os padrões de distribuição, sugerindo que as espécies teriam se modificado quando expostas a diferentes condições ambientais, em um pensamento diferente do proposto por Linné, que sugeria um fixismo das espécies. Uma outra teoria que só surgiria no século 20 com contribuição de Alfred Weneger, a teoria tectônica das placas, trouxe a deia de mobilidade dos continentes e com isso ajudou a moldar o pensamento biogeográfico, sobretudo a hipótese de vicariância, uma vez que lida com o aparecimento de uma nova barreira geográfica. O refinamento da teoria da vicariância, em virtude das teorias evolucionista e da deriva continental, refutou de vez a ideia dispersalista, e explicou como a separação da população ancestral por uma barreira geográfica, a exemplo do mar após fragmentação da Pangeia, levava as duas populações a especiações distintas ao longo do tempo geológico, ou seja, “a Terra e a vida evoluem juntas”, na medida em que modificações geográficas geram impacto evolutivo nos diferentes táxons, uma ideia chamada de panbiogeografia. Atualmente, sob ponto de vista mais prático, a biogeografia fornece reconstruções históricas que são importantes para a conservação da biodiversidade, na medida em que seus métodos são capazes de reconhecer áreas com alto endemismo; além disso, a biogeografia cladística, que utiliza também o aporte da sistemática filogenética de Hennig, busca por padrões de distribuição congruentes na história filogenética dos táxons, o que torna possível determinar se as relações entre os diferentes táxons possuem a mesma idade que as barreiras importas.

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