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Direito Civil VI-2-47

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Direito Civil VI 
Prof.: Lívia Pitelli 
Aula 1 - 08/06/2022
Bibliografia
- DIAS, Maria Berenico. Manual de Direito das Famílias. Juspodium.
- MADALENO, Rolc. Direito de Família. Gen/Forense.
- GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA, Filho. Novo Curso de Direito 
Civil. V. 6. Saraiva.
- TARTUCE, Flávio. Direito Civil. Vol. 5. Gen/Forense.
Avaliações 
- AV1: Prova escrita + atividades 
- AV2: Julgamentos simulados (parte escrita e apresentação oral)
Conceito
- Uma das primeiras dificuldades que enfrentamos nesse aspecto é 
definir o que é família. Isso porque, atualmente tal conceito em muito 
se pauta no afeto, mas não apenas nisso.
- Historicamente, nas Ordenações Portuguesas, família era apenas o 
matrimônio entre homem e mulher. 
- O não reconhecimento de entidades familiares provoca diminuição 
de direitos, visto que sua consequência mais latente é a segregação.
- A noção de Direito de Família no Código Civil de 1916 era 
hierarquizada.
- Com a CF/88 e a promulgação do CC/02, houve previsão expressa 
de igualdade entre filhos; e homem e mulher; e orientação sexual.
- O rol de famílias na lei não é taxativo, o que se traduz no conceito de 
plurifamiliaridade.
 *Rodrigo da Cunha Pereira defende a Família Multiespécie, que 
seria entre humanos e animais. Trata-se de posição minoritária não 
defesa pelo Código Civil.
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- Provimento 63/2017 do CNJ: Reconhecimento da filiação 
socioafetiva, podendo ser somada à filiação já existente 
(possibilitando que, judicialmente, uma pessoa possua mais de um 
genitor).
- A formação familiar atualmente se apropria de um conceito de 
eudemonia. Família eudemonista. Tal conceito, por seu turno, se 
traduz na ideia de busca pela felicidade individual.
- Nesse caso, quando a busca pela felicidade se torna comum aos que 
compõem a relação, forma-se uma família. Dessa forma, questiona-se: 
não deveria ser possível a desconstituição do vínculo familiar pela 
ausência de afeto?
Aula 2 - 15/08/2022
Tema I: Noções gerais de Direito de Família 
1. O Direito de Família 
- Fundamento legal: Artigos 226 e 227 da Constituição Federal 
(colocam a familia como base da sociedade, conferindo tutela 
jurisdicional - “lócus em que cada ser humano irá se desenvolver” 
- e proteção observando-se a privacidade. Nos casos de crianças e 
adolescentes, a responsabilidade por eles é primeiro da família e, 
após, do Estado e da sociedade) + artigos 1.511 a 1.783 do Código 
Civil. 
- Conteúdo: Quando adentramos no tema, primeiro pensamos em 
relações pessoais (estado civil, estado de filiação, guarda, etc.), 
sendo então a primeira relação típica. Também, temos relações 
patrimoniais (alimentos, regime de bens, etc.) e relações 
assistenciais (tutela, curatela e tomada de decisão apoiada - 
pessoas com deficiência, idade avançada).
2. A Família 
- Evolução Histórica: tínhamos uma família hierarquizada, 
baseada em relações patriarcais, que evoluiu para a família 
democrática e a família eudemonista. Desconstitui-se a ideia de 
um chefe de família e passa-se a considerar o melhor interesse de 
todos que a compõem. 
- Conceito: Caio Mário dizia que não era possível conceituar 
família – família envolve aspectos nucleares, por isso, utilizamos 
como base alguns preceitos que ajudam no entendimento.
- 1º Conceito (Pablo Stolze): Família, base da sociedade, é o núcleo 
(organização nuclear despersonificada, Maria Helena Diniz 
questiona se família deveria ter personalidade jurídica, podendo, 
por exemplo, entrar em uma ação de cobrança contra à família 
‘X’ - posição minoritária) moldado pelo afeto (Afeto vs. amor - O 
afeto pressupõe algo além do sentimento, é um conceito que tenta 
se apropriar da psicanálise, de afetar, conviver, intervir, criar 
laços. Isso quer dizer que o afeto se diferencia do amor, pois 
enquanto o amor pode se pautar numa relação platônica, como 
quando amo alguém e a pessoa sequer sabe que existo, o afeto 
pressupõe características como convívio, participação, 
dinamicidade. Nesse sentido, importa destacar que o afeto 
começa a ser trazido ao contexto pátrio ao final dos anos 70 por 
João Batista Vilela, o qual possui um artigo denominado 
“desbiologização do direito de família”, que surge no contexto do 
Código Civil de 1916, que considerava como filho somente aquele 
que fosse proveniente de um casamento, o chamado ‘filho 
biológico’. Assim, Vilela buscava conceber outras maneiras de 
pensar em família, em que o vínculo biológico não poderia 
desconsiderar outras formas de filiação, como adoção, 
reprodução assistida, etc. Nesse contexto, há o instituto de de 
Posse de Estado de Filho, que, por seu turno, foi criado para 
demonstrar em juízo a existência de uma situação de filiação, na 
falta de uma certidão de nascimento. Tal instituto exigia 3 
requisitos: o nome de família (utilização do nome como forma de 
prova do pertencimento àquela família), trato (demonstração em 
juízo que a mãe trata como filha, por exemplo) e fama 
(publicidade social de que é tratado dessa forma). Assim, se 
apropriando das teses apresentadas,Vilela teoriza no sentido de 
que o afeto pode também constituir forma de constituição de 
família e de vínculos de filiação.
Destarte, quando fala-se hoje em filiação socio-afetiva, denota-se que não basta 
que o indivíduo seja tratado com afeto como se filho fosse, é necessário que tal 
situação de filiação seja socialmente externalizada.), tendente à estabilidade 
(Afasta relações marcadas pela efemeridade, distanciando, assim, a questão do 
namoro, na qual não se tem imediata intenção de constituir família), na 
perspectiva da função social de permitir a realização pessoal de cada um de seus 
integrantes.
2º Conceito (relacionado à NOB/SUAS: Norma Básica do Sistema Único de 
Assistência Social): Família é um grupo de pessoas vinculadas por laços 
consanguíneos, de aliança ou de afinidade, onde os vínculos circunscrevem 
obrigações recíprocas e mútuas, organizadas em torno de relações de geração e 
de gênero (gênero, no contexto do CC de 16, replica-se no sentido de outorga do 
marido e castigo físico às mulheres, até então tidas como incapazes da prática 
dos atos da vida civil). Conceito previsto no escopo da NOB/SUAS. 
Critérios classificatórios: Acepções Amplíssima (art. 1.412, 
parágrafo 2º, CC + Lei 8.112 
de 90 (lei dos servidores 
públicos) – É aquela que 
considera como família 
todas as pessoas unidas no 
domicílio familiar. No 
exemplo do art. 1.412 do CC, 
inclui até os empregados 
domésticos no caso do 
usufruto. A Lei 8.112 
também faz menção. Artigo 
1.829 do CC - máximo da 
herança.
Ampla (art. 1.591 e ss, CC) – 
Alguns autores chamam 
esse de ‘lata’, no sentido de 
ser grande. É aquela que 
considera como família o 
grupo formado pelos 
ascendentes, descendentes e 
colaterais até 4º grau. 
Relações de parentesco.
Restrita (art. 1.567, 1.716, 
do CC/02 e art. 226, §§ 1º e 
2º da CF) – Aquela que 
considera como entidade 
familiar somente os 
cônjuges e companheiros e 
seus filhos.
- Alimentos: ascendentes > descendentes > colaterais até 2º grau e 
vínculos patrimoniais desfeitos (no momento do desfazimento, 
dever de assistência mútua-recíproca.
- Guarda: pressupõe contato diário 
- Tutor: até a maioridade, quem detém o poder familiar são os pais. 
Quando não tem pais (destituídos, falecidos, etc), precisa-se de um 
tutor, um representante que não tem poder familiar sobre a criança. 
Quando maior de idade, e não possui capacidade, enseja a nomeação 
de um curador.
Fato jurídico lato sensu 
(sentido amplo)
Fato jurídico stritu sensu 
(sentido estrito/natureza)
Ato jur. lato sensu - Homem
Podendo ser: Ilícitos 
Lícitos: a) Ato jurídico em 
sentido estrito (tem vontade 
inicial + efeitos em lei)
b) Ato-fato jurídico (não tem a 
vontade inicial + efeitos dalei)
c) Negócio jurídico (vontade 
inicial + vontade sobre os efeitos 
da lei)
3. Espécies de Família (a doutrina geralmente cria nomes 
diferentes)
- Nuclear: Limitada à unidade de pais e filhos (fala-se em núcleo 
familiar de pais e filhos.
- Extensa (ou ampliada): Se estende além do núcleo familiar e inclui 
parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e 
mantém vínculo de afinidade e afetividade. (Art. 25 do ECA, p.ú., 
para situações gravíssimas em que é necessária a retirada da 
criança do núcleo familiar, não há condições de que aquela criança 
ou adolescente seja inserida na família extensa, ainda que tenha 
afinidade e afetividade). 
Obs.: Cadastro nacional de adoção, com poder familiar destituído. 
Adoção por contato.
- Matrimonial: Família oriunda do casamento (já foi única forma de 
família formalmente considerada, hoje é só mais uma)
- Informal: Constituída pela união estável. O uso desse termo 
expressa a ideia de informalização do casamento, razão pela qual a 
prof não acha adequada essa denominação, visto que existe sim a 
formalização da união estável, através de escritura pública feita em 
cartório.
- Homoafetiva: ADI 4277 e ADPF132. A prof não acha adequada essa 
denominação, pois existe certa discriminação com a evolução 
jurisprudencial.
- Monoparental: Família formada por um genitor e seus 
descendentes.
- Anaparental: Família formada sem pais. Não tem descendentes. É 
decorrente da convivência entre pessoas (Maria Berenice Dias), 
ainda que não parentes, baseada no afeto familiar, sem relação de 
descendência direta, dentro de uma estrutura com identidade e 
propósito; ex.: duas irmãs.
- Pluriparental (mosaico – termo de Maria Berenice Dias –, família 
recomposta, reconstituída ou mesclada): Alguns núcleos familiares 
se tornando um mosaico. É aquela família em que um dos integrantes 
ou ambos tem filhos oriundos de uma relação precedente, e todos 
compõe uma estrutura familiar. 
- Unipessoal: Formada por apenas uma pessoa. (Alguns autores 
falam em lenda jurídica. A súmula 364 do STJ fala sobre penhora de 
um imóvel em que residia como bem de família, alegando como 
fundamento a lei 8.009. O STJ conferiu uma proteção equiparada ao 
bem de família. Ex.: Seria a Dona Clotilde se não tivesse seu gato.
- Paralela: É aquela formada quando um dos membros é impedido de 
casar-se já que é civilmente casado com outro (impedimento do art. 
1.512, IV do CC, ou por já ter constituído união estável anterior). 
Obs.: Art. 1.723, § 1º do CC, permite ao separado de fato constituir 
em nova união.
Obs2.: 2º relacionamento com união estável hoje ainda se fala em 
concubinato.
- Poliafetiva-plúrima: É a relação afetiva de mais de duas pessoas em 
convivência consentida na qual há uma integração afetiva entre os 
membros que afasta a exigência cultural de uma relação de 
exclusividade onde um vive para o outro já que se trata de mais 
pessoas vivendo todas sem as correntes de uma vida conjugal 
convencional (conceito de Rolf Madaleno). Ex.: Trisais.
- Eudemonista: Faz parte do conceito atual de família e pressupõe à 
luz da função social que a família é o ambiente para que seus 
membros busquem sua felicidade pessoal, vivendo um processo de 
emancipação individual - Belmiro Welter
- Multiespécie: Família formada pelo vínculo afetivo entre seres 
humanos e animais de estimação. Rodrigo da Cunha Pereira - ideia 
de adotar sopeso de razoabilidade e proporcionalidade para fixar 
responsabilidades 
- Virtual: Desde que nunca se vejam - Lourival Serejo
- Ectogenética: Família formada por filhos decorrentes de técnicas 
de reprodução assistida. A prof acha inadequada essa denominação.
Aula 3 - 22/06/2022
Tema II - Relações de Parentesco
1. Introdução 
⁃ Conceito: É a relação vinculatória existente entre pessoas 
que descendem umas das outras ou de um mesmo tronco comum, 
que aproxima os cônjuges ou companheiros dos parentes do outro 
ou que se estabelece por reconhecimento jurídico. Conceito 
adaptado de pontes de miranda, pois ele quando o desenvolveu 
pensava numa ficção jurídica pois levava em conta apenas a 
adoção. Contudo, atualmente a lei também reconhece a 
afetividade como critério para constituição de família 
(provimento do CNJ).
⁃ Não há que se falar em vínculo de parentesco entre 
cônjuges ou companheiros que, muito embora estejam inseridos 
dentro de uma mesma relação familiar, guardam entre si outra 
espécie de vínculo: matrimonial ou conjugal (no caso de 
casamento) ou convivencial (no caso de união estável). 
2. Espécies de parentesco
⁃ Quanto à origem (art. 1.593 do Código Civil: O parentesco é 
natural ou civil, conforme resulte de consangüinidade ou outra 
origem.)
a) Natural ou consanguíneo (biológico)
b) Civil (criado pela legislação: adoção / socioafetividade 
provimento 63 do CNJ)
c) Por afinidade (art. 1.595 do Código Civil: Cada cônjuge ou 
companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da 
afinidade) - esse tipo de parentesco tem um limite, pois ele se 
estende aos ascendentes e descendentes, mas na linha colateral 
se estende apenas até o segundo grau (irmãos). O parentesco por 
afinidade NÃO se estingue com a dissolução do relacionamento 
(sogra, por exemplo, é parente para sempre). Essas definições 
também se aplicam à união estável. Ditado da prof: É o vínculo 
criado pelo casamento ou pela união estável que liga os parentes 
em linha reta ou colaterais de segundo grau aos parentes do 
outro cônjuge ou companheiro. 
⁃ Existe impedimento para casamentos apenas na linha 
ascendente e descendente (sogro, enteado, etc). Art. 1.521 e 
incisos (causas de impedimento matrimonial). Para colaterais 
não há essa limitação (é possível se casar com cunhado, por 
exemplo).
3. Linhas de Parentesco 
a) Linha reta - Quando descendem uns dos outros (pai, filho, 
neto…)
b) Linha lateral / Transversal / Colateral - Quando pertencem a 
um mesmo tronco familiar (irmãos, primos, etc)
4. Graus de parentesco 
⁃ Contagem: é feita pelo numero de gerações entre as pessoas 
que estou contando. Ex: Meu pai - parentesco em linha reta, 
ascendente, de primeiro grau. Na linha colateral é necessário 
contar a quantidade de gerações entre o ascendente comum, logo 
não existe colateral de primeiro grau, apenas a partir de segundo 
grau. Ex.: Meu irmão - parentesco em linha colateral, de segundo 
grau. Filho do meu irmão - parentesco colateral, de terceiro grau. 
⁃ Limites: Na linha reta a relação de parentesco para o 
direito civil é infinita, pois a lei não limita (art. 1.591, CC). Na 
linha colateral o parentesco é limitado ao quarto grau (art. 
1.592, CC). No parentesco por afinidade na linha reta, não há 
limite (art. 1.595, parágrafo 1º), mas, na linha colateral, está 
limitado ao 2º grau (art. 1.595, parágrafo 1º, parte final).
⁃ Fazer a nossa árvore genealógica até o colateral até o 4º 
grau
Aula 4 - 24/06/2022
Tema III: Casamento
⁃ Conceito e Natureza Jurídica 
Correntes para definição da natureza jurídica do casamento:
 1. Publicista 
 2. Privatista:
> Contratualista - Entende o casamento como contrato. 
Defensores: Caio Mario, Orlando Gomes, Silvio Rodrigues
> Não-contratualista - Defensores: Maria Helena Diniz (conjunto 
de normas), Washigton de Barros, Arnaldo Rizzardo, Arnold 
Wald. Cada um entende de uma forma, que não seria o contrato 
pois os efeitos estão previstos pela lei.
> Teoria mista ou eclética - José Fernando Simão, Flávio Tartuce, 
Pablo Stolze. Defendem que é um contrato de natureza especial, 
quando se pratica o ato, em razão da manifestação de vontade, ele 
possui natureza contratual. Contudo, após a prática do ato, ele se 
torna um instituto, visto que a regulamentação do ato encontra-
se prevista na lei. Definição ditada: Entende o casamento como 
um contrato no momento de sua formação (de natureza especial 
de direito de família), mas reconhece que uma vez celebrado, 
quanto ao seu conteúdo, se caracteriza como uma instituição 
cujos efeitos são previstos em lei.
⁃ Pressupostos-existenciais:consentimento (art. 1.538, I, CC) 
+ celebração por autoridade materialmente competente 
(resolução 06/1997/TJRJ - condições para juiz de paz) + 
diversidade de sexos (ADI 4.277 / ADPF 132), Res. 175113/CNJ 
(nenhum cartorário ou tabelião poderia se recusar a efetuar 
casamento de pessoas do mesmo sexo)
*O STF julgou que entre pessoas do mesmo sexo poderia haver 
união estável com todos os seus efeitos, e a lei prevê que a u.e. 
pode ser convertida em casamento. Consequentemente, criou-se a 
possibilidade de casamento entre pessoas do mesmo sexo. Nesse 
sentido, atualmente não há diferenciação entre sexos, 
atualmente lê-se “duas pessoas”.
*Custas para casamento: A celebração do casamento é gratuita, 
mas o procedimento de habilitação do casamento é pago e fixado 
por portarias dos TJs. Mas também é preciso do registro do 
casamento e outros atos que são pagos! 
*A competência territorial é relativa e pode ser impugnada. 
Quando os nubentes escolhem outro lugar para celebrar o 
casamento a competência se prorroga. Quando é em outro país 
deve ser realizado no consulado caso a pessoa já queira sair do 
país casada perante a justiça brasileira. Autoridades 
competentes: Juízes de paz, tabeliões dos cartórios de registro 
civil e autoridades religiosas habilitadas. 
⁃ Capacidade:
> Idade Núbil - É a capacidade civil para casamento: 16 anos. Só 
que entre 16 e 18 anos incompletos é necessária a autorização 
dos responsáveis legais. Caso um dos responsáveis ou ambos se 
neguem a fornecer autorização, cabe pedido de suprimento 
judicial de recusa de vontade (nesses casos há obrigatoriedade de 
que o casamento seja celebrado sob o regime da superação 
obrigatória de bens).
> Art. 1.520, CC - Absoluta vedação do casamento para menores 
de 16 anos, pois antes havia a possiblidade de grávidas menores 
de 16 anos receberem autorização judicial para casar, o que foi 
extinto em 2019 com a mudança na redação do artigo. 
> Suprimento Judicial –> Art. 1.517, p.ú., e art. 1.519 
 –> Separação obrigatória de bens (art. 
1.614, III, CC)
> Pessoas curateladas tem o direito livre de se casar, a única 
objeção que o EPC faz é com relação aos atos personalíssimos 
(art. 85 do estatuto), como por exemplo planejamento familiar, 
quantidade de filhos etc. A doutrina discutiu muito a respeito da 
escolha do regime de bens ao momento da aprovação do Estatuto 
da Pessoa com Deficiência, nesse caso, como a lei buscava dar 
mais autonomia aos PCDs, não foi estabelecido impedimento 
quanto à escolha do regime. 
⁃ Esponsais - Promessa de casamento ou (popularmente) 
noivado. Não é elemento essencial para o casamento, e também 
não gera efeito vinculativo e obrigatório. Não existem 
formalmente para o direito civil, é apenas uma declaração de que 
há intenção de casamento. Existem, contudo, situações que 
podem acompanhar a possibilidade de indenização (ex.: gastos 
com o noivado cancelado, humilhação, etc)
*O STJ já definiu que não cabe pedido de indenização por traição 
para o amante, mas cabe contra o cônjuge traidor, desde que se 
trate de casamento e que se prove o efetivo dano sofrido (como 
danos psicológicos etc, daí a necessidade de apresentar laudos e 
afins). 
Aula 5 - 29/06/2022
Tema III: Casamento (Cont.)
- Deveres do casamento: Surgem a partir do momento que o 
casamento é celebrado. Estão previstos no art. 1.566 do 
Código Civil: São deveres de ambos os cônjuges:
I - fidelidade recíproca; (essa obrigação remonta às 
ordenações filipinas, onde havia autorização do marido matar 
a esposa nos casos de adultério (título 38 das OFs). A 
fidelidade seria um princípio do casamento? Para a doutrina 
seria na verdade mera regra e que, consequentemente, pode 
ser alterado por legislação ordinária. No caso da União Estável 
não consta fidelidade e sim lealdade. Por isso, fidelidade, para 
a doutrina, seria o relacionamento sexual apenas entre os 
cônjuges)
II - vida em comum, no domicílio conjugal; (a doutrina chama 
isso de coabitação, que seria não apenas viver sob o mesmo 
teto, mas também manter relações sexuais. Maria Berenice 
Dias defende que o sexo seria um dos deveres do casamento, 
que não poderia ser exigido mas seria esperado e, portanto, 
poderia levar a hipóteses de anulação do casamento, como 
quando um dos cônjuges descobre na noite de núpcias que o 
outro não pretende manter relações sexuais)
III - mútua assistência; (no casamento não fala-se apenas de 
assistência material (financeira), abrange também a assistência 
emocional, moral, espiritual etc. Tais deveres cessam com o fim 
do casamento, mas No caso do pagamento de alimentos 
decorrentes da assistência não, pois podem persistir mesmo após 
o fim da relação. A jurisprudência atualmente tenta limitar esse 
tipo de pagamento, vide REsp 1.025.769/STJ (alimentos 
transitórios). Tal posicionamento visa reduzir hipóteses em que a 
pensão alimentícia vira renda)
IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
V - respeito e consideração mútuos.
⁃ Invalidade do casamento: Para existência do casamento 
basta manifestação de vontade e casamento celebrado por 
autoridade materialmente competente. No plano da validade 
temos hipóteses de nulidade (art. 1.548) e de anulabilidade. 
Hipóteses de nulidade:
Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:
I - revogado
II - por infringência de impedimento. (São as hipóteses em que 
sou impedido de me casar - art. 1.521 do CC)
⁃ Impedimentos do casamento: Art. 1.521 do Código Civil
Art. 1.521. Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural 
ou civil; (natural ou adoção)
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com 
quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o 
terceiro grau inclusive; (em caso de colateral de 3º grau (tios e 
sobrinhos), em razão do Decreto Lei 3.200/1941, art. 2º tornou-
se possível pedir autorização legal demonstrando a inexistência 
de incompatibilidades genéticas. Se for adoção, a 
incompatibilidade biológica também pode ser alegada)
V - o adotado com o filho do adotante; (não importa se é adotado 
ou não)
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou 
tentativa de homicídio contra o seu consorte.
Aula 6 - 06/07/2022
Tema III: Casamento - Escada Ponteana
Requisitos de Existência 
1. Autoridade materialmente competente 
2. Manifestação de vontade
3. Duas pessoas
Requisitos de Validade 
1. Nulidade (impedimentos do art. 1.521 do Código Civil)
⁃ As causas de impedimento do art. 1.521 geram nulidade, e, 
portanto, caso o casamento seja celebrado na presença de uma 
dessas causas é cabível a propositura de ação declaratória de 
nulidade de casamento.
2. Anulabilidade 
 a) Capacidade: Se não tiver capacidade, esse casamento pode 
ser anulado em até 180 dias (se passado o prazo ele se consolida). 
Quando falamos de capacidade, falamos também de procuração. 
Ex.: Eu posso outorgar à outra pessoa case em meu lugar. Caso 
haja uma cerimônia com a minha procuração e eu já tenha 
desistido, tenho o prazo de 180 dias a partir do conhecimento da 
cerimônia para pedir a anulação. Obs.: Caso seja comprovada a 
coabitação, a anulação não é mais possível. 
 b) Vontade livre 
 - Vícios: erro essencial (art. 1.557 do Código Civil - 3 anos 
para anulação) e coação (art. 1.558 do Código Civil - 4 anos para 
anulação)
 - Consentir inequivocamente 
 c) Procedimento legal (os nubentes vão até o cartório e fazem 
o pedido de habilitação para casamento, pagam as taxas 
competentes, e o escrivão elabora um documento chamado 
“proclamas” (são os editais), para os interessados se manifestem 
sobre) 
 - Habilitação: momento em que é escolhido o regime de 
bens, que pode ser impugnado durante o procedimento de 
habilitação por terceiro, até o momento da celebração. Os editais 
para impugnação ficam disponíveis por 15 dias. Não havendoou 
sendo julgada improcedente a impugnação, é emitida a certidão 
de habilitação para o casamento que tem validade de 90 dias para 
que o casamento seja celebrado.
Sendo celebrado dentro de 90 dias, o casamento é devidamente 
registrado e é expedida a certidão de casamento oficial. Obs.: No 
caso de casamentos religiosos celebrados na igreja, é admissível a 
habilitação posterior. 
 - Celebração - Incompetência Relativa = 2 anos 
*Moléstia grave - Art. 1.539 do Código Civil: No caso de moléstia 
grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo onde 
se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, 
perante duas testemunhas que saibam ler e escrever.
*Casamento nuncupativo - Art. 1.540 do Código Civil: Quando 
algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não 
obtendo a presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, 
nem a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado na 
presença de seis testemunhas, que com os nubentes não tenham 
parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau.
Requisitos de Eficácia (Para a próxima aula)
1. Deveres
2. Regime de bens
Aula 7 - 08/07/2022
Tema III: Casamento - Escada Ponteana (cont.)
Requisitos de Eficácia 
⁃ Prova do casamento (social)
⁃ Deveres matrimoniais (pessoal - a partir do momento que 
me caso tenho deveres matrimoniais a cumprir - Art. 1.565 ao 
1.570 do CC) 
⁃ Regime de bens: patrimonial (Art. 1.639 ao 1.652 do CC) - 
art. 1.647 do CC (outorga conjugal/uxória)
–> Causas suspensivas (art. 1.523 do Código Civil)
⁃ Art. 1.523 do CC: Não devem casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto 
não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos 
herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou 
ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da 
dissolução da sociedade conjugal;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou 
decidida a partilha dos bens do casal;
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, 
irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou 
curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não 
estiverem saldadas as respectivas contas.
Tipos de regime de bens
1. Comunhão parcial de bens - regime legal/supletivo (art. 
1.658 ao 1.666 do CC)
Causas de Incomunicabilidade: Art. 1.659 - Excluem-se da 
comunhão:
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe 
sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou 
sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes 
a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares;
III - as obrigações anteriores ao casamento; (são todas as 
obrigações, ou seja, as dívidas também entram)
IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em 
proveito do casal;
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; (o STJ 
entende que enquanto é salário não recebido é só seu, a partir do 
momento que recebe é dos dois)
VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas 
semelhantes.
2. Comunhão universal de bens
3. Separação total de bens: Pode ser separação total voluntária 
(essa hipótese, chamada de absoluta, é a única que não precisa de 
outorga marital) ou separação obrigatória de bens (cônjuge com 
mais de 70 anos - suprimento judicial/obrigação legal) 
4. Participação final nos aquestos
Outorga Conjugal (Art. 1.647 do Código Civil)
Art. 1.647 - Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos 
cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da 
separação absoluta:
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III - prestar fiança ou aval;
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou 
dos que possam integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos 
quando casarem ou estabelecerem economia separada.
⁃ Em inúmeros casos, o cônjuge nem tem direito aquele bem, 
mas ainda assim a lei exige que ele dê a outorga, pois todo o 
patrimônio dos dois está condicionado a mútua assistência (ajuda 
financeira quando necessário, etc)
⁃ Outro efeito patrimonial do casamento é o direito real de 
habitação, onde o cônjuge sobrevivente tem o direito de 
permanecer vivendo na residência do casal após o falecimento do 
outro, mesmo que não tenha direito de herança. Art. 1.831 do 
Código Civil: Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime 
de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe 
caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao 
imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único 
daquela natureza a inventariar.
Direito Sucessório 
⁃ A abertura da sucessão começa no momento da morte (apesar de ser 
ficção jurídica, legalmente falando a sucessão é aberta no minuto que a pessoa 
falece)
⁃ A transmissão ocorre para quem?
⁃ Existem duas formas de sucessão: ou por testamento (só até 50% dos 
bens, a outra metade segue a ordem legal) ou pois a lei determina como 
herdeira (sucessão legítima)
⁃ O objetivo do inventário é determinar quem herda e quanto
Art. 1.829 - A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (não tem limite 
para essa busca e deve sempre começar pelos graus mais próximos excluindo 
os remotos)
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se 
casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da 
separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime 
da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens 
particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; 
III - ao cônjuge sobrevivente; (a interpretação que o supremo deu é de que 
também vale o companheiro. A lei não determina regime de bens, então 
mesmo que seja separação total se só o cônjuge estiver vivo ele herda tudo)
IV - aos colaterais. (Só até o 4º grau - Primeiro irmãos, depois sobrinhos, 
depois tios e os de 4º grau não tem ordem)
*Se todos os herdeiros estiverem mortos o Estado herda os bens
*Os impedimentos para receber herança estão previstos no art. 1.801 do CC: 
Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários:
I - a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu cônjuge ou 
companheiro, ou os seus ascendentes e irmãos;
II - as testemunhas do testamento;
III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver 
separado de fato do cônjuge há mais de cinco anos;
IV - o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão, perante quem se 
fizer, assim como o que fizer ou aprovar o testamento.
⁃ Os herdeiros legais necessários (incisos do I, II e III do art. 1.829) são 
obrigatórios e só podem ser excluídos da sucessão nas hipóteses de deserdação 
ou de indignidade. Arts. 1.814 à 1.818 do CC. 
⁃ São hipóteses em que o cônjuge herda como herdeiro necessário: quando 
for o regime da comunhão parcial de bens quando tiverem deixado bens 
particulares ; quando for regime da separação total de bens (voluntária) ; ou 
quando for regime de participação final nos aquestos. Dessa forma, quando o 
regime é da comunhão universal de bens o cônjuge não é herdeiro pois ele já é 
meeiro. 
Aula 8 - 13/07/2022
Tema III: Casamento - Tópico 8: Regime de Bens do Casamento
Comunhão Parcial de Bens 
Arts. 1.658 a 1.660 do Código Civil
⁃ Regime supletivo –> Dispensa pacto antenupcial (art. 1640)
⁃ Bens incomunicáveis –> Art. 1.659 do CC
⁃ Todos os bens adquiridos onerosamente ou por fato 
eventual (caso do BBB) na constância do casamento passam a 
compor um matrimônio comum. Bens compartilháveis/meação. A 
lei chama de mancomunhão. 
⁃ Formam-se 3 massas de bens: A do marido, da esposa e o 
patrimônio comum. 
⁃ Causas de Incomunicabilidade: Art. 1.659 - Excluem-se da 
comunhão:
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe 
sobrevierem, na constância do casamento,por doação ou 
sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes 
a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares;
III - as obrigações anteriores ao casamento; (são todas as 
obrigações, ou seja, as dívidas também entram)
IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em 
proveito do casal;
V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; (o STJ 
entende que enquanto é salário não recebido é só seu, a partir do 
momento que recebe se compartilha. STJ entende que até o FGTS 
pode ser compartilhado, desde que o levantamento seja feito 
quando de fato houve prazo para tanto)
VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas 
semelhantes.
Marido Esposa
C
O
M
U
M
Comunhão Universal de Bens
⁃ Regime supletivo até 1977 (Lei do Divórcio)
⁃ Bens incomunicáveis –> art. 1.668 (Exceto frutos - art. 
1.669 do CC)
⁃ Vedada sociedade empresarial –> art. 977 do CC
⁃ Comunhão universal prevê que o patrimônio da mulher e do 
marido vão passar a formar um patrimônio comum, e,em caso de 
dissolução(morte ou divorcio) o patrimônio vai ser dividido. Logo, 
a meação vai incidir sobre os bens comuns.
⁃ Exceções ao regime (causas de incomunicabilidade): Art. 
1.668. São excluídos da comunhão:
I - os bens doados ou herdados com a cláusula de 
incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro 
fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva; (Ex.: 
Quero deixar de herança bens para os filhos que minha irmã terá 
(prole eventual). Nessa hipótese, é possível deixar os bens em 
fideicomisso com uma pessoa de confiança (fideicomissário) que 
irá receber os bens em propriedade resolúvel e cuidar deles até 
que se acabe o prazo legal de 2 anos. Acabando o prazo a 
propriedade passa o fideicomissário)
III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de 
despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum; 
(Fora as exceções do inciso, as dívidas adquiriras antes do 
casamento não se comunicam)
IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro 
com a cláusula de incomunicabilidade; 
V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659.
⁃ Nas hipótese de cláusulas de incomunicabilidade os frutos 
se compartilham. (Vide art. 1.669 do CC)
C
O
M
U
M
M
A
R
I
D
O
E
S
P
O
S
A
Separação de Bens 
⁃ Obrigação legal de contribuir para manutenção da família - 
salvo pacto antenupcial (art. 1.688). Manutenção da familia como 
despesas de sustento, obrigações familiares, etc.
⁃ Liberdade para gravar bens imóveis (art. 1.647). Nessa 
hipótese não é necessária a outorga uxória.
1. Legal/Obrigatória (art. 1.641)
⁃ Vedada sociedade empresária 
⁃ Súmula 377 do STF: No regime de separação legal de bens, 
comunicam-se os adquiridos na constância do casamento. 
(Tentando reparar alguma hipótese de enriquecimento sem causa 
ou fraude na herança, o STF criou essa súmula para equilibrar a 
situação e permitir que aquilo que for provado que for adquirido 
na constância do casamento por esforço comum pode ser 
partilhado. Há muita discussão acerca dessa súmula, 
especialmente por conta das questões de esforço comum que são 
difíceis de serem provadas e não necessariamente de valor 
econômico, como quando um dos cônjuges se ocupa de cuidar dos 
bens com limpeza etc) 
⁃ Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no 
casamento:
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas 
suspensivas da celebração do casamento; (Previstas no art. 1.523 
do CC)
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (proteção do Idoso. Há 
debate quanto à inconstitucionalidade desse inciso em razão de 
suposta violação da autonomia do idoso)
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento 
judicial. (A questão dos maiores de 16 e menos de 18)
Marido Esposa
⁃ Causas “suspensivas”: na verdade são hipóteses que a lei 
diz que não deveria casar, mas, já que vai, será pelo regime da 
separação de bens. Previstas no art. 1.523 do CC: Não devem 
casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto 
não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos 
herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou 
ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da 
dissolução da sociedade conjugal;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou 
decidida a partilha dos bens do casal;
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, 
irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou 
curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não 
estiverem saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que 
não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos 
incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de 
prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e 
para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a 
nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de 
gravidez, na fluência do prazo.
2. Convencional/Absoluta 
⁃ Por pacto
Participação Final nos Aquestos
 
Art. 1.672 a 1.686 do Código Civil
⁃ Esse regime não colou. Nele, a ideia é que aquilo que os 
cônjuges tinham antes de se casar, depois que eles se casam, 
continua como patrimônio particular. Além disso, tudo aquilo que 
for adquirido pelos cônjuges segue a pessoa que adquiriu, ou seja, 
se você comprou é seu. Porém, ao final, com o divórcio ou evento 
morte, soma-se todo o patrimônio do casal e divide por dois. 
⁃ O grande problema desse regime é a contabilidade. Visto que 
seria muito burocrático de manter em nota quem adquiriu o que e 
o que é de quem. Há também a critica da doutrina de que isso pode 
ser motivo de fraude, visto que durante o casamento você não é 
dono do patrimônio de seu cônjuge, mas ao final você vai ser.
⁃ Montante a ser partilhado na dissolução (art. 1.676, 1.683, 
1.684 e 1.686) excluindo os do art. 1.674
Marido Marido
Esposa
Comum
Esposa
Aula 9 - 15/07/2022
Dissolução do Casamento
• Sociedade Conjugal:
⁃ Fidelidade
⁃ Vida em comum
A. Coabitação 
B. Regime de Bens
• Vínculo Matrimonial
⁃ Mútua assistência 
⁃ Impedimento de novo casamento
Causas (art. 1.572 do Código Civil)
• Causas terminativas
⁃ Morte
⁃ Divórcio 
• Causas dissolutivas 
⁃ Nulidade 
⁃ Separação 
Separação
⁃ De fato: Pessoas ainda casadas, com vinculo matrimonial, mas 
na prática não convivem mais, sem a devida regularização judicial.
⁃ De corpos (art. 1.562 do CC): É o que se chamava de medida 
cautelar. Medida acautelatória de afastamento de um dos cônjuges do 
lar do casal. É medida judicial que implica na cessação da comunhão 
de bens. Usada em casos de violência doméstica. 
Art. 1.562 - Antes de mover a ação de nulidade do casamento, a de 
anulação, a de separação judicial, a de divórcio direto ou a de 
dissolução de união estável, poderá requerer a parte, comprovando 
sua necessidade, a separação de corpos, que será concedida pelo juiz 
com a possível brevidade.
⁃ Judicial (art. 1.577 do CC): Obrigatória em caso de litígio.
Art. 1.577 - Seja qual for a causa da separação judicial e o modo como 
esta se faça, é lícito aos cônjuges restabelecer, a todo tempo, a 
sociedade conjugal, por ato regular em juízo.
⁃ Litígios:
1. Falência (art. 1.572, § 1º)
§ 1º - A separação judicial pode também ser pedida se um dos cônjuges provar 
ruptura da vida em comum há mais de um ano e a impossibilidade de sua 
reconstituição.
2. Sanção (art. 1572, caput): Ferimento aos deveres do casamento
Art. 1.572. Qualquer dos cônjuges poderá propor a ação de separação judicial, 
imputando ao outro qualquer ato que importe grave violação dos deveres do 
casamento e torne insuportável a vida em comum.
3. Remédio (art. 1.572, §2º): Doença mental grave de cura improvável 
manifestada após o casamento (precisava estarhá 2 anos casado)
§ 2º - O cônjuge pode ainda pedir a separação judicial quando o outro estiver 
acometido de doença mental grave, manifestada após o casamento, que torne 
impossível a continuação da vida em comum, desde que, após uma duração de 
dois anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável.
⁃ Consensual: Quando as partes estão de acordo. Pode ser feito em cartório 
caso não haja menor ou incapaz.
Linha do Tempo
1. CC/16: Casamento indissolúvel (influência da igreja católica)
2. Lei 6.515/77: Traz o desquite (rompia apenas com a sociedade conjugal) 
e o divórcio (instituto que, além da sociedade conjugal, rompe também com o 
vínculo matrimonial). Previa a possibilidade do divórcio mas não trazia seu 
procedimento.
3. CF/88 (art. 226, §6º): Tirou o temo desquite e passou a usar o termo 
separação, que seguia a mesma lógica 
⁃ Divórcio (1 ano após a separação judicial)
⁃ Divórcio direto (2 anos da separação de fato)
4. Lei 1144/07: Alterou o Código Civil para prever a possibilidade de 
divórcio extra judicial
5. EC 66/10: Pegou o artigo da constituição que previa requisitos temporais 
para o divórcio (art. 226, §6º) e extinguiu esse prazo. Divórcio sem prazo. 
Extingui apenas os requisitos temporais do divórcio, não acabou com a 
separação.
6. CPC/15: “Separação”
Aula 10 - 20/07/2022
Tema 4: Dissolução do Casamento (Cont.)
⁃ Sociedade Conjugal
1. Coabitação 
2. Regime de Bens
⁃ Vínculo Matrimonial 
1. Mútua assistência 
2. Novo casamento
⁃ A separação judicial impõe o rompimento somente da 
sociedade conjugal, enquanto o divórcio rompe tanto a sociedade 
conjugal quanto o vinculo matrimonial. Pessoas somente 
separatas judicialmente continuam com o dever de mútua 
assistência e com o impedimento de novo casamento
⁃ Extinção da separação judicial consensual? 
*Não: Basicamente, a separação litigiosa não mais existe para a 
doutrina majoritária. Pois, caso haja uma briga não há intenção 
de reatar (IBDFAM)
*Sim: Decisão do STJ, Min. Galati e Alexandre Câmara
⁃ Efeitos da culpa:
1. Sobrenome (art. 1.578 do CC)
Art. 1.578. O cônjuge declarado culpado na ação de separação 
judicial perde o direito de usar o sobrenome do outro, desde que 
expressamente requerido pelo cônjuge inocente e se a alteração 
não acarretar: (há muita crítica da doutrina nesse sentido, pois 
apesar da previsão do caput, os incisos trazem tantas exceções 
que pouquíssimas são as hipótese em que o juízo irá de fato 
determinar a nao utilização do nome)
I - evidente prejuízo para a sua identificação; (se você já é 
conhecido por esse nome socialmente, não há necessidade de 
repercussão nacional do sobrenome para que o juízo considere 
prejuízo à sua identificação)
II - manifesta distinção entre o seu nome de família e o dos filhos 
havidos da união dissolvida;
III - dano grave reconhecido na decisão judicial.
 2. Alimentos (art. 1.704 do CC) - Esse dever existe por conta da 
obrigação de mútua assistência e vai depender de determinação 
judicial.
Art. 1.704. Se um dos cônjuges separados judicialmente vier a 
necessitar de alimentos, será o outro obrigado a prestá-los mediante 
pensão a ser fixada pelo juiz, caso não tenha sido declarado culpado na 
ação de separação judicial. (Caso culpada, haverá necessidade de se 
observar o P.U.)
Parágrafo único. Se o cônjuge declarado culpado vier a necessitar de 
alimentos, e não tiver parentes em condições de prestá-los, nem 
aptidão para o trabalho, o outro cônjuge será obrigado a assegurá-los, 
fixando o juiz o valor indispensável à sobrevivência.
*José Fernando Simão entende que a análise da culpa ainda influencia 
na determinação de alimentos. Defende uma visão positivista (ao pé 
da letra do artigo). Ou seja, precisa comprovar a culpa para que sejam 
fixados alimentos. 
*Fachin, por sua vez, entende que a culpa não exerce influência sobre 
tal determinação, bastando portanto a demonstração dos requisitos 
dos alimentos (necessidade e capacidade). Não precisa comprovar a 
culpa. 
3. Dano moral (o cônjuge culpado pelo término pode ser condenado 
à indenizar o outro. Porém, esse tipo de reparação não é restrita ao 
casamento. A única que é mais específica do caso seria a de casos de 
traição, hipótese na qual deverá ser averiguado no caso concreto qual 
foi o efetivo dano provocado. Existe também a hipótese que a doutrina 
considera dano moral in re ipsa (ou seja, presumido - nem precisa 
provar que houve dano moral efetivo), que seria a de gravidez de outro 
não comunicada. Nesse caso, caso o cônjuge engravide de outro e não 
comunique, há presunção de dano moral)
⁃ Divórcio (é considerado direito potestativo, podendo, inclusive, 
ser pedido e deferido liminarmente)
1. Consensual: (pelo princípio da inafastabilidade da jurisdição, o 
judiciário não impede a realização de divórcio consensual pela via 
judicial)
a) Judicial (art. 731 do CPC)
b) Extrajudicial (art. 733 do CPC) - feito pelo cartório, e não é cabível 
nas hipóteses quem há filhos menores ou incapazes, hipótese em que 
haverá necessidade de atuação custus legis do MP.
Art. 733. O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção 
consensual de união estável, não havendo nascituro ou filhos 
incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados por 
escritura pública, da qual constarão as disposições de que trata o art. 
731.
2. Litigioso (necessariamente precisa se dar pela via judicial, há 
procedimento especial para isso) –> Judicial (art. 693 a 699 do CPC)
*Filhos –> art. 1.579 do CC (filhos continuam sendo filhos 
independentemente de divórcio ou novo casamento dos pais, sua 
situação jurídica não muda)
Art. 1.579. O divórcio não modificará os direitos e deveres dos pais 
em relação aos filhos.
Parágrafo único. Novo casamento de qualquer dos pais, ou de ambos, 
não poderá importar restrições aos direitos e deveres previstos 
neste artigo.
Aula 11 - 22/07/2022
Tema 5: União Estável 
Linha do Tempo
1. Código Civil de 1916: Punição a relações não matrimoniais = 
Concubinato 
⁃ Indenização “pressium canis”
2. 1960: Indenização por serviços domésticos 
⁃ Sociedade do fato: Súmula 380 do STF
⁃ Concubinato puro ≠ Concubinato impuro
3. CF/88: art. 226, § 3º - União Estável 
⁃ Deu abertura hermenêutica para outros tipos de família 
4. Lei 8971/94: União estável é a união entre pessoas não 
casadas entre si, mas que não tivesse impedimento.
⁃ 5 anos + prole
⁃ Alimentos
⁃ Sucessão
⁃ Usufruto
5. Lei 9278/96: Sem prazo / separação de fato
⁃ Direito real de habitação 
⁃ Presunção de esforço comum
⁃ Alimentos por rescisão 
6. CC de 2002: art. 1.723 a 1.726 do CC
⁃ Vínculo de afinidade 
⁃ Adoção 
⁃ Poder familiar 
⁃ Alimentos
⁃ Bem de família 
⁃ Direitos sucessórios 
 7. ADI 4277 e ADPF 132
⁃ União homoafetiva 
8. RE 646.721 e 878.694
⁃ Equiparação, para efeitos sucessórios, da união estável ao 
casamento (art. 1.829 do CC)
Elementos
 
A) Essenciais (requisitos)
⁃ Estabilidade (Relacionamento duradouro, mas não há prazo 
determinado. Precisa-se analisar no caso concreto. Não podem ser 
relacionamentos fugazes)
⁃ Publicidade 
⁃ Continuidade
⁃ Objetivo atual de constituir família (Requisito mais 
importante. Difícil de provar, mas é o mais levado em conta para 
se decretar a U.E)
B) Acidentais (Podem existir ou não. Funcionam mais como meio 
de prova)
⁃ Tempo (não tem prazo! REsp. 1.194.059)
⁃ Prole
⁃ Coabitação (súmula 382 do STF)
⁃ Contrato / escritura pública 
Facilitação da conversão da U.E. em casamento
⁃ Art. 226, § 3º da CF
⁃ Art. 1.726 do CC
Aula 12 - 27/07/2022
Tema 6: Filiação 
⁃ Filiação é o vínculo que liga pais e filhos
⁃ em diversas formas de reconhecimento da paternidade, descritas 
abaixo.
1. Fases (Pablo Stolze) 
A) Paternidade legal/jurídica 
⁃ Antes, no CC de 1916, havia a distinção:
 i) Filhos legítimos - Decorrentes do casamento
 ii) Filhos ilegítimos:
 b. Naturais - filhos de fora do casamento
 a. Espúrios - filhos de relações proibidas: adulterinas e 
incestuosas
B)Paternidade biológica/científica
⁃ Com a vigência do código civil de 2002, revogaram-se as 
distinções acima para se ingressar no reconhecimento da filiação em 
qualquer caso que se comprove o vínculo científico/biológico entre pai e 
filho (teste de DNA)
C) Paternidade socioafetiva 
⁃ Não interessa mais qual a origem da filiação (biológica, adoção…), 
todos os filhos são iguais perante a lei. Texto do prof. João Batista Vilela: 
Desbiologização da Paternidade. 
⁃ Essa modalidade de paternidade não consta expressamente em 
nenhuma lei. Surge por conta de expressões abertas empregadas pelo 
legislador como “outras formas de filiação” etc.
D) Multiparentalidade 
⁃ Incluído pela professora.
⁃ Previsto pela primeira vez em decisão do TJSP, que permitiu a 
inclusão de mais uma pessoa no campo da paternidade. 
⁃ Chegou ao STJ, onde se admitiu a possibilidade do vínculo 
afetividade, mas questionou-se quanto ao vínculo biológico. Pois existem 
casos em que a paternidade biológica é unilateral (não há afetividade). 
Portanto, o STJ entendeu que precisaria-se de um mínimo de 
afetividade, é preciso que haja vontade do filho. 
⁃ O STF entendeu, em sede de repercussão geral 622, no sentido de 
que não há hierarquia entre os tipos de paternidade. Para o STF, ainda 
que não haja afetividade, pode o pai biológico pleitear seu registro. 
⁃ CNJ editou o provimento 63, que foi atualizado pelo 
provimento 83, onde passou-se a prever que, para maiores 
de 12 anos, pode-se fazer o reconhecimento da 
socioafetividade ou da multiparentalidade em cartório. 
Limitações: só pode-se incluir mais um, precisa-se de 
consenso e existem restrições da parentalidade afetiva (as 
mesmas da lei de adoção): pessoas que já tenham vínculo 
de parentesco não podem adotar (Ex. avô não pode adotar 
neto). Excepcionalmente, o STJ admitiu em dois casos 
muito específicos que uma avó adotasse um neto e um 
irmão adotasse uma irmã.
*Tais paternidades se somam e foram sendo desenvolvidas 
com a progressão do ordenamento jurídico. 
2. Presunção de Paternidade 
Art. 1.597 do CPC: Presumem-se concebidos na 
constância do casamento os filhos:
RELATIVAS:
I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de 
estabelecida a convivência conjugal;
II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução 
da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, 
nulidade e anulação do casamento;
ABSOLUTAS:
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo 
que falecido o marido;
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de 
embriões excedentários, decorrentes de concepção 
artificial homóloga;
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde 
que tenha prévia autorização do marido.
3. Reconhecimento de filhos
A) Voluntário
B) Judicial
⁃ CNJ editou o provimento 63, que foi atualizado pelo provimento 83, 
onde passou-se a prever que, para maiores de 12 anos, pode-se fazer o 
reconhecimento da socioafetividade ou da multiparentalidade em 
cartório. Limitações: só pode-se incluir mais um, precisa-se de consenso 
e existem restrições da parentalidade afetiva (as mesmas da lei de 
adoção): pessoas que já tenham vínculo de parentesco não podem 
adotar (Ex. avô não pode adotar neto). Excepcionalmente, o STJ 
admitiu em dois casos muito específicos que uma avó adotasse um neto 
e um irmão adotasse uma irmã.
*Tais paternidades se somam e foram sendo desenvolvidas com a 
progressão do ordenamento jurídico. 
2. Presunção de Paternidade 
Art. 1.597 do CPC: Presumem-se concebidos na constância do 
casamento os filhos:
RELATIVAS:
I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a 
convivência conjugal;
II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade 
conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do 
casamento;
ABSOLUTAS:
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o 
marido;
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões 
excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga;
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha 
prévia autorização do marido.
3. Reconhecimento de filhos
A) Voluntário - Declara-se pai a qualquer tempo (cartório)
B) Judicial - Ação de Investigação de Paternidade
* Jurisprudência posiciona-se no sentido de tutela dos direitos da 
criança.
Aula 13 - 29/07/2022
Tema 6: Filiação (Cont.)
Presunção de Paternidade 
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento 
os filhos:
I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de 
estabelecida a convivência conjugal;
II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da 
sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e 
anulação do casamento;
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que 
falecido o marido; (a autorização feita em laboratório não tem 
validade - contrato)
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões 
excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga;
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha 
prévia autorização do marido.
Aula 14 - 05/08/2022
Tema 6: Filiação 
Reconhecimento da Paternidade
⁃ Resolução 22.942/2021 do CFM
⁃ Não há regulamentação formal para o tema, portanto a base do pedido é 
essa resolução 
⁃ O filho reconhecido pode impugnar o reconhecimento (art. 1.614 do CC), 
em até 4 anos após o reconhecimento. Contudo, há entendimento divergente 
do STJ quanto a esse prazo:
⁃ REsp 601.997/STJ: Reconhece que o prazo de impugnação do filho não 
se aplica. Tal impugnação pode ser feita a qualquer tempo por ser direto 
personalíssimo.
Tema 7: Guarda e Poder Familiar 
⁃ O poder familiar (pátrio poder) cessa quando o menor completa 18 anos 
de idade. Exceção: Emancipação. 
⁃ O poder familiar não pode ser cedido a outras pessoas que não sejam os 
pais. Mesmo com a morte dos pais (hipótese em que o menor ficará sem poder 
familiar). 
1. Conceito de guarda
⁃ Dentro do poder familiar está contida a guarda. Presume-se que quem 
detém o poder familiar detém a guarda, mas a lei autoriza que seja atribuído a 
terceiros 
⁃ Ditado da prof.: Guarda é o ato ou efeito de resguardar o filho menor, de 
manter vigilância no exercício de sua custódia e de representá-lo quando 
absolutamente incapaz ou assisti-lo quando relativamente incapaz.
⁃ A guarda do direito de família difere da guarda prevista no ECA, pois a 
do ECA está relacionada à criança ou adolescente em situação de ameaça/
risco de seus direitos fundamentais. 
⁃ A guarda pode ser exercida de algumas formas, previstas no Código 
Civil (art. 1.581, § 1º):
A. Guarda Unilateral/Exclusiva: É aquela atribuída a apenas um dos genitores 
que demonstre ter melhor condição de exercê-la, restando ao outro genitor o 
direito de convivência familiar e as obrigações inerentes ao poder familiar. 
Não é a melhor condição financeira, o juiz leva em conta, na prática, aquele 
que tem mais disponibilidade de tempo para ficar com o menor. 
B. Guarda Compartilhada: Ideia de ambos os genitores terão responsabilidade 
sobre a criança ou adolescente. (Definição ditada fica para a próxima aula)
Aula 15 - 10/08/2022
Tema 7: Poder Familiar e Guarda
Poder familiar
⁃ Conceito: É um conceito muito mais amplo que guarda. Trata-se de um 
poder dever. A prof. Giselle Groig diz que é um tipo de poder que foca na 
pessoa sobre a qual se exerce o poder. Hove uma mudança do foco do poder 
familiar, que antes era adultocêntrica (pátrio poder, focado nas vontades dos 
pais), agora encara a criança e o adolescente como sujeito de direitos. Ditado 
da prof.: É o conjunto de direitos e deveres dos pais em relação aos filhos 
menores não emancipados exercidos com base no princípio da igualdade entre 
os pais. Trata-se de necessidade natural que gera um poder-dever de assistir, 
criar e educar os filhos menores além de representá-los, reclamá-los de quem 
injustamente os detenha, dar consentimento para viagem, casamento ou 
alteração de domicílio e exigir que lhes prestem obediência,respeito e serviço 
próprios compatíveis com sua condição. 
⁃ ≠ de Guarda: Muito mais ligada à convivência direta com o menor de 
idade. Pode ser desmembrada do poder familiar, visto que este só pode ser 
exercido pelos pais. Situação de convivência próxima com a criança. 
Pressupõe contato físico.
⁃ Conteúdo:
1. Esfera pessoal (art. 1.634 e ss)
2. Esfera patrimonial (art. 1.689 a 1.693)
Suspensão, extinção e perda do poder familiar 
⁃ Extinção (art. 1.635)
⁃ Suspensão (art. 1.637)
⁃ Perda (art. 1.638)
Espécies de Guarda (arts. 1.583 e 1.584)
Art. 1.583.  A guarda será unilateral ou compartilhada.
§ 1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores 
ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5º) e, por guarda compartilhada a 
responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe 
que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos 
comuns.
§ 2º Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser 
dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista 
as condições fáticas e os interesses dos filhos.
§ 3º  Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos 
filhos será aquela que melhor atender aos interesses dos filhos.
§ 5º  A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a 
supervisionar os interesses dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão, 
qualquer dos genitores sempre será parte legítima para solicitar informações 
e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações 
que direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação 
de seus filhos.
A) Guarda Unilateral 
B) Guarda Compartilhada 
C) Guarda Alternada 
D) Aninhamento 
Aula 16 - 12/08/2022
Tema 7: Poder Familiar e Guarda 
Poder Familiar
⁃ Conteúdo:
1. Esfera pessoal (art. 1.634 e ss)
2. Esfera patrimonial (art. 1.689 a 1.693)
Suspensão, extinção e perda do poder familiar 
⁃ Extinção (art. 1.635)
Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar:
I - pela morte dos pais ou do filho; (pois o Poder Familiar tem caráter 
personalíssimo)
II - pela emancipação, nos termos do art. 5º, parágrafo único;
III - pela maioridade;
IV - pela adoção; (acaba com o Poder Familiar de um, mas cria para 
outros)
V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638.
*Nas hipóteses abaixo, o Estado precisou interferir em vista do risco 
ao melhor interesse da criança, pois o Poder Familiar foi mal 
exercido pelos pais.
⁃ Suspensão (art. 1.637): Menos gravosa, pois é temporária/
provisória.
Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos 
deveres a eles inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao 
juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a 
medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus 
haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha. (O juiz 
fixará plano e reavaliação periódica)
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder 
familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença irrecorrível, em 
virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão. (Art. 23, § 
2º do ECA. O CC amplia o rol de casos de suspensão/perda do poder 
familiar, vide incisos abaixo)
⁃ Perda (art. 1.638): Medida mais gravosa, que pressupõe decisão judicial 
transitada em julgado que vai extinguir completamente o Poder Familiar.
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
I - castigar imoderadamente o filho; (vide Lei da Palmada) 
II - deixar o filho em abandono;
III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.
V - entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção.
Parágrafo único. Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele 
que:
I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar:
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de 
morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e 
familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher;
b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de 
reclusão;
II – praticar contra filho, filha ou outro descendente:
a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de 
morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e 
familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher;
b) estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual 
sujeito à pena de reclusão.
Espécies de Guarda (arts. 1.583 e 1.584)
Art. 1.583.  A guarda será unilateral ou compartilhada.
§ 1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos 
genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5º) e, por guarda 
compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e 
deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao 
poder familiar dos filhos comuns.
§ 2º Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser 
dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em 
vista as condições fáticas e os interesses dos filhos.
§ 3º  Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos 
filhos será aquela que melhor atender aos interesses dos filhos.
§ 4º (VETADO)
§ 5º  A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a 
supervisionar os interesses dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão, 
qualquer dos genitores sempre será parte legítima para solicitar 
informações e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos 
ou situações que direta ou indiretamente afetem a saúde física e 
psicológica e a educação de seus filhos.
A) Guarda Unilateral: É aquela atribuída à apenas um dos pais que 
apresente melhor condições de exercê-la restando ao outro o direito de 
convivência (visitação). Melhor condição não é necessariamente 
financeira (a qual será equilibrada com a pensão alimentícia), o que se 
avalia de fato é a disponibilidade de tempo para ficar com o menor de 
idade.
B) Guarda Compartilhada/Conjunta: É aquela em que os pais exercem 
simultaneamente a guarda dos filhos que terão um domicílio de 
referência com um deles mas se manterão com a participação ativa do 
outro em seu cotidiano.
C) Guarda Alternada: É aquela que se divide entre os genitores em 
períodos idênticos dentro dos quais cada um deles tem a totalidade de 
direitos e deveres com relação ao menor.
D) Aninhamento/Nidação: É aquela em que a criança permanece em um 
domicílio e ambos os pais se alternam no exercício da guarda, indo 
morar com a criança cada um no seu período. 
Alienação Parental 
⁃ Conceito: De acordo com Maria Berenice Dias, é a imputação de 
falsas memórias em face de um genitor por aquele que exerce a guarda 
daquela criança ou adolescente. É quando se cria, de má-fé, uma 
situação que não existe. Não é só causada por aquele que detém a 
guarda, podem ser outras pessoas como os avós que estão tentando 
desqualificar algum dos pais. 
⁃ Lei 12.318/2010: Traz o rol exemplificativo de condutas que 
seriam consideradas alienação parental. 
⁃ Rol exemplificativo (art. 2º)
⁃ Medidas cabíveis (art. 6º): Depois de apurada a alienação 
parental, a Lei de Alienação traz um rol de medidas cabíveis. 
*Alteração da Lei 14.340/22
Aula 17 - 17/08/2022
Tema 8: Alimentos Familiares 
⁃ Dentro de alimentos familiares podem-se incluir: Cônjuges / 
companheiros ou parentesco. Além deles, existem os alimentos 
indenizatórios, decorrentes de relações cíveis/trabalhistas. Os 
alimentos indenizatórios não geram prisão civil como os 
alimentares, visto que são regulados de forma diversa. 
⁃ Alimentos compensatórios: servem para compensar uma 
perda, mas que não são gerados pelo fim do casamento. Serve mais 
para compensar/indenizar uma decisão tomada no curso do 
casamento que tenha prejudicado uma das partes. 
⁃ Sempre o grau mais próximo acaba preterindo o mais remoto. 
Nesse sentido, a ordem parase pedir alimentos inicia pelos 
ascendentes de primeiro grau, etc. Caso os de primeiro grau não 
existam ou não tenham condições, pode-se recorrer aos seguintes, 
contudo, a obrigação dos avós, por exemplo, é complementar. Não 
existe limite nos graus, pode-se buscar ascendentes, descendentes e, 
caso estes não existam, os colaterais até o segundo grau (a partir do 
3º grau não há previsão do código da obrigação, há somente 
jurisprudência pacífica do STJ no sentido de que os alimentos 
prestados por colaterais de 3º grau são facultativos, não podendo ser 
exigidos em juízo). Em último grau é obrigação do Estado garantir o 
provimento das pessoas, a qual se manifesta através de programas 
assistenciais.
⁃ Ditado da prof.: Há solidariedade alimentar em caso de 
alimentos a idoso (art. 12 do Estatuto do Idoso). Todos os devedores 
solidários devem integralmente a dívida, podendo esta ser 
executada contra qualquer um deles, sendo cabível a ação de 
regresso. Nos demais casos a obrigação é divisível. 
⁃ Os alimentos são fixados provisoriamente desde a data da 
citação. Na sentença o juiz fixa os alimentos definitivos, que poderão 
ser cobrados de forma retroativa desde a data da citação caso 
divirjam daqueles fixados provisoriamente. No caso oposto, não há 
obrigação de compensação! Os alimentos são irrepetíveis, ou seja, 
caso os alimentos fixados definitivamente sejam menores que os 
provisórios, não há possibilidade de se cobrar do alimentante o que 
foi pago em excesso. 
1. A obrigação alimentar 
⁃ Família vs. Comunidade
⁃ Concepção de alimentos familiares: Vão além do sustento 
básico (proveniente do poder familiar), servem também para 
manter um padrão compatível dentro daquilo que pode ser oferecido. 
A. Sustento 
B. Habitação 
C. Vestimenta
D. Educação 
E. Tratamento de moléstias 
F. Novas necessidades 
2. Legitimidade ativa do alimentante –> art. 1.694, 1.696 e 1.697, 
CC
⁃ Alimentos avoengos (obrigação alimentar dos avós) e 
avunculares (obrigação alimentar entre tios e sobrinhos) 
⁃ Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro 
lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, 
serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as 
pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na 
proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma 
delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide.
⁃ Art. 1.703. Para a manutenção dos filhos, os cônjuges 
separados judicialmente contribuirão na proporção de seus 
recursos.
3. Critérios 
⁃ Binômio possibilidade x necessidade (art. 1.694, § 1º e 1.695): 
possibilidade de quem paga e necessidade de quem recebe. Rolf 
Madaleno coloca ainda um 3º critério que seria a proporcionalidade. 
A necessidade se prova por meio de todas as despesas que a pessoa 
gera (escola, farmácia, hospital, etc).
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros 
os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua 
condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
§ 1º. Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do 
reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens 
suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de 
quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.
⁃ Alimentos próprios e impróprios 
4. Temporariedade 
⁃ Alimentos transitórios –> Fim das necessidades em nova família (art. 1.708 
e 1.709)
⁃ Alimentos perenes (exceção)
⁃ Periodicidade?
5. Características 
⁃ Personalíssimo 
⁃ Irrenunciabilidade 
⁃ Imprescritibilidade 
⁃ Irretroatividade 
⁃ Irrepetibilidade 
⁃ Reciprocidade 
⁃ Incessibilidade, impenhorabilidade e incompensabilidade (art. 1.707)
⁃ Transacionabilidade (vulnerabilidade x autonomia privada)
⁃ Intransmissibilidade (art. 1.700, CC + REsp 1.354.693)
6. Ações Revisionais 
⁃ Alteração de condição financeira (art. 1.699)
⁃ Reajuste (art. 1.710)
Aula 18 - 19/08/2022
Tema 8: Alimentos Familiares (Cont.)
1. Critérios
⁃ Binômio possibilidade x necessidade (art. 1.694, § 1º e 1.695): 
possibilidade/capacidade de quem paga e necessidade de quem recebe. 
⁃ Rolf Madaleno coloca ainda um 3º critério que seria a 
proporcionalidade (apesar de não estar previsto em lei, esse critério não é 
minoritário, existem diversos autores que defendem tb). Julgados: TJMG - 
Agravo de Instrumento nº 1067207.274160-1 / TJSP - Apelação com 
revisão nº 662094-4. 
⁃ A necessidade se prova por meio de todas as despesas que a pessoa 
gera (escola, farmácia, hospital, etc).
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos 
outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com 
a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua 
educação.
§ 1º. Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do 
reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem 
bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e 
aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do 
necessário ao seu sustento.
⁃ Alimentos próprios: São aqueles pagos de forma in natura, isto é, 
presta-se diretamente o que a pessoa precisa, ex.: roupa, mensalidade de 
escola, etc. Ditado da prof.: São aqueles pagos de acordo com a necessidade, 
isto é, por meio do fornecimento de alimentação, sustento e hospedagem.
*Os alimentos são incompensáveis, porém, atualmente, o STJ admite a 
compensação dos alimentos pagos em natura, durante a fase de execução 
de dívida decorrente de pensão alimentícia - REsp nº 1.501.992.
⁃ Alimentos impróprios: Aqueles pagos em pecúnia. Ditado da prof.: 
São aqueles pagos mediante pensão alimentícia seja através de pecúnia, 
desconto em folha de pagamento ou outros similares, e são geridos pelo 
genitor que detém a guarda ou que compartilha a residência principal com 
o alimentando (no caso de guarda compartilhada). 
*Nos casos de desconto em folha, pede-se ao juízo que expeça ofício para a 
empresa efetivar o desconto, no caso de CLT, ou ao poder público, na 
hipótese de servidores públicos. É obrigação da empresa perante o 
judiciário assegurar o cumprimento da obrigação alimentar por parte de 
seu funcionário. 
2. Temporariedade: O objetivo é que os alimentos sejam fixados e 
mantidos com caráter transitório. Assim, não podem ter caráter 
parasitário, como defende a Min. Nancy Andrighi no REsp nº 933.355.
⁃ Alimentos transitórios –> Fim das necessidades em nova família (art. 
1.708 e 1.709)
Art. 1.708. Com o casamento, a união estável ou o concubinato do credor, 
cessa o dever de prestar alimentos.
Parágrafo único. Com relação ao credor cessa, também, o direito a 
alimentos, se tiver procedimento indigno em relação ao devedor.
Art. 1.709. O novo casamento do cônjuge devedor não extingue a obrigação 
constante da sentença de divórcio.
⁃ Alimentos perenes (exceção)
⁃ Periodicidade? Geralmente a periodicidade do recebimento dos 
alimentos é mensal. É raro que os alimentos sejam fixados com outra 
periodicidade, mas isso não é determinação legal! É possível que as 
pessoas optem por periodicidade de recebimento diferente (Ex.: Semanal, 
anual, quinzenal, etc).
3. Características 
⁃ Personalíssimo 
⁃ Irrenunciabilidade (art. 1.707, CC)
⁃ Imprescritibilidade: A ideia de que o direito de pedir alimentos é 
imprescritível. Se houver comprovação do binômio, é cabível. (Remissão: 
art. 206, § 2º)
⁃ Irretroatividade: Ideia de que não se pedem alimentos que não foram 
fixados. Só se cobra a partir do momento que foram fixados em diante.
⁃ Irrepetibilidade: Os alimentos são irrepetíveis. Uma vez pagos, não 
subsiste o poder de exigi-los de volta do alimentado.
⁃ Reciprocidade: Podem ser cobrados pelas duas vias. Ex.: Filhos para 
pais e pais para filhos.
⁃ Incessibilidade, impenhorabilidade e incompensabilidade(art. 
1.707)
Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o 
direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, 
compensação ou penhora.
⁃ Transacionabilidade (vulnerabilidade x autonomia privada)
⁃ Intransmissibilidade (art. 1.700, CC + REsp 1.354.693)
Art. 1.700. A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do 
devedor, na forma do art. 1.694.
⁃ Atualidade (Tartuce) 
4. Ações Revisionais 
⁃ Alteração de condição financeira (art. 1.699)
Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação 
financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o 
interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, 
redução ou majoração do encargo.
⁃ Reajuste (art. 1.710)
Art. 1.710. As prestações alimentícias, de qualquer natureza, serão 
atualizadas segundo índice oficial regularmente estabelecido.

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